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1m p~~vi~~ INClUI VERSÃO ELETRÕNICA DO LIVRO LUIZ GUILHERME MARINONI SÉRGIO CRUZ ARENHART DANIEL MITIDIERO @ CÓDIGO DE COMENTADO THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAIS~ ,., Título 11 Do Cumprimento a Sentença Capítulo I DISPOSIÇÕES GERAIS 1. Processo de Execução no Código Buzaid. No Código Buzaid, em sua versão original (1973-1994),separava-se a atividade voltada à_<:_~_s~~c!g_fu!giu daquela destinada à execução fo2.d_a, das decisões judiciais em dois processos distintos. o Livro I do Código era destinado a disciplinar exclusivamente o processo de.cqg!J._e_cim.Çn_tq, ao passo que o seu Livro II dedicava-se à normativa da exe~ução forçada. o processo ci~"COrih.~~ii11~-~t;; e" o processo de execução, nada obstante autô- nomos, serviam para obtenção de uma única f' ~d-o direÍto à p-arte. Ç()rn.~.-~efoE~~-<!_<: -~· ~-O~oré..m.~ !J.Ssentençàs que dep_el1clilliiJ,d~ _Ç~!?.er~ent~-P~i~~!<>!~~~b. ~o<fjrcát<? . d_~arte tiver~~is~iplin.~cf~l}P:!l do Qró.pri,o Livrol(arts.461,461-A,466-A,475-I,475-J _e-;ey,;intes, CPC/1973). Desde çntão, no direito brasileiro, evidenciou -se não ser mais ~e~essários dois processO"s distintos_para a prestação dé uma única tutela do direito à parte. Dentro do mesmo processo (que aí, rigorosamente, não poderia mais ser chamado simplesmente de conhecimento ou de execu- ção, porque misturava as duas atividades- o processo passou a ser sincrético ou misto), o <2rgão juri~gicional reconhecia o~ da . parte (fase de conhecimento) e, sendo o caso, . envidava esfor os para que a sua decisão fosse . ~cumpri a (fase e cumpnmento). 2. CumprimentodaSentençanoCó- digoAtual. No Códigode2015,manteve:..se a orientação existente no CPC/1973 após as reformas de 2005 e 2006, de modo que a realização da sentença que impõe prestações sêf'ãz no mesmo processo em que prolatada a sentença, como uma fase nóva desse proces- so. Não se cogita, portanto, de um processo autônomo, ainda que cada unia das fases QQ. processo (conhecimento e cumprimento) sejam concluídas por sentença, sujeitas a apela~~ Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro 11 da PartE! Especial deste Código. § 1.0 O cumprimento da sentença que reconhece o dever de4)ãgar quan!!J> erovi- ~ ou definitivo, far-se-á a requerimento ~ exequent:_. § 2. o O devedor será intimado para cum- prir a sentença: I- pelo(Óiário da justiça~ na pe~sq_a <l~. seu advogadõconstiüiítlõ-ríos autos; . íl- p_Q!"Cã~t~.-~'?!!'_a~iso_~_E!. r~cebi rr~en_ to, __ qy_ªn_d_(.)_~r-~sent.J.J;!g p_ela. PE!fensorié! Pública_ ()':l ___ q'!~!l~-<>. nã() __ t~ver J>rocurad9r .constituído nos autos, ressalvada a hipó- tes~~49Jn.~lso 1~.:~----------- -- 111.- J!.Q.LffieiQ E!le.tt:_~nic_~, quando, no caso do§ 1.0 do art. 246.! não tiver procu- rador constltuido nos_ autos; · IV - por edital, quando, citado na for- ma do art. 256, tiver-sido revel na fase de conhecimento. - · ---·· --- ------~- ·-- -._ § 3.0 Na hipótese do§ 2.0 , incisos 11 e 111, p>n~ictet:~:s~y~~!i~~~~}~~i~~~~~q~_ari_c!<>.-~ dey~Q~~-~_!)u~r.l!l.~!!ªgg_ CI~-~'l~~r~ç<?_ ~-~'T.l prévia comunica窺-ªº_ju(zo, observado o dispõsto·n-oparágrafo único-do art. 274 . § 4.0 Se o requerimento a que alude o§ 1.0 for formulado ~e.§~.!.(~_'!l) .~~o_ cJ.9. ~r~v . sito em julgado da sent!!.IJ.Çll-. _a_jnJ!r:n~~ªº. ser(f~~..:.ii'! p~ssoa-dodev~dor, por meio de carta com aviso de recebimento enca- minhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no§ 3.0 deste artigo. § 5.0 _ o c_urnprimeJ1tC?_da ~~ntença não poderá" serpromovido em face do fiador, do . . . . _ .... , ..... ., ... ,,. - J.V.IJ.tu.ltero 528 coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de ~o.nbedmento. -.·• : 1. CumprimentodaSentença.Ocum- -pr.imento das.entençafar-s~-á~fl1 con_forll!i-_ dade com o~_arts. 51~ e seguintes, CPC. A :ú!Vi.dadevoltadaaoC\ll11pr\!!J.~ntodasentença_ não dá lugar aulll P!oces~o ~v~, desdobran- do-se em s~~_p!~-~_f~s~~~~~e_g_u<:n_t~_à fase de conhecimento ou, sendo o caso de sentença cônden~!ó~iã~q_lÊ-Ea, à.f~~~ gÇ, l,ig~q~ç!_o.As decisões tomadas na fase de cumprimento de sentença sujeitam-sda agravo de i?-s~ento (art.l.015,parágrafoúnico,CPC),àexceção <!,a s~. én 'ã -i:iêcon ui ~ fas~, qu~_é passíver ~'-~pela~ão art.l:9.0?J CPC). mandamental e a sentença executiva são sentenças não autossuficientes. As sentenças mandam~ntai~;que impõem um fazer ou não fazer são cumpridas de acordo com o art. 536 e 537, CPC As sê~tenÇaslexeéutivas~que servem para tutela do dir~~ti~_coisai~ para tutela das obrigações de prestar declaração_ de vontadesãoCiiiilpridas emcõriformídade com o que dispõern os arts. 538 e 498, CPC. A sentença'~ondenatóri~ ao pagamento de quantia certa, écumpr!da por execução for- Çaõii; hó"s'fé'imos do art. 523 e seguintes, CPC, ou por meio de medidas de indução e sub-rogação,naformadoart.139,IV, CPC. . -~ 4. Sentença Condenatória ao Pâga"' mento de Quantia e Cumprimento da 2. SentençasAutossufidentes. Sen: Sentença por Execução Forçada. Os arts. tença autossuficiente é aquela.cuja prolàção ~ 523 a 527, CPC, só se aplicam para o curo- realiza desde,l()g_O ª'-~.!~1ª-.clQ direito.preten- X primento de sentenÇa condenatória ao p_;_t- di~a pelo demanj~te:-Por esse motivo, as gamento de quantia certa. ~ão se a{llcam sentenças autossuficientes não necessitam de modo nenhum- à exceção do art. 525, de cumprimento. No direito brasileiro, a · ;t'êrentêãõrêgTriie da impugnação, que se -sentençade$.!ÍI,tóriªeasentenç_ª-constitu..tiv:a. aElica a todos os tipos de cumpnméíttõde ent:ramnessaca_!~g<>rt_a.Sentençadeclaratória senten~- ao cumprimento das sentenças é aquela que visa a declarar a existência ou a mandamentais e das sentenças executivas. inexistênCia de deterÍitinad.:i!<:i:iç~pj~~ic~ À sentença condenatória ao pagamento de Óu de seus ef'eitQ§.aji~P,~ ~ç~cionalmente, quanti';icerta'é'cumpndi'pÕrexecução for- quandoaleie:icpressamenteassim:opennita~é çada(art.523, § 3.0 , CPC).Tem por objeto, p~~sível seatençadeclaratória ~obr~aJ<:gaç}!<> . portanto, expropriar bens do executado para Q.!!. fato (art.' 19; n; c:P'CfA se~t<:riÇa ~~ela~ satisfação do direito do exequente (art. 824, ratória visa à obtenção de certeza. Sentença CPC).A execução forçada alça mão das téc- ~Õnstitutit-a_ e agi,rc!lâ q!!,e tem pÕr.desidera_!o -.. · nicas expropriató.rias para cumprir a sentença cii'ar:;·füodificir ou_ê~iigi:i!rl.iZ.Ii'ásituaÇão condêhatóri~I:q(R25;CPC- adjudicação, ~"'1m~-Âsent~ça constiiutiw visa a alterai- iliêilaÇã-;)jor inici~tiva particular, alienação_ uma situação pre~s~~ ____ ,,,:,c-=::,, _e~o ,.Púhlíc~ aprop:~ação_d: frutos ~ _ 3. Sentenças Não Autossuficientes. Sentença não autoss_lJficient_e\é aquela cuja prolação não realiza. desde logo a tutela do Jirei to. prete11g_icl_a p_~}? __ ~(!!:Il.l!Q_çl_~t-~, _de:- pendendo a concret~ 9.h!~I1Ç.~Q 9-~ ~~e!~ _d.e atos materiais subseql!en!es: As sentenças não autossuficientes dependem de fase de cumprimento para o'iitõrg~e~,;-~ri~f~Çã~-à parte. A sentença condenatória, a sentença rendimentos). S. Multa Coercitiva e Pagamento de Quantia. É possível a utilização de multa coercitiva para a obtenção de tutela ressarci- tória- em geral, para toda e qualquer espécie de tutela do direito que exija pagamento de 'qüantia para sàtisfaÇão do demandante (art.l39, IV, CPC):As particularidades do caso concreto podem deterrr1:inar solução 529 dessaorde j~ destinada: p";iraatut( e apropri~ veriflcar! asexigênc eficiência S~não s ~é ir c a~ Isso por suas cor eseasu: motiva( implica ~ -se ara~ cõii:<1ef mãod; ...--- zoabili amoti sibilit: e efeti talnãc proce Uma prOC( àesp< expH supe juris sobJ dei1 não CP pro ind prc at1 in( po ex ale A Ct 528 - .tiva são entenças ~r ou não >art~536 Ivas;quesruç para :~laração 'rmidade. 18,CPC. nento de Ição for- :guintes, nduçãoe :v;cPc. toPâ~ ento da .Os arts. ao cum- ra ao,_p~ ~~ art. 5254 .o, que se nento de entenças :ecutivas. nento de ução for- Jrobjeto, tadopara (art. 824, odastéc- .sentença ~dicação, alienação_ ~frutos e ~ '., tento de de multa 1ressarci- ~respécie gamento 1a.ndãi1te .dadesdo r solução 529 Novo Código de Proce'!SO Civil Comentado Título 11- Do Cumprimento da Sentença dessa ordem. ~ndo_ a hipótes~, tem o ór~ jnfrac_?qstitgci~mal sopesou a adequação jurisdicional,de aferir se a técnica processua!_ entre o meio e o fim, a necessidade do meio destinadapelolegisladorinfraconstirucional ~ a proporç:ionalidàde em sentido estrit~ p-;_raai:ütela ressarci tona pecuniária é efu:_a_i e.ntre a realização do fim e a intensidade e apropriada. Em outras pâlavras, tem-se de da restrição aos direitos fundamentais dás verificar se ã técnica expropriatória satisfaz • partes. A mesma .atividade se e-:.age do juiz as exigências mínimas, no que concerne à S".Ja para variação do meio a ser empregado par.á eficiêD:cia, par~ iütela da resin iudici~m deduct_~. obtenção da tutela ressarci tória em pecúnia. Se não satisfa~, e~tão é or ue ~,wevisão Temdedemonstrar,namotivaçãodadecisão, ~ é .inadequa a para a proteção daque~e _ as razões pelas quais, naquela circunstância em ca~ecífico, e eve ser escons1 erad~ específico, (a) mostra-se adequado ordenar Isso porque uma regra so e aplicável se as sob pena de emprego de medida de indução suas condições de incidência são satisfei:as oudesub-rogação(deve-justificarporqueesse e se a sua aplicação não é excluída pela razão meio leva à realização do fim), (b) oferece-se motivadora da própria regra. q:aciocínio_~-~ necessário ordenar sob pena de emprego de implicado denota a necessidade de examinar- medida de indução ou de sup-rogação (tem de ..:sêãrãzoabilidade da aplicação do binômi~ justificar por que esse meio é imprescindível cõil<Iêilação-execução forçada, ãlçando-se para a ótima realização do fim) e (c) revela-se ~azoabilidade na sua acepção de r~- proporcional ordenar sob pena de emprego zoabilida~ecomoeguida~e.Evidentemente, de medida de indução ou de sub-rogação a motivação do art. 523, CPC, está em po~- (precisa apontar a razão pela qual o alcance sibilitar a prestação de uma rutela adequada Clo fim fundamenta uma maior restrição à e efetiva às obrigações 4e pagar quantia. Se defesa daquele que deve cumprir a ordem). tal não se dá, por inadequação de~sa_ técnica Uma vez realizada essa valoraÇão, e devida- proces~ual; a regra não)ode ser aplicada. ~vada,l_egi!i,t!lg~~.