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ANATOMIA HUMANA - UNIDADE 2

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PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Sistema circulatório • Sistema 
linfático • Sistema respiratório
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Estudar, em relação aos aspectos morfológicos e funcionais, os principais componentes deste sistema: 
sangue (definição, constituição e importância), coração (características gerais, localização, constituição, 
câmaras cardíacas, mecanismo valvular, tipos de circulação, ciclo cardíaco, bulhas e sopro cardíaco e 
inervação do coração), vasos sanguíneos (caracterização, diferenças entre eles e principais vasos do cor-
po humano) • Estudar, em relação aos aspectos morfológicos e funcionais, os principais componentes 
deste sistema: linfa, capilares, vasos e ductos linfáticos, linfonodos, baço, timo, tonsilas, sistema linfáti-
co e disseminação do câncer, linfangite, linfadenite e linfedema, sistema linfático e envelhecimento • 
Estudar a função principal do sistema respiratório; divisões do sistema respiratório; órgãos do sistema 
respiratório e cavidade torácica e mediastino.
SISTEMAS
CARDIOVASCULAR
e respiratório
PROFESSORA
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), a vida depende de todos os sistemas do corpo humano. 
No entanto os sistemas cardiovascular, respiratório e nervoso têm papel 
de destaque, uma vez que deles dependem as adequadas oxigenação e nu-
trição das células, bem como sua manutenção em homeostasia a partir da 
retirada dos materiais residuais que elas produzem (como CO2 e resíduos 
metabólicos, que podem alterar o meio intracelular, causando sua morte). 
Assim, cérebro, coração e pulmões trabalham juntos.
O sistema cardiovascular pode ser chamado de sistema circulatório e é 
composto pelo sistema cardiovascular sanguíneo (destinado à circulação do 
sangue) e pelo sistema vascular linfático (destinado à circulação da linfa).
O sistema respiratório supre as células com O2 e retira do corpo o 
CO2 produzido pelo metabolismo celular. Por meio de órgãos condutores 
e do pulmão enquanto órgão respiratório por excelência, tais gases são 
cambiados entre as células e o meio externo. Assim, a respiração consiste 
na absorção de O2 do meio externo para a utilização pelas células e na 
eliminação do CO2 resultante de oxidações celulares para o meio externo. 
Este mecanismo é uma das características básicas dos seres vivos e depen-
de da eficácia do coração como bomba, do adequado retorno venoso e da 
qualidade do ar e do sangue como meio de transporte desses gases.
O texto a seguir será fundamentado em importantes autores, como Dan-
gelo e Fattini (2011), Moore et al. (2014), Miranda Neto e Chopard (2014) 
e outros. A nomenclatura utilizada está de acordo com a nômica atualizada 
(CFTA, 2001), mas é necessário que você utilize um atlas de anatomia, como 
Narciso (2012), Rohen, Yokochi e Lütjen-Drecoll (2002) ou outros.
Nosso objetivo é descrever aspectos relevantes desses sistemas. Não es-
queça que você deve ter conhecimento deles, pois, se falharem, não há ação 
neuronalnem contração muscular. Aproveite para conhecer esses sistemas, 
pois servirão de base para seu estudo posterior em fisiologia.
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SISTEMA 
CIRCULATÓRIO
FUNÇÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório apresenta várias funções vitais. Ele permite, por exemplo, 
as adequadas nutrição e oxigenação das células, assim como a drenagem de suas 
substâncias tóxicas (como as excretas metabólicas e o CO2). Isto é possível devido 
à atuação das hemácias transportando gases aos pulmões (onde ocorre a hemato-
se), e aos órgãos de filtragem (como fígado e rim). Tal função é, de fato, vital, pois 
se as células não forem nutridas, oxigenadas e purificadas, haverá morte celular 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Além disso, o sangue também contribui para o controle da temperatura cor-
pórea, pois sua presença gera aquecimento (por isso, sentimos nossas bochechas 
“quentes” quando passamos por alguma situação embaraçosa ou constrangedora 
que gera vasodilatação nos vasos da bochecha). Além disso, o sangue é impres-
cindível à defesa imunológica (por meio de suas células brancas), à coagulação 
sanguínea (por meio das plaquetas), à distribuição de hormônios pelo corpo e à 
administração de medicamentos por via endovenosa (por isso, quando alguém 
chega em um pronto-socorro necessitando de medicamentos de ação imediata, 
a via de escolha para a administração desse medicamento é, quase sempre, a 
endovenosa).
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O sangue sempre foi considerado um poderoso símbolo da vida em qualquer civilização. 
Por isso foi chamado de “fluido da vida,” e a ele foram atribuídas as funções de dar e 
sustentar a vida, sendo, inclusive, capaz de salvá-la. Entretanto, muitos séculos de estudo 
e pesquisa foram necessários para que a ciência descobrisse sua real importância e 
fizesse adequado uso dele. Neste ínterim, muitos erros e atrocidades foram cometidos. 
Por exemplo, conta-se que, na Grécia Antiga, os nobres bebiam o sangue dos gladiadores 
mortos na arena a fim de se curarem de diversos males (como a epilepsia). Outro fato 
interessante ocorreu em 1492, quando o papa Inocêncio VIII foi convencido a ingerir o 
sangue de três jovens para se curar de uma grave doença. O interessante é que tais jovens 
morreram anêmicos, sem conseguir restabelecer a saúde do pontífice.
Fonte: Pró-sangue ([2018], on-line)².
explorando Ideias
COMPONENTES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
Sangue
O sangue, seus elementos constituintes e suas funções só começaram ser 
desvendados pela ciência a partir do século XVII, sendo que, atualmente, a 
hematologia se encarrega de desvendar todos os seus “mistérios”. Sabemos, 
hoje, que o sangue apresenta uma parte líquida, chamada plasma sanguíneo, e 
uma parte celular, cujas principais células incluem as hemácias (eritrócitos ou 
popularmente conhecidas como glóbulos vermelhos), os leucócitos (ou glóbulos 
brancos) e as plaquetas (ou trombócitos).
As hemácias, de coloração avermelhada, apresentam como principal 
componente a hemoglobina, cuja região central tem átomos de ferro (grupo 
heme) habilitados ao transporte de gases (como O2 e CO2). Os leucócitos são 
células que possibilitam a defesa imunológica do indivíduo, pois permitem a 
fagocitose ou a produção de substâncias (como as citocinas) capazes de destruir 
células invasoras (como vírus, bactérias, células anômalas). Por sua vez, os 
trombócitos são células responsáveis pela coagulação do sangue. Doenças que 
atrapalhem a adequada produção do funcionamento de tais células podem levar 
o indivíduo a óbito. É o caso, por exemplo, da anemia, da leucemia, da hemofilia, 
entre outras (FREITAS, 2004).
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Figura 1 - Posição e forma do coração
Grandes vasos da 
base do coração
Ápice do coração
Coração
Generalidades
Ah, o coração! Como as pessoas lhe atribuem funções que não são dele! O amor, 
o ódio, a amargura, o bem querer e tantas outras. Na verdade, isso sempre acon-
teceu, desde a Antiguidade. Até mesmo os primeiros estudiosos em anatomia 
achavam que o coração era o responsável pelo controle geral do corpo e que os 
sentimentos de fato advinham dele (acreditavam na teoria cardiocêntrica).
Aos poucos, esse equívoco foi corrigido e a função de controle geral do fun-
cionamento do corpo foi atribuída ao cérebro. Mesmo assim, ainda hoje, poe-
tas, músicos e, principalmente, os apaixonados, associam funções emocionais 
ao coração. Não é à toa que dizemos que amamos “do fundo do coração” ou que 
não podemos ter o “coração peludo”, ou seja lá o que mais. Acho tudo isso muito 
engraçado. Às vezes, até me pergunto se as pessoas realmente conhecem as ver-
dadeiras estrutura e função do coração.
Na verdade, esse órgão tão 
simbólico ainda é considerado 
central em relação ao Sistema Car-
diovascular Sanguíneo (SCVS) e 
é objeto de estudo da cardiologia. 
Ele é ímpar, muscular, oco, com 
12 centímetros de comprimen-
to, 9 de largura e 6 de espessura. 
Pesa 250 gramas nas mulheres e 
300 gramasnos homens e ocupa o 
volume aproximado de uma mão 
com os dedos fechados.
Ele tem forma de pirâmide, 
com o ápice (uma extremidade 
pontiaguda) apontando para bai-
xo, e a base (uma parte larga opos-
ta ao ápice) direcionada para cima 
e à direita. A base não tem uma 
localização muito nítida, pois os 
principais vasos sanguíneos do co-
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ração, os vasos da base, entram e saem por ela. Ao contrário, o ápice fica voltado à 
esquerda de forma que cerca de 2/3 da massa do coração está à esquerda da linha 
mediana do corpo. Por isto e pelo fato de que, no ápice, as bulhas cardíacas são 
muito audíveis, a maioria das pessoas acha que o coração fica do lado “esquerdo 
do peito”, mas não fica. Ele fica no centro da cavidade torácica, mas com o ápice 
apontando para a esquerda. Assim, o coração fica inclinado, com a base voltada 
medialmente e o ápice voltado lateralmente. Além disso, seu maior eixo (que vai 
da base ao ápice) forma 40º com o plano horizontal (DI DIO, 2002).
Assim, o coração está localizado entre os dois pulmões (em uma região cha-
mada mediastino), posteriormente ao osso esterno e às cartilagens costais, ante-
riormente às vértebras torácica (da quinta à oitava vértebra) e superiormente ao 
músculo diafragma (sobre o qual repousa). Portanto, apresenta face pulmonar 
(voltada ao pulmão esquerdo), face esternocostal (em contato com o esterno e as 
costelas) e face diafragmática (em contato com o músculo diafragma).
Constituição
O coração é constituído por três camadas chamadas paredes ou túnicas: a interna 
(ou endocárdio), a média (ou miocárdio) e a externa (ou pericárdio). A interna 
é impermeável ao sangue e forra a superfície interna das cavidades do coração e 
as válvulas cardíacas (TORTORA et al., 2010).
