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29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/48 Módulo 1 – Evolução Histórica do Direito do Trabalho. Origem do Direito do Trabalho: Escravidão, Servidão, Corporações de Oficio, Locação de Serviços e o Contrato de Trabalho. Evolução do Direito do Trabalho no Brasil. Consolidação das Leis do Trabalho. Constituição Federal Vigente. Convenções e Recomendações Internacionais do Trabalho. Fontes do Direito do Trabalho. Princípios do Direito do Trabalho. Definição e Natureza Jurídica do Direito do Trabalho. EVOLUÇÃO MUNDIAL DO DIREITO DO TRABALHO A palavra "trabalho" vem do latim tripalium, que era uma espécie de instrumento de tortura ou uma canga que pesava sobre os animais. A primeira forma de trabalho conhecida foi a ESCRAVIDÃO, surgida nos primórdios dos tempos (ERA PRIMITIVA), quando os homens, já reunidos em tribos, descobriram que, ao invés de matar seus adversários de tribos inimigas, era melhor subjuga-los, fazendo-os trabalhar como escravos. Os chefes mais valentes eram possuidores de grande número de escravos e, como não conseguiam se utilizar de todos, acabavam por COMERCIALIZÁ-LOS. Os ESCRAVOS CUIDAVAM dos trabalhos manuais e serviços pesados, já que estes eram considerados desonrosos aos homens livres. A escravidão continuou na IDADE ANTIGA, em GRÉCIA E ROMA, principalmente, que se utilizavam em grande escala dos serviços escravos, uma vez que os pensadores e filósofos da época acreditavam que, para conseguir cultura era preciso, além de ser rico, não exercer qualquer tipo de trabalho manual. Muitos escravos, não obstante, vieram a conseguir sua liberdade, como demonstração de gratidão de seus senhores em vida ou em morte. Uma vez livres, eles precisavam se alugar a terceiros para sobreviver, em troca de dinheiro, surgindo, então, a PRIMEIRA RELAÇÃO ASSALARIADA. Esse "ALUGUEL", em Roma, era chamado de locatio conductio e estabelecia a ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO do homem livre em três formas: a locatio conductio rei, que consistia no arrendamento de coisas, objetos; a locatio conductio operarium, que consistia na locação do próprio homem para a prestação de alguns serviços; e a locatio conductio operis, que consistia no contrato de entrega de obra. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/48 Na ERA MODERNA, a escravidão perdurou com o descobrimento das Américas e a escravização dos povos indígenas e, posteriormente, dos africanos, o que acabou gerando, também, um COMÉRCIO, no qual o Brasil tinha destaque. O FIM da escravidão se deu com a REVOLUÇÃO FRANCESA, embora lamentavelmente, até hoje, se registrem casos de escravidão no interior da Ásia, África e no Brasil. O segundo sistema de trabalho implantado foi o regime de SERVIDÃO. Nesse regime, que teve seu marco inicial na IDADE MÉDIA, o servo não era um escravo propriamente dito, mas de fato não dispunha de liberdade. Nessa época, os servos trabalhavam para os senhores feudais em troca de segurança e proteção, além de lhes pagarem impostos absurdos, que absorviam seus poucos bens e os deixavam completamente subjugados ao senhor. O terceiro sistema de trabalho, também desenvolvida na IDADE MÉDIA, foram as CORPORAÇÕES DE OFÍCIOS, uma verdadeira reunião de determinados profissionais em grupos. Tais corporações tiveram grande força na França, Espanha e Alemanha, mas estavam presentes também na Inglaterra. As corporações eram compostas pelos mestres, pelos companheiros e pelos aprendizes. Os primeiros eram os donos do ofício, proprietários das oficinas; os segundos eram trabalhadores ASSALARIADOS e, os últimos eram jovens que recebiam dos mestres o ensino do ofício mediante, muitas vezes, paga dos pais. O trabalho geralmente começava ao amanhecer e findava somente com o pôr-do-sol, até o momento da invenção do lampião a gás, que possibilitou jornadas de trabalho de até 14 horas por dia. As corporações tiveram sua RUÍNA com o EDITO DE 1776 e desaparecem de vez com a REVOLUÇÃO FRANCESA, que implantou a liberdade de comércio e proibiu o restabelecimento destes órgãos. Já na idade MODERNA, com o aparecimento das máquinas a vapor e das fábricas e com o início da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, veio o trabalho assalariado como o conhecemos atualmente, sendo que, para a maioria dos doutrinadores é este, justamente, o MARCO INICIAL do Direito do Trabalho. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/48 O surgimento das máquinas a vapor acabou por substituir a força humana e causou um alto índice de desemprego, o que veio a gerar protestos da população. Mas, com a necessidade de operadores para as máquinas surgiu o TRABALHO OPERÁRIO ASSALARIADO, que contava com jornadas enormes de até 16 horas por dia, exploração do trabalho infantil e exposição dos trabalhadores a todo o tipo de agente nocivo. Com o crescente abuso nas relações de trabalho por parte dos empregadores, começou a surgir a necessidade de intervenção estatal. A primeira lei neste sentido foi a LEI DE PEEL, em 1802, que limitou a jornada de trabalho em 12 horas por dia. Em 1819 ficou proibida a contratação de menores de 09 anos de idade. Na França, em 1813, vedou-se o trabalho do menor em monas e, em 1814, proibiu-se o labor aos domingos e feriados. Com o fim da 1ª Guerra Mundial, surgiu o chamado CONSTITUCIONALISMO SOCIAL, que é a inclusão, nas constituições, de preceitos relativos à defesa da pessoa, normas de interesse social e de garantia dos direitos fundamentais. A primeira destas constituições foi a do México, em 1917, que, dentre outras coisas, previa a proibição do trabalho de menores de 12 anos, jornadas de 06 horas por dia para menores de 16 anos, jornada máxima noturna de 07 horas, descanso semanal, salário mínimo, proteção da maternidade, direito de sindicalização, greve, seguro social e proteção contra acidentes. Em 1919, com o TRATADO DE VERSALHES, foi criada a ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO - OIT, que tem a incumbência de cuidar das relações de trabalho no âmbito internacional, Em 1927, com a CARTA DEL LAVORO, a Itália instituiu o SISTEMA CORPORATIVISTA-FACISTA, que previa um alto grau de interferência estatal em todas as relações de trabalho e o qual foi seguido por Getúlio Vargas quando da instituição da CLT. Em 1948 surge a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM e pouco depois começa o movimento NEOLIBERALISTA, que pregava a separação entre o econômico e o social, o que foi consagrado pela nossa Constituição Federal de 1988. EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL Só se pode começar a pensar em Direito do trabalho quando exite, efetivamente, a RELAÇÃO DE EMPREGO. Nesta esteira, no BRASIL, a LEI ÁUREA é tomada como marco incial de 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/48 referência da historia nacional do Direito do Trabalho. O PRIMEIRO PERÍODO na evolução nacional do Direito do Trabalho começa em 1888, com a Lei Áurea e vai até 1930 e é conhecido como a fase das MANIFESTAÇÕES INCIPIENTES OU ESPARSAS. Nesse período, as relações de emprego vão surgir no segmento agrícola cafeeiro de São Paulo e na indústria emergente desta capital e do Distrito Federal, à época, a cidade do Rio de Janeiro. Não obstante, não existe um movimento operário com capacidade de organização e com presença devido a insipiência de seu segmento e dimensão no quadro social da época, bem como a política liberal não intervencionista do Estado e a descentralização da política regional, o que restringiu o surgimento de uma legislação trabalhista. Neste período surgiram alguns diplomas legais que dispuseram sobre a "questãosocial", principalmente no que diz respeito aos ferroviários e aos portuários, como por exemplo: Decreto 439/1890 = dispunha sobre as bases da organização da assistência à infância desvalida Decreto 1637/1907 = facilitava a criação de sindicatos e cooperativa Lei 3724/1919 = legislação acidentária Lei 4628/1923 (LEI ELÓI CHAVES) = dispunha sobre a aposentadoria dos ferroviários O SEGUNDO PERÍODO tem seu marco inicial em 1930, sendo esta a chamada FASE DE INSTITUCIONALIZAÇÀO DO DIREITO DO TRABALHO, que veio a firmar a estrutura jurídica e institucional de um novo modelo trabalhista até o final da época getulista. Esta fase tem, até 1943, intensa atividade legislativa e administrativa do Estado. Em 1930 se finaliza a hegemonia do café e assume o quadro um Estado extremamente intervencionista, que estende sua área de atuação até a questão social. Neste campo, o estado busca uma repressão das manifestações autonomistas do movimento operário e institui uma legislação minuciosa, que instaura um novo meio de organização do sistema. Em 1935, com o advento da Constituição de 1934, este modelo sofreu uma ruptura temporária, já que esta Carta previa a volta do liberalismo. No entanto, no mesmo ano, com a 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/48 decretação do estado de sítio no país, o governo retomou seu controle sobre a questão social, começando pela eliminação de qualquer resistência à sua estratégia político-jurídica. A política intervencionista contemplou, basicamente, seis áreas: 1ª) ADMINISTRAÇÃO FEDERAL: viabilização da coordenação das ações institucionais. Neste período foram instituídos os Decretos 19.443/1930, que criou o Ministério do trabalho, Indústria e Comércio e o Decreto 19.671-A/1931, que criou o Departamento Nacional do Trabalho; 2ª) ÁREA SINDICAL: criação do sindicato oficial e único, submetido ao reconhecimento pelo Estado e compreendido como seu órgão colaborador; 3ª) SISTEMA DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS: criação das COMISSÕES MISTAS DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO (Decreto 21.396/1932), nas quais só poderiam demandar os empregados sindicalizados oficialmente. A Justiça do Trabalho teria sua regulamentação efetiva em 1939, com o Decreto-lei nº 1.237/39, mas ainda como órgão ligado ao poder executivo e não ao judiciário. 