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2015 - Revisão 2ª Etapa - REDAÇÃO

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EDUCANDO PARA SEMPRE
REVISÃO 2ª ETAPA
20
15
redação
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
1 
 
 
 
Profs. Ana Paula e Murilo Góes 
 
Escrever é uma das técnicas mais complexas que o ser humano pode realizar. Faz rigorosas exigências à 
memória e ao raciocínio. A habilidade mental é imprescindível para que todos os aspectos envolvidos na escrita 
sejam bem articulados, coordenados, harmonizados de forma que o texto seja bem sucedido. Conhecimentos de 
natureza diversa são acessados para que o texto tome forma. É necessário que o redator utilize simultaneamente 
seus conhecimentos relativos ao assunto que quer tratar, ao gênero adequado, à situação em que o texto é 
produzido, aos possíveis leitores, à língua e suas possibilidades estilísticas. Portanto, escrever não é fácil e, 
principalmente escrever é incompatível com a preguiça! 
 
Extraído de: Lucília H. do Carmo Garcez. Técnicas de redação – O que é preciso saber para escrever bem. 
 
Bons estudos! 
 
SUMÁRIO 
 
 PÁG. 
1) Informações sobre a prova de Redação do Vest-Ufes .................................................................... 3 
2) Prova do processo seletivo 2015 ....................................................................................................... 4 
3) Teoria: Tipos x Gêneros textuais ..................................................................................................... 6 
TEXTOS ARGUMENTATIVOS 
 Texto dissertativo ................................................................................................................................. 
 
6 
 Editorial ................................................................................................................................................. 8 
Artigo de Opinião ................................................................................................................................... 10 
 CARTAS ARGUMENTATIVAS ........................................................................................................... 13 
 Carta de reclamação/ solicitação .......................................................................................................... 14 
 Carta ao leitor ....................................................................................................................................... 15 
 Carta do leitor ....................................................................................................................................... 16 
 E-mail ................................................................................................................................................... 18 
Comentário ............................................................................................................................................ 19 
 Hipertexto ...................................................................................................................................... 20 
CARTAS COLETIVAS 
 Carta Aberta ......................................................................................................................................... 
20 
Manifesto ............................................................................................................................................... 21 
Abaixo-assinado .................................................................................................................................... 22 
Discurso ................................................................................................................................................. 23 
 Diálogo Argumentativo ......................................................................................................................... 23 
Resumo ................................................................................................................................................. 24 
 Resenha (descritiva e crítica) ............................................................................................................... 26 
TEXTOS NARRATIVOS 
 NARRATIVAS LITERÁRIAS ................................................................................................................ 
 
27 
Conto ..................................................................................................................................................... 
- Conto fantástico ....................................................................................................................................... 
28 
29 
Crônica .................................................................................................................................................. 30 
Fábula .................................................................................................................................................... 32 
Apólogo .................................................................................................................................................. 33 
Parábola ................................................................................................................................................ 35 
NARRATIVAS DE RELATO 
Relato Pessoal ....................................................................................................................................... 
 
36 
Depoimento ........................................................................................................................................... 36 
 Boletim de Ocorrência .......................................................................................................................... 37 
Testemunho ........................................................................................................................................... 37 
 Carta Pessoal ....................................................................................................................................... 37 
Relatório ................................................................................................................................................ 37 
GÊNEROS ESSENCIALMENTE JORNALÍSTICOS 
Notícia ................................................................................................................................................... 
 
38 
Reportagem ........................................................................................................................................... 39 
Entrevista ............................................................................................................................................... 39 
TEXTOS DESCRITIVOS ........................................................................................................................... 
 Descrição de pessoa ............................................................................................................................ 
41 
42 
REDAÇÃO 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
2 
 Descrição de espaços .......................................................................................................................... 43 
 Descrição de objetos ............................................................................................................................ 45 
TEXTOS INJUNTIVOS 
(Manual de instruções, Regulamento, Propaganda, Campanha Publicitária) ........... ...................... 
 
46 
Outros gêneros textuais (Cartão postal, Relato autobiográfico, Biografia, Diário íntimo, Verbete, 
Ensaio) ...................................................................................................................................................... 
 
48 
Apêndice: Diferença entre os principais gêneros argumentativos ........................................................... 51 
4) Prática: propostas para produção de texto .....................................................................................53 
Assunto 1  CORRUPÇÃO (Editorial/ Manifesto/ Crônica) 53 
Assunto 2 INTOLERÂNCIAS (Artigo de opinião/ Carta do leitor/ Relato) 53 
Assunto 3 VIOLÊNCIA (Carta aberta/ Editorial/ Boletim de ocorrência) 54 
Assunto 4 DROGAS (Comentário/ Campanha comunitária/ Descrição) 55 
Assunto 5 EDUCAÇÃO (Dissertação/ Entrevista/ Carta argumentativa) 55 
Assunto 6 FAMÍLIA (Artigo de Opinião/ Verbete/ Texto narrativo) 56 
Assunto 7 TECNOLOGIA (Conto fantástico/ Crítica/ Resenha) 57 
Assunto 8 CONSUMO (Texto argumentativo/ Narrativa/ Relatório) 58 
Assunto 9 MERCADO DE TRABALHO (Artigo de opinião/ Texto argumentativo/ Narrativa) 59 
Assunto 10 MEIO AMBIENTE (Discurso/ Regulamento/ Narrativa pedagógica) 59 
Assunto 11 DOENÇAS (Reportagem/ Carta aberta/ Diálogo argumentativo) 60 
Assunto 12 CULTURA (Comentário/ Abaixo-assinado/ Relatório) 61 
Assunto 13 SOLIDARIEDADE (Discurso/ E-mail/ Receita) 62 
Assunto 14 GLOBALIZAÇÃO (Texto argumentativo/ Discurso/ Texto narrativo) 63 
 
 
 
 
 
 
“O gosto pela escrita cresce à medida que se escreve.” 
Erasmo de Rotterdam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
3 
 
 
 
 
As informações que seguem nesta página foram extraídas do Manual do Candidato Vest-Ufes 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE A prova de Redação terá caráter eliminatório para todos os candidatos sendo eliminado o 
candidato que obtiver nota inferior a 2 (dois) pontos, em uma escala de 0 (zero) a 10 (dez). 
 
 
 
 
 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
4 
 
 
 
 
PROVA DE REDAÇÃO DO PROCESSO SELETIVO 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
5 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIO GERAL 
 
A prova de Ufes de 2015 trouxe, conforme consta no Edital, três questões para produção. A Universidade 
ressaltou a solicitação de prosas, indicando que textos em versos e topicalizados fugiriam da intenção de 
produção da prova. Entretanto, apresentando-se de maneira mais inovadora, a prova rompeu com uma certa 
tradição em explorar os gêneros editorial e artigo, argumentativos jornalísticos, e solicitou a elaboração de 
gêneros de produção possível para alunos que finalizaram o Ensino Médio. 
Cabe pontuar também que, apesar de o edital apresentar a informação de que serão usados no máximo 
dois textos motivadores na coletânea, a 2ª questão apresentou 3 (três) textos e que, mesmo havendo na grade de 
correção um critério específico que avalie o uso da coletânea, a 3ª questão não apresentou textos motivadores. 
Essas características da prova exigem da Universidade uma reflexão sobre o que consta no Edital e o que de fato 
será cobrado dos candidatos. 
 
 
 
1ª questão 
 
A 1ª questão cobrou a produção de um panegírico (discurso elogioso a algo ou a alguém). Esse gênero, em 
situação de interação, permite o uso da 1ª pessoa bem como da interlocução. A temática exposta pela coletânea 
deveria nortear o contexto do discurso, de modo a permitir que várias situações fossem abordadas pelos 
candidatos. Poderia, o locutor do discurso, elogiar um comportamento ético de um indivíduo ou de uma empresa, 
por exemplo. Não foram especificados orador e público. Como texto de caráter argumentativo, as ideias deveriam 
ser fundamentadas ao longo da exposição. 
 
 
2ª questão 
 
Já na segunda questão, observa-se a cobrança de uma narrativa que poderia ter sido construída com foco 
narrativo de 1ª pessoa ou de 3ª pessoa. Os textos da coletânea norteiam o enredo da história. Vale pontuar que 
esse gênero pede que os candidatos explorem os elementos do texto narrativo: narrador, personagem, tempo, 
espaço e enredo. A indicação de nomes para os personagens também era possível. 
 
 
3ª questão 
 
A elaboração da descrição do espaço cultural, na 3ª questão, exigiu dos candidatos não só criatividade mas 
também um conhecimento prévio do que deveria compor um espaço cultural. Nessa questão, além da descrição 
do espaço cabia indicar justificativas para cada característica apontada. A composição poderia ter sido escrita na 
1ª pessoa do singular, tendo como voz para o texto um cidadão, ou na 1ª pessoa do plural, em nome do grupo de 
trabalho a que fez referência o enunciado. 
 
 
 
Equipe de Redação UP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
6 
 
TIPO X GÊNEROS TEXTUAIS 
 
As tipologias textuais ou protótipos textuais são mecanismos (ferramentas ou 
instrumentos) de construção textual e discursiva, os quais são produtos de 
capacidades e necessidades humanas usadas na interação com o meio, com o 
próprio íntimo e com o outro. Assim, mesmo timidamente, elas podem ser vistas 
desde tempos primordiais nas simples ações cotidianas de contar uma história; 
instruir ou ordenar; dialogar; expor um determinado conhecimento; descrever 
um desejo ou uma nova experiência sensorial; ou ainda defender um 
posicionamento ou uma visão de mundo. Para essas formas elementares de 
expressão, foram dados os nomes de narração, injunção ou instrução, diálogo, exposição, descrição e 
argumentação, as quais, de certa forma, tentam exprimir a experiência humana com o texto (discurso). Tais tipos 
textuais organizam-se também em função da finalidade e das intenções pretendidas pelos seus usuários. 
 
