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LIVRO - CPC Comentado

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Prévia do material em texto

1m p~~vi~~ 
INClUI VERSÃO 
ELETRÕNICA DO LIVRO 
LUIZ GUILHERME MARINONI 
SÉRGIO CRUZ ARENHART 
DANIEL MITIDIERO 
@ CÓDIGO DE 
COMENTADO 
THOMSON REUTERS 
REVISTADOS 
TRIBUNAIS~ ,., 
Título 11 
Do Cumprimento a Sentença 
Capítulo I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
1. Processo de Execução no Código 
Buzaid. No Código Buzaid, em sua versão 
original (1973-1994),separava-se a atividade 
voltada à_<:_~_s~~c!g_fu!giu daquela destinada 
à execução fo2.d_a, das decisões judiciais em 
dois processos distintos. o Livro I do Código 
era destinado a disciplinar exclusivamente o 
processo de.cqg!J._e_cim.Çn_tq, ao passo que o seu 
Livro II dedicava-se à normativa da exe~ução 
forçada. o processo ci~"COrih.~~ii11~-~t;; e" o 
processo de execução, nada obstante autô-
nomos, serviam para obtenção de uma única f' 
~d-o direÍto à p-arte. Ç()rn.~.-~efoE~~-<!_<: -~· 
~-O~oré..m.~ !J.Ssentençàs que dep_el1clilliiJ,d~ 
_Ç~!?.er~ent~-P~i~~!<>!~~~b. ~o<fjrcát<? 
. d_~arte tiver~~is~iplin.~cf~l}P:!l do Qró.pri,o 
Livrol(arts.461,461-A,466-A,475-I,475-J 
_e-;ey,;intes, CPC/1973). Desde çntão, no 
direito brasileiro, evidenciou -se não ser mais 
~e~essários dois processO"s distintos_para a 
prestação dé uma única tutela do direito à 
parte. Dentro do mesmo processo (que aí, 
rigorosamente, não poderia mais ser chamado 
simplesmente de conhecimento ou de execu-
ção, porque misturava as duas atividades- o 
processo passou a ser sincrético ou misto), o 
<2rgão juri~gicional reconhecia o~ da 
. parte (fase de conhecimento) e, sendo o caso, 
. envidava esfor os para que a sua decisão fosse 
. ~cumpri a (fase e cumpnmento). 
2. CumprimentodaSentençanoCó-
digoAtual. No Códigode2015,manteve:..se 
a orientação existente no CPC/1973 após 
as reformas de 2005 e 2006, de modo que a 
realização da sentença que impõe prestações 
sêf'ãz no mesmo processo em que prolatada a 
sentença, como uma fase nóva desse proces-
so. Não se cogita, portanto, de um processo 
autônomo, ainda que cada unia das fases QQ. 
processo (conhecimento e cumprimento) sejam 
concluídas por sentença, sujeitas a apela~~ 
Art. 513. O cumprimento da sentença 
será feito segundo as regras deste Título, 
observando-se, no que couber e conforme 
a natureza da obrigação, o disposto no Livro 
11 da PartE! Especial deste Código. 
§ 1.0 O cumprimento da sentença que 
reconhece o dever de4)ãgar quan!!J> erovi-
~ ou definitivo, far-se-á a requerimento 
~ exequent:_. 
§ 2. o O devedor será intimado para cum-
prir a sentença: 
I- pelo(Óiário da justiça~ na pe~sq_a <l~. 
seu advogadõconstiüiítlõ-ríos autos; . 
íl- p_Q!"Cã~t~.-~'?!!'_a~iso_~_E!. r~cebi rr~en_­
to, __ qy_ªn_d_(.)_~r-~sent.J.J;!g p_ela. PE!fensorié! 
Pública_ ()':l ___ q'!~!l~-<>. nã() __ t~ver J>rocurad9r 
.constituído nos autos, ressalvada a hipó-
tes~~49Jn.~lso 1~.:~----------- --
111.- J!.Q.LffieiQ E!le.tt:_~nic_~, quando, no 
caso do§ 1.0 do art. 246.! não tiver procu-
rador constltuido nos_ autos; · 
IV - por edital, quando, citado na for-
ma do art. 256, tiver-sido revel na fase de 
conhecimento. - · 
---·· --- ------~- ·-- -._ 
§ 3.0 Na hipótese do§ 2.0 , incisos 11 e 111, 
p>n~ictet:~:s~y~~!i~~~~}~~i~~~~~q~_ari_c!<>.-~ 
dey~Q~~-~_!)u~r.l!l.~!!ªgg_ CI~-~'l~~r~ç<?_ ~-~'T.l 
prévia comunica窺-ªº_ju(zo, observado o 
dispõsto·n-oparágrafo único-do art. 274 . 
§ 4.0 Se o requerimento a que alude o§ 
1.0 for formulado ~e.§~.!.(~_'!l) .~~o_ cJ.9. ~r~v­
. sito em julgado da sent!!.IJ.Çll-. _a_jnJ!r:n~~ªº. 
ser(f~~..:.ii'! p~ssoa-dodev~dor, por meio 
de carta com aviso de recebimento enca-
minhada ao endereço constante dos autos, 
observado o disposto no parágrafo único 
do art. 274 e no§ 3.0 deste artigo. 
§ 5.0 _ o c_urnprimeJ1tC?_da ~~ntença não 
poderá" serpromovido em face do fiador, do 
. . . . _ .... , ..... ., ... ,,. - J.V.IJ.tu.ltero 528 
coobrigado ou do corresponsável que não 
tiver participado da fase de ~o.nbedmento. 
-.·• : 
1. CumprimentodaSentença.Ocum-
-pr.imento das.entençafar-s~-á~fl1 con_forll!i-_ 
dade com o~_arts. 51~ e seguintes, CPC. A 
:ú!Vi.dadevoltadaaoC\ll11pr\!!J.~ntodasentença_ 
não dá lugar aulll P!oces~o ~v~, desdobran-
do-se em s~~_p!~-~_f~s~~~~~e_g_u<:n_t~_à fase de 
conhecimento ou, sendo o caso de sentença 
cônden~!ó~iã~q_lÊ-Ea, à.f~~~ gÇ, l,ig~q~ç!_o.As 
decisões tomadas na fase de cumprimento de 
sentença sujeitam-sda agravo de i?-s~ento 
(art.l.015,parágrafoúnico,CPC),àexceção 
<!,a s~. én 'ã -i:iêcon ui ~ fas~, qu~_é passíver 
~'-~pela~ão art.l:9.0?J CPC). 
mandamental e a sentença executiva são 
sentenças não autossuficientes. As sentenças 
mandam~ntai~;que impõem um fazer ou não 
fazer são cumpridas de acordo com o art. 536 
e 537, CPC As sê~tenÇaslexeéutivas~que 
servem para tutela do dir~~ti~_coisai~ para 
tutela das obrigações de prestar declaração_ 
de vontadesãoCiiiilpridas emcõriformídade 
com o que dispõern os arts. 538 e 498, CPC. 
A sentença'~ondenatóri~ ao pagamento de 
quantia certa, écumpr!da por execução for-
Çaõii; hó"s'fé'imos do art. 523 e seguintes, 
CPC, ou por meio de medidas de indução e 
sub-rogação,naformadoart.139,IV, CPC. 
. -~ 
4. Sentença Condenatória ao Pâga"' 
mento de Quantia e Cumprimento da 
2. SentençasAutossufidentes. Sen: Sentença por Execução Forçada. Os arts. 
tença autossuficiente é aquela.cuja prolàção ~ 523 a 527, CPC, só se aplicam para o curo-
realiza desde,l()g_O ª'-~.!~1ª-.clQ direito.preten- X primento de sentenÇa condenatória ao p_;_t-
di~a pelo demanj~te:-Por esse motivo, as gamento de quantia certa. ~ão se a{llcam 
sentenças autossuficientes não necessitam de modo nenhum- à exceção do art. 525, 
de cumprimento. No direito brasileiro, a · ;t'êrentêãõrêgTriie da impugnação, que se 
-sentençade$.!ÍI,tóriªeasentenç_ª-constitu..tiv:a. aElica a todos os tipos de cumpnméíttõde 
ent:ramnessaca_!~g<>rt_a.Sentençadeclaratória senten~- ao cumprimento das sentenças 
é aquela que visa a declarar a existência ou a mandamentais e das sentenças executivas. 
inexistênCia de deterÍitinad.:i!<:i:iç~pj~~ic~ À sentença condenatória ao pagamento de 
Óu de seus ef'eitQ§.aji~P,~ ~ç~cionalmente, quanti';icerta'é'cumpndi'pÕrexecução for-
quandoaleie:icpressamenteassim:opennita~é çada(art.523, § 3.0 , CPC).Tem por objeto, 
p~~sível seatençadeclaratória ~obr~aJ<:gaç}!<> . portanto, expropriar bens do executado para 
Q.!!. fato (art.' 19; n; c:P'CfA se~t<:riÇa ~~ela~ satisfação do direito do exequente (art. 824, 
ratória visa à obtenção de certeza. Sentença CPC).A execução forçada alça mão das téc-
~Õnstitutit-a_ e agi,rc!lâ q!!,e tem pÕr.desidera_!o -.. · nicas expropriató.rias para cumprir a sentença 
cii'ar:;·füodificir ou_ê~iigi:i!rl.iZ.Ii'ásituaÇão condêhatóri~I:q(R25;CPC- adjudicação, 
~"'1m~-Âsent~ça constiiutiw visa a alterai- iliêilaÇã-;)jor inici~tiva particular, alienação_ 
uma situação pre~s~~ ____ ,,,:,c-=::,, _e~o ,.Púhlíc~ aprop:~ação_d: frutos ~ _ 
3. Sentenças Não Autossuficientes. 
Sentença não autoss_lJficient_e\é aquela cuja 
prolação não realiza. desde logo a tutela do 
Jirei to. prete11g_icl_a p_~}? __ ~(!!:Il.l!Q_çl_~t-~, _de:-
pendendo a concret~ 9.h!~I1Ç.~Q 9-~ ~~e!~ _d.e 
atos materiais subseql!en!es: As sentenças 
não autossuficientes dependem de fase de 
cumprimento para o'iitõrg~e~,;-~ri~f~Çã~-à 
parte. A sentença condenatória, a sentença 
rendimentos). 
S. Multa Coercitiva e Pagamento de 
Quantia. É possível a utilização de multa 
coercitiva para a obtenção de tutela ressarci-
tória- em geral, para toda e qualquer espécie 
de tutela do direito que exija pagamento 
de 'qüantia para sàtisfaÇão do demandante 
(art.l39, IV, CPC):As particularidades do 
caso concreto podem deterrr1:inar solução 
529 
dessaorde 
j~ 
destinada: 
p";iraatut( 
e apropri~ 
veriflcar! 
asexigênc 
eficiência 
S~não s 
~é ir 
c a~ 
Isso por 
suas cor 
eseasu: 
motiva( 
implica 
~ 
-se ara~ 
cõii:<1ef 
mãod; ...---
zoabili 
amoti 
sibilit: 
e efeti 
talnãc 
proce 
Uma 
prOC( 
àesp< 
expH 
supe 
juris 
sobJ 
dei1 
não 
CP 
pro 
ind 
prc 
at1 
in( 
po 
ex 
ale 
A 
Ct 
528 -
.tiva são 
entenças 
~r ou não 
>art~536 
Ivas;quesruç para 
:~laração 
'rmidade. 