4ª) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO: criando o Instituto de Aposentadorias e Pensões, com base nas categorias profissionais. 5ª) LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL E PROTETIVA 6ª) POLÍTICA DE CONTENÇÃO: sufocamento das manifestações políticas ou operárias autonomistas contrárias ao governo. Em 1943, pelo Decreto-lei 5.452, surgiu a CONSOLIDAÇÀO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT, um compêncio de todas as normas trabalhistas já existentes acrescidas de algumas inovações. Em uma última fase, veremos a CRISE E A TRANSIÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO, na qual começa-se a questionar o modelo trabalhista tradicional na assembléia constituinte. Mais especificamente no campo trabalhista, a Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores foi responsável pela maioria dos direitos sociais hoje existentes. A proposta foi levada à Comissão da Ordem Social, na qual o Senador Almir Gabriel, após pequenas modificações, aprovou o texto apresentado. Este texto foi enviado à Comissão de Sistematização, que centralizou as propostas das outras oito comissões e redigiu o texto final da Lei Maior, submetido à votação do Plenário, e finalizado como nossa nova Constituição Federal. A Constituição de 1988 apresenta algumas DIRETRIZES BÁSICAS, a saber: 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/48 1 - adoção de modelo prescritivo, com a inclusão de direitos sociais em seu corpo; 2 - texto constitucional não sintético, contendo poucos artigos, mas inúmeros incisos dispondo sobre uma variedade de direitos trabalhistas; 3 - inclusão de novos direitos trabalhistas, previstos somente na legislação ordinária ou completamente inexistentes antes da Lei Maior. Mais especificamente no campo trabalhista, a Carta Maior apresenta REGRAS GERAIS, na medida em que têm natureza constitucional, mas são aplicáveis ao Direito do Trabalho: 1 - direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada (art. 5º, inciso XXXVI) 2 - mandado de injunção para falta de regulamentação de norma regulamentadora (art. 5º, LXXI) 3 - aplicação imediata das normas definidoras de direito (art. 5º, LXXVII, §1º) Também existem na CF/88 normas específicas referentes tanto ao Direito Individual quanto ao Direito Coletivo do Trabalho, que se numera a seguir: 1 - indenização de 40% sobre o saldo da conta vinculada do FGTS nos casos de rescisão contratual; 2 - jornada diária de 08 horas e semanal de 44 horas; 3 - jornada de trabalho de 06 horas/dia para turnos de revezamento; 4 - adicional de hora extra de 50%; 5 - pagamento de 1/3 do valor do salário do empregado quando da época de suas férias; 6 - impossibilidade de redução dos salários, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho; 7 - licença paternidade e estabilidade gestante; 8 - idade mínima para registro de 16 anos e 14 anos para aprendizes; 9 - isonomia salarial entre avulsos e empregados; 10 - isonomia salarial para deficientes; 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/48 11 - estabilidade sindical; 12 - autonomia dos sindicatos; 13 - direito de greve; 14 - prazo prescricional das ações trabalhistas. Não obstante o diverso leque dos direitos dispostos pela Constituição de 1988, a mesma se apresentou incompleta, na medida em que diversos dispositivos que pediam regulamentação infra-constitucional não a tiveram como, por exemplo, o artigo 7º, inciso I, que trata da dispensa arbitrária. Tendo em vista tal fato, foram aprovadas algumas leis infra-constitucionais que vieram a regular normas constitucionais, tais como: 1 - Lei de Greve; 2 - Lei do Salário Mínimo; 3 - Lei do FGTS; 4 - Trabalho da Mulher. Em 2017, a Lei n° 13.467 de 13 de Julho de 2017, promoveu diversas alterações na Consolidação das Leis do Trabalho e em outros diplomas. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Fonte de uma regra jurídica é o ponto do qual ela sai das profundezas da vida social para aparecer na superfície do Direito. As fontes podem ser formais, que são as formas de exteriorização do Direito, são as que conferem à regra jurídica o caráter de direito positivo (leis, costumes...) e materiais, que são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento das normas. Podem, ainda, as fontes serem heterônomas, quando impostas por agentes externos (como as leis e a CF, colocadas pelo Poder Legislativo) ou autônomas, quando elaboradas pelos próprios interessados na relação jurídica (como os acordos e convenções coletivas); podem ser estatais, extra-estatais ou profissionais (acordo ou convenções coletivas), e também voluntárias, quando dependem da vontade das partes para a sua elaboração ou imperativas. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/48 Art. 8º. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Na CLT, o artigo 8º dá a regra de aplicação das normas existentes. Não obstante, deve-se entender que a analogia, a equidade e o Direito Comparado não são fontes do Direito, mas sim métodos de integraçãoda norma ao caso concreto. Quanto aos princípio gerias do Direito, os mesmos são apenas fontes de interpretação das regras. Adoutrina e a jurisprudência são apenas indicadores de posições jurídicas, não sendo fonte legal do Direito do Trabalho. São fontes formais do Direito do Trabalho a Constituição, a lei, o regulamento, a sentença normativa da Justiça do Trabalho, a convenção coletiva de trabalho e o costume São fontes heterônomas a Constituição, as leis, o regulamento e a sentença normativa, porque as normas delas resultantes provém de órgãos estatais. As convenções coletivas são fontes autônomas, pois são estabelecidas pelos próprios destinatários das normas (autodisciplina das relações de trabalho) e, da mesma forma o é o costume, que é produzido espontaneamente pelo ambiente de trabalho. Analisemos, assim, quais são e quais não são fontes do Direito do Trabalho: 1 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL: fonte formal de hierarquia máxima a partir da qual, por determinação, autorização ou compatibilidade, as demais normas adquirem validade no mundo jurídico. "Poder constituinte é aquele poder que o povo tem de ser dar um governo e estabelecer normas de convivência social e jurídica, que assegurem a liberdade, mediante disposições protetoras dos direitos e deveres. Estas normas 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/48 concretizam-se de modo positivo na Constituição política. (Bielsa in Instituições) Nem todas as normas constitucionais são, desde logo, fontes de Direito. As normas programáticas não criam nenhum direito, mas apenas definem linhas de orientação para o poder público. Também não são fontes de direito imediatas as normas incompletas, que dependem de regulamentação legal inferior para terem eficácia prática, como o art. 7º, inc. XI, da CF (participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;). Já as normas self-executing são fontes de direito porque completas e aplicáveis de imediato. 2 - NORMAS INSTITUCIONAIS: convenções da OIT, regulam as diretrizes básicas das condições de trabalho no quadro mundial e, por serem adotadas pela lei brasileira, são fontes de Direito do Trabalho. 3 - LEIS: fonte formal do Direito. O tratado, depois de ratificado, toma o status de lei. São espécies de lei: complementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias e decretos legislativos. Lei, no sentido material, é toda a regra de direito geral, abstrata e permanente, tornada obrigatória pela vontade da autoridade competente para produzir direito e expressa numa fórmula escrita. Em sentido estrito, a lei é a norma jurídica emanada do Poder Legislativo, sancionada e promulgada pelo Presidente da República. Para as leis complementares, a Constituição reservou o tratamento de questões de maior complexidade e, em conseqüência, estas leis não podem ser alteradas por legislação ordinária. As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República mediante delegação concedida pelo Congresso Nacional (art. 68, CF) As medidas provisórias são adotadas pelo Presidente da Republicam que as deve ter ratificadas pelo Congresso Nacional em 30 dias, sob pena de perda de eficácia. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/48 Os decretos legislativos são instrumentos com os quais o Congresso Nacional delibera sobre matéria de sua competência exclusiva. 4 - ATOS DO PODER EXECUTIVO: emanados através de Regulamentos, Portarias, Ordens de Serviço.... O regulamento tem por função integrar a lei, constituindo uma forma de desenvolvimento ou uma especificação da intenção da lei e só obriga enquanto não contrarie a lei a que está ligado. Este é o regulamento de execução e, a lei, que se restringiu apenas a fixar os princípios gerais do assunto, chama-se lei de quadro. Existem regulamentos autônomos, que se equiparam a lei na medida em que dizem respeito ao exercício das atribuições conferidas ao Poder Executivo e à organização e funcionamento da administração. Somente os regulamentos são fontes de direito, já que os outros atos obrigam, apenas, os funcionários a que se dirigem. Não obstante, quando um regulamento determina a baixa de uma portaria, esta é fonte de Direito, já que integra o próprio regulamento e dele tira sua força normativa 5 - SENTENÇAS NORMATIVAS: são as decisões dos tribunais regionais do trabalho ou do TST no julgamento de dissídios coletivos. Essas sentenças têm efeito "erga omnes", valendo para todos as pessoas integrantes da categoria econômica e profissional envolvidas no dissídio. A sentença normativa estabelece uma regra geral, abstrata e impessoal. É um ato-regra e, assim, fone do Direito do Trabalho. Materialmente, é lei, embora tenha a forma de sentença, e aplicável a uma esfera mais restrita de indivíduos, eis que eficaz apenas em relação a uma categoria de empregados. Calamandrei já dizia sobre as sentenças normativas que "não são nem apenas sentenças, nem apenas leis; mas são sentenças ou leis, segundo sejam consideradas do ponto de vista das associações sindicais, que são parte no dissídio, ou do ponto de vista dos trabalhadores ou empregadores, que, da solução do dissídio entre os sindicatos, esperam a sua lei." 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/48 6 - CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS: uma vez que o artigo 7º, inciso XXVI da Carta Maior dá pleno reconhecimento às convenções e acordos coletivos, as regras por eles estabelecidas são de observância obrigatória. As convenções e acordos coletivos são um misto de contrato e de lei. Temos aqui, também, uma ato-regra, instrumentos de produção de normas jurídicas feitos pelos próprios destinatários, em virtude do reconhecimento do autonomia privada coletiva da CF/88. 7 - REGULAMENTO DE EMPRESA: o regulamento é fonte na medida em que fixa as condições de trabalho entre os sujeitos do contrato. O regulamento pode ser unilateral, se fixado pelo empregador; ou bilateral, se elaborado com a participação dos empregados. O regulamento de empresa, no seu todo, não pode ser considerado fonte do direito, eis que contém, em seu corpo normas estritamente técnicas referentes à organização do trabalho. Não obstante, existem normas que proporcionam aos empregados determinados direitos e acabam por incorporar o próprio contrato de trabalho do trabalhador e, aí sim se tem uma fonte do direito. 8 - JURISPRUDÊNCIA: a jurisprudência será considerada fonte de Direito do Trabalho na medida em que se converta em verdadeiro COSTUME, dada a sua reiteração. Neste sentido J. Maury diz que um dos elementos necessários, que outorgam à regra jurisprudencial o caráter de norma jurídica é o assentimento, traduzido justamente pelo costume, pela reiteração. 8.1 - SÚMULA DE JURISPRUDÊNCIA UNIFORME: até 1982, o TST fixava sua jurisprudência em PREJULGADOS ou SÚMULAS. Os prejulgados possuíam efeito vinculante para as instâncias inferiores; as súmulas tinham mera natureza orientativa. No entanto, o STF acabou por revogar o art. 902 da CLT que dava natureza vinculante aos prejulgados e o TST acabou por transformar os 60 prejulgados existentes em súmulas que, posteriormente, passaram a se chamar ENUNCIADOS. Se, por um lado, os Enunciados acabam por agilizar os trâmites do judiciário trabalhista, vez que limitam as hipóteses de cabimento de Recurso de Revista, por outro, apesar de 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/48 não possuírem efeito vinculante de fato, acabam por "engessar"os pensamentosdas instâncias primárias e secundárias, que não desejam ver suas decisões reformadas pelo TST. Isso acaba prejudicando o desenvolvimento do próprio Direito do Trabalho que, por sua natureza, é um direito em processo constante de formação e com uma legislação volátil, dependente dos fatores sociais e econômicos do país. Por tal motivo, alguns doutrinadores acreditam que os enunciados não podem ser compreendidos como fontes dd Direito do Trabalho, já que os tribunais devem aplicar a lei aos casos concretos e não formular novas regras jurídicas. 8.2 - ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS: são "quase- enunciados"que o TST passou a editar por intermédia de sua Seção Especializada em Dissídios Individuais, subdividida em Seções 1 e 2. Assim, temos as orientações jurisprudenciais da SDI-1 e SDI-2 e estas são, de acordo com o Enunciado 333 e o art. 896, §4º da CLT, expressão da "iterativa, notória e atual jurisprudência do TST" e se encontram no estágio anterior ao da edição de um Enunciado. Todos os comentários das Súmulas de Jurisprudência Uniforme são válidos para as Orientações Jurisprudenciais. 8.3 - PRECEDENTES NORMATIVOS: precedente normativo é a cristalização das condições de trabalho reiteradamente analisadas pela Justiça do Trabalho nos julgamentos dos dissídios coletivos. São fontes de Direito do Trabalho pelo seu caráter antecipativo do conteúdo da cláusula econômica ou social que o julgamento do dissídio explicitará. O precedente difere da súmula na medida em que o primeiro refere-se à constitutividade das condições de trabalho e a segunda é simples reflexão sobre norma jurídica já existente. 9 - EQUIDADE: a lei é regra geral, impessoal, abstrata, que é aplicada a um caso concreto. A equidade é a justiça do juiz, em contraposição à justiça do legislador, que é a própria lei. A equidade tem a função de abrandar e completar o Direito, corrigir a lei na medida em que esta se mostre insuficiente, em virtude de seu caráter geral. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/48 Levar o juiz em conta, na aplicação da lei, as circunstâncias do caso concreto, ajustar a lei à espécie, aplica-la humanamente; decidir com equidade, dentro dos limites da norma, é a função legítima do julgador, Assim, a equidade funciona, pois, como um guia do juiz na interpretação da lei. NÃO É FONTE DE DIREITO DO TRABALHO, a não ser quando utilizada em uma sentença normativa. 10 - PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: os princípios gerais de direito, integradores da norma jurídica, quando se trate de resolver um caso por esta não regulado de modo expresso, são os próprios pressupostos lógicos das diferentes normas legais, das quais, por abstração, devem ser induzidos, Têm valor porque informam o sistema positivo do direito. NÃO CONSTITUEM, ASSIM FONTE DO DIREITO DO TRABALHO. 11 - COSTUME: o costume consiste no fato de que determinado núcleo social adota e observa, constante e espontaneamente, certo modo de agir de conteúdo jurídico. Os costumes diferem os usos de negócio, pois estes consistem na maneira pela qual certos e determinados negócios são, habitualmente cumpridos e executados pelos contratantes e assim, são MEIOS DE INTERPRETAÇÃO DA VONTADE DAS PARTES e o costume, como a lei, supre a própria vontade das partes. Quando a lei se refere, expressamente, ao costume, a função deste é integrar o conteúdo da norma escrita e aí se dá a recepção do costume pela lei (costume secundum legem). Quando a lei silencia sobre certas matérias, existindo a norma consuetudinária, o costume desempenha função supletiva, preenchendo a lacuna do Direito Objetivo escrito (costume praeter legem). HIERARQUIA DAS NORMAS TRABALHISTAS CONSTITUIÇÃO, LEIS, REGULAMENTOS, SENTENÇAS NORMATIVAS, CONVENÇÒES E ACORDOS COLETIVOS E COSTUME A regulamentação estatal das relações de trabalho exprimem um mínimo de garantias reconhecidas ao trabalhador. Praticamente todas as normas legais trabalhistas são cogentes e sua inderrogabilidade pela vontade das partes ou por outra fonte de Direito devem ser entendidas sem perder de vista estas garantias mínimas. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/48 4 - Princípios do Direito do Trabalho Nas palavras de Maurício Godinho Delgado, “princípios traduz, de maneira geral, a noção de proposições fundamentais que se formam na consciência da pessoa e grupos sociais, a partir de certa realidade, e que, após formadas, direcionam-se à compreensão, reprodução ou recriação dessa realidade.” (Curso de Direito do Trabalho. 