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Luíza de Souza Silva FEBRE AFTOSA Introdução A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa, aguda e de curso rápido que acomete animais biungulados, caracterizada pela febre e vesículas sobre a superfície epitelial. É uma doença de notificação obrigatória devido a sua rápida disseminação, resultando em grandes perdas econômicas – rebanho todo é sacrificado. A forma de se combater essa doença é através da prevenção e controle a nível populacional. Existem sete sorotipos e vários subtipos da doença A febre aftosa não é letal Animal pode ter cura clínica e se infectar novamente Etiologia Família: Picornaviridae Gênero: Aphtovirus Um dos menores vírus existentes Vírus RNA fita simples Não envelopado pH ótimo 7,2-7,6 Sorotipos: O,A,C,SAT1,SAT2,SAT3, ASIA1 Proteínas estruturais: usadas na vacina Proteínas não estruturais: usadas para diagnóstico Por ser um vírus RNA de fita simples a variabilidade genética é maior (alta taxa de mutações não corrigidas que ocorrem durante a replicação viral). A ausência do envelope faz com que ele seja altamente resistente ao meio ambiente. Esses fatores aliados à quantidade de sorotipos e subtipos fazem com que essa doença seja de tão fácil disseminação e difícil controle. O genoma do vírus codifica duas proteínas muito importantes, as proteínas estruturais e as não estruturais. As proteínas estruturais fazem parte do capsídeo e são elas as utilizadas na vacina contra aftosa, já as proteínas não estruturais (expressas no momento de replicação dentro da célula) são usadas para diagnóstico de infecção, portanto, os animais vacinados apresentam anticorpos somente contra as proteínas estruturais, enquanto animais infectados apresentam anticorpos contra ambas proteínas, as estruturais e as não estruturais (devido a resposta imune). Luíza de Souza Silva Sobrevivência Sobrevive por longos períodos pH ótimo e presença de matéria orgânica são benéficos para o vírus Sensível a variação de pH Inativado por ácidos ou bases Resistente a maioria dos desinfetantes Permanece na carcaça Humanos são fômites Cocção destrói o vírus O aftovírus é extremamente resistente no ambiente, principalmente na presença de matéria orgânica, como sangue, leite e fezes por exemplo. Sua resistência também depende da temperatura e pH, sendo inativado na maioria das vezes a 50°C e em pH’s menores que 6 e maiores que 9. O vírus é inativado por ácidos ou bases, sendo resistente a maioria dos desinfetantes comuns. Também é inativado no músculo esquelético (dentro da fibra) após o rigor mortis devido a queda do pH pelo acúmulo de ácido lático, mas de qualquer forma o vírus continua na carcaça, existindo nas cartilagens, medula óssea, linfonodos e vísceras, desse modo o comércio de produtos de origem animal é regulado. Em pH ótimo o vírus pode sobreviver de 30 minutos a 1 ano, persistindo em roupas, cabelos, trato respiratório, pelo, fezes e solo. Transmissão Contato direto (animal-animal) e/ou indireto Suínos são amplificadores do vírus O vírus pode ser disseminado pelo vento Disseminado por excreções e líquido das vesículas Produtos derivados do animal: carne, ossos, leite Eliminação do vírus: saliva, aerossóis, leite, sêmen, lesões, embriões Vias de transmissão: aerógena, fômites, vetores mecânicos, IA, carcaças As fontes de infecção da doença são os animais doentes e os animais portadores (aqueles que já tiveram a recuperação clínica da doença, mas que ainda possuem o vírus na região faringeana, podendo persistir até 3 anos em bovinos) Todas excreções podem conter o vírus, tanto antes quanto depois do desaparecimento dos sinais clínicos, sendo o período máximo de infectividade quando as vesículas da boca ou pés se rompem, eliminando liquido com vírus em altos títulos. Animais selvagens podem ser reservatório da doença. Produtos derivados da carne também são fontes de infecção. A transmissão pode ocorrer entre rebanhos – movimento de animais infectados, de pessoas contaminadas e pelo vento – ou por utensílios Luíza de Souza Silva contaminados, veículos e produtos de origem animal (carne e leite). Suínos liberam grandes quantidades de vírus por aerossol, mas são menos susceptíveis à infecção