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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ, DA QUINTA VARA CIVIL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA CIDADE DE BAURU – ESTADO DE SÃO PAULO
Processo nº: xxxxxx
Viação Meteoro Ltda., pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita no CNPJ sob nº 12.122.442/0001-15, com sede na rua da cidreira, N°181-N, Jardim do sul, CEP 17067-573, São Paulo/SP por intermédio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na Rua 36, N° 491-N, Jardim Angola, CEP 78300-000, Tangará da Serra/MT onde recebe notificações e intimações, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO
à AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E EMERGENTES C/C LUCROS CESSANTES, movida por Caipira Hortaliças Ltda. - ME, pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita no CNPJ sob nº 15.101.442/0001-05, com sede na travessa trinta e oito, N°511-W, bairro quinta da bela Olinda, CEP 17023-783, Bauru/SP, já qualificada nos autos em epigrafe pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I – DA SINTESE DA DEMANDA
Trata-se de propositura de ação impulsionada pela Autora que se envolveu em acidente de trânsito na data de 11/02/2017 com o veículo Pick-up Ford Ranger, Placa GGG-1123, pela Rodovia BR 345, em seu km 447, quando perdeu a aderência na pista. A autora afirma que, naquele dia, a pista estava coberta por uma camada de óleo, chovia bastante e havia uma forte neblina. Em razão desses fatores, o seu veículo derrapou e permaneceu parado na pista. Alega a autora que, embora tenha perdido o controle, o veículo permaneceu em sua mão direcional, sem invadir a pista contrária. Alega ainda que, enquanto o preposto da autora tentava mover o seu veículo para o acostamento, surpreendeu-se com a invasão do veículo ônibus placa GPW-1336, de propriedade da ré, Viação Meteoro, Ltda., que trafegava na mão contrária. Afirma que o preposto da ré teria perdido o controle do veículo, invadido a contramão direcional e colidido com o Veículo da Autora. Com o choque, o veículo da autora foi projetado a cerca de 10 (dez) metros da pista e bateu em um barranco.
A autora pede a procedência dos pedidos para condenação da ré no pagamento de indenização por danos materiais, no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), referentes ao conserto do veículo, e mais as quantias de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pelos lucros cessantes ocorridos, em virtude do acidente que ocasionou os danos ao veículo, a paralisação do veículo e, por conseguinte, a impossibilidade da prática de suas atividades comerciais e a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), como danos emergentes.
II – DA VERDADE DOS FATOS
Segundo relatos do motorista da empresa Viação Meteoro Ltda., ele vinha trafegando normalmente pela via, quando, de repente, se surpreendeu com o veículo Pick Up Ford 4 Ranger. O referido veículo perdeu o controle na curva, e vinha em sua direção totalmente fora de controle. Em razão da manobra efetuada, o motorista optou por fazer uma manobra brusca, virando o veículo para a esquerda, como forma de se desvencilhar de uma colisão. No entanto, não houve tempo hábil, pelo que o ônibus colidiu com o veículo, que foi arremessado para o canteiro central da pista. O motorista cita ainda que duas testemunhas que estavam nos primeiros lugares do ônibus tiveram também essa impressão. O motorista relata também que, durante os trabalhos dos policiais e dos peritos, estes foram inconclusivos em relação ao causador do acidente. Um dos policiais afirmou que a culpa seria do ônibus, o outro entendia que, pelas posições dos veículos, poderia se inferir que a causa preponderante do acidente teria sido o deslocamento da Pick Up em direção à via por onde trafegava o ônibus. O motorista cita ainda que duas testemunhas que estavam nos primeiros lugares do ônibus tiveram também a mesma impressão
III. DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO: FALTA DE PROCURAÇÃO
A petição inicial não veio instruída com a procuração outorgando poderes ao patrono da Caipira Hortaliças Ltda. - ME
Nos termos dos artigos 1041 e 2872 do CPC, é fundamental que o advogado, ao postular em juízo, apresente instrumento de mandato. As exceções trazidas pelo mandamento dos arts. 104 e 287 não incidem na espécie, uma vez que o postulante não corre o risco de ter sua pretensão deduzida preclusa, ou de ter seu direito decadente ou prescrito, tampouco pode o caso ser considerado urgente, razão pela qual exsurge o vício de representação.
Assim, percebe-se defeito de representação (CPC ART. 337, IX), devendo o autor corrigir tal vício, em 15 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito (CPC, arts. 76 e 321).
