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Brasília 
2014 
 
 
 
 
Língua Brasileira de Sinais - Libras: Curso Básico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WWW.IFB.EDU.BR 
Campus Asa Norte 
Endereço: SGAN 610, Módulos D, E, F e G, Asa Norte 
TEL: (61) 2103-2154 
CEP: 70860-1000 - BRASÍLIA, D 
Campus Taguatinga 
Endereço: QNM 40, Área Especial nº 01, 
Taguatinga/DF - CEP 72146-000 
 
 
 
 
Brasília 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIBRAS 
Língua Brasileira de Sinais 
Curso Básico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2014 
 
 
 
 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... .6 
EDUCAÇÃO DOS SURDOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E INSTITUCIONAIS ....... 7 
ASPECTOS INSTITUCIONAIS ................................................................................ 9 
LEI DE LIBRAS ........................................................................................................ 13 
UNIDADE 1 
ALFABETO MANUAL ............................................................................................ 16 
PERSONALIDADES / SINAIS ................................................................................ 17 
NUMERAIS CARDINAIS ........................................................................................ 18 
NUMERAIS ORDINAIS .......................................................................................... 18 
SAUDAÇÕES ........................................................................................................ 19 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 20 
GRAMÁTICA ......................................................................................................... 22 
UNIDADE 2 
SINAIS DE CALENDÁRIO ..................................................................................... 25 
DINÂMICA / SINAIS ............................................................................................... 25 
ADVÉRBIOS DE TEMPO / DIAS DA SEMANA . .................................................... 25 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 27 
EXPRESSÃO FACIAL E TIPOS DE FRASES EM LIBRAS .................................... 28 
USO DE EXPRESSÕES FACIAIS ............................................................................ 28 
TIPOS DE FRASES EM LIBRAS .............................................................................. 29 
EXPRESSÃO FACIAL E TIPOS DE FRASES EM LIBRAS / VOCABULÁRIO. ....... 29 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 31 
GRAMÁTICA ......................................................................................................... 34 
UNIDADE 3 
SINAIS DE RELAÇÕES DE PARENTESCO/ FAMÍLIA .......................................... 37 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 38 
UNIDADE 4 
SINAIS DE VALORES MONETÁRIOS ................................................................... 42 
VALORES MONETÁRIOS ........................................................................................ 42 
CENTAVOS ............................................................................................................... 42 
REAL ......................................................................................................................... 42 
SINAIS DE OPERAÇÕES ARITMÉTICAS ............................................................. 45 
EXERCÍCIO ........................................................................................................... 45 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 46 
EXERCÍCIO ........................................................................................................... 48 
UNIDADE 5 
SINAIS DE MATERIAIS ESCOLARES................................................................... 50 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 50 
SINAIS DE MEIOS DE TRANSPORTES ................................................................ 51 
SINAIS DE MEIOS DE COMUNICAÇÕES ............................................................. 51 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 52 
EXERCÍCIO ........................................................................................................... 53 
UNIDADE 6 
 
 
SINAIS DE PALAVRAS ANTÔNIMAS.................................................................... 55 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 55 
PARÂMETROS DA LIBRAS .................................................................................. 56 
NÍVEL MORFOLÓGICO EM LIBRAS ..................................................................... 59 
EXERCÍCIO ........................................................................................................... 60 
UNIDADE 7 
SEMÂNTICA EM LIBRAS ...................................................................................... 63 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 64 
SINAIS DE CORES. ............................................................................................... 65 
SINAIS DE ANIMAIS. ............................................................................................. 65 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 66 
UNIDADE 8 
CLASSIFICADORES EM LIBRAS ......................................................................... 68 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 72 
UNIDADE 9 
SINAIS DE ALIMENTOS ........................................................................................ 74 
FRUTAS .................................................................................................................... 74 
VERDURAS E LEGUMES......................................................................................... 74 
CARNES ................................................................................................................... 75 
SINAIS DE ESPORTES ......................................................................................... 75 
SINAIS DE SAÚDE ................................................................................................ 76 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 77 
UNIDADE 10 
SINAIS DE ESTADOS DO BRASIL ........................................................................ 80 
SINAIS DE PONTOS TURÍSTICO ......................................................................... 81 
ATIVIDADES ......................................................................................................... 81 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
A linguagem deve ser entendida como uma faculdade que distingue o homem 
dos outros animais. Ela se relaciona aos sistemas simbólicos e é objeto de estudo da 
semiologia ou semiótica. Portanto, a linguagem tem conotação bem mais abrangente 
que a língua. 
 
 A língua é a forma de realização da linguagem, é um sistema utilizado como 
instrumento na comunicação. Uma língua pode se apresentar na modalidade oral-
auditiva ou visual-motora, dependendo da forma como a articulação é percebida pelos 
interlocutores.A língua portuguesa é um a língua oral-auditiva porque é emitida na 
forma de som e captada pela audição. As línguas de sinais são visual-motoras porque 
são emitidas em forma de sinais e captadas pela visão. 
 
LIBRAS, ou Língua Brasileira de Sinais, é a língua da comunidade surda 
brasileira e pode ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação 
com essa comunidade. Como língua, possui todos os componentes pertinentes às 
línguas orais, como gramática, semântica, pragmática, sintaxe e outros elementos, 
preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser considerada instrumental 
linguístico de poder e força. Possui, também, todos os elementos classificatórios 
identificáveis de uma língua e demanda de prática para seu aprendizado, como 
qualquer outra língua. 
 
Foi na década de 60 que as línguas de sinais foram estudadas e analisadas, 
passando então a ocupar um status de língua. É uma língua viva e autônoma, 
reconhecida pela linguística. 
 
 
Prof.ª Ms. Rosana Cipriano Jacinto da Silva 
APADA/DF – SEEDF 
 
7 
 
EDUCAÇÃO DOS SURDOS: ASPECTOS HISTÓRICOS E INSTITUCIONAIS 
 
Prof.ª Ms. Rosana Cipriano Jacinto da Silva 
 
 
Aspectos históricos da educação dos surdos 
 
 
‘Para os navegantes com desejo de vento, a memória é um ponto de 
partida.’ 
 Eduardo Galeano 
 
 A trajetória social das pessoas surdas sempre esteve dialeticamente implicada 
com a concepção de homem e de cidadania ao longo do tempo. A rigor a história da 
educação de surdos no Brasil é um pequeno capítulo da longa história em todo o 
mundo. Nas civilizações grega e romana, por exemplo, as pessoas surdas não eram 
perdoadas, sua condição custava-lhes a vida. Posteriormente, há o reconhecimento 
de que não há surdez absoluta e que os restos auditivos podem ser utilizados e 
desenvolvidos. No entanto, as pessoas surdas, ao longo do caminho, enfrentam o 
descrédito, o preconceito, piedade e loucura. 
 
 Em 637 d.C., o bispo John of Bervely ensina um surdo a falar de forma clara, e 
o acontecimento é considerado um milagre. No entanto, assim como muitas 
metodologias e técnicas ficaram perdidas no tempo, está também perde-se, e a igreja 
toma para si a autoria do feito. No século XVIII, surgem os primeiros educadores de 
surdos: o alemão Samuel Heineck (1729-1970), o abade francês Charles Michel de 
L’Epee (1712-1789) e o inglês Thomas Braidwood (1715-1806). Esses autores 
desenvolveram diferentes metodologias para a educação da pessoa surda. 
 
