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LIVRO_U1+Desenho+Técnico+Projetiva


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Unidade 1
Introdução ao 
desenho técnico
Érica Pereira das Neves
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Sumário
Unidade 1
Introdução ao desenho técnico ................................................................... 7
Seção 1
Simbologia e normas ABNT ............................................................. 9
Seção 2
Geometria descritiva básica ............................................................29
Seção 3
Introdução ao desenho auxiliado por computador .....................52
Palavras do autor
Olá, seja bem-vindo! Vamos começar nossa aprendizagem sobre desenho projetivo? Antes, uma pergunta: o que você conhece sobre desenho técnico? 
Você sabia que ele é uma linguagem gráfica utilizada para expressar e regis-
trar com detalhes informações importantes para a construção de objetos, 
dispositivos e estruturas? Você sabia, também, que essa linguagem gráfica 
demanda treinamento específico para ser executada e interpretada? 
Por esses e alguns outros motivos, a disciplina de Desenho Projetivo 
é tão importante. Ela dá suporte para seu aprendizado e desenvolvimento 
profissional, capacitando-o a ler, escrever e expressar ideias por meio de uma 
linguagem gráfica eficiente. Para tanto, desenvolvemos conteúdos essen-
ciais para sua capacitação, os quais serão apresentados ao longo de quatro 
unidades de ensino. Em cada uma delas, você será apresentado às informa-
ções teóricas que enriquecerão seu repertório, as quais serão aplicadas na 
solução de exercícios que aproximarão você às práticas do mercado. 
Dessa maneira, na Unidade 1, a simbologia, as normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a geometria básica serão apresen-
tadas a você, a fim de que possa compreender como estruturar os desenhos a 
partir de uma escrita padronizada universal. Evidencia-se que, inicialmente, 
o desenvolvimento da prática de desenho ocorrerá por meio de ferramentas 
manuais, ou seja, exercícios práticos que servirão de base para que possa, poste-
riormente, compreender e utilizar os comandos básicos e avançados de edição de 
desenho das ferramentas computacionais disponíveis, no caso, o AutoCAD. 
A Unidade 2 abordará a noção de escalas, cotagem e projeção de figuras 
planas. Dentro do ambiente digital, coordenadas cartesiadas e polares e 
algumas ferramentas de desenho do AutoCad serão trabalhadas para que 
você possa começar a aplicá-las na construção de desenhos por meio dessa 
ferramenta computacional. 
A Unidade 3 trará as projeções ortogonais e a formação das vistas do 1º e 
do 3º diedros. Regras básicas de representação e projeção de vistas e planos 
também serão demonstradas e trabalhadas em conjunto com ferramentas do 
AutoCAD, possibilitando a precisão do desenho, assim como a compreensão 
acerca do espaço trabalho. A essa altura, o detalhamento do desenho técnico 
no ambiente digital começará a ser desenvolvido por meio de ferramentas de 
cotagem e hachuras. 
Por fim, a Unidade 4 discorrerá sobre o estudo das perspectivas axono-
métricas e a noção espacial da construção destas figuras geométricas em 
três dimensões (3D) a partir de projeções ortogonais. Nesse momento, 
a prática do desenho técnico será totalmente inserida dentro do software, 
sendo-lhe apresentado os conceitos de blocos e biblioteca e as ferramentas e 
os caminhos necessários para a elaboração de templates, textos, VPORTS e 
configuração de saídas de impressão. 
Cada uma das unidades é dividida por seções, as quais, além de discor-
rerem sobre o conteúdo a ser apreendido, apresentarão problemas em 
contextos de trabalho, que estimularão seu raciocínio e exercício prático, 
visando despertar e desenvolver suas habilidades e competências. Então, 
vamos lá! Desejamos a você bons estudos e uma ótima caminhada. Procure 
se dedicar nos exercícios propostos, pois estes serão essenciais para a compre-
ensão do conteúdo e o desenvolvimento de suas habilidades como desenhista 
projetista. E, claro, conte conosco.
Unidade 1
Érica Pereira das Neves
Introdução ao desenho técnico
Convite ao estudo
Olá, você já parou para observar a quantidade de informações por meio 
de desenho que recebe por dia? Imagine-se no trânsito, por exemplo. Quantas 
informações lhe são passadas por meio de imagens e desenhos? Placas de 
sinalização, faixa de pedestres, setas, etc. Para que haja uma compreensão 
universal de cada um desses elementos, são necessárias regras de linguagem 
que normatizem tais informações. O mesmo deve ocorrer com o desenho 
técnico no âmbito industrial. Este deve seguir normatizações acerca de sua 
linguagem gráfica, uma vez que tem por objetivo a transmissão de infor-
mações importantes e necessárias ao entendimento e à concepção de um 
determinado artefato. No Brasil, a ABNT é a entidade que normatiza tais 
elementos de representação. 
Isso quer dizer que, para algumas áreas, como as das Engenharias e 
do Design, o domínio do desenho, bem como da normatização gráfica, é 
imprescindível para o desenvolvimento das habilidades e competências 
profissionais dos indivíduos, principalmente os que estão envolvidos mais 
diretamente no processo de desenvolvimento e produção de produtos. 
A universalidade do desenho projetivo o torna um recurso largamente 
utilizado pelas indústrias de todo o mundo. Sua linguagem padronizada 
possibilita que as informações descritivas de um determinado produto sejam 
compreendidas em escala global, o que faz com que o desenho seja um 
elemento de ligação entre projeto (concepção) e execução. 
Nesse sentido, para que possa compreender a importância do desenho 
técnico, esta Unidade de Ensino abordará, inicialmente, a origem do desenho 
e o seu processo evolutivo, correlacionando-o com sua abordagem atual. Em 
seguida, a padronização do desenho será apresentada a você conforme as 
normas da ABNT, bem como lhe serão apontadas as principais simbologias 
utilizadas. Serão evidenciados, também, os instrumentos de desenhos e seu 
uso, o que possibilitará que você realize exercícios práticos, o que lhe auxiliará 
a compreender os elementos da geometria básica, margem, legendas e caligrafia 
técnicas, todos instrumentos importantes à clareza dos desenhos projetivos. 
Paralelamente, a exemplo do desenvolvimento tecnológico global, serão 
apresentadas as primeiras noções de transposição de desenho ao meio digital 
por meio da utilização do software AutoCad. O objetivo é familiarizar você, 
futuro profissional, às demandas atuais do exercício projetual que implicam 
no domínio de ferramentas digitais. Para tanto, a última seção desta unidade 
de ensino trará o ambiente de trabalho digital e sua interação gráfica, evidenciando 
algumas ações básicas de gerenciamento de arquivo e de manipulação de desenho. 
9
Seção 1
Simbologia e normas ABNT
Diálogo aberto
Olá, bem-vindo!
Você, certamente, já se viu desenhando, ou melhor, rabiscando algo para 
que alguém pudesse entender o que estivesse falando, correto? Seja um mapa, 
um objeto, o esquema de acesso deum prédio, ou mesmo uma pequena 
planta de uma casa. Afinal, como popularmente se é dito: “Uma imagem vale 
mais que mil palavras”.
Realmente, não se pode comparar a capacidade de transmissão de 
informações de um desenho. A exposição e a representação de uma ideia 
se desenvolvem de maneira eficaz, rápida e com a propriedade de esclareci-
mento como nenhuma outra linguagem. Sem contar a universalidade com 
a qual se desenrola. Independentemente da região do mundo que estiver, 
ignorando-se o idioma falado, você pode representar o que deseja por meio 
de traços, mesmo que não domine muito a técnica. 
De maneira geral, o desenho pode ser compreendido como um meio de 
expressão que envolve a linguagem imagética construída por meio de técnicas 
e recursos gráficos. Consiste, basicamente, na combinação de formas, retas 
e pontos que transfiguram e representam graficamente, em formas percep-
tíveis, as abstrações mentais. No caso do desenho técnico, alguns métodos, 
bem como tecnologias, fornecem a você instrumentos importantes para a 
elaboração de desenhos que apresentem dados consistentes e adequados à 
execução de projetos. 
Mediante essa realidade e o conteúdo que será apresentado nesta seção, 
sugerimos sua imersão em um contexto que simulará problemas do dia a dia, 
focando no desenvolvimento de sua competência por meio da aproximação 
dos conteúdos teóricos com a prática. 
Imagine que uma empresa do ramo automotivo iniciou uma campanha 
interna de capacitação de colaboradores que queiram atuar como desenhistas 
técnicos em uma de suas linhas de produção. Você, colaborador da empresa, 
visando ao desenvolvimento profissional, mostrou interesse pela capacitação 
e logo se conscientizou acerca das tarefas dos projetistas e sua importância 
frente à melhoria dos resultados da empresa.
10
Inserido no curso, naturalmente, você começou a entrar em contato 
com diversas informações que estão a contribuir com seu repertório profis-
sional, principalmente no que diz respeito às demandas de desenho técnico. 
No decorrer da capacitação, é proposto o seguinte desafio: construir uma 
prancha A4, a qual servirá de modelo padrão para toda a empresa e contri-
buirá com a organização e o fluxo de informação interno. 
Nesse momento, é natural aparecer algumas dúvidas quanto ao modelo 
que você deve elaborar. Concorda que buscar informações sobre o que esta 
prancha precisa apresentar pode ser um bom começo? A pergunta que deve 
lhe direcionar é: o que uma prancha instrucional precisa conter para que a 
interação entre a etapa projetiva e a produtiva seja eficiente? Você acredita que 
apenas o desenho seja suficiente para a interpretação do que deve ser produ-
zido pelos diferentes setores da sua empresa? Leve um tempo para listar o que 
é necessário ser descrito neste documento, para que, a partir da compreensão 
dos setores sobre o produto a ser desenvolvido, haja uma integração entre 
eles, de forma a garantir melhorias e otimização dos recursos da empresa. 
Ao terminar essa listagem, outro desafio lhe cabe: como encaixar todas 
as informações necessárias dentro desse documento? Como apresentá-las de 
maneira correta para que possam ser universalmente compreendidas? Nesse 
momento, as normas da ABNT lhe serão de substancial ajuda. Por elas, você 
tem acesso às diretrizes que normatizam a linguagem gráfica do desenho 
técnico, bem como encontrará quais informações devem ser inseriras no 
documento. Não se esqueça de que você também tem em mãos os instru-
mentos de desenhos necessários para a construção das partes que comporão 
a ficha. Utilize-os e aproveite para desenvolver a prática do desenho. Não vá 
para casa com dúvidas. Peça ajuda ao professor, afinal, é bom reforçar que o 
desenho é essencial para o desenvolvimento de suas habilidades e competên-
cias, então, pratique.
