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0 Fábio João Maposse Teorias de Aprendizagem (Licenciatura Em Ensino de Química) Universidade Pedagógica Nampula 2021 1 Fábio João Maposse Teorias de Aprendizagem Universidade pedagogia Nampula 2021 Trabalho de carácter avaliativo na cadeira de psicologia de aprendizagem, a ser entregue no Departamento de ciências naturais e matemática, curso de licenciatura em ensino de Química 2 semestre do 2 ano, leccionado pelo: Mestre: Gill Pedro Licaneque 2 Índice Introdução .................................................................................................................................. 3 1. Teorias de aprendizagem ....................................................................................................... 4 1.1. Teorias de aprendizagem behavioristas .............................................................................. 4 1.1.1. Condicionamento Clássico............................................................................................... 5 1.2. Teorias de aprendizagem social .......................................................................................... 5 1.2.1.Os principais agentes da aprendizagem social .................................................................. 6 1.2.2. Os meios de Comunicação Social .................................................................................... 7 1.2.3. Factores que facilitam a aprendizagem social ................................................................. 7 1.3. Teorias de aprendizagem cognitiva Gestaltista e de Campo .............................................. 7 1.3.1.1. As Leis Básicas Da Gestalt ou Leis Da Organização Gestaltica .................................. 8 1.3.2.Teoria De Campo .............................................................................................................. 9 1.4. Teorias interacionistas de aprendizagem de Piaget, Vigotsky, Bruner e Ausubel .............. 9 1.4.1. Desenvolvimento e aprendisagem .............................................................................. 10 1.4.2. Teorias cognitivas de aprendizagem ou teorias de aprendizagem de Piaget ................. 10 1.4.2. Teoria de aprendizagem segundo vigotsky. ................................................................... 11 1.4.2.1. Os dois conceitos descritos por vigotsky: ............................................................... 11 1.4.2.2. Aprendizagem por descoberta..................................................................................... 12 1.4.3. Teoria de Aprendizagem de Ausubel ............................................................................. 12 1.5.Teorias de aprendizagem humanista de Carl Rogers e Abraham Maslow ........................ 14 1.5.1. Teorias de aprendizagem humanista de Carl Roger ...................................................... 14 1.5.2. Teorias de aprendizagem humanista de Abraham Maslow ........................................... 16 1.6. O modelo informático ................................................................................................... 17 Conclusão ................................................................................................................................. 19 Referencias bibliográficas ........................................................................................................ 20 3 Introdução Resumo A perspectiva comportamentalista diz que para que haja aprendizagem é necessário estimularmos o indivíduo que aprende, a teoria de aprendizagem social diz que o comportamento humano é adquirido e que os princípios da aprendizagem são suficientes para explicar o desenvolvimento e a manutenção desse comportamento, a teoria gestaltista é uma teoria que estuda como os seres humanos percebem as coisas, O comportamento humano é derivado da totalidade de factos coexistentes; esses factos coexistentes têm o carácter de um campo dinâmico, a teoria cognitivista analisa os fenómenos da consciência, a teoria de aprendizagem humanista é modo como as pessoas aprendem e por fim o modelo informático é um modelo descritivo, tenta descrever e compreender os mecanismos da recepção, processamento, retenção e utilização dos conhecimentos no cérebro humano. O processo de Ensino-Aprendizagem é um processo dinâmico que integra por si a actividade docente (o