A túnica média é a camada mais espessa, pois é formada de tecido muscular 
estriado cardíaco (por isso, muitas pessoas comem coração de boi ou de galinha, 
ele é altamente proteico, pois é muscular). A espessura da túnica média varia 
conforme a câmara cardíaca avaliada. Por exemplo, nos átrios, as paredes são 
mais finas, pois esses bombeiam sangue apenas para os ventrículos; já dentre os 
ventrículos, o esquerdo é o mais espesso devido à sua força contrátil capaz de 
bombear sangue para todo o corpo. Essa túnica forma, no interior das cavidades 
cardíacas, saliências irregulares denominadas trabéculas cárneas, as quais dão 
um aspecto de “rede” à superfície interna do coração. Na parede anterior do átrio 
direito e da aurícula esquerda, tais trabéculas são chamadas músculos pectíneos; 
nos ventrículos, algumas têm formato de pequenos pilares chamados músculos 
papilares (os quais ficam presos às cordas tendíneas).
A túnica externa é constituída por lâminas ou folhetos chamados de pericár-
dio fibroso e pericárdio seroso. O pericárdio fibroso é mais externo, formado por 
tecido conjuntivo fibroso ineslático e rico em fibras colágenas muito resistentes. 
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Ele fica parcialmente fixo ao músculo diafragma, ao osso esterno, à traqueia, aos 
brônquios principais e aos grandes vasos do coração. Assim, ele auxilia na fixação 
do coração à cavidade torácica, ancorando-o ao mediastino, evita seu estiramento 
excessivo e o protege.
O pericárdio seroso é constituído por duas lâminas de tecido seroso, a lâmi-
na parietal e a lâmina visceral. A lâmina parietal é delgada e adere à superfície 
interna do pericárdio fibroso. A lâmina visceral (também chamada de epicárdio) 
reveste o coração externamente, ficando em contato com ele. Entre essas lâminas, 
há um espaço estreito chamado cavidade do pericárdio, o qual é preenchido por 
líquido pericárdico, que facilita o deslizamento entre essas lâminas durante os 
movimentos do coração. Pode ter grande quantidade de gordura.
Câmaras cardíacas
A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras cardíacas: dois átrios 
e dois ventrículos. Os átrios são superiores, menores e chamados de câmaras de 
recepção. Em contrapartida, os ventrículos são inferiores, maiores e chamados de 
câmaras de ejeção. Na face anterior de cada átrio, existe uma estrutura enrugada, a 
aurícula, a qual aumenta ligeiramente a capacidade de armazenamento de sangue 
do átrio (DANGELO; FATTINI, 2011).
A divisão das câmaras cardíacas é feita por meio de projeções musculomem-
branosas do próprio miocárdio, chamadas septos cardíacos. O septo atrioventri-
cular tem direção horizontal e divide o coração em parte superior e inferior. O 
septo interatrial é vertical e divide a porção superior do coração em átrio direito 
e átrio esquerdo. O septo interventricular também é vertical, mas divide a porção 
inferior do coração em ventrículo direito e ventrículo esquerdo (ele tem uma 
parte muscular e outra, membranácea).
 Além de quantidade variável de gordura, a face externa do coração apresenta 
sulcos que marcam o limite externo entre essas câmaras cardíacas. O sulco 
coronário marca os limites entre os átrios e ventrículos e é ocupado pelas artérias 
coronárias e seus ramos e pelas veias do coração. O sulco interventricular anterior 
e interventricular posterior marcam a separação entre ventrículos direito e 
esquerdo e são ocupados pelos ramos interventriculares das artérias coronárias 
e das veias cardíacas. Por outro lado, o limite externo interatrial é pouco nítido.
É importante destacar que, no septo interatrial, existe uma depressão cha-
mada fossa oval. Ela é do tamanho de uma impressão digital e é contornada 
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por um relevo chamado limbo da fossa oval. Nela, a parede interatrial é mui-
to delgada e transparente, pois representa o resquício do forame oval, o qual 
permitia, no feto, quando os pulmões ainda não eram funcionantes, a ampla 
comunicação entre o átrio direito e o esquerdo. Normalmente, esse forame se 
fecha logo após o nascimento.
Também é interessante salientar que o treinamento físico modifica a espes-
sura do miocárdio, enquanto doenças podem modificar sua estrutura, exigindo, 
inclusive, transplante cardíaco.
Figura 2 - Coração em corte coronal
Aorta
Artéria
pulmonar
Veias
pulmonares
esquerdas
Átrio
esquerdo
Valva
atrioventricular
esquerda
Válvulas
semilunares
da aorta
Ventrículo
esquerdo
Ventrículo
direito
Veia cava
inferior
Valva
atrioventricular
direita
Átrio direito
Válvulas
semilunares
do tronco
pulmonar
Veia cava superior
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Mecanismo valvular do coração
Entre os átrios e os ventrículos existem orifícios chamados óstios atrioventriculares, 
os quais apresentam dispositivos orientadores da corrente sanguínea, as valvas 
cardíacas. As principais são as valvas atrioventricular direita, atrioventricular 
esquerda, valva do tronco pulmonar e valva da aorta. Tais estruturas, por sua vez, 
são constituídas por lâminas de tecido conjuntivo chamadas válvulas, folhetos 
ou cúspides (WATANABE, 2000).
Na valva atrioventricular, esquerda existem duas válvulas (a anterior e a pos-
terior), e na atrioventricular direita, existem três (a válvula anterior, a posterior 
e a septal). Por isso, elas eram, antigamente, chamadas de bicúspide e tricúspide, 
respectivamente. Já no tronco pulmonar e na artéria aorta as três válvulas são do 
tipo semilunares (no tronco pulmonar: direita, esquerda e anterior; na artéria 
aorta: direita, esquerda e posterior).
Você pode estar se perguntando como as valvas e as válvulas funcionam. Pois 
bem, vamos entender. As valvas atrioventriculares se abrem quando a pressão 
dos átrios é maior do que a dos ventrículos. Neste momento, os músculos papi-
lares estão relaxados, e as cordas tendíneas, frouxas. Quando os ventrículos se 
contraem, a pressão do sangue empurra as válvulas para cima até o óstio fechar. 
Ao mesmo tempo, os músculos papilares se contraem e as cordas tendíneas são 
puxadas para impedir que as válvulas se invertam em direção aos átrios. Além 
disso, neste momento, as válvulas do tronco pulmonar e da artéria aorta se abrem, 
pois o aumento da pressão nos ventrículos e nas artérias faz com queo sangue 
empurre as válvulas contra a parede destes vasos. Em contrapartida, à medida que 
os ventrículos vão relaxando, o sangue reflui de volta ao coração, preenchendo 
tais válvulas, fazendo-as se fecharem fortemente. Este mecanismo é muito im-
portante, pois assegura que o fluxo do sangue seja unidirecional (sem refluxo).
Todas as valvas do coração ficam inseridas no esqueleto fibroso ou esqueleto 
cardíaco, o qual é formado por quatro anéis de tecido conjuntivo, fundidos uns 
aos outros (anel fibroso atrioventricular direito, anel fibroso atrioventricular es-
querdo, anel pulmonar e anel aórtico).
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Durante uma cirurgia para substituir uma ou mais válvulas cardíacas não funcionantes, 
ocorre a remoção da válvula cardíaca doente e a colocação de uma ou mais válvulas pros-
téticas ou artificiais, as quais funcionam de maneira semelhante à válvula normal. Tais 
válvulas podem ser mecânicas ou de tecido. As mecânicas são feitas de material resistente 
(como titânio ou carbono) e as de tecido são obtidas de doadores humanos ou de tecido 
animal. Normalmente, após a cirurgia, o indivíduo apresenta boa recuperação, podendo 
retomar seu estilo de vida normal.
Fonte: Perin et al. (2009).
explorando Ideias
Figura 3 - Valvas cardíacas, músculos papilares e cordas tendíneas
Valva átrioventricular 
esquerda
Valva átrioventricular 
direita
Cordas tendíneas
Septo interventricular
Músculos papilares
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Tipos de circulação
A passagem do sangue por meio do coração e dos vasos é chamada de circulação. 
Esta se faz por meio de duas correntes que partem ao mesmo tempo do coração. 
A primeira sai do ventrículo direito (por meio do tronco pulmonar) e se dirige 
aos capilares pulmonares, onde ocorre a hematose. O sangue oxigenado é levado 
ao átrio esquerdo (pelas veias pulmonares direitas e esquerdas) e é lançado no 
ventrículo esquerdo. Ela é chamada de pequena circulação ou circulação pulmo-
nar e tem por objetivo oxigenar o sangue.
A segunda corrente sai do ventrículo esquerdo (por meio da artéria aorta) e 
se dirige a todos os tecidos do corpo, permitindo a troca entre sangue e células. 
Após tais trocas, o sangue cheio de CO2 e resíduos retorna ao coração por meio 
das veias cavas superior e inferior. Estas desembocam no átrio direito do cora-
ção, de onde o sangue é dirigido ao ventrículo direito. Esta é chamada de grande 
circulação ou circulação sistêmica e tem por objetivo distribuir o sangue oxige-
nado e rico em nutrientes ao corpo e dele remover o CO2 e os produtos residuais 
(TORTORA et al., 2010).
Além da circulação pulmonar e da sistêmica, também existe a circulação 
colateral e a circulação portal. A colateral ocorre por meio de anastomoses 
(comunicações) entre artérias ou veias quando há uma obstrução em um 
vaso mais calibroso que participa desta anastomose. Esse tipo de circula-
ção representa um mecanismo de defesa para tentar irrigar ou drenar um 
território específico.
A circulação portal é uma subdivisão da circulação sistêmica que ocorre 
quando uma veia se interpõe entre duas redes de capilares sem passar por um 
órgão intermediário. A circulação portal hepática é um importante exemplo, pois 
permite que o sangue rico em substâncias absorvidas pelo trato gastrintestinal 
após as refeições, passe pelo fígado que armazena parte delas e modifica outra 
parte antes de mandar o sangue para a circulação geral. Também há um sistema 
portal na hipófise.
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Figura 4 - Tipos de circulação
Ciclo cardíaco
Ciclo cardíaco são todos os eventos associados a um batimento cardíaco. Em um 
ciclo normal, os dois átrios se contraem enquanto os dois ventrículos relaxam 
e, em seguida, os dois ventrículos se contraem enquanto os dois átrios relaxam. 
No final dele, ocorre um período de relaxamento caracterizado pelo momento 
em que os ventrículos começam a distender e todas as câmaras estão em diástole 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Vale lembrar que sístole é um termo que se refere à fase de contração do 
coração, enquanto diástole é um termo que se refere à sua fase de relaxamento.