Não pode faltar
Olá! Você sabia que o desenvolvimento do desenho técnico, mais especi-
ficamente a geometria descritiva, remonta ao período pré-histórico? Sim, é 
mesmo bem antigo. Para ser um pouco mais específico, milhares de anos 
antes do nascimento de Cristo, em um período no qual os egípcios, por já 
deterem alguns conhecimentos de geometria, começaram a desenvolver 
alguns desenhos e projeções, com o objetivo de marcar terrenos e facilitar as 
construções. Esse conhecimento foi aprofundado pelos matemáticos gregos, 
que passaram a utilizar os recursos gráficos para problemas relacionados 
11
com figuras, delineando os conceitos básicos das igualdades de figuras, que 
viriam a ser conhecidos como congruência e semelhança. 
Muito tempo depois, o desenho ganhou uma nova magnitude ao ser 
explorado pelo italiano renascentista Leonardo da Vinci, o qual, por meio 
de estudos relativos à teoria do desenho, o promoveu como instrumento 
para compreender e explicar muitos de seus inventos (Figura 1.1a e 1.1b). A 
técnica foi largamente desenvolvida por diversos artistas, pintores e arqui-
tetos renascentistas em virtude do realismo, da exatidão e da grandiosidade 
que os projetos concebidos espreitavam
Figura 1.1 | (a) Leonardo da Vinci (1452-1519). Gravura por Cosomo Colombini (1812); (b) Pági-
na dos cadernos de Leonardo da Vinci com desenhos de um dispositivo de engrenagem
Fonte: Shutterstock.
No final do século XVII, a França se destacou quanto aos estudos da 
matemática e da geometria, tendo René Descartes e Pierre de Fermat como 
nomes importantes à evolução das teorias difundidas no período. No século 
seguinte, o advento das regras da Geometria Descritiva formuladas pelo 
matemático francês Gaspard Monge sistematizou diversos métodos de repre-
sentação no plano do desenho, principalmente das superfícies tridimen-
sionais dos objetos sobre a superfície bidimensional do papel. Essa técnica 
corroborou com o desenvolvimento tecnológico promovido por ambas 
as Revoluções Industriais, quando, gradativamente, o caráter produtivo 
artesanal passou a ser substituído por um sistema industrial mecanizado, que 
possibilitou a produção em larga escala de diversos produtos. 
Esse novo sistema intensificou a necessidade de uma linguagem universal 
de projetos que comunicasse corretamente os requisitos produtivos de um 
determinado produto, impulsionando, assim, a popularização da geome-
tria descritiva e, consequentemente, o desenho técnico. De fato, a partir da 
Segunda Revolução Industrial, entre o fim do século XIX e o começo do 
12
século XX, a necessidade de se criar uma linguagem universal de desenho se 
faz ainda mais forte em decorrência da sistematização contínua das indús-
trias ocorrida nesse período, a qual estabeleceu a divisão social do trabalho 
e os modos de produção, potencializando a especialização da mão de obra. 
A partir da década de 1970, a globalização e a revolução tecnoló-
gica passam a determinar novas sistematizações industriais, impelindo 
modelos antigos e enrijecidos de produção (SULZ; TEODORO, 2014). 
A computação e os meios digitais passam a determinar novos modelos 
de transação econômica, não demorando muito para serem absorvidos 
pelos setores fabris. A computação gráfica embala uma nova fase na 
evolução do desenho técnico, impulsionado sistemas digitais, como o 
Computer Aided Design (CAD), o Computer Aided Manufacturing (CAM) 
e o Computer Aided Engineering (CAE). Tecnologias estas, entretanto, que 
não negligenciam os conhecimentos do desenho, pois “tanto o esboço à 
mão livre quanto a habilidade de trabalhar com as técnicas de desenho 
por computador requerem conhecimentos de normas para a comunicação 
gráfica” (GIESECKE et al., 2002, p. 16).
Evidencia-se que parte desse cenário era caracterizado pelo crescimento 
das demandas da sociedade de consumo, que exigiam cada vez mais produtos 
sofisticados em estética, tecnologia, acabamento, entre outras características. 
Tendência esta que esgotou as tentativas de modelos antigos de concepção 
de projeto e produção, em decorrência da velocidade com que os produtos 
deveriam ser lançados. Instala-se, assim, um processo vertiginoso deprogresso 
industrial que vai sendo alimentado, gradativamente, por novos materiais, novos 
processos fabris e, naturalmente, novas necessidades e novos hábitos de consumo 
que requerem ser satisfeitos de maneira rápida e eficiente. 
E é nesse cenário complexo que você atuará, elaborando desenhos que 
possam apresentar informações claras e fáceis de serem compreendidas 
acerca do produto que está elaborando. Mas, não se preocupe, porque vamos 
ajudá-lo a encarar esse desafio.
Para começarmos, é necessário que você aprenda como esse desenho 
deve ser apresentado e, por isso, iniciaremos seu aprendizado por meio das 
diretrizes que normatizam sua linguagem gráfica.
Exemplificando
A prática do desenho pode ser desenvolvida sob dois aspectos: o artís-
tico e o técnico. Como o próprio nome diz, o artístico envolve aspectos 
subjetivos e emocionais, que estão associados à arte, à ideia pessoal 
de se transmitir algo por uma linguagem individual (Figura 1.2). Já no 
desenho técnico, tais propriedades são totalmente excluídas, sendo 
13
o principal objetivo a transmissão exata de uma informação ou ideia. 
Para tanto, há de se compreender as regras estabelecidas previamente, 
as chamadas normas técnicas, criam o caráter lógico e racional do 
desenho, que passa a ter configurações exatas para a compreensão 
de suas informações, visando extinguir qualquer dúvida quanto a um 
determinado produto (ou componente) (Figura 1.3).
Figura 1.2 | Desenho artístico: pintura sobre óleo - Cavalo correndo
Fonte: Shutterstock.
Figura 1.3 | Exemplo de desenho técnico - Componente industrial
Fonte: elaborada pela autora.
14
Normas da ABNT
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional 
de Normalização, que ganhou reconhecimento da sociedade brasileira 
desde sua fundação, em 28 de setembro de 1940. Entidade privada e sem 
fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization 
for Standardization (ISO – Organização Internacional de Normalização), e 
é a responsável pela elaboração de Normas Brasileiras (NBR). Sua formação 
veio a respaldo do crescimento dos empreendimentos produtivos dentro das 
sociedades do Ocidente, quando o ganho de eficiência passa a ser essencial para 
a evolução industrial, econômica e social. Reflete sobre o processo no qual o que 
era antes regulado por hábito ou costume passa a ser organizado e transmitido 
aos demais como normativas. E dentre essas normativas, temos as que envolvem 
a representação do desenho técnico, isto é, aquelas que você precisa ter profundo 
conhecimento para atuar como projetista e desenhista.
Normas brasileiras aplicadas ao desenho técnico
Para seu conhecimento, é importante destacar que as normas brasileiras que 
direcionam a elaboração do desenho técnico englobam desde o dimensionamento 
de papéis até especificidades de desenho, como para as estruturas metálicas ou 
elementos de concreto. Para que você possa compreender melhor como elaborar 
um desenho, começaremos por algumas normas básicas principais, as quais são 
determinantes para o seu correto dimensionamento e detalhamento. 
Iniciaremos pela NBR 16752:2020 – Desenho técnico – Requisitos para 
apresentação em folhas de desenho. Esta norma traz especificações quanto ao 
formato das folhas de desenho e aos elementos gráficos, à localização e à disposição 
do espaço para desenho, ao espaço para informações complementares e legenda, 
ao dobramento de cópias e ao emprego de escalas a serem utilizadas em 
desenho técnicos.
Explica-se que esta norma entrou em vigor substituindo algumas outras que 
traziam especificações de desenho, tal como a NBR 10068:1987 (Folha de desenho 
– Leiaute e dimensões), a NBR 10647:1989 (Desenho técnico e terminologias) e 
a ISO 10209-2:2005 (Vocabulário – Termos relativos aos métodos de projeção). 
Trata-se de um compilado de outras normas que diziam respeito às diretrizes de 
desenho técnico.
Outras normas a serem referenciadas são:
• NBR 8402:1994 – Caligrafia técnica: fixa condições para a escrita usada 
em desenhos técnicos e documentos semelhantes.
15
• NBR 8403:1984 – Aplicação de linhas em desenhos: determina 
tipos e escalonamento de larguras de linhas para uso em desenho 
técnicos e documentos semelhantes.
• NBR 10067:1995 – Princípios gerais de representação de desenho 
técnico – Procedimento: fixa a forma de representação aplicada em 
desenho técnico.
• NBR 12298:1995 – Representação de área de corte por meio de 
hachuras em desenho técnico: direciona as condições exigíveis para 
representação de áreas de corte em desenho técnico.
• NBR 10126:1998 – Cotagem em desenho técnico: fixa os princípios 
gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos.
• NBR 6158:1995 – Sistemas de tolerâncias e ajustes: fixa o conjunto 
de princípios, regras e tabelas que se aplicam à tecnologia mecânica, 
a fim de permitir escolha racional de tolerâncias e ajustes, visando à 
fabricação de peças intercambiáveis.
• NBR 8404:1984 – Indicação de estado de superfície em desenho técnico: 
esclarece sobre os símbolos e as indicações complementares para a identifi-
cação do estado de superfície em desenhos técnicos.
As normativas visam à amenização do erro e ao ganho de eficiência frente 
à complexidade dos sistemas produtivos e sociais do mundo contemporâneo. 
Sendo assim, ao longo das unidades de ensino deste material, iremos, aos poucos, 
apresentar a você os principais conteúdos a serem apreendidos para o correto 
dimensionamento dos desenhos técnicos. Utilizaremos as normas e os exemplos 
gráficos, para que você possa compreender cada item estudado, bem como exercí-
cios que o farão colocar em prática o que está sendo passado. 
