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EC O N O M IA D E M ER C A D O S ECONOMIA DE MERCADOS sta disciplina foi desenvolvida E visando aspectos básicos da Economia. Você deve estar acostumado a discutir problemas da economia brasileira em termos concretos ao nível de macroeconomia, numa visão mais geral do que acontece conosco, cidadãos e consumidores. Este trabalho está voltado ao estudo da microeconomia, o que lhe dará condições para um entendimento mais específico das causas dos fenômenos econômicos que afetam a sociedade brasileira. Instituto do Corretor Centro de Educação Democrata SUMÁRIO 168 1 2 3 INTRODUÇÃO À ECONOMIA 1.1. O Fluxo Econômico ........................................................ 169 1.2. Fatores de Produção ...................................................... 169 1.3. O Inter-Relacionamento da Economia ........................... 170 1.4. A Divisão da Economia ................................................... 170 1.4.1. Microeconomia .................................................... 170 1.4.2. Macroeconomia ................................................... 171 1.5. As Necessidades Humanas ........................................... 171 O SISTEMA ECONÔMICO 2.1. Conceito de Riqueza ...................................................... 173 2.2. Conceito de Valor ........................................................... 173 2.3. A Lei da Oferta e da Procura ........................................... 173 2.4. Conceito de Preço .......................................................... 174 2.5. Fatores de Produção ...................................................... 174 2.6. Valor Agregado x Valor Bruto da Produção ..................... 174 2.7. O Sistema Econômico .................................................... 175 2.8. O Sistema Capitalista ..................................................... 175 2.9. Preço ............................................................................. 175 2.10. Teorias da Microeconomia ........................................... 176 2.11. Curva da Demanda ...................................................... 176 2.12. A Produção .................................................................. 177 2.13. Curva da Oferta ............................................................ 177 OS MERCADOS 3.1. Conceito de Mercado ..................................................... 178 3.2. Classificação de Mercado .............................................. 178 3.3. Preço de Equilíbrio ......................................................... 178 3.4. Mercado de Fatores de Produção .................................. 178 3.4.1. Mercado de Trabalho ........................................... 178 3.4.2. Mercado Monetário .............................................. 179 3.4.3. Mercado Imobiliário .............................................. 179 3.5. Inflação .......................................................................... 181 3.6. O Poder Público ............................................................. 182 3.7. O Desenvolvimento Econômico ..................................... 185 1.1. O FLUXO ECONÔMICO INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTRODUÇÃO À ECONOMIA UNIDADE 1 A economia pode ser analisada como um fluxo de tro- ca de bens e mercadorias e o correspondente em moeda. Esse modelo, apesar de sua simplificação, aju- da muito a entender os problemas decorrentes da dis- tribuição dos fatores de produção numa sociedade, bem como fornecer uma visão do funcionamento de uma economia capitalista. Nesse modelo as empresas ofertam mercadorias e as famílias ofertam seus serviços. As empresas deman- dam esses serviços e pagam como valores monetários na forma de salários, rendas e juros. As famílias rece- bem essas rendas e demandam as mercadorias das empresas que recebem esse fluxo monetário na forma de receita. À medida que acontecem as atividades de produção, dois fluxos ocorrem simultaneamente: l O fluxo real ou de bens e serviços; l O fluxo monetário, também chamado fluxo nominal ou renda. Fatores de Produção são os elementos necessários e básicos para que haja produção de bens: l Recursos naturais: são os recursos obtidos na natu- reza e que serão transformados através da indústria, como o ferro, madeira, petróleo e terras. l Trabalho: é a colaboração da energia humana, ma- nual ou intelectual, no processo de produção. l Capital: é tudo aquilo que é fruto de poupança e que vai aumentar a produção. O fluxo de bens e serviços é decorrente da produção e da consequente compra desses bens e serviços por parte dos consumidores. Ele é formado pelos bens e serviços produzidos, constituindo a oferta da econo- mia, ou seja, todos os bens e serviços que estão à dis- posição dos consumidores. O fluxo monetário ocorre quando, ao exercerem suas atividades, as unidades produtoras remuneram os fato- res de produção empregados, juros de capital tomado como empréstimo junto aos bancos, aluguel pelas ins- talações que ocupam e distribuem lucros a seus pro- prietários ou acionistas. São estas remunerações que permitem aos donos dos fatores de produção compra- rem os bens e serviços de que necessitam. A oferta e a demanda são as funções primordiais do sistema econômico. Quando elas se encontram, esta- belece-se o que se chama de mercado, situação em que as pessoas que querem comprar se encontram com aquelas que querem vender. É importante notar que o termo “mercado” não significa obrigatoriamente lugar físico ou contíguo. Sua acepção é mais genérica, e significa realização de todas as compras e vendas de um bem ou conjunto de bens. O mercado imobiliário é constituído de todas as em- presas imobiliárias e seus vendedores; de todas as pes- soas que querem vender; das que querem comprar e dos imóveis a serem transacionados. As empresas em- pregam os fatores de produção (terra, trabalho, capital) para a fabricação de bens e prestação de serviços que serão adquiridos pelas famílias (fluxo real). Com a re- muneração paga pela venda dos fatores de produção (aluguéis, salários, juros e lucros), as famílias podem comprar os bens e serviços das empresas. As empresas, por sua vez, com a venda dos bens e ser- viços para as famílias, se capitalizam para adquirir no- vos fatores de produção e dar início a mais um ciclo pro- dutivo (fluxo monetário). O Governo é também um importante agente econômico e transaciona com as famílias e as empresas. Das famí- lias e empresas recebe os impostos indiretos, quando incidem sobre bens e serviços e diretos, quando inci- dem sobre a renda das pessoas ou empre- sas. Com esses recursos, o Go- verno pode transferir renda à po- pulação ou às empre- sas. Nesse caso, ocorre uma tributação às avessas, são os impostos negativos, mais conhecidos como sub- sídios ou incentivos fiscais, porque ao invés de cobrar, o Governo oferece recursos às empresas para que os custos de produção de determinados bens ou serviços sejam reduzidos. 1.2. FATORES DE PRODUÇÃO EMPRESAS FLUXO ECONÔMICO FAMÍLIAS MERCADOS DE BENS E SERVIÇOS MERCADOS DE FATORES PRODUÇÃO 169 Por fim, as famílias, as empresas e o Governo transa- cionam com agentes que estão fora do país. Nesse caso, os agentes do país doméstico importam bens e serviços do resto do mundo e exportam bens e serviços para o resto do mundo. Com o processo de globaliza- ção dos mercados, o agente econômico externo tende aaumentar expressivamente de importância, exercendo um papel de destaque cada vez maior nas economias domésticas. Diante dos problemas que a economia se defronta usam-se várias outras ciências de apoio para que a to- mada de decisões seja a que obtenha o melhor resul- tado possível. A seguir, as principais relações que a economia mantém: l Economia e Política - No mundo grego, a Economia, a Política e a Moral eram uma única ciência. No mun- do romano ela subordinou-se inteiramente à política. Em uma economia estável, a política está inter-rela- cionada com a economia e as crises políticas tendem a mostrar que a recíproca é sempre verdadeira e, por consequência, originarão fatalmente crises econômi- cas. Na fronteira do estudo da ciência econômica co- meçam a aparecer estudos sobre os ciclos políticos, que evidenciam a influência da política na economia. l Economia e Sociologia - A Sociologia se preocupa em analisar como as relações sociais influenciam a economia e como, por sua vez, a economia condi- ciona a sociedade. Um dos maiores pensadores da história disse: “A ordem econômica harmônica é fator importante para que haja ordem social” (Confúcio). Na Idade Média as lutas entre classes eram conse- quências de interesses econômicos conflitantes. l Economia e Psicologia Social - A Psicologia Social estuda o comportamento do homem, portanto, liga- se à economia que estuda a luta empreendida pelo homem para satisfazer as suas necessidades (ilimi- tadas), utilizando recursos escassos. A psicologia In- dustrial surgiu no início do século XX como resultado da junção dessas ciências. Busca analisar o compor- tamento dos agentes econômicos vinculados à in- dústria de transformação. l Economia e Direito - É marcante o conflito perma- nente entre os agentes da ação econômica em face de seus interesses serem contraditórios. Apelou-se, portanto, para a Ciência Jurídica na