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leis penais especiais (1)


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@deltacaveira10 
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@DeltaCaveira10 
 
LEGISLAÇÃO BIZURADA 
 
 
 
LEIS PENAIS ESPECIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª Edição 
 
2020 
 @deltacaveira10 
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SUMÁRIO 
- Lei nº 12.830/13 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia..............................................3 
- Lei nº 12.850/13 - Organizações Criminosas........................................................................................................5 
- Lei nº 13.260/16 - Lei Antiterrorismo.................................................................................................................24 
- Lei nº 9.613/98 - Lavagem de Dinheiro..............................................................................................................27 
- Lei nº 9.296/96 - Interceptações Telefônicas.....................................................................................................40 
- Lei nº 11.343/06 - Lei de Drogas.........................................................................................................................49 
- Lei nº 11.340/06 - Lei Maria da Penha................................................................................................................77 
- Lei nº 8.072/90 - Crimes Hediondos...................................................................................................................91 
- Lei nº 7.960/89 - Prisão Temporária...................................................................................................................95 
- Lei nº 8.137/90 - Crimes contra a Ordem Tributária.........................................................................................98 
- Lei nº 7.492/86 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional....................................................................107 
- Lei nº 9.605/98 - Crimes Ambientais................................................................................................................115 
- Lei nº 10.826/03 - Estatuto do Desarmamento...............................................................................................130 
- Lei nº 9.455/97 - Crime de Tortura...................................................................................................................144 
- Lei nº 7.716/89 - Crimes de Preconceito..........................................................................................................147 
- Lei nº 10.741/03 - Crimes do Estatuto do Idoso..............................................................................................151 
- Lei nº 8.666/93 - Crimes Licitatórios.................................................................................................................154 
- Lei nº 9.503/97 - Crimes de Trânsito.................................................................................................................159 
- Lei nº 8.069/90 - Crimes do Eca.........................................................................................................................167 
- Lei nº 8.078/90 - Crimes contra o Consumidor................................................................................................178 
- Lei nº 11.101/05 - Crimes Falimentares............................................................................................................181 
- Decreto-Lei nº 201/67 - Crimes de Responsabilidade de Prefeitos e Vereadores.......................................185 
- Decreto-Lei nº 3.688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral).....................................................................191 
- Lei nº 10.671/03 - Estatuto do Torcedor..........................................................................................................194 
- Lei nº 1.521/51 - Crimes contra a Economia Popular.....................................................................................196 
- Lei nº 2.889/56 - Crime de Genocídio...............................................................................................................199 
- Lei nº 12.037/09 - Identificação Criminal.........................................................................................................200 
- Lei nº 10.446/02 - Atribuições da Polícia Federal............................................................................................202 
- Lei nº 9.099/95 - Juizados Especiais Criminais.................................................................................................203 
- Lei nº 13.869/19 - Nova Lei de Abuso de Autoridade....................................................................................213 
- Lei nº 7.210/84 - Lei de Execução Penal (LEP).................................................................................................219 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @deltacaveira10 
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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE 
POLÍCIA – LEI 12.830/13 
 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. 
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são 
de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por 
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das 
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, 
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. 
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou 
redistribuído por SUPERIOR HIERÁRQUICO, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse 
público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que 
prejudique a eficácia da investigação. 
FORMAS DE RETIRAR A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DAS MÃOS DO DELEGADO DE POLÍCIA 
Formas 
a) Avocação: quando a autoridade superior requisita os autos para sua própria condução; 
b) Redistribuição: quando a autoridade superior retira a investigação criminal de um 
delegado de polícia e passa para outro. 
Motivos 
- Interesse público; ou 
- Hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação 
que prejudique a eficácia da investigação. 
§ 5o A REMOÇÃO do delegado de polícia dar-se-á SOMENTE por ato fundamentado. 
§ 6o O INDICIAMENTO, PRIVATIVO do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise 
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
INDICIAMENTO 
Conceito 
É o ato privativo do Delegado de Polícia, consistente em atribuir a provável autoria ou a 
participação de uma infração penal à alguém, ou seja, é apontar como provável autor ou 
partícipe de um delito. Com o indiciamento, passa-se de um juízo de possibilidade para 
probabilidade de autoria. 
Momento 
Pode ocorrer já no auto de prisão em flagrante ou até mesmo no relatório final da autoridade 
de polícia judiciária, mas deve ser durante o inquérito. O que não pode ocorrer é o 
indiciamento de alguém quando o processo já está em andamento. 
Legitimidade 
É ato privativo do Delegado de Polícia. Não pode o Juiz ou Promotor obrigar o delegado a 
indiciar alguém. 
Espécies 
Direto: Ocorre quando o indiciado está presente; 
Indireto: Ocorre quando o indiciado está ausente (foragido). 
Desindiciamento 
Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso das investigações, que a 
pessoa indiciada não está vinculada ao fato, promova o desindiciamento, seja na evolução do 
inquérito, ou no relatório de encerramento do procedimento. De qualquer sorte, tudo deve 
ser descrito no relatório, de forma a permitir a pronta análise pelo titular da ação penal. 
SeLigaNoConceito:Desindiciamento Coacto: é o desindiciamento determinado judicialmente em habeas corpus 
impetrado contra indiciamento menifestamente ilegal. 
Não podem ser 
indiciados 
1) Magistrados (art. 33, p. único, LC nº 35/79); 
2) Membros do MP (art. 18, p. único, LC nº 75/93; art. 41, p. único, Lei n° 8.625/93) 
 
 @deltacaveira10 
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#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE INDICIAMENTO 
- Indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial, não podendo ser determinado por magistrado. 
O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui 
atribuição exclusiva da autoridade policial. 
É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta determinada pessoa como a autora do ilícito em 
apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por meio da qual o delegado de polícia externa o 
seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou determinada pelo 
magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que determinado indivíduo 
seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado pelo ordenamento 
jurídico pátrio. 
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato 
inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. 
STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552). 
TF. 2ª Turma. HC 115015/SP. Rel. Min Teari Zavascki. julgado em 27/8/2013 (lnfo 717). 
 