Entretanto, antes de mais nada, vamos nos ater às ferramentas que podem 
dar vida ao desenho técnico. Apesar de já termos adiantado a importância da 
computação gráfica na elaboração do desenho, é indiscutível que se tenha o 
domínio das ferramentas manuais de desenho. A compreensão sobre como se 
constrói um objeto por meio de instrumentos de desenho básicos envolve o 
desenvolvimento de sua cognição e de seu raciocínio lógico, fatores que serão 
primordiais para que, posteriormente, você consiga transpô-lo direto ao 
ambiente digital facilitado por programas específicos de desenho. Portanto, 
vamos conhecer algumas dessas ferramentas. 
16
Utilização de instrumentos
Os desenhos de caráter técnico devem cumprir a função de comunicar deter-
minadas informações por meio de seus elementos gráficos. Para serem bem execu-
tados, necessitam que o projetista tenha pleno domínio sobre as ferramentas que o 
viabilizam, bem como entenda os princípios básicos da geometria descritiva. Em 
relação aos instrumentos, temos: papel; lápis (e variações de lapiseira e grafite); 
borracha; régua; esquadros; transferidor e compasso. Para que você entenda 
melhor as características de cada um, discorreremos um pouco mais detalhada-
mente sobre cada um deles. 
Papel
As características do papel englobam gramatura, espessura, cor, superfície e 
tamanho. A NBR 16752:2020 fixa algumas informações sobre a dimensão 
das folhas de desenho, descrevendo o retângulo como formato básico 
para desenho. Os tamanhos derivam da série ISO-A e pela sua bipartição 
sucessiva, conforme Figura 1.4.
Figura 1.4 | Formatos derivados da série ISO-A (medidas em milímetros)
Fonte: adaptado de NBR 16752 (ABNT, 2020, p. 3).
De acordo com a norma, convém que a representação do desenho seja 
executada em menor formato possível, desde que sua interpretação não seja 
prejudicada. Dentre os formatos mais utilizados, temos os apresentados na 
Tabela 1.1. 
17
Tabela 1.1 | Formatos mais utilizados (série ISO-A)
DESIGNAÇÃO DIMENSÕES (mm)
A0 841 x 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
Fonte: adaptado de NBR 16752 (ABNT, 2020, p. 3).
É necessário destacar, também, o posicionamento das folhas de desenho, 
que pode ser tanto na vertical, chamado comumente de retrato, quanto na 
horizontal, ou paisagem (Figura 1.5).Figura 1.5 | Posição de trabalho da folha. Posição vertical, conhecida popularmente como retrato; 
posição horizontal, ou paisagem
Fonte: NBR 16752 (ABNT, 2020, p. 4).
Lápis, lapiseira e grafite
Como ferramenta básica para o desenho, o lápis – e sua derivação, a 
lapiseira – possui a propriedade de dar vida ao desenho planejado por meio 
do suporte do grafite. O grafite possui características que variam de acordo 
com sua dureza, sendo elas determinadas por um padrão de classificação que 
varia do 6H até 8B (Figura 1.6). 
A família dos grafites H apresenta propriedades de um grafite mais duro, 
claro e seco. Quanto maior o número H (referência à palavra inglesa hard, 
ou seja, duro), mais duro é o traço e, portanto, mais claro. Por outro lado, a 
família de grafites B apresenta uma configuração mais macia, com gradua-
ções que vão desde B até 8B. Nessa graduação, quanto maior o número B, 
mais macio e escuro é o traço. Salienta-se que, dentre as duas graduações, 
18
ainda existem as graduações HB (Hard e Black) e F (referência ao termo 
inglês fine), que apresenta um traço mais fino e resistente. 
Figura 1.6 | Graduação dos grafites por família
Fonte: elaborada pela autora.
Graduações, como 2B, B e HB, geralmente, são utilizadas para a escrita 
em geral, sendo também conhecidas como nº 1, nº 2 e 2½, respectivamente. 
Os lápis mais macios, tais como o 4B e o 6B, são bastante utilizados para 
escurecer e fazer preenchimentos. Os intermediários são indicados para 
sombreamentos, enquanto os mais duros são usados para desenhos, inclusive 
técnicos. Para o dia a dia, as graduações HB, B e 2B são boas referências, dado 
a boa resistência de seus grafites, traço mais escuro e facilidade ao apagar. 
Destaca-se, quanto a este último detalhe, que os grafites com propriedades 
mais secas e duras são mais difíceis de serem apagados, uma vez que acabam 
por marcar com maior afinco as superfícies de desenho. 
No caso das lapiseiras, além da composição do grafite, há também a 
graduação quanto à espessura deste, sendo as mais comuns as que variam 
de 0,3 mm até 0,9 mm. Essa graduação confere à lapiseira um risco fino, que 
pode ser elaborado com maior precisão e limpeza. 
A régua e o escalímetro
Popularmente conhecida, a régua confere estabilidade ao desenho, uma 
vez que possibilita que sejam traçados segmentos de retas mais exatos e 
bem dimensionados por possuírem uma divisão com unidades de medida 
linear. Por outro lado, tem-se o escalímetro, o qual, de modo simplificado, 
pode ser caracterizado como uma régua triangular de três faces e seis escalas 
diferentes, que servem para medir e fazer representações gráficas ampliadas 
ou reduzidas, garantindo, assim, proporcionalidade. Normalmente, apresenta 
as seguintes escalas: 1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100; 1;125.
Esquadros 
O esquadro é outro material de desenho de formato triangular muito 
utilizado para traçar segmentos de retas que determinam combinações de 
19
ângulos e linhas paralelas, oblíquas e perpendiculares. Normalmente traba-
lhado em pares, os esquadros podem apresentar ângulos de 30, 45 e 60 graus, 
e possibilitam a transferência de ângulos.
Compasso
O compasso é um instrumento que serve para traçar circunferências e 
arcos de diferentes raios e diâmetros. Composto por dois braços que se unem por 
uma das extremidades, a qual é manipulada de maneira a efetuar a transferência 
de medidas pretendida. Um desses braços configura-se por uma ponta seca, geral-
mente de metal e bem fina, que serve de eixo central e como elemento que fixa o 
instrumento sobre o papel, enquanto o outro braço, segurando um lápis ou grafite, 
é girado sobre esse eixo, formando o desenho da circunferência ou do raio desejado.
Transferidor
O transferidor é uma ferramenta para medição de ângulos. Normalmente 
encontrado em formato circular, ou meio círculo, ou seja, 360° e 180° graus, respec-
tivamente, possui uma escala que divide em ângulos cada seção. 
Esses são alguns dos instrumentos básicos que você deve conhecer e saber 
usar em seus desenhos. Agora que você já sabe um pouco mais sobre esse 
assunto, começaremos a compreender alguns dos detalhamentos que compõem 
o desenho técnico.
Margem, legenda e caligrafia técnica
Nesse primeiro momento, é válido nos atentarmos a alguns detalhes de 
desenho que o auxiliam quanto à clareza, à limpeza e à organização das infor-
mações que o comporão. Consultando novamente a NBR 16752:2020, uma 
das propriedades de desenho que são apresentadas é a margem (Tabela 1.2). 
Trata-se de um espaço que compreende o intervalo entre o quadro (espaço a 
ser trabalhado) e a borda da folha de desenho. 
Provavelmente, você já ouviu falar de margem quando estava elabo-
rando algum trabalho no computador, como uma monografia acadêmica. 
Geralmente, apesar de seguir as normas específicas de trabalhos acadêmicos, 
possui a mesma função que a utilizada para o desenho técnico, a qual 
consiste no espaço de intervalo respeitado entre a área de trabalho e as 
bordas da folha. 
Independentemente do trabalho que está a fazer, as margens estão 
presentes em quatro áreas da folha, sendo elas: margem direita, esquerda, 
20
superior e inferior. Para o desenho técnico, a ABNT fixa a dimensão das 
margens de acordo com o tamanho e o formato de papel que está sendo 
utilizado, conforme a Tabela 1.2. A margem esquerda sempre apresenta um 
espaçamento maior que as demais, para permitir que sejam realizados furos 
para arquivamento da folha. Somado a isso, tem-se também a largura da 
linha a qual a margem deve ser traçada, como se observa na mesma tabela.
Tabela 1.2 | Margens e larguras das linhas, conforme fixa a NBR 16752:2020
FORMATO
MARGEM LARGURA DA 
LINHA DO 
QUADROESQUERDA DIREITA SUPERIOR E INFERIOR
A0 20 mm 10 mm 10 mm 1,0
A1 20 mm 10 mm 10 mm 1,0
A2 20 mm 10 mm 10 mm 0,7
A3 20 mm 10 mm 10 mm 0,7
A4 20 mm 10 mm 10 mm 0,7
Fonte: adaptado de NBR 16752 (ABNT, 2020, p. 6).
Ao traçar a margem, você pode observar que a área de trabalho começa a ser 
delimitada. A próxima informação a ser inserida é a legenda. Esta deve ser elabo-
rada na forma de um quadro subdividido em campos de dados, contendo infor-
mações, indicações e identificações relevantes associadas ao desenho. Apesar de 
a ABNT apresentar uma listagem ampla de campos a serem seguidos, podemos 
destacar alguns mais importantes e habituais utilizados por empresas e também 
autônomos, sendo eles: proprietário legal e/ou empresa (nome, marca fantasia ou 
logotipo); título do projeto (produto, estrutura, etc.); número de identificação; tipo 
de documento; responsável(eis) pelo conteúdo; projetista; autor e aprovador; data 
da emissão; escala; número ou indicação sequencial da folha; nome do responsável 
técnico, título profissional e registro do órgão de classe, quando aplicável. 
Visando à qualidade gráfica do material, a ABNT apresenta que a legenda 
deve estar posicionada na horizontal e situada no canto inferior direito do quadro, 
apresentando, em todos os formatos, 180 mm de comprimento e altura variável, 
conforme exemplo da Figura 1.7.
21
Figura 1.7 | Exemplo de legenda apresentado pela NBR 16752:2020
Fonte: NBR 16752 (ABNT, 2020, p. 12).
Assimile
Apesar de o desenho técnico dispor de informações importantes 
para orientar a produção de um produto, sua eficácia comunicativa 
depende muito da qualidade e da clareza com que este se apresenta. 