solução dos lití- gios constantes causados pelo que chamamos de Racionalismo Econômico. l Racionalismo Econômico - As empresas, de um la- do desejando a maximização de seus lucros e o com- portamento dos consumidores, de outro, buscando obter a maior quantidade de bens com o mínimo de dispêndio. Esse racionalismo encontra sua melhor solução quando o mercado está em harmonia perfei- ta e as informações estão à disposição de todos. l Economia e a História - Na compreensão do econo- mista historiador, o estudo dos dados históricos deve- ria ser aplicado à economia. Assim criou-se a Econo- mia Aplicada. A ligação entre história e economia per- mite que muitas experiências do passado possam ser aproveitadas de maneira que os erros não se repitam e as experiências positivas sejam utilizadas. l Economia e a Antropologia - A Antropologia Cultur- al estuda as crenças e os costumes e a influência desta cultura na estrutura social. Dessa forma, evi- dencia-se a velocidade das mudanças nas estruturas produtivas que a sociedade está disposta a realizar. O Sistema Econômico é a reunião dos diversos elemen- tos participantes da produção de bens e serviços que satisfazem as necessidades da sociedade, organiza- das não só sob o ponto de vista econômico, social, jurí- dico, etc. A economia se divide em duas grandes áreas de estudo: Microeconomia e Macroeconomia. A microeconomia trata dos problemas do indivíduo e da empresa dentro do Sistema Econômico. A microeco- nomia é conhecida como o ramo da Ciência Econômica voltada ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e/ou pelas fa- mílias, ao estudo das empresas, suas respectivas pro- duções e custos e, ao estudo da produção e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. 1.3. O INTER-RELACIONAMENTO DA ECONOMIA Confúcio K’ung Ch’iu K’ung Chunf-ni (551 a.C. - 489 a.C.) “A ordem econômica harmônica é fator importante para que haja ordem social” 1.4. A DIVISÃO DA ECONOMIA 1.4.1. MICROECONOMIA 170 Preocupa-se em estudar o consumidor individual, que se dirige ao mercado com uma determinada renda para adquirir bens e serviços, e, também, a maneira como a empresa emprega os fatores de produção para obter o maior lucro possível. Estuda o conjunto dos consumidores de uma socieda- de, assim como conjunto de empresas desta mesma sociedade. Seu interesse é determinar os fatores que influenciam o nível total de Renda e do Produto do Sis- tema Econômico. A macroeconomia se interessa pelo estudo dos agregados como a produção, o consumo, o emprego, o desemprego e a renda da população como um todo. A macroeconomia surgiu com o objetivo de viabilizar análises das variáveis que afetam todos os agentes econômicos, onde o comportamento de todos é influenciado pelas mudanças. Nesses indicadores, chamados “variáveis macroeconômicas”, destacam-se a inflação, a taxa de juros, o nível de renda, o nível de consumo, a taxa de juros, etc. A microeconomia apresenta uma visão microscópica dos fenômenos econômicos e a macroeconomia uma visão telescópica, isto é, esta última possui uma am- plitude muito maior, apreciando o funcionamento da economia no seu global. Se fosse considerada uma flo- resta, a microeconomia estudaria as espécies vegetais que compõem individualmente, ou seja, estudaria a composição dos itens da floresta; enquanto a macro- economia preocupar-se-ía com o produto floresta como um todo. Necessidade, no sentido econômico, é o sentido de pri- vação de um bem externo que se tende a possuir. Po- dem ser: individuais ou coletivas. l Individuais: precisam ser satisfeitas para garantir a sobrevivência dos indivíduos. Exemplo: Alimentação, habitação, higiene etc. l Coletivas: são decorrentes da vida do indivíduo em sociedade. Exemplo: Educação, transporte coletivo, segurança, etc. Devido a essas necessidades coletivas ou so- ciais exigirem um volume de recursos muito elevado, cabe ao Estado encarregar-se de satisfazê-las, atra- vés dos serviços públicos, que podem ser: l Serviços públicos gerais: aqueles prestados para uso global pela população. Exemplo: Serviço policial e saúde pública. l Serviços públicos especiais: os consumidos indi- vidualmente pelo cidadão. Exemplo: Transporte ferroviário. Segundo o pensador MASLOW, as necessidades são deficiências fisiológicas ou psicológicas que uma pes- soa sente ou se vê compelida a satisfazer e podemos classificá-las assim: l Fisiológicas: são as necessidades básicas da vida como água, comida, abrigo, ar, vestuário, descanso, etc. É a manutenção fisiológica; l Segurança: as pessoas desejam estar, na medida do possível, seguras de que no futuro não lhes falta- rão meios de satisfazer suas necessidades básicas. É a proteção e a estabilidade; l Sociais: consistem no desejo, que todos sentem, de participar de vários grupos e de serem aceitos por eles. Alguns desses grupos são o familiar, o escolar, companheiros de trabalho; de lazer; l Estima: o indivíduo deseja ser mais do que um mem- bro do seu grupo. Todo indivíduo necessita de estima, afeto, amor, valorização e reconhecimento; l Autorealização: está ligada ao sentimento do ser humano de desenvolver e usar sua capacidade, suas aptidões e habilidades, bem como de realizar seus planos. É o sentimento de vitória, desenvolvimento. Auto realização Autoestima Necessidades Sociais Necessidades de Segurança Necessidades Fisiológicas Básicas Pirâmide de Maslow 1.4.2. MACROECONOMIA 1.5. AS NECESSIDADES HUMANAS TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS “As necessidades tendem a se manifestar de forma hierárquica, quando as outras estão, ao menos parcialmente, atendidas”. Abraham Maslow (1908-1970)171 Pensando e observando a vida das pessoas, percebe- mos facilmente que as necessidades humanas são ili- mitadas quanto ao número. Logo que alguém conse- gue dinheiro para saciar sua fome e para vestir-se, já pensa em adquirir sua casa própria. Quando já tem ca- sa, quer decorá-la da melhor maneira possível. Depois, surge a necessidade de convidar os amigos pa- ra conhecer a casa e ouvir os últimos Cd’s adquiridos. À medida que vamos satisfazendo as necessidades, ou- tras surgem: carros, viagens, cursos, roupas da moda, emprego melhor, e assim por diante. Como atender as necessidades ilimitadas se os recur- sos são limitados? - A ciência econômica procura resol- ver este problema atribuindo um grau de importância a cada necessidade e sugerindo a canalização dos recur- sos para a satisfação das necessidades mais urgentes. Um indivíduo deve satisfazer suas necessidades, po- rém, o alimento cotidiano e o lazer não têm a mesma importância. De que adianta andar vestido na moda, se tem dificuldade em se alimentar? Também não tem a mesma importância a necessidade de pagar a educa- ção dos filhos e o desejo de comprar um carro. O dinheiro que um indivíduo dispõe serve para muita coisa quando é abundante. Como, em geral, o dinheiro é escasso, é preciso utilizá-lo muito bem, para que seja suficiente para o mais importante, ao mesmo tempo em que se procura melhorar a situação. Um país também tem muitas necessidades: estradas, represas, hospitais, escolas, fábricas, etc. Diante da elevada quantidade de necessidades o governo, geral- mente, sente a falta de recursos disponíveis. A ciência econômica pode ser entendida como o estudo da distribuição eficiente dos recursos escassos. O fluxo de bens e serviços é decorrente da produção e, conse- quente, da compra desses bens e serviços por parte dos consumidores. Ele é formado pelos bens e servi- ços produzidos, constituindo a oferta da economia, ou seja, todos os bens e serviços que estão à disposição dos consumidores. A oferta e a demanda são as funções primordiais do sistema econômico. As empresas, com a venda dos bens e serviços para as famílias, se capitalizam para adquirir novos fatores de produção e dar início a mais um ciclo produtivo (fluxo monetário). O governo recebe das famílias e empresas os impostos indiretos, quando incidem sobre bens e serviços e, dire- tos, quando incidem sobre a renda das pessoas ou em- presas. No mundo grego a Economia, a Política e a Mo- ral eram uma única ciência. Na fronteira do estudo da ci- ência econômica começam a aparecer estudos sobre os ciclos políticos, que evidenciam a influência da políti- ca na economia. A Sociologia se preocupa em analisar como as relações sociais influenciam a economia e como, por sua vez, a economia condiciona a sociedade. A Psicologia Social estuda o comportamento do homem portanto, liga-se à economia que estuda a luta empreendida pelo homem para satisfazer as suas necessidades (ilimitadas), utili- zando recursos escassos. A microeconomia é conhecida como o ramo da Ciên- cia Econômica voltada ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indiví- duos e/ou pelas famílias, ao estudo das empresas, suas respectivas produções e custos e ao estudo da produ- ção e preços dos diversos bens, serviços e fatores pro- dutivos. A macroeconomia estuda o conjunto dos consumido- res de uma sociedade, assim como o conjunto de em- presas desta mesma sociedade. Seu interesse é deter- minar os fatores que influenciam o nível total de Renda e do Produto do Sistema Econômico. MICROECONOMIA MACROECONOMIA Benjamim Franklin (1706-1790) “Se comprares aquilo de que não careces, não tardarás a vender o que te é