 Em 1755, em Paris, o abade L’Epee funda a primeira escola pública para o 
ensino da pessoa surda. O português Jacob Rodrigues Pereira, na França, 
desenvolve o método de ensino da fala e exercícios auditivos com reconhecido 
sucesso. Em Milão, Itália, em 1880, realiza-se o Congresso Internacional de Surdo 
Mudez, ficando definido que o Método Oral é o mais adequado para ser adotado na 
educação do surdo. Nesse congresso, a visão oralista defende que só através da fala 
o indivíduo surdo poderá ter seu desenvolvimento pleno e uma perfeita integração 
social. Desse modo, o domínio da língua oral torna-se condição básica para sua 
aceitação em uma comunidade majoritária. 
 
 Segundo Skliar (1997b: 109), existiram dois grandes períodos na história da 
educação dos surdos: ‘Um período prévio, que vai desde meados do século XVIII até 
a primeira metade do século XIX, quando eram comuns as experiências educativas 
por intermédio da Língua de Sinais, e outro posterior, que vai de 1880, até nossos 
dias, de predomínio absoluto de uma única ‘equação’, segundo a qual a educação dos 
surdos se reduz à língua oral. ’ 
 
 No Brasil, a educação dos surdos é iniciada com a chegada do francês Ernest 
Huet, em 1855, no Rio de Janeiro. O professor Ernest organiza a escola para 
educandos surdos, num momento social em que tais indivíduos não eram 
reconhecidos como cidadãos. 
8 
 
 
 Durante muito tempo as discussões a respeito da Educação de Surdos são 
impregnadas de uma visão médico-clínica. 
 A equivalência ao ouvinte ainda tem sido o objetivo da educação dos surdos 
priorizando o ensino da fala como centralidade do trabalho pedagógico oferecido. A 
metodologia é pautada no ensino de palavras e tais atitudes respaldam-se na 
alegação de que o surdo tem dificuldade de abstração. Aprender a falar tem um peso 
maior do que aprender a ler e a escrever. 
 Na educação das pessoas surdas, essa postura foi assumida pela filosofia 
oralista, que acredita na normalização, preconizando a integração e o convívio dos 
portadores de surdez com os ouvintes somente através da língua oral. Assim, o surdo 
é considerado como deficiente auditivo e deve ser curado, corrigido, recuperado. Com 
a valorização da modalidade oral, o oralismo tornou-se hegemônico, e a linguagem 
de sinais considerada ‘tradicional’ e ‘a científica’. Segundo esta visão a utilização de 
sinais levaria a criança surda à acomodação e a desmotivaria para a fala, 
condenando-a a viver numa subcultura. 
 
 O caráter decisivo do congresso de Milão, em que diretores renomados de 
escolas da Europa propuseram acabar com o gestualismo e priorizar a palavra viva, 
não caracterizou nem a última, nem a primeira oportunidade em que se decidiram 
políticas similares. Segundo pesquisadores, o congresso constituiu não o começo da 
ideologia oralista, senão sua legitimação oficial. Skliar argumenta ainda, que todas 
essas transformações foram produtos de interesses políticos, filosóficos e religiosos e 
não educativos. Afirma ainda que essa concepção, em que a educação é subordinada 
ao desenvolvimento da expressão oral, enquadra-se com perfeição no modelo clínico 
terapêutico da surdez, valorizando a patologia, o déficit biológico. 
 
As consequências dessa filosofia educacional, o oralismo, podem ser 
observadas por meio dos resultados de pesquisas e do esmagador fracasso 
acadêmico em que o surdo está inserido. Estudos realizados pela Universidade de 
Gallaudet, em 1972, revelaram que o nível de leitura dos surdos de 18 anos em 
escolas secundárias nos EUA era equivalente à quarta série. “O oralismo e a 
supressão do Sinal resultaram numa deterioração dramática das conquistas 
educacionais das crianças surdas e no grau de instrução do surdo em geral. 
Muitos dos surdos hoje em dia são iletrados funcionais. Um estudo realizado pelo 
Colégio Gallaudet em 1972 revelou que o nível médio de leitura dos graduados surdos 
de dezoito anos em escolas secundárias nos Estados Unidos era equivalente apenas 
à quarta série; outro estudo, efetuado pelo psicólogo britânico R. Conrado, indica uma 
situação similar na Inglaterra, com os estudantes surdos, por ocasião da graduação, 
lendo no nível de crianças de nove anos (...). (SACKS, 1990, p. 45) 
 No Brasil é constatado que a grande maioria dos surdos não fala bem, não faz 
leitura labial, nem tampouco participa com alguma naturalidade da interação verbal, 
pois há uma discrepância entre os objetivos do método oral e os ganhos reais da 
maioria dos surdos: mínimo conhecido de polissemia linguística. Apenas uma 
pequena parcela da totalidade de surdos apresenta habilidade de expressão e 
recepção verbal razoável. Os profissionais e a comunidade surda reconhecem as 
defasagens escolares, impedindo o surdo adulto de competir no mercado de trabalho. 
Em todo o Brasil, é comum terem surdos com muitos anos de vida escolar nas séries 
iniciais sem uma produção escrita compatível com a séries, além de defasagens em 
outras áreas. 
9 
 
 “Através da pesquisa realizada por profissionais da PUC do Paraná em convênio 
com o CENESP (Centro Nacional de Educação Especial) publicada em 1986 em 
Curitiba, constatou-se que o surdo apresenta muitas dificuldades em relação aos pré-
requisitos quanto à escolaridade, e 74% não chega a concluir o 1º grau. Segundo a 
FENEIS, o Brasil tem aproximadamente 5% da população surda total estudando em 
universidades e a maioria é incapaz de lidar com o português escrito. (FENEIS, 1995, 
p. 07)” 
 
 Enfim, essa realidade de fracasso é resultadode uma gama complexa de 
representações sociais, sejam históricas, culturais, linguísticas, políticas: 
‘(...) o fracasso é resultado de uma pressão metafísica que se exerce sobre os sujeitos 
especiais: eles são presos por uma falsa concepção ideológica/ pedagógica, estão 
condicionados a respirar através de falsas representações sociais reguladas por 
meios de normas e hábito medievais, não podem se comunicar, pois têm que aprender 
a superar a deficiência e ser iguais aos demais – onde estão e quais são os demais? 
– em vez de jogar repetem, em vez de mover-se exercitam-se.’ (SKLIAR, 1996) 
 
A partir das considerações de tais realidades e dos resultados apresentados 
pelos surdos, apresenta-se o bilinguismo e as questões implicadas nessa proposta 
educacional com o objetivo de subsidiar aos leitores a reflexão sobre o ensino da 
pessoa surda. 
 
A necessidade de se respeitar e garantir os direitos de educação bilíngue é 
condição indispensável para os surdos, pois a aquisição da linguagem é de 
fundamental importância para o desenvolvimento humano, cognitivo, cultural, social, 
afetivo e psicológico. 
O bilinguismo é uma proposta de ensino que preconiza o acesso a duas línguas 
no contexto escolar, considerando a língua de sinais como língua natural e parte desse 
pressuposto para o ensino da língua escrita. A proposta bilíngue busca resgatar o 
direito da pessoa surda de ser ensinada em sua língua, a língua de sinais, levando 
em consideração os aspectos sociais e culturais em que está inserido. “(...) respeitar 
a pessoa surda e sua condição sociolinguística implica considerar seu 
desenvolvimento pleno como ser bicultural a fim de que possa dar-se em um processo 
psicolinguístico normal. (SKLIAR et al., 1995, p.16) 
 
 
Aspectos institucionais 
 
‘A educação é direito de todos e dever do Estado e da 
família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.’ 
Constituição da República Federativa do Brasil, III, Art. 205 
 
Do ponto de vista institucional, muitas são as garantias do cidadão no que se 
refere ao Capítulo da Educação Nacional, em face das determinações da Constituição 
de 1988. Quando se trata de educação especial, educação para portadores de 
necessidades especiais, esse direito é garantido por legislação específica, sendo 
10 
 
crucial conhecê-la, para que seja devidamente adotada, e mesmo modificada, em face 
das necessidades colocadas pela experiência e pelo desenvolvimento sócio histórico. 
 
