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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO - PARTE 2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 2 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. Copyright © 2018 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando expressamente autorizado, você não deve de outra forma copiar, mostrar, baixar, distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da Loja do Concurseiro. Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja do Concurseiro. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 3 PROGRAMA: NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO: 3. Relações Humanas no Trabalho e Liderança: O papel do gestor, estilos de liderança, elementos da comunicação na organização, fatores que influenciam na motivação (hierarquia de necessidades de Maslow e fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg). HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E PAPÉIS DO ADMINISTRADOR OS PAPÉIS DO ADMINISTRADOR Mintzberg identifica dez papéis específicos do administrador divididos em três categorias: interpessoal, informacional e decisorial. Por papel entende-se conjunto de expectativas da organização a respeito do comportamento de uma pessoa. Cada papel representa atividades que o administrador conduz para cumprir as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar e que serão estudadas mais adiante. 1. Papéis interpessoais: representam as relações com outras pessoas e estão relacionados às habilidades humanas. Mostram como o administrador interage com as pessoas e influencia seus subordinados. 2. Papéis informacionais: descrevem as atividades para manter e desenvolver uma rede de informações. Um administrador no nível institucional passa em média cerca de 75% do seu tempo trocando informações com outras pessoas dentro e fora da organização. Mostram como o administrador intercambia e processa a informação. 3. Papéis decisórios: envolvem eventos e situações em que o administrador deve fazer uma escolha. Esses papéis requerem tanto habilidades humanas como conceituais. Mostram como o administrador utiliza a informação em suas decisões. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 4 Para Katz, existem TRÊS TIPOS DE HABILIDADES IMPORTANTES PARA O DESEMPENHO ADMINISTRATIVO bem-sucedido: • Habilidades técnicas: envolvem o uso de conhecimento especializado e a facilidade na execução de técnicas relacionadas ao trabalho e aos procedimentos de realização. É o caso de habilidade em contabilidade, programação de computador, engenharia, etc. As habilidades técnicas estão relacionadas ao fazer, isto é, ao trabalho com “coisas”, como processos materiais ou objetos físicos e concretos. • Habilidades humanas: estão relacionadas ao trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. • Habilidades conceituais: envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da organização, complementá-las entre si, entender como a organização se relaciona com seu ambiente e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela. Contudo, essas três habilidades requerem certas competências pessoais para serem colocadas em ação com êxito. As competências – qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas – são o maior patrimônio pessoal do administrador – seu capital intelectual, sua maior riqueza. No entanto, em um mundo em constante mudança e transformação, a aquisição de uma nova competência necessária significa, quase sempre, o abandono de outra que se tornou velha e ultrapassada. O segredo está em adquirir competências duráveis: aquelas que, mesmo em tempos de rápida mudança, não se tornam descartáveis nem obsoletas. Diante de todos esses desafios, o administrador – para ser bem-sucedido profissionalmente – precisa desenvolver QUATRO COMPETÊNCIAS DURÁVEIS: Conhecimento: todo o acervo de informações, conceitos, ideias, experiências e aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Perspectiva: capacidade de colocar o conhecimento em ação, saber transformar a teoria em prática e aplicar o conhecimento na análise das situações e solução dos problemas e na condução do negócio. Julgamento: o administrador precisa saber analisar e avaliar a situação com clareza, obter informações suficientes para julgar os fatos com espírito crítico, ponderar com equilíbrio e definir prioridades. Isso é fundamental para tomar decisões. Atitude: comportamento pessoal do administrador diante de situações com que se defronta no seu trabalho. A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, motivar, comunicar e levar as coisas para a frente. CONHECIMENTO (Saber) PERSPECTIVA (Saber fazer) JULGAMENTO (Saber analisar) ATITUDE (Saber fazer acontecer) Know-how aprender a aprender Aprender continuamente Ampliar conhecimento Transmitir conhecimento Compartilhar conhecimento Aplicar o conhecimento Visão global e sistêmica Resolver problemas Saber fazer bem Trabalhar com os outros Proporcionar soluções Avaliar a situação Obter dados e informação Espírito crítico Julgar os fatos Ponderar com equilíbrio Definir prioridades Atitude empreendedora Criatividade e inovação Agente de mudança Iniciativa e riscos Foco em resultados Autorrealização Fonte: Introdução a Teoria Geral da Administração - 9ª Edição Idalberto Chiavenato UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 5 EXERCÍCIOS 01. (2017 - AOCP - IPAMB - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO - PREVIDÊNCIA) Para ser bem sucedido em seu desempenho, o administrador precisa das habilidades técnicas, humanas e conceituais. Contudo essas habilidades requerem algumas competências pessoais duráveis para serem colocadas em ação com êxito. Com base no exposto, assinale a alternativa que apresenta a competência que representa o saber fazer acontecer, incluindo atitude empreendedora, criatividade e inovação, agente de mudança, iniciativa e riscos, foco em resultados e autorrealização. a) Atitude. b) Perspectiva. c) Julgamento. d) Conhecimento. e) Experiencial. 02. (2017 - AOCP - CODEM - Assistente Administrativo) De acordo com a natureza do trabalho do administrador, ele desempenha alguns papéis. Assinale a alternativa que apresenta alguns dos papéis informacionais do administrador. (A) Alocação de recursos, empreendedor e negociação. (B) Representação, liderança e solução de conflitos. (C) Empreendedor,ligação e disseminação. (D) Monitoração, disseminação e porta-voz. (E) Ligação, negociação e liderança. GABARITO 01. A 02. D MOTIVAÇÃO Motivação define-se pelo desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos, organizacionais ou não, condicionados pela capacidade de satisfazer algumas necessidades individuais. Podemos dizer que as principais características básicas da motivação são: - ela é um fenômeno individual, ou seja, somos únicos e devemos ser tratados com tal; - a motivação é intencional, uma vez que está sob o controle do trabalhador; - a motivação é multifacetada, depende tanto do estímulo como da escolha do comportamento empregado. Outra característica encontrada é que não podemos medir a motivação diretamente, medimos o comportamento motivado, ação e forças internas e externas que influenciam na escolha de ação, pois a motivação não é passível de observação. TIPOS DE MOTIVAÇÃO Observamos uma divisão no tipo de motivação sabendo que são diversas as causas motivacionais do indivíduo, suas necessidades e expectativas. Chamamos a motivação de INTRÍNSECA quando ela está relacionada com recompensas psicológicas: reconhecimento, respeito, status; e esse tipo motivacional está intimamente ligado as ações individuais dos gerentes em relação aos seus subordinados. Por outro lado chamamos de EXTRÍNSECA quando as causas estão baseadas em recompensas tangíveis: salários, benefícios, promoções, sendo que estas causas independem da gerência, pois geralmente são determinadas pela alta administração. Indivíduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, portanto é fundamental que a organização invista na promoção da motivação. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 6 PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS As teorias motivacionais de subdividem em teorias de conteúdo e teorias de processo, onde as primeiras referem-se a “o que” motiva o comportamento humano e a segunda refere-se em “como” o comportamento é motivado. TEORIAS DE CONTEÚDO: 1. Teoria da Hierarquia das Necessidades - Maslow A teoria em questão estuda a motivação através das necessidades dos seres humanos. Maslow, o autor da teoria, considera “necessidade”, a manifestação natural de sensibilidade interna, que desperta uma tendência a realizar um ato ou a procurar uma determinada categoria de objetos. Maslow organizou as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas, conforme sua predominância e probabilidade: - Necessidades Fisiológicas: necessidades de sobrevivência - alimento, água, oxigênio, sono, sexo – e também são instintivas, uma vez que nascem com o homem; - Necessidades de Segurança: busca de proteção contra ameaças e privações. Mantém as pessoas em estado de dependência seja com a empresa, seja com outras pessoas; - Necessidades Sociais (afeto): relacionadas ao convívio social – amizade, afeto, amor; - Necessidade de Estima (Status e Estima): desenvolvimento de sentimentos de autoconfiança e de ser útil e necessário para os outros. Sua frustração produz sentimentos de inferioridade e impotência; - Necessidade de Auto-Realização: tendência de explorar suas potencialidades. Após estruturar conceitualmente o estudo da motivação humana, o autor estabelece uma distinção nítida entre motivação de deficiência e motivação de crescimento, no caso, as necessidades básicas correspondem a motivos de deficiências, que constituem déficits no organismo, onde o preenchimento se dá através de objetos ou seres humanos de fora. Desta forma, logo quando o indivíduo satisfaz uma necessidade, surge outra, e assim sucessivamente. A motivação de crescimento ocorre quando o passo seguinte é subjetivamente mais agradável, isto é, quando já satisfazemos suficientemente as nossas necessidades básicas, assim seremos motivados pelas tendências para individualização. De acordo com essa teoria, dificilmente iremos atingir o topo da pirâmide, pois sempre haverão novos objetivos e sonhos. São muitas as críticas feitas a esta teoria que fazem ressalvas sobre as dificuldades de se avaliar a teoria, a metodologia utilizada no processo de pesquisa (dedutiva), a dificuldade de se evidenciar que a satisfação de uma necessidade ative a necessidade seguinte, porém a principal crítica diz respeito à subjetividade do indivíduo, sendo extremamente difícil padronizar seus agentes motivadores. ATENÇÃO! Pela teoria de Maslow, as necessidades da base da pirâmide se manifestam primeiro e não há simultaneidade. 2. Teoria ERC – Alderfer Desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a partir da teoria de Maslow e de novas pesquisas, a Teoria ERC concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida seguindo uma hierarquia de necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns pontos básicos. Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das necessidades. Já Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da hierarquia das necessidades e que existia apenas três fatores essenciais para motivação: Existência, Relacionamento e Crescimento. Existência abrange as necessidades de primeira ordem de Maslow, que são as necessidades fisiológicas e de segurança. Alderfer dividiu a necessidade de quarto nível de Maslow (estima) em duas partes: o componente externo da estima (social) e o componente interno da estima (auto-estima). Assim, no nível UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 7 Relacionamento, ele incluiu as necessidades sociais e o componente externo da estima. Finalmente, no nível Crescimento, Alderfer incluiu a auto-estima e a necessidade de auto-realização. Essa teoria adota o princípio de frustração-regressão, ou seja, uma necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada não pode ser satisfeita e também salienta que mais de uma necessidade pode ativar o comportamento ao mesmo tempo. 3. Teorias X e Y Douglas McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y. A teoria X apresentava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são auto-motivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação. 4. Teoria dos Dois Fatores (bifatorial) - Herzberg Herzberg tomou como ponto de partida a teoria clássica de Maslow, mas como Aldefer, também discordou de alguns pontos da Teoria das Necessidades. Concorda com Maslow no que diz respeito às necessidades serem sempre internas, mas discorda ao afirmar que quando as pessoas falam de “sentimento de insatisfação”, referem se as fatores extrínsecos ao trabalho e quando se referem a sentir-se bem estão se referindo a elementos intrínsecos. Para Herzberg, a motivação depende do trabalho em si e não dos incentivos que os empresários possam dar aos funcionários e enquanto para Maslow todas as necessidades motivam e provocam satisfação, para Herzberg não são todas as necessidades que motivam, pois algumas apenas evitam a não-satisfação. Herzberg classifica a motivação em duas categorias: • Fatores de Higiene: são os fatores extrínsecos e são insatisfacentes, ou seja, os que previnem a insatisfação; giram em torno do “CONTEXTO DO CARGO”: como a pessoa se sente em relação à empresa, as condições de trabalho, salários, prêmios, benefícios, vida pessoal, status, relacionamentos interpessoais; • Fatores de Motivação (intrínsecos): são os fatores intrínsecos, associados a sentimentos positivos e estão relacionados com o “CONTEÚDODO CARGO”: como a pessoa se sente em relação ao cargo: o trabalho em si, realização pessoal, reconhecimento, responsabilidades. O funcionário que está motivado tem um gerador interno e executa a tarefa pôr ela mesma, pela realização, o reconhecimento, a responsabilidade e progresso. Dentro do ponto de vista desta teoria, a chave da motivação se encontra na reestruturação dos cargos, tornando-os mais desafiadores e gratificantes, elementos estes, que foram tirados dos mesmos pela excessiva especialização. Para o autor, a insatisfação não é o mesmo que a não satisfação, uma vez que pode não estar insatisfeito, mas ao mesmo tempo, pode-se também não estar satisfeito. 5. Teoria Da Realização ou Teoria das Necessidades Adquiridas – McClelland Essa teoria ressalta que as necessidades podem ser aprendidas ou socialmente adquiridas durante a vida, iniciando-se assim que o indivíduo começa a interagir com o ambiente e se resumem em três necessidades básicas: - Necessidade de Realização: é o desejo de ser excelente, de ser melhor, de ser mais eficiente e as pessoas com essas necessidades gostam de correr riscos calculados, de ter responsabilidades, de traçar metas; - Necessidade de Poder: é o desejo de controlar os outros e de influenciá-los. Pessoas assim tem grande poder de argumentação e esse poder pode ser tanto positivo quanto negativo e procuram assumir cargos de liderança. - Necessidade de Afiliação: reflete o desejo de interação social, de contatos interpessoais, de amizades e de poucos conflitos. Pessoas com essas necessidades colocam seus relacionamentos acima das tarefas. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 8 Segundo McClelland, apesar de em graus diferentes, todas as pessoas possuem estes três tipos de necessidades. Contudo, apenas uma delas prevalecerá e definirá a sua forma de atuação. Essa teoria permite ao administrador localizar essas necessidades em si mesmo e nos subordinados para criar ambiente de trabalho que favoreça os desempenhos pessoais orientados pelas necessidades localizadas. TEORIAS DE PROCESSO Enquanto as teorias de conteúdo se preocupam com as necessidades, as teorias de processo procuram verificar como o comportamento é ativado, dirigido, mantido e ativado. 