18,CPC. 
nento de 
Ição for-
:guintes, 
nduçãoe 
:v;cPc. 
toPâ~ 
ento da 
.Os arts. 
ao cum-
ra ao,_p~ 
~~ 
art. 5254 
.o, que se 
nento de 
entenças 
:ecutivas. 
nento de 
ução for-
Jrobjeto, 
tadopara 
(art. 824, 
odastéc-
.sentença 
~dicação, 
alienação_ 
~frutos e 
~ '., 
tento de 
de multa 
1ressarci-
~respécie 
gamento 
1a.ndãi1te 
.dadesdo 
r solução 
529 Novo Código de Proce'!SO Civil Comentado 
Título 11- Do Cumprimento da Sentença 
dessa ordem. ~ndo_ a hipótes~, tem o ór~ jnfrac_?qstitgci~mal sopesou a adequação 
jurisdicional,de aferir se a técnica processua!_ entre o meio e o fim, a necessidade do meio 
destinadapelolegisladorinfraconstirucional ~ a proporç:ionalidàde em sentido estrit~ 
p-;_raai:ütela ressarci tona pecuniária é efu:_a_i e.ntre a realização do fim e a intensidade 
e apropriada. Em outras pâlavras, tem-se de da restrição aos direitos fundamentais dás 
verificar se ã técnica expropriatória satisfaz • partes. A mesma .atividade se e-:.age do juiz 
as exigências mínimas, no que concerne à S".Ja para variação do meio a ser empregado par.á 
eficiêD:cia, par~ iütela da resin iudici~m deduct_~. obtenção da tutela ressarci tória em pecúnia. 
Se não satisfa~, e~tão é or ue ~,wevisão Temdedemonstrar,namotivaçãodadecisão, 
~ é .inadequa a para a proteção daque~e _ as razões pelas quais, naquela circunstância em 
ca~ecífico, e eve ser escons1 erad~ específico, (a) mostra-se adequado ordenar 
Isso porque uma regra so e aplicável se as sob pena de emprego de medida de indução 
suas condições de incidência são satisfei:as oudesub-rogação(deve-justificarporqueesse 
e se a sua aplicação não é excluída pela razão meio leva à realização do fim), (b) oferece-se 
motivadora da própria regra. q:aciocínio_~-~ necessário ordenar sob pena de emprego de 
implicado denota a necessidade de examinar- medida de indução ou de sup-rogação (tem de 
..:sêãrãzoabilidade da aplicação do binômi~ justificar por que esse meio é imprescindível 
cõil<Iêilação-execução forçada, ãlçando-se para a ótima realização do fim) e (c) revela-se 
~azoabilidade na sua acepção de r~- proporcional ordenar sob pena de emprego 
zoabilida~ecomoeguida~e.Evidentemente, de medida de indução ou de sub-rogação 
a motivação do art. 523, CPC, está em po~- (precisa apontar a razão pela qual o alcance 
sibilitar a prestação de uma rutela adequada Clo fim fundamenta uma maior restrição à 
e efetiva às obrigações 4e pagar quantia. Se defesa daquele que deve cumprir a ordem). 
tal não se dá, por inadequação de~sa_ técnica Uma vez realizada essa valoraÇão, e devida-
proces~ual; a regra não)ode ser aplicada. ~vada,l_egi!i,t!lg~~.(!_OeJ])prêg_oJ::;s . 
Uma v~z ~~monst~a~a a não ef~tividad~ do ,-~~da,~~ejp'4~~ãg~~~~-~ub~~~g~Çj()_ʪ~a_ 
procedlmen:o do art. 523 e segwntes, c_ C, obtenção de quantia em dmhelrO (art. 139", 
àespééie;·oqueindublt:avelmentepassa pela ·rv: CPC).-- · •· ·· ·. -~ 
explicita e pormenorizada motivaçãÇ> dessa ' 
superaçãolegalnadecisão,cumpreaoórgãà 6. Execução de Decisão Definitiva 
jurisdicionalexaminarseoempregodeordem e Execução de Decisão Provisória. Os 
sobpenademultacoercitiva(oudeoutrooeio arts. 513, § 1.0 , 519,520,522 e 523, CPC, 
de indução ou de sub-rogàção) se oferece ou aludem direta ou indiretamente à dicoto-
não aplicável ao caso concreto (art. 139, IV, ~ia "~um~ definitivo ~e!l_~_!!Ç_a,:-
CPC). Tal exame requer juízo a respeito da -cuE_Primento pr<?.._visório,de sentença". Essa 
proporcionalidade da aplicação do meio de última expressão, conrudo, é equivocada. O 
indução ou de sub-rogação. Entre a técnica -cumprimento de- sent'êi1Ça âssim definido 
processual aplicável a determinado c;;.so e não e diferente do_cump!'~Il}~nto definitivo 
a tutela jurisdicional objetivada existe uma (da'sentençai:ransitada em jUlgado). Airida 
inequívoca relação de meio e firp.. Assim é, que o cumprimento "proVisório" possa ser, 
por exemplo;qu"e ;c"'nd~~ação, seguida de .c.9.~ regra, incompleto (art.520,IV, CPC), 
execução forçada, é o meio pelo qual se pode qs atos executivos prat1~ados _s:m virttr.de qe 
alcançar o fim tutelaressarcitória peculi.ária. decisãç> judicial pende? tê de _recurso não 
Ao fazer a ligação entre condenação, exe- podem ser chamados de provisórios. O qúe é 
cução forçada e ressarcimento, o legislador defin~~~~~rovisórioéotítu.loqueemb_ê.sa 
Marinoni- Arenbart - Mitidiero 530 
o cumprimento da sentença. O cumprimento 
é de decisão definitiva quando baseada em 
;entença transitada em julgadQ; E de deci-
são proVlsÓna quando se tratar de s~tenç_a 
impugnada mediante recurso ao qual não foi 
ãtribüídõ"êreito suspensivo. O cumprimento' 
tla decisao provisória é assunto dos arts. 520-
-522,CPC. 
7. Intimação do devedor. A intima-
ção do devedor a respeito do requerimento 
de cumprimento de sentença deve ser Íe1to · 
na forma do art. 513, § 2.0 , CPC. A for-
ma padrão de intimação do devedor para o 
cumprimento da sentença é por intermédio 
de seu advogado constituído, por Diário da· 
Justiça. Não é necessária a intimação pessoal 
do devedor para cumprimento, exceto se não 
tiver procurador constituído, se for repre-
sentado pela Defensoria Pública (art. 513, § 
2.0 , II, III e IV, CPC) ou se o requerimento 
de cumprimento ocorrer após um ano 
trânsito em julga o a sentença (art. 513, 
§ 3.0 , CPC):Sem a prévia comunicação 1ill 
_devedor do regu«._rimento de cumprimento d; 
se~ençtipor qualqÜer das formas previstas 
no art. 513, CPC),éilegítimaarealização <k_ 
qualquer ato executivo, à exceção do arrestQ. 
executivo (art. 830, CPC), eventualmente . 
cabível também no cumprimento de sentença · 
se presentes os respectivos requisitos. 
8. Sujeição passiva ao cumprimento 
de sent~nça. A sujeição passiva ao cum-: 
primento de sentença é, em princípio, do 
condepado expressamente a que alude o tí-
tulo judicial. Sujeitam-se, porém, também 
ao cum rimento da sentença o espólio, os 
l:ier eiros, os sucessores do eve ore o novo 
devedor que assumm, com o consentimentÕ 
~aobrigação'resultantedotítulo(art. 
779,IIeiii,CPC).Qfiador,ocoobrigadoouo 
c~esponsável qu;:_ não foram réus no proces_g> 
- e, portant~, não foram condenados - não 
estãõ sujeitos ao cumprimento de sentença 
(a.rt. 513, § 5.0 , CPC). Para que alguém se 
.sujeite ao cumprimento da sen!ença, à exceção 
dos sucessores do devedor, é. indispensável 
que tenha participado do pro~esso de onde 
· .resulta a condenação. Nesse senrido,já decidiu 
o Superior Tribunal de Justiça que "O fiador 
que paga a dívida do afiançado passaã:tef ürri. 
direitO de crédito no plano matenãl, mas essi!_ 
situação jurídica não pode ser simplesme~ 
5ransplantada para o plano processual sem a_ 
o~ância do devido processo legal" (STJ, 
3.• Turma. REsp 1.185.902/MS. Rel. Min. 
NancyAndrighi.D]e29.06.12).Também,"o 
fiador que não integrou a relação processual na 
ação de despejo não responde pela execução 
do julgado" (Súmula 268, STJ). 
Art. 514. Quando o juiz decidir reJa-
. ção jurídka sujeita a condição ou termo; o 
cumprimento. da sentença dependerá de 
demonstração de que se realizou a condi-
ção ou de que ocorreu o termo.-
1. Condição ou Termo. Qgando o juiz 
decidir a ão · urídica su· eita a condição (art. 
121, CC) ou termo (art. 131, C ,~e 
que figura como credqr no título executiv_~ 
não poderá executar a senten a sem provar 
que se realizou a ~ ição ou que ocorreu? 
~Observe-se que, sellclo esse o caso, 
a obrigação consubstanciada na sentença é 
inexigível até que se realize a condiç~o ou 
que ocorra o termo. Não há ainda pretensão 
à execução. O prazo de 15 (quinze) dias para 
pagamento de quantia oriunda de obrigação 
consubstanciada em sentença condenatória 
não flui (art. 523, CPC), porque inexigível 
a obrigação (art. 787, CPC). A execução 
instaurada antes da realização da condição 
ou do advento do termo é nula, nos termos 
dos arts. 514 e 803, III, CPC, aplicável por 
analo~ cumprimento d; sentença, na 
formado art.513, caput, CPC (nesse sentido, 
STJ, 4. • Turma, REsp 1.680/PR, rel. Min. 
Sálvio de FigueiredoTeixeira,j.06.03.1990,D]02.04.1990, p. 2.458). 
. '~ 
' 
531 
Art. 
ci~Ls,cuj' 
com os é 
1- a! 
civil quE!'" 
gaçâodf 
zer ou d 
:~,-jj ... <I 
.::_:..; ..,._~·'"; 
compos1 
111-, 
·composi 
tu reza; 
-. IV-~ 
~xclusiv; 
te, aos t 
singular 
V-o 
do as cL 
tiverem 
-~ ...... 
, VL'-é 
sitidã e1 
.Y!("-
Vll~l 
d~l'péÍo 
-~:-·· 
ra, __ ~.e?~ 
.rog~~~~ 
X-( 
§ 1.0 
vedor!ij 
primen1 
no praz 
§2.0 
yplver~. 
sob r:~~ 
deduzi< 
1. l 
executi' 
do créd 
títulos ' 
515,CI 
2. ~ 
pende 
declara 
depend 
531 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 515 
Título 11- Do Cumprimento da Sentença 
Art. 515. ~jio título~_ e)(~Cutivos_judi:- teladodireitododemandante.Sãosentenças 
ci~ls, cujo cumprimento dar-se-á de acordo autossuficientes+- a prolação da decisão basta 
com os artigos previstos neste Título: 'para sãtísfaier 0 demandante. Já a sentença 
I- as decisões proferidas no processo con_ den~t~~!~~~a-~~!:tençaii? __ all:damentalie a 
civil quEi'feconheçâm à e.xigi6'ilidade de obri- -- --~ . ~ - sentenç ex ___ <:<:.\lti~a.:s.ão sen't.enças que depen-gaçâo de pagar quantia, de fazer, de não fa- -
d d_ em_ de cumprimento para realizar a tutela zer ou e entregar coisa; --
, do dirdtõ do demandilite. São sentenças não 
~~:-.. [-;; •. ~. ~~~~ã~.,p.omolo~~\~a de auto~ autossuficierites.Apenas ~s sentenças não au-
composlçao JUdiCial; 
tossuficientes podem ser objeto da fase de 
-_ _ .!!~.- ~~!t<;t~~ª~~qg_~dil-de auto- cumn_-r_í.m __ -___ e __ -_n.-_-t~ (art. 513, CPC). Dentre as compos1çao extraJUdlciãtcle'"éjüãfquer na- . .r: - -
tu reza; ··~ ... · _ sé; tenças nã'l autossuficientes, a 'sentença 
- · · ·IV :- (g"@;í'Qal' e~j.;Q..e_part~hat.· 'J"Ii!ffigãiD"~n.~ãl.ie asentenç~ex~ai1:iva•possuem 
~xclus1vamente-em·relaçao ao·1nventanan-· ..executi~c1aciein~seca.e.sqporramef«!ivação 
te, aos herdeiros e aos sucessores a título· eª-~Ç-Y:_ç_ã<;> ll;t!picas_(arts. 536 a 538, CPC). 