- Indiciamento envolvendo autoridades com foro por prerrogativa de função. 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. 
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, 
parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, 
parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). 
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa 
de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal 
competente para julgar esta autoridade. 
Ex: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o Delegado 
de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. Diante disso, 
a autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o 
indiciamento do referido Governador. 
Chama-se atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo 
da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. 
STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825). 
Art. 3o O cargo de delegado de polícia é PRIVATIVO de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o 
mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério 
Público e os advogados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 @deltacaveira10 
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LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI 12.850/13 
 
CAPÍTULO I 
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
Art. 1o Esta Lei DEFINE organização criminosa e DISPÕE sobre a investigação criminal, os meios de obtenção 
da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. 
§ 1o Considera-se ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Obs.: É possível a formação de organização criminosa com o intuito de praticar infração cuja pena máxima 
cominada seja inferior a quatro anos. No caso de infrações penais de caráter transnacional, ou seja, aquelas 
que ultrapassam as fronteiras nacionais, a configuração do delito de organização criminosa independe da 
quantidade de pena aplicável. 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – ELEMENTOS 
PESSOAL 4 ou mais pessoas. 
ESTRUTURAL 
Estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que 
informalmente. 
TELEOLÓGICO OU 
FINALÍSTICO 
Objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, 
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
 
#NãoConfunda: 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
(Art. 288, CP) 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
(Art. 1°, § 1º, Lei 12.850/13) 
Associação de 3 ou mais pessoas Associação de 4 ou mais pessoas 
Estabilidade e permanência Estabilidade e permanência 
Dispensa estrutura ordenada e divisão de tarefas 
Pressupõe estrutura ordenada e divisão de tarefas, ainda 
que informalmente 
Destina-se à prática de crimes, 
independentemente da pena cominada 
Destina-se à prática de infrações penais (crime ou 
contravenção), cuja pena máxima é superior a 4 anos 
ou que tenha caráter transnacional 
Exige o especial de fim de agir de cometer crimes 
Exige o especial fim de agir de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza 
Pena  Reclusão, de 1 a 3 anos Pena  Reclusão, de 3 a 8 anos 
Admite sursis processual Não admite sursis processual 
§ 2o Esta Lei se aplica também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o 
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo 
legalmente definidos. 
Art. 2o PROMOVER, CONSTITUIR, FINANCIAR ou INTEGRAR, pessoalmente ou por interposta pessoa, 
organização criminosa: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e MULTA, sem prejuízo das penas correspondentes às demais 
infrações penais praticadas. 
Crime Organizado por Natureza Crime Organizado por Extensão 
Refere-se ao crime de organização criminosa, pelo tipo 
penal do art. 2°, caput, da Lei n° 12.850/13. 
Refere-se às infrações penais praticadas pela 
organização criminosa. 
Ex.: Organização criminosa especializada em crimes de peculato, os agentes deverão ser denunciados pelo crime 
de organização criminosa (Lei n° 12.850/13, art. 2°, caput) - crime organizado por natureza - em concurso 
material com os delitos de peculato (CP, art. 312) - crime organizado por extensão. 
 @deltacaveira10 
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§ 1o Nas mesmas penas incorre quem IMPEDE ou, de qualquer forma, EMBARAÇA a investigação de infração 
penal que envolva organização criminosa. 
#INFO 
- Crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado não é restrito à fase do inquérito. 
A Lei das organizações criminosas (Lei nº 12.850/2013) prevê o seguinte crime: 
Art. 2º (...) § 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de 
infração penal que envolva organização criminosa. 
Quando o art. 2º, § 1º fala em “investigação”, ele está se limitando à fase pré-processual ou abrange também a 
ação penal? Se o agente embaraça o processo penal, ele também comete este delito? 
SIM. A tese de que a investigação criminal descrita no art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013 limita-se à fase do 
inquérito não foi aceita pelo STJ. Isso porque as investigações se prolongam durante toda a persecução criminal, 
que abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo recebimento da denúncia. 
Assim, como o legislador não inseriu uma expressão estrita como “inquérito policial”, compreende-se ter conferido 
à investigação de infração penal o sentido de “persecução penal”, até porque carece de razoabilidadepunir mais 
severamente a obstrução das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal. 
Ademais, sabe-se que muitas diligências realizadas no âmbito policial possuem o contraditório diferido, de tal 
sorte que não é possível tratar inquérito e ação penal como dois momentos absolutamente independentes da 
persecução penal. 
O tipo penal previsto pelo art. 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013 define conduta delituosa que abrange o inquérito 
policial e a ação penal. 
STJ. 5ª Turma. HC 487.962-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/05/2019 (Info 650). 
§ 2o As penas AUMENTAM-SE até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma 
de fogo. 
§ 3o A pena é AGRAVADA para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda 
que não pratique pessoalmente atos de execução. 
§ 4o A pena é AUMENTADA de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
I - se há participação de criança ou adolescente; 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de 
infração penal; 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; 
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
Forma Equiparada - Aquele que IMPEDE ou EMBARAÇA a investigação. 
Agravante - Quem exerce o comando da ORCRIM, individual ou coletivo. 
Causas de 
Aumento 
Até a Metade - Emprego de arma de fogo. 
De 1/6 a 2/3 
- Participação de criança ou adolescente; 
- Concurso de funcionário público, valendo-se do cargo; 
- Produto ou proveito destina-se ao exterior; 
- Organização mantém conexão com outros organizações independentes; 
- Transnacionalidade da organização. 
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz 
determinar seu AFASTAMENTO CAUTELAR do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, 
quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, 
emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) 
anos SUBSEQUENTES ao cumprimento da pena. (EFEITOS DA CONDENAÇÃO) 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
(Automáticos) 
- perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo; 
- interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 
(oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
Obs.: a interdição não é pelo dobro do prazo da pena aplicada (como 
ocorre na lei de tortura), mas sim pelo prazo de 8 anos subsequentes ao 
cumprimento da pena. 
 @deltacaveira10 
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§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia 
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o 
feito até a sua conclusão. 
#PACOTEANTICRIME 
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão INICIAR o 
cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por 
meio de organização criminosa NÃO PODERÁ progredir de regime de cumprimento de pena ou obter 
livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a 
manutenção do vínculo associativo. (Lei nº 13.964/2019) 
 