Pode-se também dizer sobre os tipos de texto que, separados ou puros, é muito difícil encontrá-los, pois é 
mais comum estarem misturados na maioria dos gêneros textuais com os quais é possível tomar contato em 
nosso cotidiano. Quanto a essa questão, é importante ressaltar que não há pureza na maioria dos textos 
produzidos pelo homem quanto à tipologia textual, mas, sim, predominância de uma em relação à outra. As 
inúmeras possibilidades de interação entre as diferentes tipologias podem classificar um texto entre os mais 
variados gêneros textuais, são exemplos: a fábula, o conto, a dissertação, a carta, o manifesto, a crônica, a 
notícia, o artigo, o editorial, etc. 
 
Teoricamente, gêneros textuais são meios de se comunicar impostos pelas necessidades de interação 
social, econômica, estética e política do homem; são criados a partir de processos históricos, sociais e coletivos, 
ainda que possam ser marcados por características e preferências individuais daqueles que os utilizam para se 
comunicar. São ferramentas de comunicação, portanto, moldáveis pelas escolhas individuais, mas também pelo 
processo histórico e de transformações culturais pelo qual toda sociedade, especialmente as mais industrializadas 
e modernas, passam com mais velocidade e intensidade. 
 
Os gêneros textuais abarcam desde a simples correspondência informal enviada a um amigo até o ensaio 
escrito por um crítico de arte. Enfim, a diversidade de gêneros textuais que permeiam e definem as formas de 
comunicação humana, particularmente a escrita, multiplicaram-se nos últimos anos com o advento da internet e 
com as múltiplas fronteiras ultrapassadas ou ignoradas por produtores de textos e artistas menos preocupados 
com a pureza e a forma de um gênero textual e mais com a mensagem a ser comunicada, ou seja, na atualidade, 
tais modalidades textuais passaram mais frequentemente a ser eventos de fronteira e mais submetidos às 
necessidades de uma ideia ou conceito do que a uma exigência formal sobre como se comunicar. 
 
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição. A seguir, primeiramente 
serão apresentados conceitos de composições em que predomina a ARGUMENTAÇÃO. 
 
Argumentar é, por meio da organização de palavras, frases e textos, apresentar ideias, desenvolver 
raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. 
 
TEXTO DISSERTATIVO 
A dissertação é um gênero textual produto das interações entre certas tipologias textuais, em especial a 
argumentação e a exposição, ainda que descrição e narração possam ser usadas como recursos para construção 
particularmente de argumentos. Esse gênerotextual é empregado de forma regular para comunicar e documentar 
debates de cunho científico, acadêmico, estético, etc., com o intuito de comunicar a posição de alguém sobre 
determinado tema de forma organizada e respeitosa de princípios do pensamento lógico e formal. 
Além de ser o gênero de texto mais solicitado em provas de vestibular e outros concursos, a dissertação 
também é, das composições em que predomina a função argumentativa, uma das escritas mais simples de se 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
7 
redigir. Para essa produção, contudo, são necessárias algumas habilidades, que estão ao alcance de todos a 
serem adquiridas, tais como: 
- Conhecimento do assunto a ser abordado, a fim de aplicar precisão, certeza e credibilidade àquilo que 
está sendo escrito; 
- Habilidade com a língua escrita, de maneira que se possa fazer boas construções sintáticas, uso de 
palavras adequadas (precisão vocabular) e, assim, relações lógicas entre informações e argumentos; 
- Boa organização semântica do texto, ou seja, organização coerente das ideias aplicada à estrutura 
argumentativa. 
Devemos, desde já, distinguir os dois tipos de dissertação existentes. São eles: 
 Dissertação-expositiva como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se expõem as 
ideias ou pontos de vista; o objetivo é apenas fazer com que o leitor os considere coerentes. 
 Dissertação-argumentativa  esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecida. Nela, o intuito 
é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou ponto de vista exposto. 
 
Há uma estrutura consagrada para a organização desse texto. Consiste em organizar o pensamento temático em 
três partes, cada qual com um propósito. 
 
O que deve ser apresentado em cada parte do texto dissertativo 
 
 Introdução – espaço onde o autor explicita o assunto a ser discutido, com a apresentação de uma ideia 
ou de um ponto de vista que pretende defender (tese). 
 Desenvolvimento – espaço onde será desenvolvido o ponto de vista adotado. Para isso, deve-se 
argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos e contrapor opiniões, se necessário. 
 Conclusão – estrutura em que se dará um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos 
apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução, agora com 
mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você 
está finalizando o texto. 
 
Quanto aos aspectos formais, a dissertação dispensa o uso abusivo de figuras de linguagem, bem como do 
valor conotativo das palavras (veja bem: estamos falando que não se deve abusar). Por suas características, o texto 
dissertativo requer uma linguagem mais sóbria, denotativa, sem rodeios (afinal, convence-se o leitor para força dos 
argumentos, não pela emoção); daí ser preferível o uso da terceira pessoa. Ao contrário de composições narrativas, 
a dissertação não apresenta uma progressão temporal; os conceitos são genéricos e, em geral, não se prendem a 
uma situação de tempo e espaço; por isso é imprescindível o emprego de verbos no presente. As construções 
mais adequadas, procurando evitar-se a 1ª pessoa do singular, seriam "Observa-se que uma parcela da 
população..." ou "Notamos que grande parte dos brasileiros...". O texto dissertativo destina-se ao chamado "leitor 
universal", ou seja, a qualquer pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos amplos, 
genéricos e evitando particularizar situações. 
Ao contrário de textos descritivos, que se caracterizam pela preferência ao período simples, a dissertação 
trabalha com o período composto (normalmente, por subordinação), com o encadeamento de ideias; nesse tipo de 
construção, o correto emprego dos conectivos é fundamental para se obter um texto claro, coeso e elegante. 
 
SÍNTESE - TEXTOS ARGUMENTATIVOS 
 
 Apresentação de tese (posição sobre o tema); 
 Uso de argumentos (fatos, dados, hipóteses, etc.) a fim de sustentar a tese; 
 Predominância de objetividade; 
 Predominância de denotação. 
 
 
VEST-UFES 2013 
 
1ª QUESTÃO (4,0 PONTOS) 
Em 2002, a UFES, em seu processo seletivo, propôs uma questão em que a leitura foi tema de debate. Os 
estudantes brasileiros liam muito pouco. Passados dez anos, levando-se em conta os resultados da pesquisa 
abaixo, percebe-se que a situação relativa à leitura de jornais, revistas, livros e textos da internet não melhorou. 
http://www.brasilescola.com/redacao/dissertacao.htm
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
8 
 
 
Quadro reproduzido rigorosamente de acordo com o original. 
(Disponível em:<http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/2834_10.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2012). 
 
Elabore um texto argumentativo em que sejam sugeridas alternativas e ações que possam contribuir para que o 
Brasil se torne uma nação de muitos leitores. 
 
OBSERVAÇÃO A questão não especificava o gênero que o candidato deveria produzir, apenas a 
tipologia do texto (argumentativa); observa-se que a dissertação seria cabível à solicitação. 
 
VEST-UFES 2012 
 
1ª QUESTÃO (4,0 PONTOS) 
Sírio Possenti afirma, em Os humores da língua(Campinas: Mercado das Letras, 1988. p. 25-26), que 
piadas são ―um tipo de material altamente interessante‖ para estudo, porque [1] ―praticamente só há piadas 
sobre temas que são socialmente controversos‖ (sexo, política, racismo, crenças, escola, loucura, morte, 
desgraças, deficiências físicas, etc.), [2] ―piadas operam fortemente com estereótipos‖ (judeu avarento, 
português estúpido, gaúcho enrustido, marido traído, esposa infiel, mineiro esperto, loura burra, etc.), [3] ―piadas 
são quase sempre veículo de um discurso proibido, subterrâneo, não oficial‖ (casamentos por interesse, governos 
corruptos, professores incompetentes, religiosos sem vocação, etc.). Assim sendo, com frequência, episódios 
relacionados ao humor causam constrangimento quando vêm a público, via internet, TV, jornais impressos e 
outras mídias. 
 
Escreva um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se quanto à questão: O humor pode ter total 
liberdade ou deve ter limites éticos ou morais? Inclua, em sua argumentação, pelo menos uma piada que possa 
ser tomada como exemplo para o ponto de vista desenvolvido. 
 
EDITORIAL 
O editorial pode também ser chamado de artigo de fundo. É um texto que carrega juízos de valor acerca 
de assuntos que debate, mas não apresenta uma visão pessoal de quem escreveu, e sim uma opinião mais 
ampla, que reflete a linha editorial que a empresa adotou para seu veículo de comunicação. E é essa linha 
editorial que guia o rumo do jornal ou da revista na escolha dos temas sob a forma de notícias e no 
direcionamento dado aos fatos. Tudo trabalha de acordo com essa linha, a qual direciona a percepção e a opinião 
do leitor, mesmo que de forma indireta. 
Dada a importância do editorial em uma publicação, ele habitualmente traz uma argumentação e estrutura 
e bem-preparadas. Quanto à estrutura, é muito semelhante a de um texto dissertativo, ainda que permita 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
9 
determinadas peculiaridades como referências ao veículo no qual é publicado, justificativas sobre o porquê de ser 
tema de um texto em local tão privilegiado, além de incluir a possibilidade de se usar a 1ª pessoa do plural, 
representando o grupo detentor da opinião apresentada. Quanto ao estilo, difere-se do artigo de opinião (que 
será verificado mais a frente, nesse material), porque, no caso do artigo pessoal, é comum haver formas 
argumentativas bastante pessoais e idiossincráticas. 
 