necessário. O ganho é transitório e incerto, mas, durante a vida, a despesa é constante e certa” 172 “Status é comprar uma determinada coisa de que você não precisa, com um dinheiro que você não tem, para mostrar a quem você não gosta, e tentar mostrar aquilo que você não é” Autor desconhecido Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedo- res interessados e ao facilitar que os compradores po- tenciais os encontrem. Uma economia que depende pri- mariamente das interações entre compradores e ven- dedores para alocar recursos é conhecida como Econo- mia de Mercado. A palavra riqueza lembra uma grande quantidade de bens econômicos ou dinheiro. Em economia, qualquer bem útil, acessível e limitado, recebe o nome de rique- za. Adam Smith, economista inglês, escreveu que: “Riqueza é o conjunto de bens de que o homem efetiva e realmente pode dispor para fins econômicos”. Utilidade é a qualidade que possuem os bens econô- micos de satisfazer as necessidades humanas. O bem, porém, só é útil quando desejado pelo homem; utilidade é a qualidade que têm os bens de correspon- derem, às necessidades dos indivíduos, de forma que: l Possuam as qualidades físicas necessárias; (utilidade de forma). l Estejam no lugar onde são necessários; (utilidade de lugar). l Estejam disponíveis enquanto for preciso; (utilidade de tempo). l Estejam na posse da pessoa que necessita. (utilidade de posse). Utilidade, portanto, é um conceito mais subjetivo do que objetivo. O grau de utilidade de um bem depende da ne- cessidade de cada indivíduo. Um bem pode ser útil para alguém e não o ser para outra pessoa. A noção de valor é de grande importância na econo- mia. A utilidade é o elemento fundamental do Valor. Existem várias formas de entender o conceito de Valor: l O valor de uso de um bem é capacidade que ele tem de satisfazer as necessidades de cada um. É muito comum confundir-se o conceito de valor de uso com o conceito de utilidade. O valor de troca é a capacidade do bem de poder ser trocado por outro. O valor pode ser medido como sen- do o produto entre preço e quantidade. É a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto, ou a procura de um produto, e a quantidade que pode ser oferecida, ou que o produtor deseja ofe- recer. Em períodos que temos grande oferta de um de- terminado produto, o seu preço cai. No entanto, se há uma grande demanda por um determinado bem, os pre- ços tendem a subir. De tal modo que esse preço só vol- tará aos padrões com a chegada de uma concorrência. A Lei da Oferta e da Procura ou da Demanda des- creve o comportamento preponderante dos consumido- res na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, quantidades e preços. Ao usar um raciocínio rápido, podemos chegar à conclusão de que: l quanto menor o preço de um determinado servi- ço, maior a quantidade procurada ... l ... sendo o inverso também aplicável: quanto maior o preço, menor a quantidade procurada. Mas, ao contrário do que pode parecer a princípio, esse comportamento não é sempre influenciado apenas pe- los preços. O valor de um produto pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores adqui- ram os serviços que necessitam, mas não é o único. Existem outros elementos a ser considerados: l Os desejos e necessidades das pessoas; l O poder de compra; l A disponibilidade dos serviços; l A capacidade das empresas de produzirem determi- nadas mercadorias com nível tecnológico desejado. Da mesma forma que a oferta exerce influência sobre a procura dos consumidores, a frequência com que as pessoas buscam determinados produtos também pode aumentar e diminuir os preços dos bens e serviços. INTRODUÇÃO O SISTEMA ECONÔMICO O SISTEMA ECONÔMICO O SISTEMA ECONÔMICO UNIDADE 2 2.1. CONCEITO DE RIQUEZA CONCEITO DE UTILIDADE DE UM BEM 2.2. CONCEITO DE VALOR 2.3. A LEI DA OFERTA E DA PROCURA “A sociedade é composta por duas grandes classes: aqueles que têmmais jantares que apetite e os que têm mais apetite que jantares” Nicolas Chamfort (1740-1794) 173 O preço é o valor dos bens e serviços expressos em moeda. Existem diversos tipos de preços e que refle- tem a capacidade ou não de um determinado agente fi- xar o preço segundo seus interesses. A flutuação de preços é aquela produzida pela Lei da Oferta e da Pro- cura. O preço pode ser determinado de várias formas: l Convencional: determinado pela vontade dos con- tratantes. l De concorrência: quando ficam fixados pelas alter- nativas da Oferta e da Procura. l Legal: estabelecido por lei. l Natural: produção, incluindo o lucro natural. Pode ser considerado corrente ou vulgar. Fator de produção é a agregação das unidades bási- cas: trabalho, recursos naturais, capitais e tecnologias, utilizadas para a confecção de um bem econômico: l Trabalho: medida do esforço humano na produção. l Recursos Naturais: tudo que economicamente po- de ser aproveitado da natureza. l Capital: reunião de bens (equipamentos, ferramen- tas e máquinas) de um sistema. Alguns economistas consideram também a Tecnologia e a Capacidade Empresarial como fatores de produ- ção, pois são elas que decidem qual a melhor combina- ção para utilização destes fatores. Capacidade empre- sarial é um dos fatores de produção mais difícil de men- suração, mas que é de fácil compreensão quando se verifica a importância dos empresários na condução das empresas. A Origem da Teoria Econômica. Para melhor compre- ender as implicações históricas sobre a economia e co- mo esses fatos determinaram as conclusões dos ana- listas e estudiosos, é necessário você relembrar alguns fatos da história recente. - Após a 1ª Guerra Mundial, vários países europeus recomeçaram suas atividades industriais, ocasionando para os Estados Unidos um excedente de produção. Caracteriza-se como exce- dente, o produto da economia de um país que não cons- egue ser absorvido inteiramente. Uma solução imediata seria a redução brusca dos níveis de atividade produ- tiva, acarretando crise econômica e social em curto pra- zo, reduzindo a lucratividade das empresas e, conse- quentemente, gerando desemprego. Nesta época, os Estados Unidos passaram a emprestar capitais excedentes a países carentes, para que pudes- sem comprar seus produtos. Ocorre que estes países começaram a adquirir máquinas e acessórios com vis- tas ao reequipamento de seu parque industrial. Com re- lação à produção agrícola americana, esta ficou esto- cada, criando grandes dívidas dos fazendeiros juntos aos agentes financeiros. Na segunda metade de 1929, houve uma queda sensível nas exportações america- nas, acentuadas pela volta da Inglaterra e da França ao mercado internacional. Como consequência destes fatos, fazendas passaram a ser propriedade dos bancos, a redução da produção industrial aumentou o nível de desemprego, generali- zando-se séria crise econômico-social. O reflexo na Bolsa de Valores foi imediato: quinta-feira, 24 de outu- bro de 1929 foram colocados à venda 13 milhões de ações. No dia 29 de outubro, quatro dias após, deu-se o famoso “Crack de Wall Street”. Após análise desta cronologia de fatos, chegamos à conclusão anunciada, na época da queda da Bolsa de Nova York, com muita precisão pelo economista, psicó- logo e matemático John Maynard Keynes: “O pleno em- prego não é necessariamente o nível de equilíbrio da economia”. Em outras palavras, não há forças automá- ticas existentes para salvar a economia da depressão e restaurar o pleno emprego, como se acreditava na teo- ria clássica, pensamento dominante até então. Dessa forma, para complementar sua teoria, Keynes propõe a divisão da economia em macro e microeconomia. Com a divisão da economia em duas partes, o proces- so produtivo, numa visão macroeconômica, passou a ser analisado através de três setores: l Primário: responsável pela extração, ligado à terra ou à natureza (matérias-primas). l Secundário: responsável pela transformação (indústrias). l Terciário: responsável pela distribuição de bens e serviços (comércio em geral). Cada um desses setores, isoladamente, forma uma agregação de fatores da produção, daí originando o aparelho produtivo. l Valor Agregado - é o valor adicionado à economia, em cada estágio da produção, ou seja, é a remunera- ção paga pelo uso dos fatores de produção, que de- verá equivaler à renda da economia. l Valor Bruto da Produção - é a soma do valor agre- gado das diferentes fases do processo produtivo. 