singular ou universal; . ~A s~ntença~onª-~_í:~óri~ que reconhece~ 
V- o crédito deja~,;~xili,~r.çl~ j~~\i!fé;\tA uan- .existência de um de.v.er. de(r.agar quantia; tem 
do as custas, emolumentos ou honorários e.ficáciaexecutivaedálugacàle:Xec:UÇãoforçaqa 
tiverem sido aprovados por decisão judicial; por~~R_r~pr!~ção{isto é,e~!!~jiÇ~9_tjp~ç~) ou, 
-1 • :y_d~G a s~nt1 endç~'lg~~~~~~~ tran- eventualmente, efetivação atípica .(art. 139, s1t~. a em JU ga o; . _ IV, CPC), depenaendo da decisão judicial e 
, Y!~'- a sentença~~}, , ... ·- _ ._ -das circunstâncias do caso concreto. As sen-
,' __ , VI !V- a sentença\~~trangeir~ homologa- · tenças autóssuficientes não constituem título 
d~] p~lo Superior !~_i_~~liãr~l~~.@.~~- ·· -- ·- executivo. As sentenças não autossuficientes 
~ :;- íL<!~~i~ãQ.~nte.docutórj;;~._~-~tr~~l)_!i!(!1:._ · ~onstit,uem títulos exeti.ltivostart. 515-;1, 
ra, a_e_os a conc~~~~-Q._çlo ex~_g~at~~.!r~~ CPC) e autorizam a reãlízação da tutelãClõ 
rog~!§nª-Jiª.Q}l!P_f:!_r_i_9.!_ '!"ri~~-~~-~e} ~s~i~~? .--direito. O mesmo raciocínioVãle para decisões 
X- (VETADO). 'Ttrterlocm&ias,apartiraaeficáciaintrínseca 
. § 1.o Nos casos dos incisp~YJ.íJ.J~9.9e- ...-aelas.1htancto-sededecisãointerlocutória· 
vedo r !ieJ;.~ç!J!do no juízo cível para o cum-
primento da sentença ou P.ê!.e~E9.!!!_9~ç.iLo 
no prazo d~ 1§ ~9~T,:,_e).~i_'!s· 
§ 2.0 Aêutoc!?!~Cº~kão~~l2'-P-ºd~_en­
y_plver ~!!jcito.êstra~processo e versar 
sobJ:fi!~IJl~.?.i!!:~~!S qu~_ ~ªo tenha sido 
deduz• da ~m JUIZO. . 
1. Títulos Executivosjudiciais. Tí~o 
executivo é at:epre~~!l..!~S:~? doÇUiílel).ta)._tipiCa 
do crédito revestida de. força executi:v:~; Os 
títulos executivos pode~ serjudidais (art. 
515, CPC) ou extrajudiciais (art. 784, CPC). 
2. Sentenças e Decisões que De-
pendem de Cumprimento. A sertc:nça 
declarató~ia e a se11tc:nça coi.lstitlitéa não. 
dependem de cumprimento para realizar a tu-
·com eficácia condenatória, mandamental ?,.U 
execut1va1 SYJelta~se ao cumprim_ento típicjJ 
(art: 520 a522 ou ~23 e ss., CPC) ~u atípico 
(árts: 536lJ:_5.._38,C~C), c,2!!fQL~§P· . 
3. Sentença Declaratória e ExecuçãQ 
Forçada. A sentença declaratória, assim 
como a sentença constitutiva, não constitui 
título executivo e por isso não autoriza a 
execuÇão forçada. Todavia, há na doutrina e 
"najurisprudênciaVivo debate a respeito do 
às'si.into. Já. se decidiu, por exemplo,que "tem 
eficácia executiva a sentença declaratória que 
traz a definição integral da norma jurídica 
individualizada. Não há razão alguma, lógica 
ou jurídica, para submetê-la, antes da execu-
ção, a um segundo juízo de certificação, até 
Jvlartnon. - L'Jrenbart- Mitidiero 532 
porque a nova sentença não poderia chegar 
a resultado diferente do da anterior, sob pena 
de comprometimento da garantia da coisa 
julgada, assegurada constitucionalmente. 
E instaurar um processo de cognição sem 
oferecer às partes e ao jUiz outra alternativa 
de resultado que não um, já prefixado, repre-
sentaria atividade meramente burocrática e 
desnecessária, que poderia receber qualquer 
outro qualificativo, menos o de jurisdicional" 
acordo. Sendo oriundo do acordo direito d~ 
crédito para alguma das 2artes, a sua homo:: 
t~~açãojudicial fa:z surgir título execut~vo. 
~. · 6;· Forniafê"Cerffdaó-de·P-ãrlilha. o 
formal ou a certidã~ de partilha constitui a 
rep~~~~~~o dasentençaquepõe fim ao pro-
cedimento de inventário (art. 655, CPC). Se 
n:de<:õniiiãrdocumentada obrigação de pagar 
quantia, servirá como título executivo idôneo 
para embasar exec~ Observe-se 
que o título só vincula o inventarian~-~ 
herdeiros e os sucessores a título singular ou 
~·O formal ou a certidão de partilha 
não serve de título executivo contra terceiros. 
( STJ, 1. a Seção, EREsp 609 .266/RS,rel. Min. 
Teori Zavascki,j.23.08.2006,Dj11.09.2006, 
p.223).À vista da redação do art.515,1, CPC.~. 
é de s~ condülr(jue a sentença ou a decisãQ 
interlocutória que, ainda sem "condenar" o 
reu ao adimplem!_nto_de 9brigação,contenha.; - _ - 7 .. Créditodoauxiliardajustiçaapro-
todos os elemento.s capazes de tornar certa 
~ vado judicialmente. Qy.alquer crédito 
a ~xigibilidade de certa prestação, é título 
executivo judiei~. 
- aprovado judicialmente, devido a auxiliares 
,..-- da justiça, é também título judicial (art. 515, 
4. Sentença Homologatória.Asenten- V, CPC). A regra é redundante, já que inse-
çahomologatóriadeconcilia'!!o,detransa~ :ida também no inc. I, d~ art. 515, CP.C. ~, 
ou de mediação, ainda que inclua matéria não JUStamen~e por estar cont:J.da naquele pnmel-
p.ostaemjuíZ(;,emesmoguandoincluasujei!Q__ ro preceito, é que se deve concluir que não 
q'Ueliãoseja_parte;a relação process.IJ,fll ori-. apenas os créditos devidos a "auxiliares da 
. giilal (embora tenha participado do processo justiça" constitui título judicial, m~ _ 
d.e autocomposição) sgnstitui título executivo,. prestação aprovada por decisão· udiciâi, ue , 
~(art. 515, II, e§ 2.0 , ÇPC).ldêntica .•. imp que pagamento e guantia, ~exemplo 
q~dade reveste a sentença homolo_gató~ das aespesa~a testemunha.( art. 462,CPC), 
d..e recoiíhe_ç~mento 'urídico do pedido art. ouquãtqueroutraprestação, t-ambém formará 
7, II , a,_ .PC) . .e de.renúncia ao direito. título da mesma espécie. 
(art. 487,.III, c, CPC),~~ 
direito de crédito a uma.,d--ª.s.partes. . 
5. Acordo ExtrajudiciaiHomologado 
judicialmente. O acordo extrajudicial, isto 
é,realizado independentemente da existência 
de processo a respeito do litígio, homologa-
do judicialmente, constitui títul~utiV(; 
judicial (arts. 57<, Lei 9.099/1995 e 515, III, 
CPC). No jllÍzo,homologatório,caberáao Juiz 
somente ve~ a satisfação dos requisitos 
formais do acordOTcapacidade dos sujeitos; 
dlsponíolli<Iãckdõ objeto e satisfação·de 
eve~ãl'fõrma exigJ:~l'a ~lei). Preenchidos 
~ressupos~os; cumpre:: lhe hÕmo!ogar o 
8. Sentença Penal Condenatória. A 
séntença penal condenatória transitada em 
julgado tem por eficácia anexa a imposição ao 
condenado do dever de reparar o dano causado 
pelo crime (art. 91,~, CP).Asentençaimpõe 
esse dever independentemente de expressa de-
claração do órgão jurisqicionalnessesentido,já 
que a legislação anexa es~aeficácia à sentença. 
E imprescindível() tr~ito em julgado, para 
que a sentença se revista de eficácia executiva. 
Sentença penal condenatória não transitada 
em julgado não temo condão dedesencadeàf 
a execução forçada no juízo civil. A sentença · 
penal que impõe medida de segurança con-
533 
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532 
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533 Novo C6digo de Processo Civil Comentado ·ar • 
Título 11- Do Cumprimento da Sentença 
~~miá!~ constitui título executivo judi-
~1 (art. 515, VII, CPC). Rigorosamente, 
contudo, embora constitua título executivo, 
não~ ser considerado judicial, porque a 
atividade arbitral não pode ser caracterizada 
coíílõ]UríSdícional, porque destituída da 
irrevisibilidade externa inerente à jurisdição. 
O prazo para cumprimento voluntário da 
decisão arbitral que condena ao pagamento 
de quantia certa deve ser fixado na própria 
-decisão (art. 26, III, Lei 9.307/1996). Não 
havendo, incide o prazo constante do art. 
520, CPC. Eventual impugnação à sentença 
arbitral pode ser levada a efeito mediante a 
alegação das matérias constantes dos arts. 
525, § 1.0 , CPC, e 32, Lei 9.307/1996 (art. 
33, § 3.0 , Lei 9.307/1996). 
figura sentença penal absolutória. Todavia, 
como nela se tem a declaração de um ilícito e a 
i"llili~-de sua autoria, dela decorre direito à 
reparação~ à execução forçada (arts. 935, CC; 
e 51S":Vl, CPC). Em nada atinge a pretensão 
à execução civil posterior o reconhecimento da 
prescrição retroativa da pretensão penal (STJ, 
4.aTurma, REsp 722.429/RS,rel.Min.Jorge 
Scartezzini, j. 17.03.2005, D]03.10.2005, 
p. 279), a concessão de perdão judicial ou a 
anistia. A sentença penal condenatória tran-
sitada em julgado aproveita à vítima e aos seus 
sucessores (art. 63, CPP) ~ujeita à execuçã_o 
forçada apenas o condenado criminalmente 
(art. 779, I, CPC). Terceiros, aindaqueres-
ponsáveis civis pelos danos, não se submetem 
à coisa julgada criminal e não estão sujeitos 
à execução forçada, porque quanto a eles a 
coisa julgada é res inter afias (arts. 506 e 513, 1 O. Sentença e Decisão lnterlocu-
§ 5 CPC STJ 3 --r. RE 343 917/ tória Estrangeira. Desde que homologada .o, , , .a .Lurma, sp . 