No contexto industrial, é natural e indiscutível que a maioria das 
empresas trabalhe com uma gama imensa de produtos que se diferem 
pelo formato, pela utilidade, pelo processo fabril, pelas etapas de 
produção, entre outros fatores. Essa variedade demanda uma siste-
matização que possibilite que os diferentes produtos sejam organi-
zados de maneira a atender às necessidades da empresa quanto à 
identificação e ao controle de cada um. Para isso, é comum que as 
empresas utilizem documentos, os quais consistem em descrições 
importantes da peça ou do produto, que servem de referência para 
todos os setores industriais.Estes podem receber nomes diferentes, 
tais como: ficha técnica, guia de produção ou memorial descritivo. 
Muitos deles, além de apresentarem o desenho técnico, descrevem 
fluxos produtivos, demandas de máquinas, tempo de produção, etc. 
No caso de uma ficha técnica de produto, por exemplo, as informações 
devem ser objetivas e completas, corroborando com o entendimento 
dos diversos colaboradores envolvidos no projeto, no planejamento, 
na produção, na venda e na logística de um determinado produto. 
Nela, geralmente, o desenho técnico é apresentado junto às informa-
ções quanto ao material empregado; à quantidade de matéria-prima; 
ao código de identificação da empresa ou do cliente; ao nome do 
produto; aos detalhes de produção, entre outros. De maneira geral, 
esse recurso viabiliza a otimização das etapas de projeto, produção, 
venda e distribuição de um determinado produto. Trata-se de um 
elo comunicativo entre quem desenvolve o projeto, quem o produz e 
22
quem o vende e o distribui. Assim como o desenho técnico, as fichas 
técnicas devem possuir uma linguagem clara e universal, possibili-
tando que os dados apresentados sejam compreendidos por todos 
os envolvidos em sua produção. Para isso, apesar de não fixar um 
modelo obrigatório, a NBR 16752:2020 (Desenho técnico – Requisitos 
para apresentação em folhas de desenho) traz orientações quanto à 
construção de legendas com base na aplicação de alguns itens impor-
tantes para a compreensão da configuração técnica do produto, bem 
como da organização operacional dela.
Caligrafia técnica
Para garantir que as informações escritas que você inseriu no desenho 
sejam compreendidas, a NBR 8402:1994 apresenta algumas exigências que 
contribuem com a legibilidade, a uniformidade e a adequação da escrita aos 
processos de reprodução (Figura 1.8). Para tanto, os caracteres devem ser 
claramente distinguíveis entre si, evitando qualquer troca ou desvio mínimo 
da forma ideal. A caligrafia é composta por letras e algarismos que podem 
estar na vertical ou inclinados para a direita, formando um ângulo de 75° 
com a linha horizontal. Para uma boa apresentação, a norma fixa que: 
• A escrita deve ser aplicada na mesma largura de linha para letras 
maiúsculas e minúsculas.
• Os caracteres devem ser escritos de forma que as linhas se cruzes ou 
se toquem, aproximadamente, em ângulo reto.
• A altura h possui razão correspondente à razão dos formatos de papel 
para desenho técnico.
Figura 1.8 | Caracteres usados – fonte ISOCPEUR.tff, AutoCAD
Fonte: elaborada pela autora pelo AutoCAD (AUTODESK, 2020).
Em outras palavras, explica-se o seguinte:
• Toma-se altura h das letras maiúsculas como base para o dimensio-
namento das demais.
23
• Divide-se h em três partes iguais; em seguida, adiciona-se mais uma 
parte para baixo.
• Por meio de traçados bem finos e sem colocar muita pressão sobre o 
grafite, traçam-se linhas guias. Estas serão essenciais para o correto 
dimensionamento e posicionamento da escrita.
• Para as letras maiúsculas, deve-se utilizar a própria altura h, enquanto 
para as minúsculas, 2/3 da h. 
• Pernas ou hastes das letras ocupam o espaço a mais atribuída à divisão, 
tanto para cima quanto para baixo.
• As alturas h e c não devem ser menores que 2,5 mm (Figura 1.9).
Figura 1.9 | Características da forma de escrita fixadas pela NBR 8402:1994
Fonte: NBR 8402 (ABNT, 1994, p. 2).
Reflita
Como pode observar, o desenho técnico corresponde a uma ferra-
menta importante para as empresas que se inserem na prática indus-
trial de desenvolvimento de produtos. Um desenho bem elaborado é 
um processo relevante para a melhoria da empresa em decorrência da 
assertividade quanto ao componente a ser produzido. Mas, vejamos: 
dentro de uma empresa, é comum que vários setores estejam envol-
vidos, especialmente, projeto (concepção), desenho e produção, certo? 
Trabalhar com uma linguagem gráfica universal é uma das estratégicas 
que auxilia a boa comunicação entre esses setores, contudo sabe-se 
que nem todos os profissionais possuem as mesmas habilidades e 
competências desenvolvidas. Então, nesse caso, como saber utilizar 
o desenho como instrumento de coesão entre os setores? Como a 
empresa pode preparar melhor seus colaboradores, a fim de que todos 
possam compreender um desenho e uma ficha técnica? Seria a ficha 
técnica o melhor instrumento para contribuir com a organização de 
uma empresa?
24
Nesta seção, você teve um primeiro contato com o desenho técnico. 
Discorremos sobre sua evolução e importância no desenvolvimento industrial e 
iniciamos seu aprendizado sobre como desenvolvê-lo mediante as normas que o 
padronizam. Ótima forma de começar a desenvolver novas competências. Então, 
vamos para a nossa próxima seção!
Sem medo de errar
Vamos voltar ao nosso desafio? Como contextualizado, a empresa de 
ramo automotivo na qual você é colaborador iniciou uma capacitação para 
quem queira se aperfeiçoar como desenhista técnico. Interessado, o curso 
tem feito você enfrentar alguns desafios, sendo o primeiro: construir uma 
prancha A4, a qual servirá de modelo padrão para toda empresa e contribuirá 
com a organização e o fluxo de informação interno. Então, vamos analisar os 
caminhos que tomou:
• Com uma folha sulfite em tamanho A4, inicie as demarcações de 
margem. Nesse momento, pegue as normas da ABNT e verifique as 
dimensões mínimas a serem consideradas. Utilize régua e esquadros.
• Antes de traçar a legenda, faça um esboço de sua legenda em um 
rascunho separado. Por meio dele, você pode identificar com mais 
exatidão os campos que precisa desenhar, bem como dimensionar 
corretamente para que caibam as informações necessárias.
• Com o esquema da legenda decidido, utilize régua e esquadro para 
traçá-la. Em seguida, com caligrafia técnica, exponha as informa-
ções pertinentes.
• Esse instrumento deverá possuir, no mínimo, os seguintes elementos: 
– Margens (20 mm esquerda e 7 mm nas demais). 
– Legenda (180 mm de largura; altura variável) preenchida com o 
nome e/ou logo da empresa (pode ser fictícia); número da folha; 
descrição (título) da peça; escala; nome do projetista e revisor 
final; e data.
– Nome da prancha (ficha técnica do produto).
– Legenda (espaço pré-determinado).
– Nome de cada desenho com legenda.
• Modelo finalizado (Figura 1.10):
25
Figura 1.10 | Exemplo de modelo padrão
DESCRIÇÃO DA PEÇA E PARTES
LEGENDA (CORES E SÍMBOLOS)
LOGO
NOME DA
EMPRESA
NOME DA PEÇA CÓDIGO DA PEÇA
PROJETISTA RESPONSÁVEL
NOME DO PROJETISTA
REVIÃO FINAL
NOME DO SUPERVISOR
DATA REVISÃO FINAL E APROVAÇÃO ESCALA
1:1
Nº. FOLHA
1 DE 3
UNIDADE DE MEDIDA
MILÍMETROS
Fonte: elaborada pela autora.
Avançando na prática
Consultoria em empresa de modelagem 
tridimensional
Você é contratado por uma empresa de modelagem 3D para ser consultor. 
Logo quando chega, é contextualizado sobre a realidade difícil pela qual a 
empresa está passando e os problemas quanto à estabilidade frente à concor-
rência do mercado. Dentre os problemas, você analisa que há um gap na 
rotina de produção em decorrência de falhas constantes na impressão de 
peças de diferentes complexidades. Em contato com o pessoal de projeto, 
você percebe que a equipe de modelagem está tendo dificuldades em transpor 
com exatidão as características dos dispositivos a serem impressos para o 
software de modelagem. Ocorre que os desenhos que chegam às mãos dos 
designers apresentam inconsistências e falta de informação sobre o dimen-
sionamento das peças, o que implica erros constantes por parte do pessoal 
de modelagem. Com isso, a empresa está atrasando pedidos e desperdiçando 
grande quantidade de material no decorrer das impressões. Em vistas disso, 
o que acredita que possa ser feito para que a empresa esteja mais preparada 
26
frente à concorrência? Além disso, o que pode ser feito para que sejam 
sanadas essas falhas na produção?
Resolução da situação-problema
Lidar com falhas na produção requer o conhecimento acerca do contexto 
geral de umaempresa. Neste caso, uma das primeiras ações seria reconhecer 
de onde e como estão vindo os desenhos apresentados aos projetistas da 
modelagem. Ou seja, esses desenhos estão vindo direto dos clientes, ou 
estão passando pelos desenhistas da própria empresa? O desenho técnico 
requer conhecimento sobre regras de apresentação, assim como demanda 
domínio acerca da decomposição de vistas e perspectivas. Se o desenho está 
vindo direto do cliente, cabe à empresa, junto ao setor de projeto e desenho, 
verificar a conformidade com a qual ele está sendo apresentado. Em caso de 
inconformidades, tanto em relação aos padrões de desenho quanto à incom-
preensão do objeto (projeto), é importante que a empresa entre em contato 
com o cliente antes que sejam feitas as impressões finais, evitando prejuízos 
decorrentes de erros do produto final. 
Outra estratégia seria a elaboração de uma peça piloto a partir do que 
foi apresentado, processo que poderia ajudar a identificar os erros e, conse-
quentemente, ajustá-los. Contudo, tal estratégia dispenderia tempo e custos 
à empresa, o que poderia não ser vantajoso.
Por outro lado, se o desenho está vindo com problemas do setor de 
projeto da própria empresa, cabe aos supervisores identificar o que pode 
estar afetando seu desenvolvimento. Fatores, como insuficiência de conhe-
cimento sobre as bases de um desenho técnico e falta de domínio técnico 
de seus instrumentos, podem ser alguns dos motivos que geram erros no 
documento final. 
