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TEMA 01: INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL. OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E AS REGRAS JURÍDICAS Aula I: O Direito Civil Constitucional. Os Princípios Constitucionais e as Regras Jurídicas I CASUÍSTICA Este curso de Direito de Família e Sucessões é amparado na moderna visão do Direito Civil, que rompe com a escola tradicional, puramente positivista, e inaugura o Direito Civil Constitucional. De acordo com as lições de Pietro Perlingieri, um dos maiores civilistas-constitucionalistas deste tempo, no que consiste o Direito Civil Constitucional? Quando ele se inicia no Brasil? RESPOSTA ESPERADA Consoante as lições de Anderson Schreiber apontadas no texto base desta aula, de autoria de Giselda Hironaka, trata-se da “corrente metodológica que defende a necessidade de permanente releitura do direito civil à luz da Constituição”. Prossegue explicando que não se trata de apenas somar a fonte constitucional para a tarefa de interpretar as normas infraconstitucionais de direito civil, mas sim se trata de “reconhecer que as normas constitucionais podem e devem ser diretamente aplicadas às relações jurídicas estabelecidas entre particulares”. (SCHREIBER, Anderson e KONDER, Carlos Nelson. Direito civil constitucional. São Paulo: Método, 2015, p. 9). Importa que o resultado final seja a obtenção da máxima realização dos valores constitucionais no campo das relações privadas. O Direito Civil Constitucional brasileiro se inicia com a Constituição Federal de 1988. Aula II: O Direito Civil Constitucional. Os Princípios Constitucionais e as Regras Jurídicas II CASUÍSTICA Qual a função do ordenamento jurídico? Todo preceito incorre necessariamente numa sanção? RESPOSTA ESPERADA O ordenamento jurídico é formado por um conjunto geral de normas que têm a função de regulamentar a conduta das pessoas. Trata-se de uma imposição normativa, normalmente destinadas a todas as pessoas, imposição esta que se contém em uma formulação desdobrada em preceito e sanção. Seu sentido e objetivo fundamental é a proteção da ordem e da paz social, permitindo o convívio seguro e mais justo entre todos os que compõem o núcleo social. Nem todo preceito obrigatoriamente implica em sanção. Como exemplo, pode-se citar o art. 1.566, inciso I do Código Civil, que dispõe sobre o dever de fidelidade. O descumprimento deste dever, de ordinário, não acarreta sanção. Aula III: Os Princípios Constitucionais e as Regras Jurídicas CASUÍSTICA As modificações no Direito Privado não podem ser açodadas. Como deve se dar a modificação de posicionamentos no Direito Civil? RESPOSTA ESPERADA De modo reflexivo, embasado pelas teorias existentes porque há uma carga valorativa que deve ser observada e consideradas. É um processo histórico de construção, ao revermos nossas bases teóricas reiteradamente. Aula IV: Distinção entre Princípios e Regras CASUÍSTICA Explica Giselda Hironaka, no texto base desta aula, que “As normas podem ser consideradas o gênero ao qual se relacionam as espécies princípios e regras...”. Diferencie princípios de regras. RESPOSTA ESPERADA Para Bandeira de Mello, os princípios são “mandamentos nucleares de um sistema, verdadeiros alicerces dele, disposições fundamentais que se irradiam sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que reside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo” (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2008, p. 942-943). Assim, pode-se dizer que possuem conteúdo axiológico. Já as regras, conforme Giselda Hironaka, no texto base, “são normas que devem ser cumpridas, pura e simplesmente. A única questão que pode ser levantada, à face do caso concreto, é se aquela norma se aplica ou não àquele caso. Se for aplicável, então se deverá fazer cumprir, exatamente do modo que ela determina, nem mais, nem menos. Se houver colisão de regras, diferentemente da colisão de princípios, aqui se resolverá pelo afastamento de uma delas, porque se uma delas se aplica, certamente a outra não se aplicará”. TEMA 2: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E A ORDEM INFRACONSTITUCIONAL DE DIREITO DE FAMÍLIA. PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, DA SOLIDARIEDADE FAMILIAR E DA IGUALDADE ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. A EQUALIZAÇÃO ENTRE FILHOS. Aula I: Princípios Constitucionais e a Ordem Infraconstitucional de Direito de Família CASUÍSTICA Discorra acerca da Dignidade humana elevada a princípio constitucional. RESPOSTA ESPERADA A dignidade humana, elevada a princípio constitucional, traduz-se em conceito de difícil concreção, mantendo um perfil misto, entre a moral e o direito. A apreciação adequada do juiz dependerá de sua fina intuição, de sua larga experiência, de sua boa razão, de seu senso de ética e de justiça. Não se trata de princípio recente, uma vez que o princípio da dignidade da pessoa humana está imbricado em profundas e antigas raízes históricas de natureza ética, filosófica e até mesmo religiosa. Contudo, o tempo de sua positivação jurídica, como antes mencionado, tem data mais recente, e tem especial relevância ao tempo da Segunda Guerra Mundial. Este valor intrínseco e inerente à pessoa humana encontra-se reconhecido em inúmeros documentos internacionais, bem como em Constituições de alguns países. Trata-se de um standard jurídico, sem significado preciso, de conteúdo indeterminado, conforme Francisco Amaral. Aula II: Princípio da Proteção da Dignidade da Pessoa Humana CASUÍSTICA Levando em consideração o princípio da Dignidade da pessoa humana, é possível afirmar que sua observância encontra-se estampada na Constituição Federal? Justifique. RESPOSTA ESPERADA A resposta é afirmativa. O princípio da Dignidade da pessoa humana encontra-se disposto na Constituição Federal, no artigo 1º, III. Vejamos: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui -se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] III – a dignidade da pessoa humana”. Aula III: Princípio da Solidariedade Familiar CASUÍSTICA Analise o Princípio de solidariedade e a sua transformação no Direito de Família. RESPOSTA ESPERADA Em 1988, com a Constituição Federal, a solidariedade se inscreveu como princípio jurídico no país, eis que antes seu perfil era apenas moral, ético ou religioso. Seu habitat constitucional está no inciso I do art. 3º da nossa Constituição. Ele envolve a convivência familiar, a afetividade e o melhor interesse da criança, ao trata-lo como um macroprincípio, consoante Paulo Lobo. Na ordem familiar a solidariedade se estende na relação recíproca entre cônjuges, bem como na relação recíproca entre parentes. O Código Civil oferta normas que se alimentam da dimensão da solidariedade, como, por exemplo, o art. 1.513 que tutela a comunhão de vida instituída pela família, através da cooperação entre seus membros; o art. 1.618 que regulamenta a adoção, atitude e comportamento que desabrocham exclusivamente pelo sentimento solidário do afeto; o art. 1.630 que regula o poder familiar, circunstância esta que é muito mais um munus que propriamente um poder, dos pais em relação aos cuidados que devem ser realizados relativamente aos filhos; o art. 1.567, que prescreve a colaboração dos cônjuges (e companheiros) na direção da família; o art. 1.566 e o art. 1.724, que preveem a mútua assistência moral e material entre cônjuges e companheiros; o art. 1.694 que prescreve o dever de prestar alimentos a parentes, cônjuge ou companheiro. Aula IV: Princípio da Igualdadeentre Cônjuges e Companheiros e Equalização entre Filhos CASUÍSTICA Comente o Princípio da igualdade entre cônjuges e companheiros e a mudança que o referido princípio trouxe ao Direito de Família. RESPOSTA ESPERADA Na verdade, o