por esta via, já os bovinos eliminam pouco vírus por via aérea, mas são muito susceptíveis a infecção por esta via. Patogenia Período de incubação:tempo decorrido entre a exposição de um animal a um organismo patogénico e a manifestação dos primeiros sintomas da doença. Período de incubação de 2 a 14 dias Dose, amostra, espécie, manejo Animais que se recuperam da doença ficam imunes ao mesmo sorotipo por até dois anos A imunidade após vacinação é mais curta do que a infecção natural O período de incubação da doença é de 2 a 14 dias, mas geralmente acontece de 2 a 3 dias, dependendo de vários fatores, como dose de infecção, quanto maior a dose menor o período de incubação, da amostra, da espécie e do manejo desses animais (animais confinados, densidade animal, ventilação das instalações). Em 12 a 15 dias já se tem o animal recuperado da doença clínica. Sinais clínicos Febre Salivação Aparecimento de vesículas na cavidade oral, patas, úbere e rúmen RESPOSTA IMUNE SINAIS CLÍNICOS MULTIPLICAÇÃO SECUNDÁRIA Epitélio escamoso cornificado estratificado especialmente da pele e o epitélio da língua e boca -> amplificação do vírus MULTIPLICAÇÃO PRIMÁRIA Células epiteliais da parte dorsal do palato mole, do teto, da faringe e tonsila Distribuição para os linfonodos regionais Disseminação através de sistema linfático e sangue (viremia) INFECÇÃO Luíza de Souza Silva Descarga nasal Claudicação Emagrecimento Aborto e infertilidade Alta mortalidade em animais jovens Identificação da idade das vesículas pode ser útil em investigação epidemiológica A doença acontece de forma rápida, em 72 horas o bovino infectado apresenta febre, inapetência e queda na produção de leite. Salivação profusa acompanha a formação de vesículas orais, que se rompem formando dolorosas úlceras. As vesículas rompidas na fenda interdigital e na banda coronária causam claudicação. Luíza de Souza Silva Sinais Clínicos Suínos: anorexia; depressão; relutância em andar; laminite; lesões de casco mais severas que em bovinos; vesículas na banda coronária, calcanhar, espaço interdigital; lesões no focinho são mais comuns que na cavidade oral; perda da unha do casco; alta mortalidade em leitões (miocardite) Sinais Clínicos Ovinos e Caprinos: pequenas vesículas na gengiva; laminite. Diagnóstico A Febre Aftosa assemelha-se clinicamente com outras doenças vesiculares, logo requer confirmação laboratorial. Onde coletar amostra para diagnóstico direto? No período das lesões, pois há identificação do agente Onde coletar amostra para diagnóstico indireto? Na fase de recuperação, onde tem resposta imune O material a ser recolhido para diagnóstico são os fluidos das vesículas (obtidos assepticamente), o epitélio de lesões jovens ou recém rompidas, sangue e soro (10ml colhidos de diferentes animais) Para detecção de anticorpos para estudo de atividade viral (soro) são usados os seguintes testes: ELISA 3ABC: Usado para detecção de atividade viral, independente do sorotipo ou de animal estar ou não vacinado. É um teste mais rápido, demorando cerca de 2 dias. A bolinha azul representa o antígeno, no caso as proteínas não estruturais codificadas pelo genoma do Aphtovirus, que é inserido na placa. Logo depoisé adicionado o soro do animal. Se no soro tiver a presença de anticorpos contra proteínas não estruturais (anticorpo laranja) eles irão se ligar ao antígeno, e, logo em seguida, os anticorpos anti- IgG (anticorpo azul) se ligam a eles. Esse anticorpo anti-IgG tem uma enzima ligada a ele (bolinha verde), chamada de enzima peroxidase. Essa enzima transforma um agente chamado OPD em um produto amarelado/alaranjado, o que nos dá a identificação do resultado positivo. Quanto mais anticorpo o animal tiver, mais intensa será a reação e coloração. Se o soro do animal não apresentar anticorpos anti-proteínas não Luíza de Souza Silva estruturais a reação não acontece, portanto não há coloração. Os animais que são positivos nessa prova são encaminhados para fazer o Ensaio Imunoenzimático de Eletrotransferência (EITB). EITB: O EITB é utilizado como prova confirmatória para atividade viral. O teste funciona de maneira similar ao ELISA sorológico, mas este acontece por eletroforese em gel, onde as proteínas não