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APX1 2020 2 Literaturas Africanas de Língua Portuguesa

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa I Coordenadora: Profª Renata Flavia da Silva
APX1 – 2020.2
Aluna: MARTA MENDES VALADARES
Matr.: 18213120315
Polo: Nova Iguaçu
Leia com atenção as questões abaixo. Lembre-se do que estudou ao longo de nossas aulas 1 a 8 e suas respectivas atividades. Fique sempre atento à coerência, à coesão e à correção gramatical da sua escrita. Evite a cópia de trechos do material didático, utilize suas próprias palavras.
Questão 1 [3,0 pontos]: Indique a qual país do continente africano se refere cada uma das afirmações abaixo:
a) O povoamento da região realizou-se com brancos portugueses e com negros vindos de outros territórios do continente africano, em especial, da Guiné. Em função disso, iniciou-se um processo de mestiçagem, que deu origem a uma população mestiça. As misturas étnica e linguística seriam responsáveis pela criação de uma língua crioula que se enraizaria no local. Resposta: Cabo Verde.	
b) A relação entre a oralidade e a escrita literária é fundamental na afirmação das literaturas dos cinco países africanos de língua portuguesa. Neste país, temos como figura importante o grande José Craveirinha, que com Karingana ua Karingana, considerada uma obra de interrogação dos valores da identidade nacional, cria uma poesia narrativa que busca proximidade com a oralidade. Resposta: Moçambique.	
c) De todas as antigas ex-colônias portuguesas em solo africano, esta foi aquela em que a produção literária se desenvolveu mais tardiamente. Um dos fatores que retardou o surgimento de uma produção literária local foi a criação apenas em 1879 do jornalismo oficial na colônia. Resposta: Guiné-Bissau.	
d) Em 1961, após protestos pela libertação de militantes presos, inicia-se a guerra pela libertação da colônia. Esta guerra pela independência acaba somente em 1974, quando o regime salazarista é derrubado em Portugal. Em 1975, o governo português reconhece sua independência, porém logo após esse reconhecimento o país cai em uma longa guerra civil, que durou até o ano de 2002, quando foi assinado um acordo de paz. Resposta:
	Angola.
	
e) O poeta Francisco José Tenreiro, nascido nesta colônia, foi considerado o primeiro poeta da Negritude de língua portuguesa. Coube a ele, junto ao angolano Mário Pinto de Andrade, a publicação do Caderno de Poesia Negra de Expressão Portuguesa, em 1953, pela Casa dos Estudantes do Império, que se localizava em Lisboa. Resposta: São Tomé e Príncipe.	
f) Durante os cinco séculos em que permaneceram nesta região, os portugueses encontraram muita resistência por parte dos povos locais. Porém é somente no século XX que esta colônia travou contra Portugal, seguindo o exemplo de Angola e da Guiné Portuguesa (atual Guiné Bissau), uma luta pela independência. Após a conquista da sua independência, o país mergulhou em uma guerra interna que durou cerca de 16 anos. Resposta:
Moçambique.
2ª Questão [2,0]: Explique a importância da Casa dos Estudantes do Império (CEI) para a formação dos movimentos de libertação surgidos nas ex-colônias portuguesas em meados do século XX.
 A Casa do Estudante do Império, tornou-se um fundamental centro divulgador das publicações ___________ 
produzidas nos países de língua portuguesa colonizados . Até por que, a CEI servia fundamentalmente como um lugar de encontro entre jovens estudantes descendentes de vários locais ultramarinos, sobretudo jovens dos países africanos, modificando o discurso científico que passava também por várias modificações, e deste modo a partir da primeira metade do século XX, a etnografia e a antropologia passaram por grandes transformações que culminaram em mudanças na forma de se perceber as disparidades existentes no continente africano.
3ª Questão [2,0]: Explique por que a oralidade, ainda que coexistindo com uma escrita literária, é tão importante para a afirmação identitária e cultural dos países africanos de língua portuguesa.
 A oralidade assume um papel importantíssimo na literatura dos países africanos, capaz de produzir ricas obras culturais e por ser uma de suas tradições predominantes, deve ser valorizada. A escrita, entretanto, tem a possibilidade de divulgar e espalhar as histórias por outros povos e outras regiões, porém, _ela não faz morrer a tradição oral, ao contrário é possível uma parceria entre escrita e oralidade.
4ª Questão [3,0]: Tendo em vista o contexto histórico dos anos 50, analise o poema de Agostinho Neto transcrito abaixo.
Consciencialização
	Medo no ar!
Em cada esquina
sentinelas vigilantes incendeiam olhares em cada casa
se substituem apressadamente os fechos velhos das portas
e em cada consciência
fervilha o temor de se ouvir a si mesma
A História está a ser contada de novo
	Medo no ar!
Acontece que eu homem humilde
ainda mais humilde na pele negra me regresso África
para mim
com os olhos secos
Agosto de 1951
(NETO, A. Trilogia poética: Sagrada esperança, Renúncia impossível e Amanhecer. Luanda: UEA, 2009)
Analise o poema de Agostinho Neto
 
Agostinho Neto, fez parte da safra de escritores e intelectuais angolanos cuja influência do pensamento pan-africanista foi extremamente marcante. No poema em questão ele nos fala de uma África amedrontada com características reconhecíveis em qualquer lugar do mundo. “O Medo no Ar” pode ter sido inspirado no inconformismo do poeta ao saber da decisão tomada por Portugal de fazer das colónias, incluindo Angola, "províncias ultramarinas". O poeta descreve um panorama visto ao longo das vilas e nas cidades “em cada esquina/ sentinelas vigilantes incendeiam olhares em cada casa”. O medo que pairava no ar de Angola, de acordo com a visão do poeta levava os moradores a “substituir apressadamente os fechos velhos das portas”. As pessoas tentavam buscar formas para se proteger. A decisão do governo português de transformar Angola em província, seria por causa do aumento do nacionalismo em Angola, a busca por uma angolanidade ainda tímida “e em cada consciência fervilha o temor de se ouvir a si mesma” … Parece que o poeta sente na pele dor e o medo do povo que naquele momento ainda vivenciava a exploração do poder colonial, que prosperava através da doação/venda de terras e do trabalho escravo. “Acontece que eu homem humilde ainda mais humilde na pele negra me regresso” . O fato de ser angolano, havia sido preso talvez regressasse da prisão, e num país que ainda sofria com a escravidão colocava o poeta num lugar de impossibilidade vendo o controle político tornar a situação cada vez mais intolerável para os angolanos. O poeta se comove com a situação de seu povo com um olhar estático, perplexo. “com os olhos secos”. O título do poema é uma tomada de consciência vivenciada pelo poeta que o arregimentou para que no futuro lutasse pelo seu país, visto que, vários movimentos surgiram nos anos cinquenta e no início dos anos sessenta dos quais o poeta fez parte e contribuiu para a libertação de Angola.
https://www.eisa.org/