Em azul, notar a circulação de sangue venoso na 
pequena circulação ou circulação pulmonar
Em rosa, notar a 
circulação de sangue 
arterial na grande 
circulação ou circulação 
sistêmica
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Bulhas cardíacas e sopro
O famoso “tum-tá, tum-tá, tum-tá” que o coração faz fascina-nos desde o período 
embrionário, quando a mãe, ansiosa, deseja ouvir os batimentos cardíacos de 
seu bebê. E de onde vem esse barulho? Como ele é produzido? Por que será que 
fatores como o exercício físico, o susto ou o estresse podem modificá-lo? Vamos 
entender como tudo funciona.
Durante a sístole, os ventrículos se contraem, comprimindo o sangue que, 
devido à pressão no ventrículo, tende a refluir do ventrículo para o átrio. Assim, 
o sangue turbilhona-se contra as valvas atrioventriculares, as quais se fecham for-
temente para impedir tal refluxo. O fechamento dessas valvas gera uma vibração, 
que é convertida em som pela caixa torácica. Este som, o famoso “tum”, é chamado 
de primeira bulha cardíaca (DANGELO; FATTINI, 2011).
Os ventrículos continuam a se contrair até que a pressão em seu interior seja 
maior do que a pressão dentro do tronco pulmonar e da artéria aorta. Isto faz com 
que as valvas semilunares pulmonares e aórticas se abram. À medida que o sangue 
sai dos ventrículos para as artérias, elas se distendem para acomodar o sangue, 
mas isso aumenta a pressão dentro delas, ao mesmo tempo em que diminui a 
pressão no ventrículo. Então, para impedir que o sangue refluia das artérias para 
o ventrículo, ocorre o forte fechamento das valvas semilunares. Este fechamento 
gera outro som, a segunda bulha cardíaca ou o famoso “tá”. Viu que interessante? 
De forma bem simplificada, pode-se dizer que o “tum-tá” que o coração faz nada 
mais é do que os fechamentos consecutivos de suas valvas.
Quando elas não se abrem completamente, tem-se uma estenose (estreitamen-
to) e, quando não se fecham por completo, tem-se uma insuficiência. Tais distúrbios 
podem permitir o fluxo retrógrado de sangue, o que causa um som anormal, perce-
bido com o auxílio de um estetoscópio. Este som é conhecido como sopro cardíaco.
O sopro também pode ser causado por alterações congênitas ou pode surgir 
após febre reumática, faringite, amigdalite ou contato com estreptococo. Esta 
bactéria, além de desenvolver infecção, produz uma toxina chamada estreptoli 
sina, que é lançada na corrente sanguínea e exerce reações inflamatórias locais 
nas articulações, na pele e no coração. Então, o sistema imune produz anticorpos 
antiestreptolisina que agem sobre o próprio tecido cardíaco, causando lesões 
irreversíveis. O tratamento é antibioticoterapia e, por vezes, até cirurgia.
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É importante mencionar que, em crianças de até quatro anos, o sopro é cha-
mado de inocente ou funcional, pois frequentemente diminui ou desaparece. Se 
for sistólico e de baixa intensidade, não afeta o desempenho cardíaco e, muitas 
vezes, só aparece após exercício físico intenso ou hipertermia. Também existe o 
sopro diastólico, que ocorre por insuficiência de fechamento das valvas semilu-
nares. No entanto as valvas podem ser substituídas cirurgicamente por valvas de 
doadores humanos ou de suínos ou por próteses mecânicas.
Inervação do coração
Talvez você já tenha participado de uma aula prática de ciências onde o profes-
sor tenha removido o coração de um animal (como rato ou rã) e tenha ficado 
intrigado(a) com o fato de que o coração, mesmo fora da cavidade torácica, é 
capaz de se contrair por determinado período de tempo (eu mesma, sempre que 
posso, mostro isso em aula prática, e os alunos gostam muito de ver como isso é 
possível). No entanto se você nunca participou deste tipo de aula ou nunca tinha 
ouvido falar nisso, pode acreditar porque é verdade.
Agora é possível que você esteja se perguntando: como isso é possível se apren-
demos queo sistema nervoso é quem controla todo o funcionamento do corpo, e 
quando retiramos o coração do tórax, cortamos sua comunicação com esse siste-
ma? Para entendermos como isso é possível, em primeiro lugar, você precisa saber 
que a inervação do coração é diferente de outras regiões do corpo. Isto porque a 
inervação do músculo cardíaco ocorre de duas formas, a extrínseca e a intrínseca.
A inervação extrínseca é feita pelo Sistema Nervoso Autônomo (SNA) por 
meio de seus componentes simpáticos (nervos cardíacos simpáticos) e paras-
simpáticos (nervo vago). Enquanto as fibras simpáticas causam taquicardia, as 
parassimpáticas causam bradicardia. Ambas formam o plexo nervoso cardíaco, 
o qual é útil para as demandas do dia a dia, pois as constantes modificações do 
ambiente são prontamente percebidas pelo SNA, fazendo com que o coração se 
adapte e capacite o corpo a reagir (WATANABE, 2000).
A inervação intrínseca, chamada de sistema de condução do coração ou com-
plexo estimulante do coração, não é feita por elementos nervosos, e sim, por fibras 
musculares estriadas cardíacas especiais, com poucas estrias transversais, poucas 
miofibrilas, de menor diâmetro, e que formam o tecido nodal. Este tecido, por si 
só, é capaz de gerar impulsos eletroquímicos que se propagam pelo coração, cau-
sando a contração do miocárdio de forma rítmica e repetitiva. Ele só é encontrado 
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no coração, no qual cerca de 1% das fibras musculares são células autorrítmicas 
capazes de gerar potencial de ação.
O sistema de condução do coração compreende o nodo sinoatrial, o nodo 
atrioventricular, o fascículo atrioventricular e os ramos direito e esquerdo. O 
nodo sinoatrial localiza-se no átrio direito. Ele envia finas ramificações aos átrios, 
sendo considerado o “marca-passo” do coração, pois a excitação cardíaca começa 
nele, e é ele que determina o ritmo e o automatismo cardíaco. Seu mau funcio-
namento causa arritmia cardíaca. Várias substâncias (como a noradrenalina) e 
algumas condições (como hipóxia, drogas, cafeína e nicotina) atuam neste nodo 
e interferem no ritmo do coração. Assim, pode ser necessário que outra área 
cardíaca possa funcionar como o marca-passo.
O nodo atrioventricular fica acima da valva atrioventricular direita. Ele 
pode vir a ser o “marca-passo” do coração se o nodo sinoatrial for lesado, mas 
a frequência cardíaca passa a ser de 40 a 60 batimentos por minuto (bpm). Sua 
continuação até o septo interventricular é o fascículo atrioventricular (feixe de 
His). Ele pode vir a ser o “marca-passo” do coração se os nodos sinoatrial e atrio-
ventricular forem lesados. Todavia a frequência cardíaca cai de 20 a 35 bpm, o 
que pode causar lesão neurológica, necessitando implantar um marca-passo 
artificial (um dispositivo que emite pequenas correntes elétricas que estimulam 
as contrações ventriculares).
O fascículo atrioventricular se bifurca em ramo direito e ramo esquerdo, 
um para cada ventrículo. Tais ramos penetram as paredes ventriculares, ramifi-
cam-se ainda mais e constituem os ramos subendocárdios (que ficam abaixo do 
endocárdio). Suas fibras são conhecidas como Fibras de Purkinje e permitem a 
propagação das contrações dos átrios para os ventrículos.
Entendeu agora como é possível que o coração continue batendo mesmo fora 
do corpo? De forma bem simplificada, pode-se afirmar que, quando o coração 
é retirado da caixa torácica, de fato, ele perde a inervação extrínseca (aquela que 
vem do sistema nervoso), mas a inervação intrínseca (aquela que existe no pró-
prio tecido cardíaco) continua a funcionar.
Um detalhe interessante é que a atividade elétrica do coração gera uma 
corrente elétrica que pode ser detectada na superfície do corpo e registrada por 
um exame chamado eletrocardiograma (ECG). Alterações no ECG são úteis para 
diagnosticar e tratar doenças do coração, que também podem ser identificadas 
por meio de um teste de esforço ao avaliar a resposta do coração ao estresse 
causado pelo exercício físico.
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Figura 5 - Inervação intrínseca do coração
Circulação fetal e envelhecimento
Os pulmões, rins e órgãos gastrintestinais só começam a funcionar após o nasci-
mento. O feto obtém O2 e nutrientes do sangue materno, onde também elimina 
CO2 e resíduos. Normalmente, não há mistura direta entre o sangue materno 
e o fetal, pois as trocas ocorrem de maneira indireta por difusão por meio dos 
capilares da mãe e do feto (MOORE et al., 2014).
O sangue passa do feto para a placenta pelas duas artérias umbilicais que 
ficam dentro do cordão umbilical (são ramos das artérias ilíacas internas). Na 
placenta, o sangue fetal capta O2 e nutrientes e elimina CO2 e resíduos. O sangue 
oxigenado retorna da placenta pela veia umbilical, que vai até o fígado do feto. A 
placenta comunica-se com o sistema circulatório materno por pequenos vasos 
sanguíneos que emergem da parede do útero. Após o nascimento, muitas mudan-
ças vasculares fazem o sistema circulatório fetal ficar como no adulto.
Vale lembrar que o envelhecimento causa alterações no sistema circulatório, 
tais como diminuição da complacência arterial, redução no tamanho das fibras 
musculares cardíacas, perda progressiva da força muscular cardíaca, diminuição 
da frequência cardíaca máxima e aumento da pressão sistólica. Tais alterações 
podem ocasionar maior incidência de doenças neste sistema. Todavia o exercício 
Coração normal
Átrio esquerdo
Nó átrioventricular
Nó sinoatrial
Átrio direito
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físico é capaz de minimizar todas elas. Por isso, a sua prática é aceita mundialmen-
te como uma das melhoras formas de prevenir as doenças cardiocirculatórias.