estruturais migram de acordo com o peso molecular, se separando uma das outras. Essa eletroforese é passada para uma membrana e o soro animal é adicionado, logo se ele apresenta anticorpos contra essas proteínas eles irão se ligar a essas “bandas”. Do mesmo modo que ocorre no ELISA, os anticorpos anti-IgG com a enzima peroxidase irão se ligar aos anticorpos do soro. A enzima peroxidase reage com o DAB, gerando a coloração amarronzada, identificando o resultado como positivo. Os animais positivos nessa prova são encaminhados para fazer o teste de PROBANG. IDGA VIAA: Para detecção de atividade viral, independente do sorotipo ou de animal estar ou não vacinado com menor sensibilidade. Diagnóstico Diferencial Toda doença vesicular, com sinais e em mais de um animal é de notificação obrigatória. Febre aftosa: propriedade interditada Outras doenças vesiculares: propriedade interditada, cura clínica dos animais e liberação da propriedade após um tempo. Doença vesicular de suínos é indistinguível de febre aftosa em suínos. Vacinação A vacina utilizada é uma vacina inativada (proteínas VP1, VP2 e VP3), garantindo imunidade que geralmente dura de 4 a 6 meses. A vacina é apresentada de forma líquida ou com adjuvantes (oleosos, hidróxido de alumínio, saponina – causa granuloma, alguns proprietários não fazem a vacinação para evitar isso). A administração é feita por via subcutânea na região cervical, devendo ser feita duas vezes ao ano, sendo realizada em Minas Gerais nos meses de maio (todos os animais) e dezembro (animais ate 24 meses). O Brasil é considerado uma zona livre com vacinação, tendo alguns estados considerados livres sem vacinação (Santa Catarina). Suínos não são vacinados contra febre aftosa, por isso a carne crua exportada atualmente sai somente do estado de Santa Catarina. Nos outros estados a carne precisa passar por cocção primeiro para então ser exportada Luíza de Souza Silva Estomatite Vesicular Introdução A estomatite vesicular é uma doença de equinos, ruminantes, suínos, mamíferos silvestres e o homem, é de notificação obrigatória e diferentemente da febre aftosa os animais não são abatidos – a propriedade fica interditada por até 30 dias depois da última cura clínica do último animal doente. A doença é uma zoonose e tem sinais clínicos indistinguíveis da febre aftosa em suínos e bovinos. Etiologia Família Rhabdoviridae GêneroVesiculovirus Espécie Vírus da Estomatite Vesicular (dois tipos) Espécie New Jersey Espécie Indiana Vírus encapsulado Transmitido por vetor biológico Caráter sazonal Epidemiologia A espécie New Jersey é a mais virulenta e mais comum nos EUA e América Central, não foi isolada no Brasil. Ela tem uma morbidade de 5 a 10%, chegando a 80% em rebanhos leiteiros devido ao confinamento. Sua mortalidade praticamente não ocorre em bovinos de leite, corte e equinos, sendo alta nos suínos. A espécie Indiana tem três genótipos: Indiana I, Indiana II e Indiana III, sendo esta última a mais epidêmica no Brasil. Por ser transmitida por um mosquitoa doença tem caráter sazonal, aparecendo mais no verão em climas temperados e imediatamente após as chuvas em climas tropicais. As situações endêmicas (sazonal) ocorrem através de ovinos, caprinos e asininos como reservatórios, bem como pela cobertura vegetal, com reservatórios em animais silvestres e insetos. As situações epidêmicas ocorrem pela transmissão por contágio entre animais doentes e susceptíveis. Hospedeiros: Equinos Bovinos e suínos Humanos (sinais semelhantes a influenza) Ovinos e caprinos são mais resistentes e raramente apresentam sinais clínicos Transmissão Lutzomyiashannoni(mosquito pólvora) Simuliumsp(borrachudo) Culicoidesp Além da transmissão por vetor, o vírus também pode ser transmitido por contato direto, através de saliva, exudatos, epitélios das vesículas de animais contaminados e através de fômites. Luíza de Souza Silva Ainda não se sabe ao certo como os humanos são infectados, se é através do leite, carne ou água contaminados. Patogenia P1: 2-8 dias O período de incubação ocorre de 2 a 8 dias, ocorrendo a recuperação clínica do animal de 12 a 15 dias. Ocorre viremia com localização subsequente na mucosa da boca e pele ao redor da coroa do casco. O vírus