CAPÍTULO II 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA 
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, SERÃO PERMITIDOS, sem prejuízo de outros já previstos em lei, 
os seguintes MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA: 
I - colaboração premiada; 
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
#NãoConfunda: 
Art. 3º, II, da Lei nº 12.850/13 Lei nº 9.296/96 
Captação ambiental Interceptação Telefônica 
Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, 
ópticos ou acústicos. 
Interceptação do fluxo de comunicações em sistemas 
de informática e telemática. 
Não há prazo determinado para a duração. O prazo é de 15 dias, prorrogável por igual tempo. 
A captação pode ser feita de forma incondicional. 
A interceptação necessita de autorização judicial 
(cláusula de reserva de jurisdição). 
É possível a captação ambiental para a investigação de 
qualquer infração penal praticada no âmbito de uma 
organização criminosa. 
A interceptação somente pode ser autorizada para fins 
de investigação de delito apenado com reclusão. 
III - ação controlada; 
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados 
públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; 
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica; 
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e 
informações de interesse da investigação ou da instrução criminal. 
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada 
licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos 
destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos II (captação 
ambiental) e V (interceptação telefônica). 
§ 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 
de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação. 
Lei nº 8.666/93 (...) Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a 
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da 
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, 
que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, 
ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
 @deltacaveira10 
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#PACOTEANTICRIME 
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que 
pressupõe utilidade e interesse públicos. (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das 
negociações e constitui também marco de confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da 
confiança e da boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o levantamento 
de sigilo por decisão judicial. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a devida 
justificativa, cientificando-se o interessado. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para 
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento 
posterior sem justa causa. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de Confidencialidade NÃO IMPLICA, por 
si só, a suspensão da investigação,ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais 
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas pela legislação processual 
civil em vigor. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução, quando houver necessidade de 
identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, 
utilidade e interesse público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo 
celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos. 
(Lei nº 13.964/2019) 
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse NÃO PODERÁ se valer de 
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra 
finalidade. (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com procuração do interessado com poderes 
específicos para iniciar o procedimento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte que 
pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado constituído 
ou defensor público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá solicitar 
a presença de outro advogado ou a participação de defensor público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais 
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, com 
todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os elementos de corroboração. (Lei nº 13.964/2019) 
 
Seção I 
Da Colaboração Premiada 
Art. 4o O juiz PODERÁ, A REQUERIMENTO DAS PARTES, CONCEDER o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois 
terços) a pena privativa de liberdade OU substituí-la por restritiva de direitos daquele que TENHA 
COLABORADO efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa 
colaboração ADVENHA um ou mais dos seguintes resultados: 
I - a IDENTIFICAÇÃO dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por 
eles praticadas; 
II - a REVELAÇÃO da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
III - a PREVENÇÃO de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
IV - a RECUPERAÇÃO total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela 
organização criminosa; 
V - a LOCALIZAÇÃO de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
 
 
 
 
 @deltacaveira10 
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COLABORAÇÃO PREMIADA 
Requisitos 
(um ou mais) 
- IDENTIFICAÇÃO dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das 
infrações penais por eles praticadas; 
- REVELAÇÃO da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
- PREVENÇÃO de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
- RECUPERAÇÃO total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas 
pela organização criminosa; 
- LOCALIZAÇÃO de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
Colaboração - Voluntária 
Benefícios 
- Redução da pena em até 2/3; 
- Substituição da PPL p/ PRD; 
- Perdão Judicial. 
§ 1o Em QUALQUER CASO, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, a 
natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. 
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o MINISTÉRIO PÚBLICO, a qualquer tempo, e o 
DELEGADO DE POLÍCIA, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, PODERÃO 
REQUERER ou REPRESENTAR AO JUIZ pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse 
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). 
CPP (...) Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só 
então estará o juiz obrigado a atender. 
§ 3o O prazo para oferecimento DE DENÚNCIA ou o processo, RELATIVOS ao COLABORADOR, PODERÁ SER 
SUSPENSO por até 6 (seis) meses, PRORROGÁVEIS por igual período, até que sejam cumpridas as MEDIDAS 
DE COLABORAÇÃO, SUSPENDENDO-SE o respectivo prazo prescricional. 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o MINISTÉRIO PÚBLICO poderá DEIXAR DE OFERECER 
DENÚNCIA se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio 
conhecimento e o colaborador: (Lei nº 13.964/2019) 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
Obs.: São exceções ao princípio da obrigatoriedade da ação penal pública incondicionada: 
- Colaboração Premiada na Lei de ORCRIM (art. 4º, § 4º, da Lei nº 12.850/13); 
- Acordo de Leniência – acordo de Brandura ou Doçura (arts. 86 e 87, da Lei nº 12.529/11); 
- Transação Penal (art. 76, da Lei nº 9.099/95); 
- Termo de Ajustamento de Conduta - TAC; 
- Parcelamento do Débito Tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96). 
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público ou a autoridade 
policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos 
apresentados pelo colaborador. (Lei nº 13.964/2019) 
COLABORAÇÃO PREMIADA – AUMENTO DAS HIPÓTESES DE NÃO OFERECIMENTO DA DENÚNCA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 4o nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério 
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o 
colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos 
termos deste artigo. 
§ 4º nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o 
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia 
se a proposta de acordo de colaboração referir-se a 
infração de cuja existência não tenha prévio 
conhecimento e o colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos 
termos deste artigo. 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28
 @deltacaveira10 
10 
 
§ 5o Se a colaboração FOR POSTERIOR à sentença, a pena PODERÁ SER REDUZIDA até a metade ou SERÁ 
ADMITIDA a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
Possíveis Benefícios 
 Colaboração Antes da Sentença: 
- Redução da pena em até 2/3; 
 - Substituição da PPL p/ PRD; 
 - Perdão Judicial. 
 Colaboração Depois da Sentença: 
- Redução da pena até a metade; 
 - Progressão de regime, ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
 Colaborador Não é o Líder e o Primeiro a Colaborar: 
- MP pode deixar de oferecer denúncia. 
§ 6o O juiz NÃO PARTICIPARÁ das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de 
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do 
Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. 
#INFO#IMPORTANTÍSSIMO 
- Possibilidade de acordo de colaboração premiada ser celebrado por Delegado de Polícia. 
O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas 
as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão 
judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não 
ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). 
STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/06/18 (Info 907). 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, as 
declarações do colaborador e cópia da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, 
acompanhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação: (Lei nº 
13.964/2019) 
I - regularidade e legalidade; (Lei nº 13.964/2019) 
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as 
cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no Código Penal e 
na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não 
abrangidos pelo § 5º deste artigo; (Lei nº 13.964/2019) 
III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V 
do caput deste artigo; (Lei nº 13.964/2019) 
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve 
sob efeito de medidas cautelares. (Lei nº 13.964/2019) 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo 
termo, acompanhado das declarações do colaborador e 
de cópia da investigação, será remetido ao juiz para 
homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, 
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, 
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu 
defensor. 
 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, 
serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo 
termo, as declarações do colaborador e cópia da 
investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o 
colaborador, acompanhado de seu defensor, 
oportunidade em que analisará os seguintes 
aspectos na homologação: 
I - regularidade e legalidade; 
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles 
previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo 
nulas as cláusulas que violem o critério de definição do 
regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
 @deltacaveira10 
11 
 
