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Extinção do contrato O Código Civil consagra 4 formas básicas de extinção dos contratos: a) Extinção pelo pagamento b) Extinção por fatos anteriores à celebração do contrato c) Extinção por fatos posteriores à celebração do contrato d) Extinção por fatos por morte Extinção normal do contrato A extinção normal dos contratos ocorre com o cumprimento das prestações avençadas, ou ainda, com o termo final nos contratos de trato sucessivo. Nesta situação não há dúvida quanto ao término do vínculo, já que, conforme explicita Orlando Gomes, temos nessa situação “a morte natural do contrato”. O exemplo típico é da obrigação em que há uma prestação instantânea. Ex.: compra do pão na padaria. Há uma obrigação cumprida e finda, havendo extinção normal do contrato. Extinção do contrato Extinção por fatos anteriores à celebração do contrato Existem 3 formas de extinção por fatos anteriores: a) Cláusula de invalidade contratual b) Cláusula de arrependimento c) Cláusula resolutiva expressa Cláusula de invalidade contratual Invalidade contratual significa que o contrato é nulo ou anulável. E quando se está diante de uma cláusula de invalidade estar-se-á num caso de invalidade anterior ao contrato - Exemplo: é o caso do erro, podendo ter anulação do contrato por fato anterior ao contrato. Cláusula de arrependimento No caso de cláusula de arrependimento, há uma cláusula em que os contraentes estipulam que o negócio pode ser extinto por uma declaração unilateral de vontade, bastando que um deles queira que o negócio seja extinto, ou seja, se arrependa. Meio eletrônico prazo de 7 dias compra a distância casas bahia Nota Pode ser corrigido. Ratificado (menor sem assistência) casas bahia Nota Pode ser extinto casas bahia Nota Compra por meio eletrônico (instragram, telefone, e-mail, whatsapp) Prazo de 7 dias para o arrempendimento. Extinção do contrato Cláusula resolutiva expressa É uma previsão de uma cláusula que diz que se houver evento futuro e incerto (condição), o contrato estará extinto. Em algumas situações, mesmo com a cláusula resolutiva expressa, existe a necessidade de notificar o devedor para constituí-lo em mora, a fim de dizer que acabou o negócio. A Súmula 369, STJ, diz que, no contrato de arrendamento mercantil, ainda que haja a cláusula resolutiva expressa, é necessário notificar previamente o arrendatário para constituí- lo em mora. A implementação da condição, prevista em cláusula resolutiva expressa, implica extinção do contrato, por um fato anterior, já que a inserção da cláusula é anterior à celebração do contrato. casas bahia Texto digitado As partes definem ao assinar o contrato. Deve notificar o devedor da extinção do contrato. Extinção do contrato Extinção por fatos posteriores à celebração do contrato Toda a vez que há extinção por fatos posteriores à celebração do contrato, haverá rescisão contratual. Portanto, rescisão é gênero, tendo como espécies a resolução (rescisão por descumprimento) e a resilição (rescisão por vontade de uma das partes ou pelas duas partes). Existem as seguintes formas de extinção por fatos posteriores à celebração do contrato: A) Resolução: é a rescisão por descumprimento do contrato, fazendo-se presente em 4 hipóteses: 1) Inexecução voluntária A inexecução voluntária está relacionada à impossibilidade de cumprimento da prestação por culpa ou por dolo do devedor. E esta inexecução culposa sujeita à parte inadimplemente ao ressarcimento pelas perdas e danos experimentados pelo credor. Atente-se que a teoria do adimplemento substancial vai mitigar essa regra, pois em hipóteses em que o contrato tiver sido quase completamente cumprido, não caberá a sua extinção, devendo ser buscada outras formas de cumprimento. casas bahia Nota RESILIÇÃO (ESPÉCIE): Contrato desfeito por falta de vontade das partes de manter aquele contrato. casas bahia Nota NÃO DEVE SER CONFUNDIDA COM ADIMPLEMENTO. - BILATERAL art. 472, CC (destrato - feito da mesma foi que foi celebrado o contrato - MESMA FORMA - escrito, escritura pública, etc) - UNILATERAL art. 473, CC (denúncia notificada a outra parte, prevista em lei expressa ou implícita) casas bahia Nota RESOLUÇÃO (espécie): ocorre em virtude do descumprimento da obrigação. Extingue o contrato. Pode ser: casas bahia Nota - Inexecução voluntária: inadimplemento da obrigação. Impossibilidade de cumprimento da prestação por dolo ou culpa do devedor. (Art. 475, CC) Cabendo a devolução do valor e pagamento de perdas e danos. Obs: teoria do adimplemento substancial (se o contrato tiver sido quase completamente cumprindo) - NÃO CABERÁ EXTINÇÃO! -INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA: se dá por fato alheio à vontade dos contratantes, força maior. Não cabe perda e danos. Ocorre a resolução do contrato. EXCETO: 1° hipótese: o devedor não cumpriu a obrigação no prazo (mora). Durante esse período de atraso, ocorre uma situação que impede a adimplemento. Se o devedor comprovar a ausência de culpa, não haverá perdas e danos. 