Vasos sanguíneos
Como já vimos, os vasos sanguíneos são habilitados ao transporte do sangue, 
seja ele arterial ou venoso. Os principais são as artérias e veias, mas também 
incluem as arteríolas, os capilares e as vênulas (FREITAS, 2004). Tanto as artérias 
quanto as veias possuem paredes formadas por três camadas sobrepostas: a túnica 
adventícia ou externa (que dá resistência à parede do vaso), a túnica média (mais 
espessa devido ao músculo liso que permite vasoconstrição e vasodilatação sob 
o controle do SNA) e a túnica íntima ou endotélio (formada por uma camada de 
células de revestimento que permitem o deslizamento do sangue). As paredes das 
artérias e das veias recebem nutrição e inervação por meio dos vasos e nervos 
dos vasos (vasa vasorum e nervi vasorum).
Artérias e veias não são iguais. Você acha que os vasos “esverdeados” que per-
cebemos em nosso antebraço ou mesmo nos membros inferiores são artérias ou 
veias? Quando vamos retirar sangue para fazermos um exame ou mesmo para 
doá-lo, a coleta é feita em artérias ou veias? Estas e outras perguntas poderão ser 
respondidas assim que concluirmos o estudo.
Em primeiro lugar, é importante que você saiba que as particularidades es-
truturais das artérias e das veias estão correlacionadas às funções que estes vasos 
desempenham na dinâmica circulatória. Por exemplo, de um modo geral, as veias 
têm paredes menos espessas, porém luz vascular mais ampla do que as artérias (luz 
vascular é o espaço que existe para o sangue circular dentro do vaso). Isto porque o 
mesmo volume de sangue que saiu do coração pelas artérias deve retomar ao cora-
ção pelas veias, quase sem pressão e passivamente (ou seja, sem um órgão como o 
coração para mandá-lo de volta). Além do que, o sangue do sistema arterial circula 
com maior pressão do que o sangue que circula no sistema venoso. Abordaremos 
as principais diferenças entre os diversos vasos sanguíneos a seguir.
Artérias
Todas as artérias originam-se, direta ou indiretamente, da artéria aorta ou do 
tronco pulmonar (ambas são vasos de grande calibre que se ramificam extensiva-
mente). Elas são tubos cilíndricos, elásticos, de direção centrífuga (porque saem 
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do coração), responsáveis pela irrigação sanguínea, pois transportam sangue 
rico em O2 e nutrientes para as células,os tecidos ou órgãos (exceto as artérias 
pulmonares, que conduzem sangue venoso aos pulmões) (DI DIO, 2002).
Na maioria das vezes, as artérias são menos numerosas, têm paredes mais 
espessas e com menor luz do que as veias. Como já visto, tais diferenças se devem 
à pressão com que o sangue circula por elas (assim, artérias têm que ter maior 
espessura de parede para que resistam à pressão do sangue e não colabam).
Outro ponto importante é que as artérias têm pulsação, pois a força de contração 
do ventrículo gera uma onda de grande pressão, conhecida como pulso, que se pro-
paga ao longo delas. Normalmente, a frequência do pulso é a mesma da frequência 
cardíaca (de 70 a 80 vezes por minuto; no sono, cai para 60; no exercício, na febre,nos 
distúrbios emocionais, no hipertireoidismo e em outras condições específicas, pode 
ultrapassar 100; no recém-nascido, gira em torno de 120 a 140 pulsações por minuto).
Normalmente, elas são mais profundas do que as veias para ficarem protegidas 
e evitar que uma ruptura cause um fluxo ininterrupto de sangue ou uma hemor-
ragia. Também podem ser acompanhadas por uma ou duas veias satélites, as quais 
chegam a fazer sulcos nos ossos. No entanto mesmo artérias profundas podem de-
senvolver parte do trajeto superficialmente. É o caso da artéria radial, por exemplo.
Em geral, artérias comunicam-se entre si por intermédio de anastomoses, 
fornecendo rotas alternativas para que o sangue chegue a determinado tecido. 
Todavia também podem se ramificar emitindo ramos terminais (quando a artéria 
deixa de existir; a artéria braquial emite a artéria radial e a ulnar como ramos 
terminais) ou ramos colaterais (quando a artéria continua a existir, mas emite um 
ramo com direção oblíqua ou a 90º; quando o ramo forma um ângulo obtuso, é 
chamado de ramo recorrente).
As artérias, geralmente, começam de grande calibre e vão diminuindo de 
diâmetro à medida que se ramificam. Artérias de grande calibre têm diâmetro 
interno de cerca de 7 mm e são chamadas de elásticas ou condutoras. Suas pa-
redes acomodam o volume de sangue e ajudam a impulsioná-lo enquanto os 
ventrículos relaxam. A aorta, o tronco pulmonar, a carótida comum, a subclávia, 
a vertebral, a pulmonar e a ilíaca comum são exemplos deste tipo de artéria.
Elas se ramificam em artérias de médio calibre, as quais têm diâmetro interno 
de 2,5 a 7 mm e são chamadas de distribuidoras ou musculares. Estas têm paredes 
espessas e adaptadas à vasoconstrição e à vasodilatação. A artéria braquial e a radial 
são exemplos deste tipo de artéria. Delas se originam as artérias superficiais que se 
destinam à pele. Posteriormente, artérias de médio calibre se ramificam em artérias 
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de pequeno calibre, cujo diâmetro interno é de 0,5 a 2,5 mm e das quais surgem as 
arteríolas, com diâmetro interno menor do que 0,5 mm e cuja função é levar sangue 
aos capilares arteriais. Assim, as arteríolas têm papel-chave na regulação do fluxo 
sanguíneo e, por isso, são conhecidas como vasos de resistência. Alterações em seu 
diâmetro podem causar mudanças na pressão arterial (por nicotina, por exemplo).
Capilares sanguíneos
Os capilares sanguíneos têm paredes muito delgadas, constituídas, na maioria 
das vezes, por uma única camada de células endoteliais e uma membrana basal 
de tecido conjuntivo (não têm camada média e adventícia). Por isto, permitem a 
passagem de substâncias por meio de suas paredes, ou seja, as trocas entre sangue 
e tecidos por meio do líquido intersticial e vice-versa. Assim, são conhecidos 
como vasos de troca (TORTORA et al., 2010).
Os capilares têm diâmetro microscópico e ligam as arteríolas às vênulas, per-
mitindo a microcirculação. Na maioria das vezes, surgem das ramificações das 
arteríolas, mas, em alguns casos (como no fígado e na glândula hipófise), origi-
nam-se da ramificação de vênulas. Apresentam vasomotricidade (ou seja, fazem 
vasodilatação e vasoconstrição), a qual é influenciada por substâncias químicas 
liberadas pelas células endoteliais (por exemplo, o óxido nítrico).
São considerados os vasos mais numerosos do corpo e formam redes rami-
ficadas que aumentam a área de superfície para a troca de materiais. Todavia 
embora sejam encontrados próximos a quase todas as células, seu número varia 
com a atividade metabólica do tecido. Por exemplo, músculos, fígado, rins e SNC 
que têm alto metabolismo têm muitos capilares; tendões e ligamentos têm menos.
Além disso, podem apresentar poros em sua parede (como os capilares fenestra-
dos do rim, do intestino delgado e das glândulas endócrinas), podem ter interrupções 
na parede (como os capilares sinusoides do fígado, do baço, da adenohipófise e das 
glândulas paratireoides) ou podem ter parede sem poros ou interrupções (como os 
capilares contínuos dos músculos, do encéfalo, dos pulmões e do tecido conjuntivo).
Veias
As veias são tubos pelos quais o sangue circula com direção centrípeta (ou seja, 
chegam ao coração). São responsáveis pela drenagem sanguínea ou retorno 
venoso, pois coletam o sangue rico em CO2 e metabólitos dos tecidos para o 
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coração (exceto as veias pulmonares, que conduzem sangue arterial para o 
coração). Elas se formam pelas sucessivas confluências de vênulas e capilares 
venosos e aumentam gradativamente de calibre (ao contrário das artérias, 
lembra?). Assim, podem ser de pequeno, médio ou grande calibre (MIRANDA 
NETO; CHOPARD, 2014).
Elas não têm pulsação e, normalmente, são menos espessas do que as arté-
rias e, por isso, podem colabar (suas paredes podem ficar aderidas). Embora, à 
semelhança das artérias, possam se dilatar no sentido transversal (para conter 
maior volume de sangue) e longitudinal (para atender aos deslocamentos dos 
segmentos corporais), não resistem a pressões muito altas. Em contrapartida, 
têm maior luz e são mais numerosas do que as artérias (o leito venoso é prati-
camente o dobro do leito arterial; entretanto, o pênis e o cordão umbilical são 
exceções, pois neles há duas artérias acompanhando uma única veia).
As veias, geralmente, começam de pequeno calibre e aumentam de diâme-
tro à medida que se dirigem ao coração. Além disso, podem ser superficiais 
ou profundas. As superficiais não acompanham as artérias e são chamadas de 
solitárias. As profundas podem ou não acompanhar as artérias. As que acom-
panham são chamadas de satélites, e as que não acompanham, são chamadas de 
solitárias. A comunicação entre veias superficiais e profundas é feita por veias 
comunicantes ou perfurantes. Vale lembrar que veias, artérias e nervos se unem 
formando um feixe vásculo-nervoso.
Além disso, veias podem apresentar válvulas para impedir o refluxo do san-
gue. Todavia se estas não funcionam adequadamente, podem aparecer varizes 
(principalmente nos membros). Tais válvulas podem não existir em algumas 
veias da cabeça e do pescoço.
Agora chegou a hora de você responder, com certeza, as perguntas do início 
do texto. Então, os vasos “esverdeados” que percebemos em nosso antebraço ou 
mesmo nos membros inferiores, são artérias ou veias? Certamente são veias, 
pois estas apresentam trajeto mais superficial do que as artérias. E qual vaso é 
puncionado na coleta de sangue? Novamente, a resposta é a veia, pois o sangue 
circula com maior pressão nas artérias e perfurá-las rotineiramente não seria o 
melhor a fazer. Além do que, artérias têm trajeto mais profundo, lembra? Como 
é bom adquirir conhecimento, não acha?
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Figura 6 - Diferenças entre artérias e veias
Distribuição do sangue
A distribuição do sangue pelo corpo não é simétrica entre os órgãos e depende 
da demanda funcional a qual o indivíduo está submetido. Assim, a maior parte 
do volume de sangue em repouso (64%) está nas veias e vênulas sistêmicas. As 
artérias sistêmicas têm 13%, os capilares sanguíneos, 7%, os vasos pulmonares, 9%, 
e o coração, 7%. Todavia este estado pode ser totalmente alterado em condições 
específicas, como exercício físico e estresse (MOOREet al., 2014).
