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Novo Marco Legal do Saneamento - Lei 14 026 de 2020

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Novo Marco Legal do Saneamento - Lei 14.026 de 2020
A lei 14.026/2020 que atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a lei 9.987/2000 foi sancionada com vetos a dispositivos de 11 artigos no dia 14 de julho de 2020 pelo presidente da república.
Existe muita polêmica em relação a lei 14.026/2020 e divide opiniões. Aqueles que defendem o projeto acreditam que a lei é uma forma de atrair investimentos privados para levar água e esgoto a toda a população e melhorar a qualidade dos serviços reaquecendo a economia. Os críticos afirmam que a privatização vai tornar os serviços de água mais onerosos e que as regiões periféricas não serão atendidas.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), mais de 16% da população brasileira ainda não tem acesso ao abastecimento de água. Isso equivale a mais de 35 milhões de pessoas, três vezes mais que a população de Portugal, por exemplo. Mais de 100 milhões de pessoas também não contam com cobertura de coleta de esgoto – somente 46% do volume total é tratado no Brasil.
A estimativa do governo é de que o novo marco gere cerca de 1 milhão de empregos nos próximos cinco anos e seja um dos principais estímulos à retomada da economia após a crise do coronavírus.
A lei 14.026/2020 altera 7 dispositivos legais:
	Dispositivo Legal
	Alterações
	Lei 9.984/2000
	A autarquia, responsável pela implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, passa agora a se chamar Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com competência para editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico. A ANA passa a ser uma autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
	Lei 10.768/2003
	Altera o nome e as atribuições do cargo de especialista em recursos hídricos e saneamento básico da ANA. Os ocupantes do cargo têm poder de polícia, no exercício das fiscalizações, para interditar estabelecimentos, instalações ou equipamentos, bem como apreender bens ou produtos, e para requisitar o auxílio de força policial, quando necessário.
A nova lei menciona a criação, no quadro de pessoal da ANA, 239 cargos de especialista em recursos hídricos e saneamento básico. 
	Lei 11.107/2005
	As normas gerais de de contratação de serviços públicos também poderão ser aplicadas aos convênios de cooperação, que poderão ser firmados por blocos de municípios para a contratação dos serviços de saneamento de forma coletiva.
A nova lei proíbe os chamados contrato de programa para prestação dos serviços públicos, como de água e esgoto. Nesse modelo, até então em vigor, prefeitos e governadores poderiam firmar termos de parceria diretamente com as empresas estatais, sem licitação. A partir de agora, será obrigatória a abertura de licitação, na qual poderão concorrer prestadores de serviço públicos ou privados.
	Lei 11.445/2007
	Foi o dispositivo com mais alterações a partir desse novo marco e trata diretamente sobre as condições estruturais do saneamento básico, como a universalização e a prestação dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
O novo marco prevê o sistema de saneamento com prestação de serviço regionalizada, para abranger mais de um município. Esse serviço pode ser estruturado por regiões metropolitanas, por unidades regionais, instituídas pelos estados e constituídas por municípios não necessariamente limítrofes, e por blocos de referência criados pelos municípios de forma voluntária para gestão associada dos serviços.
Com essas mudanças, as empresas não poderão fornecer serviço apenas para os municípios de interesse delas, que gerem lucro, e vai permitir que os municípios que têm menos capacidade técnica e financeira sejam atendidos.
Esse dispositivo também prevê o sistema de saneamento com prestação de serviço regionalizada, para abranger mais de um município. Esse serviço pode ser estruturado por regiões metropolitanas, por unidades regionais, instituídas pelos estados e constituídas por municípios não necessariamente limítrofes, e por blocos de referência criados pelos municípios de forma voluntária para gestão associada dos serviços. Os contratos em vigor poderão ser mantidos até o seu prazo final, desde que as empresas comprovem a capacidade econômico-financeira e se adequem às metas e aos objetivos de universalização do marco.
As empresas devem ampliar o fornecimento de água para 99% da população e da coleta e tratamento de esgoto para 90% da população, até o final de 2033. Mas há a possibilidade de extensão desse prazo até 2040, caso se comprove a inviabilidade técnica ou financeira.
	Lei 12.305/2010
	A nova lei determina que os plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos deverão ser revisados, no máximo, a cada dez anos.
A lei também estabelece um prazo para o fim dos lixões no país. Para municípios que não elaboraram planos de resíduos sólidos, esse prazo é 31 de dezembro deste ano. Para os municípios com planos elaborados, o prazo é 2 de agosto de 2021 para capitais e regiões metropolitanas; 2 de agosto de 2022, para cidades com mais de 100 mil habitantes. Já em cidades entre 50 e 100 mil habitantes, os lixões devem ser eliminados até 2 de agosto 2023; e em cidades com menos de 50 mil habitantes, o prazo é 2 de agosto de 2024.
Nos casos em que a disposição de rejeitos em aterros sanitários for economicamente inviável, poderão ser adotadas outras soluções, observadas normas técnicas e operacionais para evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e minimizar os impactos ambientais.
	Lei 13.089/2015
	A nova lei estende as regras do estatuto às unidades regionais de saneamento básico.
	Lei 13.529/2017
	Com a nova lei a União poderá participar e destinar recursos para fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos especializados, como é o caso do saneamento básico. As mudanças também tratam do patrimônio e do estatuto do fundo.
Além das alterações citadas na tabela acima, vale ressaltar algumas questões que o Novo Marco abrange e que não estão totalmente esclarecidos:
· Art. 2 - não está claro como será fornecido serviço de saneamento para comunidades em que não há capacidade de melhorias pelo poder público ou privado em virtude do controle de milícias e pelo espaço reduzido de acesso.
· Art. 4 - existe uma preocupação com a sustentabilidade, o reuso e a universalização do setor. No entanto, não está claro de que forma será estimulada a livre concorrência, uma vez que a maior parte dos estados tem somente uma empresa de responsável pelo saneamento.
· Art. 8-A - as parcerias com universidades para credenciamento de técnicos e mão de obra necessária para exercer as atividades e registros juntos à conselhos de classe não são citadas.
Em relação à elaboração dos Planos Regionais de Saneamento Básico, os órgão e entidades públicas, assim como prestadores de serviços poderão auxiliar na elaboração, trazendo uma oportunidade para o CRQ e seus profissionais através de auxílios, cooperação e regularização de empresas e profissionais do setor para o Consellho e prestação de serviços para profissionais e empresas.
Referências:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-07/veja-principais-mudancas-no-novo-marco-legal-do-saneamento
https://www.saneamentobasico.com.br/ana-marco-legal-saneamento-basico/
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/06/24/marco-saneamento-basico-preco-agua-esgoto.htm

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