Princípio da Igualdade no Direito de Família advém da Constituição de 1988 e traçou novos rumos para o Direito de Família Estendendo a igualdade para todos os partícipes das relações familiares. Essas mudanças envolvem tanto a equiparação do casamento à união estável quanto à origem dos filhos. Outro desdobramento foi entender como relação familiar também aquelas formadas por pessoas do mesmo sexo. Deve-se salientar, ainda, a mudança de perspectiva onde a família e o casamento existem para trazer felicidade ao indivíduo. TEMA 03: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO DE FAMÍLIA. PRINCÍPIOS DA AFETIVIDADE, DA NÃO INTERVENÇÃO OU DA MÍNIMA INTERVENÇÃO, DA FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA E DA BOA-FÉ OBJETIVA. Aula I: Princípio da não Intervenção ou da Mínima Intervenção CASUÍSTICA Há um princípio informador do Direito Civil que se aplica ao Direito de Família, especificamente em relação à mínima intervenção. Qual é o princípio e sua amplitude em termos gerais civis? E em termos de direito de família? RESPOSTA ESPERADA Trata-se do princípio da autonomia privada, que consiste no poder que os particulares têm de se autorregularem, ou seja, de estabelecerem as normas que regularão suas relações jurídicas, observados os princípios gerais do direito, as normas constitucionais e as normas infraconstitucionais. No Direito de Família, o princípio da mínima intervenção se faz presente no planejamento familiar, por exemplo. O Estado não deve interferir nas escolhas do casal acerca da concepção ou não, quantidade de filhos, etc. Aula II: Princípio da Boa-fé Objetiva CASUÍSTICA Durante o curso, Débora Brandão apontou que no plano existencial a doutrina majoritária aponta que a confiança se traduz no afeto. Porém, a professora foi além. Qual outro elemento ela aponta no plano existencial para identificar a confiança? RESPOSTA ESPERADA Ela aponta um dos deveres clássicos oriundos da boa-fé objetiva que é o dever de informar. Os cônjuges têm o direito de conhecer a vida do outro naquilo que for importante para o desenvolvimento da vida em comum. Aula III: Princípio da Função Social da Família CASUÍSTICA A função social da família altera o panorama, como as pessoas concebem a família. Discorra sobre o que foi alterado por meio do princípio da função social da família. RESPOSTA ESPERADA Rompe-se com o protagonismo do homem proprietário, com a família pautada como instituição e ela passa a ser concebida como família-instrumento de promoção, de desenvolvimento de cada um de seus membros, razão pela qual se fala em função promocional da família. Para tanto, a noção de solidarismo, de igualdade entre cônjuges é fundamental, para que cada pessoa integrante da família se reconheça como tal e seus anseios e necessidades sejam considerados por cada um e pelo todo. Aula IV: Princípio da Afetividade CASUÍSTICA Relacione o princípio da afetividade com os direitos humanos. RESPOSTA ESPERADA No Brasil, especificamente no Direito de Família, foi Sérgio Resende de Barros que fez esta correlação recentemente. Este autor apresenta as três gerações dos direitos humanos, apontando que idealmente melhor é trata-las como dimensões porque estes períodos se interpenetram. Na primeira geração está o direito ao afeto, que se traduz na liberdade de se afeiçoar ao outro, constituindo direito individual. Como este direito de afeiçoar-se um ao outro gera responsabilidade entre os sujeitos, o direito protege-o também como fato social, ou seja, direito de segunda dimensão. E, por fim, tem-se a dimensão social difusa porque é um direito genérico de todas as pessoas. TEMA 04: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO DE FAMÍLIA. PRINCÍPIOS DA IGUALDADE ENTRE FILHOS, DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DA PRIORIDADE ABSOLUTA, DO PLANEJAMENTO FAMILIAR, PARENTALIDADE RESPONSÁVEL E DA CONVIVÊNCIA FAMILIAR. Aula I: Princípio da Igualdade entre Filhos Casuística Julia, casada com Brad, teve com seu marido 4 filhos biológicos. Posteriormente, adotaram uma menina chamada Angelina. Os cinco estudavam na mesma escola e não havia qualquer distinção de tratamento entre eles. Quando adultos, Brad resolve redigir um testamento e comenta a respeito da deixa testamentária com a prole. Falou a respeito dos quinhões de cada um dos filhos biológicos e, quando Angelina olhou para ele com semblante questionador, ele respondeu a ela que, como era filha adotiva não teria direito a nada. Angelina, magoada, fica sem ação. Depois, inconformada, vai até seu escritório em busca de uma consulta jurídica. Qual o encaminhamento a ser dado ao caso da cliente? RESPOSTA ESPERADA A resposta à consulente deve ser pautada na não observância do princípio da igualdade constitucional entre filhos, uma vez que a CF/88, art. 227, § 6º, proíbe qualquer tratamento discriminatório entre filhos em virtude da origem. Assim, diria à mesma que não se preocupasse que não prosperaria qualquer tentativa de testamento sem contemplá-la, diante da inconstitucionalidade Teste de aprendizagem Sobre a igualdade entre filhos pode-se afirmar que: Fundamentação: O reconhecimento de filho extramatrimonial era proibido no Direito brasileiro durante um período e os filhos oriundos desta relação não possuíam qualquer direito. Não pode haver menção discriminatória acerca da origem da filiação. Aula II: Princípio do Melhor Interesse da Criança (Prioridade) Casuística Maia é uma menina de 8 anos, fruto de uma união estável entre seus genitores, que passaram a viver juntos, no apartamento da mãe de seu genitor, quando souberam da gravidez. Após seu nascimento, sua mãe deixava-a com a avó paterna e ia trabalhar. O relacionamento entre os genitores não foi adiante e a mãe de Maia saiu de casa, mas deixou-a com o genitor e a avó paterna. Tinha livre acesso ao apartamento da avó de Maia, assim como à própria filha. Esta situação se prolongou dos 2 anos aos 8 anos. Num final de semana, a mãe de Maia foi visitá-la e disse à avó que iria levá-la à sorveteria, na mesma rua, como era costumeiro fazer. Ocorre que não mais voltou com a menina e a levou para a casa que havia mobiliado com seu recente namorado. Quais os princípios que deveriam ser invocados para a resolução deste caso? RESPOSTA ESPERADA O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente para que o juiz, nele amparado, pudesse determinar, preferencialmente a guarda compartilhada, levando-se em consideração o que a criança é um ser em condição especial de desenvolvimento e necessita da presença de ambos os genitores. Também deveria ser invocado o princípio da convivência familiar, para que inclusive a avó tivesse o direito de visitar a neta que criou desde a mais tenra idade. Teste de aprendizagem O Estatuto da Criança e do Adolescente é a Lei N. 8.069, criada em 13 de julho de 1990. Neste Lei estão especificados os direitos da criança (pessoa com até 12 anos de idade) e do adolescente (pessoa entre 12 e 18 anos). É a Lei que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. A família assim com a sociedade em geral, e o poder público têm o dever de assegurar os direitos referentes à: Assina a alternativa INCORRETA: Alternativa Incorreta: Trabalho social e valorização pessoal. Fundamentação: Todos os demais estão estampados no art. 227, CF. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiare comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010). Aula III: Princípio do Planejamento Familiar e da Parentalidade Responsável Casuística Pedro e Julia estão se divorciando, após 10 anos de casados pelo regime de comunhão parcial de bens. Possuem dois filhos menores, sendo que um deles sofre do transtorno do espectro autista. Há uma disputa severa por conta da guarda das crianças. Qual deveria ser o posicionamento dos pais diante do caso concreto? RESPOSTA ESPERADA Deveriam, observando o princípio do melhor interesse dos filhos, sensíveis às necessidades das crianças, entrar em acordo em relação à guarda. Se possível, o estabelecimento de guarda compartilhada. Se esta não fosse http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2 possível, a guarda unilateral, com a estipulação de um regime convivencial que proporcionasse ampla participação do genitor não guardião. Teste de aprendizagem O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem e ao casal. Dentro da visão de atendimento integral à saúde, assinale a alternativa correta. Fundamentação: Jamais se autorizará um método contraceptivo com risco à saúde; o planejamento familiar não se dá apenas por medidas educativas; e a idade mínima deve ser observada. Aula IV: Princípio da Convivência Familiar Casuística Sonia, casada com Paulo, tinham 3 filhos. Paulinho, Raquel e Marcos. Paulinho casou-se com Tatiana e tiveram um filho, Paulo Neto. Paulinho submeteu-se a uma cirurgia. Houve uma complicação e ele entrou em coma, ficando em estado vegetativo por 8 anos. Durante o estado comatoso, sua mulher, Tatiana, resolveu pedir o divórcio, logrando êxito. Tempos depois do divórcio, ela passou a proibir Paulo Neto de visitar os avós, sob a alegação de que os mesmos levavam-no ao hospital para ver o pai em estado de coma. Tempos depois, Paulinho faleceu. Como advogados dos avós, instrua-os acerca de que medida jurídica tomar. RESPOSTA ESPERADA A resposta é ação de guarda compartilhada para estabelecê-la entre os avós e a genitora, com fundamento no direito à convivência familiar, direito tanto da criança quanto dos avós. Teste de aprendizagem Assinale a alternativa cujo argumento encontre fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescente, no tocante ao direito à convivência familiar e comunitária. Fundamentação: A falta de recursos ou a carência determina que os genitores sejam incluídos em programas sociais para apoio à família. A colocação em família substituta estrangeira é medida excepcional. O segredo de justiça é sempre desejável, nestes casos. Família natural é aquela proveniente do vínculo biológico. TEMA 05: OS FATOS SOCIAIS, A RELEVÂNCIA AXIOLÓGICA E A NORMATIVA JURÍDICA. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO SEM O RISCO DE COMPROMETER A SEGURANÇA JURÍDICA. SISTEMA JURÍDICO FECHADO (PARADIGMA POSITIVISTA) E SISTEMA JURÍDICO ABERTO (PARADIGMA PÓSPOSITIVISTA). DIREITO DE FAMÍLIA CONSTITUCIONAL. A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE. Aula I: Teoria Tridimensional do Direito Casuística No dia 08 de agosto de 2006 foi publicada a Lei n. 11.340, que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, prevendo penas mais severas para aqueles que violarem os preceitos ali determinados, em razão do grande número de casos de violência doméstica contra a mulher que vem ocorrendo na sociedade. Tal lei vem sendo popularizada como Lei Maria da Penha, em alusão à Maria da Penha Maia, mulher que ficou deficiente física depois de seu marido tentar matá-la por duas vezes, em atos caracterizados como violência doméstica. Pergunta- se: é possível afirmar-se que tal norma jurídica descreve um fato para preservar um valor? JUSTIFIQUE sua resposta com base na estrutura tridimensional do Direito de Miguel Reale. RESPOSTA ESPERADA "Sim, tendo em vista que há o fato da violência doméstica, o valor que se traduz no direito que todas as pessoas têm de viver em segurança, especialmente no âmbito doméstico e a necessidade da norma para tutelar este direito. Questão proposta em: http://ezildamelo.blogspot.com/2014/03/revisao-questoes-de-ied.html Teste de aprendizagem A Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale, surge como reação à diferentes Escolas existentes a respeito do pensamento jurídico. Estas correntes eram: Fundamentação: As demais escolas apontadas, marxista e pós-modernistas não dizem respeito especificamente às escolas do pensamento jurídico. Aula II: Os Fatos Sociais, a Relevância Axiológica e a Normativa Jurídica - Continuação/Interpretação do Direito e Segurança Jurídica Casuística Andando pela selva amazônica, uma pessoa é picada por uma cobra. Por que não surge o dever de indenizar, de acordo com a teoria tridimensional do Direito? RESPOSTA ESPERADA Algumas relações humanas têm relevância axiológica para dar ingresso no mundo jurídico, outras não. É o caso do fato dos animais que não tem repercussão para ingressar no mundo jurídico, porque não há como responsabilizar alguém pelo fato. Teste de aprendizagem Assinale a alternativa correta após a leitura das assertivas abaixo: I – O fato se constitui na dimensão que traduz aquilo que já é dado no mundo, ou já está posto no meio social. Ele interessará para a estruturação do fenômeno jurídico na medida em que receba a incidência da relevância axiológica, ou valoração suficiente, para integrar, depois, a unidade da normativa jurídica. II – O valor corresponde ao elemento moral e/ou ético do direito, isto é, diz respeito ao direito buscado pela sociedade enquanto justiça. III – A norma, recepcionando o fato valorado, o prestigia, a tutela, o protege, enquanto fenômeno jurídico, consistindo no comportamento ou na organização social que será imposta aos demais, em face ao respeito e atenção a serem conferidos àquele fato, antes simplesmente social, mas agora jurídico. IV – A teoria tridimensional afirma que a norma não recepciona o fato valorado, prestigiando apenas o poder normativo. V – O fato, na teoria tridimensional, tem função periférica porque a construção jurídica deve se basear em critérios axiológicos-normativos. Fundamentação: O fato tem função central, ao lado do valor e da norma porque é justamente na compreensão do fato valorado é que se produz a norma, na busca da paz social. Aula III: Sistema Jurídico Fechado e Sistema Jurídico Aberto Casuística Diante do caso prático apontado pela Professora Giselda Hironaka, durante esta aula, em que reproduz um exemplo de Recasens Siches, filósofo estrangeiro guatemalteco, no qual numa estação de trem o fiscal somente poderia deixar ingressar pessoas que fossem embarcar, sendo proibido o ingresso de cachorros. Apareceu uma pessoa cega, com seu cão-guia e uma outra pessoa, com um urso. A professora não relata a conclusão do filósofo. Mas qual seria sua decisão se fosse você o fiscal? Pesquise na internet a solução dada por Recasens Siches e o nome de sua famosa teoria, que leva o nome de seu mais famoso livro. RESPOSTA ESPERADA A resposta é “A lógica do razoável”, famoso livro do filósofo. Por ela, o fiscal deve permitir que o cão-guia ingresse na estação, descumprindo a literalidade da lei para se fazer justiça. Teste de aprendizagem Para as teorias denominadas pós-positivistas: Fundamentação: As teorias pós-positivistas tratam exatamente de um sistema aberto, pautado pela sua constante revisão, porque somos uma sociedade em constante transformação. Aula IV: Direito de Família Constitucional. A Família na Contemporaneidade Casuística Houve o abandono de matrizes em desuso com o advento da Constituiçãoe a adoção do Direito de Família Constitucional. Exemplifique apontando um. RESPOSTA ESPERADA Com o advento da CF/88, podemos falar no abandono do conceito de “error in virginitatis”. A possibilidade de alegação de anulação do casamento em virtude da não virgindade da mulher. Isto se deu ao princípio da igualdade constitucional entre homens e mulheres. Teste de aprendizagem Consoante a lição de Paulo Lôbo, responda: I – O modelo atual de Direito de Família é aberto e democrático. II – O consenso, a solidariedade, o respeito à dignidade das pessoas que a integram são os fundamentos que inspiraram o marco regulatório