provavelmente entre no organismo por abrasões na pele ou nas membranas mucosas, ou após uma picada de inseto. As vesículas que se desenvolvem no local de infecção podem coalescer. A disseminação pode ocorrer localmente pela extensão das lesões primárias. Embora lesões secundárias possam desenvolver-se em locais distantes, não está clara a forma como ocorre a transferência do vírus nem se essas lesões resultam da viremia ou de contaminação ambiental. Sinais clínicos Febre moderada Vesículas no dorso da língua, coxim dentário, lábios e mucosa bucal (formam úlceras superficiais) Lesões no úbere e casco (banda coronária) Claudicação Edema de língua Perda de apetite e peso Queda na produção de leite Recuperação clínica rápida As vesículas rompem-se rapidamente e a irritação causa salivaçãoprofusa viscosa e anorexia. Sinais clínicos em humanos: nos humanos o período de incubação da doença é de 1 a 6 dias, causando sintomas semelhantes a influenza - dor de cabeça, febre, dor retrobulbar, náusea, dor nas costas, vesículas (raro). É uma doença autolimitante nos humanos, utilizando-se de tratamento de suporte. A recuperação da doença pode ser prolongada, e raramente ela leva o paciente à morte. Diagnostico Devido às semelhanças entre estomatite vesicular, febre aftosa e doença vesicular dos suínos, é necessária a rápida confirmação laboratorial caso os equinos se apresentem com lesões vesiculares, a infecção pelo vírus da estomatite vesicular deve ser considerada. O diagnóstico é feito com o materialfluído vesicular ou epitélio, e pode ser realizado através do ELISA ou pelo teste de fixação do complemento (TFC). Luíza de Souza Silva Diagnóstico Diferecial: Controle Para o uso de desinfetantes (carbonato de sódio 2%, iodophor 2%, hipoclorito de sódio 1%, desinfetantes a base de iodo ou a base de dióxido de cloro) a área deve ser livre de matéria orgânica e o produto deve ter contato por pelo menos 10 minutos. Medidas como separar os animais infectados dos saudáveis, controle de insetos e controle do deslocamento dos animais de um local infectado ajudam no controlo da disseminação da doença. Há o uso de vacinas, mas além de não terem eficácia comprovada, também não estão disponíveis comercialmente. A doença é importante socioeconomicamente, pois duranteaté 30 dias após a última cura clínica a propriedade não poderá exportar nenhum produto de origem animal. Luíza de Souza Silva Vaccinia bovina Introdução É uma zoonose de notificação obrigatória, causa lesões no teto semelhantes às causadas por febre aftosa e lesões nas mãos do ordenhador. Também conhecida comumente como varíola bovina, porém no Brasil o gênero vaccínia é mais prevalente. Durante a vacinação sistêmica contra varíola humana a vacina com cepa viva utilizada (denominada vaccínia vírus) de algum modo foi transmitida para os animais domésticos e evoluiu, voltando como uma zoonose, mas com menos intensidade do que a varíola humana, daí a doença começou a ser chamada de vaccínia. Etiologia Família Poxviridae Subfamília Chordopoxviridae Gênero Orthopoxvirus: Vaccínia, Varíola bovina (cowpox), Varíola humana, Buffalopox Gênero Parapoxvirus: Orf (ectima contagioso), Pseudovaríola Envelopados, mas conseguem se manter por bom tempo no ambiente Os poxvírus são altamente resistentes ao calor e sua infectividade em restos celulares é mantida por longo tempo. O congelamento preserva bem o vírus. Possui uma grande variedade de hospedeiros. Transmissão A transmissão do agente pode acontecer entre rebanhos – pela introdução de animais doentes, pelo ordenhador infectado ou por insetos (vetor mecânico) – ou/e dentro dos rebanhos – através de insetos, copo da ordenhadeira, mão do ordenhador e da vaca para o bezerro. Não se sabe ao certo se a ingestão de leite e partículas contaminadas transmitem a doença. Os bovinos são reservatórios da pseudovaríola. Sinais clínicos PI de 3 a 5 dias Dor, edema, eritrema Pequenas pápulas na teta Raramente úlceras Lesão de anel característica Lesões ao redor do focinho, lábios, gengiva e língua em bezerros (através do teto) Recuperação em aproximadamente 5 semanas Na vaca adulta as lesões são nos tetos, nunca na boca, isso é considerado um diagnóstico diferencial de febre aftosa. A