professor como mediador do conhecimento) e o aluno como sendo o aprendiz. As principais interpretações das questões relativas à natureza da aprendizagem remetem a um passado histórico da filosofia e da psicologia. Diversas correntes de pensamento se Desenvolveram, definindo paradigmas educacionais como o empirismo, o inatismo ou Nativismo, os associacionistas, os teóricos de campo e os teóricos do ] processamento da informação ou psicologia cognitiva, os teóricos humanistas. Objectivos Gerais Conhecer de forma precisa e minuciosa as diferentes correntes ou teorias de aprendizagem. Específicos Conceituar a teoria de aprendizagem behavioristas . Caracterizar a teoria de aprendizagem social ( mencionar os principais agentes de aprendizagem social, descrever os meios de comunicação social, mencionar os factores que facilitam na aprendizagem social). Descrever as leis básicas da teoria gestaltista e a teoria de campo. Mencionar e caracterizar as teorias interacionistas de aprendizagem de Piaget, Vigotsky, Bruner e Ausubel. Destacar os principais pontos da teoria humanista de Cartl Rogers, de Abraham Maslow e do modelo informático. Quanto aos efeitos metodológicos o trabalho apresenta a seguinte estruturaꓽ introdução, desenvolvimento, conclusão e referencias bibliográficasꓽ e no que tange a metodologia para a elaboração deste trabalho usou-se método bibliográfico que consistiu na leitura de varias obras literárias, assim como leitura de vários artigos. 4 1. Teorias de aprendizagem As principais interpretações das questões relativas à natureza da aprendizagem remetem a um passado histórico da filosofia e da psicologia. Diversas correntes de pensamento se Desenvolveram, definindo paradigmas educacionais como o empirismo, o inatismo ou Nativismo, os associacionistas, os teóricos de campo e os teóricos do ] processamento da informação ou psicologia cognitiva, os teóricos humanistas. A aprendizagem é a aquisição e o desenvolvimento da memoria e dos comportamentos, incluindo as competências, o conhecimento, a compreensão os valore e a sabedoria. É o resultado da experiencia e a meta do ensino. A aprendizagem acontece no organismo e é inferido na mudança e no comportamento do organismo. A definição insiste igualmente no facto de que a aprendizagem e o resultado da experiencia ou da pratica. Estima-se que a aprendizagem tratada das mudanças do comportamento que são de uma natureza relativante permanente. Enfim, a pratica reforçada e discernida como um factor essencial de aprendizagem 1.1. Teorias de aprendizagem behavioristas A aprendizagem é a primeira razão para a existência da escola e o meio através o qual a sociedade é efectuada. É difícil imaginar como é que os seres humanos podem estar separados da aprendizagem, uma vez que os dois são inseparáveis. Sem margem de dúvidas que sem a aprendizagem, as pessoas não saberiam os seus próprios nomes, os dos pais, onde vivem. Na ausência da aprendizagem não seríamos capazes de ler esta informação, nem sermos capazes de falar a linguagem que falamos ou tratar das nossas necessidades psicológicas (MWAMWENDA, 2005). A perspectiva comportamentalista considera que a aprendizagem resulta da associação de estímulo-resposta (S-R) quer dizer, para que hajaaprendizagem é necessário estimularmos o indivíduo que aprende. Nesta perspectiva, fala-se mais de Ivan Pavlov, John Watson, Frederic Skinner e Edward Thorndike. 5 1.1.1. Condicionamento Clássico A pesquisa sobre o condicionamento foi feita por Ivan Pavlov . Esta, foi a primeira teoria da aprendizagem que é referida como clássica. Condicionamento significa aprendizagem ou modificação de comportamento. O condicionamento clássico de Pavlov nos dá o conhecimento de como um comportamento novo é aprendido, o cão aprendeu a salivar ao som da campainha pela associação do som desta `a apresentação de comida. A comida foi substituída pelo som da campainha, no sentido em que o cão respondeu ao som desta de forma similar `a que ele respondeu a comida. 