Assim, pode-se dizer que as veias e vênulas sistêmicas atuam como reservató-
rio de sangue a partir do qual o sangue pode ser rapidamente removido se houver 
necessidade. Este é o caso, por exemplo, de um quadro de hemorragia ou atividade 
muscular intensa onde a venoconstrição poderá ajuda a contrabalancear a queda 
na pressão arterial. As veias e vênulas do fígado, do baço e da pele representam 
os principais reservatórios de sangue do corpo.
Vascularização sistêmica
Vascularização do coração
O pericárdio e o miocárdio são irrigados pelas artérias coronárias, que são ra-
mos da parte ascendente da artéria aorta. Elas correm no sulco coronário e 
recebem o nome de coronárias porque circundam o coração como uma coroa. 
O endocárdio é nutrido por microvascularização diretamente das câmaras do 
coração (WATANABE, 2000).
Artéria 
Artéria Veia
Veia
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Se as artérias coronárias estiverem comprometidas a ponto de não conseguirem suprir as 
necessidades de oxigenação e nutrição do miocárdio, pode ser necessária a realização de 
um procedimento cirúrgico para revascularização do miocárdio, popularmente conhecida 
como “ponte de safena”. Essa cirurgia consiste na retirada de uma parte da veia safena 
localizada no membro inferior para criar uma ponte por cima das artérias coronárias 
comprometidas e tornar possível a passagem sanguínea novamente. Tais artérias podem 
ser afetadas, principalmente, por acúmulo de gordura (aterosclerose) ou cálcio em suas 
paredes. Leia mais sobre o tema, pois grande parte das causas de obstrução das artérias 
coronárias pode ser prevenida por meio da prática regular do exercício físico.
Fonte: Tua Saúde (2013, on-line)³.
explorando Ideias
Geralmente, a artéria coronária esquerda é mais calibrosa e tem maior área 
de distribuição. Ela passa inferiormente à aurícula esquerda, fornece o ramo in-
terventricular anterior e o ramo circunflexo. O ramo interventricular anterior 
percorre o sulco interventricular anterior, desce até o ápice do coração, irriga os 
ventrículos e emite ramos interventriculares septais para o septo interventricular. 
O ramo circunflexo fica no sulco coronário, irriga o átrio e o ventrículo esquerdos, 
dirige-se posteriormente e se anastomosa com a artéria coronária direita.
A artéria coronária direita dirige-se à direita do sulco coronário, emite ramos 
atriais e se divide em ramo marginal (que irriga o ventrículo direito) e ramo in-
terventricular posterior, que percorre o sulco interventricular posterior e irriga 
os dois ventrículos. Também emite ramos interventriculares septais.
O coração é drenado, principalmente, por pequenas veias cardíacas mínimas e por 
veias que se abrem no seio coronário (seio coronário é a principal veia do coração). Este 
seio situa-se no sulco coronário e desemboca no átrio direito. Antes, todavia, ele recebe 
como principais tributárias a veia cardíaca magna (que drena áreas supridas pela artéria 
coronária esquerda e fica localizada no sulco interventricular anterior), a veia cardíaca 
média (que drena os ventrículos e fica no sulco interventricular posterior) e a veia 
cardíaca parva (que drena átrio e ventrículo direitos e se posiciona no sulco coronário).
Vascularização da cabeça e do pescoço
A vascularização da cabeça e do pescoço depende das artérias carótidas comuns 
e subclávias, as quais se originam a partir do arco da aorta. À direita desse arco, 
surge o tronco braquiocefálico, o qual emite a artéria carótida comum direita 
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e a artéria subclávia direita. As artérias carótida comum esquerda e subclávia 
esquerda surgem do próprio arco da aorta (DANGELO; FATTINI, 2011).
As artérias carótidas comuns (direita e esquerda) têm pulsação lateralmente à 
laringe e, na altura da cartilagem tireoide, ramificam-se em artéria carótida interna 
(direita e esquerda) e externa (direita e esquerda). A interna passa o canal carótico 
na base do crânio, emite a artéria oftálmica (que irriga a retina), a artéria cerebral 
anterior (que irriga a face medial do encéfalo), a artéria cerebral média (que irriga 
a face superolateral do hemisfério cerebral) e a artéria comunicante posterior.
A região posterior do encéfalo é irrigada pelas artérias vertebrais (que são 
ramos das artérias subclávias). As vertebrais sobem pelos forames transversos das 
vértebras cervicais, entram no crânio pelo forame magno, unem-se e formam a 
artéria basilar. A basilar emite as artérias cerebelares e a artéria cerebral posterior. 
Assim, na face inferior do encéfalo, se forma o círculo arterial do encéfalo, por 
meio do qual o sistema carotídeo interno se une ao sistema vértebro-basilar como 
uma anastomose arterial que pode, em situações específicas (como obstruções e 
aneurismas), prevenir quadros de isquemia cerebral.
A artéria carótida externa irriga, por meio de muitos ramos, todas as estru-
turas externas da face e do couro cabeludo. Seus principais ramos incluem as 
artérias tireoidea superior, lingual, facial, occipital, auricular posterior, faríngea 
ascendente, maxilar e temporal superficial.
A drenagem venosa da cabeça e do pescoço é feita pelos seios venosos da 
dura-máter e por veias superficiais que, após várias confluências, desembocam 
na veia jugular interna. Esta veia se une à veia subclávia, formando a veia bra-
quiocefálica. As veias braquiocefálicas direita e esquerda se unem e formam a veia 
cava superior, a qual desemboca no átrio direito do coração, levando o sangue 
venoso da cabeça e do pescoço, além do sangue do membro superior e do tórax.
Vascularização do tórax
É feita pela parte torácica da artéria aorta a qual, antes de atravessar o múscu-
lo diafragma pelo hiato aórtico, emite uma série de ramos viscerais e parietais, 
como as artérias esofágicas (que irrigam o esôfago), as pericárdicas (que irrigam 
o pericárdio), as mediastinais (que irrigam as estruturas do mediastino), as bron-
quiais (que irrigam os brônquios), as frênicas superiores (que irrigam o músculo 
diafragma), as subcostais e as intercostais posteriores(que irrigam os músculos 
intercostais e torácicos). Além da artéria aorta, também participam da irrigação 
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da parede torácica a artéria subclávia e a artéria axilar (MOORE et al., 2014). O 
tórax é drenado por várias veias que drenam para a veia ázigo. Por sua vez, a veia 
ázigo conduz o sangue venoso até a veia cava superior.
Ramo frontal
Ramo parietal
Artéria temporal
super�cial
Artéria occipital
Veia temporal
super�cial
Veia tireóidea
superior
Veia profunda
da face
Veia angular
Veia supratroclear
Veia supraorbital
Veia submental
Veia mental
Veia facial
Veia labial inferior
Veia labial superior
Veia occipital
Veia retromandibular
Veia jugular externa
Veia jugular interna
Artéria carótida externa
Artéria carótida interna
Artéria tireóidea
superior
Artéria carótida comum
Artéria facial
Artéria labial
inferior
Artéria labial
superior
Artéria angular
Artéria dorsal
do nariz
Artéria o�álmica
Artéria supratroclear
Seio carótico
Diagrama das principais artérias da cabeça
Diagrama das principais veias da Cabeça
Figura 7 -Vascularização arterial (a) e venosa (b) da cabeça e do pescoço e drenagem da cabeça 
e do pescoço / Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 166).
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Vascularização do abdome
É feita pela parte abdominal da artéria aorta, em seu trajeto após o hiato aórtico. 
Ela emite ramos viscerais e parietais. Os principais ramos parietais são a artéria 
epigástrica superficial, a epigástrica inferior, a musculofrênica, a 10ª e a 11ª ar-
térias intercostais, as posteriores, a subcostal, a circunflexa ilíaca profunda e a 
circunflexa ilíaca superficial (DI DIO, 2002).
Os principais ramos viscerais incluem as artérias frênicas inferiores (irrigam 
o músculo diafragma), o tronco celíaco (irriga esôfago, estômago, baço, pâncreas, 
fígado e duodeno), a mesentérica superior (irriga intestino delgado, ceco, colo 
ascendente e transverso e pâncreas),a mesentérica inferior (irriga colo transverso, 
descendente e sigmoide), as suprarrenais médias (irrigam glândulas suprarre-
nais), as renais (irrigam rins), as gonadais (as testiculares irrigam testículos e as 
ováricas irrigam os ovários) e as ilíacas comuns. Estas últimas se ramificam em ar-
térias ilíacas externas (irrigam os membros inferiores) e ilíacas internas (irrigam 
bexiga urinária, útero e próstata). A drenagem venosa das vísceras abdominais é 
feita, principalmente, pela veia porta e pela veia cava inferior.
Vascularização da pelve
Como vimos, a artéria ilíaca comum se bifurca, originando a artéria ilíaca interna 
e a externa. A interna envia ramos para a parede e as vísceras da pelve; a externa 
envia ramos para a parede abdominal e continua no membro inferior como 
artéria femoral (FREITAS, 2004).
Dentre as principais artérias da pelve, estão: umbilical, obturatória, sa-
cral mediana, retal superior, gonadal (ovárica e testicular), artéria do ducto 
deferente, ramos prostáticos, vesical superior e inferior (na mulher, é artéria 
vaginal) e artéria uterina.
Os plexos venosos pélvicos são formados por veias que circundam as vís-
ceras pélvicas (plexo retal, vesical, prostático, uterino e vaginal). Também são 
importantes as veias iliolombares, sacral mediana e sacrais laterais. Na pelve, a 
veia ilíaca interna se une à veia ilíaca externa para formar a veia ilíaca comum. 
As veias ilíacas comuns (direita e esquerda) se unem para formar a veia cava 
inferior, a qual segue na cavidade abdominal, paralelamente à aorta, recebendo 
várias tributárias. Ela passa pelo forame da veia cava (no músculo diafragma) e 
desemboca no átrio direito do coração.
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Vascularização do membro superior
Os membros superiores são irrigados pelas artérias subclávias que passam in-
feriormente à clavícula. Na região axilar, passam a ser chamadas de artérias axi-
lares, e no braço, passam a ser artérias braquiais. Na altura da fossa cubital, elas 
se ramificam em artéria ulnar e artéria radial, as quais irrigam a mão e os dedos 
(TORTORA et al., 2010).
