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AAR 1 MET ALT RES CONFLITO ARBITRAGEM

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CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
COORDENAÇÃO 
 
ATIVIDADES ACADÊMICAS REMOTAS 
 
PERÍODO(S) DISCIPLINA 
DIURNO METODOLOGIAS ALT RES CONF: ARBITRAGEM 
 
PROFESSOR/A RESPONSÁVEL 
DAIANE ZANATA M. F. SCHONFELD 
 
E-MAIL PARA DEVOLUÇÃO DATA LIMITE 
Daianezanata.profa@gmail.com 
 
MATERIAL DE APOIO 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm 
 
Estudos de caso anexos 
 
 
ATIVIDADE(S) PROPOSTA(S) 
1. Disserte sobre a regra da Kompetenzkompetenz do juízo arbitral, informando qual o 
entendimento do STJ bem como o fundamento legal. 
2. Em relação às disposições relativas à arbitragem diferencie cláusula compromissória 
e o compromisso arbitral, com sua fundamentação legal. 
3. Discorra sobre o procedimento arbitral e atribuições e impedimentos dos árbitros. 
4. Quando as partes optarem pela arbitragem existe lesão ao princípio da 
inafastabilidade? Fundamente sua resposta. 
5. Nos termos da legislação vigente quais as formas de extinção do compromisso 
arbitral? 
6. A Lei nº 9.307, que dispõe a sobre arbitragem, elenca em seu texto itens que devem 
constar, obrigatoriamente, do compromisso arbitral, quais são esses itens? 
7. Em quais hipóteses se dá a negativa a homologação para o reconhecimento ou 
execução de sentença arbitral estrangeira e qual o Tribunal competente para homologá-la 
 
RESERVADO PARA A COORDENAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
AAR/NCJ – MODELO 1/2020 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm
 
CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
COORDENAÇÃO 
 
 
 
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. 
EXTINÇÃO DO FEITO. SENTENÇA MANTIDA. 
A existência de cláusula expressa de convenção de arbitragem justifica a 
extinção do feito, com fulcro no art. 485, VII, do CPC. A jurisprudência do STJ 
tem firmado o entendimento de que incumbe ao juízo arbitral a decisão acerca 
de todas questões nascidas do contrato, inclusive a própria existência, validade 
e eficácia da cláusula compromissória. 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não incorrendo em nenhuma 
das hipóteses previstas no artigo 80 do NCPC, não há falar em imposição de 
multa por litigância de má-fé. 
APELOS DESPROVIDOS. 
 
APELAÇÃO CÍVEL 
 
VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL 
Nº 70073362527 (Nº CNJ: 0100367-
32.2017.8.21.7000) 
 
COMARCA DE PORTO ALEGRE 
QUATENUS - SISTEMAS INTELIGENTES DE 
LOCALIZACAO GLOBAL LTDA. 
 
APELANTE/APELADO 
EPACOM TELECOMUNICACOES LTDA. 
 
APELANTE/APELADO 
 
A C Ó R D Ã O 
 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes da Vigésima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do 
Estado, à unanimidade, em negar provimento aos apelos. 
Custas na forma da lei. 
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores DES.ª 
WALDA MARIA MELO PIERRO E DES. DILSO DOMINGOS PEREIRA. 
Porto Alegre, 11 de setembro de 2019. 
 
 
DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN, 
Presidente e Relator. 
 
R E L A T Ó R I O 
DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN (PRESIDENTE E RELATOR) 
Trata-se de apelações cíveis interpostas por QUATENUS - SISTEMAS INTELIGENTES DE 
LOCALIZACAO GLOBAL LTDA. e EPACOM TELECOMUNICACOES LTDA. contra sentença que julgou extinta, sem 
resolução de mérito, a ação indenizatória, tendo a decisão o seguinte dispositivo: 
 
CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
COORDENAÇÃO 
 
“ANTE O EXPOSTO, julgo extinto o processo, sem resolução de mérito, nos 
termos do art. 485, VII, do NCPC, pela existência de compromisso arbitral 
vigente entre as partes. Transitada em julgado expeça-se alvará em favor da 
parte autora quanto ao valor da caução depositada no feito (fl. 618). 
Custas por conta da autora. Condeno a parte requerente, ainda, a pagar os 
honorários do patrono da parte demandada, que fixo em 10% sobre o valor 
atualizado da causa. 
Publique-se. Registre-se. Intime-se.” 
 