1.2. Teorias de aprendizagem social Psicologia social é o estudo científico das influências recíprocas entre as pessoas e do processo cognitivo gerado por esta interacção (pensamento social). A teoria de aprendizagem social baseia-se na premissa de que o comportamento humano é amplamente adquirido e que os princípios da aprendizagem são suficientes para explicar o desenvolvimento e a manutenção desse comportamento, mas também ao facto de que muitas aprendizagens importantes ocorrem indirectamente. Isto é, ao observar o comportamento dos outros, os indivíduos aprendem a imitar aquele comportamento ou de alguma maneira modelam-se de acordo com os outros. A teoria da Aprendizagem Social supõe que o ser humano seja um agente intencional e reflexivo, dotado de prerrogativa de auto-direcção, no que concerne ao comportamento (ROSA ,2003). 6 1.2.1.Os principais agentes da aprendizagem social 1.2.1.1 A família A família é representada fundamentalmente pela mãe e pelo pai. Muitas respostas sociais são aprendidas simplesmente pela observação e reprodução de comportamentos observados na família. A primeira identificação das crianças é com os membros da família. Quanto à mãe, esta seria a mediadora de recompensas biológicas e sociais. A qualidade da sua relação influi no desenvolvimento da personalidade da criança. Assim, para além do desenvolvimento afectivo e social a mãe pode também contribui para o desenvolvimento cognitivo, pelo número de informações que ela disponibiliza ao longo do crescimento da criança. A influência do pai começaria aos três anos, principalmente na formação do superego, na internalização das regras morais de convivência. Normalmente, os meninos se identificam com os padrões de conduta paternos (do pai). Mesmo que o desenvolvimento da criança dependa de vários outros factores, não se pode deixar menosprezar a importância da família, para a formação da identidade sexual no sentido do género (masculino ou feminino) e para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança. 1.2.1.2. Os amigos Desde a infância inicial a criança interessa-se por outras da mesma idade e até aos três anos ela se exercita para as actividades cooperativas. Já que a criança é predominantemente egocêntrica há criança em contacto com outras vai atenuando as dificuldades em compartilhar seus objectos e vai desenvolvendo o comportamento cooperativo e altruísta. Entre adolescentes a formação dos grupos “naturais” é de extrema importância, pois estes influem sobre a vida de cada um deles. Nestes os grupos são caracterizados pela existência de comportamentos recíprocos que podem ser hierarquizados com base no poder e na posição social e a existência de uma série de normas sociais, valores compartilhados, de uma linguagem, de apelidos e regras que especificam as diferenças individuais. A formação de grupo pode ser formal quando a reunião é pela busca de objectivos estabelecido (equipa de futebol, grupo de catequese, etc.) ou informal que é a agregação espontânea dos adolescentes, para compartilhar um tempo livre ou um divertimento. 7 1.2.2. Os meios de Comunicação Social Os meios de comunicação social são hoje, talvez os mais influentes na formação da identidade da criança e principalmente dos adolescentes e jovens. A Televisão pode influenciar em comportamentos não comuns na família e nos grupos de amizades. Com mais incidência nos dias actuais está a internet, um meio que possibilita transpor todas as fronteiras físicas e morais. O cuidado tanto dos pais como do professor são imprescindíveis para o desenvolvimento de uma aprendizagem de qualidade a partir dos meios de comunicação de massa 1.2.3. Factores que facilitam a aprendizagem social BANDURA propõe que uma maneira fundamental de os humanos adquirirem habilidades e comportamentos é observar o comportamento dos outros. A aprendizagem obrigacional, ou modelação é governada por quatro processos constituintes: Atenção, retenção, produção e motivação. 1.3. Teorias de aprendizagem cognitiva Gestaltista e de Campo 1.3.1. A Gestalt Gestalt (Gestaltismo, psicologia da forma ou simplesmente Gestalt ) É uma palavra de origem germânica que significa “forma” ou “figura”, é uma teoria que estuda como os seres humanos percebem as coisas: objectos, imagens, sensações – pode ser entendido como uma teoria da percepção. Não é o sobrenome de algum psicólogo que teria fundado o movimento.