Exemplo: 
Populismo penal 
FOLHA DE SÃO PAULO 
 
Existem muitas formas de encarar a proposta de reduzir de 18 para 16 
anos a maioridade penal no Brasil –e nenhuma delas oferece perspectivas 
positivas. Mesmo numa abordagem bastante complacente, em que seria vista 
pelos efeitos que possa ter na segurança pública, a medida não se justifica. 
Estima-se, por exemplo,que menos de 1% dos homicídios no país sejam 
cometidos por adolescentes de 16 e 17 anos –cerca de 500 num universo que 
supera os 55 mil assassinatos anuais. 
Ou seja, ainda que a nova diretriz reduzisse a zero as taxas de 
delinquência juvenil, os ganhos seriam mínimos. Mas a lei, nunca é demais 
insistir, não faz mágicas, ao contrário do que parece pensar o deputado Marcos Rogério (PDT-RO). Autor do voto 
que, sendo aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, permitiu o avanço da proposta de 
redução da maioridade penal, o deputado defende a iniciativa dizendo que seu objetivo é "evitar que jovens 
cometam crimes na certeza da impunidade". 
Se houvesse fundamento na argumentação, os brasileiros não conviveriam com índices de criminalidade 
tão elevados. Ao país não faltam normas prescrevendo punições severas para adultos. O raciocínio de Rogério 
falha também num outro aspecto: o conjunto de regras para jovens infratores passa longe da impunidade. 
Podendo tutelar o cidadão a partir dos 12 anos, o sistema brasileiro está entre os mais duros do mundo. 
Há, no entanto, uma mudança legislativa desejável. Como esta Folha sustenta há muito tempo, não faz 
sentido limitar a três anos o período máximo de internação dos jovens mais violentos. Esse prazo de 
afastamento do convívio social deveria ser ampliado, mas só para crimes dolosos contra a vida, observando-se 
critérios estritos e sempre mantendo os jovens separados dos adultos, inclusive após os 18 anos. Do contrário, 
seriam presa fácil nas penitenciárias superlotadas e controladas por organizações criminosas. 
Pelo menos um projeto com essas características tramita no Congresso, mas o atual Legislativo não 
parece propenso a debater o tema de maneira racional. Diante de um Executivo fragilizado e confrontados com 
protestos nas ruas, legisladores recorrem a diversos expedientes para dar respostas às bases eleitorais. Isso 
inclui, infelizmente para um Estado democrático de Direito, o populismo penal – e a redução da maioridade é sua 
ponta mais visível. 
Açulada pela Frente Parlamentar da Segurança Pública, a pauta de apelo popular inclui proposições como 
a que transforma em hediondo o homicídio e a lesão corporal gravíssima praticados contra policiais, bombeiros, 
militares e integrantes do sistema carcerário, desde que o crime decorra do exercício do cargo ou função. 
A mesma regra, que foi aprovada na Câmara e segue para o Senado, vale para cônjuges e parentes 
desses agentes de segurança. Na versão original, o projeto aumentava igualmente a pena para o policial que 
provocasse morte ou lesão corporal de modo criminoso, mas tal dispositivo foi derrubado. Formada por 21 
deputados, a chamada bancada da bala também conseguiu dar um passo importante no sentido de tornar mais 
rígido o cumprimento da pena pela prática de crimes hediondos. 
A esse rol de iniciativas acrescentam-se projetos com vistas a agravar sanções para roubo de armas e 
explosão de caixas eletrônicos –e, como tal frente parlamentar não se preocupa com paradoxos, há ainda a 
tentativa de enfraquecer o Estatuto do Desarmamento. 
Diferentes no conteúdo, as propostas que tiveram a tramitação acelerada nos últimos dias se igualam no princípio 
que as anima: a ideia de que os problemas da sociedade podem ser resolvidos por meio de novas leis ou de 
alterações nas normas existentes. 
Essa noção não é apenas falsa; no direito penal, é também nociva. A possibilidade de interferência mais 
grave do Estado na vida do cidadão se dá na seara criminal. As balizas para tal interação vêm do ordenamento 
jurídico, que deve impedir o arbítrio e hierarquizar os valores que o país deseja proteger. A aprovação de leis ao 
sabor de clamores populares e circunstâncias políticas tende a quebrar a arquitetura normativa. Mais que isso, 
diminui as garantias do indivíduo perante os poderes constituídos. 
Numa sociedade ainda muito desigual, a experiência passada sugere o quanto, na prática, o 
endurecimento penal há de ser aplicado de forma seletiva no futuro. Há um modo de evitar esse desdobramento: 
basta, no presente, ser seletivo diante de propostas de endurecimento penal. Se isso parece fora dos planos do 
Congresso, cabe ao governo federal, comandado por um partido em tese de esquerda, oferecer alternativas 
políticas para a segurança pública. 
 
Editorial extraído de http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1612397-editorial-populismo-penal.shtml. Publicado em 05/04/2015. 
 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/04/1612397-editorial-populismo-penal.shtml
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
10 
Os editoriais de imprensa são ótimos para aprender a redigir dissertações e são cobrados no vestibular. 
 
VEST-UFES 2014 
2ª QUESTÃO (3,0 PONTOS) 
Suponha que você seja editor de uma revista que trata de assuntos sobre meio ambiente. Escreva um editorial em 
que você defenda o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo para os problemas do trânsito. 
 
 
VEST-UFES 2012 
3ª QUESTÃO (3,0 PONTOS) 
 
 
Observadas as informações da coletânea, escreva um editorial com enfoque na importância de se implementar, 
como política pública, um programa diferenciado de ensino de línguas estrangeiras. 
 
VEST-UFES 2010 
1ª QUESTÃO (4,0 PONTOS) 
 
Comando: A expressão ―Brasil, país do futuro‖ tem origem em uma obra do escritor austríaco Stefan Zweig 
publicada em 1941. Essa expressão veio à tona novamente agora, a partir do cenário sócio-político-econômico 
ilustrado pelos textos abaixo. Com base nesse cenário, redija um texto, em forma de um editorial jornalístico, 
discutindo a seguinte questão: PRÉ-SAL,COPA DE 2014, OLIMPÍADAS DE 2016: O FUTURO FINALMENTE 
CHEGOU? 
 
Observe, agora, o formato da solicitação de editorial em processo mais distante, aplicado em 2006: 
 
VEST-UFES 2006 
2ª QUESTÃO (3,0 PONTOS) 
 
Comando: Imagine a seguinte hipótese: você está inaugurando um jornal de uma Organização Não 
Governamental ONG voltada para a questão da injustiça social no Brasil. Tendo em vista a canção Haiti, de 
Caetano Veloso e de Gilberto Gil, e a citação estatística de Luis Mir, escreva o editorial de inauguração do 
referido jornal. 
 
 
ARTIGO DE OPINIÃO 
O artigo de opinião (artigo jornalístico, artigo assinado ou texto de opinião) é um gênero textual 
pertencente ao âmbito jornalístico, escrito por um articulista e que tem por finalidade a exposição do seu ponto de 
vista acerca de um determinado assunto. Em relação à estrutura, o gênero segue o padrão já observado para 
o texto dissertativo, mas inclui a possibilidade de se usar a 1ª pessoa do singular, representando o 
detentor do ponto de vista (opinião). Além disso, essa composição ainda permite algumas liberdades 
linguísticas impossíveis em um texto dissertativo científico como referências ao leitor, metáforas, provocações, 
passagens injuntivas, etc. 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
11 
Características do gênero artigo de opinião: 
 
 apresenta informações e juízos de valor sobre um determinado assunto; 
 deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central que está sendo desenvolvido; 
 deve ser redigido em prosa e em língua padrão. 
(Excerto do comando da Prova de Redação UFF 2010) 
 
Exemplo: 
Como o problema não é de ninguém, surgiram lutadores dispostos a ―quebrar os marginais‖ 
 
