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DIREITOS DA PERSONALIDADE Direitos da personalidade são direitos que visam o desenvolvimento e a expansão da individualidade física e espiritual da pessoa humana. Há vários pontos em comum com a dignidade da pessoa humana. São direitos subjetivos da pessoa defender o que lhe é próprio, ou seja, a visa, a integridade, a liberdade, a sociabilidade, a reputação ou honra, a imagem a privacidade, a autoria, etc. A personalidade é um atributo do ser humano e o companha por toda a sua visa. Como a existência da pessoa natural termina com a morte, somente com esta cessa a sua personalidade. (SILVA PEREIRA) Os direitos da personalidade são direitos considerados essenciais à pessoa humana, que a doutrina moderna preconiza e disciplina, a fim de resguardar a sua dignidade. (GOMES) Conceito:” Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas cujos objetos são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua projeção essencial no mundo exterior” (FRANÇA) É o direito de cada pessoa de defender o que lhe é próprio, como a sua vida identidade, liberdade, privacidade, honra, opção sexual, integridade, imagem. É o direito subjetivo de exigir um comportamento negativo de todos, protegendo um bem próprio, valendo-se de ação judicial.” (DINIZ) Natureza jurídica dos direitos da personalidade INFLUENCIADA PELA CORRENTE POSITIVISTA: “os direitos da personalidade são apenas os reconhecidos pelo Estado, o qual lhes confere força jurídica”. INFLUENCIADA PELA CORRENTE JUSNATURALISTA “Os direitos da personalidade mão são apenas os declarados pelo Estado, pois se constituem muito antes desta declaração” DIREITOS DA PERSONALIDADE • Antecedentes históricos Segundo Teixeira de Freitas, “os direitos da personalidade não podem ser inseridos no Código Civil, pois, não continham os elementos caracterizadores do direito de propriedade” Segundo Clóvis Bevilaqua “tais direitos da pessoa jus personarum dividiam-se em: Os direitos da personalidade resguardam a dignidade da pessoa humana. Fundamentos do Estado Democrático de Direito brasileiro. Se propõe a defender os valores como a vida, a honra, a integridade física a intimidade ... DIREITOS DA PERSONALIDADE Foram criados para proteger os indivíduos de si mesmos e de terceiros (direito privado). Os direitos da personalidade são um reconhecimento da dignidade da pessoa, apesar e além das relações de poder, e devem ser respeitados independentemente de qualquer formalismo, positividade ou tipicidade DIREITOS FUNDAMENTAIS Foram criados para proteger os indivíduos do Estado (direito público). A tutela dos direitos fundamentais da pessoa na Constituição tem origem e finalidade na necessidade de criar limites ao poder político na sua capacidade para ofender a pessoa, como individuo e cidadão. A tutela jurídica funda-se na lei e depende dela. • São situação jurídicas objetivas, ou seja, direitos de exigir um comportamento negativo dos outros, protegendo bens inatos, valendo-se de ação judicial • São direitos pessoais, inatos, absolutos, imprescritíveis, intransmissíveis, impenhoráveis. INATOS: São aqueles que pertencem ao indivíduo, estando integrados no seu patrimônio desde o momento do seu nascimento. ABSOLUTOS: SOREM LIMITAÇÃOES: INTRÍNSECAS: dizem respeito aos limites demarcados pela lei, ao estabelecerem o conteúdo do próprio direito EXTRÍNSECAS: por sua vez, resultam da necessidade de conjunção de determinados direitos com outras situações também protegidas. IMPRESCRITIBILIDADE: impede que a lesão aos direitos da personalidade venha a convalidar com o passar do tempo. Os reflexos patrimoniais prescrevem, mas não os direitos. EXTRAPATRIMONIAIS: consiste na suscetibilidade de apreciação econômica dos direitos da personalidade, (são valores existenciais) ainda que eventual lesão possa produzir consequências patrimoniais. ILIMITADOS: o exercício dos direitos da personalidade, com exceção das hipóteses previstas na lei, não poderá sofre limitação voluntaria. VITALÍCIOS: acompanham a pessoa por toda a vida, extinguindo-se naturalmente com a morte do titular, confirmando seu caráter intransmissível INDISPONIVEIS, IRRENUNCIAVEIS, INTRANSMISIVEIS, IMPENHORAVEIS: são considerados fora do comercio, ou seja, não podem sofrer alterações subjetiva. CASOS EM QUE SE ADITE A DISPONIBILIDADE RELATIVA DIREITO A IMAGEM: Em prol do interesse social ninguém poderá recusar que sua foto fique estampada em documento de identidade. Caráter absoluto Possuem eficácia contra todos (são oponíveis Erga Omnes). São sujeitos passivos todos aqueles que ameacem ou impeçam o livre exercício dos direitos da personalidade. Generalidade Todas as pessoas, naturais ou jurídicas são titulares dos direitos da personalidade, basta que tenham personalidade jurídica. Extrapatrimonialidade São direitos sem conteúdo econômicos. Indisponibilidade/ intransmissibilidade e irrenunciabilidade Intransmissibilidade é a não modificação subjetiva. “Não se pode separar a honra, a intimidade de seu titular.” A irrenunciabilidade é a impossibilidade do titulo do direito da personalidade renunciar desse seu direito. Imprescribilidade O direito da personalidade não prescreve, não se perde com o tempo. Impenhorabilidade “Não posso dar minha vida em penhora” Vitaliciedade Os direitos da personalidade são para • • • • SÃO DIREITOS PESSOAIS • Extrapatrimoniais; • Morais • Ideia de patrimônio Universalidade de direito: complexo de bens e relações jurídicas de uma pessoa. Direitos de ordem moral toda a vida e depois da morte. DIREITO AUTORAL Escopo de divulgar obra ou de comercializar criação intelectual. (Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 Direitos Autorais) DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA Em relação ao corpo, alguém, para atender a uma situação terapêutica, poderá ceder, gratuitamente, órgão ou tecido. (Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997 Remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, para fins de transplante) É possível doação voluntária de partes separadas do próprio corpo, em vida, para fins terapêuticos, desde que, feita por escrito, na presença de testemunhas e por pessoa capaz. A doação de partes do corpo em vida, não pode contrariar os bons costumes, nem trazer risco para a integridade física do doador. Não pode ainda, comprometer as aptidões vitais e a saúde do doador, e nem lhe provocar deformação ou mutilação. É admitida a disposição gratuita de órgãos, tecidos e partes do corpo humano “post mortem”. Dependerá de prova incontestável da morte e de autorização de parente maior, da linha reta ou colateral até 2º grau, ou do cônjuge, firmada em documento subscrito por duas testemunhas. Quem vier a dispor para depois de sua morte do próprio corpo, no todo ou em parte, tem o direito de, a qualquer tempo, revogar livremente essa doação. O profissional da saúde deve respeitar a vontade do paciente, ou de seu representante, se incapaz. É direito básico do paciente o de não ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a terapia ou cirurgia e, ainda, o de não aceitar a continuidade terapêutica. CF: Art. 5, inc. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; CÓDIGO CIVIL: Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico,a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. NOME Nome deriva do latim nomen, do verbo noscere ou gnoscere (conhecer ou ser conhecido) O nome integra a personalidade por ser o sinal exterior pelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio familiar e da sociedade. Nome, é o conjunto de apelidos que recebe a pessoa. Daí falar-se em nome completo ou nome todo. Elementos constitutivos do nome: Prenome: É o nome próprio ou nome de batismo: (Caio Mario: Caio é o primeiro nome e Mario o segundo nome ou nome do meio.) Sobrenome (ou patronímico, apelido de família ou nome de família): segundo elemento fundamental do nome civil e serve para indicar a procedência da pessoa, sua estirpe (da Silva Pereira) Agnome: É o sinal que se acrescenta ao nome completo para distingui-lo de outros parentes que possuam o mesmo nome. São bastante comuns os agnomes Filho, Júnior, Neto e Sobrinho Cognome: (ou apelido, epíteto, alcunha, hipocorístico): É a forma pejorativa ou afetiva de identificar uma pessoa. Pseudônimo: Normalmente utilizado no meio artístico ou literário para ocultar sua verdadeira identidade e ao mesmo