Considere-se, como ponto de partida, a definição de educação especial 
formulada pelo Conselho Nacional de Educação, nas Diretrizes Curriculares para a 
Educação Especial: 
 
 ‘Por Educação Especial, modalidade de educação escolar, entende-se como um 
processo educacional que se materializa por meio de um conjunto de recursos e 
serviços educacionais especiais, organizados para apoiar, complementar, 
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de 
modo a garantir a educação formal e promover o desenvolvimento das 
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais 
especiais, diferentes das da maioria de crianças e jovens, em todos os níveis e 
modalidades de educação e ensino.’ 
 
Nessa definição, estão apontados aspectos fundamentais relativos às práticas 
educacionais a serem dirigidas às Pessoas Com Deficiência (PCD) destacando-se: 
 
 A adoção de recursos e serviços educacionais no sentido de proporcionar 
condições favoráveis ao processo educacional, em face das especificidades dos 
educandos; 
 A abrangência das ações, que devem se desenvolver nos diferentes níveis e 
modalidades de educação e ensino. 
 
Como princípio norteador, tem-se a concepção de uma escola inclusiva, que 
garanta o atendimento à diversidade humana. Para tanto, a legislação prevê que os 
serviços de educação sejam ofertados no ensino regular (...), em classes comuns, ou 
em classes especiais em qualquer etapa ou modalidade da educação básica, devendo 
as escolas oferecer em sua organização: 
 
I. Atividades em classes comuns: 
a. Com professores capacitados para o atendimento às necessidades 
educacionais especiais dos alunos; 
b. Com o apoio de professor de Educação Especial e, se for o caso, do 
intérprete de língua brasileira de sinais/ língua portuguesa, em concordância 
com o projeto pedagógico da instituição; (...) 
 
II. Serviços de apoio pedagógico especializado, complementado também em 
salas de recursos, em turno diverso, em classes hospitalares, no atendimento 
domiciliar, ou outros espaços definidos pelo sistema de ensino (...). 
 
Tais procedimentos se tornam especialmente relevantes no atendimento às 
necessidades escolares do surdo, que pode escolher efetivar sua educação por meio 
da língua portuguesa e da língua de sinais, com base em seu histórico de vida e na 
opção dos pais e do próprio educando. Para tanto, as escolas devem ter condições 
de elaborar sua proposta político-pedagógico e contar com professores capacitados e 
especializados. 
 
11 
 
A formação de professores deverá desenvolver-se em ambiente acadêmico e 
institucional especializado, promovendo a investigação dos problemas dessa 
modalidade de educação, buscando oferecer soluções teoricamente fundamentadas 
e socialmente contextualizadas. Devem ser utilizados métodos e técnicas que 
contemplem códigos e linguagens apropriados às situações específicas de 
aprendizagem, incluindo-se, no caso de surdez, a capacitação em Língua Portuguesa 
e em Língua de Sinais. Nos casos de cegueira, a capacitação no código Braille; nos 
casos de surdo-cegueira, a capacitação para o uso de Língua de Sinais digital. 
 
Dessa forma, devem ser consideradas as situações singulares, os perfis dos 
estudantes, as faixas etárias, assegurando-se o atendimento de suas necessidades 
educacionais especiais, a fim de que tenham a oportunidade de realizar com maior 
autonomia seus projetos, afirmando sua identidade cultural e promovendo o 
desenvolvimento social. 
 
As ações direcionadas para a atendimento a essas necessidades recebem 
ainda respaldo na Lei Federal no. 9.394, de 20/12/96, Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, conhecida como Lei Darcy Ribeiro. No Art. 59, são definidas as 
condições a serem asseguradas aos educandos com necessidades especiais pelos 
sistemas de ensino. 
 
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para 
atender às suas necessidades; 
II - Terminal idade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido 
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e 
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; 
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para 
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados 
para a integração desses educandos nas classes comuns; 
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em 
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de 
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, 
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora; 
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis 
para o respectivo nível do ensino regular. 
 
A educação dos surdos constitui, portanto, um tema de interesse para a 
sociedade, o que se evidencia no âmbito institucional, em face da legislação vigente. 
Na perspectiva da inclusão, esse respaldo se configura ainda em termos do acesso 
gratuito ao ensino fundamental, e ao ensino médio, este último a ser implantado 
progressivamente, conforme determina a Constituição da República Federativa do 
Brasil, em seu artigo 208o, que estabelece que os deveres do Estado com a educaçãoserá efetivado mediante a garantia de: 
 
I. Ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta 
gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria. 
II. Progressiva universalização do ensino médio gratuito. 
 
12 
 
A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 estabelece normas gerais e 
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de 
deficiência ou com mobilidade reduzida. No Capítulo VII, Art. 17 e 18 estabelece a 
promoção, por meio do Poder Público, da eliminação das barreiras da comunicação 
para garantir às pessoas “portadoras de deficiências sensoriais e com dificuldades de 
comunicação o acesso à informação, à educação...” e ainda, “a formação de 
profissionais intérpretes de língua de sinais para facilitar qualquer tipo de comunicação 
direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação”. 
 
As garantias individuais do surdo e o pleno exercício da cidadania alcançaram 
respaldo institucional decisivo com a Lei Federal no. 10.436, de 24 de abril de 2002, 
transcrita a seguir, em que é reconhecido o estatuto da Língua Brasileira de Sinais 
como língua oficial da comunidade surda, com implicações para sua divulgação e 
ensino, para o acesso bilíngue à informação em ambientes institucionais e para a 
capacitação dos profissionais que trabalham com os surdos. 
 
file:///C:/seesp/Ftp/legis/Lei10098.pdf
13 
 
LEI DE LIBRAS 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. 
 
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. 
 
 
 
 
A LIBRAS é uma língua de modalidade gestual-visual e como todas as línguas, 
possui uma gramática própria. Possui os níveis: fonológico, morfológico, sintático e 
semântico. Serão apresentados aspectos da sua gramática, destacando os tipos de 
verbos e a sua concordância verbal. 
Você Sabia???!!! 
 