pápula se desenvolve formando uma vesícula, essa depois de se romper forma Luíza de Souza Silva úlcera que depois de cicatrizada se transforma em uma crosta. Sinais clínicos no homem: “nódulo de ordenhador”. O período de incubação é de 5 a 7 dias, a pessoa passa a apresentar lesões esféricas nas mãos e nos braços. Essas pápulas podem chegar ate 2cm, provocando dor e prurido intenso. A cura acontece entre 4 a 6 semanas. Outros sinais clínicos são o edema local, febre, náuseas e linfadenopatia. Diagnostico O diagnóstico é dividido em clínico e laboratorial. O diagnóstico laboratorial é dividido em propriedades biológicas – morfologia, inoculação em animais, lesão em membrana cório-alantóide, tipo de corpúsculo de inclusão –, análise molecular e soroneutralização. Importância sócio-econômica: O ordenhador infectado é afastado, logo outro ordenhador ocupa seu lugar, e a doença pode se disseminar mais facilmente entre rebanhos. Outros problemas são a dificuldade de ordenhar (devido às lesões nos tetos), queda na produção de leite, transmissão para o bezerro e mastite devido à oportunidade quea doença dá para outras infecções secundárias. Controle As medidas para controle são a separação dos animais doentes, linha de ordenha e higiene da ordenha, uso de luvas no manejo da ordenha e utilização de iodo glicerinado nas lesões. Além disso, não se deve utilizar pomadas a base de corticoides e deve-se orientar o ordenhador a procurar o posto de saúde. Soroneutralizacao Detecta Anticorpos neutralizantes (Ac que o sistema imune produz que são capazes de identificar e impedir que o vírus entre e lise a célula) Soro neutralização – é um método de diagnostico virológico indireto, que detecta anticorpos específicos para o vírus (Resposta do hospedeiro à infecção); Mede diretamente a capacidade dos anticorpos de bloquearem a atividade biológica do vírus; Técnica sorológica amplamente utilizada na Virologia; Significado: variável de acordo com a biologia de cada vírus. Vírus que estabelecem infecções persistentes e latentes: positividade indica condição do portador (Mostra que o animal teve contato com o vírus, não que foi infectado) Técnicas de detecção de anticorpos: testes sorológicos: Aplicação – estudos epidemiológicos (determinação da prevalência e distribuição de infecções víricas em populações) e diagnósticos. Pode ser utilizada com amostras de qualquer fluido corporal que contenha Ac. Como é a técnica? Incuba-se um soro suspeito com um vírus. Se esse soro tiver Ac contra o vírus, os Ac vão se ligar no vírus e impedir que esse vírus infecte uma cultura celular. Havendo infecção, a amostra não apresenta Ac. Não havendo infecção, significa Luíza de Souza Silva que a amostra tem Ac e o soro inibiu a infecção viral. Resultados podem ser qualitativos ou quantitativos. Qualitativos – Apenas uma diluição do soro é testada, obtém-se resultado + ou -. Quantitativo – Várias diluições do soro são testadas. Obtém-se o título de anticorpos. A titulação é como se fosse uma concentração de anticorpos feita em diluições. É o exame do soro suspeito frente a um vórus-padrão, ou seja, previamente conhecido e quantificado. Como o vírus é padronizado? Método de Reed e Muench: Expressa a maior diluição que causa efeito citopático em 50% dos cultivos celulares – TCID50 *TissueCultureInfection Dose 50. Título viral de trabalho: 100TCID50 (é uma unidade de medida) O que pode se ligar ao vírus e causa um falso- positivo? Proteínas do complemento, que se não foram inativadas impedem o vírus de entrar nas células da cultura se comportando como Ac. Procedimento (slide) Se o soro for tóxico, destrói a fileira controle. Se não for, continuamos a analisar. Prova: Se a amostra é negativa, as células serão infectadas. Se for positivo, as células ficarão intactas. Se a destruição celular começa na titulação 1/8, significa que o animal teve ao menos algum contato com aquele microorganismo. Então sorologicamente ele é positivo. Não quer dizer que esteja infectado, mas é positivo. O título sorológico dele então é 4 (porque é o inverso) já que as células começam a ser infectadas a partir do 1/8; Se todas as células foram integras, até a última fileira (1/128) o título é maior ou igual a 128.