(Código Penal), as regras de cada um dos regimes 
previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de 
julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de 
progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste 
artigo; 
III - adequação dos resultados da colaboração aos 
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V 
do caput deste artigo; 
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, 
especialmente nos casos em que o colaborador está ou 
esteve sob efeito de medidas cautelares. 
 
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial e 
das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de conceder os 
benefícios pactuados, EXCETO quando o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 
4º-A deste artigo ou já tiver sido proferida sentença. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 7º-B. São NULAS de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória. 
(Lei nº 13.964/2019) 
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que NÃO ATENDER aos requisitos legais, devolvendo-a 
às partes para as adequações necessárias. (Lei nº 13.964/2019) 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que 
não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso 
concreto. 
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta 
que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às 
partes para as adequações necessárias. 
 
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador PODERÁ, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser 
OUVIDO pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações. 
§ 10. As partes PODEM RETRATAR-SE da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo 
colaborador NÃO PODERÃO ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor. 
Obs.: A doutrina entende que esta retratação só pode ocorrer até a homologação judicial do acordo. 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após o 
decurso do prazo concedido ao réu que o delatou. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
 
#INFO 
- Diversos aspectos relacionados com a homologação do acordo. 
- Natureza jurídica do acordo de colaboração premiada 
A colaboração premiada é um negócio jurídico processual entre o Ministério Público e o colaborador, sendo 
vedada a participação do magistrado na celebração do ajuste entre as partes. 
- Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada 
A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não se submete à reserva de jurisdição (não exige 
autorização judicial), diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na quebra de sigilo bancário 
ou fiscal. 
Nesse sentido, as tratativas e a celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o 
pretenso colaborador. 
O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas para aferir os requisitos legais de existência e 
validade, com a indispensável homologação. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
 @deltacaveira10 
12 
 
- Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração premiada 
A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito da pretensão 
acusatória, mas apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza meramente 
homologatória, limitando-se ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 
4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013). 
O juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das declarações eventualmente 
prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério Público, nem confere o signo da idoneidade a 
seus depoimentos posteriores. 
A análise se as declarações do colaborador são verdadeiras ou se elas se confirmaram com as provas produzidas 
será feita apenas no momento do julgamento do processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto 
no § 11 do art. 4º daLei. 
- Na decisão homologatória, magistrado examina se as cláusulas contratuais ofendem manifestamente o 
ordenamento jurídico 
No ato de homologação da colaboração premiada, não cabe ao magistrado, de forma antecipada e extemporânea, 
tecer juízo de valor sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao 
ordenamento jurídico vigente. 
Ex.: o Relator poderá excluir ao acordo a cláusula que limite o acesso à justiça, por violar o art. 5º, XXXV, da CF/88. 
Neste momento, o Relator não realiza qualquer controle de mérito, limitando-se aos aspectos formais e legais do 
acordo. 
- Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do 
Relator? 
É atribuição do Relator homologar, monocraticamente, o acordo de colaboração premiada, analisando apenas a 
sua regularidade, legalidade e voluntariedade, nos termos do art. 4º, § 7º da Lei nº 12.850/2013: 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de 
cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade 
e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. 
Não há qualquer óbice à homologação do respectivo acordo mediante decisão monocrática. 
O art. 21, I e II, do RISTF confere ao Ministro Relator no STF poderes instrutórios para ordenar, de forma singular, 
a realização de quaisquer meios de obtenção de provas. 
- Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do 
órgão colegiado? 
Compete ao órgão colegiado, em decisão final de mérito, avaliar o cumprimento dos termos do acordo 
homologado e a sua eficácia, conforme previsto no art. 4º, § 11 da Lei nº 12.850/2013: 
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
Assim, é possível que o órgão julgador, no momento da sentença ou acórdão, ou seja, após a conclusão da 
instrução probatória, avalie se os termos da colaboração foram cumpridos e se os resultados concretos foram 
atingidos, o que definirá a sua eficácia. 
- Acordo de colaboração homologado pelo Relator deve, em regra, produzir seus efeitos, salvo se presente 
hipótese de anulabilidade 
O acordo de colaboração devidamente homologado individualmente pelo relator deve, em regra, produzir seus 
efeitos diante do cumprimento dos deveres assumidos pelo colaborador. 
Vale ressaltar, no entanto, que o órgão colegiado detém a possibilidade de analisar fatos supervenientes ou de 
conhecimento posterior que firam a legalidade do acordo, nos termos do § 4º do art. 966do CPC/2015: 
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e 
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à 
anulação, nos termos da lei. 
- Direitos do colaborador somente serão assegurados se ele cumprir seus deveres 
O direito subjetivo do colaborador nasce e se perfectibiliza na exata medida em que ele cumpre seus deveres. 
Assim, o cumprimento dos deveres pelo colaborador é condição sine qua non para que ele possa gozar dos direitos 
decorrentes do acordo. 
Por isso diz-se que o acordo homologado como regular, voluntário e legal gera vinculação condicionada ao 
cumprimento dos deveres assumidos pela colaboração, salvo ilegalidade superveniente apta a justificar nulidade 
ou anulação do negócio jurídico. 
STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870). 
 @deltacaveira10 
13 
 
§ 12. AINDA QUE beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo 
a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial. 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração DEVERÁ SER FEITO pelos meios ou recursos de 
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador. (Lei nº 
13.964/2019) 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de 
colaboração será feito pelos meios ou recursos de 
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica 
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações. 
 