( DAVIS, 1990). A Psicologia da Gestalt afirma que nossa percepção não se dá por “pontos isolados”, mas, sim, por uma visão de “todo”. Nossa percepção é resultado de uma sensação global, as partes são inseparáveis do todo e são outra coisa que não elas mesmas, fora desse todo. Para a Gestalt o todo é sempre mais que a soma de suas partes - o homem é uma totalidade. O princípio fundamental da Teoria da Gestalt sugere que a análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo, uma vez que o todo é constituído pelas interacções e interdependências das partes, deste modo é que a teoria da gestalt se propõe a estudar a vida psíquica sob o aspecto da combinação de elementos (sensações e imagens) que a constituem. O objecto de estudo da Gestalt (a percepção) se confunde, em alguns casos, com o da Psicologia Cognitiva Experimental, especialmente pelos estudos na área da percepção, mas também pelas preocupações da Gestalt com a organização, a estruturação, e o papel do 8 indivíduo e da percepção nos processos de aprendizagem e memorização. Apesar da possível relação entre os objectos de estudo das teorias Cognitiva e da Gestalt, seus enfoques permanecem distintos, principalmente no que tange a utilização de diferentes métodos de investigação e as bases epistemológicas que os mesmos pressupõem (BOCK,1993). 1.3.1.1. As Leis Básicas Da Gestalt ou Leis Da Organização Gestaltica Para Bock (1993), as leis básicas da gestalt podem ser: proximidade, boa continuidade, semelhança (similaridade), pregnância / boa forma e clausura / fechamento. Lei da Proximidade Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distantes de seus similares. Lei da Continuidade Há uma tendência da nossa percepção a seguir uma direcção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direcção específica. Lei da Semelhança Os objectos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode acontecer na cor dos objectos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Lei da Pregnância Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu carácter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos simplificação. Lei da Clausura ou Fechamento Os elementos são agrupados mas se eles parecerem se completar, isto é, a nossa mente ver um objecto completo mesmo quandonão há um para o completar. 9 1.3.2.Teoria De Campo A teoria de campo, criada por Kurt Lewin em 1935, se baseia em duas (2) suposições fundamentais: O comportamento humano é derivado da totalidade de factos coexistentes; Esses factos coexistentes têm o carácter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras partes. Para Davidoff (2001), o comportamento humano depende do passado, do futuro, e também do campo dinâmico actual e presente. Esse campo dinâmico é "o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico”.Lewin propõe a seguinte equação, para explicar o comportamento humano: Onde: O comportamento (C);Função (f); Resultado da interacção entre a pessoa (P); e O meio ambiente (M) que a rodeia. Na teoria de campo, o homem é o produto do meio (campo) presente e da energia que possui em determinado momento. O ambiente psicológico (ou ambiente Comportamental) é o ambiente tal como é percebido e interpretado pela pessoa. Mais do que isso, é o ambiente relacionado com as atuais necessidades do indivíduo. 1.4. Teorias interacionistas de aprendizagem de Piaget, Vigotsky, Bruner e Ausubel Afirma-se que é através das manifestações exteriores que se vê se o sujeito aprendeu, mas estas só se revelam se no interior do sujeito tiver havido um processo de transformações e mudanças. A sua contrapartida externa, traduz-se em acções que o sujeito não era capaz de realizar antes de aprender, mas que conseguem fazer depois do periodo de aprendizagem, de uma forma cosciente que não deixa dúvidas. ALARCAO & TAVARES, 2002:86). C = f (P,M) 10 1.4.1. Desenvolvimento e aprendisagem Considera-se desenvolvimento humano como um refinamento progressivo da estrutura do sujeito através, de transformações que se efectuam e auto regulam dentro do próprio sistema da estrutura da pessoa e a aprendizagem como um processo de construção interna que leva o sujeito a tornar-se cada vez mais apto. Ambos processos, desenvolvimento e aprendizagem, exercem influências recíprocas. O desenvolvimento, ao mesmo tempo que possibilita a aprendizagem, e por ela mesma dinamiza, adquirindo assim uma maior amplitude. A criança aprende porque atingiu um determinado desenvolvimento, mas ao aprender desenvolve-se ainda mais. 1.4.2. Teorias cognitivas de aprendizagem ou teorias de aprendizagem de Piaget O cognitivismo, conhecida também como construtivismo, essa teoria envolve uma análise de processos mentais superiores, com o acto de conhecer, com a cognição, interessa-se em compreender e analisar como o ser humano conhece o mundo (os fenómenos da consciência). Essa teoria defende que a aprendizagem não resulta de associação do tipo Estímulo-Resposta, mas consiste numa mudança na estrutura cognitiva do sujeito ou na maneira como ele percebe, selecciona e organiza os objectos e os acontecimentos e lhes atribui significado. 