RUTH DE AQUINO 
Colunista da Revista Época 
Há furtos, roubos e assaltos em todas as grandes cidades do mundo. Mas só no 
Rio de Janeiro existe o arrastão de praia. Só na Cidade Maravilhosa um carioca, brasileiro ou 
estrangeiro é assaltado por uma turba violenta naquele momento em que se bronzeia na areia, 
brinca de baldinho com o filho, toma água de coco com amigos ou passeia no calçadão, 
extasiado com a vista do mar e das montanhas. 
Nos metrôs de Paris, Londres e Barcelona, alto-falantes alertam para os pick-pockets 
nos trens e plataformas. São adolescentes, exímios ladrões de celulares e carteiras. Você só 
percebe o roubo tempos depois. Perdeu, otário. Você é turistae isso está escrito em sua testa. 
Os bandos de ladrões costumam ser de imigrantes, ou filhos e netos de imigrantes. Muitos 
árabes, negros ou mestiços. Têm benefícios do Estado social. Mas são pobres. Moram na periferia. 
Quais as maiores diferenças? Na Europa, a maioria age com discrição e sem armas. No Rio, é o 
inverso: agem com ostentação e com canivetes, paus, pedras, porretes, armas de fogo. Uma turista inglesa, vítima 
dos arrastões no Rio 40 graus, disse aos prantos: ―É o fim das minhas férias. Tinha fotos, filmes. Todas as nossas 
memórias foram roubadas. Eles bateram no meu irmão. Foi horrível. Nunca mais quero voltar‖. Darling, meu 
celular com fotos e filmes já foi roubado em Londres. E continuo voltando. Mas eu compreendo você. 
Porque o problema, no Rio, é a violência e a dimensão. Bateram no irmão da turista na frente dela. Aí 
é duro. É duro ver ao vivo, na praia, hordas de assaltantes, a maioria menores, perseguindo e espancando 
vítimas, como urubus atacando carniça, às gargalhadas, sem repressão. Você está desarmado duplamente, 
praticamente nu, de sunga ou biquíni, o espírito leve. Curte o lazer mais sagrado do Rio. E, de repente, é atacado. 
Protege os filhos com os braços. Não pode gritar ou reagir porque se arrisca a perder a vida. 
A gurizada chega à praia tocando o terror, na linha de ônibus 474, apelidada de quatro-sete-crack. Não 
paga a passagem, pula a catraca, assalta pedestres nos pontos, constrange as moças, rouba de passageiros 
pobres como eles, fuma, vandaliza, debocha, grita, toca funk com apologia às drogas. Enfim. Eles zoam. Sem 
medo de nada. Estão protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e por juízes que impedem revistas 
policiais em ônibus ou detenção de suspeitos fora de flagrante. 
O Rio é talvez a cidade brasileira que mais mistura pobres e ricos, negros e brancos, geograficamente. É 
uma cidade em que a cultura negra é historicamente valorizada. Tinha tudo para não ser tão dividida, se o poder 
público cumprisse seu papel. O fracasso retumbante e histórico de governadores e prefeitos em relação à 
urbanização das favelas e à educação dos carentes contribui para o ódio social que hoje toma as ruas. 
O prefeito Eduardo Paes diz que o problema é policial e não social: ―Não pode chamar jovem que sobe em 
teto de ônibus de vulnerável. É delinquente‖. O secretário de Segurança José Mariano Beltrame diz que o 
problema é social e jurídico e não policial. Os juízes dizem que o problema não é deles, porque só se pode deter 
alguém em flagrante. Como o problema não é de ninguém, surgiram os justiceiros, lutadores dispostos a “quebrar 
os marginais”. 
As redes sociais destilaram todo tipo de preconceito. Racista e social. Preconceito contra negros. 
Contra brancos. Contra favelados. E contra moradores de Copacabana e Ipanema. Quem rouba iPhone não 
passa de um injustiçado? Quem tem iPhone é ―playboy‖ e merece ser roubado? 
O bancário Jerônimo Oliveira veio de Rio das Ostras para visitar a família no Rio. Foi cercado, agredido e 
roubado no calçadão. ―Senti puxarem meu cordão. Virei para trás e fui derrubado. Eram mais de dez em cima de 
mim, me batendo e enfiando as mãos nos meus bolsos.‖ É esse o principal espaço democrático do Rio? 
Para evitar uma ―tragédia maior‖ ou um ―linchamento‖, Beltrame anunciou que praia agora será tratada 
como ―grande evento‖ na Segurança. Homens dos Batalhões de Choque circularão na orla em trajes de praia. 
Assistentes sociais acompanharão policiais nas revistas a ônibus. A PM montará duas grandes tendas nas areias 
e torres de observação. Terá apoio de comandos móveis, quadriciclos, câmeras em helicópteros. 
Para repelir os justiceiros, um coletivo convocou um ―farofaço‖ na Praia de Ipanema. Em vez de paus, 
pedras e facas, todos devem levar ―frango, farofa, refrigerante, douradores de pelo corporal, isopores, piscina pro 
pagodão no fim da tarde, e um radinho pro pancadão!!!‖. A propaganda diz: ―O bagulho é curtir uma praia bolada 
em um domingão‖. Não sei qual é seu bagulho, mas desejo feliz domingão a todos. 
 
Artigo extraído de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2015/09/guerra-da-praia.html 
 Publicado em 25/09/2015. 
 
 
 
 
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ruth-de-aquino/noticia/2015/09/guerra-da-praia.html
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
12 
VEST-UFES 2011 
1ª QUESTÃO (4,0 PONTOS) 
 
 
 
Redija um artigo em que você discuta o que é “ser velho” física e psicologicamente, indicando o que os governos 
podem fazer para que os idosos tenham uma vida digna e cidadã. 
 
VEST-UFES 2008 
 
1ª QUESTÃO (4,0 pontos) 
Manifesto contra as cotas: todos têm direitos iguais na 
República Democrática 
 
O princípio da igualdade política e jurídica dos cidadãos 
é um fundamento essencial da República e um dos alicerces 
sobre o qual repousa a Constituição brasileira. Este princípio 
encontra-se ameaçado de extinção por diversos dispositivos 
dos projetos de lei de Cotas (PL 73/1999) e do Estatuto da 
Igualdade Racial (PL 3.198/2000) que logo serão submetidos 
a uma decisão final no Congresso Nacional. 
O PL de Cotas torna compulsória a reserva de vagas 
para negros e indígenas nas instituições federais de ensino 
superior. O chamado Estatuto da Igualdade Racial implanta 
uma classificação racial oficial dos cidadãos brasileiros, 
estabelece cotas raciais no serviço público e cria privilégios 
nas relações comerciais com o poder público para empresas 
privadas que utilizem cotas raciais na contratação de 
funcionários. Se forem aprovados, a nação brasileira 
passará a definir os direitos das pessoas com base na 
tonalidade da sua pele, pela "raça". A história já condenou 
dolorosamente essas tentativas. 
(...) 
Qual Brasil queremos? Almejamos um Brasil no qual 
ninguém seja discriminado, de forma positiva ou negativa, 
pela sua cor, seu sexo, sua vida íntima e sua religião; onde 
todos tenham acesso a todos os serviços públicos; em que 
se valorize a diversidade como um processo vivaz e 
integrante do caminho de toda a humanidade para um futuro 
onde a palavra felicidade não seja um sonho. Enfim, em que 
todos sejam valorizados pelo que são e pelo que conseguem 
fazer. Nosso sonho é o de Martin Luther King, que lutou para 
viver numa nação onde as pessoas não seriam avaliadas 
pela cor de sua pele, mas pela força de seu caráter. 
 
Rio de Janeiro, 30 de maio de 2006. 
 
Manifesto em favor da lei de cotas e do estatuto 
da igualdade racial 
 
A desigualdade racial no Brasil tem fortes raízes 
históricas e esta realidade não será alterada 
significativamente sem a aplicação de políticas públicas 
específicas. A Constituição de 1891 facilitou a reprodução 
do racismo ao decretar uma igualdade puramente formal 
entre todos os cidadãos. A população negra acabava de 
ser colocada em uma situação de completa exclusão em 
termos de acesso à terra, à instrução e ao mercado de 
trabalho para competir com os brancos diante de uma 
nova realidade econômica que se instalava no país. 
Enquanto se dizia que todos eram iguais na letra da lei, 
várias políticas de incentivo e apoio diferenciado, que 
hoje podem ser lidas como ações afirmativas, foram 
aplicadas para estimular a imigração de europeus para o 
Brasil. 
Esse mesmo racismo estatal foi reproduzido e 
intensificado na sociedade brasileira ao longo de todo o 
século vinte. Uma série de dados oficiais sistematizados 
pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no 
ano 2001, resume o padrão brasileiro de desigualdade 
racial: por 4 gerações ininterruptas, pretos e pardos têm 
contado com menos escolaridade, menos salário, menos 
acesso à saúde, menor índice de emprego, piores 
condições de moradia, quando contrastados com os 
brancos e asiáticos. Estudos desenvolvidos nos últimos 
anos por outros organismos estatais demonstram 
claramente que a ascensão social e econômica no país 
passa necessariamente pelo acesso ao ensino superior. 
(...) 
Acreditamos que a igualdade universal dentro da 
República não éum princípio vazio e sim uma meta a ser 
alcançada. As ações afirmativas, baseadas na 
discriminação positiva daqueles lesados por processos 
históricos, são a figura jurídica criada pelas Nações 
Unidas para alcançar essa meta. 
 
Brasília, 3 de julho de 2006. 
 
(Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18773.shtml>. Acesso em: 27 out 2007. Adaptado.) 
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18773.shtml
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
13 
Os textos acima apresentam posições divergentes sobre a Política de Cotas atualmente em foco no Brasil. 
Elabore um artigo em que você exponha suas ideias sobre essa política, formulando argumentos discordantes de 
um dos dois manifestos divulgados na Folha UOL ou mesmo de ambos os manifestos. 
 