17ª. Edição. São Paulo, LTR:2018, pág. 218). O Direito do trabalho é ramo autônomo, com campo temático específico, teorias e princípios próprios e uma metodologia específica que o diferenciam dos demais ramos, cuja gênese remete à três elementos: 1) reconhecimento da desigualdade fática entre empregado e empregador, 2) impossibilidade de solução de conflitos por meio do Direito Civil; 3) superexploração dos trabalhadores e más condições de trabalho. Como ramo plasmado por uma carga principiológica especial, seus princípios devem ser observados pelo legislador e intérprete do Direito – nessa senda, importa salientar que a doutrina costuma afirmar que os princípios têm função informadora (de orientação do legislador na confecção das leis), interpretativa (sinaliza o juiz o sentido subjacente do texto legal) e normativa (fonte de integração do direito). Em relação à importância dos princípios, Amauri Mascaro Nascimento assegura que “...são valores que o Direito reconhece como ideias fundamentais do ordenamento jurídico, dos quais as regras jurídicas não devem afastar-se para que possam cumprir adequadamente os seus fins”. (NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Fundamentos do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2005, p.128. Sobre os princípios do Direito do Trabalho, Luiz de Pinho Pedreira Silva aduz expressamente que “dos princípios fundamentais do Direito do Trabalho é o princípio da proteção o mais relevante e mais geral, dele constituindo os demais simples derivações”. (SILVA, Luiz de Pinho Pedreira da. Principiologia do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1999). Acerca do tema, interessante destacar a fundamentação do Enunciado 4, aprovado na 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho e divulgado pela Anamatra no dia 19/10/17, referente ao título “HERMENÊUTICA TRABALHISTA” (A Anamatra divulgou 125 enunciados aprovados (58 aglutinados e 67 individuais) sobre a interpretação e aplicação da Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), decorrentes de propostas debatidas e aprovadas na 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho.): 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/48 Fundamentação: O compromisso, o que está no princípio do Direito do Trabalho, é a proteção a quem trabalha, para o efeito de estabelecer a exploração possível, ou seja, um conjunto mínimo de normas que permitam que o trabalho continue sendo explorado pelo capital, mas dentro de certos parâmetros considerados aceitáveis. Daí porque na origem das normas tipicamente trabalhistas encontramos a força organizada dos trabalhadores, que pressionaram e arrancaram conquistas sociais, contra a vontade do capital, mas também encontramos a necessidade da sociedade (de dar conta do número expressivo de trabalhadores mutilados ou doentes) e a necessidade do próprio capital (de ter consumidores). O art. 8º da CLT mantém sua redação atual, dispondo ao final que as fontes formais, dentre as quais os princípios, devem ser aplicadas "sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”. O Direitodo Trabalho rompe com a lógica do direito comum ao potencializar a conduta dos atores sociais na formação de direitos que visem à melhoria das condições de vida dos trabalhadores. Sempre na perspectiva da proteção (seu princípio fundamental) o Direito do Trabalho atribui maior relevância ao que se passa no plano dos fatos, em detrimento da forma. Por isso mesmo, não faz nenhum sentido aplicar ao Direito do Trabalho a técnica desenvolvida em um raciocínio jurídico que esse novo direito se propõe a superar. Se tentarmos compreender o Direito do Trabalho com a racionalidade do direito comum, ele perderá sentido. Essa perda de sentido será tanto maior, sob a perspectiva trabalhista, quanto a sujeição a essa técnica cientificista servir para diminuir os direitos sociais que compõem o Direito do Trabalho. O Direito do Trabalho aparece no contexto dessa lógica capitalista como o limite da exploração possível, daí a razão pela qual em seu princípio instituidor encontramos a proteção a quem trabalha. Como ensina Warat, o discurso jurídico tem sempre um potencial subversivo, que atua como renúncia, resistência e crítica, exatamente como devem atuar as normas trabalhistas, reforçando sua “autonomia” em relação ao Direito Civil, exatamente para produzir “rachaduras” que permitam não apenas o reconhecimento da “questão social” que está por trás das fórmulas jurídicas, mas também toda a perversidade que tais fórmulas permitem seja reproduzida na realidade cotidiana da vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Então, precisamos nos afastar da compreensão de princípio como espécie de norma jurídica, que ao lado das regras, pode ser aplicado diretamente, para retomar o conceito clássico de princípio como o que está no início de determinado conjunto de regras e deve atuar como fundamento para a aplicação ou o afastamento da regra. a) Princípios Constitucionais aplicáveis ao Direito do Trabalho: O Juiz do Trabalho deve decidir as questões trabalhistas com base na Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais. Dispõe o art. 5º e incisos: 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 16/48 Caput) “Todos são iguais perante a lei...”. I) “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações...”. II) “Ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. III) “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. IV) “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Na Justiça do Trabalho há ressalvas: concorrência desleal, segredo de empresa. V) “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem”. Súmula 37 STJ “São acumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. Súmula 227 STJ “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. VI) “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. VIII) “Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta”. X) “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. XIII) “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. XVI) “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 17/48 anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. XVII) “É plena liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”. VIII) “A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal sem seu funcionamento”. XIX) “As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado”. XX) “Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”. XXI) “As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente”. XXXV) “A lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”. XXXVI) “A Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. b) Princípios de Direito Civil aplicáveis ao Direito do Trabalho: Princípio da Autonomia da Vontade, com limitações mais amplas exigidas pelo dirigismo contratual quando os sujeitos da relação jurídica situam-se em posições diferentes. Os sujeitos podem suscitar, mediante declaração de vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica, quer pela vontade unilateral, quer pelo concurso de vontades. Não é por outra razão que a CLT, no art. 444, dispõe que podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 18/48 Princípio da força obrigatória dos contratos ou “pacta sunt servanda” Nas relações individuais e coletivas resultam cláusulas do contrato individual e das convenções coletivas de trabalho. O contrato deve ser executado pelas partes nos termos ajustados. As convenções coletivas mantêm-se pelo prazo da sua vigência, sendo inviável a sua modificação a não ser em casos extremos. Essa força obrigatória é pedra angular da segurança dos negócios jurídicos trabalhistas, necessária como condição de estabilidade e de paz nas relações entre os sujeitos pactuantes. Princípio da imprevisão dos contratos ou da cláusula “rebus sic stantibus”, para justificar as exceções que a equidade ordena, impostas como medidas indispensáveis para que a modificação dos contratos encontre respaldo jurídico quando a alteração do estado de fato existente no momento da formação dos contratos indique a inafastabilidade da sua alteração. Princípio “exceptio non adimpleti contractus”, segundo o qual nenhum dos contratantes é obrigado a cumprir sua obrigação se a outra parte não cumpriu a sua. Princípio da lealdade: as pessoas devem relacionar-se com lealdade, falar a verdade, dizer a verdade, agir com a verdade. Princípio da boa-fé: todo contrato deve ter por base a boa-fé. Alcança as fases pré e pós-contratual, conferindo ao juiz o poder de interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes. O empregado deve cumprir sua parte no contrato e trabalho, desempenhando normalmente suas atividades, enquanto o empregador também deve cumprir com suas obrigações, que corresponde a lealdade recíproca. Princípio da não alegação da própria torpeza: um contrato pode ser anulado se tiver vícios, ferir os Princípios da Boa-fé objetiva, subjetiva etc., mesmo que as partes tenham plena concordância deste contrato. Não posso alegar em juízo que fiz um contrato em meu prejuízo. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 19/48 Princípio da inalterabilidade: o contrato é inalterável“pacta sunt servanda”, i.e., o contrato faz lei entre as partes, ou da força obrigatória dos contratos. Mas, os contratos podem ser alterados pela chamada Teoria da Imprevisão. Princípio do efeito lícito do exercício regular do próprio direito: quando uma pessoa exerce seu direito de acordo com a lei, este direito não pode ser considerado como errado. Princípio da razoabilidade: é o princípio da vida e do direito, devemos ser razoáveis e agir com ponderação. A decisão dada com razoabilidade, ainda que sem fundamentação, provavelmente será legal. Princípio da tipificação legal: tem origem no Direito Penal. Inexistência do lícito e respectiva penalidade sem norma instituidora que regule o fato. Ex: nenhum empregado pode ser demitido por justa causa se não houver aplicabilidade do rol de motivos elencados no art. 482 da CLT. Princípio da dignidade humana: não expor a pessoa à situações vexatórias. Princípio da não discriminação: não se pode discriminar ninguém. O que se pode é elencar padrões específicos, desejáveis, objetivos para determinados cargos. Princípio da proporcionalidade: ligado ao Princípio da Razoabilidade. O excesso é a desproporção. Ex: Legítima defesa putativa. c) Princípios específicos do Direito do Trabalho: Princípio da Proteção: Objetiva corrigir as desigualdades, tornando juridicamente mais forte o trabalhador que normal e economicamente é mais fraco (hipossuficiente). Este princípio se dá em 03 direções básicas: Princípio da norma mais favorável: o direito do trabalho é plurinormativo, constituído de uma ampla diversidade de tipos de normas concorrentes que podem dispor sobre o mesmo tema, permitindo a adoção de meios técnicos destinados a resolver o problema da hierarquia e da prevalência, entre muitas, 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 20/48 de uma norma sobre a matéria a ser regulada. Havendo duas ou mais normas, estatais ou não estatais, aplica-se a que mais beneficiar o empregado. Fugindo à tradição jurídica de solução de conflito de regras no espaço, o Direito do Trabalho rejeita a aplicação da teoria normativa kelseniana e pondera que, para que a proteção à parte hipossuficiente seja garantida, é necessária a adoção de uma outra estratégia que seja mais condizente com a essência valorativa que o circunda desde o seu surgimento até a contemporaneidade. Assim, foi proposto o princípio da norma mais favorável segundo o qual, quando instrumentos vigorarem ao mesmo tempo e voltados à regulamentação do mesmo caso concreto, aplica-se aquele que for mais favorável ao trabalhador. Surgiu, então, o seguinte questionamento: qual critério deverá ser considerado para analisar aquele instrumento jurídico que preponderará sobre o(s) outro(s)? Para solucionar a problemática, a doutrina trabalhista propôs 03 teorias: – Teoria da Acumulação: as vantagens para o empregado, de cada instrumento conflitante, devem ser acumuladas a favor do trabalhador; – Teoria do Conglobamento: aplica-se o instrumento que, no seu conjunto, for mais favorável ao trabalhador; – Teoria do Conglobamento mitigado: aplica-se o conjunto de regras referentes a cada instituto que seja mais favorável ao trabalhador. A doutrina majoritária adota, como regra, a Teoria do Conglobamento como sendo a que melhor traduz a aplicação do princípio, prevalecendo, portanto, na prática trabalhista. Percebe-se que, de fato, o Direito do Trabalho, quanto à temática pertinente à solução de regras trabalhistas no espaço, possui regra própria, rejeitando a consideração acerca do nível hierárquico ocupado por cada uma e realizando o princípio da proteção traduzido em outro: norma mais favorável. Com relação ao princípio em questão, é preciso chamara a atenção para o fato de que a Reforma Trabalhista promovida pela Lei n° 13.467/2017, promoveu uma restrição, em alguns casos, quanto à sua aplicação 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 21/48 Sem dúvida, uma das mais importantes mudanças trazidas pela Lei da Reforma Trabalhista, foi a prevalência mais extensa do legislado sobre o negociado. Com os artigos 611- A e 611-B, modificou-se o escopo das negociações coletivas, de maneira que se tornou possível a prevalência da manifestação de vontade das partes sobre o disposto em lei, no que tange aos direitos e garantias dos trabalhadores. Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: [...] Embora mantida a peculiaridade do Direito do Trabalho quanto ao conflito de regras trabalhistas no espaço, afirma-se que foi afetada pela Reforma Trabalhista, ou seja, foram inauguradas, com a promulgação da Lei 13.467/2017, duas exceções: a) Conflito entre Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e Convenção Coletiva de Trabalho (CCT): De acordo com o art. 620, da CLT, pré-Reforma, caso ocorresse conflito entre Convenção Coletiva a Acordo Coletivo, aquela seria aplicada desde que mais favorável que este. Tal regra foi integralmente alterada e, de acordo com a nova redação, quando os instrumentos coletivos forem conflitantes, o acordo coletivo sempre prevalecerá. Não foi feita qualquer ressalva no texto celetista no sentido de defender a prevalência do ACT sobre a CCT caso seja mais favorável. Assim, interpreta-se a nova regra de forma simples e direta: sendo ou não mais favorável ao trabalhador, o Acordo Coletivo, quando em conflito com a Convenção, SEMPRE prevalecerá. Ao mesmo tempo que se defende a proximidade entre as partes para que negociem os interesses que lhe sejam pertinentes a determinada realidade via sindicatos, estes foram, repentinamente, submetidos a um processo de enfraquecimento e esvaziamento (ao menos a curto prazo), tornando-os fragilizados enquanto entidades defensoras de direitos individuais e coletivos das categorias. Lado outro, a possibilidade de o Acordo Coletivo prevalecer traz à tona uma mais adequada forma de aplicação e adaptação do Direito do Trabalho. A compatibilização do negociado à realidade de cada estrutura econômica e profissional pode garantir mais eficácia prática do Direito do Trabalho. b)Empregado hiperssuficiente e o contrato individual de trabalho: 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 22/48 Em meio a tantas mudanças, merece destaque o art. 444, parágrafo único, da CLT, que assim determina: Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Pela leitura e interpretação do dispositivo, é possível afirmar que foi criada a figura do empregado hiperssuficiente, sobre o qual recaem diversas controvérsias acerca da sua condição de vantagem presumida dentro da dicotomia capital x trabalho. Os critérios, conforme redação da regra supracitada, são: – empregado ser portador de diploma de nível superior; – receber salário mensal (valor fixo + comissões + gratificações legais) igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Uma vez presentes estes critérios cumulativamente, o empregado poderá negociar cláusulas no seu contrato individual que, se relacionadas aos direitos constantes no rol do art. 611-A, da CLT, prevalecerão sobre aqueles que tenham sido estipulados em negociação coletiva. Assim, para o hiperssuficiente, tem-se a segunda exceção do princípio da normamais favorável: quando conflitantes o contrato individual e o instrumento coletivo (ACT ou CCT), o contrato individual prevalecerá, mesmo não sendo ele mais favorável ao trabalhador. Principio da condição mais benéfica: na mesma relação de emprego uma vantagem conquistada não deve ser reduzida. Corresponde ao princípio do direito adquirido da Constituição (CF, art, 5º, XXXVI). Tem a função de resolver o problema da aplicação da norma jurídica trabalhista no tempo, quando a norma cronologicamente posterior modificar ou suprimir um direito previsto pela norma anterior revogada, caso em que, para resguardar os direitos do trabalhador deve preservar a condição de trabalho que mais beneficiar. Exemplo: supressão de 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 23/48 direitos trabalhistas instituídos por regulamento de empresa só alcança os empregados admitidos posteriormente, preservando os direitos dos empregados admitidos sob a égide do regulamento anterior alterado. Assim, este princípio determina que se houver alguma alteração no contrato que o torne menos favorável ao empregado, tal alteração não irá produzir efeitos, tendo em vista que o empregado tem direito adquirido à norma mais favorável. No entanto, se a alteração for favorável ao empregado, produzirá os efeitos pretendidos. O princípio em questão pode ser percebido, por exemplo, no art. 468 da CLT, que determina que” Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. O princípio da condição mais benéfica se caracteriza, portanto, na garantia da preservação das cláusulas mais benéficas ao empregado ao longo de todo o contrato. Principio do “in dúbio pro misero” (ou “pro operário”): não se aplica integralmente ao processo do trabalho, pois, havendo dúvida, à primeira vista, não se poderia decidir a favor do trabalhador, mas verificar quem tem o ônus da prova no caso concreto, de acordo com as especificações dos arts. 333 do CPC (art. 373 do NCPC) e 818 da CLT. Princípio da indisponibilidade ou da irrenunciabilidade de direitos: no sentido de que os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador, não se admitindo que este renuncie direitos de interesse público, como as suas férias (razão de saúde pública), sendo que se tal fato ocorrer não terá qualquer validade o ato do operário, podendo o obreiro reclamá-la na Justiça do Trabalho (art. 9º da CLT). Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas: Direitos, reconhecidos pela Lei, são indisponíveis. A renúncia é ato unilateral, mas o empregado não pode abrir mão do que a lei lhe proporciona. Todavia, a renúncia também atinge atos bilaterais. Princípio da irredutibilidade salarial ou da intangibilidade salarial: CF, art. 7º, VI, e CLT, art. 462. Justificam-se as medidas legais de proteção destinadas a fazer com que o que foi estipulado entre as partes seja cumprido, que um valor mínimo venha a ser obrigatório e que prestar determinadas garantias da lei é indispensável para evitar a sua violação. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 24/48 A Irredutibilidade salarial é a garantia da não diminuição do valor nominal do salário do trabalhador e seus complementos, assegurado pelo Artigo 7º, inciso VI da Constituição Federal da República. Vejamos: "Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo". O dispositivo constitucional retromencionado traz também a exceção à regra da Irredutibilidade Salarial quando dispõe que se admite a redução do salário através de negociação coletiva. Nesse diapasão é muito importante declarar que a redução do salário pela via negocial não pode ocorrer de maneira injustificada, motivada apenas pela vontade do empregador , mas sim por algum motivo de fato e de direito que intua uma solução ou melhoria para um problema coletivo, ou seja não permite-se a diminuição de estipêndios sem que haja uma justificativa plausível e apta a ocasionar vantagem coletiva aos trabalhadores. Podemos citar como um exemplo claro de justificativa para redução salarial a hipótese em que determinada categoria profissional encontre-se em fase de grave crise econômica e, para evitar a demissão em massa dos trabalhadores proceda a negociação coletiva para redução de salários. Antes da reforma trabalhista o princípio da irredutibilidade salarial não era absoluto, como a própria Constituição Federal preconiza EXCETO na hipótese de norma coletiva. Já era entendimento da Jurisprudência Trabalhista que para a redução salarial ser válida através de norma coletiva, havia a necessidade de concessão de vantagens para os trabalhadores, para que assim, a norma coletiva (acordo coletivo ou convenção coletiva), flexibilizasse o princípio. O Tribunal Superior do Trabalho entendia que para reduzir salário deveria haver alguma contrapartida, conforme se denota do seguinte julgado: RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. ALTERAÇÃO DO CRITÉRIO DE PAGAMENTO POR ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. REDUÇÃO SALARIAL. A irredutibilidade salarial (art. 7º, VI) e a autonomia da vontade (art. 7º, XXVI) são princípios constitucionais, disciplinados como verdadeiros direitos sociais, pertencentes aos trabalhadores urbanos e rurais, com a finalidade de melhoria da sua condição social (art. 7º, -caput-). Tendo esta premissa como referência, somente há que se admitir a possibilidade de redução salarial, com fundamento na autonomia da vontade, se resultar algum benefício para as partes, especialmente para os trabalhadores, principais destinatários da proteção constitucional. Não evidenciada a concessão de vantagem aos empregados, em contrapartida à alteração contratual lesiva decorrente da norma 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 25/48 coletiva, o princípio da autonomia da vontade não encontra densidade normativa suficiente para relativizar o princípio da irredutibilidade salarial. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR: 1937007620095040522 193700-76.2009.5.04.0522, Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 07/12/2011, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 16/12/2011). Da mesma forma, a Reforma Trabalhista promovida pela Lei n° 13.467/2017, consagrou a possibilidade de redução salarial, mediante negociação coletiva de trabalho, promoveu uma importante alteração quanto ao princípio em discussão, nos termos do art. 611- A, de maneira que se tornou possível a redução salarial, desde que os trabalhadores tenham garantia de emprego pelo mesmo período: Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: §3°: Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. Portanto, depois da reforma trabalhista, com a inclusão do § 3º do art. 611-A, já adotando entendimento da jurisprudência já existente, passou a estabelecer a possiblidade de redução salarial com a redução da jornada de trabalhado e impondo uma “estabilidade provisória” durante a vigência do instrumento coletivo que disciplina a redução salarial. Princípio da primazia da realidade sobre a forma ou do contrato realidade: no direito do trabalho os fatos são mais importantes do que os documentos. Ex.: se um empregadoé rotulado como autônomo pelo empregador, possuindo contrato escrito de representação comercial com o último, o que deve ser observado são as condições fáticas que demonstrem a existência do contrato de trabalho. O chamado Princípio da Primazia da Realidade define que em uma relação de trabalho o que realmente importa são os fatos que ocorrem, mesmo que algum documento formalmente indique o contrário. Assim, vale mais a realidade, do que o que está formalizado no contrato. Outro exemplo: caso o empregador pague ao empregado um valor diferente do registrado na carteira, ou o colaborador assine o ponto em horário contrário ao da 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 26/48 jornada de trabalho. Essas situações demostram que a realidade é diferente do que foi pactuado no contrato. A incidência do Princípio da Primazia da Realidade pode ser observada no artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho que estabelece “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. O artigo 456 da CLT também expressa a teoria, ao prever que a "prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todo os meios permitidos em direito". Além disso, o Código Civil no artigo 112 consagra o princípio da primazia da realidade ao estabelecer que “nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciadas do que ao sentido literal da linguagem". Vale citar a Súmula 12 do TST que define “as anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção ‘juris et de jure’, mas apenas ‘juris tantum’.”. Ou seja, a anotação na carteira de trabalho gera presunção relativa de veracidade, no entanto, admite prova em contrário. Por fim, o Princípio da Primazia da Realidade também pode ser observado no artigo 9º da CLT, que diz “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Constituição”. Princípio da liberdade de trabalho o trabalho deve ser prestado por deliberação do agente, sendo injurídicas formas coativas destinadas a provocar o constrangimento do trabalhador, como o trabalho forçado. Princípio do direito de organização sindical admitido independentemente do regime político ou econômico dos países. Princípio das garantias mínimas do trabalhador, uma vez que há direitos trabalhistas mínimos que são impostos. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 27/48 Princípio da multinormatividade no sentido de que a norma trabalhista emana do Estado e de outras fontes, como negociação sindical, regulamento de empresas, etc. 5 - Definição e Natureza Jurídica do Direito do Trabalho Direito do Trabalho é “ramo da Ciência do Direito que tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam a relação de trabalho subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à proteção do trabalho em sua estrutura e atividade.” (Amauri Mascaro Nascimento) Direito do Trabalho é o “complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de suas associações coletivas.” (Mauricio Godinho Delgado) Denominações: · Direito Operário: porque o sujeito em estudo era o operário (esforço físico); hoje abrange todo e qualquer trabalho, seja físico ou intelectual; · Direito Industrial: porque havia surgido em decorrência da revolução industrial e, prestigiava-se somente o trabalho realizado nas indústrias, deixando os outros ramos de atividades de lado; · Direito Corporativo: em virtude da influência do modelo Fascista, prestigiando as organizações sindicais, que eram atreladas ao Estado; · Direito Social: o objeto em estudo são questões sociais; · Direito do Trabalho: nomenclatura que melhor reflete o núcleo da matéria em estudo, a saber, a relação de trabalho, expressão utilizada em todas as nossas Constituições. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 28/48 Divisão: · Direito Individual do Trabalho; · Direito Coletivo do Trabalho; · Direito Tutelar; Natureza Jurídica do Direito do Trabalho Nas palavras de Maurício Godinho Delgado, “encontrar a natureza jurídica do Direito do Trabalho consiste em se fixarem seus elementos essenciais, contrapondo-os ao conjunto mais próximo de segmentos jurídicos sistematizados, de modo a classificar aquele ramo jurídico no conjunto do universo do Direito.” (DELGADO, Maurício Godinho, Curso de Direito do Trabalho. 17ª. Edição. São Paulo: LTR, 2018, pág. 82) Com tantas transformações, surgiram cinco teorias para tentar explicar a natureza jurídica do Direito do Trabalho. A primeira argumenta que se trata de direito público, uma vez que as normas são imperativas, cogentes e também de ordem administrativa, porquanto o Estado determina normas mínimas e desconsidera nulo de pleno direito ato que vise desvirtuar a aplicação da lei, como está no art. 9.º da CLT. Assim, a corrente em questão coloca os seguintes argumentos para defesa da tese: Natureza administrativa de algumas de suas normas, como as de fiscalização trabalhista. Imperatividade de suas normas, impondo a CLT (art. 9º.) que é nulo ato destinado a desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos seus preceitos. Caráter estatutário das suas normas, isto é, a semelhança entre as relações de trabalho com as relações mantidas pelo Estado com o funcionário público no âmbito do direito administrativo. Estatização de instituições e métodos, natureza paraestatal atribuída a certas instituições essenciais, como o sindicato, ou o papel interventivo explícito do 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 29/48 Estado nos procedimentos privados de negociação coletiva, como através de dissídios coletivos, que intenta estatizar a negociação coletiva. Já aqueles que combatem a tese de que o Direito do Trabalho seria um ramo do Direito Público assim justificam: Normas de fiscalização ou de direito administrativo têm caráter instrumental, servindo de meio e não de fim do direito do trabalho. Imperatividade das leis trabalhistas não difere da irrenunciabilidade de leis de outros ramos do direito privado como algumas normas do direito civil, como o Direito de Família formado notadamente por regras imperativas, jamais seria ramo componente do Direito Civil e Privado. A relação de emprego não é estatutária (nesta não há ajuste de condições de trabalho, as quais são impostas), mas contratual. O intervencionismo autoritário que intenta estatizar instituições (como os sindicatos) ou métodos (como o da negociação coletiva) próprios à sociedade civil, modelo trabalhista autoritário este de origem fascista e caráter corporativista, não consegue alterar a natureza da relação jurídica essencial normatizada pelo Direito do Trabalho, que se mantém como relação jurídica específica do âmbito sócio econômico privado. A segunda teoria afirma que o Direito do Trabalho é ramo do direito privado, pois decorre de contrato realizado entre particulares, normalmente sujeitos privados e que a imposição de cláusulas legais mínimas não obsta sua caracterização privatista. Essa teoria fundamenta sua assertiva ao considerar que outros ramos do Direito,a exemplo do Consumerista e de Famílias possui intervenções estatais mínimas que não os descaracterizam como sendo de direito privado. É a posição dominante. A maioria dos juristas sustenta a teoria do direito do trabalho como ramo do direito privado. São os argumentos: Se origina da locação de serviços do direito civil. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 30/48 A substância nuclear do Direito do Trabalho é a relação de emprego. Forma-se uma relação de emprego entre dois sujeitos, empregado e empregador, que são dois particulares. O direito do trabalho é ramo do direito privado. Amauri Mascaro Nascimento reforça, argumentando: Regulamenta as relações individuais e coletivas de trabalho entre dois particulares no setor privado. Possibilidade de empregado e empregador estabelecerem condições de trabalho, indicando a natureza privada da matéria (CLT, art. 444). Liberdade sindical e a proibição de interferência do Estado na organização sindical, com poder normativo de ajustar normas e condições de trabalho diretamente com os empregadores, com plena validade jurídica. As normas do direito do trabalho que são administrativas, são as de fiscalização trabalhista e do Ministério do Trabalho, não são normas principais, mas secundárias e instrumentais. A terceira teoria afirma que há no Direito do Trabalho um terceiro gênero, pois este possui natureza social. A crítica a essa teoria não tardou em chegar, uma vez que em todos os ramos se enxerga o viés social. Para a quarta teoria, o Direito do Trabalho se submete a um tipo misto de direito, isto é, suas normas coexistem sem divergências, apresentando características tanto de direito público quanto privado. Por fim, a quinta teoria afirma que o Direito do Trabalho é um direito unitário. Inspirados em corrente alemã, defendem os adeptos dessa tese que existe fusão de direito público e privado, não se podendo separar os limites de cada um. Aqui, difere- se da teoria de direito misto porque inexiste coexistência, mas sim uma fusão. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 31/48 Embora se possa refletir e opinar qual teoria se mostra mais adequada, a predominante na doutrina é a segunda, isto é, que o Direito do Trabalho pertence ao Direito Privado. Exercício 1: Qual é a natureza jurídica do direito do trabalho? A) direito público. B) direito misto. C) direito social. D) direito privado. E) direito unitário. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: D) Teoria do Direito Privado que estabelece que a raiz do Direito de Trabalhoencontra-se no Direito Civil, nas locações de serviços. Entendem os defensoresdesta teoria, que embora existam normas cogentes sobre a matéria, estas nãoafastam a natureza privada da relação jurídica, haja vista que os contratantes(empregador e empregado) são livres para estipular as regras de seu pacto deemprego, restando claro que a maioria das normas da CLT são de naturezaprivada Exercício 2: 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 32/48 Invocando a regra da condição mais benéfica ao empregado, que se insere no princípio da proteção peculiar ao Direito do Trabalho, é correto afirmar que: A) havendo conflito entre duas normas jurídicas, prevalece a mais favorável ao empregado. B) havendo dúvida quanto ao alcance da norma tutelar, julga-se a favor do empregado. C) a alteração contratual lesiva ao empregado é nula. D) a supressão de direitos trabalhistas instituídos por regulamento de empresa só alcança os empregados admitidos posteriormente. E) os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador, não se admitindo que este renuncie direitos de interesse público. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: D) Baseado no Principio da condição mais benéfica, vantagens conquistadas pelosempregados, não poderão ser reduzidas; sendo assim a supressão de direitostrabalhistas instituídos por regulamento de empresa só alcança os empregadosadmitidos posteriormente Exercício 3: Quais são as principais fontes formais autônomas do Direito do Trabalho? A) Costume, Convenção Coletiva do Trabalho, Acordo Coletivo do Trabalho e Regulamento de Empresa. B) Constituição Federal, Consolidação das Leis do Trabalho e demais Leis esparsas. 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 33/48 C) Dissídio Coletivo e Sentença Normativa. D) Súmula do Tribunal Superior do Trabalho e demais jurisprudência trabalhista. E) Convenção e recomendação internacional ratificada pelo Brasil. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A) São essas as fontes que são elaboradas pelos próprios interlocutores darelação contratual Exercício 4: No tocante às fontes formais do Direito do Trabalho de origem contratual, está correto afirmar que: A) são normas elaboradas por agentes estranhos à relação de trabalho, mas que impõem direitos e obrigações para empregados e empregadores; B) são normas elaboradas exclusivamente pelo Poder Legislativo, impondo direitos e obrigações para empregados e empregadores; C) são normas elaboradas pelos próprios interlocutores da relação de trabalho, impondo direitos e obrigações para si próprios; D) são normas internacionais resultantes de convenções e recomendações da Organização Internacional do Trabalho; E) 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 34/48 são normas elaboradas somente entre os sindicados das categorias profissional e econômica, excluindo as demais convenções. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: C) Também conhecidas como fontes formais autônomas, uma vez que sãoelaboradas pelos próprios interlocutores da relação de trabalho. Exercício 5: O “constitucionalismo social” é o nome dado ao movimento de inclusão de leis trabalhistas nas Constituições dos países. Qual foi a primeira constituição a constar no seu corpo matéria sobre direito do trabalho? A) Constituição de Weimar da Alemanha. B) Constiuição do Brasil. C) Constituição dos Estados Unidos da América. D) Constituição da Itália. E) Constituição do México. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: E) A Constituição do México (1917) foi a primeira no mundo a dispor em seucorpo matéria de Direito do Trabalho. Exercício 6: 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 35/48 Analisar as assertivas e assinalar a alternativa correta abaixo: I - Em 1º de maio de 1943, por meio do Decreto nº 5.452, entra em vigor a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que constitui numa sistematização de toda a legislação trabalhista esparsa existente na época, acrescida de novos institutos. II - A Constituição Federal de 1988 alterou significativamente o ordenamento jurídico trabalhista ao disciplinar nos artigos 7º e 8º as diretrizes dos institutos regulatórios da relação de emprego e a liberdade sindical. III - As convenções e recomendações são editadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo de âmbito internacional, composta por vários países, dentre eles o Brasil, que tratam sobre matéria de direito do trabalho. Cada país membro tem a liberdade para ratificar ou não as convenções, em respeito a sua soberania. A) Somente a assertiva III está correta. B) Estão corretas somente as assertivas I e II. C) Somente a assertiva II está correta. D) Todas as assertivas estão incorretas. E) Todas asassertivas estão corretas. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: E) Todas as assertivas estão corretas. Exercício 7: Todas as Constituições brasileiras passaram a ter normas de direito do trabalho a partir do ano de; A) 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 36/48 1934 B) 1943 C) 1988 D) 1978 E) N.D.A O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: C) A Constituição Brasileira de 1988 trata dos direitos trabalhistas no capítulo que trata dos Direitos Sociais. As demais tratavam do Direito Trabalhista no âmbito da Ordem Econômica e Social. A) A alternativa correta é a letra A, pois a partir da Constituição brasileira de 1934, que todas as outras constituições passaram a ter normas de Direito do Trabalho, sendo que a Constituição de 1988 valorizou o direito coletivo e introduziu regras que favorecem o caminho da normatização autônoma. Exercício 8: No Direito do Trabalho, as sentenças normativas da Justiça do Trabalho, os costumes e a Convenção Coletiva de Trabalho são classificados respectivamente, como fontes: A) Formal, autônoma, material heterônima e formal autônoma B) Material, autônoma, formal heterônima e formal autônoma C) 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 37/48 Formal, autônoma, formal heterônima e material heterônima D) Formal heterônima, formal autônoma e formal autônoma E) N.D.A O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: A) Porque a fonte autônoma se caracteriza pela participação imediata dos destinatários das regras produzidas sem interferência do agente externo. B) Porque a fonte autônoma se caracteriza pela participação imediata dos destinatários das regras produzidas sem interferência do agente externo. C) Porque a fonte autônoma se caracteriza pela participação imediata dos destinatários das regras produzidas sem interferência do agente externo. D) Porque a fonte autônoma se caracteriza pela participação imediata dos destinatários das regras produzidas sem interferência do agente externo. Exercício 9: Acerca dos princípios do Direito do Trabalho, assinale a opção incorreta. A) O princípio da irrenunciabilidade expõe a noção de que todos os atos de despojamento patrimonial praticados por trabalhadores, durante a vigência das relações de emprego, estão gravados com nulidade absoluta. B) O princípio da primazia da realidade estabelece que o real conteúdo da relação jurídica é determinado pelo que se observa no dia-a-dia da execução do contrato de trabalho, razão pela qual nenhuma irregularidade há no pagamento de salário em quantia inferior à inicialmente pactuada, desde que essa realidade tenha sido sempre vivenciada pelos contratantes. C) O princípio da proteção determina que as regras legais trabalhistas sejam interpretadas de forma a ossibilitar os melhores resultados aos trabalhadores. D) 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 38/48 O princípio da continuidade da relação de emprego gera a presunção de que o trabalhador tem interesse na preservação do contrato de trabalho, fonte de sua subsistência, pelo que não se pode presumir, sem quaisquer outros elementos, a ocorrência de resilições contratuais por iniciativa de empregados. E) N.D.A O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) A alternativa incorreta é a letra B. Pois violaria o Princípio da Intangibilidade Salarial, no qual garante a irredutibilidade do salário, ou seja, uma vez celebrado um contrato entre empregado e empregador e definindo-se preço de vencimento, este só pode ser alterado se for por valor superior ao de outrora. Importante ainda notar que a irredutibilidade supramencionada é passível de redução, desde que haja convenção ou acordo coletivo Exercício 10: Princípio concernente ao Direito do Trabalho, segundo o qual a verba salarial merece garantias diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado: A) primazia da realidade B) condição mais benéfica C) inalterabilidade contratual lesiva D) intangibilidade salarial E) N.D.A 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 39/48 O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D) Comentários: D) A alternativa correta é a letra D. O princípio no qual se refere o enunciado diz respeito ao princípio da intangibilidade salarial, que consiste basicamente na garantia da não diminuição do valor nominal do salário do trabalhador e seus complementos, assegurado pelo art. 7º, inciso VI da CF/88. Exercício 11: Sobre o Direito do Trabalho, qual alternativa apresenta uma proposição incorreta? A) O Direito do Trabalho é um ramo do Direito Público. B) São fontes do Direito do Trabalho a Constituição Federal, as leis, os decretos e regulamentos, as portarias, acordos coletivos, convenção coletiva, sentença normativa, os regulamentos das empresas, os costumes e os contratos de trabalho. C) Entende-se por acordo coletivo o pacto celebrado entre uma ou mais empresas com o sindicato dos empregados. D) A ideia de aplicação do que for mais benéfico para o trabalhador a partir da norma mais favorável identifica o princípio do in dubio pro operário. E) N.D.A O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A) Comentários: A) O Direito do Trabalho é considerado um ramo do Direito Privado, embora possua relevância pública e o cumprimento de suas normas também seja de interesse geral A relação de emprego é constituída entre particulares, então as leis são feitas para reger a relação de cunho privado, pois os contratantes são livres para estipularem suas regras no pacto empregatício conforme a Consolidação das Leis do Trabalho 29/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 40/48 Exercício 12: Os princípios peculiares do direito do trabalho têm como funções informar o legislador, orientar o juiz na sua atividade interpretativa e, por fim, integrar o direito, que é sua função normativa. Dentre eles, temos o princípio da proteção, que: A) Está fundamentado no princípio da norma mais flexível que indica a existência de duas ou mais normas, cuja preferência na aplicação é objeto de polêmica. Esse princípio autoriza a aplicação da norma mais favorável, dependendo da hierarquia a qual está sendo submetido. B) É consubstanciado na norma e na condição mais favorável, cujo fundamento se subsume à essência do Direito do Trabalho. Seu propósito consiste em tentar corrigir desigualdades, criando uma superioridade jurídica em favor do empregado, diante da sua condição hipossuficiente. C) Dá respaldo às relações jurídicas co-trabalhistas, definindo-as pela situação de fato, isto é, pela forma como se realizou a prestação de serviços, pouco importando o nome que lhes foi atribuído pelas partes. Diz-se que deve ser prevalecido o ato em si, desprezando-se a ficção jurídica. D) Em coligação com o princípio da primazia da realidade tem como objetivo limitar a autonomia da vontade das partes, pois não seria viável que o ordenamento jurídico, impregnado de normas de tutela do trabalhador, permitisse que o empregado se despojasse desses direitos. E) N.D.A O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) A alternativa correta é a letra B, haja vista o princípio da proteção objetivar corrigir as desigualdades, tornando juridicamente mais forte o trabalhador que normal e economicamente é mais fraco (hipossuficiente). Este princípio se dá em três direções básicas, sendo elas: princípio da norma mais favorável, princípio da condição mais benéfica