1.4.2.1. Aprendizagem na visão de Piaget De acordo com ALARCAO & TAVARES, (2002. 102): A aprendizagem, para Piaget, é um processo normal, harmónico e progressivo, de exploração, descoberta e reorganização mental, em busca de equilibração da personalidade. A concepção construtivista de Piaget parte do pressuposto de que o conhecimento não depende apenas do sujeito, nem só do objecto. As estruturas da inteligência não são apenas inatas, mas produto de uma construção contínua do sujeito agindo sobre o meio. Piaget atribui ao indivíduo um papel activo na construção do conhecimento e propõe a seguinte dialéctica: Estruturas mentais- Experiências 11 1.4.2.3. Fases de processo de Ensino-Aprendizagem segundo Piaget I. De Assimilação: esta fase já poderá produzir um fenómeno de aprendizagem, sob a forma de transferência de reacção, como ocorre no processo de condicionamento, em que a reacção a um excitante incondicionado passa a ser produzida por um excitante novo. II. De acomodação: corresponde ao processo de a aprendizagem sub a forma, mais geral, de modificação do esquema de reacção propriamente dito, sob o efeito de êxito. Portanto, graças a experiência, que se torna anterior diante de uma situação posterior, é conseguida a satisfação da necessidade. 1.4.2. Teoria de aprendizagem segundo vigotsky. (Aprendizagem como acção interpessoal) Vigotsky, enfatiza o processo sócio-estórico, o aprendizado inclui a interdependência entre indivíduos, ou seja, a relação entre aquele que ensina e aquele que aprende. Não há como apreender o mundo se não tivermos o outro. Vigotsky, considera o desenvolvimento como sendo um processo que se dá de fora para dentro. Este processo, envolve sempre a interacção social e, na falta de situações propícias ao aprendizado, o desenvolvimento fica impedido de ocorrer. 1.4.2.1. Os dois conceitos descritos por vigotsky: Conceitos quotidianos ou práticos: desenvolvidos no decorrer da vida prática da criança, em suas interacções sociais imediatas Conceitos científicos: são adquiridos por meio do ensino, pelos processos deliberados de instrução escolar. A aprendizagem da criança é um processo contínuo, isto é, inicia-se muito antes da sua entrada na escola, isto porque desde o primeiro dia de vida, ela já está exposta aos elementos da cultura e à presença de outrem, que se torna o mediador entre ela e a cultura. A escola surgirá para privilegiar o desenvolvimento, pois é o espaço em que o contacto com a cultura é feito de forma sistemática, intencional e planificada 12 1.4.2.2. Aprendizagem por descoberta De acordo com Jerome Bruner, a aprendizagem por descoberta implica que os alunos descubram o que são capazes de fazer e de pensar por eles próprios. Para ele, a aprendizagem é um processo activo do sujeito que aprende. O sujeito aprendente guarda e organiza a informação recebida. O conhecimento se adquire através do levantamento de problemas, de hipóteses que avançam e se verificam e de descobertas que se fazem. Depois de se adquirir o conhecimento, este é organizado em categorias e relaciona-se com o conhecimento antes adquirido. 1.4.3. Teoria de Aprendizagem de Ausubel A teoria de David Ausubel fundamenta que, há aprendizagem significativa de certo conceito quando este relaciona-se de maneira substantiva e não arbitrária com outros conceitos pré- existentes na estrutura cognitiva do indivíduo, aos quais Ausubel designou de subsunçores. Por subsunçores, Ausubel entende um ou mais conceitos, já existentes na estrutura cognitiva aos quais os novos conceitos vão ligar-se em um primeiro momento antes de serem incorporados à estrutura cognitiva de forma mais completa. De acordo com Ausubel (1973:25), subsunçor é uma estrutura específica na qual uma nova informação pode se agregar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual, que armazena experiências prévias do sujeito. 