Em suas razões recursais (fls. 986/992), a parte ré postula o reconhecimento da litigância de 
má-fé da parte adversa por ter alterado a verdade dos fatos, pugnando pela condenação desta à multa 
prevista no art. 81 do CPC, acrescida de perdas e danos. Requer o provimento do recurso. 
Por sua vez (fls. 998/1012), a parte autora sustenta que a vigência do contrato estava 
condicionada à confirmação de pagamento da taxa de adesão prevista 18 do contrato, o que não ocorreu, pelo 
que não deveria ser considerada a cláusula arbitral que amparou a sentença de extinção do feito. Argumenta 
ainda a aplicabilidade do art. 51 do Código de Defesa do Consumidor, o qual declara nula a cláusula 
compromissória em contratos que regem relação de consumo. Pede a desconstituição da dívida, a exclusão da 
inscrição indevida e a reparação por danos extrapatrimoniais. Requer o provimento do apelo. 
Subiram os autos, com as contrarrazões, vindo conclusos para julgamento. 
Tendo em vista a adoção do sistema informatizado, os procedimentos para observância dos 
ditames do CPC foram simplificados, mas observados em sua integralidade. 
É o relatório. 
V O T O S 
DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN (PRESIDENTE E RELATOR) 
Eminentes Colegas. 
Preenchidos os requisitos de admissibilidade, conheço dos apelos. 
De plano, constato que não procedem os argumentos tecidos pela parte autora em seu 
recurso de apelação. 
O contrato firmado pelas partes contém previsão expressa de convenção de arbitragem, tendo 
as cláusulas que tratam da questão a seguinte redação: 
“16. Resolução de divergências 
16.1. As eventuais divergências que possam surgir entre as Partes em matéria 
de aplicação, interpretação ou integração das disposições do mesmo, ou de 
qualquer disposição legal, deverão ser resolvidas por comum acordo. 
16.2. Não sendo estabelecido Termo em 60 (sessenta) dias após envio de 
comunicação escrita estabelecendo os termos da divergência e solicitando a 
resolução do mesmo, qualquer parte pode submeter a divergência à 
arbitragem. 
 
CAMPUS DE ARAÇATUBA 
CURSO DE DIREITO 
COORDENAÇÃO 
 
16.3. A arbitragem será conduzida de acordo com a Lei da Arbitragem 
9.307/98 em vigor na data da celebração do presente Contrato, ficando desde 
já eleito o Tribunal de Mediação e Arbitragem de Joinville como instituto 
competente ou outro que mereça o acordo explícito das partes. “ 
 
Inegável, portanto, que as partes livremente pactuaram que as divergências contratuais seriam 
resolvidas por meio de arbitragem. 
Quanto à alegação de que a cláusula arbitral não seria válida no caso concreto, descabe o 
enfrentamento por este órgão julgador. 
A jurisprudência do STJ tem firmado o entendimento de que incumbe ao juízo arbitral a 
decisão acerca de todas questões nascidas do contrato, inclusive a própria existência, validade e eficácia da 
cláusula compromissória. 
A esse respeito, Fredie Didier Jr. discorre da seguinte forma: 
“É preciso observar, assim, a regra da Kompetenzkompetenz do juízo arbitral: é 
do juízo arbitral a competência para examinar a sua própria competência. 
O art. 8º, parágrafo único, da Lei n. 9.307/1996 (Lei de Arbitragem), é claro ao 
dizer que "caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as 
questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem 
e do contrato que contenha a cláusula compromissória". 
O art. 485, VII, dispõe que o juiz estatal extinguirá o processo, quando "o juízo 
arbitral reconhecer sua competência". Eis, então, a consagração da regra da 
competência do árbitro para julgar a própria competência. 
A regra da Kompetenzkompetenz não decorre apenas da autonomia da 
vontade das partes na arbitragem: se fosse apenas disso, não explicaria a 
natureza jurisdicional de uma decisão de árbitro ou tribunal arbitral 
declaratória de inexistência de convenção de arbitragem. Haveria a esdrúxula 
situação de um árbitro com poderes jurisdicionais conferidos por um negócio 
jurídico inexistente. 
A regra da Kornpetenzkompetenz do juízo arbitral é mais que isso: é um 
reconhecimento normativo por parte do Estado de quea jurisdição, em tese 
sob seu monopólio, pode ser exercida por agentes privados em algumas 
circunstâncias. Assim, essa regra é uma declaração estatal de reconhecimento 
do Direito da arbitragem como conjunto normativo em que está contido um 
método jurisdicional privado para solução de um litígio. “ 1 
 
Nesse sentido, precedentes do E. STJ: 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ARBITRAGEM. 
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ARBITRAL. PRINCÍPIO 
KOMPETENZ-KOMPETENZ. PRECEDENTES. DISSÍDIO NOTÓRIO. 
1. Contrato celebrado entre as partes com cláusula compromissória expressa, 
estabelecendo a arbitragem como instrumento para solução das controvérsias 
resultantes de qualquer disputa ou reivindicação dele decorrente, e 
 
1 DIDIER Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de 
conhecimento. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2017. p. 727-728. 
 