Devemos considerar que, acima de tudo, independentemente da origem 
dos desenhos técnicos, quando identificados erros, estes devem sempre ser 
analisados com base nas normativas fixadas pelas ABNT. A falta de conheci-
mento sobre as regras gráficas definidas pela norma é o fator que mais preju-
dica o desenvolvimento adequado do desenho, fazendo-o inconsistente em 
relação à informação que deveria passar. Isso quer dizer que compreender as 
diretrizes gráficas que fazem do desenho uma linguagem universal garante 
que o projetista (e desenhista) passe todas as informações necessárias do 
projeto a quem executará (ou produzirá).
27
Faça valer a pena
1. A ABNT NBR 16752:2020 (Desenho técnico – Requisitos para apresen-
tação em folhas de desenho) estabelece os requisitos para as características 
dimensionais das folhas em branco e margens, as condições requeridas para a 
localização e disposição do espaço para desenho, o espaço para informações 
complementares e etiqueta e o emprego de escalas e dobramento de cópia a 
serem aplicados em desenhos técnicos.
Com base em seu conhecimento sobre esta norma, assinale a alternativa 
correta:
a. O formato A2 apresenta 297 x 841 de dimensão, o mesmo que duas 
folhas A4 juntas.
b. O maior formato de folha de desenho indicado pela norma é o A1.
c. O formato básico para a folha de desenho referenciado pela norma é 
a de um quadrado.
d. Os desenhos devem ser apresentados sempre no menor tamanho de 
folha possível, desde que isso não prejudique sua interpretação.
e. As folhas de desenho de tamanho A1 e A2 devem ser usadas, prefe-
rencialmente, na vertical, com a legenda sempre colocada do lado 
esquerdo (de quem olha a prancha), encostada à margem inferior.
2. O desenho tem um papel essencial na qualidade final dos produtos a 
serem produzidos. Dentre os elementos gráficos, a escrita corresponde a uma 
parte importante no desenvolvimento das fichas técnicas, em decorrência da 
sua propriedade informativa.
Em relação à caligrafia técnica e à composição das legendas, assinale a 
alternativa correta:
a. A norma NBR 6492:1994 fixa algumas convenções para a escrita em 
desenho técnico, que incluem dimensões e quantidade máxima de 
texto a ser apresentada.
b. A legenda deve ser preenchida com o uso de caligrafia técnica 
adequada e com informações suficientes para que o projetista identi-
fique apenas o nome do responsável e o material que o elemento deve 
ser produzido.
28
c. A legenda deve apresentar, no mínimo, informações quanto à identi-
ficação da empresa e do profissional responsável pelo projeto; identi-
ficação do cliente; título do desenho; sequência de paginação; escala; 
data; autoria de desenho e do projeto e indicação de revisão.
d. A escrita técnica deve ser utilizada, pelo menos, na legenda, onde os 
nomes do autor do projeto e do cliente devem estar claros.
e. A caligrafia técnica deve ser usada nas anotações principais do 
desenho, sendo as notas explicativas livres de tal padronização.
3. A escolha do formato e das dimensões de uma folha para projeto depen-
derá do conteúdo a ser apresentado nela. Portanto, o projetista ou desenhista 
deve compreender sobre o desenho que estará desenvolvendo, para que possa 
organizá-lo de maneira lógica, clara e racional.
Considerando o tamanho e formato da folha, julgue as afirmativas a seguir 
em verdadeiras(V) ou falsas (F).
( ) As folhas de desenho podem estar no sentido horizontal ou vertical.
( ) Para folhas maiores que o tamanho A4, é recomendado que se trabalhe 
na posição horizontal.
Ao se utilizar formatos muito grandes de folha, tem-se que tomar cuidado 
com a escala utilizada e a quantidade de desenhos apresentados, afinal, uma 
prancha de trabalho deve esclarecer, e não confundir.
( ) Em tamanhos A4, não são necessárias as legendas, por não ter área de 
trabalho suficiente.
Com base no apresentado, assinale a alternativa que apresenta a sequência 
correta:
a. V – V – F – V.
b. F – V – F – V.
c. V – V – V – V.
d. V – V – V – F.
e. F – V – V – F. 
29
Seção 2
Geometria descritiva básica
Diálogo aberto
Olá! Seja bem-vindo.
Antes de apresentarmos todo o conteúdo, começaremos pensando na 
seguinte pergunta: quantas vezes você já precisou recorrer ao manual de um 
produto, seja por precisar de instruções quanto ao uso, seja por necessitar de 
orientação sobre sua montagem? Então, lembrou de alguma situação? Agora, 
reflita sobre como ele lhe ajudou. Com base apenas nos textos, você conse-
guiu tirar todas as suas dúvidas? Ou os desenhos foram significativos para 
ajudá-lo a compreender como montá-lo ou usá-lo? Há grandes chances de 
você concordar que eles ajudaram muito. Isso se deve à capacidade de eluci-
dação incomparável do desenho. Todavia, para que o desenho cumpra seu 
objetivo de auxiliar o usuário, ele deve ser representado de maneira clara, 
capaz de ser interpretado por diferentes pessoas. Para que isso seja possível, 
o desenhista responsável pela parte gráfica do manual tem que lançar mão da 
geometria descritiva para elaborar desenhos sobre a montagem ou o uso de 
um determinado produto, os quais sejam claros e fáceis de serem interpre-
tados. Essa propriedade é a mesma aplicada aos desenhos técnicos, uma vez 
que estes também utilizam a geometria descritiva para representar, no plano, 
objetos tridimensionais. 
Portanto, nesta seção, você encontrará ferramentas importantes, 
que servirão de base para a construção de desenhos por meio da geome-
tria descritiva. Serão apresentados a você alguns conceitos e aplicações de 
ângulos, retas, círculos, traçado em desenho, tipos de linha, figuras planas e 
sólidos geométricos. Este conteúdo lhe auxiliará a iniciar os desenhos. 
Então, retornemos ao contexto de elucidação prática apresentado 
anteriormente: o da sua capacitação para atuar como desenhista técnico em 
uma das linhas de produção da empresa que trabalha. No problema que lhe 
foi apresentado, você o resolveu desenvolvendo um modelo de ficha técnica 
que será aplicado a todos os setores da empresa. Agora, veja bem, o principal 
objetivo de uma ficha técnica de produto é apresentar as informações 
corretas sobre um determinado objeto que será produzido. Isso quer dizer 
que apenas informações verbais não serão suficientes para elucidar questões 
sobre dimensionamento, formato, ângulos, entre outras configurações do 
objeto, concorda? Por exemplo, imagine você explicando apenas verbal-
mente a construção de uma peça de quebra-cabeça. Conseguiu, em poucas 
30
palavras, esclarecertudo sobre sua configuração? Acredita ser suficiente 
para que todos os outros setores da produção entendam? Concorda que um 
desenho seria muito mais esclarecedor? Sabendo que sim, nada mais impor-
tante do que o representar de maneira clara e acurada, certo?
Nesse sentindo, considerando seus afazeres como desenhista projetista 
da empresa, seu desafio agora será organizar os desenhos dentro da área de 
trabalho desta ficha técnica que elaborou. Ocorre que a empresa acabou de 
repassar a você o esboço de uma nova peça automotiva a ser inserida na linha 
de produção, conforme consta na Figura 1.11, e cabe a você interpretá-lo 
e transferi-lo para uma ficha técnica, seguindo a configuração exigida nos 
desenhos técnicos, que estejam em conformidade com as NBRs pertinentes. 
Atente-se aos tipos de linhas, retas, circunferências e ângulos que apresen-
tará. Utilize as ferramentas de desenho que você é familiarizado. Aproveite e 
pratique o uso de réguas e esquadros. Siga as medidas reais apresentadas no 
esboço. Bom trabalho!
Figura 1.11 | Esboço da peça a ser inserida na linha de produção
Fonte: elaborada pela autora. 
31
Não pode faltar
O nascimento da Geometria Descritiva remonta ao século XVIII, quando 
o matemático francês Gaspar Monge (1746-1818) idealizou um sistema de 
representação gráfica de objetos tridimensionais no plano que revolucionou, 
inicialmente, a engenharia militar e o desenho técnico. O método descritivo 
contribuiu para que problemas de representação das figuras espaciais fossem 
resolvidos por meio da construção de vistas e obtenção das grandezas de 
cada face do objeto. 
Compreender os fundamentos e a aplicação da Geometria Descritiva é 
importante para o aperfeiçoamento da visualização e orientação espacial, 
capacidades indispensáveis para a construção de desenhos técnicos. Para 
tanto, você será apresentado a alguns conceitos e ferramentas desta disciplina 
matemática, que são a base para o desenvolvimento de toda a complexidade 
de seu método. Sendo assim, começaremos pelas noções sobre ângulos e 
traçados em desenhos. 
Ângulos
Os ângulos são conhecidos como a região na qual duas semirretas que 
compartilham o mesmo ponto se iniciam, formando o vértice. Essa região é 
medida em graus �� � ou radianos (rad), sendo a primeira a mais comum. 
Podem ser classificados em reto AÔB � �� �90 , agudo AÔB � �� �90 ,obtuso
( )90 180� � � � AÔB e raso AÔB � �� �180 , conforme exposto na Figura 1.12(a). Para 
sua medição é utilizado o transferidor. Para isto, você deve posicionar o 
vértice do ângulo no centro do transferidor, e uma das semirretas apontando 
para o 0°. O ângulo corresponderá ao que a outra semirreta apontará, como 
indicado na Figura 1.12. 
Figura 1.12 | (a) Tipos de ângulos e (b) posicionamento do esquadro
Fonte: elaborada pela autora.
32
Traçados em desenho
O traçado é o principal elemento que compõe o desenho. Os instru-
mentos de desenho são ferramentas indispensáveis para garantir que ele 
saia preciso e limpo, o que implica saber utilizá-los corretamente. Tal habili-
dade é decorrente da prática contínua, a qual possibilita que você os 
manipule em conjunto com uso do lápis (ou lapiseira) durante a solução 
de problemas de geometria.