LÍNGUA DE SINAIS NÃO É MÍMICA!! 
A mímica tem uma representação visual assim como as línguas de sinais que 
utilizam o canal viso-espacial para sua exteriorização, talvez, também, por esse 
motivo exista a tendência de relacionar as línguas de sinais com a mímica. 
Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é universal, é única para todos 
de qualquer parte do mundo, pois basta fazer uma mímica ou gesto e o entendimento 
acontece. Mas tal concepção é, um tanto, ultrapassada, pois além de haver várias 
línguas de sinais como você já viu (brasileira - LIBRAS, francesa - LSF, espanhola - 
LSE, boliviana - LSB, venezuelana - LSV...) hoje as pesquisas linguísticas comprovam 
a complexidade e arbitrariedade presente em todas essas línguas. Atualmente temos 
livros de gramática, cursos superiores em Letras, cursos de tradução e interpretação, 
http://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.626-2005?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.626-2005?OpenDocument
14 
 
literatura, artes e muita cultura. Através da língua de sinais pode-se discutir política, 
economia, psicologia, física, matemática, filosofia, física quântica e outros temas. 
Para as línguas de sinais a reprodução da forma, do movimento de sua relação 
espacial é fundamental, logo a criação de sinais icônicos é um fenômeno natural e é 
o que chamamos também de Classificadores em Língua de Sinais. 
Os classificadores permitem tornam mais claro e compreensível o significado 
do que se quer enunciar. Em Libras os classificadores descritivos “desempenham uma 
função descritiva podendo detalhar som, tamanho, textura, paladar, tato, cheiro, 
formas em geral de objetos inanimados e seres animados”. 
(apud. PIMENTA e QUADROS, p.7l, 2006). 
 
 Referência: 
NEPES, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos; Caderno Pedagógico I - 
Curso de LIBRAS básico, Centro de Educação Tecnológica de Santa Catarina, 2007. 
 
15 
 
 
 
Unidade 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
ALFABETO MANUAL 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
PERSONALIDADES / SINAIS 
 
 
Nome * Sinal 
 
 
 
 
 
* O sinal para a comunidade surda representa a palavra para os ouvintes, assim é comum o surdo perguntar qual 
o sinal disso, daquilo ou mesmo o seu sinal, onde se constrói o significado e o significante. 
 
18 
 
NUMERAIS CARDINAIS 
 
 
 
Quantidades 
 
 
 
NUMERAIS ORDINAIS 
 
 
 
 
 
 
19 
 
SAUDAÇÕES 
 
 
 Oi! Bom/ Boa/ Bem 
 
 
 Dia Tarde 
 
 
 Noite Tudo bem! 
 
 
 Obrigad@* Por nada 
 
 
 Com licença / Por favor Desculpe Idade 
 
 
* O símbolo @ indica que o sinal não tem especificação de gênero. Para expressar o gênero, adiciona-se o sinal 
homem ou mulher ao sinal. 
20 
 
ATIVIDADES 
1- Vamos praticar a soletração das palavras abaixo e seus respectivos 
sinais: 
1) A-M-I-G-O 2) T-R-A-B-A-L-H-A-R 
3) O-N-D-E 4) E-S-T-U-D-A-R 
5) P-R-E-C-I-S-A-R 6) P-O-D-E-R 
7) A-P-R-E-N-D-E-R 8) G-O-S-T-A-R 
9) P-R-A-Z-E-R 10) C-O-N-H-E-C-E-R 
 
2. Agora, vamos praticar as frases abaixo.
a) Meu nome é ... 
b) Prazer em conhecê-lo! 
c) Gostaria de apresentar meu amigo... 
d) Onde você trabalha? 
e) Onde você mora? 
f) Qual a sua idade? 
g) Onde você faz faculdade? 
h) Você tem namorad@? 
i) Estou bem, obrigad@. É você? 
j) Desculpe-me, não fumo.
 
3- O vocabulário em LIBRAS:
a) Acabar / Terminar/ Pronto 
b) Ajudar 
c) Aprender 
d) Brincar 
e) Comprar 
f) Conhecer – não conhecer 
g) Entender 
h) Esperar 
i) Esquecer 
j) Estudar / Aula 
k) Falar / Dizer 
l) Gostar – não gostar 
m) Lembrar 
n) Namorar 
o) Poder - não poder 
p) Precisar 
q) Querer 
r) Saber 
s) Ter – não ter 
t) Trabalhar 
u) Viajar 
21 
 
 
 
4- Diálogo em LIBRAS 
 
A- Oi! Tudo bem? Posso te ajudar? Você quer o quê? 
B- Oi! Você sabe Libras? Você trabalha aqui? 
A- Sim, calma, eu sei um pouco de Libras, eu estou aprendendo... Por favor, sente-se 
(indique a cadeira) 
B- Eu quero comprar passagem para viajar. 
A- Seu nome? 
B- Meu nome _ _ _ _ _ _ _ _ (digitar o nome) 
A- Desculpa, não entendo. Por favor, repita devagar. 
B- _ _ _ _ _ _ _ _ _ (digitar novamente, mas devagar) 
A- Idade? 
B-_ _ (digitar idade). 
A- Você tem telefone em sua casa ou no trabalho ou celular? Por favor: número. 
B- Sim, tenho telefone. Meu número celular _ _ _ _-_ _ _ _ (digitar número) 
A- Pronto, amanhã eu mando mensagem no seu celular. 
B- Certo, obrigado! Tchau. 
A- De nada! Tchau, boa viagem. 
 
5- Crie um diálogo em dupla, usando sinais. Transcreva-o 
abaixo. 
 
 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
22 
 
 
 
GRAMÁTICA 
 
Pronomes pessoais 
 
 Primeira pessoa do singular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Primeira pessoa do plural: 
 
 
 
 
 Segunda pessoa do singular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 Segunda pessoa do plural: 
 
 
 
 
 Terceira pessoa do singular: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Terceira pessoa do plural: 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
Unidade 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
SINAIS DE CALENDÁRIO 
 
 
 
DINÂMICA / SINAIS Veja a sinalização de Feliz Aniversário no DVD. 
 
 
ADVÉRBIOS DE TEMPO / DIAS DA SEMANA (VEJA NO DVD). 
 
Veja as figuras abaixo e observe os sinais dos advérbios de tempo e dos dias da 
semana. 
 
O professor mostra os sinais dos períodos do dia: MANHÃ, TARDE, NOITE e 
MADRUGADA, relacionando-os às figuras. 
 
O professor mostra a figura com o relógio abaixo, relacionando-a aos quatro períodos 
do dia. 
 
 24 ou 12h 
 
 
 21 ou 9h 3 ou 15h 
 
 
 6 ou 18h 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
ATIVIDADES 
 
1- Pratique o advérbio de tempo nas frases abaixo: (o professor vai explicar 
cada palavra e depois os alunos praticarão). 
 
1) Cedo # c-e-d-o 
 
A) Amanhã, você precisa acordar cedo para trabalhar. 
B) Eu preciso sair c-e-d-o. 
 
2) De manhã 
 
A) Amanhã, de manhã, tem aula? 
B) Meu pai vai viajar amanhã de manhã, às 7 horas. 
C) Minha mãe está tomando café da manhã. 
 
3) Tarde 
 
A) Hoje à tarde tenho que apresentar um trabalho na faculdade. 
B) Vou à casa da minha avó amanhã à tarde 
C) Tenho consulta no médico hoje à tarde, às 14 horas. 
 
4) Noite 
 
A) Hoje vou à festa. Começa às 22 horas (noite). 
B) Meu pai deixou eu ir ao cinema hoje à noite. 
C) Hoje à noite tive uma aula chata na faculdade. 
 