1.4.3.1. Características básicas da aprendizagem significativa A aprendizagem significativa é o processo pelo qual um novo conhecimento se relaciona de maneira não arbitrária e não literal à estrutura cognitiva do estudante, de modo que o conhecimento prévio do educando interage, de forma significativa, com o novo conhecimento que lhe é apresentado, provocando mudanças em sua estrutura cognitiva. (AUSUBEL,1973). As características básicas da aprendizagem significativa podem ser: Não-arbitrariedade e substantividade. 1.4.3.2. Não-arbitrariedade. Quer dizer que o material potencialmente significativo se relaciona de maneira não-arbitrária com o conhecimento já existente na estrutura cognitiva do aprendiz. Ou seja, o relacionamento não é com qualquer aspecto da estrutura cognitiva, mas sim com conhecimentos especificamente relevantes, os quais Ausubel chama subsunçores. O conhecimento prévio serve de matriz ideacional e organizacional para a incorporação,13 compreensão e fixação de novos conhecimentos quando estes “se ancoram” em conhecimentos especificamente relevantes (subsunçores) preexistentes na estrutura cognitiva. 14 1.4.3.3. Substantividade. Significa que o que é incorporado à estrutura cognitiva é a substância do novo conhecimento, das novas ideias, não as palavras precisas usadas para expressá-las. O mesmo conceito ou a mesma proposição podem ser expressos de diferentes maneiras, através de distintos signos ou grupos de signos, equivalentes em termos de significados. 1.5.Teorias de aprendizagem humanista de Carl Rogers e Abraham Maslow A Teoria de aprendizagem humanista é modo como as pessoas aprendem, a conhecer as condições necessárias para ocorrer a aprendizagem e identificar o papel do educador neste processo (TAVARES,2002,98). 1.5.1. Teorias de aprendizagem humanista de Carl Roger Segundo Falcao (2002) a teoria humanista de Rogers deriva da sua prática em psicoterapia, assim sendo, ele estendeu à educação as proposições da terapia. Para ele, o ser humano é essencialmente bom, em cada indivíduo há um núcleo positivo que caracteriza o valor pessoal e que tende a expressar-se. A pessoa é mais que um organismo biológico é um ser humano que pensa, sente, escolhe, decide, é um ser com capacidade de mudança. Por isso, a educação deve ver tais características e centrar seu processo nas necessidades do aluno. É neste sentido que Carl Roger destaca as seguintes características da aprendizagem: Aprendizagem centrada no aluno: esta característica consiste em o facilitador confiar na capacidade das pessoas em pensar e aprender por si só, sendo assim o facilitador partilha com os outros membros a responsabilidade pelo processo de aprendizagem, encoraja os aprendizes a contribuir com diferentes recursos. Desenvolvimento humano e personalidade: o desenvolvimento explica-se a partir de uma única necessidade ou motivo humano básico, que é a fonte de toda a energia a tendência inata do organismo para desenvolver todas as suas potencialidades cujo esta tendência é uma função do organismo como um todo. A personalidade faz parte desse todo, enquanto uma estrutura interna, que se desenvolve a partir da experiência. É a personalidade que possui essa pré-disposição à auto-realização. Por isso, diz-se que o desenvolvimento é auto-dirigido. Noção de ‘Eu’: a noção de „eu‟ é um conceito importante para se compreender o desenvolvimento do homem como pessoa. Refere-se a maneira pela qual a pessoa se percebe, actuando no meio. Essa imagem se desenvolve quando a pessoa se relaciona com outras pessoas – é como uma auto-imagemO „eu‟ sofre mudanças constantes, 15 quando a pessoa vivencia novas aprendizagens e experiências, favorecendo sua maturidade psíquica. Auto-valoração: é o processo de se auto-conhecer, de desenvolver a noção de „eu‟, de se perceber a si mesmo. É o desenvolvimento dos valores pessoais, a partir de experiências igualmente pessoais. Conhecimento é autodescoberto: da mesma forma que o desenvolvimento é auto- dirigido, o conhecimento é autodescoberto. Por isso, o professor exerce a função de um integrador de conhecimentos. Assim, pode afirmar que a aprendizagem compensadora é aquela que ocorre em grupo – via discussões. 