IV – DO MÉRITO
a) DA CULPA CONCORRENTE
Alega a autora que, embora tenha perdido o controle, o veículo permaneceu em sua mão direcional, sem invadir a pista contrária..
Ora Excelência, tal afirmação não merece guarida, pois se o autor não tivesse invadido a pista contraria, o requerido não precisaria ter que tentar entrar na pista contraria, onde não teve tempo hábil para realizar a manobra, contudo acabou colidindo com o veículo do autor, conforme demonsta o relatório da Seguradora Trafegar em anexo apresentado pelo requerido.
Outrossim, nota-se que não havia, no momento da colisão, nenhum documento capaz de comprovar a culpa, apenas, do Requerido, não sendo possível a parte Autora alegar imprudência e negligência desse.
Verifica-se Excelência, que o Requerido jamais teve intenção de machucar a Reclamante, e percebe-se de forma clara, pois apesar de saber da culpa concorrente..
A melhor doutrina e a jurisprudência pátrias ensinam que, em casos de culpa concorrente, os prejuízos devem ser rateados pelas partes envolvidas na proporção de sua culpabilidade.
Nesse sentido, vale transcrever as lições de Cunha Gonçalves e Aguiar Dias, citadas pelo ilustre Des. Sergio Cavalieri, ob. Cit. Págs. 46/47:
“Havendo culpa concorrente a doutrina e a jurisprudência recomendam dividir a indenização, não necessariamente pela metade, como querem alguns, mas proporcionalmente ao grau de culpabilidade de cada um dos envolvidos. Esta é a lição de Cunha Gonçalves, citada por Silvio Rodrigues: “A melhor doutrina é a que propõe a partilha dos prejuízos: em partes iguais, se forem iguais as culpas ou não for possível provar o grau de culpabilidade de cada um dos co-autores; em partes proporcionais aos graus de culpas, quando estas forem desiguais. Note-se que a gravidade da culpa deve ser apreciada objetivamente, isto é, segundo o grau de causalidade do acto de cada um. Tem-se objetado contra esta solução que ‘de cada culpa podem resultar efeitos mui diversos, razão por que não se deve atender à diversa gravidade das culpas’; mas é evidente que a reparação não pode ser dividida com justiça sem se ponderar essa diversidade.”(ob. Cit., p. 182) O mestre Aguiar Dias endossa esse entendimento ao declarar, expressamente: “Quanto aos demais domínios da responsabilidade civil, a culpa da vítima, quando concorre para a produção do dano, influi na indenização, contribuindo para a repartição proporcional dos prejuízos “(Da Responsabilidade Civil, 5a ed., v. II/314, n. 221).
Pois bem, se não for esse o entendimento de V. Exa., é cediço que o valor da indenização por danos materiais deve guardar correlação exata com a extensão dos danos causados, recompondo o patrimônio do lesado para que volte ao estado anterior ao evento danoso. A condenação em indenização superior ao efetivo prejuízo equivale a enriquecimento sem causa.
Justifica-se, portanto, que o ressarcimento obedeça a critérios concretos e objetivos, exigindo prova efetiva da diminuição patrimonial e de sua extensão, para que a indenização lhe seja equivalente, sendo ônus do autor comprovar esse prejuízo.
A jurisprudência nas Cortes nacionais mostra-se pacífica quanto ao tema em questão, vejamos:
"Para viabilizar a procedência da ação de ressarcimento de prejuízos, a prova da existência do dano efetivamente configurado é pressuposto essencial e indispensável. Ainda mesmo que se comprove a violação de um dever jurídico, e que tenha existido culpa ou dolo porparte do infrator, nenhuma indenização será devida, desde que, não tenha decorrido prejuízo. A satisfação pela via judicial, de prejuízo inexistente, implicaria, em relação à parte adversa, em enriquecimento sem causa. O pressuposto da reparação civil está, não só na configuração de conduta contra jus, mas também, na prova efetiva do ônus, já que se repõe dano hipotético." (STJ - 1º T. - Resp - Rel. Demócrito Reinaldo - j. 23.05.94 - RSTJ 63/251).
Dessa forma, os Requeridos pugnam pela improcedência do pedido de dano material no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais).
b) DOS LUCROS CESSANTES E DANOS EMERGENTES
Relata o Autor patrono da empresa que devido suas lesões e procedimento cirúrgico ficou incapacitado para o trabalho habitual, e sofreu danos emergentes devido o não cumprimento com seus fornecedores.