tempo identificar sua personalidade. O nome da pessoa não pode ser empregado por terceiros em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. É vedada a utilização de nome alheio em publicidades por ser o direito ao nome indisponível. DIREITO AO NOME Admite-se a sua relativa disponibilidade, mediante consentimento de seu titular, em prol de interesse social, ou para promoção de venda de algum produto, mediante pagamento de remuneração. A lei protege juridicamente o pseudônimo adotado, para atividades lícitas por literatos e artistas, dada a importância de que goza, por identificá-los no mundo das letras e das artes, mesmo que não tenham alcançado a notoriedade. Art.16 CC – Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17 CC – O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18 CC – Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. ALTERAÇÃO DO NOME Por causas necessárias SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL Por causas voluntárias COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL Por causas voluntárias DIREITO A IMAGEM • Relação de filiação • Adoção • Alteração do nome dos pais • Casamento (arts. 240 CC/16) • Lei n. 6515/77 arts. 17 e 18 • União estável arts. 57 parágrafo 2º da LRP • No prazo de 1 ano (após atingir a maioridade civil, o interessado que deseja alterar o nome, tem um ano para fazê- lo) art. 56 LRP. • Exposição ao ridículo, art. 55 LRP. • Substituição por apelido público notório (quando a pessoa é reconhecida por um apelido e não pelo nome), art. 58,LRP. • Colaboração com a justiça (coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de um crime), art. 58, parágrafo único, LRP. • Erros de grafia, art. 110, LRP O direito a imagem é o de não ver sua efígie exposta em público ou mercantilizada sem seu consenso e o de não ter sua personalidade alterada material ou intelectualmente, causando danos a sua reputação. Direito a Imagem - Pessoa famosa pode explorar sua efígie na promoção de venda de produtos, mediante pagamento de remuneração convencionada. • Como um atributo da personalidade, o direito à imagem, abarcante da imagem-fama, alberga- se em proteção constitucional, sendo mais um dos direitos e garantias fundamentais em destaque na Carta Cidadã, artigo 5º, incisos V, X e XXVIII “a”. • Relativização ou Limitações ao direito à imagem • Imagens de pessoas públicas ou Pessoa notória (celebridades) • Divergência doutrinária. (Doutrina clássica X Doutrina moderna) • Possibilidade de responsabilização de celebridades por participação em publicidade ilícita. • Exercício de cargo público; • Atender serviço da justiça ou de polícia; • Atender ao interesse público, aos fins culturais, científicos e didáticos – quem foi atingido por uma doença rara, não pode impedir, para esclarecimento de cientistas, a divulgação de sua imagem em cirurgia; • Imagem em que figure parte do cenário - congresso, show, praia, etc; • Garantir a segurança pública – um procurado pela polícia; • Documento de identificação. VIDA PRIVADA • A vida privada da pessoa natural é inviolável. • O juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar o ato. • Seu titular pode impedir ou fazer cessar invasão em sua esfera íntima, através de mandado de injunção, habeas data, habeas corpus, mandado de segurança, cautelares e ação de responsabilidade civil por dano moral ou patrimonial. TUTELA JURÍDICA • Proteção jurídica • Garantia dos direitos da personalidade • Art. 12 do Código Civil • Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. MODALIDADES • Tutela privada; • Tutela indenizatória; • Tutela preventiva; • Tutela atenuante. TUTELA PRIVADA • Uso da autoridade e da força do sujeito ativo contra o ofensor a direito da personalidade. • Legitima defesa • Estado de necessidade • Que também funcionam como excludente de ilicitude TUTELA INDENIZATÓRIA • Ação de indenização por perdas e danos; • Responsabilidade civil objetiva e subjetiva. TUTELA PREVENTIVA E ATENUANTE • Preventiva: evitar a consumação da ameaça; • Atenuante: minorar os efeitos da ofensa já cometida. REMÉDIO JURÍDICO PRÓPRIO. • Não há; • A ação de indenização por perdas e danos não é remédio exclusivo do direito da personalidade.