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Caso concreto CPPII

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CASO CONCRETO 7
  Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está respondendo a processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também havia funcionado na elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca? 
Resposta: Conforme o Art.50, §2º da lei 11.343/06, não assiste razão à defesa, pois o perito que subscrever o laudo prévio não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. Porém, a única ressalva guarda guarida quanto ao laudo definitivo que deverá ser elaborado por dois peritos oficiais, sob pena de nulidade.
CASO CONCRETO 8Descrição
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso:
a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu
constituinte? 
Resposta.; Dolo eventual - “a vontade do agente dirigida a um resultado determinado, porém vislumbrando a possibilidade de ocorrência de um segundo resultado, não desejado, mas admitido, unido ao primeiro”. 
Culpa consciente - “quando o agente prevê que sua conduta pode levar a um certo resultado lesivo, embora acredite, firmemente, que tal evento não se realizará, confiando na sua atuação (vontade) para impedir o resultado”
Ou seja, com as definições de dolo eventual e culpa consciente, fica claro que CAIO prevê o resultado lesivo de sua conduta, porém acredita que este não acontecerá, devido a sua experiência como perito em automóveis. Configurando desta forma, culpa consciente e não dolo eventual como pugnado pela acusação. Sendo assim, a defesa requer a incompetência do juízo, já que o crime não foi na modalidade dolosa, mas sim culposa.                                                
b) Qual pedido deveria ser realizado?
Resposta; pedido de desclassificação da infração de homicídio doloso para culposo e declinação do processo para o juízo competente (art. 419, CPP).
c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida?
Resposta.; o recurso correto a ser interposto é o recurso em sentido estrito (RESE) art. 581, IV, CPP. A peça de interposição deveria ser dirigida ao juiz da vara do júri, prolator da decisão impugnada (juízo “a quo”).
CASO CONCRETO 9
Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado. Após o julgamento, descobriu-se que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento de Pedro, corréu no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi condenado.
 Pergunta-se: Qual a defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em eventual recurso interposto? Justifique a sua resposta
Resposta.; De acordo com o art. 449, I, CPP, o jurado Marcelo está impedido de participar do conselho de sentença do julgamento de Antônio, pois o mesmo já havia participado do julgamento de Pedro, corréu no mesmo processo pelo qual Antônio foi condenado, ou seja, Antônio funcionou como jurado em julgamento anterior do mesmo processo. Desta forma, a defesa pode arguir nulidade de julgamento, com base na Sumula 206 do STF.
CASO CONCRETO 10
Ministério  Público  –  PR  /  2008)  Tício  foi  condenado  à  pena  privativa  de  liberdade  de  06  (se is)  an os  de  reclusão  por violação  ao  artigo  157,  parágrafo  2,  incisos  I  e  II  do  Código  Penal.  Da  sentença  condenatória,  Tício  foi  intim ado  em  09/05/2008  (sexta-feira),  oportunidade  em  que  manifestou  o  interesse  de  n ão  recorrer  da  decisão  condenatória.  O advogado  d e  T ício,  defensor  devidamente  constituído,  fora  intimado  da  decis ão  condenatória  em   08/05/2008  (qui nta-feira). No  dia 16/05/2008, o  advogado de  Tício interpô s recurso  de apelação. O  recurso é tem pestivo ou não?  Justifique a sua resposta.
Resposta: O prazo para interposição dos recursos é prazo processual desconta o dia do inicio computando-se  o dia do final.  Apesar de  haver divergência  predomina o  entendimento de  que o  advogado po de interpor  recurso contra vontade  do réu,  no caso concreto o  prazo  deverá ser  com putadoa partir do di a 9, dia  da ultima intimação o prazo  deveria começar no dia 10, por ser  sábado o  seu inicio se dará  no dia  12 segunda-feira. O  recurso  de apelação d eve ser interposto no pra zo de 5 dias conforme art. 593 cpp sendo assim  a interposição no dia  16 configura -se tem pestiva.
CASO CONCRETO 11
OAB)  Pedro,  alm ejando a  morte  de  José,  contra  ele  efetua  disparo  de  arm a de  fogo,  acertando - o n a re gião toráx ica. José  vem  a  falecer,  entretanto,  n ão  em   razão  do  disparo  recebido,  m as  porque,  com   intenção  suic ida,  hav ia  ingerido  dose  letal  de  v eneno  m omentos  ant es  de  sof rer  a  a gressão,  o   que  f oi  comprov ado  durante   instrução  processual.  Ainda assim,  Pedro  foi  pronunciado  nos  term os  do  previsto  no  artigo  121,   caput,  do  C ódigo  Penal.  Na  condição  de  Advogado de Pedro:
I. indique o recurso cabível; O recurso cabível é o recurso em sentido estrito art. 581 IV CPP 
II. o prazo de interposição; O prazo é de 5  dias conforme art. 586 Cpp.
III. a argumentação visando à melhoria da situação jurídica do defendido. Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais.Ocorreu quebra no nexo de casualidade  porque  a causa eficaz da morte consiste em  causa pré existente absolutamente independente.  Indique, ainda, para to das as respostas, o s respectivos dispositivos legais. 
CASO CONCRETO 12
1-Em  11/1/2008,  Celso  foi  preso em   flagrante  pela  prática  do crime previsto no artigo 213, CP.  Regularmente  processado, foi  condenado  a  um a  pena  de  6  anos  de  reclusão,  em  regime  inicialmente  fechado.  Somente  a  defesa  recorreu  da decisão e, logo após a  interposição do recurso,  Celso fugiu da prisão. Considerando essa situação hipotética, mencione  
a)qual foi o recurso interposto pela defesa(mencionar também dispositivo legal pertinente). 
Resposta: A questão narra uma hipotese de sentença condenatória, portanto o  recurso interposto foi o recurso de apelação, com fundamento no art. 59 3, I do CPP.
 b) qual a possibilidade  de conhecimento e julgamento do recurso interposto em  face da fuga de Celso.
Resposta: Atualmente não há que se falar em não conhecimento do recurso pela fuga do réu porque esta não mais é consideradacausa de deserção, porque o art.595 do cpp foi revogado.