 
CARTAS ARGUMENTATIVAS 
Corresponder-se talvez seja uma das mais antigas formas de comunicação escrita e, por isso, um dos 
mais antigos gêneros textuais. Seguramente foi um dos primeiros a ter algumas necessidades formais tornadas 
públicas, porque fundamentais, tal como o endereçamento, a informação sobre destinatário e remetente, a 
datação, etc. Genericamente, podem-se dividir as correspondências entre as formais e as informais. Neste grupo 
figuram desde as cartas remetidas a pessoas conhecidas com as quais se mantém determinado nível de 
intimidade até bilhetes despretensiosos colados na geladeira. No universo da formalidade, as cartas podem ser 
enviadas a pessoas desconhecidas, a instituições, etc., com diversos níveis de preocupação com questões 
associadas ao uso de pronomes de tratamento, norma gramatical, formatos oficiais, etc., muito além das 
percebidas na informalidade. 
Todas as cartas cumprem, então, um objetivo semelhante: estabelecer um contato escrito entre dois 
interlocutores. A carta argumentativa é um gênero textual em que o autor do texto (remetente) dirige-se a um 
interlocutor (destinatário) com o objetivo de defender um ponto de vista e, se for o caso, convencer esse 
interlocutor a mudar de opinião sobre alguma questão ou levá-lo a agir de uma determinada maneira. 
Como todo texto que busca convencer alguém, as cartas argumentativas definem-se pela apresentação articulada 
de informações, fatos e argumentos que caracterizam claramente um ponto de vista sobre determinada questão. 
 
 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CARTAS COBRADAS PELOS VESTIBULARES 
 
 Estrutura dissertativa: como a dissertação-argumentativa, esse tipo de carta apresenta a tríade 
introdução/desenvolvimento/conclusão. Logo no primeiro parágrafo, você apresentará, ao destinatário, 
quem escreve o texto e com qual objetivo (o ponto de vista a ser defendido – tese); nos subsequentes, 
encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão; e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou 
apresentar-se-á uma ou mais propostas para solução, caso se trate de uma problemática. 
 
 Interlocutor definido: essa é, indubitavelmente, a principal diferença entre a dissertação-argumentativa 
tradicional e a carta. Quando alguém pedia a você que produzisse um texto dissertativo, geralmente não lhe 
indicava aquele que o leria. Na carta, isso muda: estabelece-se uma comunicação particular entre um “eu” 
definido e um “você” definido. Logo, você terá que ser bastante habilidoso para adaptar a linguagem e a 
argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido entre vocês. 
 
 Necessidade de dirigir-se ao leitor: na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se 
diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine”, etc.). Ao escrever uma carta, 
essa prescrição cai por terra. Você até passa a ter a necessidade de fazer o leitor aparecer nas linhas. Se a carta é 
para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor 
perceber que é ele o interlocutor – e retomadas ao vocativo são bem- vindos. 
 
 Argumentação: como a carta não deixa de ser uma espécie de dissertação-argumentativa, você deverá 
selecionar com bastante cuidado e capricho os argumentos que sustentarão a sua tese. A persuasão é 
fundamental: é importante convencer o leitor sobre a coerência da ideia apresentada. Atenção, nesse 
momento, aos elementos fornecidos pelos textos motivadores! 
 
Apesar das semelhanças pelo caráter argumentativo da dissertação, há diferenças estruturais 
consideráveis entre esses dois tipos de redação: 
 
 Cabeçalho: na primeira linha da carta (no canto esquerdo ou direito), aparecem o nome da cidade e a data 
(com o mês por extenso) em que o texto é escrito. 
 Vocativo inicial: na linha de baixo, comumente na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você 
se dirige ao leitor (geralmente marcado por vírgula). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e 
da relação social estabelecida com o destinatário. Atenção aos pronomes de tratamento! Usam-se 
algumas formas preferenciais para Papa (Santíssimo Padre), Reitor — (Magnífico Reitor), Presidente da 
República (Excelentíssimo Presidente da República); nos demais casos, aconselha-se o uso de ―Senhor/a‖ 
(Senhor Senador, Senhor Diretor, Senhor Chefe de Departamento, Senhor Ministro, Senhor Vereador, 
Senhora Professora...). 
 Expressão que introduz a assinatura (saudação de despedida): terminada a carta, é de praxe produzir, na 
linha de baixo (comumente na margem esquerda do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
14 
autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções para 
com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, “De um cidadão que 
votou no senhor”, “De alguém que deseja ser atendido”, etc. 
 Assinatura: um texto pessoal, como é a carta, deve ser assinado pelo autor. Nos vestibulares, porém, costuma-se 
solicitar ao aluno que não escreva o próprio nome por extenso. Na Unicamp, por exemplo, ele deve escrever a 
inicial do nome e dos sobrenomes (F. C. P. para Fábio Cardoso Papaipig, por exemplo). Essa postura adotada por 
algumas universidades é importante para que se garanta a imparcialidade dos corretores na avaliação das 
redações. É necessário demonstrar obediência às instruções sobre assinatura apresentadas pelo comando 
da questão, quando houver. 
 
Questões do Vest-Ufes que solicitavam a produção desse gênero: 
 
VEST-UFES 2011 
2ª QUESTÃO (3,0 PONTOS) 
 
Escreva uma carta à Presidência da República do Brasil, expondo os desafios a serem enfrentados em nosso 
país. Para subsidiar sua reflexão, considere os textos a seguir. 
 
 
 Em tempo: é importante justificar por que se solicita que a argumentação seja feita comumente em forma de 
carta em situações de avaliação. Isso se dá em função do pressuposto de que, se é definido de forma prévia 
quem é o interlocutor sobre um determinado assunto, há melhores condições de fundamentar uma 
argumentação e avaliar a capacidade do candidato de moldar sua linguagem, seus argumentos e a 
informação de acordo com seu interlocutor. 
 
CARTAS DE RECLAMAÇÃO E DE SOLICITAÇÃO 
As cartas de reclamação e de solicitação são elaborações em que o remetente descreve um problema 
ocorrido ou que solicita algo a um destinatário que pode atendê-lo, pois se trata de alguém com plenos poderes 
para tal. São gêneros textuais pertencentes às modalidades argumentativa e 
persuasiva: são argumentativos porque permitem a expressão de 
posicionamento sobre qualquer problema que nos aflija enquanto cidadão ou à 
comunidade que representamos; são também persuasivos porque o interlocutor tenta 
convencer o receptor da mensagem a fim de encontrar uma solução para o problema 
exposto. 
Quem reclama deve utilizar um discurso que elucide a questão problemática, 
suas principais causas, bem como suas atuais e possíveis consequências, caso o 
problema não seja resolvido. A exposição dos fatos deve comprovar que o remetente é 
quem temrazão, o qual pode ainda, sugerir ou solicitar as possíveis soluções para que 
haja entendimento entre as partes. 
 
 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
15 
VEST-UFES 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VEST-UFES 2013 
2ª QUESTÃO (3,0 PONTOS) 
 
Com o objetivo de conseguir um cartão bancário do Bradesco, Mário Jr. escreveu, no facebook, um pedido em 
forma de poema, para o qual obteve, também em versos, uma resposta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Redija um pedido de segunda via de cartão bancário ao banco de sua preferência, em que seja usado o modelo 
de carta em prosa. Faça constar, nessa carta, as seguintes informações: identificação pessoal, providências 
tomadas em decorrência da perda do cartão e justificativa para o pedido. Lembre-se de que um banco é uma 
instituição e, por isso, o texto deve ser elaborado em linguagem formal. 
 
CARTA AO LEITOR 
Como todo texto de correspondência, essa carta tem um destinatário explícito (o leitor), mas na deixa 
claro quem é o remetente. Isso porque, na verdade, quem a escreve fala em nome da revista, como se ela 
tivesse uma voz própria que comunicasse algo ao leitor, sem a presença dele. Geralmente, essas cartas são 
escritas pelo editor da revista ou pelo diretor de redação, que procura estabelecer um contato mais direto com o 
leitor. A função desse texto é esclarecer ao leitor alguns dos temas que serão desenvolvidos ao longo da revista 
– no intuito de dele aproximar-se, estimulando-o a ler a revista. 
 
CARTA AO LEITOR 
Em setembro próximo, VEJA comemora 40 anos, período em que se consolidou 
como a maior, a mais lida e a mais influente revista brasileira. Para marcar sua chegada à 
quarta década de vida, VEJA entregará a seus leitores no decorrer do ano diversas 
edições especiais, ao ritmo de quase uma por mês. A primeira delas chega com o 
presente número, na forma de uma revista destacável de sessenta páginas. É uma 
extraordinária viagem ao ano de 1808, o da chegada da família real portuguesa ao Brasil. 
A edição foi concebida e produzida pela editora-executiva Vilma Gryzinski, secundada no 
processo pela editora Lizia Bydlowski e pela pesquisadora Susana Camargo. 
A ideia do número especial foi capturar o instante histórico da fuga da corte para 
o Brasil em toda a sua riqueza, complexidade e amplitude, um momento em que figuras 
tão gigantescas – e díspares – como Napoleão Bonaparte e Thomas Jefferson lançavam 
as bases do mundo moderno, princesas infelizes disputavam o poder com o marido, 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
16 
cavalheiros escoceses inventavam máquinas e francesas lançavam moda. O número especial sobre a chegada da 
família real ao Brasil propõe uma espécie de jogo mental. Pede-se ao leitor que suspenda sua incredulidade e 
acredite que realmente voltamos no tempo, mas também que seja cúmplice no reconhecimento implícito de que 
aquilo é um faz-de-conta. Um faz-de-conta construído sobre uma rigorosa pesquisa histórica. 
Boa leitura! 
Veja, março de 2010 
 
CARTA DO LEITOR 
A carta do leitor é um gênero textual em que um leitor expressa opiniões (favoráveis ou não) a respeito 
de algum texto publicado em revistas, jornais, ou a respeito do tratamento dado ao assunto. Nesse gênero, o autor 
pode também esclarecer ou acrescentar informações ao que foi publicado. Apesar de ter um destinatário 
específico – os editores ou redatores-chefes do veículo de comunicação em questão ou ainda diretamente o autor 
do texto –, a carta do leitor pode ser publicada e lida por todos os leitores do meio de comunicação para o qual ela 
foi enviada. Na carta do leitor, a linguagem pode ser mais pessoal (empregando pronomes e verbos em 1ª 
pessoa) ou mais impessoal (empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa) ou ainda pode utilizar os dois tipos de 
linguagem; a menor ou maior impessoalidade depende da intenção do autor: protestar, brincar ou impressionar. É 
um gênero que também apresenta intencionalidade persuasiva e formato canônico para texto de carta, 
contemplando local e data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida e assinatura. Ela deve citar a 
reportagem, crônica, linha editorial, etc., sobre a qual trata a carta e deve muito clara e educadamente argumentar 
em favor de sua tese, pois, do contrário, nem mesmo um trecho da carta será publicado. Quando cartas de 
leitores são postadas na íntegra, o são em função da relevância institucional, da fama ou da competência 
profissional do autor dela ou mesmo da qualidade da discussão feita pelo leitor, o que é mais raro. 
As cartas do leitor atendem propósitos comunicativos como elogiar, criticar, opinar, reclamar, retificar, 
comunicar, agradecer ou mesmo solicitar algo do autor ou às vezes da mídia em que os textos são publicados. 
 