2º hipótese: quando o contrato prevê sobre a responsabilidade por caso fortuito ou força maior. 3º hipóteses: casos previstos em lei. Ex. caso de empréstimo (comodato) - Art. 583, CC. casas bahia Nota Extinção por fatos posteriores à celebração do contrato Extinção do contrato 2) Inexecução involuntária A inexecução involuntária ocorrerá quando se der por fato alheio à vontade dos contratantes. Então se está diante da impossibilidade de cumprimento da obrigação por conta de um caso fortuito ou em razão de uma força maior. Neste caso não se pode pleitear perdas e danos, retornando à situação primitiva. Há apenas a resolução do contrato sem perdas e danos. Existem hipóteses em que a parte contratante responderá, ainda que tenha havido caso fortuito ou força maior. Mas esta não é a regra, sendo uma exceção. - 1ª hipótese - se dá no caso em que o devedor está em mora, havendo o dano após a mora, ainda que tenha havido caso fortuito ou força maior, salvo se comprovar ausência de culpa e se comprovar que a coisa se perderia mesmo que a obrigação tivesse sido cumprida tempestivamente. Extinção do contrato - 2ª hipótese - é o caso em que há previsão contratual de que responderá o contratante por caso fortuito ou força maior. Esta é a cláusula de assunção convencional, pois é fruto do acordo entre as partes. - 3ª hipótese - decorre dos casos previstos expressamente no ordenamento jurídico. Exemplo disso ocorre no Art. 583, CC - que trata do comodato, diz que se ocorrendo o risco, o objeto do comodato, juntamente com outros do comodatário, este opuser a salvação dos seus objetos, abandonando os objetos do comodante, responderá o comodatário pelo dano ocorrido, ainda que tenha havido caso fortuito ou força maior. O comodatário deve tratar o objeto do comodato como se fosse dele, não podendo proteger preferencialmente os seus bens. Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. Extinção do contrato 3) Resolução por onerosidade excessiva Lembrando do art. 478, CC, que diz que a resolução pode ocorrer em decorrência de evento extraordinário e imprevisível que dificulte extremamente o adimplemento do contrato, gerando a extinção do contrato. Esse negócio é o de execução diferida (à prazo) ou de execução continuada (mensalmente). Na ação de resolução, é possível que o caminho a ser tomado seja o da revisão contratual, e não da resolução contratual por onerosidade excessiva (Art. 479 e Art. 480, CC), podendo o réu se oferecer para de forma equitativa modificar as condições do contrato. Neste caso, preserva-se o contrato. Portanto, o Art. 479, CC - consagra um pedido contraposto, no sentido de modificar as condições do contrato. casas bahia Nota Contrato muito caro, para uma das partes. Mudança na condição inicial de cumprimento docontrato. casas bahia Nota - Fato extraordinário que deixa o contrato oneroso demais para uma das partes. - Desvantagem econômica exagerada entre as partes. - Esse é o negócio é o de execução diferida (à prazo) ou de execução continuada (mensalmente). - Revisão contratual (Art. 479, 480, CC) - modificando as condições do contrato. - Preserva-se o contrato, caso não seja possível, pode haver a resolução do contrato. casas bahia Nota - Art. 480, CC contrato em que há obrigação apenas para uma das partes (Ex. mútuo feneraticío - empréstimo de dinheiro) - Contratos gratuitos também pode pedir revisão (ex. Doação.) Extinção do contrato Diz o Art. 480, CC - se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, esta parte poderá pleitear que a sua prestação seja reduzida ou alterado o modo de prestação, a fim de evitar a onerosidade excessiva. Neste caso, o autor, por sua iniciativa, poderá pleitear que seja reduzida a sua prestação, de forma subsidiária. O comando legal vai se referir aos negócios em que uma parte já cumpriu a sua obrigação, restando o dever jurídico de cumprimento apenas à outra parte. - Ex.: mútuo feneratício, o qual é oneroso, mas também é unilateral, pois quando o contrato nasce (entrega do dinheiro), só nasce com a obrigação para o devedor, que é do mutuário devolver o dinheiro com juros, etc. Neste caso, é possível que a obrigação se torne excessivamente onerosa, podendo o sujeito pedir esta revisão. Os contratos gratuitos, ou seja, benéficos ou unilaterais puros, também admitiriam esta revisão pleiteada pelo autor. Exemplo: da doação. Extinção do contrato 4) Cláusula resolutiva tácita A cláusula resolutiva tácita não é expressa, por óbvio, não estando prevista no contrato. A cláusula resolutiva tácita decorre da lei, gerando a resolução do contrato por evento futuro e incerto, sendo indispensável a interpelação judicial para gerar efeitos. - Exemplo clássico é a exceção de contrato não cumprido, o qual poderá gerar resolução do contrato. O art. 477 do CC consagra a exceptio non adimpleti contractus estabelece que, depois de concluído o contrato, se sobrevier a uma das partes a diminuição do seu patrimônio, capaz de colocar em risco