 2- George foi pronunciado, na forma do art. 413 do CPP, pelo crime previsto no art. 121, § 2º, II do CP por, em tese, ter matado a vítima Leonidas Malta em uma briga na saída da boite TheNight. O processo tramitou regularmente na primeira fase do procedimento, com designação de AIJ para o dia 11 novembro de 2015, tendo sido o acusado pronunciado no dia 2 de março de 2016. Assim, o julgamento em Plenário ocorreu efetivamente no dia 9 de dezembro de 2016. Após a oitiva das testemunhas arroladas para o julgamento em Plenário, como tese defensiva, o acusado, orientado por seu advogado, optou por exercer a garantia constitucional prevista no art. 5º, LXIII da CRFB/88. Em sede de debates orais o MP sustentou a acusação nos limites da denúncia, sendo certo que a defesa técnica sustentou a tese de legítima defesa e a ausência de provas nos autos que comprovassem o que fora sustentado pela acusação. Em réplica, o ilustre membro do Parquet apontou para o acusado e sustentou para os jurados que se o acusado fosse inocente ele não teria ficado calado durante o interrogatório, que não disse nada porque não tem argumentos próprios para se defender e que, portanto, seria efetivamente o responsável pela morte da vítima, pois, afinal, quem cala consente. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, George foi condenado pelo Conselho de Sentença e o Juiz Presidente fixou a reprimenda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio qualificado por motivo fútil (art.121, §2º, II, CP). 
Na condição de advogado de George, adote a medida cabível para impugnar a decisão utilizando todos os argumentos cabíveis, e indique o último dia do prazo. 
Resposta: A medida cabível para impugnação da decisão é o Recurso de Apelação, fundamentado no art.593, III, do Código de Processo Penal, no prazo de 5 dias.
Ocorre nulidade absoluta as partes tendo em vista que o CPP, art. 478,II determina que as partes não podem fazer menção ao silêncio do acusado sob pena de nulidade. Neste caso a apelação devolve a matéria ao tribunal, sendo vedada a reformatio in pejus sendo permitida a reformatio in melius. Sendo dia 14/12/16 último dia do prazo
A fundamentação deve ser baseada na falha do Ministério Público ao não permitir que o réu se mantivesse calado, conforme o art. 5º, LXIII, da Constituição Federal. Deve-se afirmar que o juiz deveria ter cancelado o julgamento, conforme dom o art. 478 do CPP.
Nos pedidos, devem figurar o pedido de absorvição e, caso não seja possível, a anulação do julgamento.
3- Em 20/05/2016, Cláudio foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006. Regularmente processado, ao fim da instrução criminal o mesmo foi condenado com fulcro no art. 33 § 4º da referida lei, a pena base de 05 anos, que foi reduzida em 2/3 em razão do § 4º, sendo a pena final de 01 anos e 08 meses de reclusão, em regime semiaberto. Somente o Ministério Público recorreu da decisão, buscando afastar a aplicação do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006. O Tribunal de Justiça, ao julgar o referido recurso, proferiu a seguinte decisão: Nego provimento ao recurso e abrando o regime prisional para o aberto, com expedição do alvará de soltura , substituindo a pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, a ser fixada pelo juízo da execução. Diante essa situação hipotética, mencione: 
a) qual foi o recurso interposto pelo Ministério Público? 
Resposta: Apelação
b) a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça está correta? Justifique sua resposta  
Resposta: Sim, como o apelante é o MP, poderia o tribunal sentenciar tanto para melhorar como para piorar - reformatio in méllius
CASO CONCRETO 13
Herculino foi condenado a 20 anos de reclusão pela prática de latrocínio. Na sentença condenatória, o juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua decisão, principalmente ao acolher os depoimentos favoráveis das testemunhas de defesa bem como ao considerar boa a tese de desclassificação apresentada em alegações finais orais sob o argumento de violação de princípio constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a decisão foi prolatada em AIJ (audiência de instrução e julgamento) no dia 16 de junho, pergunta-se: 
a) Qual o instrumento cabível, no caso em tela, para obter o esclarecimento da contradição? 
Resposta: EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO,  para  afastar  a  contradição,  previsão legal art. 382 CPP  
b) Qual o último dia para interposição do instrumento citado na questão anterior? 
Resposta:  Exclui  o  dia  do  começo,  o  prazo  é  de  2  dias ,  dia  19  de  junho  se  dia  útil   o inicio da contagem.
c) Levando em consideração que a decisão dos embargos se deu no dia 16 de junho (quinta-feira), qual a data máxima para a interposição do recurso cabível contra a sentença condenatória?
Resposta:  OS  EFEITOS  DOS  EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO   SERÁ INTERRUPTIVO ,  aplicando  por analogia o  art.  538  do CPC,  sendo  assim, o prazo do recurso  de apelação ser á utilizado por completo de 5 dias após  a  intimação  da  decisão  que  julgou  os  embargos  de  declaração  ( OS EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO  NO  JECRIM,  O  PRAZO  É  DE  5  DIAS, E  OS  EFEITOS  SÃO  SUSPENSIVOS)  -  razão  pela  qual  é  mais  seguro interpor o RECURSO DE APELAÇAO NO  PRAZO DE CINCO  DIAS.  
CASO CONCRETO 14
  Aristóteles foi condenado à pena de 9 anos de reclusão pela prática do crime de estupro (artigo 213, caput, CP). Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, Aristóteles, através de seu advogado, ajuíza pedido de revisão criminal da sentença que lhe fora desfavorável, sustentando vício processual insanável consistente na ausência da intimação de seu então patrono para a apresentação de resposta preliminar obrigatória (art. 396, CPP). O Tribunal de Justiça competente acolhe o pleito de revisão criminal, anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se: Seria juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do primeiro julgamento de Aristóteles, seja proferida, em um segundo julgamento pelo juízo de primeiro grau, sentença condenatória com imposição de sanção penal mais gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique a sua resposta.
Resposta: Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
  