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COORDENAÇÃO 
 
impossibilitando que as partes recorram ao Poder Judiciário para solucionar 
contenda relativa ao seu cumprimento. 
2. O princípio Kompetenz-Kompetenz, positivado no art. 8º, § único, da Lei n. 
9.307/96, determina que a controvérsia acerca da existência, validade e 
eficácia da cláusula compromissória deve ser resolvida, com primazia, pelo 
juízo arbitral, não sendo possível antecipar essa discussão perante a jurisdição 
estatal. 
3. Incumbe, assim, ao juízo arbitral a decisão acerca de todas questões 
nascidas do contrato, inclusive a própria existência, validade e eficácia da 
cláusula compromissória. 4. A hipossuficiência reconhecida na origem não é 
causa suficiente para caracterização das hipóteses de exceção à cláusula 
Kompetenz-Kompetenz. 5. Dissídio notório do acórdão recorrido com a linha 
jurisprudencial do STJ acerca da questão. 
6. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
(REsp 1598220/RN, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019) 
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INTERDITO 
PROIBITÓRIO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. 
CONTRATO COM CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO 
ARBITRAL COM PRECEDÊNCIA AO PODER JUDICIÁRIO. EXTINÇÃO DO 
PROCESSO. AGRAVO INTERNO PROVIDO. AGRAVO CONHECIDO E RECURSO 
ESPECIAL PROVIDO. 
1. É entendimento assente desta Corte Superior que cabe ao Juízo Arbitral 
analisar a própria existência, validade e eficácia da cláusula compromissória, 
definindo, inclusive, os limites de sua aplicação. 
2. Assim, não compete ao Tribunal a quo aferir se o pleito apresentado pela 
parte, no caso dos autos, de indenização por perdas e danos, estaria ou não 
abrangido pela cláusula compromissória constante do contrato firmado entre 
as partes, mas sim ao Juízo Arbitral, razão pela qual impõe-se a extinção do 
feito sem resolução do mérito. 
3. Agravo interno provido para conhecer do agravo e dar provimento ao 
recurso especial. 
(AgInt no AREsp 1197814/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, 
julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019) 
 
Na mesma senda, julgados desta Corte, inclusive desta Câmara: 
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. 
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. EXTINÇÃO DA 
EXECUÇÃO. A previsão contratual de convenção de arbitragem implica na 
extinção do feito executivo, forte no art. 485, VII do NCPC, mormente porque 
revela a competência do Juízo arbitral na solução de impasse advindo do 
instrumento sub judice. Precedentes deste Tribunal e do STJ. Honorários de 
sucumbência invertidos. Apelo provido. Unânime.(Apelação Cível, Nº 
70081407652, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso 
Domingos Pereira, Julgado em: 29-05-2019) 
 
APELAÇÃO CÍVEL. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. AÇÃO DE RESCISÃO DE 
CONTRATO C/ INDENIZAÇÃO. I. Cláusula de convenção de arbitragem. 
 
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COORDENAÇÃO 
 
Competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder 
Judiciário. Precedentes deste Tribunal de Justiça e do STJ. II. Não verificada 
qualquer nulidade no contrato firmado entre as partes, bem como que a 
submissão da lide à via arbitral acarretaria qualquer prejuízo ao demandante, 
a prevalência da convenção é medida que se impõe, em observância ao 
princípio do pacta sunt servanda. III. Não merece prosperar o requerimento da 
autora, ora apelante, pela continuidade do processo quanto ao primeiro 
contrato firmado, tendo em vista haver a continuidade da prestação de serviço 
e não a rescisão do primeiro instrumento. Mantida sentença de extinção do 
feito. IV. Honorários sucumbenciais majorados, por expressa previsão legal. 
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº 
70080786296, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Ergio Roque Menine, Julgado em: 18-04-2019) 
 
