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Sistemas de Amortização O que você entende por Amortização? Qualquer dívida é formada por três elementos principais: o valor emprestado, os juros incidentes e o prazo de pagamento. Porém, nem sempre toda dívida será paga da mesma forma. Para definir quanto cada parcela irá custar, por exemplo, existem diversas formas de cálculo diferentes. São os sistemas de amortização. Por isso, todo devedor deve prestar atenção especial na forma de amortização da sua dívida – já que isso pode afetar diretamente o tamanho e a duração do débito. A indisponibilidade de recursos para fazer um investimento leva o indivíduo a contrair um empréstimo. E, para sanar este compromisso pode recorrer a diversas formas de pagamento, que recebem o nome de Sistema de Amortização. Para Raymundo e Franzin, 2003, “amortização é um processo financeiro pelo qual uma obrigação (ou o principal) é sanada progressivamente por meio de pagamentos periódicos, de tal forma que, ao término do prazo estipulado, o débito seja liquidado”. O que é Amortização? Amortização é processo de redução de uma dívida através de pagamentos periódicos e definidos com antecedência. Ou seja, ao amortizar uma dívida, o endividamento vai diminuindo progressivamente o seu valor, até que a totalidade do débito seja quitado. Em um financiamento, por exemplo, o pagamento de cada parcela vai amortizando o seu saldo devedor. Entretanto, toda dívida possui a incidência de juros e demais encargos. Logo, para que ocorra a amortização, o valor pago em cada parcela precisa ser maior que os juros cobrados no período. Com isso, conclui-se que o valor amortizado de um dívida após qualquer pagamento é igual ao valor da parcela menos os juros. Parcela=Amortização+juros É uma ferramenta utilizada para reduzir o valor de custo de algo finito ou infinito, onde o acréscimo é ocasionado por encargos. Os principais sistemas de amortização são: 1. Sistema de Pagamento único: um único pagamento no final. 2.Sistema de Pagamentos variáveis: vários pagamentos diferenciados. 3.Sistema Americano: pagamento no final com juros pagos período a período, ou capitalizados período a período com pagamento único no final. 4. Sistema de Amortização Constante (SAC): a amortização da dívida é constante e igual em cada período. 5. Sistema Price ou Francês (PRICE): as prestações são iguais. 6. Sistema de Amortização Misto (SAM): os pagamentos são as médias dos sistemas SAC e Price. 7. Sistema Alemão: os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação. No Brasil, os financiamentos utilizam diferentes modalidades de amortização, sendo os mais usados o Sistema de Amortização Constante- SAC, e a Tabela Price, cuja diferença se baseia no valor das parcelas, que podem ser fixo ou variável. Amortização de financiamento imobiliário O termo amortização de financiamento imobiliário é comum em contratos de empréstimos para fins de compra de um imóvel, no entanto, nem sempre o cliente se atenta a esse termo que é muito utilizado no mercado. Com isso, o mesmo acaba não sabendo o que significa esse termo, nem como funciona e quais são as vantagens. Cabe a você corretor de imóveis orientar o seu cliente e explicar o que é a amortização. A amortização de um financiamento imobiliário é o mesmo que reduzir o valor original de uma dívida/financiamento. Ou seja, cada vez que uma parcela de um financiamento ou empréstimo é paga, o cliente devedor está amortizando o saldo a ser pago. No entanto, a amortização vai um pouco além do que apenas pagar as parcelas mensalmente. Quando se faz um financiamento imobiliário, obviamente o cliente se organiza, verifica dívidas recorrentes, valores que pode dispor mês a mês e cria um planejamento para que esse déficit seja honrado. E nada impede de o cliente desembolsar mais que uma parcela no mês ou pagar prestações com valores maiores. Como funciona a amortização? Na prática a amortização funciona da seguinte forma: no ato do contrato assinado é determinado um valor e quantidade de parcelas a serem pagos. O valor corresponde à quantia que foi emprestada calculada junto com juros e encargos. Quando acontece a amortização, no ato de se adiantar pagamentos, o devedor deixa de pagar as taxas e juros que estavam inseridos na parcela. A amortização pode ocorrer de duas formas. Tabela SAC: É a forma mais utilizada na amortização. Nessa modalidade, o saldo devedor e os juros estabelecidos no início do empréstimo serão sempre reajustados de acordo com a taxa referencial. Tabela Price: Nessa modalidade não há reajuste pela taxa referencial, portanto corresponde a um sistema