CASO CONCRETO 15 
(OAB) Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de material de informática, se apropriou das contribuições previdenciárias devidas dos empregados da empresa e por esta descontadas, utilizando o dinheiro para financiar um automóvel de luxo. A partir de comunicação feita por Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polícia Federal, dando ensejo à instauração de inquérito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Código Penal. Ao final do inquérito policial, os fatos ficaram comprovados, também pela confissão de Caio em sede policial. Nessa ocasião, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, pagamento realizado após a instauração da investigação. Assim, o delegado encaminhou os autos ao Ministério Público Federal, que denunciou Caio pelo crime previsto no artigo 168-A do Código Penal, tendo a inicial acusatória sido recebida pelo juiz da vara federal da localidade. Após analisar a resposta à acusação apresentada pelo advogado de Caio, o aludido magistrado entendeu não ser o caso de absolvição sumária, tendo designado audiência de instrução e julgamento. Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Qual é o meio de impugnação cabível à decisão do Magistradoque não o absolvera sumariamente? 
Resposta: O meio de impugnação cabível é o Habeas Corpus, pois da decisão que recebe a denúncia não cabe recurso e da decisão que rejeita a denúncia cabe recurso em sentido estrito, art.647 c/c 648, VII CPP.
b) A quem a impugnação deve ser endereçada? 
Resposta: Ao TRF, art 108, inc. I, "d" da CF/88.
Constituição Federal de 1988
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
c) Qual fundamento deve ser utilizado? 
Resposta: Quando a parcela devida da Previdência Social é paga antes do processo é extinta a punibilidade na forma do art. 168 A,§ 2 do CP, e incompetência absoluta do juízo federal par julgar o crime estadual.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
 