estampado nos arts. 226 a 230 da Constituição de 1988. III – O modelo igualitário da família constitucionalizada contemporânea se contrapõe ao modelo autoritário do Código anterior. Fundamentação: Todas as afirmações estão corretas, em consonância com o Direito de Família Constitucional, que promove um modelo igualitário, democrático e pautado na dignidade da pessoa humana. TEMA 06 – AS ESPÉCIES DE FAMÍLIAS E ENTIDADES FAMILIARES – DA FAMÍLIA TRADICIONAL À FAMÍLIA EUDEMONISTA (CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E FAMÍLIA MONOPARENTAL) I Aula I: Introdução Casuística O art. 226 da Constituição Federal de 1988, assim como seus parágrafos são considerados numerus clausus ou exemplificativos? E como conceitua Família? RESPOSTA ESPERADA Os tipos de entidades familiares explicitados no art. 226 da Constituição e seus parágrafos são meramente exemplificativos, sem embargo de serem os mais comuns, por isso mesmo merecendo referência expressa. As demais entidades familiares são tipos implícitos incluídos no âmbito de abrangência do conceito amplo e indeterminado de família indicado no caput. Como todo conceito indeterminado, depende de concretização dos tipos, na experiência da vida, conduzindo à tipicidade aberta, dotada de ductilidade e adaptabilidade. Portanto, há no comando constitucional da pluralidade das formas constituídas de família, sendo variadas as suas configurações. Teste de aprendizagem A equiparação e proteção das mais diversas formas de família surgiu: Fundamentação: segundo o artigo 226, parágrafo 4º, da Constituição Federal. Aula II: O Afeto como Valor Jurídico Casuística Lucas é filho biológico de Daisy e Carlos. Após o divórcio do casal, Daisy passou a conviver com Simone. Com o passar dos anos, Lucas formou vínculo de afinidade e afeto com a companheira de sua mãe. Diante dessa narrativa, é possível assegurar o reconhecimento da maternidade em relação a Simone? Fundamente. RESPOSTA ESPERADA Conforme a narrativa em apreço é possível verificar que há vínculo de afeto e afinidade na relação formada por Lucas e Simone. Desta forma, em face do que prevê o Provimento nº 63/2017, do CNJ é possível assegurar o reconhecimento da parentalidade socioafetiva, uma vez que o vínculo de afeto formado entre as partes é um valor que deve ser reconhecido pelo ordenamento. Portanto, com a comprovação do afeto e da posse de estado de filho, assegurar-se-á que Lucas seja reconhecido como filho de Simone, sem ensejar, contudo, a desconstituição da paternidade biológica. Teste de aprendizagem O afeto está presente, com exceção: Fundamentação: pois, o Direito Sucessório decorre da lei ou do ato de autonomia privada do testador. Nos demais casos, é possível se verificar o afeto. Aula III: Quatro Conceitos de Psicanálise Fundamentais para o Direito Casuística Joana é uma senhora de 80 anos, que não consegue entender o avanço do Direito de Família e a formação das novas modalidades de família. Sua neta Kamila, por sua vez, que possui 19 anos, quer orientar a sua avó sobre os avanços da sociedade e quais alterações foram observadas em relação à mulher. Desta forma, na qualidade advogado da neta de Joana, quais explicações devem ser ofertadas? RESPOSTA ESPERADA A fim de demonstrar a Joana as mudanças enfrentadas pela mulher na sociedade, Kamila deverá iniciar a sua explicação pela igualdade que a mulher adquiriu ao longo dos anos, principalmente, em relação a sua posição dentro da família. Assim, em face da igualdade conferida, de acordo com a previsão do artigo 226, parágrafo 5º, da Constituição Federal é importante asseverar que a sexualidade da mulher também foi atingida. Desta forma, o pudor deu lugar a liberdade, possibilitando que a sexualidade seja exercida da forma que mais lhe convenha, o que significa dizer que a mulher é protagonista da sua vida e dos seus desejos, ensejando, com isso, a formação de novas formas de família, como é o caso da unilateral ou da produção independente, através dos recursos médicos disponibilizados, como é o caso da reprodução assistida. Teste de aprendizagem Dentre os conceitos da psicanálise que importam ao Direito de Família estão, com exceção: Fundamentação: segundo o que se afere da leitura do Dicionário de Direito de Família e Sucessões de Rodrigo da Cunha Pereira, bem como da aula ministrada. Isso porque, nas demais alternativas, com exceção da ‘Superioridade.’ há a indicação de conceitos da psicanálise que importam ao Direito de Família. Aula IV: Inconsciente e Gozo Casuística Luana e Paulo foram casados por 25 anos. Por diferenças irreconciliáveis ingressam com um pedido de divórcio, que perdura longos 3 anos, uma vez que o casal não entra em acordo. O juiz, com o intuito de saber o que está ocasionando essa delonga, busca instrumentos para a resolução do conflito. Diante de tal fato, qual instituto o auxiliará nessa empreitada? RESPOSTA ESPERADA Diante dos dados ofertados é possível verificar que há causas obscuras por trás do pedido de divórcio, bem como da incapacidade de as partes chegarem a um acordo. Desta forma, como o juiz pretende entender o conflito em questão, poderá requerer o apoio da equipe técnica, representada pelos psicólogos e assistentes sociais, a fim de que eles avaliem o instituto do gozo que auxiliará nessa empreitada, permitindo o ingresso no íntimo das partes, na busca pela solução do conflito. Assim, compreendido o motivo que está ensejando o conflito entre o ex- casal, pela equipe de apoio, o juiz competente poderá empregar técnicas alternativas de resolução de conflito, como a mediação, bem como encaminhar a família para a Oficina de Pais e Filhos, a fim de que a ruptura da família ocorra de forma mais tranquila, sem traumas e célere. Teste de aprendizagem De acordo com a Constituição Federal, assinale a alternativa correta: Fundamentação: Art. 226, CF. TEMA 07: AS ESPÉCIES DE FAMÍLIAS E ENTIDADES FAMILIARES: DA FAMÍLIA TRADICIONAL À FAMÍLIA EUDEMONISTA (CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E FAMÍLIA MONOPARENTAL) II Aula I: As Representações Sociais da Família Casuística Em uma comunidade de Vargem Grande Paulista, uma forma bastante inovadora de família é formada, em que o objetivo principal é a busca pela felicidade, embora pregue a monogamia. Apesar de não se enquadrar no casamento ou união estável é possível falar na sua proteção? Fundamente. RESPOSTA ESPERADA Após a Constituição Federal de 1988, o ordenamento jurídico ampliou o seu leque de proteção, assegurando o amparo as mais diversas formas de família, conforme se demora da análise do artigo 226. Desta forma, a família formada na comunidade de Vargem Grande Paulista, por pregar a monogamia, merece proteção estatal, pois se enquadra no conceito doutrinário de família eudemonista, pois os seus membros estão em busca da própria felicidade, o que restou caracterizado no enunciado. Teste de aprendizagem O rol das formas de família é: Fundamentação: uma vez que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, parágrafo 4º, assegura como família qualquer forma de instituição formada pelos pais e seus descendentes. Logo, as demais alternativas são falsas, pois, não condizem ao assegurado na CF, ensejando uma interpretação restritiva,que seja menos abrangente. Aula II: As Famílias Conjugais Casuística Morgana é uma juíza bastante tradicional e ao receber o pedido de reconhecimento de união estável julga-o juridicamente impossível, sob a alegação de que o ordenamento jurídico apenas ampara a família matrimonial. O advogado, inconformado com o pedido, interpõe apelação, pugnando pela reforma da decisão, com base no que assegura a Constituição Federal de 1988. Diante dos fatos, qual deve ser a decisão do Tribunal de Justiça? RESPOSTA ESPERADA Em face da narrativa dos