MA 1M. C Filh · 1610 2003 D•T pelo SuperiorTribunaldeJustiça(arts.105, , re . in. astro o,J. . . , 'J 
03.11.2003, p. 315). Os terceiros devem ser I, i, CF e 960 e ss., CPC), a sentença estran-
acionados no juízo civil a fim de que contra geira que condena alguém. ao pagamento 
eles seja proferida sentença condenatória. A de_guantia consti.tuitítulo executivo hábil a 
senten,s:_a penal condenatória transitada -;;n aparelhar execução forçada (art. 515, VIII; 
julgado f. insuscetível de discussão no juízo CPC). O processo de homologação de sen-
civil, sob pena de ofensa à co~a julgada. Não tença estrange~a está re~:d~ pelaRes. ~~J 
é viável ar a rediscussão do dolo, da culpa, do 9/2005. :rambem a deC1sao mterlo~utor~a 
ilicito, do dãiio ou do neXo causâl. N~o 1 estrangeira ~om,ol~gad~ p~l? SupenorTn-
~
civila discussão está limitada a uestões li das bunal de Justiça e tltulo JUdicial (art. 515, IX, 
apropria ativida. e de execução forçada ou ao CPC). H~ologada :_ sente~a-ou a decisãó 
mÕrÍ.tante do dan_o a ser ressarcido (STJ 3.a estrangeira, a execuçao far-se-a do mesmo 
Tillriii;REsp 416.846/SP, rel. Min. Ca~tro mo~o ~revisto .par~ execução d~ decisões 
Filho, j. OS .11.2002, D ]07 .04.2003, P· 281 ), nacio~rus~ tramitara perante a Jusnça Federal 
o ue deve ocorrer na fase de liquidação da d~ prn~ro grau (arts. 10?, X, CF e 965, 
obrigaw art. 509-512, CPC). Sobrevindo ~PC).E.xnce.rtos~asos,preV1stosemtratad~s 
revisão criminal procedente no juízo penal, mternacw~a1s, d~spensa-se a h?mologaçao 
desconstituído está o título executivo: se pen- pelo ~~penor Tn~unal de Justiça· ?ara ~ue 
dente a execução, deve ser imediatamente a decisa? estra~geir~ possa produz~r efeitos 
extinta;sejáfinda,_oéxeçutadopoderáprop~ no ~r~~il e se~ lmediatame~te efetivada n? 
ação de repetição de indébito contra o exe- terntono nacwnal (art. 962, § 4.9, CP~). E 
~nte.,_ __ .. - o que oc~rre, por exemplo, com as,.decisões 
..:.;_ _ .,_: ... ~ . . .. -· . _ estrangeiras que tratam sobre alimentos 
.,..;.1: .. J.~.nJençaArbitrai.As~Çi:a;i']i-~· (Convenção d~ Nova Iorque sobre Presta-
~tra!.t .. qi!ªJJ.dõ]nduir a previsão de prestação ção de Alimentos no Estrangeiro- Decreto .. "'"'---'"' ---- . 
Marinoni- Arenhart -l'vtitidiero 534 
• Legislativo 10/1958) ou com deçisões sobre 
tutela de urgência no âmbito do Merco~u! 
(Protocolo de Ouro Preto-Dec.2.626/1998). 
11. Ordem de Citação. No caso de 
sentença penal condenatória transitada em 
julgado (art. 515, VI, CPC), de sentença 
arbitral (art. 515, V, CPC) e de sentença ou 
decisão estrangeira, homologada pelo Supe-
rior Tribunal de Justiça (art. 515, VIII e IX, 
CPC), o mandado inicial incluirá a ordem 
de citação do demandado no juízo cível,Jlara 
Iiquidação ou execução, conforme o caso 
(art.515, § 1.0 , CPC).Em todosessescasos, 
a multa punitiva incide automaticamente 
depois de transcorrido, sem pagamento vo-
luntário, o prazo de que dispõe o demandado 
para adimplir o valor do crédito reclamado 
em juízo (art. 523, § 1.0 , CPC). 
sendo, em regra, absoluta. Podendo o deman-
?ante op:ar, contudo, pelo foro do domicíli~ 
_do executado ou pelo foro dos bens sujeitos 
à expropriação ou oride deva ser adimplida a 
robrigação (art: Sl6,parágrafo único, CPC), 
·, a competência passa a ser relativa. Nessa 
hipótese. tem o executado de insurgir-se, 
querendo, contra a competência em preli-
minar de impugnação (art. 525, VI, CPC) 
ou, em sendo absoluta, a qualquer tempo, por 
mero requerimento nos autos (arts.64, § 1.0 
e 525, § 11, CPC). 
• 2. Conexão"'Cle cumprimentos de 
s~ntença. Se um mesmo título Gudicial 
ou extrajudicial) dá ensejo a mais de um 
instrumento de cumprimento de senten-
ça, eles s~o reputados conexos e devem ser 
reunidos para tramitação conjunta (art. 55, 
§ 2.0 , II, CPC). 
Art. 516. O cumprimento da sentença 3. Conexão e Tutela Coletiva. Ex-
efetuar-se-á perante: cepcionam-se da regra geral sobre conexão 
I-~, nas causas de sua com- os cumprimentos individuais de sentença 
petência originária; coletiva, cuja efetivação não gera prevenção 
@-o juízo que decidiu a causa no pri- ao juízo cia fase do conhecimento, nem de 
meiro grau de jurisdição; 'outros juízos que eventualmente já tenham 
(hl o juízo cível competente, quando conhecido de outros requerimentos de efe-
se 'ir?t'ar de sentença penal condenatória, tivação de outros beneficiários. Em regra, a 
de sentença arbitral, de sentença estrangei- :· execução individualdesentençacoletiva é feita 
ra ou de acórdão proferido pelo Tribunal . no dómicílio do beneficiário não incidindo · 
Marítimo. ;·as regras do art. 515, CPC (É;TJ, 1·.a Seção. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos inci- ; . ÃgR no CComp-131.123/DF. Rel. Min. 
sos 11 e JJI, o exequente poderá optar pelo HermanBenjamin;D]êZ1.03.1'4;STJ,CE; 
juízo do _;ttuaJ ... ~,9m_i_ç_(!Jp do executado, REsp 1.243.887/PR. Rel. Min. Luis Felipe 
pelo juízo do lgcal ond~ se encontrem os 
bens ~ujeitos àexecú.Ção.ou pelo juízo do Salomão. D]el2.12.11). 
local onde dev;l ser executada a obrigação 4. Tribunal Marítimo. A ref~rência ao 
9e_ f~zer ou de _não fazer1 casos em que a 
remessa dos autos do processo será solici-
tada ao juízo de origem. 
1. Competência. O cumprimentoda 
sentença por execução forçada dar-se-á pe-
rante os órgãos jurisdicionais indicados no 
art.516,CPC.Acompetên~, 
forçada é fucada em razão do critério fi.mcio~:!1l 
tribunal marítimo, presente no art. 516, III, 
CPC, deve ser desconsiderada, porque alude 
ao art. 515, XI, CPC, que foi vetado pela 
:presidênc~a da República., 
535 
o~azo..e 
viSo no a 
§ 1.o p 
ao exeqw 
da ~ecisã1 
§ 2.0 A 
verá ser f< 
e indicará 
quente!'!' 
ce_~~Q, o v; 
do prazo. 
§3,0( 
ação resc 
exequenc 
sas e sob: 
da propo1 
-protestad 
§ 4.0 f 
.. protesto 1 
do juiz,.rr 
cartório, 
do da dat 
_de__s~-~9..ll' 
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1. Pr 
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Por isso,. 
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que alud 
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~eque_nt 
narealiz~ ..,..__ 
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CPC)Üu 
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Ao~ 
CPC, o c 
apenas g 
prestaçã< 
a irregul: 
Art. 
à valida1 
mento d 
suhsequ 
' .. 
'í 
535 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 519 
Título 11 - Do Cumprimento da Sentença 
~fstazo para pagamento voluntário pre-
VIS o no art. 523. , .. 
§ 1.0 Para efetlvar o protesto, ifitcUIUb~ 
ao exequente apresentar cer.~idão de .. feor 
da ~ecisãQ,_ 
§ 2.0 A certidão de teor da decisão de-
verá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias 
e indicará o. nome e a g~~lifi~~ç-~o do ex~­
quente !'! do executado, o número ~pro­
ce.~~Q, o valqr.da.d(vid_a e a data de;~e.c.u)so 
do prazo. para_p~gamento yolun~no·;··· 
§ 3.0 O executado que tiver proposto 
ação rescisória para impugnar a decisão 
exequenda pode reque.rer, a suas expen-
sas e sob sua responsabilidade, a anotação 
da propositura da ação à margem do título 
-protestado. 
§ 4.0 A requerimento -do executado, o 
. protesto será cancelado por determinação 
do juiz,.mediante ofício a ser expedido ao 
cartório, no prazo de 3 (três) dias, conta-
do da data de protocolo do requerimento, 
_de_s~-~9..lle ~()!J1P._ro_va<:J'!.~-~a!~fo:t~9 J.!l!~gr~! 
~~ ~~·~i_g_a~~~- .. 
1. Protesto do título judicial. Cons-
titui técnica de indução, tendente a forçar 
o devedor ao adimplemento da prestação. 
Por isso,. só pode ser requerido após esgo-
tado o prazo para pagament<? voluntário a 
que alude o art. 523, CPC. E medida qu!; 
deve ser providenciada autonomamente pelo 
exeque_nte, não havendo intervenção judi~ 
;a realização aesse protesto. Qjuiz só inter-
vém para cancelar o protesto (art. 517, § 4.0 , 
CPC) Üu eventualmente para decidir uestão 
surgida com suare zação art. 518, CPC). 
Ao rontrário do que supõe o art. 517, § 4.0 , 
CPC, o cancelalnento do pr<~testo não ocorre 
apenas quando cumprida integralmen_!e a 
prestação, mas fambém quando se observar 
a irregularidade de sua realização. 
Art. 518. Todas as questões relativas 
à validade do procedimento de cumpri-
mento da sentença e dos atos executivos 
suhseguentes poderão ser .~uidas pelo. ' .. 
executado nos próprios autos e nestes se-
rão decididas pelo juiz. -.. . 
1. Competênciaparaoconhecimento 
das questões da execução. É do juiz perante 
o qual tramita o cumprimento da sentença. 
Qgalquer questão referente ao cumprimento 
de sentença pode ser alegado diretamente nos 
autos de cumprimento, devendo ali também ser 
decididos. ssas decisões são interlocutórias 
(art. 203, § 2.0 , C) e sujeitam"'se a agravo 
pe instru~o (art. 1.015, parágrafo úni~ 
(;PC), exceto quando importarem a extinção 
daexe~ção,quãhdo serão caracterizadas conto 
sentença, sendo impugnáveis por apelação (art. 
1.009, CPC). 
? ' _ ... 
2. Atos praticados em razão d~ carta 
bu de amemo direto. Havendo, porém, atos 
realizados em Cu.mprimento de carta pte<:fto/i~. 
carta de ordem ou auxílio direto, acompel:êb.cia 
para decidir sobre eventuais vícios e defeitos 
de atos ordenados ou praticados pelo juízo 
deprecado será dele próprio e não do juízo 
deprecante (art. 914, § 2.0 , CPC). 
· Art. 519. Aplicam-se as disposições 
relativas ao cumprimento da sentença, 
provisório ou definitivo, e à liquidação, no 
que couber,.!§ dgcjs§es q••e concedereAJ. 
wtela proyjsória 
1. Regime c;las_l\ttelas Provisórjas e 
de Urgência. Deve observar, naquilo que 
não for incompatí~el com sua natureza ou 
que inviabilize sua efetividade, as regras re-
ferentes ao cumprimento da sentença, provi-
sória ou definitiva. Em regra, porém, não ~e 
eleve exigir caução (art. 520, IV, CPC) Eara 
a efetivação de tutelas de ur~ia, sempre 
qt; essa imposição ~or incom~tível com 
a necessidade e a urgência invocadas pelo 
r~uqwüiaõ1ruStrã:remau~e 
da medida postulada.] á nos casos de tutela 
da evidência (art.311, CPC), a dispensa de 
Marinoni - Arenhart- Mitidiero 536 
• caução e~tá s.ubo;qin~Eo~_f;l?,eS.~()S cri!é_:-_ 
rios indicados para,a dispen~a~~ c:~ução na, 
execução provisória (art. 521, CPC). 
Capítulo 11 
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO 
DA SENTENÇA QUE RECONHECE A 
EXIGIBiliDADE DE OBRIGAÇÃO DE 
PAGAR QUANTIA CERTA ....... 