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de 
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos 
de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica 
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações, garantindo-se a 
disponibilização de cópia do material ao 
colaborador. 
 
#INFO 
- Forma de registro das declarações do colaborador premiado. 
Não existe obrigatoriedade legal absoluta de que as declarações do colaborador premiado sejam registradas em 
meio audiovisual. O § 13 do art. 4º da Lei 12.850/13 prevê que "sempre que possível, o registro dos atos de 
colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, 
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações". Desse modo, existe sim uma 
recomendação da Lei no sentido de que as declarações sejam registradas em meio audiovisual, mas isso não é 
uma obrigação legal absoluta a ponto de gerar nulidade pelo simples fato de o registro não ter sido feito dessa 
forma. 
STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 22/6/16 (Info 831). 
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador RENUNCIARÁ, na presença de seu defensor, ao direito ao 
silêncio e ESTARÁ SUJEITO ao compromisso legal de dizer a verdade. 
§ 15. Em TODOS OS ATOS de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar 
assistido por defensor. 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações 
do colaborador: (Lei nº 13.964/2019) 
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Lei nº 13.964/2019) 
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Lei nº 13.964/2019) 
III - sentença condenatória. (Lei nº 13.964/2019) 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida 
com fundamento apenas nas declarações de agente 
colaborador. 
 
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada 
ou proferida com fundamento apenas nas declarações 
do colaborador: 
I - medidas cautelares reais ou pessoais; 
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; 
III - sentença condenatória. 
 
 
 
 @deltacaveira10 
14 
 
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da 
colaboração. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita 
relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de rescisão. (Lei nº 13.964/2019) 
 
Art. 5o São DIREITOS do colaborador: 
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica; 
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; 
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; 
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; 
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua 
prévia autorização por escrito; 
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. 
#PACOTEANTICRIME 
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. 
(Lei nº 13.964/2019) 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
Art. 5º (...) 
VI - cumprir penaem estabelecimento penal diverso dos 
demais corréus ou condenados. 
Art. 5º (...) 
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em 
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou 
condenados. 
 
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada DEVERÁ SER FEITO por escrito e conter: 
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; 
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia; 
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; 
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu 
defensor; 
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário. 
Art. 7o O pedido de homologação do acordo SERÁ sigilosamente distribuído, contendo apenas informações 
que NÃO POSSAM IDENTIFICAR o colaborador e o seu objeto. 
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, 
que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
§ 2o O acesso aos autos SERÁ RESTRITO ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de 
garantir o êxito das investigações, ASSEGURANDO-SE ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso 
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, DEVIDAMENTE PRECEDIDO DE 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, RESSALVADOS os referentes às diligências em andamento. 
#INFO 
- Negativa de que o réu tenha acesso a termos de declaração prestados por colaborador premiado e que 
não digam respeito aos fatos imputados ao acusado. 
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de 
colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele 
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe 
previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013. 
STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 16/2/16 (Info 814). 
 
#PACOTEANTICRIME 
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o 
recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo VEDADO ao magistrado decidir por sua publicidade em 
qualquer hipótese. (Lei nº 13.964/2019) 
 
 
 @deltacaveira10 
15 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser 
sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o 
disposto no art. 5o. 
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os 
depoimentos do colaborador serão mantidos em 
sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua 
publicidade em qualquer hipótese. 
 
#INFO 
- O § 3º do art. 7º da Lei nº 12.850/2013 prevê um limite máximo de duração do sigilo, sendo possível que 
ele seja retirado antes do recebimento da denúncia. 
O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o recebimento da denúncia 
(art. 7º, § 3º da Lei 12.850/13). Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo 
final máximo. Para que o sigilo seja mantido até o recebimento da denúncia, deve-se demonstrar a existência de 
uma necessidade concreta. Não havendo essa necessidade, deve-se garantir a publicidade do acordo. 
STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/9/17 (Info 877). 
 
COMPILADO DE INFORMATIVOS SOBRE COLABORAÇÃO PREMIADA 
- O advogado do réu delatado deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório do corréu delator. 
O advogado de um réu deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório do corréu que com ele responde 
o mesmo processo criminal? 
REGRA: não. A presença da defesa técnica é imprescindível durante o interrogatório do réu por ela representado, 
não quanto aos demais. Assim, é obrigatória a presença do advogado no interrogatório do seu cliente. No 
interrogatório dos demais réus, essa presença é, em regra, facultativa. 
EXCEÇÃO: se o interrogatório é de um corréu delator, a presença do advogado dos réus delatados é indispensável. 
Neste caso, deve-se exigir a presença dos advogados dos réus delatados, pois, na colaboração premiada, o delator 
adere à acusação em troca de um benefício acordado entre as partes e homologado pelo julgador natural. 
Normalmente, o delator presta contribuições à persecução penal incriminando eventuais corréus, razão pela qual 
seus advogados devem acompanhar o ato. 
Se o advogado do corréu não comparece ao interrogatório do réu delator, haverá nulidade? 
Depende: 
• Se o corréu foi delatado no interrogatório e seu advogado não compareceu: sim, haverá nulidade. 
• Se o corréu não foi delatado no interrogatório: não. Isso porque não houve prejuízo. 
STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 955). 
 
- Em ação penal envolvendo réus colaborares e não colaboradores, o réu delatado tem o direito de 
apresentar suas alegações finais somente após o réu que firmou acordo de colaboração premiada. 
O réu delatado tem o direito de apresentar suas alegações finais somente após o réu delator. 
Os réus colaboradores não podem se manifestar por último (ou no mesmo prazo dos réus delatados) porque as 
informações trazidas por eles possuem uma carga acusatória. 
O direito fundamental ao contraditório e à ampla defesa deve permear todo o processo legal, garantindo-se 
sempre a possibilidade de a defesa se manifestar depois do agente acusador. Vale ressaltar que pouco importa a 
qualificação jurídica do agente acusador: Ministério Público ou corréu colaborador. Se é um “agente acusador”, a 
defesa deve falar depois dele. 
Ao se permitir que os réus colaboradores falem por último (ou simultaneamente com os réus delatados), há uma 
inversão processual que ocasiona sério prejuízo ao delatado, tendo em vista que ele não terá oportunidade de 
repelir os argumentos eventualmente incriminatórios trazidos pelo réu delator ou para reforçar os favoráveis à sua 
defesa. 
Permitir o oferecimento de memoriais escritos de réus colaboradores, de forma simultânea ou depois da defesa 
— sobretudo no caso de utilização desse meio de prova para prolação da condenação —, compromete o pleno 
exercício do contraditório, que pressupõe o direito de a defesa falar por último, a fim de poder reagir às 
manifestações acusatórias. 
 @deltacaveira10 
16 
 
STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 27/8/2019 (Info 949). 
 
- Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado que não permite que os réus delatados 
apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores. 
Cabe habeas corpus mesmo nas hipóteses que não envolvem risco imediato de prisão, como na análise da licitude 
de determinada prova ou no pedido para que a defesa apresente por último as alegações finais, se houver a 
possibilidade de condenação do paciente. Isso porque neste caso a discussão envolve liberdade de ir e vir. 
STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 27/8/2019 (Info 949). 
 
- Poder Judiciário não pode obrigar o Ministério Público a celebrar o acordo de colaboração premiada. 
Não existe direito líquido e certo a compelir o Ministério Público à celebração do acordo de delação premiada, 
diante das características desse tipo de acordo e considerando a necessidade de distanciamento que o Estado-juiz 
deve manter durante o cenário investigado e a fase de negociação entre as partes do cenário investigativo. 
O acordo de colaboração premiada, além de meio de obtenção de prova, constitui-se em um negócio jurídico 
processual personalíssimo, cuja conveniência e oportunidade estão submetidos à discricionariedade regrada do 
MinistérioPúblico e não se submetem ao escrutínio do Estado-juiz. Em outras palavras, trata-se de ato voluntário, 
insuscetível de imposição judicial. 
Vale ressaltar, no entanto, que o ato do membro do Ministério Público que se nega à realização do acordo deve 
ser devidamente motivado. Essa recusa pode ser objeto de controle por órgão superior no âmbito do Ministério 
Público (Procurador-Geral de Justiça ou Comissão de Coordenação e Revisão), por aplicação analógica do art. 28 
do CPP (art. 62, IV, da LC 75/93). 
Mesmo sem ter assinado o acordo, o acusado pode colaborar fornecendo as informações e provas que possuir. 
Ao final, na sentença, o juiz irá analisar esse comportamento processual e poderá conceder benefício ao acusado 
mesmo sem que tenha havido a prévia celebração e homologação do acordo de colaboração premiada. Dito de 
outro modo, o acusado pode receber a sanção premial mesmo sem a celebração do acordo caso o magistrado 
entenda que sua colaboração foi eficaz. 
STF. 2ª Turma. MS 35693 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/5/2019 (Info 942). 
 
- Não há óbice ao compartilhamento de delação premiada, desde que haja delimitação dos fatos. 
É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas no acordo de 
colaboração premiada, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em relação ao 
colaborador. 
Assim, por exemplo, se um indivíduo celebra acordo de colaboração premiada com o MP aceitando fornecer 
provas contra si, estas provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. 
STF. 2ª Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922). 
Ainda que remetido a outros órgãos do Poder Judiciário para apuração dos fatos delatados, o juízo que 
homologou o acordo de colaboração premiada continua sendo competente para analisar os pedidos de 
compartilhamento dos termos de depoimentos prestados no âmbito da colaboração. 
STF. 2ª Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922). 
 
- Possibilidade de acordo de colaboração premiada ser celebrado por Delegado de Polícia. 
O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas 
as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão 
judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não 
ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). 
STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/06/18 (Info 907). 
 
- Competência para homologação do acordo de colaboração premiada se o delatado tiver foro por 
prerrogativa de função. 
Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que teriam sido praticados por autoridade (ex.: 
Governador) e que teriam que ser julgados por foro privativo (ex.: STJ), este acordo de colaboração deverá, 
 @deltacaveira10 
17 
 
obrigatoriamente, ser celebrado pelo Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal 
competente (STJ). 
Assim, se os fatos delatados tiverem que ser julgados originariamente por um Tribunal (foro por prerrogativa de 
função), o próprio acordo de colaboração premiada deverá ser homologado por este respectivo Tribunal, mesmo 
que o delator não tenha foro privilegiado. 
A delação de autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo Tribunal para a respectiva 
homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante a Corte. 
Se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função, a homologação da colaboração premiada 
será de competência do respectivo Tribunal. 
STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info 895). 
 
- Análise da legitimidade do delatado para impugnar o acordo de colaboração premiada. 
Em regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de colaboração premiada. Assim, em regra, a 
pessoa que foi delatada não poderá impetrar um habeas corpus alegando que esse acordo possui algum vício. 
Isso porque se trata de negócio jurídico personalíssimo. 
Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologação sem respeito à prerrogativa de foro. 
Desse modo, é possível que o delatado questione o acordo se a impugnação estiver relacionada com as regras 
constitucionais de prerrogativa de foro. Em outras palavras, se o delatado for uma autoridade com foro por 
prerrogativa de função e, apesar disso, o acordo tiver sido homologado em 1ª instância, será permitido que ele 
impugne essa homologação alegando usurpação de competência. 
Regra: delatado não tem legitimidade para impugnar acordo de colaboração premiada; 
Exceção: nas hipóteses em que tenha havido homologação da colaboração premiada sem respeito à prerrogativa 
de foto. 
STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info 895). 
 
- O § 3º do art. 7º da Lei nº 12.850/2013 prevê um limite máximo de duração do sigilo, sendo possível que 
ele seja retirado antes do recebimento da denúncia. 
O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o recebimento da denúncia 
(art. 7º, § 3º da Lei 12.850/13). Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo 
final máximo. Para que o sigilo seja mantido até o recebimento da denúncia, deve-se demonstrar a existência de 
uma necessidade concreta. Não havendo essa necessidade, deve-se garantir a publicidade do acordo. 
STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/9/17 (Info 877). 
 