O esquadro, por exemplo, permite que você resolva grande parte dos 
problemas de traçado. Geralmente, não possui graduação e é utilizado junto 
à régua ou aos pares, sendo um com ângulo de 45°, e outro com ângulos de 
30° e 60°. A borda do esquadro deve ser reta para que o lápis possa ser utili-
zado levemente inclinado para a direção do movimento, conferindo maior 
precisão e nitidez ao traçado. 
Outro instrumento importante na solução de problemas de geometria 
é o compasso. Além de possibilitar o desenho de arcos e circunferências, 
ele permite transportar medidas. Para utilizá-lo, você deve marcar o ponto 
central ou inicial e posicionar sobre ele a ponta seca do compasso. Assim, ao 
girá-lo, normalmente em sentido horário e levemente inclinado, segurando 
pela ponta superior, será possível traçar o arco ou a circunferência que deseja. 
Para ajustar o compasso, ou seja, sua abertura, utilize a graduação da régua 
ou do escalímetro.
Retas
Você pode compreender por reta o deslocamento de um ponto em uma 
única direção, sendo composta por infinitos pontos que a fazem infinita 
em ambos os sentidos. Por um único ponto podem passar infinitas retas, 
contudo, por dois pontos, passa-se apenas uma reta. A semirreta se forma 
quando você divide uma reta em duas partes, dando-lhe um ponto de origem 
em uma das extremidades, enquanto a outra continua a ser infinita. Já por 
segmento de reta entende-se como o pedaço limitado de reta formado pela 
marcação de dois pontos distintos sobre uma reta (Figura 1.13). 
Quanto à sua posição absoluta, uma reta pode ser horizontal, vertical 
ou inclinada. Quanto à sua posição relativa, pode ser classificada em decor-
rência de seu posicionamento com uma outra, sendo as mais comuns: (1) 
paralelas, quando não existe nenhum ponto em comum entre as retas por 
estarem posicionadas uma ao lado da outra; (2) perpendiculares, quando 
possuem um ponto em comum que se forma pela intersecção de duas retas 
que geram entre si um ângulo de 90° (reto); e (3) oblíquas ou inclinadas, 
33
quando duas retas se interceptam, formando um ângulo qualquer que seja 
diferente de 90° (Figura 1.13).
Figura 1.13 | Tipos de retas, posição absoluta e posição relativa das retas
TIPOS DE RETAS POSIÇÕES ABSOLUTAS
RETA HORIZONTAL
SEMI-RETA
SEGMENTO DE RETA
A
A B IN
CLIN
ADA
VE
R
TI
C
AL
POSIÇÕES RELATIVAS
RETAS PARALELAS RETAS PERPENDICULARES
90º
OBLÍQUAS OU INCLINADAS
Fonte: elaborada pela autora.
Assimile
A bissetriz é uma semirreta que se origina no vértice, formado por 
outras duas semirretas, que divide o ângulo em dois ângulos com a 
mesma medida. Esse elemento é essencial para as composições geomé-
tricas, principalmente quando se trata de desenhos que analisam os 
triângulos. Para encontrá-la, você só precisa de um compasso e de uma 
régua, conforme descrito na Figura 1.14. 
Figura 1.14 | Bissetriz
 
Fonte: elaborada pela autora.
34
Outra forma de se trabalhar com ângulos é no ponto de encontro de 
duas retas. Ao se cruzarem, as retas formam um ponto (V), o qual as 
dividem em quatro semirretas, que formam quatro ângulos. Quando 
dois desses ângulos estão lado a lado, são chamados de adjacentes; 
quando opostos, são classificados como opostos pelo vértice, ou 
congruentes, quando juntos formam um ângulo de 180°, conforme 
apresentado na Figura 1.15. 
Figura 1.15 | Classificação dos ângulos de acordo com sua posição
 
Fonte: elaborada pela autora.
Círculos
Os círculos estão associados às circunferências, as quais compreendem 
um conjunto de pontos do plano que são equidistantes a um ponto central, 
chamado de centro (C). O segmento de reta que liga o centro até qualquer 
ponto da circunferência é conhecido como raio (r), enquanto a reta que 
une dois pontos da circunferência, passando pelo centro, corresponde ao 
diâmetro (D). A soma de todos os pontos internos à circunferência forma o 
círculo (Figura 1.16).
Figura 1.16 | Círculo, raio e diâmetro
Fonte: elaborada pela autora.
35
Tangência
A tangência também está associada às circunferências, mais especifica-
mente à posição de um ponto em relação a ela. Este ponto, chamado de ponto 
de tangência, corresponde ao único ponto (P) comum entre a circunferência 
e uma reta ou outra circunferência (Figura 1.17). Uma reta tangente se inter-
cepta com a circunferência em um único ponto (P), fazendo um ângulo de 
90° com o raio de seu ponto de tangência (Figura 1.17).
Figura 1.17 | Tangências
Circunferências tangentes 
(interior) Traçar reta tangente com o uso do compasso
Circunferências tangentes 
(exterior)
Reta tangente
Ponta seca do 
compasso
Ponta com grafite do 
compasso
Fonte: elaborada pela autora.
Tipos de linha: Uso de linhas contínuas, tracejadas e traço e 
ponto
O desenho técnico utiliza diferentestipos de linhas para se fazer melhor 
compreendido, evitando informações conflituosas. Elas podem variar tanto 
de espessura como de tipo, como é o caso das linhas tracejadas. A NBR 8403 
(ABNT, 1984) apresenta como a aplicação das linhas deve ser feita, fixando 
tipos e escalonamento de larguras para determinar diferentes formas de 
representação, conforme a Tabela 1.3.
36
Tabela 1.3 | Tipos de linhas de acordo com a NBR 8403
Fonte: adaptada de ABNT (1984, p. 2).
Figuras planas 
As figuras planas correspondem às formas geométricas dispostas no 
plano bidimensional que compreendem uma região plana fechada por 
segmentos de reta (mínimo três, com exceção do círculo). Elas correspondem 
aos polígonos (poli = muitos; gonos = ângulos). Quando possuem todos os 
lados iguais e, consequentemente, seus ângulos internos, caracterizam-se por 
serem regulares, e quando não, irregulares. Os mais comuns são o triângulo, 
o quadrado, o retângulo, o trapézio, o paralelogramo, o losango, o pentágono 
e o hexágono (Figura 1.18). 
As figuras planas possuem duas dimensões, comprimento e largura, as 
quais, aplicadas em fórmulas matemáticas, possibilitam que sejam medidos 
seu perímetro e sua área de superfície. O perímetro é a medida do contorno 
de uma figura geométrica, sendo obtido pela soma dos lados do polígono. No 
caso do círculo, o perímetro corresponde ao comprimento da circunferência 
de mesmo raio, que pode ser obtido por meio da fórmula: C r= 2p . Já para 
37
a área, fórmulas matemáticas específicas são atribuídas de acordo com o 
padrão geométrico de cada uma (Figura 1.18).
Figura 1.18 | Figuras planas
Triângulo Quadrado Retângulo Trapézio
Paralelogramo Losângo Pentâgono Hexágono Círculo
Fonte: elaborada pela autora.
Reflita
Agora que você já sabe sobre as figuras planas, consegue enxergá-las 
em diversos objetos presentes no seu dia a dia? Façamos o seguinte 
teste: ao voltar para casa, identifique no caminho pelo menos dez desses 
objetos. Aproveite para desenhá-los em uma folha de caderno mesmo. 
Isso ajudará a praticar o desenho, os traços, a noção de dimensão, 
entre outros aspectos cognitivos. Aposto que você vai se surpreender 
com a presença da geometria em nossas vidas. Ao desenvolver esta 
percepção, você passa a construir seu raciocínio lógico, bem como a sua 
visão espacial, competências indispensáveis aos profissionais que lidam 
com projeto e desenho projetivo. 
Como estímulo, lembre-se de que esse exercício, junto ao conteúdo 
que você já aprendeu, é uma ferramenta muito importante, que pode 
contribuir para o aperfeiçoamento de sua visão espacial e, consequen-
temente, para a qualidade dos desenhos que apresentará durante sua 
atuação profissional 
Então, vamos lá! Quais objetos conseguiu identificar? 
38
Sólidos geométricos
Vamos, agora, conhecer os sólidos geométricos? Veja a Figura 1.19 
que segue.
Figura 1.19 | Planos cartesianos e sólidos geométricos
Plano cartesiano (a) Prismas (b)
Prisma 
triangular
Prisma 
quadrangular
Prisma 
pentagonal
Pirâmide
 triangular
Pirâmide 
quadrangular
Pirâmide
pentagonal
Prismas (c)
Vértice Arestas 
(segmento de reta)
Polígono 
(base quadrado)
Sólido de revolução (D)
Fonte: elaborada pela autora.
Os sólidos geométricos são elementos tridimensionais formados por 
polígonos. Conforme apresentado na Figura 1.19a, suas três dimensões compre-
endem: comprimento (eixo y), altura (eixo z) e largura (eixo x) do plano cartesiano. 
Eles podem ser classificados em três tipos: prisma, pirâmide e sólido de revolução, 
conforme as Figuras 1.19b e 1.19d. 
Os prismas são sólidos geométricos limitados por regiões planas poligonais, 
que passam a ser denominadas face ou lado. Você pode compreendê-los também 
39
como uma pilha de polígonos iguais, que são organizados muito próximos uns dos 
outros (Figura 1.19b).
Exemplificando
Conhecer os conceitos e a aplicação da geometria envolve capacidades 
cognitivas que contribuem para a solução de problemas relacionados 
ao projeto e, naturalmente, ao desenho. É natural que você perceba, 
inicialmente, certa dificuldade em sistematizar todo o conceito 
apresentado e compreender toda a noção espacial que a geometria 
envolve. Entretanto, existem ferramentas de fácil acesso e prática que 
podem contribuir para que você desenvolva sua percepção espacial. 
E uma delas é bem interessante: o origami. Sim, a prática de origem 
japonesa que envolve a manipulação de pedaços de papéis por meio de 
dobraduras sistematizadas pode ajudar muito a compreender, princi-
palmente, os sólidos geométricos. Comece com formas simples, como a 
pirâmide. Por ela é possível estabelecer uma relação entre a confecção 
volumétrica do sólido e a abstração dos conceitos estudados. Como 
auxílio, você pode seguir o passo a passo da Figura 1.20. Aproveite e 
pesquise por formas cada vez mais complexas. Isso irá ajudá-lo em 
diversos aspectos cognitivos envolvendo a geometria e o desenho, bem 
como vai ser uma oportunidade para você aprender e se divertir. 