A artéria radial é a continuação direta da artéria braquial. Ela é superficial 
na parte distal do antebraço, onde pode ser palpada para verificar suas pul-
sações. As veias profundas do membro superior têm os mesmos nomes das 
artérias e seguem, em última instância, até a veia subclávia. As duas principais 
veias superficiais do membro superior são a veia cefálica e a basílica, as quais 
desembocam na veia braquial.
Vascularização do membro inferior
Recapitulando, a parte abdominal da artéria aorta bifurca-se em artérias ilíacas 
comuns (direita e esquerda) que se bifurcam em artéria ilíaca interna (que se 
dirige à pelve) e artéria ilíaca externa. A externa atravessa o ligamento inguinal 
e passa a ser chamada de artéria femoral. Esta passa, posteriormente, à região do 
joelho e recebe o nome de artéria poplítea. A poplítea se bifurca em artéria tibial 
anterior, tibial posterior e fibular (DI DIO, 2002).
As veias profundas do membro inferior acompanham as artérias, têm os 
mesmos nomes delas e seguem, em última instância, até a veia femoral. As duas 
principais veias superficiais do membro inferior são a safena magna e a safena 
parva. A veia safena parva drena para a veia poplítea e a safena magna drena 
para a veia femoral. Outras veias importantes do membro inferior são a safena 
acessória, a veia cutânea lateral, a veia cutânea anterior e as veias perfurantes.
É importante ressaltar que as veias dos membros inferiores drenam o sangue des-
favoravelmente em relação à gravidade e, por isso, suas paredes são ricas em fibras 
musculares lisas e em fibras colágenas. Além disso, possuem numerosas valvas que 
ajudam no direcionamento do sangue (as profundas têm mais). Outros fatores que 
ajudam no retorno venoso são a ação de “esponja venosa” das plantas dos pés, a ação 
massageadora dos músculos do membro inferior sobre os vasos, a pulsação das artérias 
adjacentes transmitindo o pulso para a parede da veia acompanhante (veia satélite) e 
o gradiente de pressão entre a cavidade torácica e a abdominal durante a respiração.
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Em pessoas que permanecem em pé por períodos prolongados, o sangue 
pode se acumular no interior das veias dos membros inferiores, resultando em 
elevação da pressão, dilatação, insuficiência valvular e varizes. Isto gera fluxo 
retrógrado do sangue, estase sanguínea e migração de líquido para o espaço in-
tersticial, causando edema.
Curiosidades
Como o coração se situa entre duas estruturas rígidas (a coluna vertebral e o osso 
esterno), sua compressão pode ser útil para bombear o sangue dele à circulação 
sistêmica. Assim, se o coração parar subitamente de bater, a ressuscitação 
cardiopulmonar (compressão cardíaca associada à ventilação artificial dos pulmões) 
é útil para manter o sangue oxigenado até que ele volte a bater (FREITAS, 2004).
Veia braquiocefálica
Veia cava superior
Veia renal
Veia cava inferior
Veia ilíaca comum
Veia safena magna
Veia femoral
Veia poplítea
Veia safena parva
Veia jugular externa
Veia jugular interna
Veia subclávia
Veia cafálica
Veia basílica
Veia intermediária
do cotovelo
Veia intermediária
do antebraço
Ilustração Esquemática das Principais Veias
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Ilustração Esquemática das Principais Artérias
Artéria carótida comum
Artéria aorta toráxica
Tronco celíaco
Artéria renal
Artéria aorta abdominal
Artéria ilíaca comum
Artéria femoral
Artéria poplítea
Tronco braquiocefálico
Artéria subclávia
Artéria axilar
Artéria braquial
Artéria radial
Artéria ulnar
Artéria tibial anterior
Artéria �bular
Artéria tibial posterior
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Figura 8 - Vascularização do corpo humano / Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 164-165).
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SISTEMA 
LINFÁTICO
DEFINIÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO
O sistema linfático é considerado um sistema de drenagem que auxilia o sistema 
venoso a drenar a linfa dos tecidos para a circulação sanguínea. Para tanto, é 
constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (os vasos linfáticos), 
que se distribuem por todo o corpo captando líquido tecidual que não retornou 
aos capilares sanguíneos. Neste contexto, ele dispõe de estruturas que filtram e 
reconduzem a linfa à circulação sanguínea (MOORE et al., 2014).
Ele é constituído pela linfa, vasos que a drenam (capilares linfáticos, vasos linfáti-
cos, ductos linfáticos), por tecidos e órgãos linfoides (baço, timo, linfonodos e tonsilas).
FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO
A mais notável função do sistema linfático é sua habilidade de drenar o excesso 
de líquido intersticial para os vasos linfáticos mantendo o equilíbrio dos fluidos 
do corpo. Se ele não atuasse desta forma, o volume sanguíneo poderia ser afetado, 
já que o sangue é a fonte principal desse líquido. Além disso, ele também drena 
para os vasos linfáticos parte das proteínas que saem dos vasos sanguíneos. Tal 
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fato é de extrema importância, pois 
evita que ocorra osmose reversa e, 
consequentemente, edema tecidual 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
O sistema linfático desempenha 
outras funções, como participar ati-
vamente da imunidade corpórea. 
Por sua ação, bactérias, partículas 
estranhas e células anômalas podem 
ser destruídas, uma vez que ele está 
diretamente relacionado à produção 
e à maturação de células imunoló-
gicas, como macrófagos e linfócitos 
(tais células participam ativamente 
da resposta imunológica específica, 
produzindo anticorpos para destruir 
substâncias invasoras).
Além disso, o sistema linfático está 
relacionado à absorção e ao transporte 
das gorduras dos alimentos por meio 
dos capilares lácteos, os quais recebem todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis 
absorvidos pelo intestino. Após esta absorção, o quilo (linfa drenada do intestino 
delgado com aparência leitosa) é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para 
o ducto torácico, e daí para o sistema venoso.Em outros tecidos, a linfa é um 
líquido amarelo-claro translúcido.
COMPONENTES DO SISTEMA LINFÁTICO
A linfa, os vasos linfáticos, os tecidos e os órgãos linfoides estão distribuídos por 
praticamente todo o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Os órgãos 
linfoides são classificados como primários ou secundários. Os primários são lo-
cais nos quais as células-tronco se dividem e se tornam aptas a executar a resposta 
imune (por exemplo, a medula óssea vermelha e o timo).
Figura 9 - Visão geral do sistema linfático
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Os órgãos linfoides secundários são locais nos quais a resposta imune ocorre 
(por exemplo, os linfonodos, o baço e os folículos linfáticos). Enquanto o baço, o 
timo e os linfonodos são considerados órgãos, pois são revestidos por uma cápsula 
de tecido conjuntivo, os nódulos linfáticos não são, pois não apresentam tal cápsula.
Linfa
A linfa é um líquido incolor presente no espaço intersticial, resultante das trocas 
entre o sangue dos capilares e o tecido. Pode-se dizer que representa o excesso 
de líquido que saiu do capilar, mas não retornou à circulação sanguínea (TOR-
TORA et al., 2010).
Sua composição é parecida com a do plasma sanguíneo, uma vez que apre-
senta água, eletrólitos e proteínas. Todavia a linfa é mais rica em água, tem menos 
proteínas do que o plasma e não tem hemácias ou plaquetas. Diferentemente 
do que ocorre no sistema cardiovascular sanguíneo, onde o coração bombeia 
o sangue, no sistema linfático, não existe um órgão central bombeador de linfa.
Assim, a circulação da linfa é possibilitada pelos mesmos mecanismos que au-
xiliam o retorno venoso (vistos anteriormente, lembra?). Por isto, o fluxo da linfa 
é lento nos períodos de inatividade física, mas aumenta com o exercício, o peris-
taltismo e os movimentos respiratórios. Isto explica o fato de que algumas pessoas 
precisam, inclusive, realizar artificialmente manobras de drenagem linfática.
Capilares, vasos e ductos linfáticos
A linfa intersticial é recolhida pelas capilares linfáticos, os quais são os de menor 
calibre do sistema linfático. Tais vasos são importantes porque recolhem, além da 
linfa, moléculas diversas do líquido intersticial que não retornam aos capilares 
sanguíneos (como moléculas grandes ou proteínas). Tal habilidade é possível 
porque os capilares linfáticos apresentam diferenças em relação aos capilares 
sanguíneos, por exemplo, são mais calibrosos e têm maior permeabilidade.
A maior permeabilidade deve-se ao maior espaço que existe entre suas células 
(são fenestrados), à ausência de membrana basal e à posição das bordas de suas 
células endoteliais. Estas estão frouxamente unidas e podem ser empurradas pela 
pressão do líquido intersticial de fora para dentro, fazendo com que o líquido 
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penetre nos capilares linfáticos e, uma vez dentro, não retorne ao meio intersticial 
devido à pressão que força as bordas das células endoteliais a se juntarem (como 
uma porta vaivém unidirecional). Além disso, existem filamentos de ancoragem 
nos capilares linfáticos que fixam suas células endoteliais aos tecidos adjacentes. 
Quando ocorre edema, esses filamentos são tracionados, aumentando as aberturas 
entre as células para que mais líquido flua para o capilar linfático (FREITAS, 2004).
Adicionalmente, esses pequenos vasos terminam em fundo cego para permi-
tir o fluxo unidirecional da linfa em direção ao capilar sanguíneo e apresentam 
válvulas que ajudam a conduzir a linfa em direção ao coração. Todavia elas os 
estreitam, dando-lhes aspecto irregular de “rosário” ou “colar de conta”.
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os locais do corpo, 
sendo abundantes na pele e nas mucosas, mas ausentes nos dentes, nos ossos, 
na medula óssea vermelha, no sistema nervoso central, nos tecidos avasculares 
(como cartilagem, epiderme e córnea do bulbo) e nos músculos estriados esque-
léticos (embora estejam presentes no tecido conjuntivo que os envolvem).
Os capilares se unem para formar os vasos linfáticos, os quais podem ser 
superficiais ou profundos. Os superficiais anastomosam-se livremente e são mais 
numerosos do que as veias no tecido subcutâneo. Eles drenam para os vasos linfá-
ticos profundos, que também recebem a drenagem dos órgãos internos. Assim, os 
vasos linfáticos tornam-se progressivamente maiores (sendo chamados de vasos 
coletores) e atravessam vários linfonodos antes de desembocarem nos troncos 
linfáticos e permitirem que a linfa retorne à corrente sanguínea.
