Prévia do material em texto
PREVENÇÃO ou PROFILAXIA TRATAMENTO DIAGNÓSTICO SINAIS CLÍNICOS TRANSMISSÃO ESPOROTRICOSE ANIMAIS ACOMETIDOS: Mamíferos domésticos e silvestres Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) - campus de Sinop Bruna Vivian Miguel Curso: Medicina Veterinária BIBLIOGRAFIA AGENTE : Leptospira interrogans • MARTINS, Fernando SV Castiñeiras et al. Leptospirose. 2003. • SOTO, F. R. M. et al. Leptospirose suína. Arquivos do Instituto Biológico, v. 74, n. 4, p. 379-395, 2007. • COSTA, Everaldo et al. Formas graves de leptospirose: aspectos clínicos, demográficos e ambientais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 34, n. 3, p. 261-267, 2001. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina. O diagnóstico da leptospirose pode ser realizado através de sinais epidemiológicos da doença, clínicos dos animais (ou pessoas) e confirmados por diferentes métodos laboratoriais baseados na detecção direta ou indireta do agente. Para a determinação da ocorrência da leptospirose em um rebanho, indica-se a associação de meios diagnósticos, ou seja, a combinação de provas sorológicas e bacteriológicas. A técnica de PCR é específica, sensível e rápida para o diagnóstico da leptospirose suína, sendo um importante meio de diagnóstico, bem como para investigações epidemiológicas. Febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios. Dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à desidratação. É comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados (hiperemia conjuntival) e alguns doentes podem apresentar tosse e faringite. Após dois ou três dias de aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, ainda que menos intensamente. Nesta fase é comum o aparecimento manchas avermelhadas no corpo (exantema) e pode ocorrer meningite, que em geral tem boa evolução. A leptospiremia dura, em geral, de dois a três dias, há uma fase febril discreta e, já no quarto dia, as leptospiras estão presentes nos rins onde localizam-se no lúmen dos túbulos proximais, causando nefrite intersticial. Também penetram e multiplicam-se nos fetos, podendo levar à morte e reabsorção fetal, abortamento ou prole fraca. O tratamento da pessoa com leptospirose é feito fundamentalmente com hidratação. Não deve ser utilizado medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que podem aumentar o risco de sangramentos. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença, devem ser empregados antibióticos (doxiciclina, penicilinas), uma vez que reduzem as chances de evolução para a forma grave. As pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas. As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas como diálise peritonial para tratamento da insuficiência renal. O risco de adquirir leptospirose pode ser reduzido evitando-se o contato ou ingestão de água que possa estar contaminada com urina de animais. Deve ser utilizada apenas água tratada (clorada) como bebida e para a higiene pessoal. Bebidas como água mineral, refrigerantes e cervejas não devem ser ingeridas diretamente de latas ou garrafas, sem que essas sejam lavadas adequadamente (risco de contaminação com urina de rato). Deve ser utilizado um copo limpo ou canudo plástico protegido. Em caso de inundações, deve ser evitada a exposição desnecessária à água ou à lama. Pessoas que irão se expor ao contato com água e terrenos alagados devem utilizar roupas e calçados impermeáveis. O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino. A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença. A transmissão de uma pessoa para outra é muito pouco provável. ZOONÓSE!!