(!_OeJ])prêg_oJ::;s . Uma v~z ~~monst~a~a a não ef~tividad~ do ,-~~da,~~ejp'4~~ãg~~~~-~ub~~~g~Çj()_ʪ~a_ procedlmen:o do art. 523 e segwntes, c_ C, obtenção de quantia em dmhelrO (art. 139", àespééie;·oqueindublt:avelmentepassa pela ·rv: CPC).-- · •· ·· ·. -~ explicita e pormenorizada motivaçãÇ> dessa ' superaçãolegalnadecisão,cumpreaoórgãà 6. Execução de Decisão Definitiva jurisdicionalexaminarseoempregodeordem e Execução de Decisão Provisória. Os sobpenademultacoercitiva(oudeoutrooeio arts. 513, § 1.0 , 519,520,522 e 523, CPC, de indução ou de sub-rogàção) se oferece ou aludem direta ou indiretamente à dicoto- não aplicável ao caso concreto (art. 139, IV, ~ia "~um~ definitivo ~e!l_~_!!Ç_a,:- CPC). Tal exame requer juízo a respeito da -cuE_Primento pr<?.._visório,de sentença". Essa proporcionalidade da aplicação do meio de última expressão, conrudo, é equivocada. O indução ou de sub-rogação. Entre a técnica -cumprimento de- sent'êi1Ça âssim definido processual aplicável a determinado c;;.so e não e diferente do_cump!'~Il}~nto definitivo a tutela jurisdicional objetivada existe uma (da'sentençai:ransitada em jUlgado). Airida inequívoca relação de meio e firp.. Assim é, que o cumprimento "proVisório" possa ser, por exemplo;qu"e ;c"'nd~~ação, seguida de .c.9.~ regra, incompleto (art.520,IV, CPC), execução forçada, é o meio pelo qual se pode qs atos executivos prat1~ados _s:m virttr.de qe alcançar o fim tutelaressarcitória peculi.ária. decisãç> judicial pende? tê de _recurso não Ao fazer a ligação entre condenação, exe- podem ser chamados de provisórios. O qúe é cução forçada e ressarcimento, o legislador defin~~~~~rovisórioéotítu.loqueemb_ê.sa Marinoni- Arenbart - Mitidiero 530 o cumprimento da sentença. O cumprimento é de decisão definitiva quando baseada em ;entença transitada em julgadQ; E de deci- são proVlsÓna quando se tratar de s~tenç_a impugnada mediante recurso ao qual não foi ãtribüídõ"êreito suspensivo. O cumprimento' tla decisao provisória é assunto dos arts. 520- -522,CPC. 7. Intimação do devedor. A intima- ção do devedor a respeito do requerimento de cumprimento de sentença deve ser Íe1to · na forma do art. 513, § 2.0 , CPC. A for- ma padrão de intimação do devedor para o cumprimento da sentença é por intermédio de seu advogado constituído, por Diário da· Justiça. Não é necessária a intimação pessoal do devedor para cumprimento, exceto se não tiver procurador constituído, se for repre- sentado pela Defensoria Pública (art. 513, § 2.0 , II, III e IV, CPC) ou se o requerimento de cumprimento ocorrer após um ano trânsito em julga o a sentença (art. 513, § 3.0 , CPC):Sem a prévia comunicação 1ill _devedor do regu«._rimento de cumprimento d; se~ençtipor qualqÜer das formas previstas no art. 513, CPC),éilegítimaarealização <k_ qualquer ato executivo, à exceção do arrestQ. executivo (art. 830, CPC), eventualmente . cabível também no cumprimento de sentença · se presentes os respectivos requisitos. 8. Sujeição passiva ao cumprimento de sent~nça. A sujeição passiva ao cum-: primento de sentença é, em princípio, do condepado expressamente a que alude o tí- tulo judicial. Sujeitam-se, porém, também ao cum rimento da sentença o espólio, os l:ier eiros, os sucessores do eve ore o novo devedor que assumm, com o consentimentÕ ~aobrigação'resultantedotítulo(art. 779,IIeiii,CPC).Qfiador,ocoobrigadoouo c~esponsável qu;:_ não foram réus no proces_g> - e, portant~, não foram condenados - não estãõ sujeitos ao cumprimento de sentença (a.rt. 513, § 5.0 , CPC). Para que alguém se .sujeite ao cumprimento da sen!ença, à exceção dos sucessores do devedor, é. indispensável que tenha participado do pro~esso de onde · .resulta a condenação. Nesse senrido,já decidiu o Superior Tribunal de Justiça que "O fiador que paga a dívida do afiançado passaã:tef ürri. direitO de crédito no plano matenãl, mas essi!_ situação jurídica não pode ser simplesme~ 5ransplantada para o plano processual sem a_ o~ância do devido processo legal" (STJ, 3.• Turma. REsp 1.185.902/MS. Rel. Min. NancyAndrighi.D]e29.06.12).Também,"o fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado" (Súmula 268, STJ). Art. 514. Quando o juiz decidir reJa- . ção jurídka sujeita a condição ou termo; o cumprimento. da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condi- ção ou de que ocorreu o termo.- 1. Condição ou Termo. Qgando o juiz decidir a ão · urídica su· eita a condição (art. 121, CC) ou termo (art. 131, C ,~e que figura como credqr no título executiv_~ não poderá executar a senten a sem provar que se realizou a ~ ição ou que ocorreu? ~Observe-se que, sellclo esse o caso, a obrigação consubstanciada na sentença é inexigível até que se realize a condiç~o ou que ocorra o termo. Não há ainda pretensão à execução. O prazo de 15 (quinze) dias para pagamento de quantia oriunda de obrigação consubstanciada em sentença condenatória não flui (art. 523, CPC), porque inexigível a obrigação (art. 787, CPC). A execução instaurada antes da realização da condição ou do advento do termo é nula, nos termos dos arts. 514 e 803, III, CPC, aplicável por analo~ cumprimento d; sentença, na formado art.513, caput, CPC (nesse sentido, STJ, 4. • Turma, REsp 1.680/PR, rel. Min. Sálvio de FigueiredoTeixeira,j.06.03.1990,D]02.04.1990, p. 2.458). . '~ ' 531 Art. ci~Ls,cuj' com os é 1- a! civil quE!'" gaçâodf zer ou d :~,-jj ... <I .::_:..; ..,._~·'"; compos1 111-, ·composi tu reza; -. IV-~ ~xclusiv; te, aos t singular V-o do as cL tiverem -~ ...... , VL'-é sitidã e1 .Y!("- Vll~l d~l'péÍo -~:-·· ra, __ ~.e?~ .rog~~~~ X-( § 1.0 vedor!ij primen1 no praz §2.0 yplver~. sob r:~~ deduzi< 1. l executi' do créd títulos ' 515,CI 2. ~ pende declara depend 531 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 515 Título 11- Do Cumprimento da Sentença Art. 515. ~jio título~_ e)(~Cutivos_judi:- teladodireitododemandante.Sãosentenças ci~ls, cujo cumprimento dar-se-á de acordo autossuficientes+- a prolação da decisão basta com os artigos previstos neste Título: 'para sãtísfaier 0 demandante. Já a sentença I- as decisões proferidas no processo con_ den~t~~!~~~a-~~!:tençaii? __ all:damentalie a civil quEi'feconheçâm à e.xigi6'ilidade de obri- -- --~ . ~ - sentenç ex ___ <:<:.\lti~a.:s.ão sen't.enças que depen-gaçâo de pagar quantia, de fazer, de não fa- - d d_ em_ de cumprimento para realizar a tutela zer ou e entregar coisa; -- , do dirdtõ do demandilite. São sentenças não ~~:-.. [-;; •. ~. ~~~~ã~.,p.omolo~~\~a de auto~ autossuficierites.Apenas ~s sentenças não au- composlçao JUdiCial; tossuficientes podem ser objeto da fase de -_ _ .!!~.- ~~!t<;t~~ª~~qg_~dil-de auto- cumn_-r_í.m __ -___ e __ -_n.-_-t~ (art. 513, CPC). Dentre as compos1çao extraJUdlciãtcle'"éjüãfquer na- . .r: - - tu reza; ··~ ... · _ sé; tenças nã'l autossuficientes, a 'sentença - · · ·IV :- (g"@;í'Qal' e~j.;Q..e_part~hat.· 'J"Ii!ffigãiD"~n.~ãl.ie asentenç~ex~ai1:iva•possuem ~xclus1vamente-em·relaçao ao·1nventanan-· ..executi~c1aciein~seca.e.sqporramef«!ivação te, aos herdeiros e aos sucessores a título· eª-~Ç-Y:_ç_ã<;> ll;t!picas_(arts. 536 a 538, CPC). singular ou universal; . ~A s~ntença~onª-~_í:~óri~ que reconhece~ V- o crédito deja~,;~xili,~r.çl~ j~~\i!fé;\tA uan- .existência de um de.v.er. de(r.agar quantia; tem do as custas, emolumentos ou honorários e.ficáciaexecutivaedálugacàle:Xec:UÇãoforçaqa tiverem sido aprovados por decisão judicial; por~~R_r~pr!~ção{isto é,e~!!~jiÇ~9_tjp~ç~) ou, -1 • :y_d~G a s~nt1 endç~'lg~~~~~~~ tran- eventualmente, efetivação atípica .(art. 139, s1t~. a em JU ga o; . _ IV, CPC), depenaendo da decisão judicial e , Y!~'- a sentença~~}, , ... ·- _ ._ -das circunstâncias do caso concreto. As sen- ,' __ , VI !V- a sentença\~~trangeir~ homologa- · tenças autóssuficientes não constituem título d~] p~lo Superior !~_i_~~liãr~l~~.@.~~- ·· -- ·- executivo. As sentenças não autossuficientes ~ :;- íL<!~~i~ãQ.~nte.docutórj;;~._~-~tr~~l)_!i!(!1:._ · ~onstit,uem títulos exeti.ltivostart. 515-;1, ra, a_e_os a conc~~~~-Q._çlo ex~_g~at~~.!r~~ CPC) e autorizam a reãlízação da tutelãClõ rog~!§nª-Jiª.Q}l!P_f:!_r_i_9.!_ '!"ri~~-~~-~e} ~s~i~~? .--direito. O mesmo raciocínioVãle para decisões X- (VETADO). 'Ttrterlocm&ias,apartiraaeficáciaintrínseca . § 1.o Nos casos dos incisp~YJ.íJ.J~9.9e- ...-aelas.1htancto-sededecisãointerlocutória· vedo r !ieJ;.~ç!J!do no juízo cível para o cum- primento da sentença ou P.ê!.e~E9.!!!_9~ç.iLo no prazo d~ 1§ ~9~T,:,_e).~i_'!s· § 2.0 Aêutoc!?!~Cº~kão~~l2'-P-ºd~_en y_plver ~!!jcito.êstra~processo e versar sobJ:fi!~IJl~.?.i!!:~~!S qu~_ ~ªo tenha sido deduz• da ~m JUIZO. . 1. Títulos Executivosjudiciais. Tí~o executivo é at:epre~~!l..!~S:~? doÇUiílel).ta)._tipiCa do crédito revestida de. força executi:v:~; Os títulos executivos pode~ serjudidais (art. 515, CPC) ou extrajudiciais (art. 784, CPC). 2. Sentenças e Decisões que De- pendem de Cumprimento. A sertc:nça declarató~ia e a se11tc:nça coi.lstitlitéa não. dependem de cumprimento para realizar a tu- ·com eficácia condenatória, mandamental ?,.U execut1va1 SYJelta~se ao cumprim_ento típicjJ (art: 520 a522 ou ~23 e ss., CPC) ~u atípico (árts: 536lJ:_5.._38,C~C), c,2!!fQL~§P· . 