2.4. CONCEITO DE PREÇO 2.5. FATORES DE PRODUÇÃO SAIBA MAIS! 2.6. VALOR AGREGADO x VALOR BRUTO 174 Entende-se por população o total de habitantes de de- terminado território nacional e de estrangeiros. Uma im- portante divisão é quanto à capacidade de um país dis- por de sua população para a produção. l População Dependente - é aquela que não tem con- dições de oferecer força de trabalho e está compre- endida entre 0 e14 anos e acima de 65. l População Produtiva - é a parcela que está em ida- de de trabalhar, ou seja, está inserida entre 15 e 64 anos e subdivide-se em: l População inativa: É a parcela produtiva que, em- bora esteja em idade de trabalhar, não o faz, por exercer outra atividade não remunerada. l População economicamente ativa: É a parcela que, embora tenha qualificação profissional e idade de trabalhar, pode estar ou não trabalhando. l Desempregados: É a parcela da população eco- nomicamente ativa que não tem lugar no mercado de trabalho. l População ocupada: É a parcela da população que realmente produz para o sistema, ou seja, parte da população economicamente ativa que está tra- balhando. O sistema econômico é a reunião de diversos ele- mentos que entram na produção de bens e serviços pa- ra satisfazer as necessidades da sociedade. Como já vimos, os fatores de produção são os elementos mais genéricos que compõem a produção. Eles se encon- tram em todas as mercadorias ou serviços diretamente ou indiretamente (trabalho, recursos naturais, capital, tecnologia e capacidade empresarial). Estes fatores de- vem ser organizados de tal maneira que sua combina- ção resulte na formação de um bem ou serviço. As ins- tituições onde se dão estas combinações são conheci- das como: Unidades Produtoras. A produção econômica pode ser classificada em três categorias: l Bens e Serviços de Consumo: aqueles que satisfa- zem as necessidades das pessoas quando são con- sumidos no estado em que se encontram. Exemplo: alimentos, roupas, cinema, sapatos, etc. l Bens e Serviços Intermediários: são aqueles que sofrem transformação para atingir sua forma definiti- va. Exemplo: trigo, petróleo, ferro, etc. l Bens de Capital: destina-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo. Exemplo: torno mecânico, estradas, máquinas, etc. Como se compõe o Sistema Econômico? O sistema econômico compõe-se de três setores fun- damentais: l Setor Primário: onde acontecem todas as atividades de extração. Pode ser de origem animal, vegetal ou mineral. l Setor Secundário: responsável pela transformação. Neste setor, utiliza-se em maior quantidade o fator de produção capital, combinado com o trabalho. l Setor Terciário: distribuição de tudo o que foi pro- duzido na economia. Basicamente são representa- dos pelos estabelecimentos comerciais, bancos, es- colas, serviços em geral, etc. Como se caracteriza o Sistema Capitalista? Em um sistema capitalista, a maioria dos meios de produção é possuída de modo privado por indivíduose por organizações, não pelo governo. Os indivíduos têm liberdade para vender seus recursos em quantidades que julgarem adequadas e pelo mais alto preço que pu- derem obter. Eles também têm liberdade para gastar sua renda a fim de comprar bens e serviços que maxi- mizem sua satisfação. A concorrência pura ou perfeita supõe a existência no mercado de muitos vendedores e compradores, cada qual muito pequeno para influir no preço dos bens e serviços. As funções do governo são estritamente limitadas à posição para a defesa de al- guns serviços básicos e à imposição de regras gerais para protegerem as liberdades econômicas e políticas. Características das Economias Modernas: l Grande desenvolvimento tecnológico: O uso de mão de obra especializada. Grande quantidade de equipamento, de capital e tecnologia para produzir bens e serviços com um mínimo de treinamento aos empregados. l Grande divisão do trabalho e especialização na produção: Isto permite grandes aumentos em pro- dutividade. l Mercado financeiro desenvolvido: Acesso fácil ao crédito e financiamentos. Em economia e negócios, o preço é o valor monetário expresso numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou patrimônio. O conceito de preço é central pa- ra a microeconomia. É uma das variáveis mais impor- tantes na teoria de alocação de recursos (também cha- mada de Teoria dos Preços). CONCEITO DE POPULAÇÃO NA ECONOMIA 2.7. O SISTEMA ECONÔMICO CLASSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO ECONÔMICA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO 2.8. O SISTEMA CAPITALISTA ECONOMIAS MODERNAS 2.9. PREÇO 175 00 Como se comportam os preços nos Diferentes Tipos de Economia? l Na Economia de Livre Empresa - Somente as mer- cadorias pelas quais os consumidores estão dis- postos a pagar um preço unitário suficientemente alto para cobrir, pelo menos, o custo total da produção é que, no longo prazo, serão ofertadas pelos produto- res. Pagando um preço mais alto, os consumidores podem induzir os produtores a aumentar a quantida- de de mercadoria ofertada em qualquer período de tempo. Por outro lado, uma redução de preço resul- tará em uma redução na quantidade ofertada. l Na Economia Mista - Há interferência do governo (por intermédio de impostos, subsídios, suas próprias despesas, etc.), modifica e substitui a operação do mecanismo de preços como um meio de determinar o que deve ser produtivo. A microeconomia é dividida em: l Teoria do Consumidor - que estuda o comporta- mento das pessoas, quando compram bens e servi- ços. Na Teoria Elementar da Demanda ou Teoria do Consumidor, o consumidor é o agente econômico que necessita de bens e serviços para satisfazer as suas necessidades e o empresário é aquele que pro- duz estes bens ou serviços. l Teoria da Empresa - que estuda o comportamento do empresário, ao produzir os bens e serviços que vendidos aos consumidores. l O que dizia a Teoria Cardinal - Esta teoria afirmava que a utilidade podia ser medida cardinalmente em “utis” e que a utilidade de um bem não era influencia- da pelo consumo de outros bens. A utilidade total da cesta de mercadorias seria igual à soma das utilida- des de cada bem. l O que diz a Teoria Ordinal - Conhecida como Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor, conside- ra que a utilidade é decorrente do consumo combina- do e não individual dos bens. Além disso, a utilidade não é medida mas, sim ordenada. Os economistas Edgewoth, Antonelli, Fischer e Pareto, que deram forma à Teoria Ordinal, ao reconhecer que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, as- similaram que existe uma ordem de preferência ou prio- ridade para qualificar a utilidade. O que vem a ser a Curva da Demanda? - A escala da demanda de um indivíduo mostra as quantidades de uma mercadoria que ele está disposto a comprar e pode comprar, em dado período de tempo, a vários preços alternativos. A Lei da Procura (demanda) nos diz que: “Quanto maior for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada desse bem, contrariamente, quanto menor o preço, maior a quantidade procurada”. Observa-se que a representação de uma Curva da De- manda típica. No eixo das abscissas encontra-se o pre- ço “P” e no eixo das ordenadas encontram-se a quanti- dade “Q”. Observe que quando o preço cai, aumenta a quantidade demandada. No sentido inverso, quando a Demanda aumenta é necessário que o preço caia. Elasticidade em Economia - É a forma de medir o im- pacto na variação relativa ou percentual das quanti- dades procuradas pelos consumidores de um bem, sempre que ocorrer uma variação, relativa ou percen- tual, no rendimento disponível para gastos. Normal- mente existe uma relação direta entre o rendimento e a quantidade procurada, ou seja, o valor da Elasticidade- Preço é positivo. Neste caso falamos de bens normais. Excepcionalmente, existe uma relação inversa entre o rendimento e a quantidade procurada, ou seja, o valor da Elasticidade-Preço é negativo. Neste caso, falamos de bens inferiores. A Elasticidade-Preço estabelece qual a reação dos consumidores em relação a um au- mento ocorrido no preço de determinado bem. Sob o ponto de vista da Elasticidade-Preço, a Demanda pode ser classificada em: l Demanda Elástica: bens cuja Elasticidade-Preço da demanda é maior do que 1 (um); l Demanda com Elasticidade Unitária: bens cuja Elasticidade-Preço da demanda é igual a 1 (um); l Demanda Inelástica: bens cuja Elasticidade-Preço da demanda é menor do que 1 (um). 2.10. TEORIAS DA MICROECONOMIA 2.11. CURVA DA DEMANDA 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 F G H I P Q Curva da Demanda 176 Como são classificados os Bens do ponto de vista do Consumidor? l Substitutos são aqueles que, do ponto de vista do consumidor, podem ser trocados no momento do consumo, proporcionando igual satisfação ou satis- fação semelhante. Exemplo: café substituído pelo chá; carne de vaca por carne de porco, etc. l Complementares quando dois ou mais bens são considerados do ponto de vista do consumidor, quan- do precisam ser consumidos juntos, para que a satis- fação do consumidor seja máxima. Exemplo: pão com manteiga; arroz com feijão, etc. Produção é o ato de produzir coisas para colocar ao mercado. A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, com os produtores que vão ofe- recer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos. A produção pode ser definida como o pro- cesso que combina e transforma os fatores de produ- ção adquiridos pela empresa, visando a criar bens e serviços que serão oferecidos ao mercado. Ela é consti- tuída por um bem econômico e todas as operações que lhe agreguem valor. É a relação técnica entre as quanti- dades empregadas dos fatores de produção e as quan- tidades produzidas do bem ou do serviço. l O que são Custos da Produção? - Na produção o empresário, ao adquirir os fatores de produção, efe- tua despesas para remuneração ou pagamento des- tes fatores. Os custos de produção são apurados pelo cálculo dos gastos dos empresários com os fatores de produção. l O que é Receita da Produção? - É a quantidade pro- duzida multiplicada pelo preço de mercado do bem. A receita mensal de uma empresa é o valor total recebi- do de clientes pelas vendas efetuadas de produção própria ou de mercadorias para