1.5.1.1. Princípios básicos da aprendizagem para Rogers Todo aluno tem potencialidade para aprender e a tendência a realizar essa potencialidade; A aprendizagem significativa ocorre quando o conteúdo da aprendizagem é percebido como relevante para o aluno, a partir de seus próprios objectivos; A aprendizagem que envolve mudança na organização do „eu‟ na percepção de si mesmo é ameaçadora e tende a suscitar a resistências; Se a resistência do aluno à aprendizagem significativa é pequena, então ele realiza sua potencialidade para aprender. Quanto menos necessidade de usar defesas, mais prontamente organiza-se a representação. Os elementos discrepantes podem ser admitidos e integrados na auto-imagem e a aprendizagem ocorre e a personalidade se desenvolve; Aluno que realiza sua potencialidade para aprender, torna-se aberto à experiência e reciprocidade. A auto-avaliação é função da capacidade de cada um de valoração pessoal; A independência, a criatividade a auto-confiança são todas facilitadas quando a auto- avaliação e a auto-crítica são básicas; a avaliação feita por outros é secundária; A aprendizagem significativa é em sua maior parte adquirida através de actos; A aprendizagem é facilitada quando o aluno participa responsavelmente do processo de aprendizagem. Favorece a conscientização de variadas experiências e conhecimentos, muito mais resistentes ao tempo. 16 1.5.2. Teorias de aprendizagem humanista de Abraham Maslow As necessidades humanas, segundo Maslow, estão arranjadas numa hierarquia que ele denominou de hierarquia dos motivos humanos. Conforme o seu conceito de premência relativa, uma necessidade é substituída pela seguinte mais forte na hierarquia, na medida em que começa a ser satisfeita. Assim, por ordem decrescente de premência, as necessidades estão classificadas em: fisiológicas, segurança, afiliação, auto-estima e auto-realização. A necessidade fisiológica é, portanto, a mais forte, a mais básica e essencial, enquanto a necessidade de auto-realização é a mais fraca na hierarquia de premência (Maslow, 1973). 1.5.2.1. Indicadores dos viveis de necessidades Segundo (Maslow, 1973) aponta várias maneiras subjectivas para medir o nível de necessidade, porém dá mais ênfase às queixas apresentadas pelos indivíduos, visto que elas são indicadoras de seus desejos. Segundo ele, os seres humanos irão sempre reclamar, independentemente do nível das suas necessidades, pois os indivíduos sempre estarão desejando alguma coisa mais da qual não dispõem. Quanto mais alto o nível de necessidade, mais elevados serão estes desejos e, consequentemente, mais fortes as reclamações e frustrações dos indivíduos. Essas reclamações podem, também, ser um indicador da saúde das organizações, pois, se elas foram muito baixas, estarão, provavelmente, reflectindo um tipo inadequado de gerência e um nível de vida baixo dentro da organização. São mencionadas, a seguir, algumas reclamações possíveis em cada categoria de necessidade, além de outras características correspondentes a cada nível da hierarquia de necessidades, numa tentativa de operacionalizar os conceitos que representam cada nível dessa hierarquia (Maslow, 1954). • Nível fisiológico: reclamações referentes a perigo de vida, fadiga, fome, sede, más condições de moradia, falta de ar devida a problemas de ventilação ou ao tipo de trabalho, falta de conforto pessoal, manifestação do desejo de um lugar de trabalho seco e aquecido, uma posição mais confortável para o corpo durante o trabalho, boas condições de saúde, melhor pagamento. Neste nível, as necessidades são, em sua maioria, multideterminadas, isto é, elas servem de canal para a satisfação de outras necessidades. 17 • Nível de segurança: queixas relativas à segurança e estabilidade no trabalho, ao medo de ser despedido arbitrariamente, a não poder planejar o orçamento familiar devido à falta de garantia quanto à permanência no trabalho, à arbitrariedade do supervisor com respeito a possíveis indignidades a que o indivíduo tenha que se submeter para se manter no trabalho, à própria segurança física com relação a possíveis acidentes no trabalho, a uma assistência médica mais eficiente e actuante. • Nível de afiliação ou amor: reclamações pela falta de amigos no trabalho, pela falta de namorada (o) ou esposa (o), pela falta de relações afectivas com outras pessoas, de modo geral, por não pertencer a um grupo, dentro ou fora da organização, por não ter oportunidade de prestar ajuda aos colegas, por não receber ajuda dos companheiros de trabalho.