3. Sentença Declaratória e ExecuçãQ Forçada. A sentença declaratória, assim como a sentença constitutiva, não constitui título executivo e por isso não autoriza a execuÇão forçada. Todavia, há na doutrina e "najurisprudênciaVivo debate a respeito do às'si.into. Já. se decidiu, por exemplo,que "tem eficácia executiva a sentença declaratória que traz a definição integral da norma jurídica individualizada. Não há razão alguma, lógica ou jurídica, para submetê-la, antes da execu- ção, a um segundo juízo de certificação, até Jvlartnon. - L'Jrenbart- Mitidiero 532 porque a nova sentença não poderia chegar a resultado diferente do da anterior, sob pena de comprometimento da garantia da coisa julgada, assegurada constitucionalmente. E instaurar um processo de cognição sem oferecer às partes e ao jUiz outra alternativa de resultado que não um, já prefixado, repre- sentaria atividade meramente burocrática e desnecessária, que poderia receber qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional" acordo. Sendo oriundo do acordo direito d~ crédito para alguma das 2artes, a sua homo:: t~~açãojudicial fa:z surgir título execut~vo. ~. · 6;· Forniafê"Cerffdaó-de·P-ãrlilha. o formal ou a certidã~ de partilha constitui a rep~~~~~~o dasentençaquepõe fim ao pro- cedimento de inventário (art. 655, CPC). Se n:de<:õniiiãrdocumentada obrigação de pagar quantia, servirá como título executivo idôneo para embasar exec~ Observe-se que o título só vincula o inventarian~-~ herdeiros e os sucessores a título singular ou ~·O formal ou a certidão de partilha não serve de título executivo contra terceiros. ( STJ, 1. a Seção, EREsp 609 .266/RS,rel. Min. Teori Zavascki,j.23.08.2006,Dj11.09.2006, p.223).À vista da redação do art.515,1, CPC.~. é de s~ condülr(jue a sentença ou a decisãQ interlocutória que, ainda sem "condenar" o reu ao adimplem!_nto_de 9brigação,contenha.; - _ - 7 .. Créditodoauxiliardajustiçaapro- todos os elemento.s capazes de tornar certa ~ vado judicialmente. Qy.alquer crédito a ~xigibilidade de certa prestação, é título executivo judiei~. - aprovado judicialmente, devido a auxiliares ,..-- da justiça, é também título judicial (art. 515, 4. Sentença Homologatória.Asenten- V, CPC). A regra é redundante, já que inse- çahomologatóriadeconcilia'!!o,detransa~ :ida também no inc. I, d~ art. 515, CP.C. ~, ou de mediação, ainda que inclua matéria não JUStamen~e por estar cont:J.da naquele pnmel- p.ostaemjuíZ(;,emesmoguandoincluasujei!Q__ ro preceito, é que se deve concluir que não q'Ueliãoseja_parte;a relação process.IJ,fll ori-. apenas os créditos devidos a "auxiliares da . giilal (embora tenha participado do processo justiça" constitui título judicial, m~ _ d.e autocomposição) sgnstitui título executivo,. prestação aprovada por decisão· udiciâi, ue , ~(art. 515, II, e§ 2.0 , ÇPC).ldêntica .•. imp que pagamento e guantia, ~exemplo q~dade reveste a sentença homolo_gató~ das aespesa~a testemunha.( art. 462,CPC), d..e recoiíhe_ç~mento 'urídico do pedido art. ouquãtqueroutraprestação, t-ambém formará 7, II , a,_ .PC) . .e de.renúncia ao direito. título da mesma espécie. (art. 487,.III, c, CPC),~~ direito de crédito a uma.,d--ª.s.partes. . 5. Acordo ExtrajudiciaiHomologado judicialmente. O acordo extrajudicial, isto é,realizado independentemente da existência de processo a respeito do litígio, homologa- do judicialmente, constitui títul~utiV(; judicial (arts. 57<, Lei 9.099/1995 e 515, III, CPC). No jllÍzo,homologatório,caberáao Juiz somente ve~ a satisfação dos requisitos formais do acordOTcapacidade dos sujeitos; dlsponíolli<Iãckdõ objeto e satisfação·de eve~ãl'fõrma exigJ:~l'a ~lei). Preenchidos ~ressupos~os; cumpre:: lhe hÕmo!ogar o 8. Sentença Penal Condenatória. A séntença penal condenatória transitada em julgado tem por eficácia anexa a imposição ao condenado do dever de reparar o dano causado pelo crime (art. 91,~, CP).Asentençaimpõe esse dever independentemente de expressa de- claração do órgão jurisqicionalnessesentido,já que a legislação anexa es~aeficácia à sentença. E imprescindível() tr~ito em julgado, para que a sentença se revista de eficácia executiva. Sentença penal condenatória não transitada em julgado não temo condão dedesencadeàf a execução forçada no juízo civil. A sentença · penal que impõe medida de segurança con- 533 ügur com< imli~ repru: eSi5 àexe< presc 4.aT1 Se ar p.27 anist sitad suce: forç~ (art. pom à coi à ex< cois~ § 5.' MA 03.1 acio eles sent julg: civil évi:l ilici1 { civil ap~ mor Tur: Filb o~ obri reVl: desc den exti açãc ~ -~~ ~tt:;t; 532 direito de 1aho~=. :ecutivo. rtilha. O >nstitui a maopro- ~PC).Se •de pagar ~ •serve-se [ante, os ~r;;;;-~- partilha erceiros. -- :aapro- crédito LXiliares l!t. 515, 1e inse- :PC.E, Jrimei- [Ue não ares da iãlqUef ~: :emplo CPC), >rmará ria. A da em çãoao usado mpõe sade- ido,já :ença. •.para 1tiva. itada tdeàr ença :on- 533 Novo C6digo de Processo Civil Comentado ·ar • Título 11- Do Cumprimento da Sentença ~~miá!~ constitui título executivo judi- ~1 (art. 515, VII, CPC). Rigorosamente, contudo, embora constitua título executivo, não~ ser considerado judicial, porque a atividade arbitral não pode ser caracterizada coíílõ]UríSdícional, porque destituída da irrevisibilidade externa inerente à jurisdição. O prazo para cumprimento voluntário da decisão arbitral que condena ao pagamento de quantia certa deve ser fixado na própria -decisão (art. 26, III, Lei 9.307/1996). Não havendo, incide o prazo constante do art. 520, CPC. Eventual impugnação à sentença arbitral pode ser levada a efeito mediante a alegação das matérias constantes dos arts. 525, § 1.0 , CPC, e 32, Lei 9.307/1996 (art. 33, § 3.0 , Lei 9.307/1996). figura sentença penal absolutória. Todavia, como nela se tem a declaração de um ilícito e a i"llili~-de sua autoria, dela decorre direito à reparação~ à execução forçada (arts. 935, CC; e 51S":Vl, CPC). Em nada atinge a pretensão à execução civil posterior o reconhecimento da prescrição retroativa da pretensão penal (STJ, 4.aTurma, REsp 722.429/RS,rel.Min.Jorge Scartezzini, j. 17.03.2005, D]03.10.2005, p. 279), a concessão de perdão judicial ou a anistia. A sentença penal condenatória tran- sitada em julgado aproveita à vítima e aos seus sucessores (art. 63, CPP) ~ujeita à execuçã_o forçada apenas o condenado criminalmente (art. 779, I, CPC). Terceiros, aindaqueres- ponsáveis civis pelos danos, não se submetem à coisa julgada criminal e não estão sujeitos à execução forçada, porque quanto a eles a coisa julgada é res inter afias (arts. 506 e 513, 1 O. Sentença e Decisão lnterlocu- § 5 CPC STJ 3 --r. RE 343 917/ tória Estrangeira. Desde que homologada .o, , , .a .Lurma, sp . MA 1M. C Filh · 1610 2003 D•T pelo SuperiorTribunaldeJustiça(arts.105, , re . in. astro o,J. . . , 'J 03.11.2003, p. 315). Os terceiros devem ser I, i, CF e 960 e ss., CPC), a sentença estran- acionados no juízo civil a fim de que contra geira que condena alguém. ao pagamento eles seja proferida sentença condenatória. A de_guantia consti.tuitítulo executivo hábil a senten,s:_a penal condenatória transitada -;;n aparelhar execução forçada (art. 515, VIII; julgado f. insuscetível de discussão no juízo CPC). O processo de homologação de sen- civil, sob pena de ofensa à co~a julgada. Não tença estrange~a está re~:d~ pelaRes. ~~J é viável ar a rediscussão do dolo, da culpa, do 9/2005. :rambem a deC1sao mterlo~utor~a ilicito, do dãiio ou do neXo causâl. N~o 1 estrangeira ~om,ol~gad~ p~l? SupenorTn- ~ civila discussão está limitada a uestões li das bunal de Justiça e tltulo JUdicial (art. 515, IX, apropria ativida. e de execução forçada ou ao CPC). H~ologada :_ sente~a-ou a decisãó mÕrÍ.tante do dan_o a ser ressarcido (STJ 3.a estrangeira, a execuçao far-se-a do mesmo Tillriii;REsp 416.846/SP, rel. Min. Ca~tro mo~o ~revisto .par~ execução d~ decisões Filho, j. OS .11.2002, D ]07 .04.2003, P· 281 ), nacio~rus~ tramitara perante a Jusnça Federal o ue deve ocorrer na fase de liquidação da d~ prn~ro grau (arts. 10?, X, CF e 965, obrigaw art. 509-512, CPC). Sobrevindo ~PC).E.xnce.rtos~asos,preV1stosemtratad~s revisão criminal procedente no juízo penal, mternacw~a1s, d~spensa-se a h?mologaçao desconstituído está o título executivo: se pen- pelo ~~penor Tn~unal de Justiça· ?ara ~ue dente a execução, deve ser imediatamente a decisa? estra~geir~ possa produz~r efeitos extinta;sejáfinda,_oéxeçutadopoderáprop~ no ~r~~il e se~ lmediatame~te efetivada n? ação de repetição de indébito contra o exe- terntono nacwnal (art. 962, § 4.9, CP~). E ~nte.,_ __ .. - o que oc~rre, por exemplo, com as,.decisões ..:.;_ _ .,_: ... ~ . . .. -· . _ estrangeiras que tratam sobre alimentos .,..;.1: .. J.~.nJençaArbitrai.As~Çi:a;i']i-~· (Convenção d~ Nova Iorque sobre Presta- ~tra!.t .. qi!ªJJ.dõ]nduir a previsão de prestação ção de Alimentos no Estrangeiro- Decreto .. "'"'---'"' ---- . Marinoni- Arenhart -l'vtitidiero 534 • Legislativo 10/1958) ou com deçisões sobre tutela de urgência no âmbito do Merco~u! (Protocolo de Ouro Preto-Dec.2.626/1998). 