revenda ou pelos ser- viços prestados, no mês de referência, sem descon- taras despesas relativas ao desenvolvimento da ati- vidade. l Qual o significado do Lucro? - É o elemento que estimula a atividade empresarial, é a diferença entre os custos de produção e a receita do empresário. O que vem a ser a Curva da Oferta? Os economistas, quando estabelecem uma relação en- tre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado, obtém a Curva da Oferta. A Leia da Oferta nos diz que: “Quanto maior for o pre- ço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem”. Isso significa que existe uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade ofertada desse bem. Como se comporta a Elasticidade-Preço perante a Oferta? A Elasticidade-Preço neste caso mede a reação dos empresários às variações de preço de um determinado bem. Sob o ponto de vista da Elasticidade-Preço, a ofer- ta por ser classificada como: l Oferta com Elasticidade Unitária: é a curva de ofer- ta de bens cuja resposta em termos de produção é proporcional à variação do preço do bem, sendo a Elasticidade-Preço da oferta igual a 1. l Oferta Inelástica: é a curva de oferta de bens, cuja resposta em termos de produção é proporcionalmen- te menor do que a variação do preço do bem, sendo a Elasticidade-Preço menor do que 1. l Oferta Elástica: é a curva de oferta de bens, cuja res- posta em termos de produção, é proporcionalmente maior do que a variação do preço do bem, sendo a Elasticidade-Preço maior do que 1. Observe que a curva de oferta é positivamente inclina- da, demonstrando que uma variação positiva nos pre- ços “P” elevam as quantidades “Q” ofertadas. Por ana- logia, uma queda nos preços resulta numa redução da oferta desse produto. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 P Q Curva da Oferta J K L M O comportamento dos consumidores é usualmente conhecido como Demanda, enquanto que o comportamento dos vendedores (produtores) é conhecido por Oferta. 2.12. A PRODUÇÃO 2.13. CURVA DA OFERTA 177 O termo mercado refere-se a todas as compras e ven- das realizadas no Sistema Econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital, bem como de ser- viços. A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de um sistema econômico, elas formam o mercado, lugar onde se realizam as trocas. Mercado é o encontro da Oferta com a Procura. Existem diversas maneiras de classificar o mercado. Uma delas é quanto à concorrência. O mercado pode ser assim classificado quanto à con- corrência: l Concorrência Perfeita ou Pura: exige um número grande de vendedores e compradores. O produto oferecido neste mercado é homogêneo. Exemplo: feira-livre. l Monopólio: apenas uma empresa vende um produ- to, para o qual não existem bens substitutos. Quando se tem apenas um comprador, chama-se Monopsô- nio. Exemplo: Serviços exclusivos do governo como abastecimento de água, eletricidade, etc. l Oligopólio: onde existe um pequeno número de pro- dutores. Os produtos ou bens produzidos, apesar de perfeitamente substituíveis entre si, são diferencia- dos, permitindo ao consumidor saber exatamente que empresa o produziu. Quando existem poucos compradores chama-se Oligopsônio. Exemplo: Indústria automobilística. Preço de Equilíbrio é o preço onde se igualam as quantidades ofertadas e demandadas no mercado. Preço de Equilíbrio ou de Mercado é aquele cujo valor é igual tanto para a oferta como para a procura. As curvas representativas da oferta e da procura de um mercado expressam uma relação entre preços e quantidades. Apesar disso, ao estudar isoladamente cada uma das curvas, não se pode determinar a quantidade e o preço pelo qual cada bem será comprado e vendido. O equilíbrio “E” acontece com o preço de mercado “P”, representado por 3 (três) e a quantidade de mercadori- as transacionadas (Q), representada por 7 (sete). O mercado de fatores de produção é o conjunto de to- da a oferta e demanda de mão de obra, capital, recur- sos financeiros, etc, com o objetivo de se produzir algu- ma mercadoria ou serviço em uma economia. Esse mercado possui muitas peculiaridades, podendo ser entendido como: O mercado de trabalho é composto pelas pessoas e pelas empresas (agentes que se dispõe a contratar es- sas pessoas). O mercado de trabalho é dinâmico, pois as pessoas estão sempre à procura de empregos melhores e os empregadores procuram empregados mais produtivos. A oferta de mão de obra depende de muitos fatores. A renda das famílias é um desses fatores. Exemplo: Se a pessoa que sustenta a família possuir uma boa renda, haverá um retardo da entrada de mão de obra, pois a subsistência da família estará assegurada. Porém, se a renda é baixa, a oferta de mão de obra ten- de a aumentar. A oferta potencial também varia em fun- ção da renda, mas em sentido oposto. Com o aumento da renda, as famílias acreditam que podem aumentar seu tamanho, o que configura um aumento da oferta po- tencial da mão de obra. A remuneração da mão de obra é o salário. A demanda de mão de obra também possui suas peculiaridades. 3.1. CONCEITO DE MERCADO OS MERCADOS OS MERCADOS OS MERCADOS UNIDADE 3 3.2. CLASSIFICAÇÃO DE MERCADO 3.3. PREÇO DE EQUILÍBRIO MERCADO 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 P Q E Demanda Oferta Curva do Mercado 3.4. MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO 3.4.1. MERCADO DE TRABALHO 178 É óbvio que os compradores desses serviços preferem aumentos da oferta desses serviços, pois pela lei da oferta e demanda podem pagar menos, caracterizando uma economia nos seus custos. Porém, não basta ape- nas quantidade nesse mercado. Exemplo: Para as empresas a qualidade da mão de obra é muito importante, de modo que estão constantemente pres- sionando a população para que esta se qualifique. Para os trabalhadores isso significa mais rendimento na me- dida em que sua produtividade aumenta. Para os em- presários as economias e os ganhos de produtividade mais que superam os custos de salários mais altos. O mercado monetário compreende todas as formas de captação de recursos desde a moeda até as capta- ções via ações, passando pelo sistema de crédito ban- cário. O mercado monetário se caracteriza pela existên- cia de pessoas que possuem valores monetários, que não estão sendo utilizados e, por pessoas que necessi- tam de recursos para aplicarem nas suas atividades. Existem muitas formas de captar os recursos do merca- do financeiro. As empresas podem “abrir seu capital so- cial”, ou seja, colocar ações no mercado financeiro que possibilitem a elas arrecadarem esses recursos. Outras formas são também bastantes comuns, destacando-se os empréstimos e os financiamentos que são diversos na economia. Moeda é todo o instrumento que serve para se interme- diar uma troca. A moeda surgiu com a necessidade de facilitar e incrementar as trocas. Muitos produtos já ser- viram de moeda como, por exemplo, o sal e o couro, po- rém essas formas foram sendo abandonadas na medi- da em que aumentou a necessidade de um sistema mais fracionário e mais durável. As funções da moeda são: l Reserva de valor. l Meio de troca; l Unidade de conta. ´ A Taxa de Juros é o preço do dinheiro no tempo, é o quanto um poupador ou investidor exige para empres- tar o dinheiro e é o quanto o tomador desse recurso está disposto a pagar por ele. O equilíbrio do mercado mone- tário é dado pela taxa de juros. A taxa de juros é a remu- neração da moeda. As instituições cobramum percen- tual pela intermediação, pela distribuição dos recursos entre os que procuram e os que ofertam moeda. Em uma economia onde o governo possui um papel muito forte (como o caso do Brasil) a taxa de juros é in- fluenciada pelo governo. E isso se deve à necessidade do governo de tomar recursos para fazer investimento quando as suas receitas não são suficientes e também para pagar dívidas antigas. E o governo acaba criando uma dívida que pode se tornar muito grande e acabar influenciando a taxa de juros, que seria praticada na economia gerando taxas muito elevadas. O efeito é que pode haver um deslocamento desses recursos, que iri- am para atividade produtiva e acabam sendo utilizados nos títulos da dívida pública. O mercado imobiliário tem função de ajustar a oferta e a demanda por localizações ou por empreendimentos imobiliários, tanto para empresas quanto para famílias. A observação do movimento de preços dos interessa- dos permite que o mercado vença a barreira da limita- ção de terras. Essa limitação causa o que se convencio- nou chamar de especulação imobiliária. Essa especu- lação é em função da dificuldade dos agentes econô- micos conseguirem avaliar corretamente o valor de um imóvel. Ao longo da história vários exemplos de desas- tres ocorreram nas economias por conta dessa dificul- dade.Nos momentos de crise existe uma busca por ati- vos reais e os bens imóveis estão entre os mais procu- rados, porque oferecem uma maior garantia contra a desvalorização, em oposição aos papéis. Pelo seu alto valor sua liquidez (capacidade de venda rápida ou len- ta) é baixa, mostrando que os investimentos nesse mer- cado tendem a ser mais estáveis. A Contabilidade Nacional é um sistema contábil que permite a avaliação da atividade econômica. Nesse sis- tema surgiram as chamadas Contas das Atividades Econômicas e as Contas dos Setores