Figura 1.20 | Passo a passo da pirâmide origami
 
Comece traçando um 
triângulo equilátero, 
mesma medida em todos os lados.
Marque o centro dos 
segmentos de retas que 
compõe os lados do triângulo.
Trace outro triângulo 
a partir dos pontos marcados.
Estenda por alguns milímetros
 os segmentos de retas do 
novo triângulo desenhado e 
faça as dobrar que serão coladas.
Corte, dobre nos locais
indicados e cole as dobras
fechando as extremidades
da pirâmide. 
Fonte: elaborada pela autora.
40
Quando os polígonos da face se encontram, forma-se um segmento de 
reta que passa a ser chamado de aresta. Qualquer ponto de encontro de 
duas ou mais arestas é chamado vértice. A nomenclatura do prisma segue o 
mesmo nome da figura plana geométrica que lhe deu origem.
A pirâmide é composta por planos que decrescem até chegar a um ponto, 
o vértice principal, localizado em seu topo. Sua base é composta por um 
polígono, por exemplo, um quadrado (Figura 1.19c). 
Os sólidos de revolução são formados pela rotação de uma figura plana, 
a geradora, em torno de seu eixo central, formada pela linha geratriz, até 
completar uma volta completa. Os principais exemplos desse sólido são o 
cone, o cilindro e a esfera (Figura 1.19d).
Assimile
Vamos aprofundar um pouco mais seu conhecimento sobre sólidos 
geométricos? Conhecidos também por poliedros, esses elementos 
podem ser classificados como regulares ou irregulares. Um poliedro, 
para ser regular, deve ter três características: ser convexo, ser formado 
por polígonos (faces) que são regulares e congruentes e pertencer ao 
conjunto de poliedros de Platão. 
Para que você compreenda melhor essa última característica, é impor-
tante que saiba que este nome surgiu em decorrência dos estudos do 
filósofo grego Platão, responsável por determinar que existiam apenas 
cinco poliedros regulares: o tetraedro, o hexaedro, o octaedro, o dodeca-
edro e o icosaedro (Figura 1.21). Nestes poliedros, os vértices possuem 
o mesmo número de arestas. Além disso, devem respeitar a relação de 
Euler, que consiste em: V – A + F = 2, sendo V o número de arestas, A o 
número de arestas e F o número de faces.
Figura 1.21 | Poliedros de Platão
Tetraedro Hexaedro Octaedro Dodecaedro Icosaedro
Fonte: elaborada pela autora.
41
Por poliedros convexos compreende-se os que possuem todas as suas 
extremidades contidas dentro da forma. Já os poliedros côncavos 
possuem extremidades que estão fora da forma. Estes estão associados 
aos tipos de polígonos convexos e côncavos. Os polígonos são convexos 
quando um segmento de reta determinado por dois pontos quais-
quer no interior do polígono também estiver por completo dentro 
do polígono. Quando ocorre de esse segmento não estar totalmente 
contido no interior do polígono, enquanto os pontos estão, este 
polígono é convexo (Figura 1.22). 
Figura 1.22 | Poliedros e polígonos convexos e côncavos
Poliedro 
convexo
Poliedro 
côncavo
Polígonos convexos
Polígonos côncavos
Fonte: elaborada pela autora.Chegamos ao fim do conteúdo de mais uma unidade. Aproveite para fixar um 
pouco mais o apreendido e faça com bastante atenção os exercícios da unidade. 
Ótimo trabalho!
Sem medo de errar
Lembra-se do desafio que recebeu como demanda de projeto da empresa 
onde é colaborador? Exatamente nessa tarefa a noção de geometria descri-
tiva é bem explorada. Apesar de o esboço facilitar a compreensão do que foi 
lhe pedido, você teve que utilizar dos seus conhecimentos técnicos sobre a 
manipulação dos instrumentos de desenho. Além disso, sua percepção foi 
estimulada ao ter que julgar qual ângulo deveria considerar para elaborar 
o desenho corretamente. Sabe uma forma eficaz de fazer isso? Reconhecer 
o ângulo por meio dos próprios esquadros. Tomá-los a mão e observar os 
ângulos que possuem é um exercício que contribui para identificar os que 
foram utilizados nos esboços, afinal, eles também seguem padrões de desenho 
bem fundamentados. Sendo assim, considerando o esboço apresentado, 
42
você conseguirá rapidamente associá-lo ao esquadro de ângulo reto de 30°. 
Considerando esse processo e os padrões de representação da ABNT, você 
chegará a esse resultado bem parecido com o da Figura 1.23:
Figura 1.23 | Referência para verificação do desenho técnico
Fonte: elaborada pela autora.
RESOLUÇÃO:
Para que possa compreender melhor como chegar a este desenho, vamos 
lhe ajudar apresentando um passo a passo do traçado (Figuras 1.24, 1.25, 
1.26 e 1.27). Esse processo contribuirá com seu aprendizado e entendimento 
acerca da geometria descritiva e da construção do desenho técnico. Usaremos 
códigos (letras e números) para orientá-lo, tais como P1, P2, h, entre outros. 
43
Figura 1.24 | Resolução - Parte 1
Fonte: elaborada pela autora.
1. Com o auxílio de um esquadro, trace duas retas perpendiculares (a;b). 
Encontre o P1. Faça traços leves, sem colocar muita pressão no lápis.
2. Posicione o esquadro sobre o P1 e encontre 120 graus. Marque-o e trace 
outra reta (c). Novamente, sem colocar muito pressão sobre o lápis.
3. Marque o comprimento das retas, encontrando o P2 e P3 (170 mm).
4. Com o compasso, trace as seis circunferências, conforme as medidas 
dos raios apresentadas no desenho (C1, C2, C3, C4, C5 e C6).
44
Figura 1.25 | Resolução - Parte 2
Fonte: elaborada pela autora.
5. Comece a traçar a mediatriz do primeiro eixo. Para isso, faça uma circunfe-
rência com raio maior que o da C4. Posicione a ponta seca sobre P2 e risque 
a circunferência (d). Com a mesma medida no compasso, faça o mesmo na 
circunferência C1. Marque os dois pontos de intersecção (P4; P5) entre as 
circunferências e trace uma reta passando por ambos (f).
6. Com o compasso, meça a distância entre o P2 e P5. Para isso, posicione a 
ponta seca do compasso sobre C1 e a ponta com grafite sobre P5. Com o 
compasso aberto, transfira essa medida posicionando a ponta seca sobre o 
ponto central formado entre a mediatriz (f) e o eixo entre P1 e P2. 
7. Com a ponta de grafite, trace uma circunferência. Marque os pontos de 
intersecção entre a nova circunferência e as demais (P6; P7; P8; P9). Faça o 
mesmo com o outro eixo (P1 e P3).
Figura 1.26 | Resolução - Parte 3
Fonte: elaborada pela autora.
45
8. Junte os pontos com retas: P7-P9; P6-P8; P10-12; P11-P13; em seguida, 
prolongue os eixos das mediatrizes até que se encontrem (P14). 
9. Trace uma reta passando pelos dois pontos P6 e P7, e prolongue-a. 
Faça o mesmo com os pontos P13 e P12. Utilize o esquadro, certi-
ficando-se de que ambas as retas (k, l) estejam perpendiculares aos 
eixos centrais da peça. Quando ambos os segmentos se encontrarem, 
marque o P15 e trace a circunferência tangenciado os segmentos h e j.
Figura 1.27 | Resolução - Parte 4
Fonte: elaborada pela autora.
10. Finalize com a limpeza do desenho (linhas de eixos e circunferências 
dispensáveis e que possam estar causando confusão na legibilidade da 
peça). Com um traçado mais firme, repasse as linhas de contorno da 
peça, conferindo mais clareza e precisão ao desenho.
Avançando na prática
Interpretação de produto para desenvolvimento 
de projeto
Você trabalha em uma empresa de móveis que são produzidos com o uso 
de alumínio e madeira. Como projetista, é comum chegar a você produtos 
renderizados, resultantes do trabalho dos arquitetos e designers. Em um 
dia comum de trabalho, um erro na rede da empresa impossibilita que 
você e sua equipe acessem os desenhos técnicos desenvolvidos. Todavia, 
você tem um produto teste que deve ser aprovado ainda hoje. Ocorre que 
esse produto servirá de teste para que um novo material reciclado seja 
46
incorporado como matéria-prima pela empresa, que busca uma produção 
mais responsável com o meio ambiente e seus consumidores. Sendo assim, 
esse produto deve ser mandado ainda hoje para o orçamento e pessoal de 
compras para que seja aprovado. 
Em vias de tal emergência, você deve mandar um desenho simples que 
identifique as partes que compõem o produto, o qual, nesse caso, deverá ser 
composto pelo tampo da mesa, laterais, parte inferior, frente das gavetas, 
pés e puxador. Para lhe auxiliar, siga o exemplo apresentado na Figura 1.28. 
Lembre-se de que você tem todos os materiais de desenho para realizar esse 
projeto, então utilize-os. Siga as normas de representação da ABNT que já 
lhe são familiares. Para melhor apresentação, faça em uma folha A4 com 
margens, conforme a ABNT. A unidade de medidas é o milímetro. 
Figura 1.28 | Exemplo a ser seguido
Fonte: Shutterstock.
Figura 1.29 | Mesa a ser desenhada
Unidade de medida: milímetro
Tampo da mesa
Material reciclado
1 peça
Suporte da mesa
Alumínio
2 peças
Fonte: elaborada pela autora.
47
Figura 1.30 | Mesa a ser desenhada
18
0m
m1640mm
790mm
120mm
600mm
62
0m
m
50
m
m
Puxadores: 15 x 550mm
Fonte: adaptado de Shutterstock.
Resolução da situação-problema
A resolução deste desafio envolve seus conhecimentos acerca da geome-
tria descritiva, bem como o seu domínio sobre os instrumentos de desenho. 
Comece traçando as margens, as quais lhe ajudarão a compreender o espaço 
que terá para construir o desenho técnico. Para isso, lembre-se de que, de 
acordo com NBR 16752:2020 – Desenho técnico – Requisitos para apresen-
tação em folhas de desenho, a margem do formato A4 deve ter 20 mm na 
lateral esquerda e 10 mm nas demais. Em seguida, faça um pequeno esboço 
das partes que compõem a mesa. Essa estratégia lhe ajudará a compreender o 
todo da peça e definir como dispô-lo no espaço de trabalho. Feito isso, passe 
com maior precisão os desenhos das partes que configuram a mesa.