11. Ordem de Citação. No caso de sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 515, VI, CPC), de sentença arbitral (art. 515, V, CPC) e de sentença ou decisão estrangeira, homologada pelo Supe- rior Tribunal de Justiça (art. 515, VIII e IX, CPC), o mandado inicial incluirá a ordem de citação do demandado no juízo cível,Jlara Iiquidação ou execução, conforme o caso (art.515, § 1.0 , CPC).Em todosessescasos, a multa punitiva incide automaticamente depois de transcorrido, sem pagamento vo- luntário, o prazo de que dispõe o demandado para adimplir o valor do crédito reclamado em juízo (art. 523, § 1.0 , CPC). sendo, em regra, absoluta. Podendo o deman- ?ante op:ar, contudo, pelo foro do domicíli~ _do executado ou pelo foro dos bens sujeitos à expropriação ou oride deva ser adimplida a robrigação (art: Sl6,parágrafo único, CPC), ·, a competência passa a ser relativa. Nessa hipótese. tem o executado de insurgir-se, querendo, contra a competência em preli- minar de impugnação (art. 525, VI, CPC) ou, em sendo absoluta, a qualquer tempo, por mero requerimento nos autos (arts.64, § 1.0 e 525, § 11, CPC). • 2. Conexão"'Cle cumprimentos de s~ntença. Se um mesmo título Gudicial ou extrajudicial) dá ensejo a mais de um instrumento de cumprimento de senten- ça, eles s~o reputados conexos e devem ser reunidos para tramitação conjunta (art. 55, § 2.0 , II, CPC). Art. 516. O cumprimento da sentença 3. Conexão e Tutela Coletiva. Ex- efetuar-se-á perante: cepcionam-se da regra geral sobre conexão I-~, nas causas de sua com- os cumprimentos individuais de sentença petência originária; coletiva, cuja efetivação não gera prevenção @-o juízo que decidiu a causa no pri- ao juízo cia fase do conhecimento, nem de meiro grau de jurisdição; 'outros juízos que eventualmente já tenham (hl o juízo cível competente, quando conhecido de outros requerimentos de efe- se 'ir?t'ar de sentença penal condenatória, tivação de outros beneficiários. Em regra, a de sentença arbitral, de sentença estrangei- :· execução individualdesentençacoletiva é feita ra ou de acórdão proferido pelo Tribunal . no dómicílio do beneficiário não incidindo · Marítimo. ;·as regras do art. 515, CPC (É;TJ, 1·.a Seção. Parágrafo único. Nas hipóteses dos inci- ; . ÃgR no CComp-131.123/DF. Rel. Min. sos 11 e JJI, o exequente poderá optar pelo HermanBenjamin;D]êZ1.03.1'4;STJ,CE; juízo do _;ttuaJ ... ~,9m_i_ç_(!Jp do executado, REsp 1.243.887/PR. Rel. Min. Luis Felipe pelo juízo do lgcal ond~ se encontrem os bens ~ujeitos àexecú.Ção.ou pelo juízo do Salomão. D]el2.12.11). local onde dev;l ser executada a obrigação 4. Tribunal Marítimo. A ref~rência ao 9e_ f~zer ou de _não fazer1 casos em que a remessa dos autos do processo será solici- tada ao juízo de origem. 1. Competência. O cumprimentoda sentença por execução forçada dar-se-á pe- rante os órgãos jurisdicionais indicados no art.516,CPC.Acompetên~, forçada é fucada em razão do critério fi.mcio~:!1l tribunal marítimo, presente no art. 516, III, CPC, deve ser desconsiderada, porque alude ao art. 515, XI, CPC, que foi vetado pela :presidênc~a da República., 535 o~azo..e viSo no a § 1.o p ao exeqw da ~ecisã1 § 2.0 A verá ser f< e indicará quente!'!' ce_~~Q, o v; do prazo. §3,0( ação resc exequenc sas e sob: da propo1 -protestad § 4.0 f .. protesto 1 do juiz,.rr cartório, do da dat _de__s~-~9..ll' ~~~~-~i~-ª 1. Pr titui técn o devedo Por isso,. tado o pt que alud deveserp ~eque_nt narealiz~ ..,..__ vem para CPC)Üu surgida c Ao~ CPC, o c apenas g prestaçã< a irregul: Art. à valida1 mento d suhsequ ' .. 'í 535 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 519 Título 11 - Do Cumprimento da Sentença ~fstazo para pagamento voluntário pre- VIS o no art. 523. , .. § 1.0 Para efetlvar o protesto, ifitcUIUb~ ao exequente apresentar cer.~idão de .. feor da ~ecisãQ,_ § 2.0 A certidão de teor da decisão de- verá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o. nome e a g~~lifi~~ç-~o do ex~ quente !'! do executado, o número ~pro ce.~~Q, o valqr.da.d(vid_a e a data de;~e.c.u)so do prazo. para_p~gamento yolun~no·;··· § 3.0 O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode reque.rer, a suas expen- sas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título -protestado. § 4.0 A requerimento -do executado, o . protesto será cancelado por determinação do juiz,.mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, conta- do da data de protocolo do requerimento, _de_s~-~9..lle ~()!J1P._ro_va<:J'!.~-~a!~fo:t~9 J.!l!~gr~! ~~ ~~·~i_g_a~~~- .. 1. Protesto do título judicial. Cons- titui técnica de indução, tendente a forçar o devedor ao adimplemento da prestação. Por isso,. só pode ser requerido após esgo- tado o prazo para pagament<? voluntário a que alude o art. 523, CPC. E medida qu!; deve ser providenciada autonomamente pelo exeque_nte, não havendo intervenção judi~ ;a realização aesse protesto. Qjuiz só inter- vém para cancelar o protesto (art. 517, § 4.0 , CPC) Üu eventualmente para decidir uestão surgida com suare zação art. 518, CPC). Ao rontrário do que supõe o art. 517, § 4.0 , CPC, o cancelalnento do pr<~testo não ocorre apenas quando cumprida integralmen_!e a prestação, mas fambém quando se observar a irregularidade de sua realização. Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumpri- mento da sentença e dos atos executivos suhseguentes poderão ser .~uidas pelo. ' .. executado nos próprios autos e nestes se- rão decididas pelo juiz. -.. . 1. Competênciaparaoconhecimento das questões da execução. É do juiz perante o qual tramita o cumprimento da sentença. Qgalquer questão referente ao cumprimento de sentença pode ser alegado diretamente nos autos de cumprimento, devendo ali também ser decididos. ssas decisões são interlocutórias (art. 203, § 2.0 , C) e sujeitam"'se a agravo pe instru~o (art. 1.015, parágrafo úni~ (;PC), exceto quando importarem a extinção daexe~ção,quãhdo serão caracterizadas conto sentença, sendo impugnáveis por apelação (art. 1.009, CPC). ? ' _ ... 2. Atos praticados em razão d~ carta bu de amemo direto. Havendo, porém, atos realizados em Cu.mprimento de carta pte<:fto/i~. carta de ordem ou auxílio direto, acompel:êb.cia para decidir sobre eventuais vícios e defeitos de atos ordenados ou praticados pelo juízo deprecado será dele próprio e não do juízo deprecante (art. 914, § 2.0 , CPC). · Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber,.!§ dgcjs§es q••e concedereAJ. wtela proyjsória 1. Regime c;las_l\ttelas Provisórjas e de Urgência. Deve observar, naquilo que não for incompatí~el com sua natureza ou que inviabilize sua efetividade, as regras re- ferentes ao cumprimento da sentença, provi- sória ou definitiva. Em regra, porém, não ~e eleve exigir caução (art. 520, IV, CPC) Eara a efetivação de tutelas de ur~ia, sempre qt; essa imposição ~or incom~tível com a necessidade e a urgência invocadas pelo r~uqwüiaõ1ruStrã:remau~e da medida postulada.] á nos casos de tutela da evidência (art.311, CPC), a dispensa de Marinoni - Arenhart- Mitidiero 536 • caução e~tá s.ubo;qin~Eo~_f;l?,eS.~()S cri!é_:-_ rios indicados para,a dispen~a~~ c:~ução na, execução provisória (art. 521, CPC). Capítulo 11 DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBiliDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA ....... Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impusnada or·recurso des.: provido de efeito suspensivo seta rea 1za o dã mesma forma que o curi1primento de- finitiv~, sujeitando-se a_~.s.~guinte regime: I - corre por i_n.iciativa e rtlsponsabi- lidade do exequente, que se obriga, se ã .. sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofriaoi . • ~ Gi\. fica sem efeito, sobrevindo decisão qu~odifique ou anule a sentença objeto da execução, ~E!stituincjc:>-SE:! a_!; P.~'1~!> ag esta.<;fo __ ant~r!<!.r e-liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; 111 -se a sentença objeto de cumpri- mento provisório for modificada ou anula- da apenas em parte, somente nesta ficará senu~feito a execução; · ~ IV,_',.. o levantamento de de~~to · ~ din lí_e.iro ·é)i-prafíêã-ãeãtos~q~.LniiLór~~!!l ~~aA~f~~~i~i<i.~Q.L'(iü.e.u.!lçª9 .. JJ~pr.o.: prie_cl_a_de. o'!.il.!!-2J,IgQ dir~-!'~Âii.:do.i quais possél:r_~ltar gra_ye da_l!ªao executa- do, «!~endem Q; cauçãp sl:!_fr.<:!~!!!~-~jQ.ô". nea, arJ?ltrada d~ plano Pelo juiz e prestada 1~~-_p~~p~~~~~~t~s.------ --- ------ · § 1.0 No cum rirriento provisó,rio da ;entença,,Q..~~c.ut~ __ o poderá aprésÊm~r mpugnação, se quiser, nos termos do àrt. >25. . -(~_::"A m_!J._l!~ e'.Q~_b9.~-';;<lri.~~ a. que se ·e fere o § 1. o do art. 523. sao dev1dos no :umprimento provisório de sentença con- ienatória ao p'agamento de quantia certa. ~ 3.0 Se o e~~-C.~~do cóm.P._~[ece~.!:"...: >estiva mente ~ depo~1taro valor;!com a fina" idade de isentar-se da multa, ()ato não será h~yi~_()_~o_!!lg_ ~':l~l?.llJP~tív~L~c:>~-~ ~c~!~-o potle interposto. __ __ .. 1< · 4. restituição ao e;~d~ anterior~ que' se ere o .inciso 11. não_ irt:Jplic_a o desfazi- mento da transferência de posse ou da alie- naÇâ_o_d~y~(pji~dâc!~ <?.1!.9.e ~utro direito real eventualmente_@ realizada1 ressalvado, sempre~õ--Ciireit:o à repaiiÇão-dos prejuízos causados ao executado. ~o cumprimento provisório de sen- te~e reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica'-se, no que cõUoer; õ dfsposto-nêste Capítulo. -· 1. Cumprimento Imediato da De- cisão Provisória. Todas as decisões não autossuficientes (art. 515, I, CPC), que ne:' cessitam ara restação da tutela jurisélicional ãodemandante de atos ultenores à ec1são (arts. 536-538, 51Õ-522 e 523 e 'ss.-;-cPC), podem ser cumpridas na pendência de recurso não recebido no efeito suspensivo art. 520, caput, CPC).Xãpe ação tem como regra o seu recebimento com efeito suspensivo (art. 1.012, CPC) -'o que, aliás, não deixa de ser uma enorme contradição, já que se admite o cumprimento imediato da decisão inter- locutória que antecipa a tutela jurisdicional com base em probabilidade e não se admite o. cumprilmmto imediato, como regra, da decisão -que: Geneede: a tutelajudsdicional tinal fundamentada .em juízo .de certeza ...,, d@-modo-que-O...cumprimento imediato da sentença desafiada pelo.recurso de-apelaÇão é exceção-no <#reito brasileiro. 