Institucionais, que são subdivididas em: l Conta de Bens e Serviços; l Contas de Produção, Renda e Capital; l Conta das Transações do Resto do Mundo. A Contabilidade Nacional é de suma importância por- que permite que uma nação possa acompanhar o de- senvolvimento da economia e da distribuição da rique- za e da renda nacional, permitindo que o governo reali- ze medidas econômicas voltadas para os setores onde apresentem problemas. As contas nacionais ou sociais são de extrema importância na análise da economia. Pode-se dizer que elas refletem a saúde economica de um país. 3.4.2. MERCADO MONETÁRIO DEFINIÇÃO DE MOEDA TAXAS DE JUROS 3.4.3. MERCADO IMOBILIÁRIO CONTABILIDADE NACIONAL E O GOVERNO 179 O consumo pode ser considerado como a fase final do processo econômico. O consumo é a parte da renda da economia que é efetivamente gasta com produtos e serviços, ou seja, ocorre quando uma pessoa ou em- presa utiliza parte do seu dinheiro gastando-o. Portan- to, o consumo varia positivamente em relação à renda, isto é, o consumo aumenta quando a renda aumenta. Existem algumas diferenças entre o consumo dos agentes econômicos: l Consumo pessoal: consumo para a satisfação das necessidades dos consumidores, tanto por parte dos indivíduos como do governo; l Consumo empresarial: (privado e governamental) é caracterizado pela não utilização direta dos bens, mas pelo aproveitamento das matérias-primas pelas empresas industriais privadas ou estatais. Qual o conceito e a importância da Poupança? A parte da renda não consumida tem o nome de pou- pança. Uma das mais importantes discussões da eco- nomia é quanto ao papel das poupanças. A discussão principal é se as poupanças vêm antes do crescimento da economia e desempenham o papel incentivador do crescimento ou se elas são resultado do crescimento da economia e, portanto, seriam mais um reflexo do que uma fonte de crescimento. A existência de poupança reflete uma capacidade maior de investimento. Qual o papel dos investimentos? São os gastos realizados para aumentar a capacidade produtiva do sistema econômico. Trata-se da aplicação das empresas ou do governo na aquisição de novas ca- pacidades de produção ou capital. Os investimentos realizados por pessoas físicas podem ser classificados como imobiliários (casas, apartamentos, terrenos) ou mobiliários (ações, títulos, etc). O investimento realizado pelo governo é, normalmen- te, em infraestrutura. Esse tipo de investimento atinge todos os setores da economia, sendo portanto, uma ação macroeconômica. Todo investimento deve vir de maneira planejada para que haja desenvolvimento eco- nômico, e que estes investimentos desfaçam os empe- cilhos que mantêm a economia estagnada. O investimento tem um papel crucial para o desenvolvi- mento da economia, quando o investimento cresce, a economia cresce. Mas uma importante questão é como esse investimento está sendo distribuído ao longo da cadeia produtiva e como esse investimento está sendo financiado. São todos os integrantes do processo produtivo, desde a extração da matéria-prima até a comercialização do produto final ao consumidor. No caso da construção ci- vil, os primeiros elos são os fornecedores de madeira e agregados, os fabricantes de cimento, aço, alumínio e os clientes finais, os compradores dos imóveis. Suas inter-relações são chamadas de elos da cadeia, onde um integrante interage com outro. Desta forma, os elos vão se interligando, formando a cadeia. É todo investimento em máquinas, equipamentos e contratação de pessoal que são utilizados na produ- ção. As variáveis que influenciam no nível de investi- mento são: liquidez ou facilidade de obter dinheiro, ren- tabilidade ou oportunidades atrativas, propensão ao consumo ou disponibilidade que as pessoas têm para consumir. Padrão de Vida é o grau de conforto em que vive uma classe de pessoas, em dado momento, em determina- do local. Esse conforto pode ser medido pela soma de utilidades econômicas e serviços à disposição das pes- soas, necessários à sua subsistência e bem-estar. Se houver um aumento na produção, proporcionalmente maior do que o aumento da população, a renda per ca- pita também será maior, implicando num padrão de vida melhor. Isto se acompanhada de uma distribuição de renda mais igualitária, é claro. A renda per capita é um indicador que ajuda a saber o grau de desenvolvimento de um país e, consiste na divi- são da renda nacional (Produto Interno Bruto – PIB me- nos os gastos de depreciação do capital e os impostos indiretos) pela sua população. É um índice muito útil, contudo, por se tratar de uma média, esconde várias disparidades na distribuição de renda. Por exemplo, um país pode ter uma boa renda per capi- ta, mas um alto índice de concentração de renda e gran- de desigualdade social. Também, é possível que um país tenha uma baixa renda per capita, mas não haja muita concentração de renda, não existindo, assim, grande desigualdade entre ricos e pobres. O CONSUMO POUPANÇA INVESTIMENTOS CADEIA PRODUTIVA CAPITAL PADRÃO DE VIDA RENDA PER CAPITA 180 O Consumo Empresarial Privado ou Governamental é também chamado de Consumo Reprodutivo ou Insumo. Renda é toda a remuneração que a economia gera num determinado período. Compreende: l Os salários; l Os juros; l Os lucros; l Receitas diversas. O que significa o Custo de Vida? - Consequência do nível dos preços dos bens e serviços indispensáveis à população. No caso de um aumento generalizado de preços, sem um aumento proporcional nos salários, existirá fatalmente uma queda no poder aquisitivo das pessoas,resultando em queda do Padrão de Vida. As- sim sendo, o Padrão de Vida e o Custo de Vida depen- dem um do outro. O Custo de Vida está condicionado a vários fatores, sendo o mais importante a Inflação. As- sim, um menor Padrão de Vida acontece quando se gasta uma maior parcela da renda com o Custo de vida. A inflação é definida como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado de preços. A inflação vem sendo medida através de diversos métodos. No Brasil, são muito utilizados os seguintes números índi- ces, que são fórmulas matemáticas indicadoras do por- centual de aumento nos preços dos bens e serviços num determinado período de tempo: l Índice do Custo de Vida (ICV): mede a evolução dos gastos de família, com renda até 5 salários mínimos, com as despesas realizadas para que elas supram suas necessidades básicas; l Índice de Preço por Atacado (IPA): considera a evolução dos preços ao nível de comercialização no atacado; l Índice Nacional de Custo da Construção Civil- (INCC): acompanha a evolução dos preços dos ma- teriais, equipamentos e da mão de obra empregados na construção civil; l Índice Geral de Preços-Mercados (IGP-M): média ponderada dos índices anteriores, sendo que o IPA tem peso 6, o ICV peso 3 e o INCC peso 1. É a medida oficial de inflação no Brasil. Dentre as principais consequências da inflação po- demos destacar: l Efeito sobre a distribuição de renda; l Queda na renda do trabalhador; l Concentração da renda; l Diminuição do poder de compra. Balança Comercial ou Balança de Pagamentos é um instrumento da contabilidade social referente à descri- ção das relações comerciais de um país com o resto do mundo. Ela registra o total de dinheiro que entre e sai de um país, na forma de importações e exportações de produtos, serviços, capital financeiro, bem como trans- ferências comerciais. O resultado da diferença entre o volume de recursos que entra menos o volume de re- cursos que sai de um país é o chamado saldo da balan- ça comercial. Este saldo pode ser positivo ou negativo. Efeitos da Inflação sobre a Balança Comercial: l Os preços dos produtos ficam mais caros e dificultam as exportações; l As importações ficam mais baratas; l Diminuição de investimentos pelas empresas, redu- zindo a capacidade produtiva devido ao aumento dos preços e a incerteza quanto ao futuro. A Inflação de Demanda o corre quando a produção não consegue acompanhar o aumento de renda da po- pulação. Uma das causas pode ser pelo crescimento dos meios de pagamentos (aumento de moeda em cir- culação na economia), que não é acompanhado pelo crescimento do produto. Como a demanda é exercida através da moeda, pois é com o dinheiro que as pesso- as realizam suas compras, a inflação de demanda pode ser entendida como excesso de dinheiro na economia. Entretanto, para que a inflação possa ser identificada como de demanda, é necessário que a economia esteja próxima do pleno emprego. Para combater este tipo de inflação, o Governo pode adotar medidas restritivas do consumo: l Política Monetária - que se resume em medidas que visam a reduzir a quantidade de moeda em circula- ção na economia; l Política Fiscal - que consiste em medidas que objeti- vam diminuir a demanda através da carga tributária. Inflação de Custos é o processo gerado pela elevação dos custos de produção, especialmente das taxas de ju- ros, de câmbio, de salários ou dos preços das importa- ções. Esta tem suas causas nas condições de oferta de bens e de serviços da economia assim, a demanda per- manece inalterada, enquanto aumentam os custos de produção, que são repassados para os preços das mer- cadorias. Os oligopólios e monopólios estão associa- dos à inflação de custos. A política econômica mais ado- tada para combater este tipo