Destarte, merece ser confirmada a sentença que determinou a extinção do feito, sem 
resolução de mérito, com fulcro no art. 485, VII, do CPC, por pela existência de compromisso arbitral, restando 
prejudicados os demais pedidos de mérito formulados. 
Concernente ao pedido de condenação da parte autora a multa por litigância de má-fé, tenho 
que igualmente não merece prosperar. 
Não vislumbro o dolo processual na conduta da parte autora a merecer a incidência da censura legal, pois 
ausentes quaisquer das hipóteses previstas no art. 80 do NCPC. 
Entendo que a parte autora não agiu de má fé, limitando-se a exercer seu direito constitucional de ação. 
Ademais, deve-se atentar para o fato de que argumenta no sentido de que o contrato em discussão não 
estar vigente por não haver comprovação de que teria sido paga a taxa de adesão, razão pela qual equivocadamente 
entendeu presentes as condições da ação. 
Portanto, afasto o pedido de condenação por litigância de má-fé imposta. 
Pelo exposto, voto por julgar improcedentes os apelos. 
 Por fim, em atendimento ao disposto no art. 85, §11, do CPC, majoro os honorários devidos ao patrono 
da parte demandada para 11% sobre o valor atualizado da causa. 
É o voto. 
 
DES.ª WALDA MARIA MELO PIERRO - De acordo com o(a) Relator(a). 
DES. DILSO DOMINGOS PEREIRA - De acordo com o(a) Relator(a). 
 
DES. GLÊNIO JOSÉ WASSERSTEIN HEKMAN - Presidente - Apelação Cível nº 70073362527, Comarca de Porto 
Alegre: "NEGARAM PROVIMENTO AOS APELOS. UNÂNIME." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COORDENAÇÃO 
 
 
 
Julgador(a) de 1º Grau: PAULO CESAR FILIPPON 
 
 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Registro: 2020.0000141811 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1021438- 95.2019.8.26.0100, da 
Comarca de São Paulo, em que é apelante AKRON DO BRASIL CONSULTORIA E 
INVESTIMENTOS LTDA, são apelados SERVTEC ENERGIA LTDA e IN-HAUS INDUSTRIAL E 
SERVIÇOS DE LOGÍSTICA LTDA..ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 35ª Câmara de 
Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram 
provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O 
julgamento teve a participação dos Desembargadores ARTUR MARQUES (Presidente sem voto), 
MORAIS PUCCI E FLAVIO ABRAMOVICI. 
 
São Paulo, 28 de fevereiro de 2020. 
 
GILBERTO LEME 
Relator 
 
Assinatura Eletrônica 
 
Apelação n.º 1021438-95.2019.8.26.0100 
Comarca: São Paulo / Foro Central Cível 
Apelante: Akron do Brasil Consultoria e 
Investimentos Ltda. 
Apelada: Servtec Energia Ltda. 
Interessada: In-Haus Industrial e Serviços de 
Logística Ltda. 
Juíza sentenciante: Priscilla Bittar Neves Netto 
 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. AÇÃO DE COBRANÇA. MULTA RESCISÓRIA. CONTRATO 
QUE PREVÊ CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM 
RESOLUÇÃO DO MÉRITO MANTIDA. EXEGESE DO ART. 485, INCISO VII, DO 
NCPC. 
Com o advento da Lei 9.307/96, a previsão contratual de convenção de 
arbitragem enseja a extinção sem resoluçãodo mérito do processo 
judicial. Competência do juízo arbitral para solução do litígio. 
Convenção de arbitragem livremente pactuada entre as partes, que 
deve ser respeitada. Ausência de violação do art. 5.º, inciso XXXV, 
da CF. Recurso desprovido. 
 
Trata-se de recurso de apelação interposto à r. sentença proferida a 
fls. 1.598/1.602 e disponibilizada no DJE em 20.9.2019 que extinguiu 
o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, inciso 
VIII, do CPC. Em razão do princípio da causalidade, a autora foi 
condenada a arcar com o pagamento das custas, das despesas 
processuais e dos honorários advocatícios fixados em R$ 15.000,00. 
Valor da causa atribuído em R$ 482.226,80.Os embargos declaratórios 
opostos pelas rés foram parcialmente providos a fls. 1.612/1.613 
para constar que os honorários advocatícios fixados em R$ 15.000,00 
 
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devem ser rateados de forma igualitária entre os causídicos das rés, 
com disponibilização no DJE em 10.10.2019. 
 