48
Figura 1.31 | Resolução da situação-problema
Fonte: elaborada pela autora.
Faça valer a pena
1. A geometria está presente constantemente em nossa rotina. Por essa 
verdade, é uma das áreas mais antigas estudadas por matemáticos, sendo 
referenciada até mesmo dentre a história do Egito. Como prova tem-se, 
por exemplo, o caso das pirâmides. Para tanto, compreender os conceitos 
e a aplicação da geométrica descritiva contribui para o processo cognitivo e 
racional demandado pelas tarefas de rotina. 
De acordo com as informações apresentadas na tabela a seguir, faça a 
associação dos objetos contidos na Coluna A com seus respectivos elementos 
geométricos, apresentados na Coluna B.
COLUNA A COLUNA B
1. Prisma com base e topo em polígono 
circular.
I. Caixa de papelão
49
2. Sólido de revolução com o formato de 
pirâmide.
3. Figura tridimensional derivada da rotação de um 
semicírcul o em torno do próprio eixo.
4. Prisma retangular com base que consiste em um 
polígono convexo.
V. Lata de refrigerante
5. Pirâmide com base quadrangular.
VI. Barraca
6. Polígono regular que possui os lados com a mesma medida 
e ângulos congruentes.
IV. Casquinha de sorvete
II. Bola de futebol
III. Placa de pare
50
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as colunas:
a. I-4; II-2; III-6; IV-1; V-3; VI-5.
b. I-4; II-2; III-1; IV-5; V-6; VI-3.
c. I-2; II-4; III-6; IV-3; V-1;VI-5.
d. I-4; II-3; III-6; IV-2; V-1; VI-5.
e. I-2; II-3; III-5; IV-6; V-1; VI-4. 
2. A linguagem gráfica permite, por meio do desenho técnico, a materia-
lização da ideia de um projeto. Neste caso, a Geometria Descritiva possui 
conceitos e ferramentas que possibilitam a capacidade de visualização e 
orientação espacial, de modo a possibilitar que os objetos do espaço tridi-
mensional (ou mental, como no caso de uma ideia) sejam transferidos ao 
ambiente bidimensional. Para tanto, é importante que tanto o projetista 
como o desenhista compreendam os alicerces da Geometria Descritiva, uma 
vez que estes se configuram por conceitos e sistemas de representação que 
conferem exatidão e precisão aos desenhos.
Em vistas da importância da Geometria Descritiva para a construção dos 
desenhos técnicos, julgue as afirmativas a seguir em verdadeiras(V) ou 
falsas(F). 
( ) O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos.
( ) Os sólidos geométricos são classificados em três tipos: prisma, pirâmide 
e sólido de revolução.
( ) A diferença entre as figuras planas e os sólidos geométricos é a quantidade 
de dimensões, enquanto o primeiro possui três, o segundo possui quatro.
( ) A pirâmide é formada por polígonos que decrescem infinitamente.
( ) Arestas são os segmentos de reta ou linhas resultantes do encontro de 
duas faces.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a. V – V – F – V – F. 
b. V – F – F – V – V. 
c. F – F – V – V – V.
d. V – V – F – F – V. 
e. F – V – F – F – V.
51
3. A reta e o ponto são elementos geométricos fundamentais que possibi-
litam que qualquer forma geométrica seja obtida. O ponto é a unidade base 
da Geometria e é caracterizado por não possuir dimensão física real. A reta, 
por outro lado, envolve dimensões que caracterizam seu comprimento e que 
possibilitam a construção dos elementos geométricos. Com base em tais 
contextos, analise as seguintes afirmativas:
I. As retas são formadas por pontos infinitos em ambas as direções.
II. Por um único ponto passa uma única reta, que é formada por seu deslo-
camento.
III. O encontro entre duas retas paralelas é um elemento impróprio  em 
geometria descritiva.
IV. Uma reta que possui início e fim é um segmento de reta.
V. As retas são figuras unidimensionais, ou seja, existem em uma única 
dimensão.
É correto o que se afirma em:
a. I, III, IV e V, apenas.
b. I, II, III e V, apenas.
c. I, III e IV, apenas.
d. I, II e IV, apenas.
e. II e IV, apenas.
52
Seção 3
Introdução ao desenho auxiliado por 
computador
Diálogo aberto
Nas unidades anteriores, você conheceu e aprendeu sobre muitas das 
propriedades vinculadas ao desenho e às normas técnicas. Com relação ao 
desenho, você explorou os aspectos evolutivos que lhe deram um caráter 
cada vez mais técnico e racional, capaz de exprimir uma linguagem gráfica 
universal bastante importante para as indústrias e os profissionais que traba-
lham com projeto. Em vistas disso, foi apresentado às NBRs que o normatizam 
e que lhe garantem ser interpretado corretamente por profissionais atuantes 
em diversas etapas de execução de projeto. A prática do conteúdo teórico 
se deu manualmente, por meio de tarefas que o desafiassem a manipular 
instrumentos específicos de desenho. Talvez, você tenha se perguntado o 
porquê da prática manual face ao avanço de softwares de desenho digital, 
nos quais o desenho fica pronto com muito mais agilidade. Certo? Acontece 
que a prática manual do desenho contribui para o desenvolvimento de sua 
inteligência projetiva e de sua capacidade de representar as ideias. O aperfei-
çoamento dessas habilidades será essencial e complementar ao conteúdo 
que esta unidade lhe apresentará: o sistema CAD, mais especificamente, o 
software AutoCAD. 
Provavelmente, você já ouviu falar dele, principalmente porque quase 
todas as profissões vinculadas ao desenvolvimento e à execução de projetos 
o usam. Aliás, consegue lembrar e fazer uma lista dessas áreas profissionais? 
Como ajuda, pense em todos os objetos e ambientes que você tem contato 
ou está inserido. Concorda que, teoricamente, eles passaram por um projeto 
antes de serem produzidos? Como você acha que foi eles foram feitos? 
Acredita que fosse possível, nos dias atuais, fazer seu projeto manualmente? 
Pense, por exemplo, nos possíveis ajustes e reprodução desse projeto. Guarde 
esses questionamentos e ideias que, em breve, voltaremos a falar deles.
Visando aprender e desenvolver suas habilidades sobre desenho proje-
tivo, você se interessou pelo curso de capacitação que a empresa do ramo 
automotivo que trabalha está oferecendo. Durante o curso, você vem apren-
dendo vários conceitos sobre representação de objetos, bem como está sendo 
estimulado a praticar o uso de ferramentas de desenho para realizá-las. Sua 
rotina tem sido dividida entre o curso e as suas tarefas diárias como colabo-
rador da equipe de projetos. Em um dia comum de trabalho, você recebe 
53
o desenho de um produto que entrará na linha de produção da empresa, 
conforme apresentado na Figura 1.32. O objeto consiste em uma peça que 
substituirá um componente que faz parte do sistema de freio de um dos 
carros que a empresa produz. Ao chegar o pedido, você observa que algumas 
informações estão incompletas e que, além disso, o desenho não atende aos 
padrões gráficos necessários para o preenchimento de ficha técnica que a 
empresa utiliza. Ciente de seu ótimo desempenho no curso, seu coorde-
nador pede que você ajude a equipe de produção com a elaboração de uma 
ficha técnica de produto mais clara e precisa. Você, naturalmente, querendo 
mostrar na prática seu desempenho, aceita o desafio. Além disso, você quer 
mostrar um pouco mais suas habilidades, e já começa a adiantar o desenho 
no CAD, a partir de alguns comandos e ferramentas que são familiares.
Figura 1.32 | Pedido recebido pela empresa
25m
m
40m
m60
m
m
20mm
55m
m
PERSPECTIVA
Nome da peça: encaixe sistema de freio – Auto ESD
Número do pedido: XX034
Projetista responsável: Eng. José C.
Revisão final: Eng. Antônia C.
Data da revisão final e aprovação: 23 de abril de 2020.
Nº folha: 1 de 1
Unidade de medidas: milímetros
Escala: 1:1
Material: aço
Desenhista:
25mm 40mm
20
m
m
SUPERIOR
60
m
m
46
,1
m
m
15mm 40mm
55mm
15
m
m
20mm
15
m
m
20mm
LADO 2 LADO 3
20
m
m
55mm
60
m
m
20mm
INFERIOR
LADO 1
PARTES A SEREM REDESENHADAS
Fonte: elaborada pela autora.
54
Como você pôde perceber, as informações são bem básicas. E agora? Já sabe 
que o desenho deverá ser representado em tamanho real. Conseguiu organizar na 
cabeça o que vai precisar para elaborar esse documento? Lembre-se de que você 
já tem em mãos as NBRs que padronizam o desenho técnico, assim como você 
já domina alguns instrumentos de desenho. Além disso, não esqueça que você já 
conseguiu desenvolver um primeiro modelo de ficha técnica. Aproveite o desafio 
e coloque-a em teste. Essa vai ser uma grande oportunidade para você, inclusive, 
fazer ajustes que ache necessário quanto aos seus campos de informações. Ou seja, 
sabendo dos requisitos e do padrão gráfico que uma legenda deve apresentar, você 
consegue resolvê-la de um jeito que avalie como mais adequada e eficiente? E mais 
uma coisa, você reparou que nem todas as informações vieram detalhadas, correto? 
Mais um trabalho para você de pesquisa e resolução. Tenha um ótimo trabalho!
Enquanto isso, aproveite o conteúdo e dedique-se com assiduidade ao aprendi-
zado, pois ele será a base para o desenvolvimento de suas habilidades de desenho 
em programas digitais. Ótima aula pra você!
Não pode faltar
Olá! Lembra-se de que falamos sobre a evolução do desenho técnico 
estar associada à história da modernização das indústrias? Pois bem, 
chegou o momento de adentrarmos à prática do desenho digital promo-
vida pelo advento da informática e à introdução desta aos novos moldes 
tecnológicos fabris das indústrias. 
O desenho auxiliado por computador (CAD/CAE/CAM)
Provavelmente, você conhece,

Mais conteúdos dessa disciplina