0 recurso ~raordinârio e o-recurso- especial não têm efeito suspens1vo como reg!a1 e a interposição detimoudeoutrÕ~impd~ocumprimento da -decisão proVisória: (art;-995, CPC). 2. Espécies de Decisões Passíveis de Cumprimentoimediato na PendênCia de Recurso Não Recebido com Efeito Suspensivo. Toda decisão não autossuficien- tç pode s~timpriâlíaemãlleiraiiiiedtáta n-ª-J!endên~e recurso não recélJldo7Õrii ~-----··--------~=·-::,;r 537 efeitl um f rec01 que1 clara cond 139, imec recel 3 que da d ~õd de~1: serCI post. odir forrr direi de a< ao p 523, expr IV,< deci di tal juri; põst mo< r~ ao c mes dec se a· dire avo deiJI de c alie1 ode de c 'coul (art 36 ·so ue zi- ie- i to lo, os n- :le Je i o .al lo ), ;o o, o t. !r :e :e a tl 537 Novo C6digo de Procl!!so Civil Comentado art. 520 Título 11- Do Cumprimento da Sentença efei~o suspensivo. As decisões que impõem um fazer ou não fazer (art. 497, CPC), que reconhecem direito à coisa (art. 498, CPC), que reconhecem direito à prestação de de- claração de vontade (art. 501, CPC) e que condenam ao pagamento de quantia (art;. 139, IV e 523, CPC) podem ser cumpridas imediatamente na pendência de recurso r_ão recebido com efeito suspensivo. 3. Cumprimento do Mesmo Modo que o Definitivo. O cumprimento imedi·3.to da decisão provisória far-se-á do mesmo ~Odo que o cumprimento ci~fi~itivo. Se a . de~1sãõímpõe um fazer ou~naô f~~~~ deve ser cumprida mercê das técnicas processt:.ais postas nos arts. 536 e 537, CPC; se á:conhece o direito à coisa, deve ser cumprida em con- formidade com o art. 538, CPC; se reconhece direito àprestação de declaração de vontade, de acordo com o art. 501, CPC; e se condena ao pagamento de quantia, consoante o a:t. 523, CPC, e, em havendo decisão judi::ial expressa nesse sentido, na forma do art. 139, IV, CPC. 4. Regime. Embora o cumprimento :l.a decisão provisórià assuma as parttcíílaridl'.ces di~das perã necessidade deôufõrgàF·se tú.fula jurisdicionalaaeguadá e efetivá áo direito p'ostó"erii jUízo:.:.. co in o que se fará do mésmo. ffiõâ<Yque-<Y·cuinprimentõ-aéfi.nitivo -,o r~rfdH:o aplicável à atividàdé.vóltada ao cÜmprimentO cla cleCisao rOVlSO!la é O mesmo par~ to o e qu . ~er cum rimentÓ de _ecisao.provisóna, pouci_importando se àãtlviâãde de concretização da tutela do direito é dirigida, por exemplo, a constran er a vontade o emandado p'aJ;a que faça ou deixe de fazer algo, a desapos;?-r o executa do de coisa, a levantar quantia em dinheiro ou a alienà! bem penhorado. Em todos esses casos o demandante que patrocina o cumprimento de decisão provisória se submete, no c:_ue 'couber, às condicionantes do art. 520, CPC (art. 520, § 5.~, CPC). S. Iniciativa e Responsabilidade do _Demandan,te. O juízo d~ co~veniência e~ oportunidade de cumprimento da decisão proV!sõría perten:Ceãõdemandante, que deve sõpesãf-órísco naturãlmente implicado na concretização da tutela do direito enquanto pendente recurso da decisão objeto de cumpri- mento. Daí a razão pela qual o cumprimento da decisão provisóna corre oriruaanva, conta e responsa , a e o emandan~. Depen e áe requenmento da parte mteressada, às suas' custas e sob sua responsabilidade. Sendo reformada a decisão que outorga sustentação ao cumprimento, o demandante se obriga independentemente de dolo ou culpa a repa- raros danos que o demandado haja sofrido. Tra!,a-se de responsabilidade objethm pela prática de ato lícito. - 6. Restituição ao Estado Anterior e Dever de Reparar o Dano. O cumpri- mento da decisão provisória sobra ineficaz sobrevindo acórdão que modifique ou anule a decisão objeto de cumprimento (art. 520, li, CPC). Se a modificação ou a anulação for parcial, somente no que tange à parcela atingida da decisão ficará sem efeito o cum- primento (art. 520, III, CPC). Sobrevindo decisão no recurso em sentido contrário àquela que outorga sustentação ao cumprimento, tem-se de restituir as partes ao estado an- · terior ao cumprimento, além de indenizar o demandado em face dos eventuais danos causados. É possível a restituição ao estado anterior quando é viável o retorno ao estado material anterior ao cumprimento. O!tando é possível a volta ao estado anterior e ainda tenham ocorrido danos, além da restituição é devida indenização por perdas e danos, que deverá ser dimensionada nos mesmos autos mediante liquidação. Observe-se que, ocorrendo a expropriação de bem penhorado em execução forçada de decisão provisória - o que é perfeitamente possível, art. 520, IV, CPC-, não tem o executado direito ao desfazimento da arrematação. Vale dizer: o Marinoni- Arenhart- Mitidiero 538 terceiro que arrematou o bem tem a sua esfera jurídica desde logo resguardada,, não tendo o executado direito a reaver o bem arrematado (art.520, § 4.o,CPC).Oart. 903, CPC, a pro- pósito, abona esse racioCínio, ao afirmar que, "assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acab:J,da e irretrat~~!, ainda que ye'ilham a.~e~j~Íg~J;~-p;~cedentes os em- bargos do ~X.t::.Ç\ltado ou a ação autônoma ... ":· Mutatis mutandis, a mesma solução deve sé'r observada no caso de reforma da decisão provisória que embasou o cumprimento. O exequente, nesse caso, obriga-se a indenizar o executado. Todavia, se o bem penhorado foi adjudicado ao exequente, tem o executado . dir-eitO"a·rea:ver obem;porque aí·é possível a volta ao estado anterior sem agressão à esfera jurídica de terceiros estranhos ao processo. 7. Caução Suficiente e Idônea. O cumprimento da decisão provisória pode levar à cabal e completa concretização da tutela do direito do demandante. Permite, por exemplo, levantamento de depósito em dinheiro, prática de atos que importem a transferência de posse, a alienação de pro- priedade ou de qualquer outro direito real e quaisquer outros potencialmente causadores .de dano - ainda que grave - ao executado. O legislador infraconsti tucional organi- zou o processo nesse particular de modo a concretizar de forma mais aguda o direito fundamental à efetividade da tutela jurisdi- cional (art. 5. o, XXXV, CF). A obtenção de tutela completa ao direito do demandante subordina -se, como regra, à prestação de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos (art. 520, IV, CPC). A caução deve ser suficiente para assegurar eventual ressarcimento por danos causados pelo cumprimento que se mostrar posteriormente indevido - e nessa linha não guarda necessariamente paridade com o importe econômico do bem ou valor reclamado no cumprimento. O referencial para o arbitramento de caução suficiente é o montante eventualmente indenizável e não· necessariamente a expressão econômica da coisa ou da quantia objetivada pelo cumpri- mento. A caução é idônea quando inspira confiança e se mostra adequada para promo- ver a indenização do demandado mercê de posterior alteração da decisão que embasao cumprimento. Razões ligadas à segurança na construção do formalismo do processo civil, de ordem constitucional (art. 5.0 , LIY, CF), impõem como regra a necessidade de caução suficiente e idônea para a obtenção de tutela completa do direito reclamado com base em decisão provisória: Observe-se que a exigência de caução suficiente e idônea concerne apenas à prática de ato que importe alteração do pa- trimônio do demandado e não simplesmente em razão do irúcio do cumprimento da decisão provisória. A prestação de caução deve ser prévia à prática do ato suscetível de causar a alteração do patrimônio do demandado e não ao simples início do cumprimento da decisão provisória. • ·· 8. ·MultaSancionatória de 1 O% (Dez põr Cento) na ExecuçãodeDecisão Pro- vtsória (art; 523, § 1.0 , CPC). Cabe a con- denáÇãó na multa sancionatória dé 10%( dez por cento }na execução de decisão provisória (art. 520, §2~0; CPC). Se a condenação se toma exigível e exequível a partir do momento e"m que eficaz a decisão judicial, então não haveria sentido em negar a utilização da rp.ültado art.523, § l.0 ,CPC,paraestimular o comportamento do demandado no sentido cfe cumprir com o comandoda decisão. No cumprimento provisório, a multa tem por finalidade estimular o cumprimento da obri- gação sem que se tenha de recorrer à penhora e à expropriação, concretizando assim o di- reito à tempestividade da tutela jurisdicional (art. 5. 0 , L:XXv1II, CF). A instituição da' multa sancionatória de 10% (dez por cento) 539 no cumprimen1 finalidade: prir processo, impri1 forçando ao at condenação; se: de atos proces! do juízo, na me à condenação I multa faz com c o melhor result dinheiro para J sua eventuallib em lei) com me tenha de order. de expropriaçã< depositar o vale a incidência da não pode ser in do recurso inte de recorrer (ar1 caso, realizado condenação, o • está sujeito às r• sório, inclusive de caução (art. Art. 521: IV do art. 520 casos em que 1- o crédi; independentE 11 - o cre1 necesSidade; 1 @)=·p~nd~ sos 11 e IJI do \ríV'r a sen cu'rnptida es súmula da jur bunal Federa justiça ou em proferido no tivos. Parágrafo será mantid<1 resultar mani difícil ou incE 539 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 521 Título 11 - Do Cumprimento da Sentença no cumprimento provisório atende à dupla finalidade: primeiro, encurtar o tempo do processo, imprimindo-llie duração razoável, forçando ao atendimento espontâneo da condenação; segundo, promover economia de atos processuais, notadamente de atos do juízo, na medida em que o atendimento à condenação pelo receio da incidência da multa faz com que o juízo executivo alcance o mellior resultado (depósito de quantia em dinheiro para fazer frente à condenação e sua eventual liberação, nos casos permitidos em lei) com menor esforço (isto é, sem que tenha de ordenar penhora e ulteriores atos de expropriação). Desejando o expropriado depositar o valor da condenação para afastar a incidência da multa e recorrer, essa conduta não pode ser interpretada como desistência do recurso interposto ou renúncia ao direito de recorrer (art. 520, § 3.