fatos, bem como do direito vigente, afere-se que a decisão proferida pela juíza não encontra respaldo no ordenamento vigente, uma vez que o artigo 226, da Constituição Federal assegura que a família é a base da sociedade e merece proteção da sociedade. No mais, o parágrafo 3º deste mesmo artigo confere proteção a todas formas de família. Por tais motivos, a decisão deve ser reformada pelo Tribunal de Justiça competente, uma vez que a sentença de primeiro grau contraria as previsões constitucionais e, ainda, desprotege a forma familiar oriunda da união estável. Teste de aprendizagem Nos exatos termos do que estabelece a Constituição da República, para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei. Fundamentação: segundo o que assegura o artigo 226, §3º, da CF. As demais alternativas estão em descompasso com os parágrafos do artigo 226, da CF. Aula III: Hétero e Homossexualidade Casuística Qual o efeito das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade, tomando-se por base a decisão proferida pelo STF na ADI 4.277/ADPF 132, que reconheceu como entidade familiar a união estável homoafetiva? RESPOSTA ESPERADA A partir da análise da decisão indicada acima é possível verificar que o órgão máximo do Poder Judiciário assegurou interpretação conforme ao artigo 226, parágrafo 3º, da Constituição Federal, conferindo a mesma proteção às entidades formadas por casais homossexuais. O fundamento para essa decisão foi o direito à igualdade, bem como a proteção da dignidade humana. Desta forma, a fim de conferir ampla eficácia a decisão, a discussão em pauta, nos moldes do artigo 102, § 2º da Constituição Federal de 1988 terá efeito erga omnes e vinculante, ou seja, atingirá a todos indistintamente e obrigará que os órgãos do Poder Judiciário, neste assunto, decidam da mesma forma. Teste de aprendizagem A Constituição Federal define a família como base da sociedade, garantindo ser reconhecida: Fundamentação: segundo o que assegura o artigo 226, parágrafo 3º, da CF, juntamente com a jurisprudência proferida pelo STF. Aula IV: União Estável e Namoro Casuística Qual a distinção existente entre o instituto da união estável e o namoro? RESPOSTA ESPERADA A grande dificuldade da união estável, hoje, não é distingui-la do concubinato para atribuição e distribuição de direitos. Um de seus maiores problemas está em distingui-la da relação de namoro. Antes, se o casal não mantinha relação sexual, tratava-se apenas de namorados, e se já mantinha, cuidava-se de “amigados” ou “amasiados”. Hoje em dia, é comum, natural e saudável que casais de namorados mantenham relacionamento sexual, sem que isto signifique nada além de um namoro, e sem nenhuma consequência jurídica. Os tempos modernos desafiam uma readequação dos tradicionais conceitos de união estável e namoro, como já o fez o STJ: [...] O propósito de constituir família, alçado pela lei de regência como requisito essencial à constituição da união estável – a distinguir, inclusive, esta entidade familiar do denominado “namoro qualificado” –, não consubstancia mera proclamação, para o futuro, da intenção de constituir uma família. É mais abrangente. Esta deve se afigurar presente durante toda a convivência, a partir do efetivo compartilhamento de vidas, com irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a família deve, de fato, restar constituída. 2.2. Tampouco a coabitação, por si, evidencia a constituição de uma união estável (ainda que possa vir a constituir, no mais das vezes, um relevante indício), especialmente se considerada a particularidade dos autos, em que as partes, por contingências e interesses particulares (ele, a trabalho; ela, pelo estudo) foram, em momentos distintos, para o exterior, e, como namorados que eram, não hesitaram em residir conjuntamente. Este comportamento, é certo, revela-se absolutamente usual nos tempos atuais, impondo-se ao Direito, longe das críticas e dos estigmas, adequar-se à realidade social. (STJ, REsp 1.454.643/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 3ª Turma, pub. 10/03/2015). Não é qualquer relacionamento amoroso que se caracteriza em união estável, sob pena de banalização e desvirtuamento de um importante instituto jurídico. Se a união estável se difere do casamento civil, em razão da informalidade, a união estável vai diferir do namoro, pelo fato de aquele relacionamento afetivo visar a constituição de família. Assim, um relacionamento afetivo, ainda que público, contínuo e duradouro não será união estável, caso não tenha o objetivo de constituir família. Será apenas e tão apenas um namoro (...) (TJMG, Ap. Cív. 1.0145.05.280647-1/001, 5ª Câm. Cív., Rel. Des. Maria Elza, DJ de 21/01/2009). Teste de aprendizagem A Constituição Federal reconhece na família a base da sociedade, cuja proteção é devida pelo Estado e garantida legal e constitucionalmente. O Supremo Tribunal Federal, como intérprete e guardião da ordem constitucional, manifestou entendimento no sentido de que o conceito de família contido no texto constitucional merece interpretação: Fundamentação: segundo a jurisprudência proferida pelo STF em que, o caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988, ao utilizar-se da expressão ""família"", não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia religiosa. (...). [ADI 4.277 e ADPF 132, rel. min. Ayres Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-10-2011.] = RE 687.432 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-9-2012, 1ª T, DJE de 2-10- 2012. As demais alternativa estão incorretas pela menção de interpretação analógica ou literal, uma vez que no último caso, a interpretação literal não ensejaria o reconhecimento da união estável homoafetiva. TEMA 08 – AS ESPÉCIES DE FAMÍLIAS E ENTIDADES FAMILIARES – DA FAMÍLIA TRADICIONAL À FAMÍLIA EUDEMONISTA. A UNIÃO ESTÁVEL E O CASAMENTO HOMOAFETIVOS. OUTROS ARRANJOS FAMILIARES: A FAMÍLIA MOSAICO OU RECONSTITUÍDA, AS FAMÍLIAS PARALELAS, FAMÍLIA ANAPARENTAL, A FAMÍLIA SOCIOAFETIVA, FAMÍLIA MONOPARENTAL E A FAMÍLIA UNIPESSOAL. Aula I: União Estável e Casamento Casuística Em sua opinião, o princípio jurídico da monogamia deve ser superado ou preservado? RESPOSTA ESPERADA A monogamia funciona como um ponto chave das conexões morais de determinada sociedade. Mas não pode ser uma regra ou princípio moralista, a ponto de inviabilizar direitos. Por exemplo, se se constitui uma família paralelamente à outra, não se pode negar que aquela existiu. Condená-la à invisibilidade é deixá-la à margem de direitos decorrentes das relações familiares. O princípio da monogamia deve ser conjugado e ponderado com outros valores e princípios, especialmente o da dignidade da pessoa humana. Qualquer ordenamento jurídico que negar direitos às relações familiares existentes estaria invertendo a relação sujeito e objeto,isto é, destituindo o sujeito de sua dignidade e colocando a lei como um fetiche. Teste de aprendizagem Segunda o Código Civil, assinale a alternativa correta: Art. 1.513 do Código Civil em vigor que "É defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito privado interferir na comunhão de vida instituída pela família". Fundamentação: Conforme disposto no art.1513 do CC/2002 Aula II: Famílias Simultâneas e Poliafetivas Casuística Qual a sua opinião sobre as famílias poliafetivas? Você acha que a família está em desordem? RESPOSTA ESPERADA A família está em constante transformação e transcende, sempre, sua própria historicidade. Apesar das resistências às mudanças, elas veem acontecendo, quer gostemos ou não, queiramos ou não. E é isto que tem feito da família um lugar melhor para se viver. A família não está em desordem. Ao contrário, está cada vez melhor, mais verdadeira e mais autêntica. Todas essas inevitáveis mudanças são os frutos do afeto como valor e princípio jurídico, que se tornaram o vetor e catalisador do Direito das Famílias. Teste de aprendizagem Assinale a opção correta acerca da união estável e do casamento. Fundamentação: O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988, ao utilizar- se da expressão ‘família’, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia religiosa....."(ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011, Plenário, DJE de 14- 10-2011.) No mesmo sentido: RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-8-2011, Segunda Turma, DJE de 26-8-2011. Aula III: As Famílias Parentais Casuística O que é a família anaparental? Cite um exemplo de proteção legal para essa configuração familiar? RESPOSTA ESPERADA Do grego ana, tem o sentido de privação, isto é, a família privada de pais, sem pais. Assim, é a família formada entre irmãos, primos ou pessoas que têm uma relação de parentesco entre si, sem que haja conjugalidade entre elas e sem vínculo de ascendência ou descendência. É uma espécie do gênero família parental. A importância desse conceito e caracterização, assim como as demais famílias, está no sentido de proteção jurídica, especialmente para efeitos de caracterização do bem de família e sua impenhorabilidade. Teste de aprendizagem Com relação à família Binuclear, é correto afirmar que: Fundamentação: Quando tratamos da chamada Família Binuclear, temos que se trata de família conjugal bipartida, formada por dois núcleos de um núcleo originário. O que se dissolve é a família conjugal e não a família parental, que se transforma em dois núcleos dessa mesma família originária. Aula IV: Parentalidade Socioafetiva Casuística Quais os elementos norteadores da posse de estado de filho? RESPOSTA ESPERADA Os elementos da posse de estado se exteriorizam para instituir o vínculo de parentesco, tradicionalmente em três situações: nomen (ou nominatio), tractio e a reputatio (ou fama). O nomem, embora não seja essencial, é a utilização do nome, ou melhor, do sobrenome daquele a que se imputa cônjuge ou pai/mãe, ainda que apenas socialmente. A tractatio, ou seja, o trato, é a relação interna entre os integrantes da família, traduzindo-se em afetividade e solidariedade, consolidando o vínculo de parentesco. Quem se trata como pai e filho, filho e pai o são. A posse de estado de pai e filho se apresenta e se revela no dia a dia, na convivência e na participação ativa na vida um do outro, na alegria e dor, na saúde e na doença, em uma relação desinteressada que se alicerça apenas no afeto de um ao outro. O terceiro elemento da posse de estado, a reputatio, é uma extensão do segundo, ou seja, a tratatio se estende à família extensa e ao meio social complementando as características da parentalidade socioafetiva. É a aparência e a reputação como aquele vínculo se apresenta no meio social. Como se demonstra ou deixa transparecer no meio social como pai e filho, aparentando a verdadeira realidade interna do vínculo parental, de fato são parentes e podem, também, sê-lo de direito. E assim, a posse e estado de filho e posse de estado de pai vai além da dimensão interna e subjetiva da relação. Posse de estado é quando a vida privada transcende a intimidade do lar e se manifesta publicamente, recebendo um reconhecimento público e notório, recebe um tratamento social ostensivo. E é essa relação identificada como socioafetiva que traduz a vida como ela é, e pode ser objeto de reconhecimento judicial, para ensejar efeitos jurídicos de ordem pessoal e patrimonial. Teste de aprendizagem Em relação a Filiação é correto afirmar: Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade Fundamentação: Previsto no artigo 1.599 da CC/02 TEMA 09: DIREITO DE FAMÍLIA E O CÓDIGO CIVIL DE 2002 Aula I: O Direito de Família Brasileiro: Introdução Casuística Comente quais as principais mudanças ocorridas com o advento da Constituição Federal de 1988 e que influenciaram o Código Civil de 2002. Como se portavam os protagonistas do Código Civil de 1916 e como se porta(m) o(s) protagonista(s) do Código Civil de 2002? RESPOSTA ESPERADA No Código de 1916, a sociedade brasileira era rural, patriarcal, autoritária, e tratava a família como unidade de produção. Assim, os protagonistas eram o homem, contratante, proprietário, marido e testador, refletindo a importância do “ter”. Com o advento do código Civil de 2002, o protagonismo passa a ser da pessoa humana, não estabelecendo importância em virtude de gênero, ou quantidade de patrimônio, ou seja, estabelecer a igualdade material entre as pessoas. Ocorre a personalização do Direito Civil, consoante nosso posicionamento porque o Direito brasileiro nunca colocou a pessoa humana como protagonista, mas o homem proprietário. Portanto, não se pode falar em repersonalização, mas tão somente em personalização. Teste de aprendizagem Miguel Reale, ao estabelecer as premissas para o Código Civil de 2002, partiu de princípios que ainda não estavam previstos na Constituição vigente à época da elaboração do anteprojeto de Código. Tais princípios foram introduzidos na Constituição Federal de 1988 e orientaram todo o trabalho da Comissão. Os princípios constitucionais mencionados são: Fundamentação: Conforme disposto no art. 1º, inc. III, art. 5º, caput e inc. I e art. 3º, inc. I, da Constituição Federal. Os demais são princípios relativos à Administração Pública. Os outros são relacionados à liberdade de consciência religiosa e seu exercício e de imprensa. Os princípios constantes nas duas últimas alternativas são princípios que informam as relações internacionais. Aula II: A Tramitação do Código Civil de 2002 Casuística Muitas pessoas pensam que o Código Civil de 2002 foi uma obra realizada por Miguel Reale, assim como o Código Civil de 1916 foi uma obra solo de Clóvis Bevilaqua. Qual o papel e qual sua importância, em termos de conteúdo, de Miguel Reale na realização do Código Civil de 2002? RESPOSTA ESPERADA Foi criada uma Comissão em 1969 pelo Presidente Costa e Silva. Miguel Reale foi nomeado supervisor desta comissão composta por Moreira Alves, Agostinho Alvim, Sylvio Marcondes, Ebert Chamoun, Clóvis do Couto e Silva e Torquato Castro. Miguel Reale estabelece os princípios que informariam todo o trabalho de cada um dos componentes da Comissão: a dignidade da pessoa humana, a socialidade, a igualdade, além da eticidade, socialidade e operabilidade. Com ele, confere-se à pessoa humanaa importância que ela merece ter. Primeiro o “ser” e depois o “ter”. Teste de aprendizagem Atualmente é possível se falar em um novo Direito Civil, marcado, especialmente, pelos seguintes elementos, EXCETO: Privatização do Direito Civil. Constitucionalização do Direito Civil. Humanização do Direito Civil. Normatização da biotecnologia. Unificação no plano obrigacional entre o Direito Civil e o Direito Comercial. Fundamentação: é a única alternativa contrária aos institutos do Direito Civil Constitucional. Aula III: A Tríade Axiológica Casuística Renan Lotufo aponta, além da tríade axiológica proposta por Miguel Reale, um outro princípio informador do Código Civil de 2002. Qual é este princípio e como ele pode ser aplicado ao Direito de Família? RESPOSTA ESPERADA Renan Lotufo aponta o princípio da atividade em oposição ao status. Ele identifica este princípio a partir da visão estabelecida pelo Código Civil de 2002 em se afastar de estruturas estáticas para passar a reconhecer a funcionalidade dos institutos de direito. No Direito de Família, pode-se observar este princípio no que concerne ao poder familiar. Caso o pai não cumpra com suas obrigações, deverá ser responsabilizado pelo Estado, uma vez que exerce munus público, podendo até perder o poder familiar. Não basta mais ostentar o status de pai. Teste de aprendizagem Acerca