- Descumprimento de colaboração premiada não justifica, por si só, prisão preventiva. 
Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter descumprido acordo de 
colaboração premiada. 
Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de colaboração premiada. 
Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, seja restabelecida prisão preventiva 
anteriormente revogada. 
Por essa razão, o descumprimento do que foi acordado não justifica a decretação de nova custódia cautelar. 
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto 
prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo. 
STF. 1ª Turmá. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 25/4/2017 (Info 862). 
 
- Forma de registro das declarações do colaborador premiado. 
Não existe obrigatoriedade legal absoluta de que as declarações do colaborador premiado sejam registradas em 
meio audiovisual. O § 13 do art. 4º da Lei 12.850/13 prevê que "sempre que possível, o registro dos atos de 
colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, 
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações". Desse modo, existe sim uma 
recomendação da Lei no sentido de que as declarações sejam registradas em meio audiovisual, mas isso não é 
uma obrigação legal absoluta a ponto de gerar nulidade pelo simples fato de o registro não ter sido feito dessa 
forma. 
STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 22/6/16 (Info 831). 
 
 @deltacaveira10 
18 
 
- Negativa de que o réu tenha acesso a termos de declaração prestados por colaborador premiado e que 
não digam respeito aos fatos imputados ao acusado. 
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de 
colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele 
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe 
previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013.STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 16/2/16 (Info 814). 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA I 
PREVISÃO LEGAL COLABORAÇÃO REQUISITOS BENEFÍCIOS 
Assoc. Crim. p/ Hediondos e TTT 
(Lei 8.072/90 - art. 8°, p. ú.) 
Voluntária 
Desmantelamento da Associação 
Criminosa 
Redução da pena (1/3 a 
2/3) 
 Extorsão Mediante Sequestro 
(CP - art. 159, § 4°) 
Voluntária Libertação do Sequestrado 
Redução da pena (1/3 a 
2/3) 
Crimes contra o SFN 
(Lei 7.492/86 - art. 25, § 2°) 
Espontânea Revelação de Toda Trama Delituosa 
Redução da pena (1/3 a 
2/3) 
Crimes contra a ordem Tributária 
(Lei 8.137/90 - art. 16, p. ú.); 
Espontânea Revelação de Toda Trama Delituosa. 
Redução da pena (1/3 a 
2/3) 
Crimes contra a ordem Econômica 
e demais crimes diretamente 
relacionados com a prática de 
Cartel 
(Lei 12.529/11 - arts. 86 e 87, p. 
ú.) 
Voluntária 
- Identificação dos demais 
envolvidos na infração; 
- Obtenção de informações e 
documentos que comprovem a 
infração noticiada ou sob 
investigação 
Acordo de Leniência, 
Brandura ou Doçura. 
(Suspensão do prazo 
prescricional e impede o 
oferecimento em relação 
ao agente beneficiário - 
Extingue a punibilidade). 
Lavagem de Dinheiro 
(Lei 9.613/98 - art. 1°, § 5°) 
Espontânea 
Apuração das infrações penais; 
Identificação dos autores, coautores 
e partícipes; 
Localização dos bens, direitos ou 
valores objeto do crime. 
- Redução da pena (1/3 a 
2/3)); 
- Pena ser cumprida em reg. 
aberto ou semiaberto; 
- Perdão judicial; 
- Substituição por restritiva 
de direitos. 
Proteção de Vítimas e 
Testemunhas 
(Lei 9.807/99 - arts. 13 e 14) 
 
Voluntária 
- Identificação dos demais coautores 
ou partícipes da ação criminosa; 
- Localização da vítima com a sua 
integridade física preservada; 
- Recuperação total ou parcial do 
produto do crime. 
- Perdão judicial - primário 
e requisitos subjetivos do p. 
ú. do art. 13; 
 
- Redução da pena (1/3 a 
2/3) - primário ou 
reincidente e sem requisitos 
subjetivos do p. ú. do art. 
13. 
Tóxicos 
(Lei 11.343/06 - art. 41) 
Voluntária 
- Identificação dos demais coautores 
ou partícipes; 
- Recuperação total ou parcial do 
produto do crime. 
Redução da pena (1/3 a 
2/3) 
Organizações Criminosas 
(Lei 12.850/13 - art. 4°, caput e § 
5°) 
Voluntária 
- Identificação dos demais coautores 
e partícipes da OC e das infrações 
penais por eles praticadas; 
- Revelação da estrutura hierárquica 
e divisão de tarefas da OC; 
- Prevenção de infrações penais 
decorrentes das atividades da OC; 
Colaboração Antes da 
Sentença: 
- Redução da Pena (Até 
2/3); 
- Perdão Judicial; 
- Substituição por restritiva 
de direitos. 
 @deltacaveira10 
19 
 
- Recuperação total ou parcial do 
produto ou do proveito das 
infrações penais praticadas pela OC; 
- Localização de eventual vítima com 
integridade física preservada. 
Colaboração Depois da 
Sentença: 
- Redução da pena até a 
metade; 
 - Progressão de regime, 
ainda que ausentes os 
requisitos objetivos. 
 
Seção II 
Da Ação Controlada 
Também conhecido como flagrante prorrogado, retardado, postergado, protelado, estratégico ou diferido. 
Art. 8o Consiste a AÇÃO CONTROLADA em retardar a intervenção POLICIAL ou ADMINISTRATIVA relativa à 
ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e 
obtenção de informações. 
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa SERÁ PREVIAMENTE COMUNICADO ao juiz 
competente que, se for o caso, ESTABELECERÁ os seus limites e COMUNICARÁ ao Ministério Público. 
Ação Controlada – Necessidade de Autorização Judicial 
Lei de Organizações Criminosas NÃO (art. 8º, § 1º) - apenas prévia comunicação. 
Lei de Drogas SIM (art. 52, II) 
Lei de Lavagem de Dinheiro SIM (art. 4º-B) 
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a 
operação a ser efetuada. 
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao 
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou 
administrativa SOMENTE PODERÁ OCORRER com a cooperação das autoridades dos países que figurem como 
provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, 
objeto, instrumento ou proveito do crime. 
Seção III 
Da Infiltração de Agentes 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES 
Lei de Drogas 
(art. 53, I) 
Lei de Organizações Criminosas 
(arts. 10 a 14) 
ECA 
(arts. 190-A a 190-E) 
Principais características: 
 
• Crimes: Tráfico de drogas; 
 
• Não prevê prazo máximo; 
 
• Não disciplina procedimento 
a ser adotado. 
Principais características: 
 