~, CPC). Em todo caso, realizado o depósito do valor objeto da condenação, o seu levantamento pelo credor está sujeito às regras do cumprimento provi- sório, inclusive no que se refere à prestação de caução (art. 520, IV, CPC). 1. DispensadeCaução.Acàuçãopara oqtenção da tutela completa do direito recla- mado no cumprimento da decisão provisória pode ser dispensada em quatro hipóteses: a) quando o crédito tiver natureza alimentar, independentemente de sua origem ou de sua importância; b) quando o credor de- monstrar estado de necessidade; c) quando a decisão provisória estiver sujeita apenas a agravo contra decisão do presidente ou vice- -presidente de tribunal que tenha negado seguimento a recurso especial ou extraordi- nário, por cqincidênciada decisão recorrida com a orientação de tribunal superior ou por inexistência de repercussão geral (no caso de recurso extraordinário apenas); d) quando a decisão recorrida estiver em harmonia com súmula do STF ou do STJ ou ainda com acórdão proferida no julgamento de casos repetitivos. Os dois primeiros casos ligam -se à proteção à subsistência digna da pessoa. Os · últimos dois casos apostam no insucesso do recurso especial ou do recurso extraordinário eventualmente interposto. Em todos os casos, admite-se a obtenção de tutela completa ao direito afirmado em decisão provisória sem a Art. 521: '~_caução, prevista no inciso préviaprestaçãodecauçãosuficienteeidônea. IV do art. 520 poderá ser dispensada n?~ Olrantoaoprimeirocaso(naturezaalimentar) casos em que: ___ . _ ...... e ao segundo caso (situação de necessidade), 1- o crédito for de-natureza alimentar,. observe-se ainda que, independentemente independenteme~~e~~e i~}t-~~ig~~j_ ~=~~< do valor da prestação ou da sua natureza, 11 - 0 credor demonstrar situação de , não há como obrigar o exeqtiente a prestar necesSidadê; 1 · .---- · --..... ~- caução para ter o seu direi to realizado- isso @:>=-p~nd~r o agravo fundado nos inci- porqueadispensadecauçãoestáintimamente sos 11 e 111 do art. 1.042; :r r ::!; - yJ ~~~v ligada à necessidade do exequente para fazer \ríV)._ a sentença a ser provisoriamente\ffrente às suas necessidades básicas, sendo cu'rnptida estiver em consonância com evidente a textura constitucional da proteção súmula da jurisprudência do Supremo Tri- . aídispensada.Olrantoaosdoisúltimoscasos, bun~l Federal ou do S~perior Tribu~al ~e\~ note-se que 0 legislador infraconstitucional Justrça. ou em .conformrdade com acorda.o -resguardou a possibilidade de 0 juiz exigir a profendo no julgamento de casos repetr- _ nfi d h' · d t . · cauçaomesmoseco gura asas rpoteses o !VOS. '· v PC d'd P , f , · A . A • d - '·· art. 521, III ou I , C , na me r a em que aragra o umco. exrgenCia e cauçao . . _ , . d _ será mantida quando da dispensa possa a probabilidade ou nao de exJ.t_o. ~~~!_e r~~?. resultar manifesto risco de grave dano de recursaldoexecutadoenvolveJUizoarS'peito difícil ou incerta reparação. das particularidades do caso concret~_:- daí a Marinoni - Arenhart - Mitidiero 540 oportunidade de outorgar-se ao juiz maior espaço de liberdade na exigência ou não _da caução em casos desse jaez. Por isso, a ressalva contida no art. 521, parágrafo único, CPC, deve ser interpretada restritivamente, para autorizar a imposição de caução apenas nos casosdosincs.III.eiV,doart.521,CPC.Seria totalmente descabido impor-se semelhante exigência para casos em que se pretende a concessão de alimentos ou.em que o credor esteja em situação de necessidade, já que, em tais casos, a imposição de caução implicaria, certamente, impedimento indireto à efeti- vação da medida e, por via oblíqua, negativa de prestação jurisdicional. Art. 522. O cumprimento provisório da· sentença será requerido por petição dirigi- da ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsa- bilidade pessoal: I - decisão exequenda; li- certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 111 -procurações outorgadas pelas partes; IV -decisão de habilitação, se for o caso; V- facultativamente, outras peças pro- cessuais consideradas necessárias para de- monstrar a existência do crédito. 1. Instrução do Requerimento. O·· requerimento de cumprimento da decisão )rovisória, em se tratando de processo que :ramite por autos físicos, deverá ser instruído :om as peças mencionadas no art. 522, CPC. ) advogado da parte poderá declará-las au- ênticas, com o que não há necessidade de mtenticação (art. 522, caput, segunda parte, :::PC). Ausente qualquer das peças ali in di- adas, tem o juiz o dever de intimar o deman- lante para que complemente a instrução de seu requerimento- com o que cumprirá com o seu dever de auxílio inerente ao processo civil pautado pela colaboração. É vedado o indeferimento liminar do re uenmento sem preVI · ogo com o demandante. Dete;- minada a complementação da instrução do requerimento sem manifestação do deman- çgnte, tem o juiz de indeferir o re~erimento de cumprimento da decisão provisória. A decisão é interlocutória e comporta o recurso de agravo de instrumento. 2. Outros documentos obrigatórios. Embora o art. 522, CPC, não o indique, também é necessário que o requerimento observe o contido no art. 524, CPC, com a apresentação do demonstrativo discriminado e atualizado do crédito. Ademais, se cabível, deve o requerimento observar o contido no art. 798,II,CPC. Capítulo 111 DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 1. Cumprimento de prestação pecu- niária. O cumprimento de prestação pecuniá- ria pode dar-se por expropriação patrimonial (art. 523 e ss., CPC) ou por emprego de técnicas qe indução ou de sub-rogação (art. 13 9, IV, CPC). Compete ao juiz, avaliando as circunstâncias do caso concreto,estabelecer o regime à ser observado, tudo de forma mi- nuciosamente justificada. Somente quando imposto o adimplemento da prestação sob regime de expropriação~ que tem incidência oart.513,§ 1.0 ,CPCeastécnicasdoart.523 e ss., CPC. 15-;)C""~;.;_t;~}~, i~díiió os arts. 139, IV, 536 e 537, CPC. Art. 523. No caso de .condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e 54. no ver ça ser dél cid lun acr bér cer pra no r O IE pa~ de seg cuç pri: nãc qm cur do a e: fix: pat me \Til san dct En ed op VOJ ter dei cesJ do ser 40 )m lSO )0 :_rp ~r do .n- lto A :so >S. 1e, to 1 a :lo el, 10 \ E J- i- al le t. lS :r t- o b a 3 '· 1 541 Novo C6digo de Processo Civil Comentado art. 523 · Título li- Do Cumprimento da Sentença no caso de decisão sobre parcela incontro- versa, o cumprimento definitivo da senten- ça far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acres- cido de custas, se houver. § 1.0 Não ocorrendo pagamento vo- luntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, tam- bém, de honorários de advogado de dez por cento. ·,,..'i · ,, ., • ,P • § 2.0 Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os ho- norários previstos no§ 1.0 incidirão sobre o restante. · , ... :·····'t Z.<. § 3.0 Não efetuado~empestivamente:o pagamento voluntário, s-erá expeé:Hao; des- de logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se oS: atos de expror,riaÇão~; :...!. IJ~-"~'~i•.l.J>,,,':'• 1. Requerimento de execução. A exe- cução pecuniária, que se processa por expro- priação, não se inicia ex officio. O exequente não precisa redigir nova petição inicial. Basta que efetue requerimento para que a fase de cumprimento da sentença se inicie, na forma do art. 524, CPC. 2. Admissão da Execução. Postulada a execução forçada, pode o juiz admiti-la, fixando de plano os honorários advocatícios, para a eventualidade_ de não haver opa~ mento no prazo legai (art. 523, § 1. 0 , CPC). Vislumbrando o juiz a existência de defei~os sanáveis no requerimento de execução, deve;;á determinar a sua emenda (art. 801, CPC). Emendado, fixará os honorários advocatícios e determinará a intimação do devedor para o pagamento voluntário em quinze dias. 3. Cabimento de HonoráriosdeAd- vogado na Fase de Cumprimento da Sen- tença por Execução Forçada. Não há como deixar de exigir do demandado-que (orna ne- cessária a execução-os honorários do advogado do demandante, já que de outra forma estará sendo negada a regra de que o processo não pode prejudicar a parte que tem razão. Assim, o juiz também deve agregar o valor dos honorários de advogado (devido pela execução) ao valor que está sendo executado, pena de violar os direitos fundamentais processuais e a lógica do sistema, que resolveu impor multa de 10% (dez por cento) ao demandado para .forçá-lo ao adimplemento voluntário. Se, no modelo do Código Buzaid, era absolutamente comum o réu não cumprir a condenação, ainda que sabedor de que teria de pagar os honorários de advogado na ação de execução, não haverá qualquer efeito em impor a pena de 10% (dez por cento) e eliminar a necessidade de o réu pagar os honorários de advogado na fase de execução. Ademais, é logicamente inconcebível atrelar os honorários de advo- gado à existência de ação, ou seja, de ação de execução e não de fase de execução. Como é óbvio, honorários não têm relação com ação, mas sim com retribuição por trabalho. Os honorários de sucumbência, porém, só serão incorporados ao débito, passando a ser devidos pelo executado, se não houver pagamento voluntário no prazo de quinze dias (art.523, § 1.0 , CPC).Areferência,porfim, ao percentual de 10%, para estes honorários advocatícios (estabelecida na parte final do art.523, § 1.0 ,CPC)éapenasum parâmetro para o juiz; na realidade, só ao final da exe- cução terá o juiz condições de determinar o quantum exato devido ao advogado da parte vencedora como retribuição