Apela a autora, alegando que a arbitragem não é medida obrigatória 
em nosso ordenamento, consistindo em faculdade por deliberação das 
partes. Aduz que chegou a recolher as custas iniciais para 
instauração da arbitragem em 1.11.2017, mas por falta de interesse 
das rés não houve o devido seguimento, pelo que a convenção de 
arbitragem não tem mais eficácia, nos termos do art. 4.º, parágrafo 
2.º, da Lei de Arbitragem. No mérito, argumenta que as rés são 
devedoras da multa pela rescisão sem aviso prévio do contrato, além 
do dever de indenizar as perdas e danos. 
Recurso tempestivo, preparado e respondido. 
É o relatório. 
 
Consta da inicial que a autora foi contratada pela ré Servtec para a 
prestação de serviços contábeis pelo prazo determinado de 24 meses, 
com início em abril de 2014 e término em março de 2016, vigorando 
por prazo indeterminado a partir de então. Alega a autora que, em 
setembro de 2014, a empresa ré foi vendida ao grupo GPS, a qual 
informou que não concordava com o contrato e que apenas se 
responsabilizaria pelo pagamento dos serviços referentes ao 
exercício de 2015. Aduz que, havendo rescisão contratual em novembro 
de 2014 imotivadamente, é devida a multa rescisória, além das perdas 
e danos. Ocorre que consta do aludido instrumento contratual firmado 
entre as partes, o qual é objeto da presente demanda, que “as partes 
elegem a Câmara de Arbitragem e Mediação Fiesp, para dirimir 
quaisquer dúvidas oriundas deste contrato, renunciando a qualquer 
outro, por mais privilegiado que seja” (cláusula 10.1 fl. 38). 
 
A arbitragem foi instituída pela Lei 9.307, de 23 de setembro de 
1996, que facultou às pessoas capazes de contratar a se valer da 
arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais 
disponíveis. 
 
E, existindo convenção de arbitragem, segundo a qual as partes 
comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a 
surgir em relação ao contrato entre elas firmado, deve prevalecer a 
autonomia de vontade das partes, tanto que a aludida lei alterou a 
redação do inciso VII do art. 267 do CPC/73, prevendo ser caso de 
extinção do processo sem resolução do mérito a existência de 
convenção de arbitragem. 
 
Conforme leciona HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, “com o novo regime de 
arbitragem, instituído pela Lei n.º 9.307, basta existir entre as 
partes a cláusula compromissória (isto é, a promessa de submeter-se 
ao juízo arbitral) para ficar a causa afastada do âmbito do 
Judiciário. Esta cláusula funciona, portanto, como impedimento ao 
exercício do direito de ação, tornando a parte carecedora da ação 
por ausência da condição de possibilidade jurídica do respectivo 
exercício. Se a convenção de arbitragem é anterior ao processo, 
impede sua abertura; se é superveniente, provoca sua imediata 
extinção, impedindo que o órgão judicial lhe aprecie o mérito.” 
(Curso de Direito Processual Civil, vol. I, pág. 312, Forense, 2009) 
 
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No mesmo sentido, J. E Carreira Alvim: “A supremacia da arbitragem 
sobre a justiça togada é garantida pelo inc. VII do art. 267, 
extinguindo-se o processo judicial, sem resolução de mérito, se 
alguma das partes oferecer exceção de arbitragem.” (Comentários ao 
Código de Processo Civil Brasileiro, vol. 2, pag. 370, Juruá, 2009) 
 
Nem se argumente que a impossibilidade de apreciação do mérito pelo 
Poder Judiciário em caso de existência de convenção de arbitragem 
afrontaria o princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
 
Segundo ensina LUIZ GUILHERME MARINONI, “o princípio da 
inafastabilidade, ao afirmar que 'a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito' (CF, art. 5.º, XXXV), 
evidentemente não proíbe que pessoas capazes possam excluir a 
possibilidade de o Poder Judiciário rever conflitos que digam 
respeito a direitos patrimoniais disponíveis. Portanto, não há 
qualquer cabimento em pensar em lesão ao princípio da 
inafastabilidade quando as partes, usando livremente da vontade, 
optam pela arbitragem. 
Nesse caos, como é óbvio, não se exclui direito algum do cidadão ou 
se retira qualquer poder do Estado, pois os litigantes, quando se 
definem pela arbitragem, exercem uma faculdade que está em suas mãos 
como corolário do princípio da autonomia da vontade.” (Curso de 
Processo Civil, vol. 1, pág. 153, RT, 2010) 
 