Abaixo, segue uma crônica escrita por Francisco Grijó e publicada no jornal A Gazeta (Vitória) em 
18/12/2012. Observe, depois, uma carta escrita como resposta por um de seus leitores. 
 
Go home, Nana Caymmi! 
Meu querido amigo Murilo Góes, professor e homem de teatro, sabe exatamente o 
que significa um palco – e o que representa estar nele. Está consciente das obrigações e 
direitos de um artista, e exerce-os com a devida honestidade. E quanto ao público diante 
dele, do artista? Qual o seu papel, dever, direito? Meu amigo ator e professor foi ao show de 
Nana Caymmi, dia 6, mês corrente. O local: Estação Porto, centro da ilha. 
Nana Caymmi tem genética e amizades capazes de torná-la uma intérprete de 
grandes canções. Pois é. Segundo meu amigo Murilo Góes, o show teria sido excelente não 
fosse o público – que o atrapalhou. Digo melhor: não o público em sua totalidade, mas parte 
dele. 
 Deixo Murilo de lado, temporariamente. Volto no tempo. Numa segunda-feira de 
julho, há 4 anos, o grande João Donato – um dos artistas fundamentais da Bossa Nova, ao lado de Jobim, 
Gilberto, Menescal, Sérgio Mendes e Vinícius, e que é bem recebido em todos os lugares aos quais se dirige – 
apresentou-se no projeto "Vitória Bossa Nova". Estava acompanhado de um supertime de impressionar qualquer 
ouvido, mas a plateia capixaba não se impressionou. Aliás, nem deu muita bola. 
Era mais fácil ouvir burburinhos, gritos e conversas do que as esplêndidas performances dos músicos. 
Havia gente de costas para o palco, como se num botequim de quinta estivesse. Não perdoaram nem a música 
doméstica: o "Afonso Abreu Trio", capixabíssimo, abriu o show. 
O pianista, Pedro de Alcântara, executou a melhor versão que já ouvi de "Zíngaro" (que muitos chamam 
de "Retrato em Branco e Preto"). Não lhe deram a mínima. Nem a ele nem aos outros dois componentes do trio, 
dois excepcionais instrumentistas, Marco Antônio Grijó (bateria) e o próprio Afonso (contrabaixo). 
 O quase sempre polêmico João Gilberto dizia que show tem de ser pago – e de preferência caro. O 
público precisa gastar para respeitar o que vai ser visto e ouvido. Shows gratuitos, segundo ele, são para bandas 
de rock, não para músicos de verdade. Em parte ele tem razão. O público que lotou o antigo armazém 5, do Porto 
de Vitória, ignorou, de cara, Miéle – sim, o próprio, Luiz Carlos Miéle, testemunha ocular, auditiva, tátil e 
sentimental de tudo o que foi realizado em Bossa Nova. Personagem único, falou para poucos, contou algumas 
ótimas passagens sobre Tim Maia, Roberto Carlos e Jorge Goulart. Foi um mestre de cerimônia de luxo. E o 
público nem tchuns: comportou-se como se todos aqueles que subiam no palco tivessem apenas um propósito: 
criar música de fundo para conversas fúteis regadas a Skol e batatinhas fritas. 
Sei que toda generalização é burra. Havia gente prestando atenção ao show. Muitos – como eu – foram 
ao centro da cidade para ver o mitológico João Donato e seu grupo. Sei que muita gente ficou satisfeita, 
2015 - APOSTILA REVISÃO 2ª ETAPA 
 
17 
principalmente porque conseguiu ignorar o barulho irritante que era feito pela maioria. Eu não consegui. 
Incomodei-me. 
 Sou chato, eu sei. Em alguns momentos, virei-mepara constatar, visualmente, o que eu só percebia por 
ouvidos. Vi gente gesticulando para os amigos, em conversas animadas, flertes descompromissados, diálogos 
fúteis. O que significa isso? Eu sei. Paradoxalmente, esse tipo de comportamento quer 
dizer "Vá para casa, João Donato, e não volte. O que nós gostamos, de fato, é de Ivete, 
de Jota Quest, de sertanejo universitário, de Asa de Águia. Neles prestamos atenção, 
com eles gastamos dinheiro". Segundo meu amigo Murilo, não foi diferente com Nana 
Caymmi, a enormíssima voz. Ou seja: em quatro anos, nada mudou e, se alguém se 
arriscar a dizer o contrário, poderá certificar-se de que a coisa piorou. Como? É só 
esperar pelo próximo show. Se tiver coragem, vá. E depois me conte. 
 
Exemplo de carta do leitor: 
(Local e data) 
Olá Grijó, 
 Lida a sua crônica ―Go home, Nana Caymmi!‖ Tudo dito, tudo correto. Fui a algumas apresentações na 
Estação Porto e confirmo suas percepções. O público não está preparado para receber os artistas. Acaba virando 
um grande botequim (sendo que não seria essa a intenção, porque botequim também é bom – como botequim!). 
Com as exceções, é público barulhento, sem interesse na arte... apenas curtindo momentos e perturbando o 
ambiente. 
 Estive assistindo alguns dos shows que você citou e outros mais. No show do Yamandu foi a mesma 
coisa. Ele parou o show e solicitou respeito aos grandes instrumentistas que ele havia trazido. Eu mesmo toquei 
um show na Estação Porto e pude perceber a situação. E não é só lá: noutro dia a cantora Waleska – Rainha da 
Fossa, teve que parar o show e reclamar: algo como... vim do Rio de Janeiro fazer um show para vocês, e para os 
amigos... e não consigo... vocês não param de falar! 
 Fui assistir a um show de fado em Portugal. Jantar ou petiscos na hora certa. Na hora do show, nenhum 
garçom circulando, sem atendimento. Três a cinco músicas em absoluto silencio... Sorve-se a música, afloram-se 
os sentimentos, algo paira no ar. 
Terminadas as músicas, volta o atendimento, todos felizes... Hora de mais cinco músicas: outros momentos de 
música... 
 Toco na noite e tenho percebido as mudanças no público. Há pouco tempo, presença de pessoas que 
entendem de música, discutem a harmonia, a autoria, as características... Agora, público pouco comprometido 
com a música, buscando somente a cerveja bem gelada, o vinho tal, o petisco tal... E conversam, falam alto, dão 
gargalhadas, gritam... 
 Terrível para os músicos que prepararam canções maravilhosas, horas de estudos... chegar num bar e 
encontrar uma mesa preparada para 15 pessoas, um aniversário:Parabéns pra você, palmas, trocas de presentes, 
gritinhos... De costas para o músico e para a música. E algumas mesas que ainda recebem pessoas que saem às 
ruas mesmo com todos os percalços – violência, falta de estacionamento, fumantes desrespeitosos..., abrigam 
amantes da música que ficam aborrecidos com as mesas barulhentas... e acabam indo embora mais cedo do que 
iriam. Não dá para competir. 
 É necessário que o público aprenda a ouvir. É preciso que os adultos voltem às salas de aulas.É 
necessário que venha um novo período de boas canções. Ainda bem que o ―É o Tchã‖ acabou.Será que virão 
outros Jobims? 
 Abraço, 
V.H. 
Outro exemplo: 
 