Art. 520. O cumprimento provisório 
da sentença impusnada or·recurso des.: 
provido de efeito suspensivo seta rea 1za o 
dã mesma forma que o curi1primento de-
finitiv~, sujeitando-se a_~.s.~guinte regime: 
I - corre por i_n.iciativa e rtlsponsabi-
lidade do exequente, que se obriga, se ã .. 
sentença for reformada, a reparar os danos 
que o executado haja sofriaoi . • 
~ Gi\. fica sem efeito, sobrevindo decisão 
qu~odifique ou anule a sentença objeto 
da execução, ~E!stituincjc:>-SE:! a_!; P.~'1~!> ag 
esta.<;fo __ ant~r!<!.r e-liquidando-se eventuais 
prejuízos nos mesmos autos; 
111 -se a sentença objeto de cumpri-
mento provisório for modificada ou anula-
da apenas em parte, somente nesta ficará 
senu~feito a execução; 
· ~ IV,_',.. o levantamento de de~~to · ~ 
din lí_e.iro ·é)i-prafíêã-ãeãtos~q~.LniiLór~~!!l 
~~aA~f~~~i~i<i.~Q.L'(iü.e.u.!lçª9 .. JJ~pr.o.: 
prie_cl_a_de. o'!.il.!!-2J,IgQ dir~-!'~Âii.:do.i 
quais possél:r_~ltar gra_ye da_l!ªao executa-
do, «!~endem Q; cauçãp sl:!_fr.<:!~!!!~-~jQ.ô". 
nea, arJ?ltrada d~ plano Pelo juiz e prestada 
1~~-_p~~p~~~~~~t~s.------ --- ------ · 
§ 1.0 No cum rirriento provisó,rio da 
;entença,,Q..~~c.ut~ __ o poderá aprésÊm~r 
mpugnação, se quiser, nos termos do àrt. 
>25. . 
-(~_::"A m_!J._l!~ e'.Q~_b9.~-';;<lri.~~ a. que se 
·e fere o § 1. o do art. 523. sao dev1dos no 
:umprimento provisório de sentença con-
ienatória ao p'agamento de quantia certa. 
~ 3.0 Se o e~~-C.~~do cóm.P._~[ece~.!:"...: 
>estiva mente ~ depo~1taro valor;!com a fina" 
idade de isentar-se da multa, ()ato não será 
h~yi~_()_~o_!!lg_ ~':l~l?.llJP~tív~L~c:>~-~ ~c~!~-o 
potle interposto. __ __ .. 
1< · 4. restituição ao e;~d~ anterior~ que' 
se ere o .inciso 11. não_ irt:Jplic_a o desfazi-
mento da transferência de posse ou da alie-
naÇâ_o_d~y~(pji~dâc!~ <?.1!.9.e ~utro direito 
real eventualmente_@ realizada1 ressalvado, 
sempre~õ--Ciireit:o à repaiiÇão-dos prejuízos 
causados ao executado. 
~o cumprimento provisório de sen-
te~e reconheça obrigação de fazer, de 
não fazer ou de dar coisa aplica'-se, no que 
cõUoer; õ dfsposto-nêste Capítulo. -· 
1. Cumprimento Imediato da De-
cisão Provisória. Todas as decisões não 
autossuficientes (art. 515, I, CPC), que ne:' 
cessitam ara restação da tutela jurisélicional 
ãodemandante de atos ultenores à ec1são 
(arts. 536-538, 51Õ-522 e 523 e 'ss.-;-cPC), 
podem ser cumpridas na pendência de recurso 
não recebido no efeito suspensivo art. 520, 
caput, CPC).Xãpe ação tem como regra o 
seu recebimento com efeito suspensivo (art. 
1.012, CPC) -'o que, aliás, não deixa de ser 
uma enorme contradição, já que se admite 
o cumprimento imediato da decisão inter-
locutória que antecipa a tutela jurisdicional 
com base em probabilidade e não se admite 
o. cumprilmmto imediato, como regra, da 
decisão -que: Geneede: a tutelajudsdicional 
tinal fundamentada .em juízo .de certeza ...,, 
d@-modo-que-O...cumprimento imediato da 
sentença desafiada pelo.recurso de-apelaÇão 
é exceção-no <#reito brasileiro. 0 recurso 
~raordinârio e o-recurso- especial não têm 
efeito suspens1vo como reg!a1 e a interposição 
detimoudeoutrÕ~impd~ocumprimento 
da -decisão proVisória: (art;-995, CPC). 
2. Espécies de Decisões Passíveis de 
Cumprimentoimediato na PendênCia 
de Recurso Não Recebido com Efeito 
Suspensivo. Toda decisão não autossuficien-
tç pode s~timpriâlíaemãlleiraiiiiedtáta 
n-ª-J!endên~e recurso não recélJldo7Õrii 
~-----··--------~=·-::,;r 
537 
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537 Novo C6digo de Procl!!so Civil Comentado art. 520 
Título 11- Do Cumprimento da Sentença 
efei~o suspensivo. As decisões que impõem 
um fazer ou não fazer (art. 497, CPC), que 
reconhecem direito à coisa (art. 498, CPC), 
que reconhecem direito à prestação de de-
claração de vontade (art. 501, CPC) e que 
condenam ao pagamento de quantia (art;. 
139, IV e 523, CPC) podem ser cumpridas 
imediatamente na pendência de recurso r_ão 
recebido com efeito suspensivo. 
3. Cumprimento do Mesmo Modo 
que o Definitivo. O cumprimento imedi·3.to 
da decisão provisória far-se-á do mesmo 
~Odo que o cumprimento ci~fi~itivo. Se a . 
de~1sãõímpõe um fazer ou~naô f~~~~ deve 
ser cumprida mercê das técnicas processt:.ais 
postas nos arts. 536 e 537, CPC; se á:conhece 
o direito à coisa, deve ser cumprida em con-
formidade com o art. 538, CPC; se reconhece 
direito àprestação de declaração de vontade, 
de acordo com o art. 501, CPC; e se condena 
ao pagamento de quantia, consoante o a:t. 
523, CPC, e, em havendo decisão judi::ial 
expressa nesse sentido, na forma do art. 139, 
IV, CPC. 
4. Regime. Embora o cumprimento :l.a 
decisão provisórià assuma as parttcíílaridl'.ces 
di~das perã necessidade deôufõrgàF·se tú.fula 
jurisdicionalaaeguadá e efetivá áo direito 
p'ostó"erii jUízo:.:.. co in o que se fará do mésmo. 
ffiõâ<Yque-<Y·cuinprimentõ-aéfi.nitivo -,o 
r~rfdH:o aplicável à atividàdé.vóltada 
ao cÜmprimentO cla cleCisao rOVlSO!la é O 
mesmo par~ to o e qu . ~er cum rimentÓ 
de _ecisao.provisóna, pouci_importando 
se àãtlviâãde de concretização da tutela do 
direito é dirigida, por exemplo, a constran er 
a vontade o emandado p'aJ;a que faça ou 
deixe de fazer algo, a desapos;?-r o executa do 
de coisa, a levantar quantia em dinheiro ou a 
alienà! bem penhorado. Em todos esses casos 
o demandante que patrocina o cumprimento 
de decisão provisória se submete, no c:_ue 
'couber, às condicionantes do art. 520, CPC 
(art. 520, § 5.~, CPC). 
S. Iniciativa e Responsabilidade do 
_Demandan,te. O juízo d~ co~veniência e~ 
oportunidade de cumprimento da decisão 
proV!sõría perten:Ceãõdemandante, que deve 
sõpesãf-órísco naturãlmente implicado na 
concretização da tutela do direito enquanto 
pendente recurso da decisão objeto de cumpri-
mento. Daí a razão pela qual o cumprimento 
da decisão provisóna corre oriruaanva, conta 
e responsa , a e o emandan~. Depen e 
áe requenmento da parte mteressada, às suas' 
custas e sob sua responsabilidade. Sendo 
reformada a decisão que outorga sustentação 
ao cumprimento, o demandante se obriga 
independentemente de dolo ou culpa a repa-
raros danos que o demandado haja sofrido. 
Tra!,a-se de responsabilidade objethm pela 
prática de ato lícito. -
6. Restituição ao Estado Anterior 
e Dever de Reparar o Dano. O cumpri-
mento da decisão provisória sobra ineficaz 
sobrevindo acórdão que modifique ou anule 
a decisão objeto de cumprimento (art. 520, 
li, CPC). Se a modificação ou a anulação 
for parcial, somente no que tange à parcela 
atingida da decisão ficará sem efeito o cum-
primento (art. 520, III, CPC). Sobrevindo 
decisão no recurso em sentido contrário àquela 
que outorga sustentação ao cumprimento, 
tem-se de restituir as partes ao estado an- · 
terior ao cumprimento, além de indenizar 
o demandado em face dos eventuais danos 
causados. É possível a restituição ao estado 
anterior quando é viável o retorno ao estado 
material anterior ao cumprimento. O!tando 
é possível a volta ao estado anterior e ainda 
tenham ocorrido danos, além da restituição 
é devida indenização por perdas e danos, 
que deverá ser dimensionada nos mesmos 
autos mediante liquidação. Observe-se que, 
ocorrendo a expropriação de bem penhorado 
em execução forçada de decisão provisória 
- o que é perfeitamente possível, art. 520, 
IV, CPC-, não tem o executado direito ao 
desfazimento da arrematação. Vale dizer: o 
Marinoni- Arenhart- Mitidiero 538 
terceiro que arrematou o bem tem a sua esfera 
jurídica desde logo resguardada,, não tendo o 
executado direito a reaver o bem arrematado 
(art.520, § 4.o,CPC).Oart. 903, CPC, a pro-
pósito, abona esse racioCínio, ao afirmar que, 
"assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e 
pelo leiloeiro, a arrematação será considerada 
perfeita, acab:J,da e irretrat~~!, ainda que 
ye'ilham a.~e~j~Íg~J;~-p;~cedentes os em-
bargos do ~X.t::.Ç\ltado ou a ação autônoma ... ":· 
Mutatis mutandis, a mesma solução deve sé'r 
observada no caso de reforma da decisão 
provisória que embasou o cumprimento. O 
exequente, nesse caso, obriga-se a indenizar 
o executado. Todavia, se o bem penhorado 
foi adjudicado ao exequente, tem o executado 
. dir-eitO"a·rea:ver obem;porque aí·é possível a 
volta ao estado anterior sem agressão à esfera 
jurídica de terceiros estranhos ao processo. 
7. Caução Suficiente e Idônea. O 
cumprimento da decisão provisória pode 
levar à cabal e completa concretização da 
tutela do direito do demandante. Permite, 
por exemplo, levantamento de depósito em 
dinheiro, prática de atos que importem a 
transferência de posse, a alienação de pro-
priedade ou de qualquer outro direito real e 
quaisquer outros potencialmente causadores 
.de dano - ainda que grave - ao executado. 
O legislador infraconsti tucional organi-
zou o processo nesse particular de modo a 
concretizar de forma mais aguda o direito 
fundamental à efetividade da tutela jurisdi-
cional (art. 5. o, XXXV, CF). A obtenção de 
tutela completa ao direito do demandante 
subordina -se, como regra, à prestação de 
caução suficiente e idônea, arbitrada de plano 
pelo juiz e prestada nos próprios autos (art. 
520, IV, CPC). A caução deve ser suficiente 
para assegurar eventual ressarcimento por 
danos causados pelo cumprimento que se 
mostrar posteriormente indevido - e nessa 
linha não guarda necessariamente paridade 
com o importe econômico do bem ou valor 
reclamado no cumprimento. O referencial 
para o arbitramento de caução suficiente é o 
montante eventualmente indenizável e não· 
necessariamente a expressão econômica da 
coisa ou da quantia objetivada pelo cumpri-
mento. A caução é idônea quando inspira 
confiança e se mostra adequada para promo-
ver a indenização do demandado mercê de 
posterior alteração da decisão que embasao 
cumprimento. Razões ligadas à segurança na 
construção do formalismo do processo civil, 
de ordem constitucional (art. 5.0 , LIY, CF), 
impõem como regra a necessidade de caução 
suficiente e idônea para a obtenção de tutela 
completa do direito reclamado com base em 
decisão provisória: Observe-se que a exigência 
de caução suficiente e idônea concerne apenas 
à prática de ato que importe alteração do pa-
trimônio do demandado e não simplesmente 
em razão do irúcio do cumprimento da decisão 
provisória. A prestação de caução deve ser 
prévia à prática do ato suscetível de causar 
a alteração do patrimônio do demandado e 
não ao simples início do cumprimento da 
decisão provisória. 