de inflação é o controle de preços. RENDA CUSTO DE VIDA 3.5. INFLAÇÃO BALANÇA COMERCIAL INFLAÇÃO DE DEMANDA INFLAÇÃO DE CUSTOS 181 Na economia, oligopólio é uma forma evoluída de mo- nopólio, no qual um grupo de empresas promove o do- mínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços. Existem quatro formas básicas de Oligopólio: l Cartéis: é uma forma de oligopólio em que empresas legalmente independentes, geralmente atuantes do mesmo setor, promovem acordos entre si para pro- mover o domínio de certa oferta de produtos ou ser- viços. l Trustes: é uma forma de oligopólio na qual as empre- sas envolvidas abrem mão de sua independência le- gal para constituir uma única organização, com o in- tuito de dominar determinada oferta de produtos. Po- de-se definir Truste também como sendo uma organi- zação empresarial de grande poder de pressão no mercado. l Conglomerado: é uma forma de oligopólio na qual várias empresas atuantes em setores diversos se unem para tentar dominar certa oferta de produtos e/ou serviços, sendo em geral administradas por uma holding. l Holding: Uma holding ou sociedade gestora de par- ticipações sociais é uma forma de oligopólio no qual é criada uma empresa para administrar um grupo de- las, que se uniu com o intuito de promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços. Na holding, essa empresa criada para administrar possui a maioria das ações das empresas componentes de determinado grupo. Essa forma de administração é muito praticada pelas grandes corporações. Inflação Estrutural é o processo gerado por desajus- tes na economia em todos os setores e segmentos, ca- da um contribuindo para a sensação de insegurança, fazendo com que os agentes econômicos reajustem preços visando proteger-se ou ainda para compensar gastos excessivos por desajuste de um segmento como infraestrutura, setor industrial, setor financeiro, setor externo, obsolescência, endividamento. Quais as principais funções do Poder Público? São muitas e complexas as funções que o Estado mo- derno desempenha. No que tange ao aspecto econô- mico-social, a atuação do Poder Público desenvolve três grandes campos de ação: l Ação organizadora e normativa; l Prestação de serviços de forma direta à coletividade; l Distribuição da renda social. As atividades que são desenvolvidas pelo sistema eco- nômico podem ser divididas em duas áreas de atuação: pública e privada. É de responsabilidade do Poder Pú- blico traçar e pôr em ação normas que orientem as deci- sões e o comportamento dos indivíduos, das empresas, enfim, da economia privada, além de organizar a sua atividade própria. Também é papel do governo traçar e definir o grau de relacionamento entre a ação da ativi- dade privada com atividade pública. Características de um Governo Intervencionista. O governo participa investindo e norteando o desenvol- vimento da economia. Praticamente após a II Guerra Mundial todas as economias, em maior ou menor grau, tiveram uma intervenção forte do estado na Economia. Seja através do protecionismo das empresas que ficam isoladas do resto da concorrência pelos estabeleci- mentos de cotas de importação, seja por barreiras sani- tárias ou pelos subsídios. O Brasil pode-se dizer que tem um governo intervencionista e controlador da eco- nomia, seja pela política econômica, seja pela partici- pação do estado em empresas, as Estatais. Assim o governo, através das estatais, possuiu recur- sos naturais, tem capital próprio, contrata e fornece ser- viços, investe, produz bens e serviços da dinâmica do aparelho produtivo, contribui para a formação do pro- duto nacional e da renda nacional, consome e gasta, enfim, participa de toda a dinâmica do sistema econô- mico. Outro exemplo de economias intervencionistas são as economias socialistas e comunistas, como Cu-ba, China e Rússia. OLIGOPÓLIO INFLAÇÃO ESTRUTURAL 3.6. O PODER PÚBLICO “A inflação é o pior inimigo da sociedade. Ela castiga os pobres, os que não têm instrumento de defesa contra seus terríveis efeitos. Ela não confisca apenas o salário: confisca o pão” 182 O liberalismo defende uma sociedade caracterizada pela livre iniciativa integrada num contexto definido. Tal contexto geralmente inclui um sistema de governo de- mocrático, o primado da lei, a liberdade de expressão e a livre concorrência econômica. Adam Smith é considerado como o mais famoso dos pensadores liberais. O escocês expôs a teoria de que os indivíduos poderiam estruturar a sua vida econômi- ca e moral sem se restringirem às intenções do Estado e pelo contrário, de que as nações seriam tanto mais fortes e prósperas quanto mais permitissem que os indi- víduos pudessem viver de acordo com a sua própria ini- ciativa. Defendeu o fim das regulações mercantis e feu- dais dos grandes monopólios estatais ou similares e é encarado como o defensor do princípio do “laissez- faire” - o governo não deveria tomar posição no funcio- namento livre do mercado. Adam Smith desenvolveu uma teoria de motivação pe- la qual tentou conciliar o interesse egoísta individual com a desordem social. O seu famoso trabalho, a Ri- queza das Nações (1776), tentou explicar como o mer- cado com certas precondições naturalmente se autor- regularia por intermédio da agregação das decisões individuais e produziria mais eficientemente do que os pesados mercados regulados, que eram a norma no seu tempo. As suas premissas eram as de que o papel do governo não deveria ter uma intervenção em áreas onde o lucro não poderia ser a motivação, e prevenir que os indiví- duos usassem da força ou fraude para alterarem a livre competição, comércio e produção. Adam Smith defendia que os governos deveriam ape- nas intervir fiscalmente em áreas onde as mesmas não tivessem impacto nos custos econômicos, argumen- tando que era a produção de capital e não o total de ou- tro que representava a “riqueza” de uma nação. Quais as principais Ações Públicas do Governo? l Manter a segurança; l Construir escolas, estradas, edifícios públicos, infra- estrutura; l Educar a população; l Organizar a saúde pública, o sistema de abasteci- mento, o sistema de comunicação; l Organizar empresas públicas e de economia mista e; l Equilibrar a conjuntura econômico-social, tanto na área privada, quanto na própria pública. Subsídios governamentais fornecidos a empresas (co- mércio e indústrias) possuem o intuito de baixar o preço final dos produtos vendidos por tais companhias, para que estes produtos possam competir com produtos pro- duzidos em outros países, que produzem estes mes- mos produtos a preços menores (entre outras razões, por causa dos menores custos de mão de obra e de di- ferenças de taxas cambiais). Governo Liberal - O governo, teoricamente, não parti- cipa da economia, e deve deixar que as próprias forças do mercado encontrem e resolvam seus problemas. São governos que têm como orientação o Liberalismo Econômico. Na prática estes governos não existem, pois todos os países que têm este discurso, EUA e In- glaterra, são intervencionistas em sua própria econo- mia e pregam o liberalismo para os outros, pois têm um discurso liberalizante, no entanto protegem ferrenha- mente seus mercados com políticas protecionistas. Teoricamente, uma economia sem gastos de governo pode ser assim representada: Y = C + I Ou seja, a renda é igual à soma dos consumos mais o investimento. Entretanto, se acrescentarmos à equa- ção anterior os dispêndios do governo, teremos: Y = C + I + G Consequentemente, o nível de renda é igual ao consu- mo, acrescido do investimento e dos gastos governa- mentais. O Estado moderno realiza um bom nível de gastos, razão pela qual a sua atividade influi bastante no comportamento da economia global do sistema eco- nômico. Y = Renda C = Consumo I = Investimento Y = Renda C = Consumo I = Investimento G = Governo LIBERALISMO Adam Smith (1723-1790) “Onde quer que predomine o capital, prevalece o trabalho; onde quer que predomine a renda, prevalece a ociosidade.” 