5) Madrugada 
 
A) Hoje de madrugada tive insônia. 
B) Acordei assustada com um pesadelo, nessa madrugada. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
EXPRESSÃO FACIAL E TIPOS DE FRASES EM LIBRAS 
 
Uso de expressões faciais 
 
A comunicação humana pode ocorrer de diferentes formas. Nem sempre 
recorremos à linguagem verbal (seja ela falada ou sinalizada) para nos 
expressarmos. Esse pode ser o caso quando duas pessoas não falam a mesma 
língua. Elas vão ter que encontrar outra forma para se comunicar, como apontar 
para objetos, fazer desenhos, usar gestos para tentar expressar suas ideias. Até 
mesmo falantes de uma mesma língua, em determinadas situações, podem lançar 
mão de outros recursos para se fazer entender. Quando um guarda de trânsito faz 
um determinado movimento com os braços, as pessoas são capazes de 
compreender se devem parar, se podem prosseguir, se devem retornar, entre 
outros comandos. As expressões faciais também fazem parte da comunicação 
humana. Através delas, podemos revelar emoções, sentimentos, intenções para 
nosso interlocutor. Elas são utilizadas em todas as línguas. No caso das línguas 
de sinais, as expressões faciais desempenham um papel fundamental e devem 
ser estudadas detalhadamente. 
Podemos separar as expressões faciais em dois grandes grupos: as 
expressões afetivas e as expressões gramaticais. As primeiras são utilizadas para 
expressar sentimentos (alegria, tristeza, raiva, angústia, entre outros) e podem ou 
não ocorrer simultaneamente com um ou mais itens lexicais. Conforme dito 
anteriormente, não são exclusivas das línguas de sinais. Nas línguas faladas, as 
pessoas também expressam suas emoções por meio de expressões faciais. Já as 
expressões gramaticais, estão relacionadas a certas estruturas específicas, tanto 
no nível da morfologia quando no nível da sintaxe e são obrigatórias nas línguas 
de sinais em contextos determinados. Em virtude de serem específicas das línguas 
de sinais, as expressões faciais gramaticais serão analisadas com mais detalhes 
a seguir. 
 
Fonte: 
http://www.Libras.ufsc.br/colecaoletrasLibras/eixoformacaoespecifica/linguabrasileiradesinaisii/assets/482/lingua_de_sinais_ii_p
ara_publicacao.pdf 
 
 
29 
 
 
Tipos de frases em LIBRAS 
 
 As línguas de sinais utilizam as expressões faciais e corporais para 
estabelecer tipos de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para 
perceber se uma frase em LIBRAS está na forma afirmativa, exclamativa, 
interrogativa, negativa ou imperativa, precisa estar atento às expressões facial e 
corporal que são feitas simultaneamente com certos sinais ou com toda a frase, 
exemplos: 
EXPRESSÃO FACIAL E TIPOS DE FRASES EM LIBRAS / 
VOCABULÁRIO (Veja no DVD). 
 
 
 
Expressões faciais gramaticais nas sentenças em LIBRAS 
 
 
 Forma afirmativa: a expressão facial é neutra: movimento positivo de cabeça. 
1) Eu preciso ir ao banco. 
2) Eu trabalho aqui. 
3) Eu tenho carro. 
4) Mulher gosta de comprar roupas. 
5) El@ sabe fazer a comida. 
30 
 
 
 
 Forma exclamativa: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da 
cabeça inclinando-se para cima e para baixo. Pode ainda vir também com um 
intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo. 
 
1) Eu viajei para Natal, na praia é muito bom! Lá é bonito! 
2) Seu carro é lindo! 
3) Garota linda! 
4) Ontem, fui para a aula de Libras, foi muito interessante! 
 
 
 Forma interrogativa: sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça 
inclinando-se para cima. 
 
1) Como? 
2) Pra quê? 
3) Por quê / porque / porquê / por quê? 
4) Quem? 
5) Quando? (Passado) 
6) Quando? (Futuro) 
7) Quanto? (Valor/custar) # (Quantidade) 
8) O quê? 
9) Qual? 
10) Onde? 
 
Exemplo: 
Pergunta: Por que você viajar recesso? (Expressão forma interrogativa) 
Resposta: Porque irei visitar minha família. (Expressão forma afirmativa) 
31 
 
 
 
 Forma negativa: a negação pode ser feita através de três processos: 
 
a) Com a acréscimo do sinal “não” à frase afirmativa, com um aceno de 
cabeça; 
 Camisa feia, compra não. 
 Casado, eu? Não! 
 
b) Com incorporação de um movimento de negação contrário ao do sinal e 
com um aceno de cabeça negativo; 
 
 Eu não tenho namorad@. 
 Não quero ir de ônibus. 
 Não gosto de comer jiló. 
 
c) Com um aceno de cabeça que pode ser feito simultaneamente com a ação 
que está sendo negada ou juntamente com os processos acima citados. 
 Eu não posso viajar. 
 
ATIVIDADES 
 
2- Marque com um x as expressões faciais corretamente a opção em que 
aparecem os sinais abaixo: 
A) 
 
 
1- ( ) forma interrogativa 2- ( ) forma afirmativa 
B) 
 
32 
 
 
 
 
1- ( ) forma interrogativa 2- ( ) forma negativa 
 
C) 
 
 
1- ( ) forma exclamativa 2- ( ) forma afirmativa 
 
D) 
 
 
 
1- ( ) forma exclamativa 2- ( ) forma negativa 
 
 
 
3. Pratique as expressões faciais nas frases abaixo: 
a) Onde você mora? 
b) Você pode chamar um táxi? 
c) A que horas o café da manhã /o almoço /o jantar é servido? 
d) Viajei para a praia. 
e) Estou com um pouco de fome. 
f) Não estou com muita fome. 
g) O que tem para o almoço / jantar? 
h) Onde é o toalete, por favor? 
i) Muito bem! 
j) Nossa! Você está linda! 
33 
 
 
 
1. Vocabulário em LIBRAS: 
a) Acontecer 
b) Aproveitar 
c) Começar 
d) Comunicar 
e) Demorar 
f) Explicar 
g) Fazer 
h) Parar # esperar 
i) Procurar 
j) Repetir 
 
5. Dialogo em LIBRAS “Secretaria” (uma pessoa fazendo a ficha de inscrição 
em um curso de inglês) 
 
A: Com licença. Boa tarde. Sou surdo. 
B: Boa tarde! Tudo bem! Por favor, sente-se aqui (indique a cadeira) 
 
A: Você sabe LIBRAS? 
B: Sim, um pouco, estou aprendendo LIBRAS. Posso te ajudar? 
 
A: Queria fazer curso. 
B: Qual é o seu nome? 
 
A: (digitar o nome) 
B: Desculpe, não entendi. Você poderia repetir, por favor? 
 
A: (digitar mais devagar) 
B: Quantos anos você tem? 
 
A: (digitar a idade) 
B: Onde você mora? 
 
A: Eu moro em .... 
B: Onde você fez a faculdade? 
 
A: Eu fiz a faculdade em... 
B: Amanhã, começará a aula. Obrigad@, bem-vindo! 
 
 
34 
 
 
 
 
6. Façam um diálogo em dupla, usando os sinais dos períodos do dia 
ensinados. Formule frases: afirmativas, interrogativas, exclamativas e 
negativas. 
 