Prezados Senhores, 
Desde maio de 2000, o filósofo Olavo de Carvalho tem escrito semanalmente artigos para o jornal O Globo 
e para a revista Época, nos quais tem abordado, de forma cristalina e muitas vezes contundente, sempre com 
impressionantes inteligência e erudição, temas fundamentais para o homem moderno, e principalmente pontos 
cruciais da história e da política nacional e internacional. Olavo tem sido um dos poucos se não o único intelectual 
brasileiro a analisar os problemas e a história do pensamento nacional por um ângulo que não seja o esquerdista, 
normalmente unilateral e engessado pelos dogmas marxistas. Se seu texto só tivesse essa única qualidade, já 
mereceria nosso louvor, ou no mínimo nossa atenção. Mas Olavo tem sido uma "vox clamantis in deserto". Em vez 
de encetar diálogos honestos e dignos, como convêm a todo intelectual digno do nome, seus artigos tem sido 
solenemente ignorados pela intelligentsia esquerdista, por motivos que podemos detectar mas que não vêm ao 
caso agora. E, para nossa surpresa, justamente a revista Época, que vinha possibilitando a um número expressivo 
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18 
de leitores a oportunidade de ler os excelentes textos de O. de Carvalho, parece ter decidido impor-lhe o mesmo 
silêncio com que nossa intelligentsia tem "reagido" aos seus textos, vetando-lhe o artigo que seria publicado na 
edição de 03/11. 
Não podemos aceitar que uma revista prestigiosa como a Época, que vinha demonstrando ser imparcial e 
aberta às diversas tendências e enfoques de análise jornalística e intelectual, venha perpetrar tal censura (essa é 
a palavra) a um de seus mais importantes articulistas. Ressalte-se o fato de que na Época (e também em O 
Globo) os textos de Olavo saem (ou saíam?) sempre na sessão "Opinião", o que exime a revista de qualquer 
responsabilidade ou compromisso com as idéias do articulista. Ainda assim seu último texto foi proibido. O que (ou 
quem) levou Época a tal decisão? Reconhecemos que os editores (e os donos) de um veículo de imprensa devem 
ter autonomia para decidir o que publicar, mas nos causa espécie o fato de um articulista acima da média ser 
sumariamente censurado, sobretudo nesse país em que a palavra "censura" se tornou um verdadeiro anátema, 
principalmente nos meios esquerdistas. 
Manifesto aqui o meu repúdio à censura imposta por Época ao filósofo Olavo de Carvalho, na esperança 
de que não percamos o privilégio e a oportunidade de ler, nessa conceituada revista, os textos de um dos maiores 
intelectuais que o Brasil já teve. Pois não será outro o requisito que diferencia um veículo de imprensa dos demais 
se não a imparcialidade. 
Cordialmente, 
 
Fulano de tal, RJ. 
 
Adaptado de http://www.olavodecarvalho.org/textos/ 
Mais exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-MAIL 
Em tempos de avanço tecnológico vertiginoso, é obrigatório tratar de uma forma de correspondência 
responsável por não só romper as fronteiras espaços-temporais como reavivar um costume que parecia esquecido 
de trocar correspondências. O nome dessa tecnologia, ferramenta ou processo criado e popularizado nos últimos 
40 anos é correio eletrônico ou ―e-mail‖. Trata-se de uma espécie de correspondência ou bilhete enviado 
digitalmente por meio de uma rede de computadores. Sobre as características estruturais e linguísticas desse 
gênero textual, pode-se identificar facilmente o vocativo ou saudação inicial; o corpo da correspondência, 
onde se desenvolve o assunto; a saudação final ou despedida; e a assinatura. Muitas vezes esse meio de 
comunicação pode ter anexado a ele uma quantidade imensa de informações, já que qualquer arquivo de até 
alguns megabytes pode ser enviado como anexo de uma correspondência eletrônica. 
Esses elementos linguísticos e formais podem variar segundo o grau de formalidade da relação entre locutor e 
interlocutor da correspondência. Da mesma forma, também varia a linguagem em função da relação entre esses 
interlocutores. Os períodos de um ―e-mail‖ costumam ser curtos e na ordem direta para favorecer a clareza 
e a objetividade do texto. Vale lembrar uma peculiaridade do correio eletrônico, que é a presença de um 
campo para título ou assunto que antecipa o tema desenvolvido no corpo dele. 
 
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COMENTÁRIO 
O comentário é um gênero textual veiculado em jornais e revistas que tem como objetivo mostrar 
considerações críticas sobre determinado conteúdo (reportagem, fotografia, entrevista, artigo, etc). De caráter 
crítico, o comentário precisa apresentar um posicionamento bem definido, assim como argumentos necessários e 
suficientespara sustentar a ideia que deve ser defendida. Apesar de, geralmente, o comentário ser assinado, em 
vestibulares, não é interessante que o candidato utilize nomes (nem fictícios), sob pena de ter sua prova anulada. 
Para assinar o comentário, pode-se fazer uso de nomeações genéricas ou iniciais. É necessário demonstrar 
obediência às instruções sobre assinatura apresentadas pelo comando da questão, quando houver. 
 O comentário aproxima-se, em finalidade, da carta do leitor; no comentário, entretanto, os elementos 
estruturais característicos de carta não devem constar. Além disso, percebe-se que, socialmente, o comentário 
é uma composição mais veiculada como hipertexto, principalmente em sites. 
 
Proposta de vestibular que solicitava a produção desse gênero: 
 
VEST-UNICAMP 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HIPERTEXTO 
Texto em formato digital, ao qual são associadas outras informações, por meio de palavras-chave, títulos 
de outros textos, imagens, sons, ícones, vídeos, etc., dispostas de forma não linear, transformadas em ―links‖ que 
podem ou não ser acessados de acordo com a demanda do internauta – mais comumente - ao longo da leitura 
desse hipertexto. O acesso a essas informações dá-se por meio de ―links‖, os quais são coincidentes com esses 
tipos de informação adicionais já listados. A função deles, portanto, é tornar mais dinâmico, individual e intertextual 
o processo de contato com uma determinada informação e com as que podem complementá-la ou mesmo explicá-
la. As principais características desse tipo de texto mais comumente encontradas em ambientes virtuais, 
especialmente na internet, são a intertextualidade promovida e facilitada com uma infinidade de outros textos e 
outras referências graças aos ―links‖ e a facilidade de manipulação e colagem de conteúdo propiciadas pela 
plataforma digital; a velocidade com que se pode lê-lo ou mesmo modificá-lo; o dinamismo relativo às muitas 
formas de lê-lo e produzi-lo; a razoável facilidade de produzi-lo; a interatividade responsável por quebrar um 
paradigma de que o processo de leitura é cunhado pela passividade por parte do leitor em relação às informações 
contidas em um texto; os muitos caminhos para decodificá-lo em níveis diferentes de profundidade; a forma 
dedutiva como geralmente a arquitetura da informação nele é disposta; a relação intensa com recursos 
multimidiáticos; a forma em rede como a informação é disposta nas relações infinitas que os hipertextos tem entre 
si e até no interior deles próprios; e a transitoriedade e a efemeridade do discurso interior a eles. O importante 
pensador Roland Barthes anteviu essa revolução quando em 1980 escreveu sobre o hipertexto: ―as redes são 
múltiplas e jogam entre si sem que nenhuma delas possa encobrir as outras; esse texto é uma galáxia de 
significantes e não uma estrutura de significados; não há um começo: ele é reversível; acedemos ao texto por 
várias entradas sem que nenhuma delas seja considerada principal; os códigos que ele mobiliza perfilam-se a 
perder de vista, são indecidíveis (…); os sistemas de sentido podem apoderar-se desse texto inteiramente plural, 
mas o seu número nunca é fechado, tendo por medida o infinito da linguagem.‖. 
 
 
CARTAS COLETIVAS 
CARTA ABERTA 
Também classificada como composição argumentativa, a carta aberta 
discute temas de interesse coletivo, normalmente um problema de consenso 
geral. Pode tratar do ponto de vista particular de um cidadão, mas que envolva o 
interesse social, ou do ponto de vista de uma instituição, grupo de pessoas, entidades 
etc. Tem um forte grau de apelo, sendo escrita com o intuito claro de sensibilizar e 
persuadir o destinatário. Portanto, tem caráter persuasivo, uma vez que a intenção de 
quem a escreve é a de convencer o destinatário sobre suas ideias, opiniões ou 
reivindicações que são expostas em público. 
Pode ser utilizada como forma de protesto contra um problema ou como alerta, e até mesmo como meio 
de conscientização da população ou de alguém influente, como um representante do governo. Pode ser enviada 
para uma instituição, para a população ou para autoridades públicas, como o Presidente da República, o 
Governador, o Prefeito, o Diretor da escola, o Síndico etc. Como a carta aberta não é uma correspondência 
particular, qualquer um pode ler. Pode ser divulgada nos meios de comunicação impressos, também nos meio 
televisivo ou pelo rádio. 
Esse gênero é composto dos seguintes aspectos: 
- Título  estrutura em que se evidencia o destinatário: autoridades, população, grupos políticos, 
representantes de entidades. Por isso, o título deve conter as palavras ―Carta aberta à/ao‖, ou seja, uma 
referência a quem você está enviando a carta. Exemplo: “Carta Aberta à Comunidade Escolar‖. 
- Introdução identificação do(s) remetente(s) – pelas funções que desempenham na sociedade: 
cidadão, grupos de pessoas, entidades... - e apresentação da discussão que motivou a escrita da carta (tese). 
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- Desenvolvimento  diz respeito à análise da situação a ser discutida; momento no qual há a 
apresentação dos argumentos, fundamentando o ponto de vista de quem está enviando a carta. 
- Conclusão momento em que geralmente se apresenta ou se solicita uma resolução para a discussão 
em pauta. 
Exemplo: 
CARTA ABERTA DOS PROFESSORES À SOCIEDADE CATARINENSE 
O Governo de Santa Catarina se utilizou de horário nobre da tevê para aplicar 
mais uma mentira à sociedade catarinense, dizendo que estava disposto a pagar o 
piso salarial aos professores, quando na verdade isto não acontece, pois a proposta 
apresentada destrói Plano de Carreira dos Professores. Colombo acaba com a tabela 
que é classificada de acordo com a qualificação profissional de cada um. Em todas as 
categorias maior qualificação é igual a maior salário, para Colombo não. Ou seja, um 
professor com faculdade (nível superior) e que participou de diversos cursos ao longo 
da carreira ganhará o mesmo salário de um professor com magistério (Ensino Médio). Esta é uma das indignações 
que reforçou a adesão à greve. 
Quanto maior a qualificação e valorização profissional, melhor o serviço que será oferecido à sociedade. O 
SINTE/SC tentou evitar esta situação, solicitando oficialmente que o Governo Estadual apresentasse proposta de 
implementação do piso salarial de acordo com a Lei 11.738/2008 e da pauta de reivindicação da categoria, na 
qual piso é considerado vencimento inicial, sem incorporação de benefícios e que deve obedecer ao plano de 
carreira de cada estado. Mas, nesta semana, o governo apresentou uma proposta de pagar o mesmo piso para 
quase toda categoria, sem levar em conta a carreira profissional. 
Em função disto os professores mantêm a greve e aguardam o compromisso deste governo com a 
educação, apresentando uma proposta para implementação da Lei e pagamento dos retroativos. 
Contra todas essas distorções, inverdades e ilegalidades é que pedimos que a sociedade nos apoie nesta 
luta. O futuro da sociedade depende de uma educação de qualidade.Se o governo fizer sua parte, nós 
cumpriremos com a nossa como historicamente fazemos, apesar das péssimas condições que nos são oferecidas. 
Contamos com seu apoio, compreensão e participação nessa luta. 
Atenciosamente, 
Professores da Rede Pública de Educação 
 