183 Quais as Normas de Ação do Poder Público? A ação normativa do Poder Público é expressa a partir da Constituição Brasileira, das leis em geral, dos decre- tos, das normas, etc. O Conselho Monetário Nacional, quando deseja corrigir ou orientar certas tendências do sistema monetário financeiro, baixa normas de ação. A ação normativa do governo se estende a todos os ele- mentos da estrutura sócio-econômica-cultural do país. Exemplo: Educação, transporte, saúde, mercado, in- vestimento, produção nacional, exportação, distribui- ção da renda social, segurança, etc. Via de regra, a ação normativa do governo atua no sentido de estimular ou desestimular o comportamento de certos elementos da conjuntura econômica, pretendendo, com isso, ori- entar e conduzir a economia nacional e manter a mes- ma em equilíbrio. Exemplo: Os incentivos fiscais, o PIS, o PASEP, o FG- TS, a maior ou menor pressão tributária, a criação da taxa sobre o turismo internacional, etc. Toda ação nor- mativa do governo é institucionalizada. No caso brasi- leiro ela emana dos Poderes Legislativo Federal, Esta- dual e Municipal, e Órgãos com delegação de compe- tência, tais como: SUNAB, CMN, CACEX, Banco Cen- tral do Brasil, etc. A economia é planejada tendo em vista o desenvolvi- mento econômico e, para atingir tal objetivo, os gover- nos lançam planos estratégicos de desenvolvimento, baseados em ações organizadas macroeconômicas visando antecipar necessidades futuras e criar o bem- estar social juntamente com o desenvolvimento econô- mico. O Plano Plurianual (PPA) é responsável pelo diagnóstico, pela análise, pelo planejamento, pela im- plementação de programas de ação e pelo controle da execução da atividade sistêmica de uma nação. É a ação organizadora que dá o efeito, o estilo e, até mesmo, cria o modelo de economia nacional. Abrange a sistematização de atividades, tanto do Poder Privado, quanto do próprio Poder Público. Você pode ler o PPA no site: http://www.planobrasil.gov.br/PL_revisao.htm. O Plano de Metas, o Plano Trienal, o PAEG, o Plano De- cenal, o PED, e o I e II Plano Nacional de Desenvolvi- mento são documentos representativos da ação organi- zadora da atividade conjuntural brasileira. Quais são os Agentes Distribuidores da Renda Social? Entende-se por distribuidor da renda social o empe- nho, despendido pelo Poder Público e pela iniciativa pri- vada, no sentido de distribuir de forma mais equitativa a renda nacional àqueles que participaram direta ou indi- retamente na sua formação. No momento, o Brasil está fortemente empenhado em solucionar este sério pro- blema, que envolve todos os países subdesenvolvidos e alguns países em fase de desenvolvimento. A distribuição da Renda Social pode se dar: l de forma direta, através de salário, 13º salário, abo- no familiar, férias remuneradas, bônus sobre produ- ção, etc. l de forma indireta, através de PIS, PASEP, FGTS, INPS, bolsa de educação, bolsa família, distribuição de cestas básicas, etc. Como se vê, é uma tarefa de alto significado social e econômico. Quem são os responsáveis pela Produção de Bens e Serviços? Já foi visto anteriormente que o Poder Público, com igualdade de condições à iniciativaprivada, é um agen- te produtor de bens e serviços e proprietário de inúme- ros fatores. Exemplos: l Bens produzidos pelo Poder Público: estradas, escolas, edifícios públicos, viadutos, pro- dutos de consumo intermediário e final. l Serviços produzidos pelo Poder Público: ensino, segurança, justiça, abastecimento de água, saneamento, saúde. Desta maneira o Poder Público participa decisivamen- te na produção do Produto Interno Bruto (PIB) e da Ren- da Nacional, bem como da Oferta Global. Quem são os Agentes Consumidores de Bens e Serviços? O Poder Público é um grande consumidor de bens e serviços, produzidos por si mesmo ou adquiridos da iniciativa privada. Fácil se torna entender que, sendo o Governo um agente produtor, necessita de insumos, de serviços, enfim, de fatores de produção. Com isso, ele está consumindo e participando da de- manda Nacional. Além disso, para cumprir com seus encargos sociais e econômicos, ele necessita consu- mir, daí porque ele se torna agente consumidor de bens e serviços. ATENÇÃO! PROGRAMA PLURIANUAL - PPA 184 Como são representadas as Despesas Governamentais? Para atender a todos esses encargos, o Poder Público realiza as chamadas Despesas Governamentais que s representam os gastos, ou os dispêndios do governo, para que ele possa pagar o seu consumo e fazer o seu investimento. As despesas de consumo estão relacio- nadas com o custeio de serviços e a formação bruta de capital com novas obras, aquisição de equipamentos e com a conservação e reposição de ambos. O Poder Público, para poder pagar os seus dispêndios, exerce certa pressão tributária, também chamada por carga tributária, sobre o Poder Privado, e, com isso, obtém a renda (parte da renda nacional) necessária a esse custeio. Em outras palavras, o Poder Público parti- cipa compulsoriamente da renda nacional, tributando direta e indiretamente a economia privada. l Os tributos diretos são os que incidem sobre rendas da propriedade, ordenados e salários, no momento em que os mesmos são percebidos pelas pessoas físicas e jurídicas. Exemplo: imposto de renda (IR); l Os tributos indiretos (impostos) incidem sobre as mercadorias transacionadas. Exemplo: imposto so- bre circulação de mercadorias (ICMS); l As taxas são os pagamentos por serviços prestados pelo Estado. Exemplo: correio, telégrafo, água, etc. O Desenvolvimento Econômico é o resultado das ações políticas do Governo através de seus órgãos e de seus Planos Plurianuais. São três as causas próximas do desenvolvimento econômico: l A atividade econômica; l A acumulação do conhecimento; l O aumento de capital. Define-se crescimento (ou desenvolvimento) econômi- co como um acréscimo, ao longo do tempo, da produ- ção per capita de bens materiais. Pode-se dizer tam- bém que o progresso econômico pode ser definido co- mo uma melhoria de bem-estar econômico. São cinco as etapas do desenvolvimento: l 1ª Etapa: A Sociedade Tradicional. Trata-se de uma economia que não evolui, não cresce. Não há mu- danças estruturais na economia, na cultura, na políti- ca, na sociologia da nação. É uma sociedade que não reage economicamente. l 2ª Etapa: As pré-condições para o arranco. A socie- dade tradicional serve de ponto de partida e, a partir dela, iniciam-se os primeiros movimentos para a mu- dança, que tem, entre outras, as seguintes caracte- rísticas: cresce a infraestrutura, há gestão e mobili- zação de consciências, são criados mercados regio- nais, a conjuntura inicia vibrando intensamente. l 3ª Etapa: Arranco (take-off). É a fase do crescimento normal, onde a sociedade arranca para o desenvol- vimento. Vejamos algumas das características da fa- se: posição de arranco, decolagem desenvolvimen- tista, industrialização intensa, diversificação econô- mica, consolida-se o mecanismo do desenvolvimen- to, desenvolve-se o associativismo, iniciam-se as re- lações internacionais, há uma forte política educa- cional. l 4ª Etapa: A marcha para a maturidade. Nesta altura do processo, o país já está interessando na maturi- dade econômica. É capaz de produzir e consumir em massa. Há o florescimento tecnológico e o amadure- cimento global da economia. A população ativa, a renda per capita, o Produto Nacional Bruto (PNB), en- fim, todos os elementos da conjuntura se realizam em níveis “ótimos”. l 5ª Etapa: A era do consumo em massa. Os setores lí- deres se transferem para os produtos duráveis de consumo e de serviços. A renda real por pessoa au- mentou a tal ponto que um maior número de pessoas conseguiu como consumidores, ultrapassar as ne- cessidades mínimas e básicas: modificou-se a estru- tura da força de trabalho. É alto o grau de bem-estar social. É bom o grau de distribuição da renda social. Há grandes transformações tecnológicas. As taxas de crescimento dos principais setores são elevadas. O homem e a sociedade constituem a meta do desen- volvimento. Assim é que o processo desenvolvimento busca: l A elevação do padrão de vida; l O bem-estar social; l O crescimento racional da conjuntura econômico-so- cial; l A estabilidade econômico-político-administrativa da Nação. CARGA TRIBUTÁRIA 3.7. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO 185 Quais as Coordenadas Sociológicas do Desenvolvimento? l Transformação Ecológico-profissional - Enten- dendo-se por um processo cumulativo e acelerado de urbanização e por uma redistribuição profissional (transformação de ambiente de trabalho, estratifica- ção social, mobilidade social). l Transformações Demográfico-familiares - Envol- vendo a trajetória do fator demográfico e dos grupos familiares através dos tempos, face às modificações estruturais e sociais. l Transformações Ideológico-culturais - Onde são analisadas as variáveis: ideologia, sociologia e cul- tura no decorrer da história. l Depreciação: é o valor de mercado do capital consu- mido na obtenção de um produto corrente. l Investimento Bruto (IB): soma de todo o dispêndio do setor privado em novas instalações, máquinas e adições ao estoque durante um ano. l Investimento Líquido (IL): soma do dispêndio bruto do setor privado, menos a depreciação. l Padrão Ouro: sistema monetário no qual a unidade monetária de cada país está lastreada em ouro. Foi encerrado em 1973. l Produto Nacional Bruto (PNB): valor total de mer- cado de todos os bens finais e de serviços produzidos em uma economia durante um ano. l Produto Nacional Líquido (PNL): valor de mercado de todos os bens finais e serviços produzidos em uma economia durante um ano, ao alcance da sociedade para seu consumo ou adição ao estoque de capital. l Produto Real: na conta da renda nacional é a produ- ção agregada medida em unidade monetária cons- tante. l Renda Nacional: soma da renda dos (ou pagamen- tos aos) fatores de produção. Mede o custo para eco- nomia obter o produto final durante um ano. l Renda Pessoal Disponível: nas contas da renda nacional é a soma da renda que as famílias têm para dispender, depois do pagamento dos impostos pes- soais. l Renda Pessoal: nas contas da renda nacional, é a soma da renda familiar durante um ano, antes do pa- gamento dos impostos pessoais. l Sistema de Taxa de Câmbio Fixa: sistema em que as moedas domésticas e estrangeiras são fixadas. l Sistema de Taxa de Câmbio Flexível: a taxa de câmbio flutua livremente para encontrar seu nível de equilíbrio na intersecção das curvas de demanda e de oferta do mercado de divisas. l Sistema Monetário Internacional:
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