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RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE ATIVIDADES RÍTMICAS, DANÇA E EXPRESSÃO CORPORAL CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE ATIVIDADES RÍTMICAS, DANÇA E EXPRESSÃO CORPORAL Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998) de Educação Física, a dança está inserida dentro de um bloco de conteúdos denominado Atividades Rítmicas e Expressivas, que inclui as manifestações da cultura corporal, apontando que, por meio dos gestos de diferentes ritmos, sons e da música, construímos a expressão corporal, objetivando a expressão e comunicação (BRASIL, 1998). DEFINIÇÃO DE DANÇA Hoje, a dança é percebida como um recurso didático na aprendizagem de gestos, dos movimentos expressivos e criativos e desenvolve aspectos significativos na vida de seus estudantes, como: criatividade, musicalidade, socialização, conhecimento do corpo, noções de espaço e lateralidade (ACHCAR, 1998). A dança, presença marcante na cultura popular brasileira, é uma forma de comunicação e expressão corporal (PINTO et al., 2008). Como manifestação artística, se refere aos movimentos herdados de cada cultura, ritmos inerentes ao ser humano, disposição herdada de antepassados, que se manifesta em diferentes grupos humanos e em diversos ritmos e diferentes formas (NOVICOFF; OLIVEIRA; TRIANI, 2012). DEFINIÇÃO DE EXPRESSÃO CORPORAL Segundo Brikman (1989), expressão corporal é manifestar as coisas sentidas através de movimentos do corpo, liberar não apenas sensações, mas toda a nossa personalidade: ideias, emoções, conflitos; todo esse mundo complexo que somos, nossa cultura e nossos sentimentos. HISTÓRIA DA DANÇA: DO PRIMITIVO AO MODERNO Segundo Garaudy (1980, p. 14), desde a origem das sociedades é pela dança e pelo canto que o homem se afirma como membro de uma comunidade e “dançar é vivenciar e exprimir, com o máximo de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o futuro e com seus deuses”. A dança no Renascimento, o termo ballet surgiu na Itália, significando bailar, dançar (EHRENBERG, 2003). O primeiro grande professor de dança da Itália foi Guglielmo Ebreo, que teve papel fundamental na criação do balé como coreógrafo do Duque de Urbino. No qual definiu as qualidades do dançarino: • o ritmo (pelo qual ele segue a cadência); • a memória dos passos e suas combinações; • o sentido do espaço (para compor figuras num enquadramento limitado); • ser leve, dominar a arte do salto e a queda elegante; • a maneira (estilo, elegância e coordenação dos movimentos com graça e precisão). Um dos precursores da dança moderna foi o francês François Delsarte por ter descoberto os princípios da ciência da Estática, da Dinâmica, da Semiótica; ele é considerado o ponto de partida para o que hoje é conhecido como a base das técnicas da dança moderna (FAHLBUSCH, 1990) • Observou o ser humano sobre todos os aspectos dos movimentos e estabeleceu uma classificação minuciosa da expressão corporal. • Considerava o tronco como o centro emocional e moral, e a cabeça como sede do que é intelectual. • A dança clássica tinha a concepção nas pernas, e ele mudou esta hegemonia para o tronco. • Uso dos pés descalços para que o dançarino adquirisse uma sensação de DANÇA NO BRASIL A dança no Brasil está ligada às tribos indígenas que a utilizavam para momentos ritualísticos ou de recreação (ELLMERICH, 1987). Com a chegada dos brancos colonizadores, são trazidas as danças das procissões e cerimônias, marco das tradições portuguesas em dança (SABINO; LODY, 2011), somadas às influências dos imigrantes alemães, italianos, espanhóis, japoneses, árabes, entre outros (FARO, 2011); e com a chegada dos primeiros negros, a partir de 1538, são introduzidas as danças de matrizes africanas, com seus cantos e instrumentos musicais (ELLMERICH, 1987). Conhece-se o Brasil e sua cultura popular através de suas danças, que é bem diversificada (dos sambas aos maracatus, dos frevos às congadas, dos batuques aos carimbos), em que narram uma parte expressiva da história e que continua sendo (re)produzida ao longo dos anos com outras e novas formas de dançar, com outros e novos sentidos e significados que são (re)produzidos pelos diferentes grupos e sujeitos (BRASILEIRO, 2010). Assim, cada região brasileira apresenta danças com características bem especificas e que podem ser agrupadas. As danças brasileiras são reunidas em: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, catira, bumba meu boi, maracatu, xaxado, entre outras; danças urbanas: rap, funk, break, pagode, dança de salão; danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz; danças e coreografias associadas a manifestações musicais: blocos de afoxé, Olodum, Timbalada, trios elétricos, escolas de samba, lengalengas, brincadeiras de roda, cirandas, Escravos de Jó (PEREIRA; LACERDA, 2010).