do Direito Civil, assinale a opção correta. O princípio da eticidade, paradigma do atual direito civil constitucional, funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do pacta sunt servanda, quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do outro. Fundamentação: Jamais o direito de propriedade coletivo foi autorizado pelo Direito brasileiro nas bases propostas pela questão. Há que se conferir função social à propriedade, conceito distinto. As cláusulas gerais foram utilizadas, jamais repudiadas. A operabilidade significa concretude, o realizar o direito diante do caso concreto. Aula IV: Estrutura do Código Civil Casuística Do ponto de vista topográfico, o Código Civil de 2002 também significou avanço importante. No Direito de Família, como podemos identificar este avanço? RESPOSTA ESPERADA Primeiro tratou-se do Direito Pessoal de Família para depois tratar do Direito Patrimonial de Família, no Título II do livro IV, destinado ao Direito de Família. Isto reflete a importância dada à pessoa humana, ao “ser”, sem se esquecer do “ter”, porque as pessoas precisam de bens para sua sobrevivência. Teste de aprendizagem É correto afirmar que o direito civil disciplina, objetivamente, as relações jurídicas Fundamentação: O direito civil não disciplina relações jurídicas de índole constitucional; trata das relações entre particulares e há codificação específica no direito brasileiro, a saber, o Código Civil. TEMA 10 – O DIREITO DE ENVELHECER DIGNAMENTE. A PROTEÇÃO DO IDOSO E A RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA. DIRETIVAS E ANTECIPADAS DE VONTADE. Aula I: O Direito de Envelhecer Dignamente Casuística Sr. Eduardo, com 89 anos, foi ao Banco Frenets e dirigiu-se à fila preferencial, diante de sua idade. À frente dele, estavam outros idosos, com menos de 60 anos. Este banco descumpriu o Estatuto do Idoso e ele procurou seu escritório para tomar as medidas jurídicas cabíveis tendo em vista que dele foi exigido um esforço muito grande. Qual o fundamento para resguardar os direitos do Sr. Eduardo? Indique o encaminhamento a ser dado ao caso. RESPOSTA ESPERADA O fundamento está no Estatuto do Idoso, arts. 3º, § 2º, 9º e 43, com encaminhamento ao Conselho do Idoso, ao Ministério Público, além da ação de indenização por danos morais, pela prática do ato ilícito. Teste de aprendizagem O Estatuto do Idoso foi alterado em 2017. Dentre as alterações, foi estabelecido que “os maiores de 80 anos terão preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência” Fundamentação: O idoso tem direito à saúde; deve ser tratado como pessoa humana, independentemente das condições econômicas do Município, que deve assegurar sua existência digna. O idoso deve ser cuidado e tratado dignamente. Aula II: A Proteção do Idoso e a Responsabilidade da Família Casuística "No que consiste o direito fundamental ao envelhecimento? RESPOSTA ESPERADA O art. 8º do Estatuto do Idoso prevê que o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social. E, o art, 9º, que é obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Portanto, o Poder Público deve zelar para que a pessoa idosa possa ter acesso a todas as condições para que envelheça com dignidade, portanto, com saúde e segurança. Teste de aprendizagem A lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003 dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. De acordo com esta lei: Fundamentação: O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física etc.; o dever de zelar pela dignidade do idoso não é apenas da família, mas da sociedade e do Estado; a idade para reconhecimento da pessoa idosa é 60 anos. Aula III: Diretivas Antecipadas de Vontade - I Casuística Sr. Natanael, idoso de 72 anos, providencia sua Diretiva Antecipada da Vontade firmando uma escritura pública junto ao Tabelionato de Notas. Ele, porém, deseja que seu patrimônio, enquanto estiver impossibilitado de responder pessoalmente pelos atos de sua vida civil, seja administrado por seu filho Pedro. Qual providência o Sr. Natanael deve tomar? RESPOSTA ESPERADA O sr. Natanael deve providenciar, além da escritura mencionada, uma procuração outorgando, ao filho Pedro, os poderes necessários para a execução do seu mister. Teste de aprendizagem “É justamente no sentido de prover aos indivíduos um fenecimento honrado que, no entrecruzamento das relações contemporâneas entre direitos fundamentais e autonomia privada, emerge o vasto campo de possibilidades das declarações de vontade antecipada ou testamento vital. O objetivo de tais expressões jurídicas é justamente proteger a dignidade humana do enfermo terminal ou daquele que, diante de diagnóstico médico preciso, esteja diante de circunstância tolhedora de suas potencialidades humanas racionais” (FACHIN, L.E. et al. Testamento vital ou declaração de vontade antecipada – limites e possibilidades das declarações de vontade que precedem à incapacidade civil. Disponível em:<http://fachinadvogados.com.br/artigos/Testamento%20vital. pdf >. Acesso em: 17 de abril de 2015.) Considerando as ideias contidas no texto acima e de acordo com o que dispõe o Provimento n. 260/CGJ/2013, é correto afirmar: Fundamentação: Trata-se de disposição estabelecida justamente para declarar aos médicos, quando o paciente não mais responder por si, instruções de como ser tratado em relação aos cuidados que deverão ser dirigidos a ele. As testemunhas são fundamentais. As DAV’s, também conhecidas como testamento vital, estão dispostas neste Provimento mineiro. Aula IV: Diretivas Antecipadas de Vontade - II Casuística Pedro, elaborando sua DAV, solicita que a ele seja aplicada a ortotanásia. Pode-se dizer que esta disposição, que é a manifestação de vontade de seu cliente, é a expressão máxima de qual princípio especificamente? RESPOSTA ESPERADA É possível que se responda exclusivamente acerca do princípio da dignidade da pessoa humana. No entanto, ao estabelecer uma DAV, o paciente declarante está a observar o princípio da autonomia privada em sua plena expressão. Teste de aprendizagem São cuidados materiais e formais que devem ser observadosao se elaborar uma DAV: Fundamentação: Sacerdote e contador podem auxiliar as pessoas, mas não no momento de lavratura de uma DAV. A ausência de um médico não invalida uma DAV. No máximo, pode ser um sinal de que a vontade não foi expressa de maneira consciente. É recomendável que seja por escritura pública, mas é possível por escrito particular, gravação, com testemunhas. Avaliação 1º O objetivo de se criar um ordenamento jurídico é: a) A preservação e tutela dos anseios comuns e gerais que se traduzem nos interesses dos Estados; b) Garantir o bem-estar social, com respeito às opiniões éticas, morais e científicas dos indivíduos envolvidos; c) Garantir o bem-estar social, com respeito às opiniões exclusivamente éticas dos indivíduos envolvidos; d) Burocratizar o Estado, a Administração Pública, para que todos saibam seus direitos; Fundamentação: a garantia do bem-estar social é o objetivo de se criar um ordenamento jurídico, com o respeito das opiniões éticas, morais e científicas. 