• Nível de estima: neste nível, as queixas se referem, em sua maioria, à perda de dignidade, à ameaça ao prestígio, à auto-estima e à estima vinda dos outros; os desejos estão orientados para a realização de alguma coisa, para ter competência, para ter status, reconhecimento, atenção, importância, apreciação e a necessidade de confiar e de ser alguém no mundo. • Nível de auto-realização (metamotivação): as reclamações podem ser relativas à ineficiência ou imperfeição do mundo para com as pessoas .de um modo geral, à falta de verdade, à injustiça e à desonestidade. Neste nível de necessidade, os desejos estão voltados para a perfeição, para ser aquilo que o indivíduo tem potencial para ser. 1.6. O modelo informático Este modelo não prescreve o que se deve fazer; é um modelo descritivo, tenta descrever e compreender os mecanismos da recepção, processamento, retenção e utilização dos conhecimentos no cérebro humano. Os proponentes deste modelo pensam que o cérebro humano se organiza em “receptores” que captam e registam a informação dos estímulos do meio. Vêem neste processo uma primeira transformação dos dados fornecidos pelo meio, os quais são seguidamente tratados pelos “mecanismos centrais” que os seleccionam, comparam, relacionam, codificam e retêm ou conservam, primeiramente na chamada “memória de curta duração”, “memória transitória” ou “memória de trabalho” e, posteriormente, na “memória de longa duração” ou “memória permanente”. Considera-se que a aprendizagem é um processo que se inicia com um estímulo (visual, auditivo, etc.) que, vindo do meio ambiente, se reflecte na pessoa e produz uma reacção (o fazer, o dizer, o demonstrar qualquer coisa), que vinda da pessoa, se reflecte no meio 18 ambiente. A teoria de processamento de informação ou modelo informático toma como modelo a forma como os computadores processam a informação. Este modelo tenta descrever e compreender os mecanismos da recepção, processamento, retenção e utilização dos conhecimentos no cérebro humano. 19 Conclusão A teoria gestaltista é uma teoria que estuda como os seres humanos percebem as coisas: objectos, imagens, sensações, isto é, pode ser entendido como uma teoria da percepção. A percepção é o ponto de partida e um dos temas centrais dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os gestaltistas ao questionamento da psicologia associacionista As teorias de aprendizagem humanista de Carl Rogers e Abraham Maslow, foram inspiradas na teoria da terceira força da psicologia. A teoria humanista de aprendizagem não se identifica ou inicia com o pensamento de um determinado autor ou escola. Tratando-se primariamente de um movimento congregador de diversas tendências, unidas pela oposição ao Behaviorismo e Psicanálise, assim como pela convergência em torno de algumas propostas comuns, várias afluências, adesões e influências podem ser apontadas, destacando- se as teorias neo-psicanaliticas. A crítica que a Psicologia Humanista faz à Psicanálise, centra-se sobretudo na visão pessimista, determinista e psicopatologizante, que atribui à teoria de Freud, assim como na impessoalidade da técnica transferencial. O grupo também chegou a concluir que tanto as teorias de aprendizagem humanista de Carl Rogers e Abraham Maslow que são Aprendizagem centrada no aluno; Auto-aprendizagem e auto-avaliação; Aprendizagem dos sentimentos, dos conceitos, das habilidades; Ajudar a “tornar-se pessoa”; Atmosfera emocional, positiva, empática, elas convergem pelo simples facto de auto- realização, isto é, a satisfação dos seus desejos através da hierarquia das suas necessidades. 20 Referencias bibliográficas ALARCAO, L. e TAVARES J. Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem. Ed. Coimbra, Livraria Almedina, 2002 AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. Ed.São Paulo: Moraes, 1973. BOCK, A.M.B et all. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 3 a ed São Paulo, Editora Saraiva, 1993. DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo: Markron Books Ltda, 2001 DAVIS, C. Psicologia Educacional. 2ª Edição. São Paulo, Cortez Editora, 1990; FALCAO, G. M. Psicologia da Aprendizagem. 10ed. São Paulo: Editora Ática, 2002. MASLOW, Psicologias de Aprendizagem. 2ª ed. São Paulo: Markron Books Ltda 1954 MASLOW, A. Psicologias de Aprendizagem. 5ª ed. São Paulo: Markron Books Ltda 1973 MWAMWENDA, Tuntufyes. Psicologia Educacional: uma perspectiva africana. Mapuro: TextoEditora, 2005. ROSA, Jorge de La. Psicologia e educação: o significado do aprender. Ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. TAVARES, M. Introdução à Psicologia. Vol 2, Porto, Edições ASA, 2002