• ·· 8. ·MultaSancionatória de 1 O% (Dez 
põr Cento) na ExecuçãodeDecisão Pro-
vtsória (art; 523, § 1.0 , CPC). Cabe a con-
denáÇãó na multa sancionatória dé 10%( dez 
por cento }na execução de decisão provisória 
(art. 520, §2~0; CPC). Se a condenação se 
toma exigível e exequível a partir do momento 
e"m que eficaz a decisão judicial, então não 
haveria sentido em negar a utilização da 
rp.ültado art.523, § l.0 ,CPC,paraestimular 
o comportamento do demandado no sentido 
cfe cumprir com o comandoda decisão. No 
cumprimento provisório, a multa tem por 
finalidade estimular o cumprimento da obri-
gação sem que se tenha de recorrer à penhora 
e à expropriação, concretizando assim o di-
reito à tempestividade da tutela jurisdicional 
(art. 5. 0 , L:XXv1II, CF). A instituição da' 
multa sancionatória de 10% (dez por cento) 
539 
no cumprimen1 
finalidade: prir 
processo, impri1 
forçando ao at 
condenação; se: 
de atos proces! 
do juízo, na me 
à condenação I 
multa faz com c 
o melhor result 
dinheiro para J 
sua eventuallib 
em lei) com me 
tenha de order. 
de expropriaçã< 
depositar o vale 
a incidência da 
não pode ser in 
do recurso inte 
de recorrer (ar1 
caso, realizado 
condenação, o • 
está sujeito às r• 
sório, inclusive 
de caução (art. 
Art. 521: 
IV do art. 520 
casos em que 
1- o crédi; 
independentE 
11 - o cre1 
necesSidade; 1 
@)=·p~nd~ 
sos 11 e IJI do 
\ríV'r a sen 
cu'rnptida es 
súmula da jur 
bunal Federa 
justiça ou em 
proferido no 
tivos. 
Parágrafo 
será mantid<1 
resultar mani 
difícil ou incE 
539 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 521 
Título 11 - Do Cumprimento da Sentença 
no cumprimento provisório atende à dupla 
finalidade: primeiro, encurtar o tempo do 
processo, imprimindo-llie duração razoável, 
forçando ao atendimento espontâneo da 
condenação; segundo, promover economia 
de atos processuais, notadamente de atos 
do juízo, na medida em que o atendimento 
à condenação pelo receio da incidência da 
multa faz com que o juízo executivo alcance 
o mellior resultado (depósito de quantia em 
dinheiro para fazer frente à condenação e 
sua eventual liberação, nos casos permitidos 
em lei) com menor esforço (isto é, sem que 
tenha de ordenar penhora e ulteriores atos 
de expropriação). Desejando o expropriado 
depositar o valor da condenação para afastar 
a incidência da multa e recorrer, essa conduta 
não pode ser interpretada como desistência 
do recurso interposto ou renúncia ao direito 
de recorrer (art. 520, § 3.~, CPC). Em todo 
caso, realizado o depósito do valor objeto da 
condenação, o seu levantamento pelo credor 
está sujeito às regras do cumprimento provi-
sório, inclusive no que se refere à prestação 
de caução (art. 520, IV, CPC). 
1. DispensadeCaução.Acàuçãopara 
oqtenção da tutela completa do direito recla-
mado no cumprimento da decisão provisória 
pode ser dispensada em quatro hipóteses: a) 
quando o crédito tiver natureza alimentar, 
independentemente de sua origem ou de 
sua importância; b) quando o credor de-
monstrar estado de necessidade; c) quando 
a decisão provisória estiver sujeita apenas a 
agravo contra decisão do presidente ou vice-
-presidente de tribunal que tenha negado 
seguimento a recurso especial ou extraordi-
nário, por cqincidênciada decisão recorrida 
com a orientação de tribunal superior ou por 
inexistência de repercussão geral (no caso de 
recurso extraordinário apenas); d) quando a 
decisão recorrida estiver em harmonia com 
súmula do STF ou do STJ ou ainda com 
acórdão proferida no julgamento de casos 
repetitivos. Os dois primeiros casos ligam -se 
à proteção à subsistência digna da pessoa. Os 
· últimos dois casos apostam no insucesso do 
recurso especial ou do recurso extraordinário 
eventualmente interposto. Em todos os casos, 
admite-se a obtenção de tutela completa ao 
direito afirmado em decisão provisória sem a 
Art. 521: '~_caução, prevista no inciso préviaprestaçãodecauçãosuficienteeidônea. 
IV do art. 520 poderá ser dispensada n?~ Olrantoaoprimeirocaso(naturezaalimentar) 
casos em que: ___ . _ ...... e ao segundo caso (situação de necessidade), 
1- o crédito for de-natureza alimentar,. observe-se ainda que, independentemente 
independenteme~~e~~e i~}t-~~ig~~j_ ~=~~< do valor da prestação ou da sua natureza, 
11 - 0 credor demonstrar situação de , não há como obrigar o exeqtiente a prestar 
necesSidadê; 1 · .---- · --..... ~- caução para ter o seu direi to realizado- isso 
@:>=-p~nd~r o agravo fundado nos inci- porqueadispensadecauçãoestáintimamente 
sos 11 e 111 do art. 1.042; :r r ::!; - yJ ~~~v ligada à necessidade do exequente para fazer 
\ríV)._ a sentença a ser provisoriamente\ffrente às suas necessidades básicas, sendo 
cu'rnptida estiver em consonância com evidente a textura constitucional da proteção 
súmula da jurisprudência do Supremo Tri- . aídispensada.Olrantoaosdoisúltimoscasos, 
bun~l Federal ou do S~perior Tribu~al ~e\~ note-se que 0 legislador infraconstitucional 
Justrça. ou em .conformrdade com acorda.o -resguardou a possibilidade de 0 juiz exigir a 
profendo no julgamento de casos repetr- _ nfi d h' · d 
t . · cauçaomesmoseco gura asas rpoteses o 
!VOS. '· v PC d'd 
P , f , · A . A • d - '·· art. 521, III ou I , C , na me r a em que aragra o umco. exrgenCia e cauçao . . _ , . d _ 
será mantida quando da dispensa possa a probabilidade ou nao de exJ.t_o. ~~~!_e r~~?. 
resultar manifesto risco de grave dano de recursaldoexecutadoenvolveJUizoarS'peito 
difícil ou incerta reparação. das particularidades do caso concret~_:- daí a 
Marinoni - Arenhart - Mitidiero 540 
oportunidade de outorgar-se ao juiz maior 
espaço de liberdade na exigência ou não _da 
caução em casos desse jaez. Por isso, a ressalva 
contida no art. 521, parágrafo único, CPC, 
deve ser interpretada restritivamente, para 
autorizar a imposição de caução apenas nos 
casosdosincs.III.eiV,doart.521,CPC.Seria 
totalmente descabido impor-se semelhante 
exigência para casos em que se pretende a 
concessão de alimentos ou.em que o credor 
esteja em situação de necessidade, já que, em 
tais casos, a imposição de caução implicaria, 
certamente, impedimento indireto à efeti-
vação da medida e, por via oblíqua, negativa 
de prestação jurisdicional. 
Art. 522. O cumprimento provisório da· 
sentença será requerido por petição dirigi-
da ao juízo competente. 
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos 
os autos, a petição será acompanhada de 
cópias das seguintes peças do processo, 
cuja autenticidade poderá ser certificada 
pelo próprio advogado, sob sua responsa-
bilidade pessoal: 
I - decisão exequenda; 
li- certidão de interposição do recurso 
não dotado de efeito suspensivo; 
111 -procurações outorgadas pelas partes; 
IV -decisão de habilitação, se for o caso; 
V- facultativamente, outras peças pro-
cessuais consideradas necessárias para de-
monstrar a existência do crédito. 
1. Instrução do Requerimento. O·· 
requerimento de cumprimento da decisão 
)rovisória, em se tratando de processo que 
:ramite por autos físicos, deverá ser instruído 
:om as peças mencionadas no art. 522, CPC. 
) advogado da parte poderá declará-las au-
ênticas, com o que não há necessidade de 
mtenticação (art. 522, caput, segunda parte, 
:::PC). Ausente qualquer das peças ali in di-
adas, tem o juiz o dever de intimar o deman-
lante para que complemente a instrução de 
seu requerimento- com o que cumprirá com 
o seu dever de auxílio inerente ao processo 
civil pautado pela colaboração. É vedado o 
indeferimento liminar do re uenmento sem 
preVI · ogo com o demandante. Dete;-
minada a complementação da instrução do 
requerimento sem manifestação do deman-
çgnte, tem o juiz de indeferir o re~erimento 
de cumprimento da decisão provisória. A 
decisão é interlocutória e comporta o recurso 
de agravo de instrumento. 
2. Outros documentos obrigatórios. 
Embora o art. 522, CPC, não o indique, 
também é necessário que o requerimento 
observe o contido no art. 524, CPC, com a 
apresentação do demonstrativo discriminado 
e atualizado do crédito. Ademais, se cabível, 
deve o requerimento observar o contido no 
art. 798,II,CPC. 
Capítulo 111 
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO 
DA SENTENÇA QUE RECONHECE A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE 
PAGAR QUANTIA CERTA 
1. Cumprimento de prestação pecu-
niária. O cumprimento de prestação pecuniá-
ria pode dar-se por expropriação patrimonial 
(art. 523 e ss., CPC) ou por emprego de 
técnicas qe indução ou de sub-rogação (art. 
13 9, IV, CPC). Compete ao juiz, avaliando as 
circunstâncias do caso concreto,estabelecer 
o regime à ser observado, tudo de forma mi-
nuciosamente justificada. Somente quando 
imposto o adimplemento da prestação sob 
regime de expropriação~ que tem incidência 
oart.513,§ 1.0 ,CPCeastécnicasdoart.523 
e ss., CPC. 15-;)C""~;.;_t;~}~, i~díiió os arts. 
139, IV, 536 e 537, CPC. 
Art. 523. No caso de .condenação em 
quantia certa, ou já fixada em liquidação, e 
54. 
no 
ver 
ça 
ser 
dél 
cid 
lun 
acr 
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cer 
pra 
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pa~ 
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541 Novo C6digo de Processo Civil Comentado art. 523 · 
Título li- Do Cumprimento da Sentença 
no caso de decisão sobre parcela incontro-
versa, o cumprimento definitivo da senten-
ça far-se-á a requerimento do exequente, 
sendo o executado intimado para pagar o 
débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acres-
cido de custas, se houver. 
§ 1.0 Não ocorrendo pagamento vo-
luntário no prazo do caput, o débito será 
acrescido de multa de dez por cento e, tam-
bém, de honorários de advogado de dez por 
cento. ·,,..'i · ,, ., 
• ,P • 
§ 2.0 Efetuado o pagamento parcial no 
prazo previsto no caput, a multa e os ho-
norários previstos no§ 1.0 incidirão sobre 
o restante. · , ... :·····'t Z.<. 
§ 3.0 Não efetuado~empestivamente:o 
pagamento voluntário, s-erá expeé:Hao; des-
de logo, mandado de penhora e avaliação, 
seguindo-se oS: atos de expror,riaÇão~; 
:...!. IJ~-"~'~i•.l.J>,,,':'• 
1. Requerimento de execução. A exe-
cução pecuniária, que se processa por expro-
priação, não se inicia ex officio. O exequente 
não precisa redigir nova petição inicial. Basta 
que efetue requerimento para que a fase de 
cumprimento da sentença se inicie, na forma 
do art. 524, CPC. 
2. Admissão da Execução. Postulada 
a execução forçada, pode o juiz admiti-la, 
fixando de plano os honorários advocatícios, 
para a eventualidade_ de não haver opa~­
mento no prazo legai (art. 523, § 1. 0 , CPC). 
Vislumbrando o juiz a existência de defei~os 
sanáveis no requerimento de execução, deve;;á 
determinar a sua emenda (art. 801, CPC). 
Emendado, fixará os honorários advocatícios 
e determinará a intimação do devedor para 
o pagamento voluntário em quinze dias. 