CASO CONCRETO 16 
  Tício e Caio foram acusados de receberem vultosa quantia em dinheiro através de emissão de duplicatas sem causa debendi, causando prejuízo a terceiros, tendo o Ministério Público capitulado a infração no artigo 172 do Código Penal (crime de duplicata simulada). Na sentença, o juiz concordou com a narrativa fática, condenando os acusados nas penas do artigo 171, caput do Código Penal (crime de estelionato). Com base nisto, responda: 
a) A hipótese retratada é de Emendatio ou Mutatio Libelli? Justifique a sua resposta ; 
Resposta: De acordo com a emendatio libelli, o juiz, quando da  sentença, verificando que a tipificação não corresponde aos  fatos  narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta  definição jurídica . 
Na “emendatio libelli” os fatos provados são exatamente os fatos narrados. Assim, dispõe o CPP sobre a matéria:Art.383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou  queixa, poderá atribuir -lhe definição jurídica diversa, ainda que,  em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
b) A situação apresentada no enunciado poderia ocorrer em grau de 2 instância? Fundamente a sua resposta: 
Resposta: Emendatio libelli em grau de recurso. É possível que o tribunal, no julgamento de um recurso contra a sentença, faça  emendatio libelli, desde que não ocorra reformatio in pejus (STJ HC87984 / SC). 
2) No que consiste o Princípio da Congruência ou da Correlação? Fundamente a sua resposta:  
Resposta: Sobre o princípio da congruência (ou adstrição)… convém lermos o seguinte dispositivo do CPC/2015:
Art. 492.  É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único.  A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
O princípio da congruência trata de uma proibição ao magistrado.
Não poderá o juiz conceder nada a mais (ultra petita) ou diferente do que foi pedido(extra petita). Assim, como não poderá fundamentar-se em causa de pedir diferente da narrada pelo autor; caso não seja observado esse princípio a sentença será considerada nula.
  5) Determinado delegado de polícia obtém autorização judicial para proceder a interceptação telefônica em inquérito instaurado para apurar tráfico de entorpecentes. No curso da interceptação, a polícia consegue provas de que Semprônio, parte integrante da quadrilha, matou um desafeto. O advogado de defesa de Semprônio alega judicialmente que a prova do homicídio seria uma prova ilícita pois a realização da interceptação teria sido autorizada somente para apurar suposto crime de tráfico, delimitando assim o alcance da diligência. Com base nisto, responda: A alegação da defesa é procedente? Fundamente a sua resposta:  
Resposta: Há duas correntes doutrinarias para questão.  
1ª corrente: a interceptação telefônica só é  válida como prova  do novo crime ou criminoso descoberto fortuitamente, desde que seja conexo com o crime  para o  qual  foi  autorizada  a  interceptação  telefônica. Assim,  se  não houver a conexão,a interceptação só  serve  como  “ noticia  criminis” para iniciar uma nova investigação em relação a esse novo crime ou criminoso. Esta corrente prevalece na doutrina brasileira.
2ª  corrente: a interceptação telefônica só é válida como prova do crime ou  criminoso descoberto fortuitamente, mesmo se não houver conexão com o  crime para o qual foi solicitada a interceptação telefônica, mas desde que  relacionada com o fato criminoso objeto da investigação.
  Esta corrente vem prevalecendo na jurisprudência, pois o Estado não pode se manter inerte diante da notícia de um crime (STJ, RHC 34.280; STJ HC 33.462 e  STF AI no AR 71.706). Diante das duas correntes, cabe salientar que a  2ª  encaixa na proposta da defesa, portanto é ilícita para atuar no feito, porém ser  instaurado IP para apuração do ilícito descoberto.
 