Tanto isso é verdade que a Lei de Arbitragem foi considerada 
constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (RTJ 190/908: Pleno, SE 
5.206, quatro votos vencidos).Não se ignora que “a convenção de 
arbitragem impede apenas a instauração de processo de conhecimento 
fora do juízo arbitral. Nessas condições, ela não obsta que se 
instaure no Poder Judiciário processo de execução com lastro no 
contrato ao qual está atrelada (STJ-3.ª T., REsp 944.917, Min. Nancy 
Andrighi, j. 18.9.08, Dj 3.10.08)”. (THEOTÔNIO NEGRÃO, Código de 
Processo Civil e Legislação Processual em Vigor, nota 40 ao art. 267 
do CPC, 
pág. 364, Saraiva, 2010) 
 
É exatamente o caso dos autos em que se cuida de ação de cobrança de 
multa rescisória, pelo que, sendo incontroversa a convenção de 
arbitragem, com arguição pela ré em contestação, nos termos do art. 
337, inciso X, do NCPC, era mesmo de rigor a extinção do processo 
sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VII, do NCPC. Esse 
é o entendimento consolidado por esta Corte: 
 
“APELAÇÃO. AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS CUMULADA COM DISSOLUÇÃO DE 
SOCIEDADE E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ARBITRAGEM. Recurso 
interposto contra a sentença que acolheu a preliminar de convenção 
de arbitragem, extinguindo o processo sem resolução do mérito. 
Matéria discutida nos autos que está abrangida pela cláusula 
arbitral. Previsão que não viola a garantia constitucional de acesso 
à justiça. Existência de cláusula de eleição de foro no mesmo 
instrumento que também não retira a validade da cláusula arbitral, 
dada a competência residual do Poder Judiciário. Demais questões 
 
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COORDENAÇÃO 
 
relacionadas à existência, validade e eficácia da cláusula que 
somente podem ser apreciadas pelo juízo arbitral, tendo em vista a 
aplicação do princípio da Kompetenz-Kompetenz. Sentença mantida. 
Recurso improvido.” m(Apelação n.º 1007485-32.2017.8.26.0004, Rel. 
Des. Hamid Bdine, 1.ª Câmara de Direito Empresarial, j. 1.10.2018) 
“AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM RESCISÃO CONTRATUAL - PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇO - DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE SOFTWARE - CLÁUSULA 
COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM (LEI 9.307/96) - JUSTIÇA COMUM - 
INCOMPETÊNCIA - RECONHECIMENTO FEITO - EXTINÇÃO - INTELIGÊNCIA DO 
ART. 485, VII, DO CPC - SENTENÇA - MANUTENÇÃO. APELO DA AUTORA 
NÃOPROVIDO.” (Apelação n.º 1009719-53.2018.8.26.0100, Rel. 
Des.Tavares de Almeida, 14.ª Câmara de Direito Privado, j.13.6.2018) 
 
Nesse sentido,também precedentes do Colendo Superior Tribunal de 
Justiça: “PROCESSUAL CIVIL. ARBITRAGEM. OBRIGATORIEDADE DA SOLUÇÃO 
DO LITÍGIO PELA VIA ARBITRAL, QUANDO EXISTENTE CLÁUSULA PREVIAMENTE 
AJUSTADA ENTRE AS PARTES NESTE SENTIDO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 1.º, 
3.º e 7.º DA LEI 9.307/96. PODER JUDICIÁRIO PRECEDENTES. PROVIMENTO 
NESTE PONTO. ALEGADA OFENSA AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. 
RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO.” (RESP n.º 791260/RS, Rel. 
Min. Paulo Furtado Des. Convocado do TJ/BA), Terceira Turma, k. 
22.6.2010, DJe 1.7.2010) 
 
No mais, de se consignar que o parágrafo 2.º do art. 4.º da Lei 
9.307/96 trata apenas da convenção de arbitragem nos contratos de 
adesão, em nada se relacionando com a concordância da parte 
contrária em levar adiante a demanda junto ao juízo arbitral, o que, 
conforme já consignado, é obrigatório se convencionado entre as 
partes quando da contratação. Por todo o exposto, nego provimento ao 
recurso. Nos termos do parágrafo 11 do art. 85 do NCPC, de rigor a 
majoração dos honorários sucumbenciais para R$ 18.000,00, com 
correcao monetária a partir desta data e com juros de mora de 1% ao 
mês a contar do trânsito em julgado. 
 
GILBERTO LEME Relator

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