3. Cabimento de HonoráriosdeAd-
vogado na Fase de Cumprimento da Sen-
tença por Execução Forçada. Não há como 
deixar de exigir do demandado-que (orna ne-
cessária a execução-os honorários do advogado 
do demandante, já que de outra forma estará 
sendo negada a regra de que o processo não pode 
prejudicar a parte que tem razão. Assim, o juiz 
também deve agregar o valor dos honorários 
de advogado (devido pela execução) ao valor 
que está sendo executado, pena de violar os 
direitos fundamentais processuais e a lógica 
do sistema, que resolveu impor multa de 10% 
(dez por cento) ao demandado para .forçá-lo 
ao adimplemento voluntário. Se, no modelo do 
Código Buzaid, era absolutamente comum 
o réu não cumprir a condenação, ainda que 
sabedor de que teria de pagar os honorários 
de advogado na ação de execução, não haverá 
qualquer efeito em impor a pena de 10% 
(dez por cento) e eliminar a necessidade de 
o réu pagar os honorários de advogado na 
fase de execução. Ademais, é logicamente 
inconcebível atrelar os honorários de advo-
gado à existência de ação, ou seja, de ação de 
execução e não de fase de execução. Como 
é óbvio, honorários não têm relação com 
ação, mas sim com retribuição por trabalho. 
Os honorários de sucumbência, porém, só 
serão incorporados ao débito, passando a 
ser devidos pelo executado, se não houver 
pagamento voluntário no prazo de quinze dias 
(art.523, § 1.0 , CPC).Areferência,porfim, 
ao percentual de 10%, para estes honorários 
advocatícios (estabelecida na parte final do 
art.523, § 1.0 ,CPC)éapenasum parâmetro 
para o juiz; na realidade, só ao final da exe-
cução terá o juiz condições de determinar o 
quantum exato devido ao advogado da parte 
vencedora como retribuição por seu trabalho, 
valendo-se para tanto dos critérios do art. 85, 
CPC. 
4. Pagamento Voluntário. Uma vez 
líquida, certa e exigível a obrigação de pagar 
quantia estampada na condenação -pela 
inexistência de recurso recebido com efeito 
suspensivo ou em face do trânsito em julgado 
-,cumpre ao condenado realizar o pagamento 
do débito. Poderá fazê-lo diretamente ao 
credor ou mediante depósito em conta vin-
culada ao juízo em que tramita o processo. 
Marinoni- Arenhart- Mitidiero 542 
Todavia, na sistemática do CPC, o devedor 
só tem a obrigação judiciária de Nalizar o 
pagamento se previamente intimado para 
tanto, na forma do art. 513, § 2.0 , CPC, de-
pois de prévia provocação do credor (art. 
513, § 1.0 , CPC). Embora dificilmente se 
justifique essa exigência, na medida em que 
o pedido de tutela jurisdicional formulado 
inicialmente, já inclui, sem dúvida, o inte-
resse no cumprimento da sentença, essa foi 
a opção do código. Assim, o devedor, depois 
de intimado, tem o prazo de quinze dias para 
realizar o pagamento da dívida. Se o título 
judicial (v.g., a sentença arbitral, art. 26, III, 
Lei 9.307/1996) fixar outro prazo para que o 
demandado efetue o pagamento voluntário, 
esse deve ser observado. Do contrário, não 
havendo qualquer prazo estabelecido, incide 
o prazo legal. 
~ 5. Intimação para Pagamento. Na 
vigência do CPC/1973 discutia-se se era 
necessária a intimação do devedor para o 
cumprimento da obrigação ou se bastava a sua 
ciência inequívoca a respeito da exigibilidade 
da prestação. Alguns julgados entendiam 
que a ciência poderia ocorrer por conta de 
intimação pessoal do demandado, mas tam-
bém poderia assumir a forma de intimação 
dirigida ao advogado da parte, de modo que 
não seria imprescindível a intimação pessoal 
do condenado para que corresse o prazo de 
15 (quinze) dias para o cumprimento da sen-
tença condenatória ao pagamento de quantia 
(STJ,3.aTurma,REsp954.859/RS,rel.Min. 
Humberto Gomes de Barros,j.16.08.2007, 
D] 27.08.2007, p. 252). Outras decisões, 
todavia, concluíam que era absolutamente 
necessária a intimação do devedor para pagar 
o valor consubstanciado no título executivo. 
Neste último sentido: "Agravo regimental no 
agravo regimental no agravo de instrumen-
to. Processo civil. Preclusão consumativa. 
Inocorrência. Execução. Cumprimento de 
sentença. Arts. 475-I e 475-J do CPC (Lei 
11.232/2005). Crédito exequendo.Memória 
decálculo.Multa.Prazodoart.475-J do CPC. 
Termo iniciaL Primeiro dia útil posterior .à 
publicação da intimação do devedor da pes-
soa do advogado. '1. Não há falar em preclusão 
consumativa se a parte interpõe o recurso 
adequado para impugnar a decisão judicial. 
2. A fase de cumprimento de sentença não 
se efetiva de forma automática, ou seja, logo 
após o trânsito em julgado da decisão. De 
acordo com o art. 475-J combinado com os 
arts. 475-B e 614, II, todos do CPC, cabe 
ao credor o exercício de atos para o regular 
cumprimento da decisão condenatória, es-
pecialmente requerer ao juízo que dê ciên-
cia ao devedor sobre o montante apurado, 
consoante memória de cálculo discriminada 
e atualizada. 3. Concedida a oportunidade 
para o adimplemento voluntário do crédito 
exequendo, o não pagamento no prazo de 
quinze dias importará na incidência sobre 
o montante da condenação de multa no 
percentual de dez por cento (art. 475-J do 
CPC), compreendendo-se o termo inicial do 
referido prazo o primeiro dia útil posterior à 
data da publicação de intimação do devedor 
na pessoa de seu advogado. 4. Agravo regi-
mental improvido" (STJ, 4. a Turma, AgRg 
no AgRg no Ag 1.056.473/RS, rel. Min. 
João Otávio Noronha,j. 23.06.2009, D]e 
30.06.2009). No código atual, não há dúvida 
de que, em regra, ~pensa-se a intimação 
pessoal do devedor, sendo suhe1ente a mfi-
mação na pessoa do seu advogado constituía o 
(art. 513, § 2. 0 ,1, CPC). Somente em ca"sõs 
ex<:_epcion~se exige a intimação pes-
soal do executado para a fluência aoprãici 
de que trãtao art. 520, CPC-(art.)13,-§X.o, 
li a IV, CPC). 
6. Multa Punitiva. A multa de 10% 
(dez por cento) sobre o valor da condenação 
é punit!Ya (STJ, 3.aTurma,MC 13.39S/SP, 
rel.Min. Nancy Andrighi,j.09.10.2007,D] 
16.10.2007). Não tem finalidade imediata-
mente coercitiva, tal como apresenta a multa 
543 
doart.537,C 
pode ser isol2 
CPC, é aque 
pena, já que o 
punido por n 
vê-se na cont 
cado o inadit 
prazo que dis 
voluntário, a 
10% (dez por 
aplicá-la e não 
Não efetuadc 
(dez por cen 
independent~ 
judicialn~ 
sentençá con , _____ _ 
7. Pagar 
Definitiva e 
cisão Provis 
tário se dá er 
definitiva, lib 
demandante 
processo. Se< 
em face de e: 
tem o conde 
depositar o v2 
o demandan 
depositado s· 
idônea- aS( 
e prestada n< 
CPC), salvo I 
(art. 521, CI 
sujeitar-se-á 
quantia e à re 
sofridos pel< 
CPC). 
8. Paga1 
gamento pat 
de 10% (dez 
sucumbênci: 
523, § 2.0 ,C 
derá ser desd< 
independent 
condição. 
543 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 523 
Título 11 - Do Cumprimento da Sentença 
do art. 53 7, CPC. O conteúdo coercitivo que 
pode ser isolado na multa do art. 523, § 1. 0 , 
CPC, é aquele inerente a toda e qualquer 
pena, já que o demandado, ao saber que será 
punido por não observar a decisão judicial, 
vê-se na contingência de cumpri-la. Verifi-
cado o inadimplemento do condenado no 
prazo que dispõe para efetuar o pagamento 
voluntário, a multa incide no percentual de 
10% (dez por cento). O juiz tem o dever de 
aplicá-laenãopodemodificaroseumontante. 
Não efetuado o pagamento, a multa de 10% 
(dez por cento) incide automaticamente, 
independentepente de qualquer disposiç!o 
judicial nesse sentido, como efeito anexo da 
sentençá condenatória. ,_ 
7. Pagamento em Face de Decisão 
Definitiva e Pagamento em Face de De-
cisão Provisória. Se o pagamento volun-
tário se dá em face de execução de decisão 
definitiva, libera-se a quanti:>. depositada ao 
demandante e extingue-se por sentença o 
processo. Se o pagamento voluntário ocorre 
em face de execução de decisão provisória, 
tem o condenado, ao interpor recurso, de 
depositar o valo r da condenação. Não poderá 
o demandante, contudo, levantar o valor 
depositado sem prestar caução suficiente e 
idônea - a ser arbitrada de plano pelo juiz 
e prestada nos mesmos autos (art. 520, IV, 
CPC), salvo presente uma das exceções legais 
(art. 521, CPC). Sendo provido o recurso, 
sujeitar-se-á o demandante à restituição da 
quantia e à reparação dos eventuais prejuízos 
sofridos pelo demandado (art. 520, I e II, 
CPC). 
8. Pagamento Parcial. Efetuado pa-
gamento parcial pelo demandado, a multa 
de 10% (dez por cento) e os honorários de 
sucumbência incidirão sobre o restante (art. 
523, § 2.0 , CPC). A quantia depositada po-
derá ser desde logo levantada pelo exequente, 
independentemente de qualquer caução ou 
condição. 
9. Seguimento para Execução. Ven-
cido o prazo para pagamento voluntário sem 
que esse tenha sido efetuado, deve o juiz de 
ofício determinar a expedição de mandado 
de penhora e avaliação, dando seguimento 
à execução forçada. O credor tem, no re-
querimento inicial, a faculdade de desde 
logo apontar bens do executado que podem 
servir à penhora (art.524, VII, CPC). Sendo-
-lhe conveniente, pode requerer ao juiz que 
determine ao executado que indique bens 
passíveis de penhora (arts. 772, III, e 773, 
CPC). A.ordem judicial para apresentação 
de bens pelo executado pode ser coadjuvada 
com a fixação de multa coercitiva (arts.139, 
IV e 537, CPC), e o seu descumprimento 
configura ato atentatório ao exercício da 
jurisdição, suscetível de multa sancionatória 
(arts. 773, 774, V e parágrafo único e 77, 
§§ 2.0 e 4.0 , CPC). A referência contida na 
parte final do art. 523, § 3.0 , CPC, deve ser 
interpretada à luz do sistema de execução 
brasileiro: considerando que o bem que goza 
de preferência na ordem de penhora é o di-
nheiro (art. 835,I,e § 1.0 , CPC),a providência 
inicial a ser determinada pelo juiz no caso de 
inexistir pagamento voluntário é a realização 
de penhora on-line (arts. 837 e 854, CPC). 
Somente se frustrada a penhora on-line é que 
tem cabimento a entrega ao oficial de justiça 
de mandado de penhora e avaliação. 
10. Penhora on-line. Nosso Código 
de Processo Civil deixa claro que o dinheiro 
também pode ser objeto de penhora quando 
"em espécie ou em depósito ou aplicação em 
instituição financeira" (art. 835 ,I e seu§ 1.0 , 
CPC). Porém, o problema da penhora de 
dinheiro seria o de que o exequente pode não 
saber se o executado tem dinheiro depositado, 
nem, muito menos, o local em que esse depó-
sito foi realizado. Esse problema é resolvido 
expressamente pelos arts. 837 e 854, CPC. 