 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
A)_________________________________________________________________ 
B)_________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAMÁTICA 
 
Pronomes demonstrativos e advérbios de lugar 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
SINAIS DE RELAÇÕES DE PARENTESCO/ FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
HOMEM/MULHER SE CONHECEM – SE CASAM – TÊM FILHOS 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
1. Traduza em LIBRAS as frases abaixo: 
 
1) Visitei meus sogros. 
2) Hoje, vou encontrar me@ namorad@. 
3) Gosto de fazer caminhada junto com meu pai. 
4) Estou viajando com meu / minha ___________ 
5) Vim visitar um parente. 
6) Eu tenho uma família grande/pequena. 
7) Tenho uma filha e dois filhos. 
8) Eu moro sozinho. 
9) Sou solteir@ 
10) Sou casad@. 
11) Estou grávida. 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
2. O vocabulário em LIBRAS: 
 
a) Antecipar 
b) Arrumar/ preparar /organizar 
c) Atrasar 
d) Avisar 
e) Chegar 
f) Encontrar / achar* (achei meu celular) 
g) Faltar* (vou sentir falta de vocês) # (hoje, vou faltar no meu trabalho) 
h) Ganhar / conseguir 
i) Parecer /achar* (acho que hoje não vai chove!) 
j) Perder 
k) Preferir / escolhe 
l) Sentir 
m) Conversar 
 
3. Diálogo em LIBRAS: 
 
A: Oi! Tudo bem? Hoje você vai fazer o quê? 
B: Hoje à tarde, vou ao dentista. Por quê? 
 
A: Hoje à noite, vamos ao bar conversar, bater papo e tomar cerveja. 
B: Onde é o bar? 
 
A: Você conhece o bar FALK´S? 
B: Sim, conheço. Amanhã talvez vou viajar para Goiânia às 20 horas, vamos? 
 
A: Não posso! Tenho que ir para a casa d@ me@ namorad@. Vai ter churrasco. 
B: Certo! Sem problema. Sábado que vem na minha casa também vai ter 
churrasco. 
 
A: Combinado. 
B: Depois te mando uma mensagem. 
 
A: Certo. Tchau! 
B: Tchau! 
 
 
40 
 
 
 
 
4. Forme grupos com 6 (seis) participantes para a criação de diálogos mais 
elaborados envolvendo os conteúdos aprendidos. Em seguida, todos os 
grupos irão apresentar em Libras. Caso o grupo não conheça 
determinada palavra, pergunte ao professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tema livre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
SINAIS DE VALORES MONETÁRIOS 
 
Valores monetários 
 
 
 
 
 
Centavos 
 
 
Real 
 R 
 
Ç 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
SINAIS DE OPERAÇÕES ARITMÉTICAS 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
1. Pratique os valores monetários nas frases abaixo: 
 
a) Dinheiro ou cartão? 
b) Ontem, faltou pão na minha casa. 
c) Ontem, os alunos faltaram porque choveu muito. 
d) Não tomei banho, porque faltou água. 
e) O professor faltou à aula ontem. 
f) Quanto é esta camisa? 
g) Vocês dão descontos para pagamento à vista? 
h) Estou sem grana. 
i) Você tem 10 reais? Me empresta?! 
 
2- O vocabulário em LIBRAS: 
 
A. Combinar* (compromisso) # (harmonia) 
B. Emprestar 
C. Faltar* 
D. Matar* 
E. Ouvir 
F. Passear 
G. Preocupar 
H. Reclamar 
*matar 
 
47 
 
 
 
 
* faltar 
 
 
 
 
3- Diálogo em LIBRAS: Comprando um presente. 
 
A: Bom dia! Tudo bem? Aonde você vai? 
B: Vou ao Taguatinga shopping comprar um presente para minha mãe. 
 
A: É aniversário dela? 
B: Sim, vai ter festa lá em casa, no próximo sábado. Vamos? 
 
A: Não vou poder ir, tenho compromisso. Vou viajar. 
B: Vai viajar pra onde? 
 
A: Vou para São Paulo, trabalhar. 
B: Ah tá. Aproveita e compre pra mim um notebook. 
 
A: Então me dá mais ou menos R$ 3.500 reais. 
B: Certo, quando chegar, me avise. Boa viagem! 
 
A: Obrigad@! Até mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Bm4NXBVp3LnD4M&tbnid=Gxy434aIYShFYM:&ved=0CAUQjRw&url=http://jpiguatu.blogspot.com/&ei=ag0qUre_E4Oe9QSHu4CgDw&bvm=bv.51773540,d.eWU&psig=AFQjCNHrRTJS9NsUS4lznJWq7Y6Du77uiA&ust=1378573963306117
48 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
4- Observe os sinais abaixo e forme frases utilizando as palavras 
correspondentes. (Obs.: não precisa estar na ordem e outras palavras 
podem ser acrescentadas.): 
 
 
 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________ 
49 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
SINAIS DE MATERIAIS ESCOLARES 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Ditado de materiais escolares e numerais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objeto Quantidade 
 
1)_______________ _________ 
2)_______________ _________ 
3)_______________ _________ 
4)_______________ _________ 
5)_______________ _________ 
6)_______________ _________ 
7)_______________ _________ 
8)_______________ _________ 
9)_______________ _________ 
10)______________ _________ 
 
 
 
Objeto Quantidade 
 
11)______________ _________ 
12)______________ _________ 
13)______________ _________ 
14)______________ _________ 
15)______________ _________ 
16)______________ _________ 
17)______________ _________ 
18)______________ _________ 
19)______________ _________ 
20)______________ _________ 
 
 
 
51 
 
 
 
 
SINAIS DE MEIOS DE TRANSPORTES 
 
 
 
SINAIS DE MEIOS DE COMUNICAÇÕES 
 
 
52 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
2. Pratique os sinais dos materiais escolares, meios de transportes e meios 
de comunicações nas frases abaixo: 
 
a) Sinto muito, mas o vôo está atrasado. 
b) Sinto muito, mas o vôo foi cancelado. 
c) Muito obrigad@. Tenha um bom vôo! 
d) Tem ônibus para.... 
e) Você pode chamar um táxi para mim/nós, por favor? 
f) É mais fácil se você pegar o metrô / uma carroça/ um caminhão. 
g) Dá para ir de ônibus daqui? 
h) Há uma estação de metrô aqui perto. 
i) Você pode chegar lá de metrô. 
j) Ônibus está demorando muito. 
k) Que tipo de filme você prefere? 
l) Eu preciso mesmo relaxar, ler um livro. 
 
3. O vocabulário em LIBRAS: 
 
1) Atender 
2) Decepcionar 
3) Evitar 
4) Ler 
5) Mentir 
6) Olhar/ assistir/ ver 
7) Pegar 
8) Pensar 
9) Perceber 
10) Relaxar 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
4. Marque as opções em que aparecem as palavras correspondentes aos 
sinais abaixo na frase. 
 
 
A ( ) Ontem, não tomei banho, porque faltou água. 
B ( ) Na próxima semana, vou viajar e vou matar aula. 
C ( ) Faltei à aula ontem porque estava doente. 
D ( ) Ontem, faltou em pão minha casa. 
 