1. Teoria da Expectação – Vroom Também chamada de Teoria das Expectativas, foi desenvolvida pelo psicólogo Victor Vroom, e é uma das muitas teorias que procuram explicar as motivações humanas. Segundo Vroom, o processo de motivação deve ser explicado em função dos objetivos e das escolhas de cada pessoa e das suas expectativas em atingir esses mesmos objetivos. De uma forma sintética, Vroom defende que a força da motivação (M), chamada de instrumentalidade de determinada pessoa corresponde ao produto do valor previsto por si atribuído a um objetivo (V=Valência) pela probabilidade de alcançar esse mesmo objetivo (E=Expectativa): M = V . E Assim definido, a motivação é nula quer no caso em é indiferente atingir ou não determinado objetivo, quer no caso em que não existe qualquer expectativa em atingir o resultado. Da mesma forma, ocorre desmotivação sempre que a valência é negativa, isto é, quando a pessoa prefere não atingir o objetivo. Da forma como foi apresentada, a Teoria das Expectativas de Vroom apresenta algumas características que a tornam mais realista do que outras teorias para explicar as motivações, nomeadamente as teorias das necessidades que colocam pouca ênfase nas características individuais. Por outro lado, por ser muito compatível com os sistemas de gestão por objetivos, tem tido uma grande aceitação por numerosos gestores. 2. Teoria da Equidade – Stacy Adams A Teoria da Equidade, geralmente atribuída a J. Stacy Adams, é uma das várias teorias sobre motivação que coloca a ênfase na percepção pessoal do indivíduo sobre a razoabilidade ou justiça relativa na sua relação laboral com a organização. De facto, a Teoria da Equidade parte do princípio de que a motivação depende do equilíbrio entre o que a pessoa oferece à organização através do sistema produtivo (o seu desempenho) e aquilo que recebe através do sistema retributivo (a sua compensação). Segundo os autores da teoria, as pessoas sentem-se motivadas sempre que esperam receber da organização (seja em forma monetária, reconhecimento público, promoção, transferências, ou outra) uma compensação justa pelos os seus esforços em favor da organização. A justiça desta compensação é avaliada pelas pessoas através da comparação entre o que recebem outras pessoas cujos contributos são semelhantes. Porém quando essa relação resulta em um sentimento de desigualdade, ocorre a INEQUIDADE, podendo esta ser negativa, quando o trabalhador recebe menos que os outros e positiva, quando o trabalhador recebe mais que os outros. No caso da compensação ser injusta (inferior à compensação atribuída a outras pessoas), as pessoas sentem-se insatisfeitas e tendem a reduzir as suas contribuições ou, se estas “injustiças” se repetirem, pode mesmo sair da organização. Quando a compensação é justa (equilibrada com a de outras pessoas), as suas contribuições continuam idênticas. Sempre que a compensação está acima da recebida pelas outras pessoas, verifica-se a tendência para um maior esforço. Podem ser resumidos os postulados principais de Teoria da Eqüidade: (1) a percepção da não eqüidade cria tensão no indivíduo; (2) a quantidade de tensão é proporcional à magnitude da percepção da não eqüidade; (3) a tensão criada no indivíduo irá motivá-lo a reduzir esta não eqüidade; (4) a força da motivação para reduzir a não eqüidade é proporcional à percepção dessa não eqüidade. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 9 3. Teoria do Reforço – Skinner A ideia principal dessa teoria é de que o reforço condiciona o comportamento sendo que este é determinado por experiências negativas ou positivas, devendo o gerente estimular comportamentos desejáveis e desencorajar comportamentos não agradáveis. O reforço positivo se dá de várias formas tais como: premiações, promoções e até um simples elogio a um trabalho bem feito. São motivadores vistos que incentivam o alto desempenho. O reforço negativo condiciona o funcionário à não se comportar de maneira desagradável, atuando através repreensões chegando até a demissões. QUESTÕES SOBRE MOTIVAÇÃO 01. (Cespe / MPS 2010) A teoria de Maslow cita as necessidades humanas como uma pirâmide, fazendo um paralelo com uma hierarquia. Na base dessa pirâmide, encontram-se as necessidades básicas ou fisiológicas e o pressuposto é: uma necessidade, em qualquer ponto da hierarquia, precisa ser atendida antes que a necessidade do nível seguinte se manifeste. Certo - Errado 02. (Cespe / Embasa 2010) Uma necessidade satisfeita não é motivadora de comportamento, pois apenas necessidades não satisfeitas influenciam o comportamento, embora duas necessidades possam, conjuntamente, orientar a ação das pessoas, fato que enfraquece a ideia de hierarquia de necessidades. Certo - Errado 03. (Cespe / TJBA 2003) A teoria da hierarquia das necessidades constitui uma das principais teorias da motivação e tem como um de seus pontos positivos o fato de se apoiar intensamente em pesquisa empírica. Maslow, além de ter fornecido substanciação empírica para a sua teoria, acreditava que, à medida que necessidades de baixa ordem fossem atendidas, as necessidades de alta ordem tornar-se-iam dominantes. Certo - Errado 04. (Cespe / Serpro 2005) No quarto nível da hierarquia de Maslow — necessidade de estima — estão as necessidades de amor, afeição e de relacionamento com outras pessoas. Certo - Errado 05. (Cespe / Ministério da Ciência e Tecnologia 2004) Segundo a teoria de motivação ERC de Alderfer, mais de uma necessidade pode ativar ocomportamento ao mesmo tempo. Certo - Errado 06. (Cespe / MTE 2008) Segundo a teoria proposta por Hezberg, o aumento salarial dado a uma categoria de servidores públicos, por exemplo, não seria um fator motivacional. Certo - Errado 07. (Cespe / Ipea 2008) De acordo com a Teoria Bifatorial de Herzberg (1959), o que motiva e torna o indivíduo satisfeito com o trabalho são recompensas extrínsecas provenientes das políticas da empresa, condições de trabalho, salários, relacionamento com colegas e chefes. Certo - Errado 08. (Cespe / TRE-AL 2004) Recompensas são mais eficientes que punições, visto que as pessoas tendem a repetir comportamentos que tenham sido objeto de recompensas, e as recompensas extrínsecas são mais motivadoras que as intrínsecas. Certo - Errado 09. (Cespe/TCU 2007) Recompensas, de qualquer tipo, são sempre motivadoras para o funcionário. Certo - Errado UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 10 10. (Cespe / ANAC 2009) Douglas MacGregor desenvolveu as teorias X e Y. Segundo tal conceituação, a teoria X parte do pressuposto de que as pessoas teriam aversão ao trabalho e à responsabilidade, preferindo ser dirigidas, demandando, portanto, um tipo de liderança que privilegia o controle, ao passo que o pressuposto da teoria Y seria de que as pessoas são criativas, têm propensão a gostar do trabalho e, portanto, rendem melhor quando submetidas a um tipo de liderança que incentive a motivação e a perspectiva de valorização profissional e pessoal. Certo - Errado 11. (Cespe / Anvisa 2004) A famosa teoria de McGregor supõe dois tipos de concepção sobre a natureza da relação homem-trabalho. A primeira, denominada teoria X, apoia-se em três princípios: o homem tem aversão ao trabalho; precisa ser controlado e punido para que se esforce no trabalho e cumpra os objetivos organizacionais; evita responsabilidades, pois está interessado apenas na sua própria segurança pessoal e financeira. A teoria Y, por outro lado, baseia-se em visão mais otimista da relação homem-trabalho. O indivíduo, segundo essa teoria, quer desenvolver-se, procura responsabilidades, é capaz de autodirigir-se e de colocar a sua criatividade a serviço da organização. Certo - Errado GABARITO QUESTÕES SOBRE MOTIVAÇÃO 01. C 06. C 11. C 02. C 07. E 03. C 08. E 04. C 09. E 05. C 10. C LIDERANÇA LIDERANÇA Liderança é um fenômeno social, referente à capacidade do indivíduo para influenciar outros. Na organização, ela existe tanto no organograma, que tem as relações de chefia formalmente definidas, como de forma espontânea, em relações informais, em equipes, ou mesmo na relação entre pares. Liderança é o assunto mais estudado na administração. Segundo Hampton (1999, p.197) já estão catalogados mais de 2.500 estudos sobre o tema, sendo assim um termo que gera várias definições. No entanto, o que a maioria dos estudiosos concorda é que a liderança envolve um processo de influência e atribui a quem a usa, o líder, a capacidade de exercer influência sobre pessoas. ESTILOS DE LIDERANÇA: Uma ideia bastante disseminada sobre os estilos de liderança coloca dois comportamentos - AUTOCRACIA e DEMOCRACIA - como pontos opostos de uma escala. Tannenbaum e Schmidt são dois autores que desenvolveram a ideia de uma "régua" dos estilos de liderança, dentro do qual a autoridade do gerente e a liberdade dos integrantes da equipe se combinam. Conforme a autoridade se concentra no líder, a autonomia do liderado diminui, e vice-versa. A medida que o estudo da liderança evoluiu, os dois comportamentos passaram a ser caracterizados de forma diferente da tradicional. Criaram-se outros nomes (liderança orientada para a tarefa e liderança orientada para as pessoas) para designar os dois estilos básicos. Cada estilo engloba diferentes comportamentos que podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo da situação. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 11 Liderança orientada para a tarefa A liderança orientada para a tarefa compreende os comportamentos classificados dentro do modelo autocrático de uso da autoridade. Em essência, o líder orientado para a tarefa tem muito mais preocupação com a tarefa do que com o grupo que a executa. O líder orientado para a tarefa tende a apresentar os seguintes comportamentos: • Focaliza o trabalho do subordinado ou grupo, enfatizando o cumprimento de prazos, os padrões de qualidade e a economia de custos. • Insiste na necessidade de cumprir as metas, e superar a concorrência ou desempenho passado. • Esclarece as responsabilidades individuais e designa tarefas para pessoas específicas. Liderança orientada para pessoas A liderança orientada para as pessoas compreende os comportamentos classificados dentro do modelo democrático de uso da autoridade. Em essência, o líder orientado para as pessoas acredita que o processo administrativo deve procurar criar um clima em que as pessoas sintam-se confortáveis. O líder orientado para pessoas tende a apresentar os seguintes comportamentos: • Focaliza o próprio funcionário ou grupo, enfatizando as relações humanas e o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe. • Ouve e presta atenção. • É amigável. • Apoia os funcionários. Estilos associados ao modelo democrático Estilos associados ao modelo autocrático Liderança orientada para pessoas Liderança orientada para a tarefa Liderança orientada para as relações humanas Liderança orientada para a produção Liderança orientada para a consideração Liderança orientada para o planejamento e organização Liderança bidimensional A liderança orientada para a tarefa e a liderança orientada para as pessoas, a princípio, foram consideradas estilos em oposição, mutuamente excludentes, assim como se pensava a respeito da autocracia e democracia, como ideias em conflito. A medida que a pesquisa sobre a liderança avançou, no entanto, verificou-se que a tarefa e as pessoas não são polos opostos da mesma dimensão, mas limites do mesmo território. Essa é a visão bidimensional da liderança, segundo a qual o líder pode combinar os dois estilos em seu comportamento, ou enfatizá-los simultaneamente. O modelo da liderança bidimensional. ESTILOS DE LIDERANÇA: Refere-se àquilo que o líder faz, ao seu estilo de comportamento para liderar. Na literatura especializada, encontramos três estilos: • Liderança autocrática • Liderança democrática • Liderança liberal ou Laissez faire UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 12 LIDERANÇA AUTOCRÁTICA: Na Liderança autocrática o líder é focado apenas nas tarefas. Este tipo de liderança também é chamado de liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. Este estilo de liderança resulta em forte tensão no grupo, frustração, agressividade quando o líder está ausente, falta de iniciativa e espontaneidade dos componentes do grupo. Na presença do líder, os liderados desempenham suas atividades normalmente, mas na sua ausência fazem “corpo mole”, param suas atividades, dando evasão aos sentimentos reprimidos. LIDERANÇA DEMOCRÁTICA: Chamada ainda de liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há participação dos liderados no processo decisório As decisões são tomadas em conjunto com o grupo. Este determina as técnicas de execuçãodas tarefas e sua divisão. Cada membro do grupo tem a liberdade de escolher seus companheiros de trabalho. O líder é participativo e procura ser um elemento normal no grupo, sugerindo quando solicitado e sempre apresentando alternativas para o grupo escolher. Suas avaliações são objetivas, e quando necessita criticar ou elogiar, limita-se aos fatos. Este estilo de liderança possibilita a formação de relacionamentos cordiais, o surgimento da franqueza, espontaneidade, autonomia e criatividade. Na ausência do líder, os liderados continuam produzindo e qualquer elemento pode assumir a liderança, se necessário. Os membros do grupo se mostram motivados e satisfeitos com a liderança. LIDERANÇA LIBERAL OU LAISSEZ FAIRE : Este estilo dá total liberdade ao grupo, sendo sua liderança mínima. A divisão das tarefas, escolha dos companheiros, a execução fica por conta do grupo, sem que o líder participe do processo. O líder não avalia e quando solicitado faz comentários aleatórios sobre o grupo. Este tipo de liderança é indicada para uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigi-los. *Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 13 TEXTO COMPLEMENTAR: ESTILOS DE LIDERANÇA: AUTOCRÁTICO: esse estilo é denominado por alguns autores como diretivo, burocrático e até ditatorial. Efetivamente, concebe-se nele um comportamento arbitrário, autoritário e prejudicial, não permitindo argumentação capaz de lhe desviar dos métodos e objetivos selecionados. Sua concepção consiste em fazer alguma coisa pela força e não pela liberdade de ação. DEMOCRÁTICO: é um estilo que se caracteriza pelo trabalho em conjunto ou participativo. É permitido ao grupo efetuar sugestões e participar nas decisões, ao mesmo tempo em que a autoridade é exercida com o subordinado, resultando em obediência aprovada, isto é, sem a força do poder dominante. LIBERAL: o estilo liberal, também denominado laissez faire, caracteriza-se pelo excesso de liberdade permitida aos subordinados, possibilitando uma situação em que as pessoas não conhecem seus objetivos e nem se interessam em fazer alguma coisa. TEORIAS SOBRE A LIDERANÇA Entre as várias teorias, mencionaremos as mais tradicionais, que aparecem com mais frequência nas provas de concursos públicos TEORIAS DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE. A ênfase destas Teorias está na pessoa que exerce a liderança, isto é, referem-se àquilo que o líder é. Partem do princípio de que certas pessoas possuem uma combinação de traços que as levam à liderança. - traços físicos: mostram vitalidade, energia, aparência; - traços sociais: habilidades interpessoais; - traços relacionados com a tarefa: conhecimento do cargo e de todas as rotinas a ele inerentes; e - traços intelectuais: autoconfiança, entusiasmo, carisma. As pesquisas para identificar os traços responsáveis pela capacidade de liderança deram em nada. Por exemplo, algumas delas chegaram a identificar 80 traços e apenas cinco deles eram comuns a quatro ou mais estudos. Assim, essas pesquisas não foram capazes de determinar os traços que diferenciassem líderes de liderados. Os 6 traços que costumam diferenciar os líderes dos liderados são: • ambição e energia, • desejo de liderar, • honestidade e integridade, • autoconfiança, • inteligência e • conhecimentos relevantes para o trabalho. Além disso parece ser importante que os líderes tenham elevado grau de automonitoramento. A conclusão que se chega é que alguns traços aumentam a probabilidade de sucesso de um líder, mas nenhum deles é garantia de sucesso. - Limitações da teoria dos traços: a) não existe nenhum traço universal que possa prever a liderança em qualquer situação. b) os traços preveem mais a liderança em situações “fracas” do que em situações “fortes”. c) as evidências são pouco claras quanto ao que é causa e o que é efeito (p.ex. os líderes são mais auto- confiantes ou o sucesso na liderança é que leva à autoconfiança?) A abordagem dos traços é muito apreciada pela mídia, porém ela é criticada principalmente por não considerar as necessidades dos seus seguidores e por ignorar fatores situacionais. LIDERANÇA SITUACIONAL OU CONTINGENCIAL A liderança situacional resume-se na ideia de o estilo tem que se adequar à situação para ser eficaz e esta situação envolve os funcionários, a empresa e a tarefa. Segundo a proposta mais atual de estilo de liderança, que é a contingencial, há a necessidade de o líder criar ou reconhecer um ambiente favorável, como também conhecer as expectativas dos liderados antes de adotar um estilo de liderança. Cabe ao líder, portanto, refletir sobre a prática por ele vivenciada, e analisá-la segundo os fatores que a determinam. Somente o conhecimento dessa realidade é que permite a possibilidade de escolha. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 14 O termo liderança é também objeto de controvérsias e permite o desenvolvimento de duas abordagens antagônicas: a liderança como característica de um indivíduo e a liderança como propriedade do grupo. A liderança como característica de um indivíduo fundamenta-se na identificação dos traços individuais, físicos, intelectuais e de personalidade dos líderes (liderança inata). Embora a caracterização do chefe "ideal" ou do líder tenha sido estudada e adotada como ponto básico na formação ou preparo desses elementos desde as escolas Científica e Clássica da administração, esse pressuposto não resistiu aos resultados de estudos que demonstraram, efetivamente, a não-existência de características comuns, entre diferentes líderes, para que possam ser qualificados como adequados. A liderança como propriedade de um grupo, é considerada um fenômeno que surge à medida que o grupo se forma e se desenvolve. Segundo esse ponto de vista, o papel que um elemento assume no grupo é determinado pelas necessidades do próprio grupo, pelas características próprias de cada um dos elementos desse grupo e pela forma como essas características são percebidas pelos demais elementos. Assim, desaparece o "líder" e surgem diferentes líderes em diferentes situações e momentos da vida do grupo. Essa abordagem caracteriza o estilo de LIDERANÇA SITUACIONAL (OU LIDERANÇA CONTINGENCIAL). Assim, o exercício da liderança não se apoia exclusivamente nas características de personalidade do líder. A interação indivíduo/meio é uma constante, e a liderança é uma consequência dessa interação. A liderança como propriedade do grupo, ou liderança contingencial, admite o dinamismo da organização e permite a escolha, pelo líder, de diferentes estilos de liderança em diferentes situações. FONTE: AGUIAR, M.A.F. de. Psicologia aplicada à administração; uma introdução à psicologia organizacional. São Paulo, Atlas, 1981. LIDERANÇA TRANSACIONAL Liderança transacional é aquela baseada na autoridade, recompensa e troca. É a liderança que leva o funcionário a fazer o que precisa ser feito. Este tipo de liderança precisa estar presente nas organizações, porque é a base do fazer acontecer e está alicerçada nos controles. Precisa existir em todos os estágios do ciclo de vida das organizações. A liderança transacional baseia-se na troca de recompensas por serviços. Envolve dois padrões de comportamento: recompensa contingente e gerenciamento por exceção. O líder que emprega o primeiro, elogia, reconhece o esforço ou até aumenta o salário diante da tarefa proposta cumprida e alcançados os objetivos. Já no segundopadrão, o líder adota uma conduta punitiva só interferindo junto aos liderados quando algo está errado. Esse tipo de liderança dá estabilidade à instituição mantendo seu funcionamento ao invés de modificá-lo. Mudanças ocorrem, mas não conseguem mudar o sistema. LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL A Liderança transformacional é capaz de mudar o comportamento de um funcionário a partir de uma visão do líder, da inspiração de ideais, do estímulo intelectual e da consideração individualizada (cada pessoa possui necessidades individuais exclusivas). Este líder motiva as pessoas, impelindo-as a agirem além de suas capacidades, transformando-as e alcançando os resultados organizacionais. A liderança transformacional pode mudar a instituição, pois motiva os funcionários a fazerem mais do que se esperava que fizessem. Esse tipo de líder modifica a cultura do trabalho utilizando padrões de comportamento como carisma (popularidade), estimulação intelectual (criar nos outros uma consciência dos problemas e de suas soluções) e consideração individualizada (desenvolvimento e fortalecimento da equipe, de modo que as pessoas e a organização se beneficiem no final). UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 15 COMUNICAÇÃO Comunicação é a troca de informações entre pessoas. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. É um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social. Requer um código para formular uma mensagem e enviá-la na forma de sinal (ondas sonoras, letras impressas, símbolos), por meio de um canal (ar, fios, papel), a um receptor da mensagem que a decodifica e interpreta seu significado. Na comunicação pessoal direta falada, ou seja, na conversação, a linguagem funciona como código e é reforçada por elementos de comunicação não verbal (gestos, sinais, símbolos). A comunicação interpessoal também pode acontecer a distância, por meio da escrita, do telefone ou da internet, como modo de transmitir as mensagens. A comunicação tem aplicação em todas as funções administrativas, mas é particularmente importante na função de direção, pois representa o intercâmbio de pensamento e de informações para proporcionar compreensão mútua e confiança, além de boas relações humanas. A comunicação envolve troca de fatos, ideias, opiniões ou emoções entre duas ou mais pessoas e é também definida como inter-relações por meio de palavras, letras, símbolos ou mensagens e como um meio para o participante de uma organização partilhar significado e compreensão com outros. Toda comunicação envolve transações entre pessoas. A comunicação é um "processo de passar informação e compreensão de uma pessoa para outra". É essencialmente uma ponte de significados entre pessoas. Uma pessoa sozinha não pode se comunicar. Somente com uma outra pessoa ou pessoas que recebam a mensagem é que pode completar o ato de comunicação. Embora encarada como transmissão de informações de uma pessoa para outra para criar compreensão mútua e confiança, basicamente a comunicação é uma permuta ou um intercâmbio de informações que devem ser transmitidas e compreendidas dentro da empresa. O enfoque das relações humanas mostrou que as comunicações dentro das organizações são terrivelmente falhas e alertou os administradores a: • Assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa. • Incentivar franqueza e confiança entre indivíduos e grupos nas empresas. A comunicação é uma atividade administrativa QUE TEM DOIS PROPÓSITOS PRINCIPAIS: • Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir suas tarefas. • Proporcionar as atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Esses dois propósitos promovem um ambiente que conduz a um espírito de equipe e a melhora do desempenho das tarefas. A Teoria das Relações Humanas enfatiza os grupos, e não o comportamento individual. A comunicação é tratada como fenômeno social. DICAS A importância da comunicação Para a Teoria das Relações Humanas, a comunicação é importante no relacionamento entre as pessoas e na explicação aos participantes das razões das orientações tomadas. Os subordinados devem receber continuamente dos superiores um fluxo de comunicações capaz de suprir-lhes as necessidades. Mas também os superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de lhes fornecer uma ideia adequada do que está acontecendo. Dentro desse aspecto, surge a necessidade de o administrador acompanhar o trabalho dos subordinados para avaliar seu desempenho e habilidades. Essa necessidade de avaliação se fundamenta em três pontos: A pessoa trabalha melhor quando conhece os padrões de seu trabalho. A organização opera mais eficientemente quando o funcionário e seu chefe têm um entendimento comum das responsabilidades e padrões de desempenho que a empresa espera obter deles. Cada um pode ser auxiliado a dar a máxima contribuição à organização e a utilizar ao máximo as suas habilidades e capacidades. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 16 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO O sistema de comunicação envolve, no mínimo, duas pessoas ou dois grupos: o remetente (fonte) e o recebedor (destino), isto é, o que envia a comunicação e o que a recebe. A fonte constitui o ponto inicial e o destino o ponto final da comunicação. Entre eles existem mais quatro componentes do processo: a transmissão, o canal, a recepção e o ruído. Vejamos os seis componentes do sistema de comunicação: 1. Fonte: A fonte significa a pessoa, coisa ou processo que emite ou fornece as mensagens por intermédio do sistema. O remetente cria uma ideia ou escolhe um fato para comunicar. É o que passa a ser o conteúdo da comunicação, isto é, a mensagem com um determinado significado. O remetente organiza sua ideia ou a mensagem por meio de uma série de símbolos, sinais ou códigos pelos quais pretende comunicar a outra pessoa (destino). 2. Transmissor: O transmissor significa o meio, processo ou equipamento (voz, telefone, carta etc.) que codifica e transporta a mensagem através de algum canal até o receptor (destino) que deve recebê-la. Em princípio, todo transmissor é um codificador de mensagem. 3. Canal: é o espaço intermediário situado entre o transmissor e o receptor, que geralmente constituem dois pontos distantes. 4. Receptor: significa o processo ou equipamento que capta e recebe a mensagem no canal. Para tanto, o receptor decodifica a mensagem para poder colocá-la à disposição do destino. Em princípio, todo receptor é um decodificador de mensagem. 5. Destino: significa a pessoa, coisa ou processo a quem é destinada a mensagem no ponto final do sistema de comunicação. 6. Ruído: significa a perturbação indesejável que tende a deturpar e alterar, de maneira imprevisível, as mensagens transmitidas. O conceito de ruído envolve as perturbações internas presentes ao longo dos diversos componentes do sistema, como é o caso de perturbações no transmissor (voz rouca ou prolação defeituosa, telefone cruzado, carta ilegível etc.) ou no receptor (surdez, dificuldade de leitura etc.). Por outro lado, a palavra interferência serve para conotar uma perturbação de origem externa ao sistema, mas que influencia negativamente o seu funcionamento (ambiente barulhento, interferências, escuridão etc.). Em um sistema de comunicação, toda fonte de erros ou distorções está incluída no conceito de ruído. Uma informação ambígua ou que induz a erro é uma informação que contém ruído. Uma das maneiras de se reduzir o ruído é para garantir a interpretação da repetição da mensagem a redundância mensagem. Em todo sistema de comunicação sempre existe algum grau de ruído. Os seis componentes funcionam como um processo.Figura: O processo de comunicação. O conteúdo do processo de comunicação é geralmente uma mensagem, enquanto o objetivo é a compreensão da mensagem por parte do destino. Assim, a comunicação somente ocorre quando o destino (a pessoa que a recebe) compreende ou interpreta a mensagem. Se a mensagem não chega ao destino, e se o destino não a compreende, a comunicação não se efetiva. A retroinformação (retroação, feedback) constitui um elemento importante no sistema de comunicação. Quando existe retroinformação, a comunicação é bilateral e ocorre nos dois sentidos. Quando não há retroinformação, a comunicação é feita em um só sentido, não havendo nenhum retorno para que a fonte possa conhecer o resultado. A retroinformação não garante a eficácia da comunicação, mas aumenta a sua precisão e tem a vantagem de produzir autoconfiança para ambas as partes, pois permite o conhecimento dos resultados. OUTRA ABORDAGEM: COMUNICAÇÃO Emissor e Receptor - O processo de comunicação sempre envolve uma fonte (ou emissor) que transmite uma mensagem, por algum meio (canal), para um destinatário (ou receptor). Antes de transmitir, a fonte codifica a mensagem, convertendo-a em símbolos: idioma, sons, letras, números e outros tipos de sinais, que segue por um canal ou meio de comunicação: conversação, telefonema, e-mail, memorando ou outro. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 17 Na outra ponta da linha, o receptor decodifica a mensagem, desde que esteja usando o mesmo sistema de símbolos do emissor. A mensagem e, então, interpretada pelo receptor. Ruídos - O processo de comunicação é sujeito a ruídos e interferências, que distorcem a mensagem ou impedem a transmissão e recepção eficazes da informação. Ruídos e interferências são: excesso de mensagens que disputam a atenção dos destinatários, desatenção por parte do receptor, dificuldades de expressão ou linguagem incorreta por parte do emissor e ruídos propriamente ditos no ambiente ou nos canais de comunicação. Feedback - Significa realimentação, ou seja, o retomo da informação para o emissor. Este pode ser natural, ou seja, uma reação espontânea de algo que o emissor tenha dito ou feito ou induzido, quando o emissor, por exemplo, pede a opinião de outra pessoa sobre uma ideia que apresentou. O Feedback é uma garantia de eficácia do processo de comunicação. Tipos de Feedback: Um elemento importante no processo de comunicação é o feedback. Feedback significa realimentação – o retorno da informação para o emissor. O Feedback pode ser natural. Por exemplo, você percebe as pessoas rindo quando conta uma anedota. O feedback também pode ser induzido. Por exemplo, você pede a opinião de outra pessoa sobre uma ideia que apresentou. O feedback é uma garantia da eficácia do processo de comunicação. Todas as pessoas, os administradores e comunicadores profissionais em particular, devem cultivar o feedback. Fonte: MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. – Introdução à administração – 6. ed., Atlas, 2004. BARREIRAS À COMUNICAÇÃO Quase sempre o processo de comunicação sofre entraves, bloqueios, dificuldades e restrições devido a barreiras que se interpõem entre os emissores e recebedores. As barreiras à comunicação são as restrições e limitações que ocorrem dentro ou entre as etapas do processo de comunicação, fazendo com que nem todo sinal emitido pela fonte percorra o processo de modo a chegar incólume ao seu destino. O sinal pode sofrer perdas, mutilações, distorções, como também sofrer ruídos, interferências, vazamentos, e ainda ampliações ou desvios. O boato é um exemplo típico de comunicação distorcida, ampliada e, muitas vezes, desviada. As barreiras fazem com que a mensagem enviada e a mensagem recebida e interpretada sejam diferentes entre si. Figura: Barreiras ao processo de comunicação. BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO - BARREIRAS PESSOAIS: influenciam nas barreiras pessoais certos hábitos falhos na hora de ouvir, envolvendo emoções e outros tipos de sentimentos pessoais. Estas barreiras, como denominado pelo próprio nome, são pessoais, ou seja, singulares e distintas a cada pessoa. - BARREIRAS FÍSICAS: interferências físicas que ocorrem dentro do ambiente de comunicação. Ruídos no ambiente externo, uma janela que se abre no decorrer da conversa, a distância física entre a fonte e o destinatário, interferências na comunicação por aparelhos móveis, etc.; - BARREIRAS SEMÂNTICAS: limitações e distorções da comunicação feita através de símbolos – como gestos, sinais, etc. – que podem ter diferentes sentidos para cada pessoa, distorcendo o real significado da mensagem inicial. Esses três tipos de barreiras ocorrem simultaneamente, fazendo com que a mensagem seja filtrada, bloqueada ou, até mesmo, distorcida. Além das barreiras de comunicação, podem existem outros três tipos de males no processo: - Omissão: é percebida quando ocorre certo tipo de omissão de partes importantes contidas na mensagem, fazendo com que a comunicação perca parte de seu significado. - Distorção: ocorre quando a mensagem sofre algum tipo de alteração, deturpação que afeta seu real significado. - Sobrecarga: quando a quantidade de mensagem ultrapassa a capacidade pessoal do destinatário para poder processar toda a informação, perdendo parte dela ou distorcendo seu conteúdo. FONTE: CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos – O capital humano das organizações; São Paulo, editora Campus, 2009. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 18 ANTICOMUNICAÇÃO Há de se considerar ainda o que Davis e Newstrom (1992:9) chamam de "mensagens lamentáveis", ou seja, quando o emissor, consciente ou inconsciente, acaba se expressando por meio de insultos estereotipados, críticas sarcásticas, informações prejudiciais (boatos) ou ataques pessoais, só conseguindo antipatias. Essa é a anticomunicação. (Fonte: Aspectos comportamentais da gestão de pessoas - Ivanildo Izaias de Macedo - FGV - 9ª Ed. 2007) Uma empresa pode ser entendida como uma série de grandes redes de comunicação que se interpenetram e se cruzam ligando as necessidades de comunicação de cada processo decisorial às fontes de informação. A comunicação repousa sobre o conceito de informação, significado e compreensão de uma pessoa para outra. Figura: Toda a atividade da gerência passa através do gargalo da comunicação. Uma informação é um conjunto de dados que possui um significado, isto é, que quer dizer alguma coisa. Para que haja significado, a informação deve ter alguma referência com o sistema cognitivo da pessoa que a envia e da pessoa que a recebe. A compreensão se refere ao fato de o recebedor interpretar aquilo que recebeu da maneira como a fonte o enviou. Se a fonte transmitiu uma ideia de quadrado e o recebedor está pensado em um triângulo, a comunicação é ineficaz, pois a compreensão não ocorre. Além do mais, a comunicação dentro das empresas envolve mais do que simplesmente recepção e interpretação: ela envolve uma expectativa de compreensão, aceitação e de ação. Assim, um segundo passo da compreensão leva a uma aceitação e uma ação por parte de quem recebe a comunicação. Exemplos de barreiras à comunicação: 1. Na fonte: - Codificação pouco clara. Falta de clareza. - Significados diversos. - Fontes concorrentes. - Mensagem não desejada. 2. Na transmissão: - Muitos intermediários que distorcem. - Canais sobrecarregados. - Prioridades conflitantes. 3. No receptor: - Desatenção. - Falta de interesse. - Avaliação prematura. - Má interpretação. - Preocupação com o próprio ponto de vista. Segundo Chiavenato (2004, p. 320-321) há que se observar dois aspectos para a melhoria da comunicação organizacional. Primeiro os administradores devem melhorar suas mensagens - a informação quedesejam transmitir e em segundo lugar devem compreender o que as pessoas estão tentando lhes comunicar. EM SUMA: DEVEM TORNAR-SE MELHORES CODIFICADORES E DECODIFICADORES. Para tanto, apresenta algumas técnicas: a) Acompanhamento – é necessário para que se tenha a certeza de que a mensagem foi compreendida. O emissor deve saber se o significado que está na mente do receptor é o mesmo que tentou transmitir; b) Retroação – É importante que o destinatário possa utilizar um canal para retroagir, assim o emissor poderá se certificar que a mensagem/informação produziu o efeito desejado; c) Empatia – A forma de se comunicar depende do que se conhece do destinatário “...é mister que se compreenda o processo de decodificação que envolve percepção e o modo como a mensagem será filtrada pelas pessoas”. d) Repetição - Em comunicação a repetição assegura que, se uma mensagem não for compreendida haverá outras oportunidades para que seja. Como por UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 19 exemplo, quando pessoas ingressam em uma organização ou mesmo quando estudantes ingressam na universidade, recebem as mesmas informações básicas de diversas maneiras, ou seja, a informação redundante garante que a comunicação seja assegurada; e) Simplificação da linguagem – A comunicação só existirá se o destinatário compreender o significado da mensagem/informação que for transmitida, portanto o codificador deve se preocupar em transmitir informações/mensagens, utilizando palavras, apelos e símbolos que tenham significado para o destinatário; f) Boa escuta – É preciso estar consciente de que para se fazer entender, é necessário também, que se saiba ouvir, compreendendo o que está sendo transmitido; g) Encorajamento da confiança mútua – O clima de confiança propicia melhor acompanhamento e compreensão, portanto a comunicação é melhor quando se baseia em confiança recíproca; h) Criação de oportunidades – Devido à grande quantidade de mensagens existentes no dia-a-dia, muitas delas não são sequer decodificadas, pois não há tempo/oportunidade para que sejam levadas em conta, pois enquanto os emissores organizações agendam reuniões/encontros, para que a troca de ideias sobre assuntos importantes seja feita. FONTE: CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. São Paulo: Thomson, 2004. COMUNICAÇÕES FORMAIS E INFORMAIS Existem numerosas formas e tipos de comunicações que são agrupados e classificados em várias categorias para estudo, análise, explicação e comparação. Do ponto de vista do estilo e padrão de fluxo organizacional, as comunicações podem ser classificadas em formais e informais. Nas comunicações formais a mensagem é enviada, transmitida e recebida por meio de um padrão de autoridade determinado pela hierarquia da empresa, comumente denominado cadeia de comando. Todavia, a maior parte da comunicação intercambiada dentro de uma empresa se faz de maneira informal. As comunicações informais ocorrem fora dos canais formais de comunicação e por meio de formato oral ou escrito. O sistema de comunicação informal dentro de uma empresa é denominado "cacho de uva" pelo seu aparente crescimento e desenvolvimento casual em cadeias de segmentos por meio de grupos sociais. COMUNICAÇÕES ORAIS E ESCRITAS As mensagens podem ser transmitidas de diferentes formatos. Elas podem ser orais ou escritas. As comunicações interpessoais são feitas no formato falado ou escrito. Como uma grande percentagem da interação humana ocorre por meio desses dois formatos, os estudos se concentram nas vantagens e desvantagens dessas duas formas de comunicação. Muitos indivíduos preferem a intimidade da comunicação oral, enquanto outros preferem a acuracidade e precisão da comunicação escrita. Todavia, tempo, custo, rapidez, preferências pessoais, habilidades individuais, recursos disponíveis e outras considerações servem como critérios de decisão para a escolha de um desses dois tipos de comunicação. Meios de Comunicação - Há duas formas de comunicação: Oral e Escrita. Tanto uma como a outra podem ser auxiliadas por recursos visuais, como gráficos, fotografias, mapas e objetos: • Comunicação Oral - é o primeiro e mais importante canal de comunicação. A comunicação oral, além do domínio do idioma, envolve a escolha das palavras, o tom de voz e a correção da linguagem. Quem não fala direito, além de não se fazer entender, dificilmente conseguirá dominar os outros meios de comunicação. • Comunicação Escrita - A competência na comunicação oral não significa propriamente competência na comunicação escrita. A comunicação escrita é muito mais complexa que a oral, porque envolve um segundo sistema de codificação, além da fala. Nas organizações, a comunicação escrita desempenha um papel muito importante. Desde os bilhetes e e-mails até os relatórios para a Diretoria e propostas para clientes. Diante de tantas mensagens um alto nível de competência em comunicação escrita é essencial para os gerentes e em todas as pessoas que trabalham na organizações. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 20 COMUNICAÇÕES DESCENDENTES, ASCENDENTES E LATERAIS Em toda empresa existe uma complexa combinação de meios de comunicações pelos quais elas transitam e se propagam. Conforme o fluxo direcional dentro da empresa, as comunicações podem ser classificadas como descendentes, ascendentes e laterais. As comunicações descendentes aquelas que fluem de cima para baixo incluem intercâmbio de informação face a face entre chefe e subordinado ao longo da cadeia de comando, relatórios administrativos, manuais de políticas e de procedimentos, jornais internos da empresa, cartas e circulares aos empregados, relatórios escritos sobre desempenho, manuais de empregados etc. As comunicações descendentes se prestam mais às informações que não apresentam controvérsias, e quando o propósito é mais informativo do que persuasivo. O fluxo ascendente utilizado na maioria das empresas envolve memorandos escritos, reuniões grupais entre empregados, conversas informais com superiores, além de outras técnicas adicionais como relatórios de desempenho, planos de sugestões, pesquisas de opinião etc. O fluxo lateral ou horizontal de comunicações constitui uma das formas de fluxos de informação organizacional mais cruciais. Virtualmente, todo contato de trabalho direto entre duas ou mais pessoas envolve comunicações laterais ou horizontais. Os intercâmbios de informação interdepartamental ou intercargos ajudam a ligar e a unir os componentes de uma organização e servem como forças coordenadoras e integradoras dentro da estrutura empresarial. Figura: Os fluxos direcionais de comunicações. Naturalmente, as comunicações descendentes, ascendentes e laterais podem ser orais ou escritas e podem ser formais ou informais quanto ao seu estilo ou padrão. ATENÇÃO! Vários autores consideram ainda a COMUNICAÇÃO DIAGONAL. Veja: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 21 OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO Existem alguns modelos de canais de comunicação dentro de uma empresa, sendo necessário o planejamento de um organograma para que a mensagem seja transmitida da maneira mais fidedigna possível, sem distorções. Dentre esses modelos, encontramos os: COMUNICAÇÃO DESCENDENTE O sentido da comunicação pode ser de cima para baixo, ou seja, a informação flui dos níveis hierárquicos superiores para inferiores (dos superiores para os subordinados). COMUNICAÇÃO ASCENDENTE O sentido da comunicação pode partir debaixo para cima - a informação flui dos subordinados para os superiores hierárquicos. COMUNICAÇÃO HORIZONTAL (LATERAL) O sentido pode ser projetado de forma horizontal (lateral) - a informação fluientre membros do mesmo nível hierárquico. COMUNICAÇÃO DIAGONAL A informação flui entre um gestor funcional e os empregados de outros grupos de trabalhos. BIBLIOGRAFIA: Administração-Teoria-Processo-e-Prática - 3ª Ed. - CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional - A Dinâmica de Sucesso Das Organizações - 3ª Ed. 2014 - CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à administração - 6. ed., Atlas, 2004. - MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Aspectos comportamentais da gestão de pessoas - FGV - 9ª Ed. 2007 - MACEDO, Ivanildo Izaias de Introdução à Teoria Geral da Administração - 9ª Edição - 2014 - CHIAVENATO, Idalberto. QUESTÕES AOCP - COMUNICAÇÃO 01. (2017 - AOCP - IPAMB - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO - ASSISTÊNCIA) A comunicação no ambiente de trabalho tem dois propósitos principais que, em conjunto, promovem um ambiente que conduz a um espírito de equipe e a um melhor desempenho nas tarefas. Assinale a alternativa que apresenta um desses propósitos. a) Monitorar o aprendizado cada vez mais rapidamente, continuamente, aumentando o conhecimento. b) Aumentar a maleabilidade, capacidade para aprender e fazer várias coisas ou aplicações diferentes. c) Indicar a continuidade de atitudes, com convicção de chegar a um determinado ponto desejado. d) Assegurar a capacidade antecipatória, sabendo visualizar as decorrências futuras de suas ações. e) Proporcionar as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos. 02. (2017 - AOCP - IPAMB - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO - ASSISTÊNCIA) Em toda empresa existe uma complexa combinação de meios de comunicações pelos quais elas transitam e se propagam. Considerando o fluxo direcional dentro da empresa, assinale a alternativa que apresenta os fluxos direcionais que possibilitam comunicações orais ou escritas e formais ou informais quanto ao seu estilo ou padrão. a) Comunicações descendentes, ascendentes e horizontais. b) Comunicações ascendentes, subordinadas e verticais. c) Comunicações descendentes, superiores e laterais. d) Comunicações ascendentes, horizontais e verticais. e) Comunicações transversais, diagonais e atitudinais. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 22 03. (2017 - AOCP - IPAMB - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO - PREVIDÊNCIA) A comunicação no ambiente de trabalho, assim como toda comunicação humana, depara-se com quais tipos de barreiras? a) Barreiras de emissão, de transmissão e de recepção. b) Barreiras internas, externas e amplificadas. c) Barreiras pessoais, físicas e semânticas. d) Barreiras sistemáticas, midiáticas e visuais. e) Barreiras codificadas, ignoradas e ocultas. 04. (2013 - INSTITUTO AOCP - Colégio Pedro II - Auxiliar de Administração) Quais são os elementos que compõem o processo de comunicação? a) Emissor e receptor. b) Emissor, receptor e ruídos. c) Emissor, receptor, mensagem, canal e ruídos. d) Receptor, ruídos e canal. e) Emissor, canal, mensagens. 05. (2015 - INSTITUTO AOCP - UFPEL - Assistente Administrativo) Os canais de comunicação formais e informais são aqueles que permitem a circulação das informações dentro das organizações. No que diz respeito à comunicação informal, assinale a alternativa correta. a) Comunicação descendente dos níveis mais elevados para o nível operacional. b) Comunicação ascendente que parte do nível operacional até chegar ao topo. c) Comunicação espontânea conhecida como rádio corredor. d) Comunicação horizontal das mensagens trocadas lateralmente em um mesmo nível ou em diagonal. e) Comunicação por meio de relatórios e informações contábil-financeiras. 06. (2013 - INSTITUTO AOCP - Colégio Pedro II - Auxiliar de Administração) Existem dois tipos de comunicação, a “verbal” e não “verbal”. Assinale a alternativa que apresenta aqueles que representam comunicação “verbal”. a) Cartas, jornais, impressos. b) Revistas, cartazes, entre outros. c) Realiza-se por meio de gestos e expressões faciais e corporais. d) Realiza-se por meio de gestos e expressões corporais e ordens. e) Ordens, pedidos, debates, discussões, tanto face a face quanto por telefone. 07. (2017 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Assistente Administrativo - HUAC - UFCG) Geralmente, o processo de comunicação é descrito como sendo composto por vários elementos e aspectos. Assinale a seguir a alternativa que faz referência ao elemento que corresponde à verificação do sucesso obtido na transferência das mensagens tais como originalmente pretendidas, isto é, à verificação da reação à comunicação do emissor. a) Receptor. b) Ruído. c) Canal. d) Feedback. e) Decodificação. 08. (2015 - INSTITUTO AOCP - UFPEL - Assistente Administrativo) A comunicação certamente é um problema comum enfrentado pelas empresas ou, melhor dizendo, a falta dela. A anticomunicação é entendida como a) informações prejudiciais, boatos ou ataques pessoais feitos pelo emissor da mensagem. b) desatenção, impaciência ou pressa presentes no receptor da mensagem. c) uso de linguagem e símbolos inadequados presentes no emissor da mensagem. d) diferenças na hierarquia dos cargos e níveis culturais presentes no receptor. e) tom de voz inadequado presente no emissor. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO 23 09. (2016 - INSTITUTO AOCP - CASAN - Assistente Administrativo) Um elemento importante no processo de comunicação é o feedback ou a realimentação, que é o retorno da informação para o emissor. Assinale a alternativa que apresenta as formas em que ocorre o feedback. a) Oral e escrito. b) Mapas e figuras. c) Gráficos e objetos. d) Imagens e símbolos. e) Natural e induzido. 10. (2017 - AOCP - IPAMB - ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO - PREVIDÊNCIA) Para que os administradores melhorem a eficácia do processo de comunicação no ambiente de trabalho, eles necessitam se tornar melhores a) descendentes e ascendentes. b) codificadores e decodificadores. c) interdepartamentais e intradepartamentais. d) solucionadores e implementadores. e) líderes democráticos e liberais. GABARITO 01. E 06. E 02. A 07. D 03. C 08. A 04. C 09. E 05. C 10. B