a prestação pela qual esta parte se obrigou, a outra parte poderá recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que o outro devedor satisfaça a sua obrigação ou dê uma garantia suficiente que garantirá a sua obrigação. casas bahia Nota - Cláusula resolutiva tácita, decorrente de lei - não estando expressa no contrato. - Art 477, CC - contrato não cumprido por que as partes não cumpriram o contrato (credor não cumpriu, devedor não cumpre)... quebra antecipada do contrato - INADIMPLEMENTO ANTECIPADO. Extinção do contrato Esse dispositivo tem relação com a quebra antecipada do contrato, também denominado de inadimplemento antecipado. Ainda no que toca ao art. 477, o CC consagra a chamada exceção de inseguridade, sendo uma forma de defesa que será oposta à outra parte, dizendo que então está em risco aquilo que foi contratado. É importante dizer que a doutrina clássica sempre apontou de uma cláusula pela qual a parte renunciaria à exceção do contrato não cumprido. Portanto, seria possível que num contrato se estabelecesse a denominada cláusula solve et repete, que seria aquela que vedaria às partes a alegação da exceção do contrato não cumprido. Num contrato paritário seria até possível, mas considerando que a exceção de contrato não cumprido é um direito que tem a parte, deve-se considerar essa cláusula solve et repete nula tanto nos contratos de adesão quanto nos contratos de consumo, pois a parte estaria renunciando um direito inerente. Extinção do contrato Resilição A resilição é um direito de exercício potestativa, declarando a vontade de não mais contratar. Essa resilição poderá ser: a) Bilateral: Há um distrato, conforme art. 472 do CC. Há uma celebração de um novo negócio, em que ambas as partes querem pôr fim ao anterior. Distrato - é a resilição bilateral na qual as partes resolvem, de comum acordo, dissolver o negócio rompendo a relação jurídica. Conforme a expressão de Orlando Gomes, “é um contrato para extinguir outro”. Pode ocorrer através do distrato ou estar prevista no contrato a autorização para que uma das partes dissolva o negócio sem a necessidade da outra (resilição convencional). Atente-se que o distrato deve observar as mesmas regras do contrato. Isto é, se foi firmado o contrato por forma escrita, não será necessário que o distrato seja feito por escritura pública, pois a lei não exige isso. O distrato deve se submeter à mesma regra e à mesma forma exigida por lei para o contrato. Extinção do contrato b) Unilateral Há uma dissolução pela simples declaração de vontade de uma das partes. Está prevista no art. 473 do CC, e só será admitida em hipóteses excepcionais. - Exemplo: o contrato de locação, prestação de serviços, mandato, comodato, fiança, doação, etc. Há apenas a notificação de uma das partes acerca da rescisão do contrato. Essas notificações podem ser denominadas de: Denúncia vazia Revogação Renúncia Exoneração por ato unilateral casas bahia Riscado casas bahia Texto digitado casas bahia Riscado QUEBRA DE CONFIANÇA, REVOGANDO O CONTRATO. casas bahia Riscado QUEBRA DE CONFIANÇA, RENUNCIANDO O CONTRATO. Extinção do contrato Denúncia vazia: é uma notificação injustificada, sendo cabível na locação de coisa móvel ou imóvel, regida pelo código civil, ou de coisa imóvel, regida pela lei de locação. Findo o prazo da denúncia vazia, extingue-se de pleno direito o negócio firmado entre as partes, não sendo necessário qualquer motivação para tanto. Revogação: em se tratando de mandato, de doação, de depósito, etc. poderá haver a revogação. A revogação é a resilição unilateral do contrato pela quebra de confiança, mas nos contratos em que a confiança seja o fator predominante para o contrato existir. Renúncia: ocorre nos contratos baseados na confiança, quando houve a quebra dela pela outra parte. Neste caso, o mandatário, depositário e donatário que não tenha mais confiança no mandante, depositante ou doador, renuncia àquele contrato. Exoneração por ato unilateral: é o caso da resilição feita pelo fiador, mas somente é possível quando a fiança se der por prazo indeterminado. Neste caso, a exoneração por ato unilateral terá efeitos 60 dias depois da notificação do credor. Veja que se está tratando de uma fiança por prazo indeterminado, razão pela qual poderá haver exoneração por ato unilateral. Extinção do contrato O Art. 473, pu, CC, diz que, se diante da natureza do contrato, uma das partes tiver feito investimentos consideráveis por aquilo que havia sido pactuado entre elas, a resilição unilateral só irá produzir efeitos depois de transcorrido o prazo compatível com a natureza e com o vulto daqueles investimentos prestados. Neste caso, consagra-se a boa-fé objetiva e da função social do contrato. Extinção por morte A extinção por morte de um dos contratantes pode gerar o fim do pacto, principalmente nos contratos intuito personae, extinguindo-se de pleno direito. A morte do fiador não transfere a condição de fiador para seus herdeiros, sendo um contrato personalíssimo.