por seu trabalho, valendo-se para tanto dos critérios do art. 85, CPC. 4. Pagamento Voluntário. Uma vez líquida, certa e exigível a obrigação de pagar quantia estampada na condenação -pela inexistência de recurso recebido com efeito suspensivo ou em face do trânsito em julgado -,cumpre ao condenado realizar o pagamento do débito. Poderá fazê-lo diretamente ao credor ou mediante depósito em conta vin- culada ao juízo em que tramita o processo. Marinoni- Arenhart- Mitidiero 542 Todavia, na sistemática do CPC, o devedor só tem a obrigação judiciária de Nalizar o pagamento se previamente intimado para tanto, na forma do art. 513, § 2.0 , CPC, de- pois de prévia provocação do credor (art. 513, § 1.0 , CPC). Embora dificilmente se justifique essa exigência, na medida em que o pedido de tutela jurisdicional formulado inicialmente, já inclui, sem dúvida, o inte- resse no cumprimento da sentença, essa foi a opção do código. Assim, o devedor, depois de intimado, tem o prazo de quinze dias para realizar o pagamento da dívida. Se o título judicial (v.g., a sentença arbitral, art. 26, III, Lei 9.307/1996) fixar outro prazo para que o demandado efetue o pagamento voluntário, esse deve ser observado. Do contrário, não havendo qualquer prazo estabelecido, incide o prazo legal. ~ 5. Intimação para Pagamento. Na vigência do CPC/1973 discutia-se se era necessária a intimação do devedor para o cumprimento da obrigação ou se bastava a sua ciência inequívoca a respeito da exigibilidade da prestação. Alguns julgados entendiam que a ciência poderia ocorrer por conta de intimação pessoal do demandado, mas tam- bém poderia assumir a forma de intimação dirigida ao advogado da parte, de modo que não seria imprescindível a intimação pessoal do condenado para que corresse o prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento da sen- tença condenatória ao pagamento de quantia (STJ,3.aTurma,REsp954.859/RS,rel.Min. Humberto Gomes de Barros,j.16.08.2007, D] 27.08.2007, p. 252). Outras decisões, todavia, concluíam que era absolutamente necessária a intimação do devedor para pagar o valor consubstanciado no título executivo. Neste último sentido: "Agravo regimental no agravo regimental no agravo de instrumen- to. Processo civil. Preclusão consumativa. Inocorrência. Execução. Cumprimento de sentença. Arts. 475-I e 475-J do CPC (Lei 11.232/2005). Crédito exequendo.Memória decálculo.Multa.Prazodoart.475-J do CPC. Termo iniciaL Primeiro dia útil posterior .à publicação da intimação do devedor da pes- soa do advogado. '1. Não há falar em preclusão consumativa se a parte interpõe o recurso adequado para impugnar a decisão judicial. 2. A fase de cumprimento de sentença não se efetiva de forma automática, ou seja, logo após o trânsito em julgado da decisão. De acordo com o art. 475-J combinado com os arts. 475-B e 614, II, todos do CPC, cabe ao credor o exercício de atos para o regular cumprimento da decisão condenatória, es- pecialmente requerer ao juízo que dê ciên- cia ao devedor sobre o montante apurado, consoante memória de cálculo discriminada e atualizada. 3. Concedida a oportunidade para o adimplemento voluntário do crédito exequendo, o não pagamento no prazo de quinze dias importará na incidência sobre o montante da condenação de multa no percentual de dez por cento (art. 475-J do CPC), compreendendo-se o termo inicial do referido prazo o primeiro dia útil posterior à data da publicação de intimação do devedor na pessoa de seu advogado. 4. Agravo regi- mental improvido" (STJ, 4. a Turma, AgRg no AgRg no Ag 1.056.473/RS, rel. Min. João Otávio Noronha,j. 23.06.2009, D]e 30.06.2009). No código atual, não há dúvida de que, em regra, ~pensa-se a intimação pessoal do devedor, sendo suhe1ente a mfi- mação na pessoa do seu advogado constituía o (art. 513, § 2. 0 ,1, CPC). Somente em ca"sõs ex<:_epcion~se exige a intimação pes- soal do executado para a fluência aoprãici de que trãtao art. 520, CPC-(art.)13,-§X.o, li a IV, CPC). 6. Multa Punitiva. A multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação é punit!Ya (STJ, 3.aTurma,MC 13.39S/SP, rel.Min. Nancy Andrighi,j.09.10.2007,D] 16.10.2007). Não tem finalidade imediata- mente coercitiva, tal como apresenta a multa 543 doart.537,C pode ser isol2 CPC, é aque pena, já que o punido por n vê-se na cont cado o inadit prazo que dis voluntário, a 10% (dez por aplicá-la e não Não efetuadc (dez por cen independent~ judicialn~ sentençá con , _____ _ 7. Pagar Definitiva e cisão Provis tário se dá er definitiva, lib demandante processo. Se< em face de e: tem o conde depositar o v2 o demandan depositado s· idônea- aS( e prestada n< CPC), salvo I (art. 521, CI sujeitar-se-á quantia e à re sofridos pel< CPC). 8. Paga1 gamento pat de 10% (dez sucumbênci: 523, § 2.0 ,C derá ser desd< independent condição. 543 Novo Código de Processo Civil Comentado art. 523 Título 11 - Do Cumprimento da Sentença do art. 53 7, CPC. O conteúdo coercitivo que pode ser isolado na multa do art. 523, § 1. 0 , CPC, é aquele inerente a toda e qualquer pena, já que o demandado, ao saber que será punido por não observar a decisão judicial, vê-se na contingência de cumpri-la. Verifi- cado o inadimplemento do condenado no prazo que dispõe para efetuar o pagamento voluntário, a multa incide no percentual de 10% (dez por cento). O juiz tem o dever de aplicá-laenãopodemodificaroseumontante. Não efetuado o pagamento, a multa de 10% (dez por cento) incide automaticamente, independentepente de qualquer disposiç!o judicial nesse sentido, como efeito anexo da sentençá condenatória. ,_ 7. Pagamento em Face de Decisão Definitiva e Pagamento em Face de De- cisão Provisória. Se o pagamento volun- tário se dá em face de execução de decisão definitiva, libera-se a quanti:>. depositada ao demandante e extingue-se por sentença o processo. Se o pagamento voluntário ocorre em face de execução de decisão provisória, tem o condenado, ao interpor recurso, de depositar o valo r da condenação. Não poderá o demandante, contudo, levantar o valor depositado sem prestar caução suficiente e idônea - a ser arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos mesmos autos (art. 520, IV, CPC), salvo presente uma das exceções legais (art. 521, CPC). Sendo provido o recurso, sujeitar-se-á o demandante à restituição da quantia e à reparação dos eventuais prejuízos sofridos pelo demandado (art. 520, I e II, CPC). 8. Pagamento Parcial. Efetuado pa- gamento parcial pelo demandado, a multa de 10% (dez por cento) e os honorários de sucumbência incidirão sobre o restante (art. 523, § 2.0 , CPC). A quantia depositada po- derá ser desde logo levantada pelo exequente, independentemente de qualquer caução ou condição. 9. Seguimento para Execução. Ven- cido o prazo para pagamento voluntário sem que esse tenha sido efetuado, deve o juiz de ofício determinar a expedição de mandado de penhora e avaliação, dando seguimento à execução forçada. O credor tem, no re- querimento inicial, a faculdade de desde logo apontar bens do executado que podem servir à penhora (art.524, VII, CPC). Sendo- -lhe conveniente, pode requerer ao juiz que determine ao executado que indique bens passíveis de penhora (arts. 772, III, e 773, CPC). A.ordem judicial para apresentação de bens pelo executado pode ser coadjuvada com a fixação de multa coercitiva (arts.139, IV e 537, CPC), e o seu descumprimento configura ato atentatório ao exercício da jurisdição, suscetível de multa sancionatória (arts. 773, 774, V e parágrafo único e 77, §§ 2.0 e 4.0 , CPC). A referência contida na parte final do art. 523, § 3.0 , CPC, deve ser interpretada à luz do sistema de execução brasileiro: considerando que o bem que goza de preferência na ordem de penhora é o di- nheiro (art. 835,I,e § 1.0 , CPC),a providência inicial a ser determinada pelo juiz no caso de inexistir pagamento voluntário é a realização de penhora on-line (arts. 837 e 854, CPC). Somente se frustrada a penhora on-line é que tem cabimento a entrega ao oficial de justiça de mandado de penhora e avaliação. 10. Penhora on-line. Nosso Código de Processo Civil deixa claro que o dinheiro também pode ser objeto de penhora quando "em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira" (art. 835 ,I e seu§ 1.0 , CPC). Porém, o problema da penhora de dinheiro seria o de que o exequente pode não saber se o executado tem dinheiro depositado, nem, muito menos, o local em que esse depó- sito foi realizado. Esse problema é resolvido expressamente pelos arts. 837 e 854, CPC. Com efeito, se o exequente, para penhorar dinheiro, necessita saber se o executado possui J.v.J.u' 'J.'fturtl - ./1ren!Jart- JVJttu/tero 544 - e em que local- dinheiro depositado, ele obviamente deve ter a seu dispor uma forma que lhe garanta essa verificação. Para viabi- lizar o acesso a tais informações, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o Conselho da Justiça Federal firmaram convênio com o Banco C-entral, por meio do qual os juízes com senhas ca- dastradas têm acesso, através da internet, a um sistema de consultas-desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e denominado de Bacenjud. O acesso a esse sistema confere ao juiz a possibilidade de obter informações sobre depósitos bancários do executado re- alizados em qualquer instituição financeira e localidade do País. Com isso, o magistrado também fica com o poder de determinar o bloqueio do valor do crédito executado. A requisição de informações ao Banco Central objetiva apenas permitir a penhora, que é in- questionável direito daquele que tem direito de crédito reconhecido em título executivo, particularmente em sentença condenatória não adimplida. Não há qualquer violação de intimidade ao se obterem informações a respeito da existência de conta-corrente ou aplicação financeira. Caso o exequente não tivesse direito de saber se o executado possui conta -corrente ou aplicação financeira, esse último certamente não teria dever de indicar à penhora dinheiro depositado ou aplicado. Sublinhe-se, contudo, que art. 854, caput, CPC, diz que tais atos constritivos devem ser admitidos apenas na medida necessária à realização do direito do exequente e, por isso, estão limitadas ao valor a ser executado. 