 
 
A- ( ) Vamos ao cinema hoje à tarde no Taguatinga Shopping? 
B- ( ) Vamos ao cinema hoje à noite no Park Shopping? 
C- ( ) Vamos ao cinema hoje à noite no Taguatinga Shopping? 
D- ( ) Vamos ao cinema hoje à tarde no Pátio Brasil Shopping? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55SINAIS DE PALAVRAS ANTÔNIMAS 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Passe para a LIBRAS as seguintes frases: 
 
a) Meu amigo decidiu fazer regime já que estava gordo. 
b) O Marcos Brito tem engordado desde que se casou. 
c) Tuxi já perdeu uns cinco quilos desde que começou uma nova dieta. 
d) Minha amiga Elaine malha duas vezes por semana. 
e) Estou bravo/ feliz. 
f) Estou sentido calor/ frio. 
g) Estou com vergonha. 
h) Estou de bom/ mau humor. 
i) Estou com medo. 
j) Estou nervos@. 
56 
 
 
 
2. Vocabulário em LIBRAS: 
 
1) Decidir 
2) Cuidar 
3) Usar 
4) Dever 
5) Dançar 
6) Sair 
7) Desprezar 
8) Continuar 
9) Ensinar 
 
PARÂMETROS DA LIBRAS 
 
A estrutura da Língua Brasileira de Sinais é constituída de parâmetros primários 
e secundários que se combinam de forma sequencial ou simultânea. Segundo Brito 
(1995, p. 36 - 41), os parâmetros primários são: 
 
a) Configurações das mãos: as mãos tomam as diversas formas na realização 
dos sinais. De acordo com a autora, são 46 configurações de mãos na Língua 
Brasileira de Sinais, mas outros pesquisadores já ampliaram este número: 
 
Fonte: http://www.ensinodeLibras.com.br 
 
As configurações de mão podem ter diferentes formas. Observe: 
 
Lucinda Brito = 46 
Nelson Pimenta = 61 
Marianne Stumpf = 66 
Tânia Felipe = 73 
Sandra Patrícia = 75 
 
http://www.ensinodelibras.com.br/
57 
 
 
 
As configurações das mãos podem ser usadas na datilologia (alfabeto manual) 
ou outras formas feitas por uma ou pelas duas mãos do emissor ou sinalizador. 
Quando o sinal é feito com duas mãos pode ter a mesma configuração de mão 
ou configuração diferente. Exemplos: 
 
 
 
 
 
b) Ponto de articulação: é o “espaço em frente ao corpo ou uma região do próprio 
corpo, onde os sinais são articulados. Esses sinais articulados no espaço são de dois 
tipos, os que articulam no espaço neutro diante do corpo e os que se aproximam de 
uma determinada região do corpo, como a cabeça, a cintura e os ombros” (BRITO, 
1995). Veja os seguintes exemplos: 
 
 
c) Movimento: é um “parâmetro complexo que pode envolver uma vasta rede de 
formas e direções, desde os movimentos internos da mão, os movimentos do pulso, 
58 
 
 
 
os movimentos direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no mesmo sinal. 
O movimento que as mãos descrevem no espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas 
retas, curvas, sinuosas ou circulares em várias direções e posições”. (BRITO, 1995). 
Veja abaixo alguns exemplos de sinais com e sem movimento: 
 
 
 
Quanto aos parâmetros secundários, tem-se: 
a) Disposição das mãos: as “articulações dos sinais podem ser feitas apenas pela 
mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso, as duas mãos podem se 
movimentar para formar o sinal, ou então, apenas a mão dominante se movimenta e 
a outra funciona como um ponto de articulação” (BRITO, 1995): 
b) Orientação da palma das mãos: “é a direção da palma da mão durante o sinal: 
voltada para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a esquerda ou para a 
direita. Pode haver mudança na orientação durante a execução do movimento” 
(BRITO, 1995). Veja alguns exemplos abaixo: 
 
 
59 
 
 
 
c) Região de contato: “refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. 
Esse contato pode-se dar de maneiras diferentes: através de um toque, de um risco, 
de um deslizamento etc” (BRITO, 1995); 
d) Expressões faciais: “muitos sinais, além dos parâmetros mencionados acima, têm 
como elemento diferenciador também a expressão facial e/ou corporal, traduzindo 
sentimentos e dando mais sentido ao enunciado e em muitos casos determina o 
significado do sinal” (SILVA, p. 55, 2002). Ou seja, podem expressar as diferenças 
entre sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. Observe abaixo 
algumas expressões: 
 
 
 
Referência: 
NEPES, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos; Caderno Pedagógico I - Curso de 
LIBRAS básico, Centro de Educação Tecnológica de Santa Catarina, 2007. 
 
NÍVEL MORFOLÓGICO EM LIBRAS 
São chamadas de marcações não-manuais e acompanham determinadas 
estruturas, tendo um escopo bem definido. No nível morfológico, as marcações não- 
manuais estão relacionadas ao grau de intensidade e apresentam escopo sobre o 
sinal que está sendo produzido. Os adjetivos estão associados ao grau de 
intensidade. 
 
 
60 
 
 
 
Glosas de exemplos de adjetivos: 
BONITINHO – BONITO - MAIS BONITO - BONITÃO 
COITADINHO-COITADO - MAIS COITADO 
POBREZINHO – POBRE - MAIS POBRE – PAUPÉRRIMO 
 
As expressões faciais têm função adjetiva, pois podem ser incorporadas ao 
substantivo independente da produção de um adjetivo. Nesse caso, os substantivos 
incorporam o grau de tamanho. Glosas de exemplos de substantivos: 
CASINHA-CASA-MANSÃO 
BEBEZINHO-BEBÊ-BEBEZÃO 
CARRINHO-CARRO-CARRÃO 
 
EXERCÍCIO 
 
Dinâmica com configuração de mãos. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
 
3. Marque com um x a alternativa em que a frase em sinais corresponde com 
as configurações de mãos abaixo: 
 
1) ( ) o professor tem dois carros. 
2) ( ) meu primo mora na samambaia. 
3) ( ) ontem sábado, professor trabalhou. 
 
 
1) ( ) amanhã, vejo professor. 
2) ( ) aviso não pode duas namoradas. 
3) ( ) tenho duas namoradas. 
 
4. Escolha 5 (cinco) configurações de mãos e utilizando as palavras abaixo, 
crie uma frase em sinais correspondente à configuração de mão. (obs.: 
não precisa estar na ordem e outras palavras podem ser acrescentadas.): 
 
62 
 
 
 
 
 
Unidade 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
Semântica em LIBRAS 
 
A semântica é o estudo do sentido e do significado das palavras e sentenças 
de uma língua. 
Um conceito pertencente à Semântica é o de homonímia. A homonímia é a 
relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, 
possuem a mesma estrutura fonológica. Veja um exemplo em Português da palavra 
“manga” que, dependendo do contexto, pode se referir a fruta ou a parte do vestuário: 
 
 A manga já está cortada. (Fruta ou Vestuário) 
 
Na LIBRAS também ocorre homonímia. Um exemplo são os sinais de 
BIOLOGIA e BOTOFAGO, que possuem a mesma configuração de mão e o mesmo 
movimento (configuração da mão em “B” com movimento tremido da mão), mas 
significados diferentes determinados pelo contexto: 
 
 MEU PROFESSOR DE BIOLOGIA ASSISTIU NA TV UM JOGO DE FUTEBOL 
DO BOTAFOGO. 
 
 
É importante no aprendizado de uma língua de sinais que se conheça o 
contexto da expressão linguística. Entretanto, como observar este contexto, uma vez 
que em dicionários de LIBRAS não há explicação dos vários significados que as 
palavras podem obter a partir de suas várias significações? Como aprender? 
Veja abaixo exemplos de frases em Português e suas realizações em LIBRAS: 
 
 
 
Andar* 
 
 Ela tem um andar muito rápido. (modo como se caminha) 
 E carro é uma bosta, prefiro andar de carroça. 
 Ela não anda bem de saúde. (sentir-se) 
 Eu moro no 5º andar. (andar de um prédio) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passar* 
64 
 
 
 
 
 
 
 Passar no exame. (ser aprovado) 
 Passar a roupa. (engomar) 
 A dor passou. (desaparecer, acabar) 
 Ônibus passou e eu perdi. (mover) 
 Quero ir ao cinema comigo? Eu passo na sua casa para te buscar. 
 