Proposta de vestibular que solicitava a produção desse gênero: 
 
VEST-UNICAMP 2014 
Comando: Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma grande cidade se 
mobilizou, buscou informações em textos e documentos variados e optou por elaborar uma carta aberta. Você, 
como membro da associação, ficou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta 
tem o objetivo de reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da mobilidade 
urbanana sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize também informações apresentadas nos trechos 
abaixo, que foram lidos pelos membros da associação. 
Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do remetente. 
 
MANIFESTO 
É um gênero de texto que produz quando uma pessoa ou um grupo de pessoas deseja chamar a atenção 
da população, denunciando um problema de interesse geral ou alertando para um problema que está preste a 
ocorrer. Conceitualmente, os manifestos em geral tendem a ter um tom crítico em relação à sociedade ou a 
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setores dela em uma espécie de declaração de intenções, em que argumentos são arrolados como justificativa 
para as ideias propostas. 
 Texto de intenção persuasiva, que objetiva alertar sobre um problema ou fazer a denúncia pública de um 
problema que está ocorrendo. 
 Estrutura relativamente livre, mas com alguns elementos indispensáveis: título, identificação e análise do 
problema, argumentos que fundamentam os ponto de vista do(s) autor(es) do manifesto, local e data, 
assinaturas dos autores e simpatizantes da causa. 
 Linguagem geralmente no padrão culto formal da língua. 
 Verbos predominantemente do presente do indicativo e no modo imperativo. 
 
Exemplo: 
Manifesto à população contra a propaganda enganosa 
 
Atenção, consumidor compulsivo, antenado em rádio, televisão, outdoors, etc. Não se deixe levar pelos 
apelos sedutores nem pela aparência inicial de um produto ou serviço. Reflita. Não aja por impulso. Nem se 
deixe iludir com a conversa do anúncio, vendedor ou vendedora. A propaganda objetiva criar em você uma 
necessidade que você se sentirá excluído por não ter o objeto do desejo. Fique alerta, pois tudo não passa de um 
jogo psicológico. Tome cuidado com as promoções. Não compre sem pesquisar preços. Pechinche. Peça 
descontos e prazos para o pagamento. Aproveite o momento e exerça esse direito básico do consumidor. Exija 
nota fiscal, que é sua garantia. Sem ela você não poderá provar nada. Com ela, garantirá recursos destinados à 
construção de hospitais, escolas, etc. Recorra ao Código de Defesa do Consumidor para garantir seus direitos e 
denunciar abusos. 
Defensores do Povo, abril de 2003. 
http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=7257(Adaptado) 
 
 
ABAIXO-ASSINADO 
Também de caráter argumentativo, o abaixo-assinado é o texto no qual um grupo de pessoas faz uma 
solicitação a uma autoridade competente, com o objetivo de resolver imediatamente um problema. A solicitação é 
feita por muitas pessoas em forma de um documento coletivo. É muito comum o uso do abaixo assinado como 
forma de protesto ou manifesto de apoio a alguém ou a alguma causa. 
 
Exemplo: 
Abaixo-assinado pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo 
 O Congresso Nacional tem a oportunidade de promover a Segunda Abolição da Escravidão no Brasil. Para 
isso, é necessário confiscar a terra dos que utilizam trabalho escravo. A expropriação das terras onde for flagrada 
mão-de-obra escrava é medida justa e necessária e um dos principais meios para eliminar a impunidade. 
 A Constituição do Brasil afirma que toda propriedade rural deve cumprir função social. Portanto, não pode 
ser utilizada como instrumento de opressão ou submissão de qualquer pessoa. Porém, o que se vê pelo país, 
principalmente nas regiões de fronteira agrícola, são casos de fazendeiros que, em suas terras, reduzem 
trabalhadores à condição de escravos - crime previsto no artigo 149 do Código Penal. Desde 1995, mais de 31 mil 
pessoas foram libertadas dessas condições pelo governo federal. 
 Privação de liberdade e usurpação da dignidade caracterizam a escravidão contemporânea. O escravagista 
é aquele que rouba a dignidade e a liberdade de pessoas. Escravidão é violação dos direitos humanos e deve ser 
tratada como tal. Se um proprietário de terra a utiliza como instrumento de opressão, deve perdê-la, sem direito a 
indenização. 
Por isso, nós, abaixo-assinados, exigimos a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 
438/2001, que prevê o confisco de terras onde trabalho escravo foi encontrado e as destina à reforma agrária. A 
proposta passou pelo Senado Federal, em 2003, e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 
2004. Desde então, está parada, aguardando votação. 
 É hora de abolir de vez essa vergonha. Neste ano em que a Lei Áurea faz 120 anos, os senhores 
congressistas podem tornar-se parte da história, garantindo dignidade ao trabalhador brasileiro. 
Pela aprovação imediata da PEC 438/2001! 
http://www.trabalhoescravo.org.br/abaixo-assinado 
 
http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=7257(Adaptado)
http://www.trabalhoescravo.org.br/abaixo-assinado
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DISCURSO 
O discurso é um gênero produzido para ser proferido oralmente a um 
auditório em um evento solene. Expressa formalmente a maneira de pensar e de agir 
do(s) locutor(es) e sua visão acerca dos interlocutores presentes na solenidade. Por se 
tratar de um texto construído com o objetivo de defender um ponto de vista sobre 
determinado assunto, buscando o convencimento do auditório e, logo, sua adesão às 
ideias defendidas, é um gênero com características predominantemente expositivo-
argumentativas. Devido a essa forma de interação, o ponto de vista defendido deve ser 
fundamentado com explicações, razões, ilustrações, citações etc. 
Trata-se de um texto de caráter enfático, com o objetivo persuadir o público; portanto, a predominância do 
uso verbal é de tempo presente e de futuro, especialmente no modo indicativo. O narrador pode alternar entre a 
primeira e a terceira pessoa. É interessante apresentar vocativo e necessário apresentar a identificação de quem 
fala (indivíduo ou grupo). 
 
Proposta de vestibular que solicitava a produção desse gênero: 
VEST-UNICAMP 2011 
Comando: Coloque-se no lugar de um líder de grêmio estudantil que tem recebido reclamações dos colegas 
sobre o ensino de ciências em sua escola e que, depois de ler a entrevista com Tatiana Nahas na revista de 
divulgação científica Ciência Hoje, decide convidá-la a dar uma palestra para os alunos e professores da 
escola . Escreva um discurso de apresentação do evento, adequado à modalidade oral formal. Você, 
necessariamente, deverá: 
a) apresentar um diagnóstico com três (3) problemas do ensino de ciências em sua escola; e 
b) justificar a presença da convidada, mostrando em que medida as ideias por ela expressas na entrevista 
podem oferecer subsídios para a superação dos problemas diagnosticados. 
 
DIÁLOGO ARGUMENTATIVO 
O diálogo é um processo comunicativo no qual dois ou mais parceiros se revezam usando a palavra. O 
diálogo argumentativo, por sua vez, envolve a comunicação em torno de um tema controverso, em que cada 
participante assume um ponto de vista e o defende por meio de argumentos. 
A UFES propôs esse gênero no processo seletivo de 2013 e de 2006/2. Observe: 
 
VESTUFES 2013 – 3ª QUESTÃO 
 
 
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VESTUFES 2006/2 
 
 [...] 
- Nenhuma imaginação? 
- Nenhuma; antes faze correr o boato de que um tal dom é ínfimo. 
- Nenhuma filosofia? 
- Entendamo-nos: no papel e na língua alguma, na realidade nada. "Filosofia da história", por exemplo, é uma 
locução que deves empregar com frequência, mas proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as 
já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade, etc., etc. 
- Também ao riso? 
- Como ao riso? 
- Ficar sério, muito sério... 
- Conforme. Tens um gênio folgazão, prazenteiro, não hás de sofreá-Io nem eliminá-Io; podes brincar e rir alguma 
vez. Medalhão não quer dizer melancólico. Um grave pode ter seus momentos de expansão alegre. Somente, - e 
este ponto é melindroso... 
-Diga. 
- Somente não deves empregar a ironia, esse

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