CASO CONCRETO 7
 
 
 
Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está 
respondendo a processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 
11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela distribuição de cocaína em 
um conhecido bar em Copacabana. 
Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do 
mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela 
nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o laudo definitivo de 
constatação da substância entorpecente também havia funcionado n
a 
elaboração do laudo prévio. Pergunta
-
se: Assiste razão a defesa de Juninho 
Boca?
 
 
Resposta:
 
Conforme o Art.50, §2º da lei 11.343/06, não assiste razão à defesa, 
pois o perito que subscrever o laudo prévio não ficará impedido de participar da 
elaboração d
o laudo definitivo. Porém, a única ressalva guarda guarida quanto 
ao laudo definitivo que deverá ser elaborado por dois peritos oficiais, sob pena 
de nulidade.
 
 
CASO CONCRETO 8
Descrição
 
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista 
ex
tremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua 
namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir 
asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao 
automóvel. Muito assustada, Madalena pede insi
stentemente para Caio reduzir 
a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o 
automóvel.
 
Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em 
direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. 
Toda
via, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade 
empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que 
estavam na calçada, vitimando
-
as fatalmente. Realizada perícia de local, que 
constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Ca
io e Madalena, que relataram 
à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo 
Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo 
eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de Instruç
ão e 
Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de 
Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidadede advogado de Caio, 
chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e 
a fundamentação legal pertinente ao caso:
 
a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu
 
constituinte?
 
 
Resposta.;
 
Dolo
 
eventual
 
-
 
“a vontade do agente dirigida a um resultado 
determinado, porém vislumbrando a possibilidade de ocorrên
cia de um 
segundo resultado, não desejado, mas admitido, unido ao primeiro”.
 
 
Culpa
 
consciente
 
-
 
“quando o agente prevê que sua conduta pode levar a um 
certo resultado lesivo,
 
embora acredite, firmemente, que tal evento não se 
realizará, confiando na sua a
tuação (vontade) para impedir o resultado”
 
Ou seja, com as definições de dolo eventual e culpa consciente, fica claro que 
CAIO prevê o resultado lesivo de sua conduta, porém acredita que este não 
acontecerá, devido a sua experiência como perito em automóve
is. 
 CASO CONCRETO 7 
 Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está 
respondendo a processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 
11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela distribuição de cocaína em 
um conhecido bar em Copacabana. Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do 
mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela 
nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o laudo definitivo de 
constatação da substância entorpecente também havia funcionado na 
elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho 
Boca? 
Resposta: Conforme o Art.50, §2º da lei 11.343/06, não assiste razão à defesa, 
pois o perito que subscrever o laudo prévio não ficará impedido de participar da 
elaboração do laudo definitivo. Porém, a única ressalva guarda guarida quanto 
ao laudo definitivo que deverá ser elaborado por dois peritos oficiais, sob pena 
de nulidade. 
 
CASO CONCRETO 8Descrição 
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista 
extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua 
namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir 
asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao 
automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir 
a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o 
automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em 
direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. 
Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade 
empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que 
estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que 
constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram 
à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo 
Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo 
eventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de Instrução e 
Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de 
Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, 
chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os 
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso: 
a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu 
constituinte? 
Resposta.; Dolo eventual - “a vontade do agente dirigida a um resultado 
determinado, porém vislumbrando a possibilidade de ocorrência de um 
segundo resultado, não desejado, mas admitido, unido ao primeiro”. 
Culpa consciente - “quando o agente prevê que sua conduta pode levar a um 
certo resultado lesivo, embora acredite, firmemente, que tal evento não se 
realizará, confiando na sua atuação (vontade) para impedir o resultado” 
Ou seja, com as definições de dolo eventual e culpa consciente, fica claro que 
CAIO prevê o resultado lesivo de sua conduta, porém acredita que este não 
acontecerá, devido a sua experiência como perito em automóveis.

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