Com efeito, se o exequente, para penhorar 
dinheiro, necessita saber se o executado possui 
J.v.J.u' 'J.'fturtl - ./1ren!Jart- JVJttu/tero 544 
- e em que local- dinheiro depositado, ele 
obviamente deve ter a seu dispor uma forma 
que lhe garanta essa verificação. Para viabi-
lizar o acesso a tais informações, o Superior 
Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do 
Trabalho e o Conselho da Justiça Federal 
firmaram convênio com o Banco C-entral, 
por meio do qual os juízes com senhas ca-
dastradas têm acesso, através da internet, a 
um sistema de consultas-desenvolvido pelo 
Banco Central do Brasil e denominado de 
Bacenjud. O acesso a esse sistema confere 
ao juiz a possibilidade de obter informações 
sobre depósitos bancários do executado re-
alizados em qualquer instituição financeira 
e localidade do País. Com isso, o magistrado 
também fica com o poder de determinar o 
bloqueio do valor do crédito executado. A 
requisição de informações ao Banco Central 
objetiva apenas permitir a penhora, que é in-
questionável direito daquele que tem direito 
de crédito reconhecido em título executivo, 
particularmente em sentença condenatória 
não adimplida. Não há qualquer violação 
de intimidade ao se obterem informações a 
respeito da existência de conta-corrente ou 
aplicação financeira. Caso o exequente não 
tivesse direito de saber se o executado possui 
conta -corrente ou aplicação financeira, esse 
último certamente não teria dever de indicar 
à penhora dinheiro depositado ou aplicado. 
Sublinhe-se, contudo, que art. 854, caput, 
CPC, diz que tais atos constritivos devem 
ser admitidos apenas na medida necessária à 
realização do direito do exequente e, por isso, 
estão limitadas ao valor a ser executado. 
11. Preferência da Penhora on-Jine 
sobre Todas as·Outras Formas de Pe-
nhora. Desnecessidade do Exaurimento 
das Outras Vias de Penhora. Para requerer 
penhora on-line, o exequente não precisa 
ter esgotado as atividades necessárias para a 
localização de outros bens penhoráveis (STJ, 
1.a Turma, RMS 8.757/GO, rel. Mi~.José 
Delgado,j. 25.05.1999, D]Ol.07.1999, p. 
118;contra: STJ, La Turma, REsp282.717/ 
SP, rel. Min. Garcia Vieira,j. 14.11.2000, 
D] 11.12.2000, p. 183). Aliás, ainda que o 
executado tenha indicado bens móveis ou 
imóveis à penhora, isso não impede que o 
exequente solicite imediatamente penhora 
on-line, requerendo ao juiz que solicite in-
formações ao Banco Central. Não há como 
esquecer que a penhora on-line é a principal 
modalidade executiva destinada à execução 
pecuniária, constituindo corolário do direito 
fundamental à tutela jurisdicional efetiva 
(arts. 5.o,XXXV, CF e 835, § 1.0 , CPC). 
12. Avaliação. De regra, o próprio 
oficial de justiça, ao penhorar o bem, deve 
avaliá-lo (arts. 154, V, e 523, § 3.0 , CPC). 
Dependendo a avaliação de conhecimentos 
técnicos especializados, deverá o juiz nomear 
avaliador, assinando-lhe prazo para a entrega 
do laudo, com observância das regras sobre 
prova pericial (arts. 464 a 480, CPC). As 
partes, porque têm direito a participar da 
formação do convenCimento judicial, haja 
vista o direito fundamental ao contraditório 
(art. 5.0 , LV, CF), podem participar da ava-
liação, acompanhando a respectiva diligência 
e,julgando necessário,nomeando assistentes 
técnicos. 
Art. 524. O requerimento previsto no 
art. 523, será instruído com dêQ!J_s.trativo 
discriminado e atualizado do crédito, de-
veiídoã-pétÚ;ão conter: 
I -o nome completo, o número de ins-
crição no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no Cadastro Nacional da Pessoa jurídica 
do exequente e do executado, observado 
o disposto no art. 319, §§ 1.0 a 3.0 ; 
" - o ín~:ffée --CieCãrJ.ei;ãCI. m~netária 
adotado; 
111 - os juros aplicados e as respectivas 
taxas; 
IV- o termo inicial e o termo final dos 
juros e da correção monetária utilizados; 
.5 
( 
n 
t.• 
p 
P. 
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z 
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544 
~9, p. 
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haja 
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~ntes 
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ativo 
, de-
! ins-
tS OU 
ídica 
vado 
tária 
tivas 
I dos 
los; 
545 Novo C6digo de Processo Civil Comentado art. 524 
Título li- Do Cumprimento da Sentença 
V- a periodicidade da capitalização dos 
juros, se for o caso; 
VI - especificação dos eventuais des-
contos obrigatórios realizados; 
VIl - indicação dos bens passíveis de 
penhora, sempre que possível. 
§ 1.0 Quando o valor apontado no de-
monstrativo ~[Jarentemente exceder os limi-. 
tes cJ(l_C!JD.Q~nação, a execução será iniciada 
pelo valo~ p_r:~i~ri~t<Jg; mas a penhora terá 
por base a importância que o jüiz entender 
adequada. 
§ 2.0 Para a verificação dos cálculos, o 
juiz poderá yaler-se de contabilista do juí-
zo, que terá o j)'ràzo máximo de "3"õ (trinta) 
dias para_ ~fet:~ª-~la, 'exceto sê outro lhe for 
determinado. 
§ 3.0 Quando a elaboração do demons-
trativo depend(;!~ .cJ~ .. .d~<!9~_E!!'l p()_der de 
terceir_qs ou do executado, o juiz poderá 
requisitá-_IQs, sob cominação do crime de_ 
desobediência. - · -- · · · · 
§ 4.0 Quando a complementação do de-
monstrativo depender de q<!QQ_S_ªgicio.nais 
em p9_d_E!! _do_~x~cutado, o juiz poderá, a 
requ_t:!!'!~~n!_~~~-el{êg~e-nte_, r~_giJisitá-los, 
fixan~Q.Q!:a~º_Q_E!,_~tt~~-~~rir)~a)_di(ls_p~ra o 
cumprimento da diligência~. 
--~ ---- - --·------ ---- --------- ·-· ·- ---
§ 5.0 Se os dados adicionais a que se 
refere o § 4.0 não forem apresentados 
pelo e~e~-~~c!()L~~~ j~~t_ifi<:?!iY.íl, no prazo 
designado, r~~ta~_e-ã.2.CQr~E!!!?.s o_~ç~JcuJQ~ 
apresen!ad~elo exequente apenas com 
baseiiõs dadosde q~~~gispçf~_, 
1. Requerimento de execução. Deve 
observar o contido no art. 524, CPC. Se a 
parte não dispõe, porém, dos elementos a 
que alude o art. 524, I, CPC, pode requerer 
ao juiz diligênéias para a obtenção dessas 
informações, não se podendo indeferir o 
requerimento de cumprimento de sentença 
caso não obtidos esses dados (art. 319, § § 1. o a 
3. 0 , CPC). Poroutrolado,ausentealgurn dos 
requisitos impostos pelo art. 541, CPC, deve o 
juiz intimar o exequente a complementar seu 
requerimento, no prazo de quinze dias,antes 
de indeferir a postulação de cumprimento de 
sentença (art. 801, CPC). 
2. Demonstrativo de crédito. O de-
mandante deve instruir o pedido de cum-
primento da sentença por execução forçada 
acostando aos autos demonstrativo discri-
minado e atualizado do crédito. Não é su-
ficiente a apresentação do cálculo apenas 
com o resultado total ou com os resultados 
parciais (principal, juros, correção e multa). 
É imprescindível que o credor detalhe esses 
produtos, apontando corno foram obtidos. 
O demonstrativo de crédito deve apresen-
tar a evolução do crédito, explicando a sua 
formação mediante a indicação do índice 
de correção monetária e da taxa de juros, 
assim corno os períodos em que incidiram. 
A exigência de demonstrativo de crédito 
discriminado e atualizado visa a permitir 
a densificação do direito fundamental ao 
contraditório da parte contrária (art. 5.0 , 
LV, CF) e o controle jurisdicional a respeito 
da atividade do credor. Não basta, por isso, 
a indicação dos elementos do art. 524, CPC, 
sendo necessário a efetiva demonstração da 
forma corno se chegou ao resultado exigido 
e os elementos que compuseram o cálculo do 
valor. 
3. Contador do juízo. Se, aparente-
mente, o discriminativo de crédito apresen-
tado pelo demandante exceder os limites da 
decisão exequenda, poderá o juiz limitar a 
penhora apenas ao valor que entender ade-
quado. Para determinar esse valor, poderá 
utilizar-se contador do juízo. 
4. Intimação do Credor. Embora o 
código não o preveja, em face do princípio 
da cooperação processual (art. 6.0 , CPC), e 
no intuito de evitar execuções desnecessárias 
ou desproporcionais, realizada a liquidação 
por contador do juízo (art.524, § 2.0 , CPC), 
deverá o credor ser intimado para manifestar-
-se sobre o cálculo apresentado. Observe-se 
• -' I 
art. 525 I Marinoni- Arenhart- Mitidiero 546 
que o valor encontrado pelo contador pode ser 
menor ou maior do que aquele apresentado 
pelo credor. O prazo para manifestação do 
credoréde5 (cinco)dias(art.218, § 3.0 ,CPC). 
Concordando com o cálculo judicial realizado, 
a execução prosseguirá pelo valor encontrado 
pelo contador. Discordando o credor da conta 
apresentado pelo juízo, far-se-á a execução 
pelo valor originariamente apresentado, tendo 
a penhora por base, contudo, o valor estimado 
pelo juízo, eventualmente com base no cálculo 
oferecido pelo contabilista (art. 524, § 1.0 , 
CPC). 
S. litígio sobre o valor da execução. 
Havendo disputa entre o valor pelo qual se 
deve prosseguir no cumprimento de sentença 
(art. 524, § 1.0 , CPC), a questão deve ser 
apresentada em impugnação, se manejada 
pelo executado e alegado por esse excesso 
de execução (art. 525, § 1.0 , V, CPC). Do 
contrário, acaso não suscitada a questão pelo 
executado, a execução consolidar-se-á no valor 
apresentado pelo exequente, ampliando-se, 
por conseguinte, a penhora realizada. 
6. Dados Existentes. Se a elaboração 
do cálculo pelo credor depender de dados 
existentes em poder do devedor ou de terceiro, 
o juiz poderá requisitá -los,fiXando prazo para 
o cumprimento da diligência (art. 524, § 3.0 
CPC), sob cominação de crime de desobe-
diência. Alternativamente à cominação de 
crime de desobediência, poderá o juiz fiXar 
medida de indução ou de coerção, a exemplo 
da multa coercitiva para constranger o devedor 
ou o terceiro a entregar os dados (arts. 139, 
IV e 536-537, CPC). Se os dados não forem, 
injustificadamente, apresentados pelo devedor 
no prazo de até trinta dias, reputar-se-ão cor-
retos os cálculos apresentados pelo credor. Se 
não for possível ao credor elaborá -los sem os 
dados sonegados pelo devedor, poderá o juiz 
determinar a busca e apreensão desses (arts. 
139, IV e 538, CPC). Não sendo os dados 
apresentados pelo terceiro, determinará o 
juiz que os deposite em cartório, secretaria ou 
outro lugar designado no prazo de 5 (cinco) 
dias; não o fazendo, determinará a busca e 
apreensão, inclusive, se necessário, com o 
emprego de torça policial ( art.403, parágrafo 
único, CPC), sem prejuízo do emprego de 
medidas de indução ou de coerção eventual-
mente adequadas (art. 380, parágrafo único, 
CPC). Se o terceiro for órgão do Poder Público, 
aplica-se.o.disposto no art. 438, CPC. Tanto 
o devedor COlJlO o tereeiro-qt~e não.aprese~r 
tarem injust'..ficadamente os dados·no prazo 
adequado são passíveis de multa sancionatória 
(art. 77,IV e§§ 1.0 e2.0 , CPC). 
7. justificativa. O devedor ou o tercei-
ro podem justificar a não apresentação dos 
dados alegando que não os possuem. Sendo 
o caso, poderá o juiz, ouvindo o demandan-
te, autorizar prova das alegações. A decisão 
do incidente desafia o recurso de agravo de 
instrumento. 
8. Presunção de Correção dos Cál-
culos. A presunção de correção dos cálculos 
apresentados pelo credor é relativa e pode ser 
afastada por prova em contrário realizada 
enquanto pendente a fase de liquidação. A 
decisão que aplica a presunção de correção dos 
cálculos é interlocutória e desafia o recurso de 
agravo de instrumento. Preclusa a questão, a 
decisão torm-se indiscutível, não podendo

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