De acordo com entendimento do tribunal de justiça de minas gerais, o Lucros cessantes e o danos emergentes devem ser efetivamente comprovados:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIOS JURÍDICOS C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS - AQUISIÇÃO DE MÁQUINA PARA BENEFICIAMENTO DE CAFÉ - ERRO SUBSTANCIAL - VERIFICAÇÃO - RESSARCIMENTO DO DANO MATERIAL - POSSIBILIDADE - LUCROS CESSANTES - NÃO CABIMENTO - DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO - PERDA DO TEMPO ÚTIL
- É cabível a anulação de negócio jurídico que apresenta vício de vontade de que decorre de erro substancial.
- A parte autora tem direito ao ressarcimento do valor que pagou para a aquisição e adequação da máquina adquirida pela parte ré.
- Os lucros cessantes devem ser efetivamente comprovados, pois não podem ser presumidos.
- Há dano moral quando a parte autora é induzida a erro na aquisição de um equipamento necessário a sua atividade laborativa, não obtém a resolução do contrato na via administrativa, sofre prejuízo de ordem material e precisa acionar o Judiciário para ver resguardado o seu direito.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0112.09.087381-4/004, Relator(a): Des.(a) Evandro Lopes da Costa Teixeira , 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/08/2020, publicação da súmula em 01/09/2020) (grifo nosso)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE DANO MORAL. CONTRATO DE PARCERIA PECUÁRIA. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA E DA PACTA SUNT SERVANDA. NÃO DEMONSTRADO O DESCUMPRIMENTO PELO APELADO. DANOS EMERGENTES. NÃO DEMONSTRADOS. NÃO PROVIMENTO AO RECURSO. 1. Os contratos são regidos, além das normas legais, pelos princípios de direito, dentre eles a boa-fé objetiva (art. 113, CC/02) e a pacta sunt servanda, mesmo que este último sofrendo mitigações em razão daquele primeiro. 2. Não restando caracterizado nos autos o inadimplemento contratual da parte ré, inviável a desconstituição da sentença. 3. Sendo o dano material o prejuízo financeiro efetivo sofrido pela vítima, capaz de reduzir o seu patrimônio; o dano emergente como sendo o que o lesado efetivamente perdeu; e, por fim, o dano moral como aquele que decorre da violação dos direitos integrantes da personalidade do indivíduo, atingindo valores internos e anímicos da pessoa, não restou comprovado nos autos a incidência de nenhuma das hipóteses.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0522.17.000665-7/001, Relator(a): Des.(a) Pedro Aleixo , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 17/06/2020, publicação da súmula em 03/07/2020) (grifo nosso)
Ocorre que o Autor não comprovou o dano emergente nem mesmo o lucros cessantes, pois quem ficou incapacitado para o trabalho foi o patrono da empres.
Assim sendo, não deverão os réus serem condenados ao pagamento de indenização por lucros cessantes, nem mesmo danos emergentes vez que o autor não comprovou a falta de atividade em sua empresa.
Dessa forma, os Requeridos pugnam pela improcedência do pedido de dano material no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) equivalente o Lucros cessantes e de R$ 10.000,00 (dez mil reais) equivalente os danos emergentes.
V – DOS PEDIDOS
Diante do expor, requer:
A) seja, no mérito, julgado improcedentes os pedidos formulados pela Requerente na petição inicial;
B) a oitiva da testemunha Sr. Lauro Carlos Santos, Brasileiro, Casado, autônomo, portador do CPF 046.048.067-08, RG 287955-5, domiciliado na rua são João, n° 457-W, Centro, Cep: 75400-54 Bauru/SP e Sra. Maria Moreira, Brasileira, Solteira, Portadora do CPF: 789.246.248-04, RG 58642-0, domiciliado na rua das Moreiras, n° 759-S, Jardim do amor, Cep: 75649-52 Bauru/SP.
C) requer a produção de todas as provas admitidas em direito, ainda que não requeridas previamente, em especial documental, testemunhal e depoimento pessoal da Requerente, sob pena de confissão.
D) requer o arquivamento do Processo, pela alegação da não comprovação de qualquer pedido.
Tangará da Serra/MT, 15 de março 2018
<Assinatura>

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