2º A dignidade humana integra um dos princípios consagrados na Constituição Federal brasileira. Ao lado dele há outros fundamentos, a saber a) Independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção; igualdade entre os Estados, defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos; b) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária; garantia do desenvolvimento nacional; erradicação da pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais; promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais quer outras formas de discriminação; c) Repúdio ao terrorismo e ao racismo, a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e a concessão de asilo político; d) A soberania, a cidadania, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político; Fundamentação: trata-se de texto expresso da CF/88, art. Io, incs. I, II, IV e V. 3º Quanto à boa-fé objetiva nas relações familiares, pode-se dizer que; a) Sua inobservância não tem qualquer relevância para o Direito de Família; b) Tem fundamento no devido processo legal e na proteção da desconfiança, aplicando-se a todos os ramos do direito; c) 0 atraso deliberado, intencional, no pagamento da pensão alimentícia devida, quando o devedor tem o recurso ã disposição, constitui sua inobservância; d) Elaborar pacto antenupcial para estabelecer a separação de bens e, depois, pedir que os bens se comuniquem configura boa-fé nas relações familiares; Fundamentação: a relevância é inquestionável porque é princípio informador de todo o Direito Civil. É fundamentado no dever de confiança que deve existir nas relações jurídicas, tanto durante as tratativas, no decorrer da relação e após. 4º Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a falta ou a carência de recursos materiais: a) Não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar; b) Constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar; c) Permite a destituição ou a suspensão do poder familiar uma vez que as partes não têm condições de constituir advogado; d) Prevê que o juiz destitua o poder familiar prontamente e encaminhe a criança ou adolescente para a adoção; Fundamentação: conforme art 23 do ECA. 5º Segundo o que nos ensina Giselda Hironaka, amparando-se na lição de Eduardo Bittar, podemos dizer que o Código Civil francês, em 1804, conhecido como Code Napoleón; a) Definiu-se como o paradigma da codificação incompleta, o sistema de um Código aberto, perfeito, lógico, objetivo. b) Definiu-se como o paradigma da codificação incompleta, o sistema de um Código aberto, perfeito, lógico, objetivo. c) Definiu-se como o paradigma da codificação incompleta, o sistema de um Código aberto, perfeito, lógico, subjetivo. d) Definiu-se como o paradigma da codificação incompleta, o sistema de um Código aberto, perfeito, lógico, subjetivo. Fundamentação: o Código Napoleônico foi concebido consoante a visão kelseniana, fechado, completo, objetivo, prevendo todas as possibilidades de relações jurídicas. 6º Levando em consideração as espécies de famílias e entidades familiares, é correto afirmar que o rol das formas de família, segundo a Constituição Federal é: a) Restrito; b) Numerus clausus; c) Taxativo; d) Exemplificativo; Fundamentação: uma vez que a Constituição Federal de 1988. em seu artigo 226. parágrafo 4º assegura como família qualquer forma de instituição formada pelos pais e seus descendentes. Logo, as demais alternativas são falsas, pois, não condizem ao assegurado na CF, ensejando uma interpretação restritiva, que seja menos abrangente. 7º Um sério problema com o qual o advogado pode se deparar ao lidar com o ordenamento jurídico é o das antinomias. Segundo Norberto Bobbio. em seu livro Teoria do Ordenamento Jurídico, são necessárias duas condições para que uma antinomia ocorra. Assinale a opção que, segundo o autor da obra em referência apresenta tais condições. a) As duas normas aplicáveis não apresentam uma solução satisfatória para o caso; as duas normas não podem ser integradas mediante recurso a analogia ou costumes; b) Ambas as normas devem ter procedido da mesma autoridade legislativa; as duas normas em conflito não devem dispor sobre uma mesma matéria; c) As duas normas em conflito devem pertencer ao mesmo ordenamento; as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade, seja temporal, espacial, pessoal ou material; d) Ocorre no âmbito do processo judicial quando há uma divergência entre a decisão de primeira instância e a decisão de segunda instância ou quando um tribunal superior de natureza federal confirma a decisão de segunda instância; Fundamentação: para Bobbio. identificam-se as antinomias em três situações: 1) CONTRARIEDADE: uma nonma ordena a fazer algo e outra proíbe; 2) CONTRADITORIEDADE: uma norma ordena fazer e outra permite não fazer; 3) CONTRADITORIEDADE: uma norma proíbe fazer e outra permite fazer; Além das situações acima descritas, para que haja antinomia é ainda necessário que: 1)???as duas normas pertençam ao mesmo ordenamento as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade: temporal, espacial, pessoal e material. 2) as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade: temporal, espacial, pessoal e material. Portanto, a alternativa "As duas normas em conflito devem pertencer ao mesmo ordenamento; as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade, seja temporal, espacial, pessoal ou material" é a correta e gabarito da questão. 8º Assinale a alternativa correta sobre o Princípio da Igualdade entre homens e mulheres, previsto no art. 5o. inciso I. da Constituição Federal: a) A diferença de critério de admissão em concursos públicos entre homens e mulheres sempre será inconstitucional em face do princípio da isonomia; b) Existe violação ao princípio da isonomia entre homens e mulheres se. na relação de emprego, for criada discriminação com base na natureza das atribuições e funções exercidas em razão do sexo; c) Para fins de admissão ou de permanência na relação de emprego, considera-se constitucional a exigência de atestados de gravidez e esterilização; d) 0 tratamento diferenciado em razão do sexo pode ser admitido se a finalidade pretendida for atenuar os desníveis existentes entre homens e mulheres; Fundamentação: Na máxima Aristotélica de que deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida que se desigualam resta evidente. Necessária proteção por exemplo da Lei Maria da Penha. O STF entendeu que não ofende a isonomia constitucional a referida legislação (ADC 19 e ADI 4424). 9º O sistema de codificação do Código Civil de 2002:a) Resguardou a igualdade por meio da visão abstrata do sujeito de direitos, considerado em razão das normas jurídicas, e não em face de suas circunstâncias concretas; b) Estabeleceu a visão antropocêntrica ao Direito Privado, da qual é exemplo a previsão normativa dos direitos da personalidade; c) Adotou a concepção de sistema fechado, uma vez que permitido o diálogo apenas com a Constituição Federal e com as normas especiais de direito privado; d) Utilizou a técnica legislativa das normas abertas, razão pela qual o processo de aplicação do Direito depende exclusivamente do raciocínio dedutivo e silogístico; Fundamentação: a igualdade assegurada foi a material, além da formal; o diálogo entre as fontes foi um dos grandes recursos empregados diante desta nova metodologia; a dependência não é exclusivamente silogística; a unificação foi total. 10º As diretivas antecipadas da vontade são: a) Um documento por meio do qual o declarante poderá orientar os profissionais médicos sobre qual o melhor remédio a ser ministrado a ele e em que dose receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente sua vontade; b) Um documento que prevê instruções, exclusivamente, no que toca a administração patrimonial na eventualidade de moléstia ou morte; c) Um documento por meio do qual o declarante poderá orientar os assistentes sociais sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade; d) Um conjunto de instruções e vontades a respeito do corpo, da personalidade e da administração familiar e patrimonial para a eventualidade de moléstia grave ou acidente que venha a impedir a pessoa de expressar sua vontade; Fundamentação: Este documento traz as instruções aos profissionais médicos. Se ela pode exprimir sua vontade não precisa de DAV. A escolha do medicamento e a dosagem são prerrogativas do médico.
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