• Crimes: Organizações criminosas; 
 
• Prazo  6 meses (podendo ser 
sucessivamente prorrogada); 
 
• Só poderá ser adotada se a prova não 
puder ser produzida por outros meios 
disponíveis (ultima ratio). 
Principais características: 
 
• Crimes  arts. 240, 241, 241-A, 
241-B, 241-C e 241-D do ECA; e arts. 
154-A, 218, 218-A e 218-B do CP; 
 
• Prazo  90 dias (sendo permitidas 
renovações, mas o prazo total da 
infiltração não poderá exceder 720 
dias); 
 
• Só poderá ser adotada se a prova 
não puder ser produzida por outros 
meios disponíveis (ultima ratio); 
 
• A infiltração de agentes ocorre 
apenas na internet. 
 @deltacaveira10 
20 
 
Art. 10. A INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA em tarefas de investigação, REPRESENTADA pelo delegado 
de polícia ou REQUERIDA pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando 
solicitada no curso de inquérito policial, SERÁ PRECEDIDA de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização 
judicial, que estabelecerá seus limites. 
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, OUVIRÁ o 
Ministério Público. 
§ 2o SERÁ ADMITIDA a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não 
puder ser produzida por outros meios disponíveis. (ultima ratio) 
§ 3o A infiltração SERÁ AUTORIZADA pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, 
desde que comprovada sua necessidade. 
AGENTE INFILTRADO – CLASSIFICAÇÃO 
QUANTO À 
DURAÇÃO 
Light Cover 
Espécie de infiltração mais branda, que não demora mais de 6 (seis) 
meses, esta modalidade não demanda inserção contínua e permanente, 
nem tampouco mudança de identidade ou perda de contato significativo 
com a família, sendo que, a depender do caso concreto, pode se resumir a 
um único encontro para o recolhimento de elementos de informação acerca 
das atividades ilícitas desenvolvidas pela organização criminosa. 
Deep Cover 
Espécie de infiltrações mais longa, que se prolongam por mais de 6 (seis) 
meses, necessitando de uma imersão mais profunda e complexa no seio 
da organização criminosa. Por exigir um detalhamento mais abrangente, 
esta espécie de infiltração geralmente é feita com a mudança de identidade 
por parte da autoridade policial, assim como perda significativa do contato 
com sua entidade familiar. 
QUANTO À 
MANEIRA 
Preventiva 
O agente apenas se infiltra para acompanhar o que acontece, sem adotar 
nenhuma postura ativa, com a finalidade precípua de intervir no momento 
da ação policial global que for intentada para o desmantelamento da 
organização. 
Repressiva 
O agente atua efetivamente na organização, cometendo condutas ilícitas 
inerentes à organização de que momentaneamente faz parte. 
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que 
imediatamentecientificará o Ministério Público. 
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. 
 
#PACOTEANTICRIME 
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do 
art. 10, na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por 
organizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos 
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais 
que permitam a identificação dessas pessoas. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, CONSIDERAM-SE: (Lei nº 13.964/2019) 
I - dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de 
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (Lei nº 13.964/2019) 
II - dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou 
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído 
no momento da conexão. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério 
Público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as provas 
não puderem ser produzidas por outros meios disponíveis. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de ATÉ 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, mediante 
ordem judicial fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada 
sua necessidade. (Lei nº 13.964/2019) 
 @deltacaveira10 
21 
 
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos 
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao 
juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Lei nº 13.964/2019) 
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Lei nº 
13.964/2019) 
§ 7º É NULA a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo. (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela 
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Lei nº 13.964/2019) 
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério 
Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das 
investigações. (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 10-C. NÃO COMETE CRIME o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios 
de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º desta Lei. (Lei nº 13.964/2019) 
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá 
pelos excessos praticados. (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser 
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório 
circunstanciado. (Lei nº 13.964/2019) 
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos 
apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação 
da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Lei nº 13.964/2019) 
 
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de 
agentes CONTERÃO a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, QUANDO 
POSSÍVEL, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração. 
#PACOTEANTICRIME 
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante 
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade 
fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Lei nº 13.964/2019) 
 
Art. 12. O pedido de infiltração SERÁ sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam 
indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado. 
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz 
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na 
hipótese de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das 
investigações e a segurança do agente infiltrado. 
#NãoConfunda: 
Prazo p/ juiz decidir sobre a Colaboração Prazo p/ juiz decidir sobre a Infiltração 
48h 24h 
§ 2o Os autos contendo as informações da operação de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério 
Público, quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente. 
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operação SERÁ SUSTADA 
mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério 
Público e à autoridade judicial. 
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, 
responderá pelos excessos praticados. 
Parágrafo único. NÃO É PUNÍVEL, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso 
da investigação, quando inexigível conduta diversa. 
Art. 14. São DIREITOS do agente: 
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; 
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho 
de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas; 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9807.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9807.htm#art9
 @deltacaveira10 
22 
 
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a 
investigação e o processo criminal, SALVO se houver decisão judicial em contrário; 
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua 
prévia autorização POR ESCRITO. 
 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES – LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – ARTS. 10 a 14 
Crimes Cabíveis Organização criminosa (art. 1º, § 1º c/c 2º, da Lei 12.850/13). 
Autorização Judicial Circunstanciada, motivada e sigilosa, que estabelecerá os limites da infiltração. 
Prova Subsidiária Ultima ratio. Não será admitida se for possível a obtenção da prova por outro meio. 
Legitimados 
- Requerimento do Ministério Público (após manifestação técnica do delegado de 
polícia quando solicitada no curso de inquérito policial); ou 
- Representação do Delegado de Polícia (o juiz, antes de decidir, deve ouvir o MP). 
Requisitos do Pedido 
a) Necessidade da medida; 
b) Alcances das tarefas dos policiais; 
c) Nome ou apelido das pessoas investigadas (quando possível); e 
d) Local da infiltração. 
Prazo 
6 meses (sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua 
necessidade). 
Após o prazo, deve ser apresentado relatório circunstanciado ao juiz competente, que 
imediatamente cientificará o MP. 
Prazo p/ Juiz decidir 
24 horas (após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do 
delegado de polícia) 
Obs.: O juiz deve adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações

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