Os cinco principais troncos linfáticos são o intestinal (que recebe a linfa dos 
órgãos abdominais), o lombar (que drena o membro inferior e alguns órgãos 
pélvicos), o subclávio (que drena o membro superior, parte do tórax e do dorso), 
o jugular (que drena cabeça e pescoço) e o broncomediastinal (que drena o tó-
rax). Os troncos linfáticos drenam para o ducto linfático direito ou para o ducto 
torácico. Posteriormente, a linfa é direcionada às veias e passa a circular junto 
com o plasma sanguíneo.
O ducto linfático direito é um pequeno vaso (cerca de 1,0 cm de comprimen-
to) formado pela união dos troncos subclávio, jugular e broncomediastinal direi-
to. Ele desemboca na junção da veias subclávia direita e jugular interna direita.
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O ducto torácico mede 45 cm de comprimento. Ele recebe linfa dos troncos 
lombares e intestinal, atravessa o músculo diafragma junto com a artéria aorta e 
recebe vasos linfáticos que drenam a metade esquerda do tórax. Posteriormente, 
recebe os troncos subclávio esquerdo e jugular esquerdo e desemboca na veia 
subclávia esquerda. Assim, recolhe a linfa de todo o corpo, menos do membro 
superior direito e da metade direita da cabeça, do pescoço e do tórax (ela é reco-
lhida pelo ducto linfático direito).
Linfonodos
Os linfonodos são pequenas massas de tecido linfoide dispostas ao longo do 
trajeto dos vasos linfáticos. Os cerca de 600 linfonodos dispersos pelo corpo 
reúnem-se nos grupos superficial e profundo e atuam como órgãos filtrantes da 
linfa antes que ela adentre o sistema venoso. Para tanto, eles destroem microrga-
nismos, toxinas, células anômalas e partículas estranhas por meio dos macrófagos 
e linfócitos existentes em seu interior (WATANABE, 2000).
A linfa penetra a face convexa do linfonodo por meio de vasos linfáticos 
aferentes, os quais têm válvulas que se abrem para o centro do linfonodo e não 
permitem que a linfa reflua. Então, ela é lentamente filtrada por meio de canais 
irregulares, denominados seios, onde existem macrófagos, linfócitos e plasmóci-
tos. Dos seios, a linfa sai pelos vasos linfáticos eferentes, que deixam o linfonodo 
pela região do hilo. Ah... É válido mencionar que existem menos vasos linfáticos 
eferentes do que aferentes, a fim de reduzir a velocidade do fluxo da linfa.
Cada linfonodo é envolto por uma cápsula fibrosa, da qual partem projeções 
de tecido conjuntivo (as trabéculas) para o interior do linfonodo, dividindo-o 
em vários compartimentos, os quais são, posteriormente, subdivididos por fibras 
reticulares. Cápsula, trabéculas, fibras reticulares e fibroblastos formam o estroma 
ou o arcabouço do linfonodo. O parênquima do linfonodo é dividido em uma 
região externa chamada córtex, e em uma região interna chamada medula. No 
córtex, os linfócitos são sintetizados, e na medula, as células estão arranjadas em 
forma de cordões denominados cordões medulares.
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Ductos linfáticos
Linfonodos
Válvulas dos capilares linfáticos
Capilares linfáticos
Figura 10 - Capilares, ductos linfáticos e linfonodos 
Baço
O baço é um órgão que, provavelmente, já te incomodou um dia na vida, principal-
mente se você resolveu fazer um exercício físico um pouco mais extenuante sem 
preparo físico adequado (falo sempre que isso acontece a quem quer “virar atleta” de 
um dia para o outro). Você deve estar se perguntando por que o baço já o incomodou. 
É simples. Sabe aquela dorzinha na região lateral do abdome, à esquerda?Pois é ele. 
Mas por que será que ele dói ao se exercitar com um pouco mais de intensidade? Será 
que é possível que essa dor pare de incomodar com o treinamento sistematizado? 
Como se deve proceder? Vamos primeiro entender o que é o baço e quais funções 
ele desempenha para depois respondermos tais perguntas (DI DIO, 2002).
O baço é o maior órgão linfoide (com cerca de 10 cm), localizado à esquerda 
da cavidade abdominal, logo abaixo do músculo diafragma, sendo quase completa-
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mente recoberto pelo estômago. Com forma elíptica e de cor vermelho-escura, ele 
apresenta a face diafragmática (superior, em contato com o músculo diafragma) e a 
face visceral (inferior, em contato com as vísceras abdominais). Enquanto a diafrag-
mática é convexa e lisa, a visceral apresenta o hilo, por onde passam vasos e nervos.
O baço é envolto pelo peritônio visceral e por uma cápsula resistente de tecido 
conjuntivo fibroso que contém fibras musculares e envia septos (as trabéculas) 
para seu interior, dividindo-o e dando-lhe sustentação. Cápsula, trabéculas, fi-
bras reticulares e fibroblastos constituem o estroma do baço. Seu parênquima é 
constituído por polpa vermelha e branca. A vermelha é mais abundante e consiste 
em seios venosos ramificados que armazenam sangue; a branca fica dentro da 
vermelha e apresenta grande quantidade de linfócitos e macrófagos.
Inúmeras funções são desempenhadas pelo baço. Ele produz linfócitos e plas-
mócitos, atua na maturação dos linfócitos B, armazena plaquetas, destrói células 
sanguíneas velhas (hemocaterese) e produz células sanguíneas (hemopoiese). 
Além disso, atua como reservatório de sangue, sendo capaz de liberar cerca de 
200 ml para a corrente sanguínea em situações de emergência (como uma he-
morragia). Normalmente, esse sangue fica contido nos seios venosos da polpa 
vermelha e é liberado pela contração das células musculares lisas de sua cápsula.
Figura 11 - Baço
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Algumas doenças infecciosas podem aumentar seu tamanho, causando es-
pleno-megalia. Além disso, um trauma abdominal pode rompê-lo e causar san-
gramento intraperitoneal, obrigando sua remoção cirúrgica (esplenectomia) para 
evitar morte por hemorragia. Neste caso, outras estruturas (como fígado, medula 
óssea vermelha, linfonodos e tonsilas) podem assumir suas funções, embora as 
funções imunes possam permanecer debilitadas.
Agora, você certamente entende porque ele dói quando faz exercícios mais 
intensos sem um bom preparo físico. Isso ocorre porque, no exercício, ele faz 
várias funções ao mesmo tempo. Assim, realiza a hemocatérese, a hemopoiese e 
a liberação de sangue extra para a circulação periférica a fim de suprir as neces-
sidades dos músculos. Para liberar o sangue contido nos seios venosos da polpa 
vermelha, os músculos lisos de sua cápsula se contraem, gerando um incômodo 
percebido no local onde ele se localiza.
Para ele parar de incomodar, o ideal é prosseguir com o treinamento, pois a 
continuidade do exercício gera mudanças na constituição do próprio sangue (au-
menta, por exemplo, a quantidade de eritrócitos e otimiza o transporte de O2 para 
os músculos). Ou seja, o jeito é continuar a treinar. Todavia enquanto seu corpo 
ainda está sendo condicionado, a melhor opção é respirar mais intensamente e, 
se a dor se tornar muito forte, diminuir a intensidade do exercício. Sabendo de 
tudo isso, bom treino.
Timo
A maioria das pessoas não sabe onde se localiza o timo, o que ele faz e, para piorar, 
algumas, inclusive, não sabem nem se têm, de fato, um timo em seus corpos. Falo 
sempre que o timo é um órgão injustiçado porque ninguém se lembra dele. Mas 
por que será que isso ocorre? Será que suas funções não são, de fato, importantes?
O timo é formado por uma massa linfoide bilobulada mantida justaposta 
por uma lâmina de tecido conjuntivo. Uma cápsula de tecido conjuntivo envolve 
cada lobo separadamente e as extensões dessa cápsula (as trabéculas) penetram 
os lobos, dividindo-os em lóbulos. Cada lóbulo tem uma camada externa e outra, 
interna. A externa é chamada de córtex e é constituída por linfócitos T, células 
dendríticas, células epiteliais e macrófagos. A interna é chamada de medula e 
apresenta linfócitos T maduros, células dendríticas, macrófagos e células orga-
nizadas chamadas de corpúsculos tímicos (FREITAS, 2004).
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Linfócitos T necessitam do timo para amadurecer e, quando maduros, deixam 
o timo por meio do sangue e são transportados até os linfonodos, o baço e outros 
tecidos linfáticos. O timo também atua como glândula endócrina, produzindo o 
hormônio timosina, que estimula o crescimento de linfócitos em todos os tecidos 
linfáticos do corpo.
Ele está situado, em parte, na região inferior do pescoço (anterior e lateralmente 
à traqueia) e, em parte, na cavidade torácica (posteriormente, ao osso esterno, no 
mediastino). Esse órgão é maior na infância, pois é gradativamente substituído 
por tecido conjuntivo e gordura. Contudo algumas de suas células continuam a 
se proliferar durante toda a vida.
Esse fato justifica o pouco conhecimento que a maioria das pessoas tem a 
respeito do timo. Como ele é gradativamente substituído por tecido conjuntivo 
e gordura, suas funções são assumidas por outros órgãos, por isso, você, provavel-
mente, nunca ouviu falar de alguém que morreu de problema no timo. Todavia 
não podemos desprezar suas funções, porque elas são importantes e essenciais 
às diversas fases do desenvolvimento humano.
Figura 12 - Timo
Laringe
Glândula tireoide
Traqueia
Timo
Pulmão
Coração
Pericárdio
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Nódulos linfáticos
Nódulos linfáticos são massas ovais de tecido linfático não envoltas por uma 
cápsula de tecido conjuntivo. Eles estão espalhados por toda a mucosa que 
reveste os sistemas genital masculino e feminino, digestório, urinário e respira-
tório e, por isso, são chamados de tecido linfático associado à mucosa (MALT) 
(TORTORA et al., 2010).
Enquanto alguns nódulos linfáticos são pequenos e solitários, outros formam 
grandes agregações (como as tonsilas, os nódulos linfáticos do íleo e do apêndice 
vermiforme). Nos segmentos gastrointestinais, são conhecidos como placas de Peyer.