11. Preferência da Penhora on-Jine sobre Todas as·Outras Formas de Pe- nhora. Desnecessidade do Exaurimento das Outras Vias de Penhora. Para requerer penhora on-line, o exequente não precisa ter esgotado as atividades necessárias para a localização de outros bens penhoráveis (STJ, 1.a Turma, RMS 8.757/GO, rel. Mi~.José Delgado,j. 25.05.1999, D]Ol.07.1999, p. 118;contra: STJ, La Turma, REsp282.717/ SP, rel. Min. Garcia Vieira,j. 14.11.2000, D] 11.12.2000, p. 183). Aliás, ainda que o executado tenha indicado bens móveis ou imóveis à penhora, isso não impede que o exequente solicite imediatamente penhora on-line, requerendo ao juiz que solicite in- formações ao Banco Central. Não há como esquecer que a penhora on-line é a principal modalidade executiva destinada à execução pecuniária, constituindo corolário do direito fundamental à tutela jurisdicional efetiva (arts. 5.o,XXXV, CF e 835, § 1.0 , CPC). 12. Avaliação. De regra, o próprio oficial de justiça, ao penhorar o bem, deve avaliá-lo (arts. 154, V, e 523, § 3.0 , CPC). Dependendo a avaliação de conhecimentos técnicos especializados, deverá o juiz nomear avaliador, assinando-lhe prazo para a entrega do laudo, com observância das regras sobre prova pericial (arts. 464 a 480, CPC). As partes, porque têm direito a participar da formação do convenCimento judicial, haja vista o direito fundamental ao contraditório (art. 5.0 , LV, CF), podem participar da ava- liação, acompanhando a respectiva diligência e,julgando necessário,nomeando assistentes técnicos. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523, será instruído com dêQ!J_s.trativo discriminado e atualizado do crédito, de- veiídoã-pétÚ;ão conter: I -o nome completo, o número de ins- crição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1.0 a 3.0 ; " - o ín~:ffée --CieCãrJ.ei;ãCI. m~netária adotado; 111 - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV- o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; .5 ( n t.• p P. a jt z d d ti t• d n e r f ( 544 ~9, p. 717/ :ooo, 1ue o is ou 1ue o hora em- :orno cipal ução rei to etiva :). 'prio deve PC). :ntos mear trega :obre ).As !r da haja tório ava- ~ncia ~ntes :o no ativo , de- ! ins- tS OU ídica vado tária tivas I dos los; 545 Novo C6digo de Processo Civil Comentado art. 524 Título li- Do Cumprimento da Sentença V- a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais des- contos obrigatórios realizados; VIl - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1.0 Quando o valor apontado no de- monstrativo ~[Jarentemente exceder os limi-. tes cJ(l_C!JD.Q~nação, a execução será iniciada pelo valo~ p_r:~i~ri~t<Jg; mas a penhora terá por base a importância que o jüiz entender adequada. § 2.0 Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá yaler-se de contabilista do juí- zo, que terá o j)'ràzo máximo de "3"õ (trinta) dias para_ ~fet:~ª-~la, 'exceto sê outro lhe for determinado. § 3.0 Quando a elaboração do demons- trativo depend(;!~ .cJ~ .. .d~<!9~_E!!'l p()_der de terceir_qs ou do executado, o juiz poderá requisitá-_IQs, sob cominação do crime de_ desobediência. - · -- · · · · § 4.0 Quando a complementação do de- monstrativo depender de q<!QQ_S_ªgicio.nais em p9_d_E!! _do_~x~cutado, o juiz poderá, a requ_t:!!'!~~n!_~~~-el{êg~e-nte_, r~_giJisitá-los, fixan~Q.Q!:a~º_Q_E!,_~tt~~-~~rir)~a)_di(ls_p~ra o cumprimento da diligência~. --~ ---- - --·------ ---- --------- ·-· ·- --- § 5.0 Se os dados adicionais a que se refere o § 4.0 não forem apresentados pelo e~e~-~~c!()L~~~ j~~t_ifi<:?!iY.íl, no prazo designado, r~~ta~_e-ã.2.CQr~E!!!?.s o_~ç~JcuJQ~ apresen!ad~elo exequente apenas com baseiiõs dadosde q~~~gispçf~_, 1. Requerimento de execução. Deve observar o contido no art. 524, CPC. Se a parte não dispõe, porém, dos elementos a que alude o art. 524, I, CPC, pode requerer ao juiz diligênéias para a obtenção dessas informações, não se podendo indeferir o requerimento de cumprimento de sentença caso não obtidos esses dados (art. 319, § § 1. o a 3. 0 , CPC). Poroutrolado,ausentealgurn dos requisitos impostos pelo art. 541, CPC, deve o juiz intimar o exequente a complementar seu requerimento, no prazo de quinze dias,antes de indeferir a postulação de cumprimento de sentença (art. 801, CPC). 2. Demonstrativo de crédito. O de- mandante deve instruir o pedido de cum- primento da sentença por execução forçada acostando aos autos demonstrativo discri- minado e atualizado do crédito. Não é su- ficiente a apresentação do cálculo apenas com o resultado total ou com os resultados parciais (principal, juros, correção e multa). É imprescindível que o credor detalhe esses produtos, apontando corno foram obtidos. O demonstrativo de crédito deve apresen- tar a evolução do crédito, explicando a sua formação mediante a indicação do índice de correção monetária e da taxa de juros, assim corno os períodos em que incidiram. A exigência de demonstrativo de crédito discriminado e atualizado visa a permitir a densificação do direito fundamental ao contraditório da parte contrária (art. 5.0 , LV, CF) e o controle jurisdicional a respeito da atividade do credor. Não basta, por isso, a indicação dos elementos do art. 524, CPC, sendo necessário a efetiva demonstração da forma corno se chegou ao resultado exigido e os elementos que compuseram o cálculo do valor. 3. Contador do juízo. Se, aparente- mente, o discriminativo de crédito apresen- tado pelo demandante exceder os limites da decisão exequenda, poderá o juiz limitar a penhora apenas ao valor que entender ade- quado. Para determinar esse valor, poderá utilizar-se contador do juízo. 4. Intimação do Credor. Embora o código não o preveja, em face do princípio da cooperação processual (art. 6.0 , CPC), e no intuito de evitar execuções desnecessárias ou desproporcionais, realizada a liquidação por contador do juízo (art.524, § 2.0 , CPC), deverá o credor ser intimado para manifestar- -se sobre o cálculo apresentado. Observe-se • -' I art. 525 I Marinoni- Arenhart- Mitidiero 546 que o valor encontrado pelo contador pode ser menor ou maior do que aquele apresentado pelo credor. O prazo para manifestação do credoréde5 (cinco)dias(art.218, § 3.0 ,CPC). Concordando com o cálculo judicial realizado, a execução prosseguirá pelo valor encontrado pelo contador. Discordando o credor da conta apresentado pelo juízo, far-se-á a execução pelo valor originariamente apresentado, tendo a penhora por base, contudo, o valor estimado pelo juízo, eventualmente com base no cálculo oferecido pelo contabilista (art. 524, § 1.0 , CPC). S. litígio sobre o valor da execução. Havendo disputa entre o valor pelo qual se deve prosseguir no cumprimento de sentença (art. 524, § 1.0 , CPC), a questão deve ser apresentada em impugnação, se manejada pelo executado e alegado por esse excesso de execução (art. 525, § 1.0 , V, CPC). Do contrário, acaso não suscitada a questão pelo executado, a execução consolidar-se-á no valor apresentado pelo exequente, ampliando-se, por conseguinte, a penhora realizada. 6. Dados Existentes. Se a elaboração do cálculo pelo credor depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz poderá requisitá -los,fiXando prazo para o cumprimento da diligência (art. 524, § 3.0 CPC), sob cominação de crime de desobe- diência. Alternativamente à cominação de crime de desobediência, poderá o juiz fiXar medida de indução ou de coerção, a exemplo da multa coercitiva para constranger o devedor ou o terceiro a entregar os dados (arts. 139, IV e 536-537, CPC). Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor no prazo de até trinta dias, reputar-se-ão cor- retos os cálculos apresentados pelo credor. Se não for possível ao credor elaborá -los sem os dados sonegados pelo devedor, poderá o juiz determinar a busca e apreensão desses (arts. 139, IV e 538, CPC). Não sendo os dados apresentados pelo terceiro, determinará o juiz que os deposite em cartório, secretaria ou outro lugar designado no prazo de 5 (cinco) dias; não o fazendo, determinará a busca e apreensão, inclusive, se necessário, com o emprego de torça policial ( art.403, parágrafo único, CPC), sem prejuízo do emprego de medidas de indução ou de coerção eventual- mente adequadas (art. 380, parágrafo único, CPC). Se o terceiro for órgão do Poder Público, aplica-se.o.disposto no art. 438, CPC. Tanto o devedor COlJlO o tereeiro-qt~e não.aprese~r tarem injust'..ficadamente os dados·no prazo adequado são passíveis de multa sancionatória (art. 77,IV e§§ 1.0 e2.0 , CPC). 7. justificativa. O devedor ou o tercei- ro podem justificar a não apresentação dos dados alegando que não os possuem. Sendo o caso, poderá o juiz, ouvindo o demandan- te, autorizar prova das alegações. A decisão do incidente desafia o recurso de agravo de instrumento. 8. Presunção de Correção dos Cál- culos. A presunção de correção dos cálculos apresentados pelo credor é relativa e pode ser afastada por prova em contrário realizada enquanto pendente a fase de liquidação. A decisão que aplica a presunção de correção dos cálculos é interlocutória e desafia o recurso de agravo de instrumento. Preclusa a questão, a decisão torm-se indiscutível, não podendo
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