 
 ATIVIDADES 
 
1. O vocabulário em Libras: 
 
1) ANDAR 
2) CONSERTAR/ MANUTENÇÃO 
3) EXPERIMENTAR 
4) GANHAR/ APROVAR/ PASSAR 
5) LEVAR 
6) PREPARAR/ ELABORAR/ ORGANIZAR/ ARRUMAR 
7) TRAZER 
8) DEIXAR 
 
65 
 
 
 
 
 
 
SINAIS DE CORES. 
 
 
 
 
 
 
 
SINAIS DE ANIMAIS. 
 
 
 
 
CORES: 
 
 Alaranjado 
 Amarelo 
 Azul 
 Bege 
 Branco 
 Cinza 
 Lilás 
 Marrom 
 Preto 
 Rosa 
 Roxo 
 Verde 
 Vermelho 
 Violenta 
 
66 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Pratique os sinais de cores e de animais nas frases abaixo: 
a) Você tem essa peça em azul/ verde/ vermelho/etc.. 
b) Posso experimentar? 
c) Você tem aquele vestido na cor rosa? 
d) Você tem aquela bermuda na cor preta? 
e) Que lindo o tigre branco! 
f) A cor que eu mais gosto é a vermelha. 
g) A zebra tem duas cores:, preto e branco. 
h) O peixe que acho mais bonito é o boto cor de rosa. 
i) Geralmente os ovos da galinha são beges. 
 
2. Forme grupos com 6 participantes para a criação de diálogos envolvendo 
os conteúdos aprendidos. 
 
 
 
 
Grupo 1: zoológico 
Grupo 2: loja 
Grupo 3: shopping 
Grupo 4: família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
 
 
 
CLASSIFICADORES EM LIBRAS 
 
Os Classificadores são expressões utilizadas quando da ausência de sinais na 
língua, onde são enfatizadas as percepções do emissor para melhor compreensão do 
receptor. 
A sua função é descrever visualmente a forma, o tamanho, a textura, o paladar, 
o cheiro, os sentimentos, o “olhar”, os “sons” do material, do corpo da pessoa e dos 
animais. Veja alguns exemplos nas figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
 
 
Mulher violão 
Ela é avião! 
 
 
 
Barriga tanquinho 
 
 
 
 
’ 
 
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Pratique os classificadores em LIBRAS nas frases abaixo: 
a) Mulher violão. 
b) Tocar a campainha. 
c) O carro bateu no poste. 
d) As enchentes destruíram muitas casas. 
e) O avião bateu no edifício e desabou. 
f) De ônibus não, tem muito engarrafamento. 
g) Lá tem cachoeira! 
h) O homem caiu da montanha. 
i) O homem amarrou a corda no teto e se enforcou. 
j) Eu comprei a casa torta. 
 
2. Forme grupos e treine os classificadores em LIBRAS. Em seguida, vamos 
praticar as ações envolvidas em fazer um omelete: 
 Armário 
 Frigideira 
 Fogão 
 Geladeira 
 Ovo 
 Óleo 
 Etc... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
 
 
SINAIS DE ALIMENTOS 
 
Frutas 
 
 
 
 
 
 
Verduras e Legumes 
 
 
 
 
75 
 
 
 
 
 
 
Carnes 
 
 
 
SINAIS DE ESPORTES 
 
 
 
 
76 
 
 
 
 
SINAIS DE SAÚDE 
 
 
 
 
77 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Pratique os sinais de alimentos, esportes e saúde nas frases abaixo: 
a) Você está tomando algum remédio? 
b) Você fez sexo sem proteção? 
c) Vamos medir sua pressão/ temperatura. 
d) Você deve ficar em casa e descansar por dois dias. 
e) Estou com febre. 
f) Use sempre a camisinha! 
g) Estou com dor de dente. 
h) Minhas gengivas estão doendo. 
i) Você pratica esportes com regularidade? 
j) Qual o seu esporte preferido? 
k) Eu jogava futebol quando era mais jovem. 
78 
 
 
 
 
l) Eu malho duas vezes por semana. 
m) Eu corro um hora todos os dias. 
n) O que você está com vontade de comer? 
o) Estou famint@, vamos comer alguma coisa. 
p) Eu queria um suco de abacaxi/ maracujá/ limonada/ etc... 
 
2. Forme grupos com 10 participantes para criação de diálogos envolvendo 
os conteúdos aprendidos. 
 
 
 
 
Grupo 1: feira 
Grupo 2: esportes 
Grupo 3: saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
 
 
SINAIS DE ESTADOS DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
 
 
SINAIS DE PONTOS TURÍSTICO 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1. Pratique os sinais dos estados do Brasil e pontos turísticos nas frases 
abaixo: 
a) Estou em Brasília de férias. 
b) Como era feriado, a praia estava cheia de turistas. 
c) Tem frigobar no quarto? 
d) Onde posso alugar um carro aqui perto? 
e) Gostaríamos de passear, você recomenda algum lugar? 
f) A que distancia está a praia? 
g) É seguro ir a pé? 
h) Tem um restaurante fast-food aqui perto? 
i) O Rio de Janeiro tem como atração turística importante o Cristo 
Redentor. 
j) O Brasil sediará a copa, e a final será no Maracanã. 
k) O que mais chama atenção no Egito são as pirâmides. 
82 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de língua de sinais. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro, 1995. 
 
FELIPE, Tanya A. Libras em Contexto: Curso Básico: Livro do Estudante. Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004. 4ª Edição. 
 
GOTTI, Marlene de Oliveira. Português para Deficiente Auditivo. Brasília: 
Universidade de Brasília,1992. 
 
LOBO, Ferreira Lília. Deficiência, Prevenção, diagnóstico e estigma. In: Análise 
Institucional no Brasil, Rio de Janeiro, UERJ, 1996. 
 
MOREIRA, Heloisa Maria Moreira et al. Ensino de língua portuguesa para surdos: 
caminhos para a prática pedagógica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria 
de Educação Especial, 2003. 
 
NEPES, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos; Caderno 
Pedagógico I - Curso de LIBRAS básico, Centro de Educação Tecnológica de Santa 
Catarina, 2007. 
 
QUADROS, Ronice Muller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
 
________. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto Alegre: 
Artmed, 2004. 
 
SACKS, Oliver. Vendo vozes: Jornada pelo mundos dos surdos. Tradução: Alfredo 
Barcellos Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro: Imago, 1990. 
 
SILVA, Rosana C. J. 2001. “Uma proposta bilíngue de educação para a Pessoa 
surda”. Monografia. Universo/ Rio de Janeiro. 
 
SKLIAR, C., MASSONE, M. I. e VEINBERG, S. El acesso de los niños sordos al 
bilinguismo y al biculturalismo. Revista infância y Aprendizaje. 69/70. Madrid. 1995. 
 
SKLIAR, Carlos (org). Educação e Exclusão: Abordagens sócio-antropológicas 
em educação especial. Porto Alegre: Mediação, 1997. 
 
______. Uma perspectiva sócio histórica sobre a psicologia e a educação dos 
surdos. In: Cadernos e Autoria, Porto Alegre, UFRGS, 1996. 
 
TUXI, Patrícia. A atuação do intérprete de Língua de Sinais no ensino 
fundamental. Universidade de Brasília – UnB. Brasília. Dissertação (Mestrado em 
Educação) 2009.

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