Tonsilas
Tonsilas são pequenas massas de tecido linfoide relacionadas à imunidade, repre-
sentando a primeira defesa do organismo. Elas ficam localizadas em várias regiões 
do corpo, por exemplo, na parte nasal da faringe (tonsila faríngea), próximo ao 
óstio faríngeo da tuba auditiva (tonsila tubária), na raiz da língua (tonsila lingual), 
na fossa tonsilar (tonsila palatina) e na laringe (tonsila laríngea). O conjunto delas 
é conhecido como anel linfático (WATANABE, 2000).
Na infância, é normal que as tonsilas fiquem mais volumosas, uma vez que a 
criança tende a pôr na boca quase tudo o que manipula. Normalmente, os objetos 
são contaminados, e as tonsilas são ativadas a fim de produzir anticorpos e ficam 
hipertrofiadas e dolorosas.
Outro detalhe interessante que merece ser destacado é que a hipertrofia da 
tonsila tubária e faríngea recebe o nome de adenoide e pode dificultar o funcio-
namento da tuba auditiva, da qualidade da voz e da respiração nasal. Assim, o 
indivíduo desenvolve respiração bucal e, por isso, os roncos são comuns. De igual 
modo, a hipertrofia da tonsila palatina (popularmente chamada de amidalite) 
também dificulta a deglutição.
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Tonsila
faríngea
Tonsila
palatina
Tonsila
lingual
Figura 13 - Tonsilas
PRINCIPAIS LINFONODOS DO CORPO
Cabeça
Incluem os linfonodos occipital (drena a parte occipital do escalpo e a parte superior 
do pescoço), os mastoideos (drena a pele da orelha), os pré-auriculares (drena a 
orelha externa e a região temporal do escalpo), os parotídeos (drena o nariz, a parte 
posterior da cavidade nasal e a parte nasal da faringe) e os da face, que incluem 
os infraorbitais (drena as pálpebras), os mandibulares (drenas as bochechas), os 
bucinatórios (drena o ângulo da bocae as bochechas) (MOORE et al., 2014).
Pescoço
Incluem os linfonodos submandibulares (drenam o mento, o ápice da língua e 
parte do palato), os submentuais (drenam mento, ápice da língua, lábio inferior, 
assoalho da boca e bochechas), os cervicais superficiais (drenam orelha e região 
parotídea), os cervicais profundos superiores (que ficam abaixo do músculo 
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esternocleidomastoideo), os cervicais inferiores (que ficam próximos à veia 
subclávia; drenam a parte posterior do escalpo e pescoço, a região peitoral e 
parte do braço) e os cervicais superiores (drenam parte posterior da cabeça e do 
pescoço, orelha, faringe, esôfago, glândula tireoide, palato e tonsilas) (FREITAS, 
2004).
Tórax
Os linfonodos do tórax podem ser parietais ou viscerais. Os parietais incluem 
os linfonodos paraesternais (que drenam parte da parede torácica, glândula ma-
mária e face diafragmática do fígado), entercostais (que drenam parte da parede 
torácica) e frênicos (que drenam fígado, diafragma e parede abdominal anterior) 
(MOORE et al., 2014).
Os linfonodos viscerais incluem os mediastinais anteriores (que drenam timo 
e pericárdio), os mediastinais posteriores (que drenam esôfago, pericárdio, dia-
fragma e face convexa do fígado) e os traqueobronquiais (que drenam traqueia, 
esôfago, brônquios e pulmões).
Abdome e pelve
Os linfonodos do abdome e da pelve também podem ser parietais ou viscerais. 
Os parietais incluem os linfonodos: a) os ilíacos externos, que drenam vasos lin-
fáticos profundos da parede abdominal inferior até o umbigo, região adutora da 
coxa, bexiga urinária, próstata, ducto deferente, vesícula seminal, parte prostática 
e membranácea da uretra, tubas uterinas, útero e vagina; b) os ilíacos comuns, 
que drenam vísceras pélvicas; c) os ilíacos internos, que drenam vísceras pél-
vicas, períneo, região glútea e face posterior da coxa; d) os sacrais, que drenam 
reto, próstata e parede posterior da pelve; e) os lombares, que drenam testículos, 
ovários, glândula suprarrenal e parede abdominal lateral (FREITAS, 2004).
Os linfonodos viscerais incluem: a) os celíacos, que drenam estômago, esô-
fago, duodeno, fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço; b) os mesentéricos su-
periores, que drenam jejuno, íleo, apêndice, ceco, colos ascendente, descendente 
e sigmoide; c) os mesentéricos inferiores, que drenam colo descendente, sig-
moide, reto e canal anal.
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Membros superiores
Os principais linfonodos dos membros superiores são: a) os supratrocleares, 
que drenam antebraço, palma e dedos mediais; b) os deltopeitorais, que drenam 
o lado radial do membro superior; c) os axilares, que drenam a maior parte do 
membro superior, glândulas mamárias, parede torácica e pescoço (DI DIO, 2002).
Figura 14 - Principais linfonodos do corpo
Membros inferiores
Os principais linfonodos dos membros inferiores são: a) os poplíteos, que dre- 
nam a região calcanear e o joelho; b) os inguinais superficiais, que drenam a 
parede abdominal, a região glútea, os órgãos genitais externos e todos os vasos 
superficiais do membro inferior; c) os inguinais profundos, que drenam os va-
sos profundos do membro inferior, pênis e clitóris (DANGELO; FATTINI, 2011).
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DISSEMINAÇÃO DO CÂNCER
Células cancerígenas podem se disseminar pelo corpo por contiguidade (por 
proximidade) ou por metástase. A propagação por meio de metástase ocorre 
por disseminação hematogênica (por meio do sangue) ou linfática (por meio da 
circulação linfática) (MOORE et al., 2014).
A disseminação hematogênica do câncer é a via mais comum de propagação 
de sarcomas (tumores menos comuns, porém, mais malignos). Um fato interes-
sante é que as veias disseminam mais do que as artérias (pois têm paredes mais 
finas, oferecem menos resistência e são mais abundantes), e os locais mais comuns 
de sarcomas secundários são o fígado e os pulmões.
A disseminação linfática do câncer é a via mais comum de dissemina-
ção de carcinomas (tipo mais comum de câncer, porém, menos maligno). 
Quando a metástase ocorre por via linfática, pode-se prever o novo local de 
instalação do câncer analisando a drenagem linfática do tumor primário. 
Essa via faz com que linfonodos cancerosos fiquem aumentados, mais firmes, 
insensíveis e fixos às estruturas subjacentes. Esta caracterização é importante 
e deve ser avaliada de maneira comparativa em relação às alterações cau-
sadas nos linfonodos em decorrência de quadros infecciosos. Neste caso, a 
infecção faz com que os linfonodos ficam aumentados, no entanto, moles, 
móveis e muito dolorosos.
Como algumas células cancerígenas podem sobreviver e se multiplicar no 
interior dos linfonodos e, a partir deles, se disseminar pelo corpo, linfonodos in-
tumescidos próximos a regiões cancerosas devem ser removidos cirurgicamente. 
Além disso, a técnica de terapia manual denominada drenagem linfática não é 
aconselhável a portadores de tumores, pois facilita a disseminação de células 
cancerígenas de um tumor primário para outras regiões do corpo.
Por fim, é importante caracterizar o linfoma. Este é considerado o câncer 
dos órgãos linfoides, especialmente dos linfonodos. A maioria não tem causa 
conhecida. Seu tratamento inclui radioterapia, quimioterapia e transplante de 
medula óssea. Os dois principais tipos de linfomas são a doença de Hodgkin, 
que acomete pessoas entre 15 e 35 anos ou acima de 60 anos de idade. Ocorre o 
aumento dos linfonodos que são comuns no pescoço, no tórax e na axila. É mais 
comum em homens e há cura de 90 a 95% dos casos, e o não-Hodgkin, tipo mais 
comum, ocorre em qualquer idade e pode estar associado à esplenomegalia, à 
anemia e ao mal-estar geral. Curam em cerca de 50% dos casos.
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Sabia que pessoas com o sistema imunológico comprometido têm maior probabilidade 
de ter a doença de Hodgkin? O melhor é prevenir se abstendo de fatores de risco evitáveis 
(como fumo e debilidade imunológica).
pensando juntos
LINFANGITE, LINFADENITE E LINFEDEMA
Algumas estruturas do sistema linfático podem sofrer alterações e modificar o 
funcionamento deste sistema. São exemplos: a linfangite, a linfadenite e o linfe-
dema (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
A linfangite é a inflamação secundária dos vasos linfáticos. Já a linfadenite é 
a inflamação secundária dos linfonodos. É popularmente conhecido como íngua 
e ocorre em casos de infecção ou inflamação. Seu aparecimento pode fazer com 
que grupos de linfonodos fiquem sobrecarregados e aumentem de tamanho, tor-
nando-se dolorosos e facilmente palpáveis na superfície do corpo.
Por fim, linfedema é um tipo localizado de edema, que ocorre quando a linfa não 
está sendo adequadamente drenada. Pode ser causada por um linfonodo infec-
tado ou um vaso linfático bloqueado. Se não for minimizado, pode aumentar a 
pressão sanguínea capilar local e agravar ainda mais o quadro clínico.
ENVELHECIMENTO E SISTEMA LINFÁTICO
O envelhecimento muda a fisiologia do sistema linfático, fazendo com que algu-
mas alterações apareçam. É comum, por exemplo, que com o aumento da ida-
de, haja diminuição da produção de células imunológicas e maior produção de 
anticorpos contra o próprio organismo. Tal fato está diretamente relacionado à 
maior debilidade imunológica que os idosos apresentam e ao aumento da inci-
dência de doenças autoimunes nas fases mais tardias da vida (MIRANDA NETO; 
CHOPARD, 2014).
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SISTEMA 
RESPIRATÓRIO
DEFINIÇÃO E FUNÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é constituído por um conjunto de estruturas anatômicas 
as quais, em conjunto, são responsáveis pela captação do ar do meio ambiente 
e seu transporte até o órgão respiratório para que a hematose seja possível 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
A hematose é um processo que implica em trocas gasosas entre o ar 
atmosférico e o meio interno. Neste processo, o CO2 resultante do metabo-
lismo celular é trazido pelo sangue aos pulmões e se difunde dos capilares 
teciduais aos alvéolos

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