de parcelas fixas, porém bem mais altas. O risco é substituído por outras taxas que deixam as parcelas bem mais altas. A Caixa Econômica costuma trabalhar com a tabela SAC, mas é possível efetuar financiamentos de outra forma. Segundo economistas mais experientes, a melhor opção é utilizar o sistema SAC, pois isso torna a parcela decrescente e o valor a ser quitado acaba sendo bem menor do que o valor determinado se o sistema utilizado for o de parcelas fixas. Portanto, mesmo que o cliente queira ter a segurança de saber que o valor a ser pago não será alterado, ele vai pagar a mais por isso. Nem sempre é uma vantagem ter essa segurança. Vamos ver um exemplo prático para que você entenda melhor: Com esse exemplo podemos entender que a primeira parcela no valor de R$ 4.259,34 inclui taxas e o valor da amortização, que é de R$ 1.166,66. Com isso o cliente precisa entender que em uma dívida de R$420 mil reais, o total de saldo devedor seria de R$418.833,34 e não os R$ 415.740,66 que seria o natural da conta. Essa conta existe em todas as parcelas e, ao amortizar um financiamento, o saldo devedor diminui de acordo com o valor de amortização e não de acordo com o valor integral pago na parcela. Esse é um exemplo de como funciona a amortização na prática, mas, sabendo disso, pode surgir a dúvida: Amortizar vale a pena? Depende muito dos objetivos do cliente, mas a grosso modo, caso o cliente consiga recursos que lhe possibilite amortizar um financiamento a melhor opção é investir esses recursos em outros meios e deixar o financiamento correr da maneira que está. Em resumo, se o cliente aplicar o recurso em fundos como CDB ou CDI, considerando até mesmo a Letra Financeira do Tesouro, o retorno pode ser bem mais proveitoso do que a amortização. Isso porque esses investimentos possibilitam um retorno que paga perto de 100% da taxa Selic. Sistemas de Amortização A amortização de uma dívida pode acontecer de diversas formas. Seja em um empréstimo ou em um financiamento, o cálculo das parcelas e a sua de forma de pagamento ocorrerá, na maioria das vezes, sob um dos sistemas de amortização abaixo: Tabela SAC Também conhecido como Método Hamburguês, o Sistema Amortização Constante estabelece pagamentos periódicos decrescentes para amortizar a dívida. Ou seja, as parcelas começam em um nível e vão diminuindo de valor até a última prestação. Dessa forma, a taxa de amortização sobre a dívida é constante e os juros, decrescentes; Tabela Price Também chamado de Sistema Francês, a Tabela Price estabelece pagamentos periódicos iguais para amortizar a dívida. Ou seja, todas as parcelas a serem pagas terão todo o mesmo valor, desde a primeira até a última. Dessa forma, a amortização sobre a dívida é crescente e os juros, constantes; Sistema Americano O Sistema Americano estabelece um único pagamento ao final do período do financiamento para amortizar a dívida. Ou seja, ao longo do contrato, as parcelas pagam apenas os juros sobre o saldo devedor – que se mantem o mesmo até o vencimento da dívida, ou paga-se apenas os juros e amortiza-se ao final. Como funciona o método SAC? O método SAC é o mais comum em financiamentos de longo prazo, sobretudo de imóveis. Por esse método, as parcelas vão diminuindo de valor conforme a dívida vaisendo paga. Isso ocorre porque o método SAC prevê uma amortização constante, ou seja, todos os meses o devedor abate um mesmo valor do principal de sua dívida. A diferença no valor das parcelas, no entanto, ocorre por causa dos juros. Como os juros são calculados sobre o saldo devedor, ou seja, sobre aquilo que ainda falta pagar, eles são maiores no início do financiamento do que no final. Como o principal da dívida é reduzido com a amortização constante, as parcelas vão ficando mais baratas com o passar do tempo porque os juros ficam menores. Como funciona o método Price? O método Price, também conhecido como sistema francês, faz com que o valor das parcelas pagas pelo devedor seja o mesmo durante toda a duração do financiamento. É esse sistema que costuma ser utilizado, por exemplo, na compra de eletrodomésticos e de veículos (no crediário). Pelo método Price, os juros são calculados previamente e distribuídos pelas parcelas. O valor da amortização, no caso da tabela Price, não é constante: em alguns meses há uma redução maior do principal da dívida do que em outros. O que caracteriza o método, portanto, é que a soma da amortização com os juros deverá sempre resultar em um mesmo valor de parcela. SAC ou Price? No caso do financiamento imobiliário, por exemplo, os bancos costumam dar a opção ao consumidor de escolher entre o método SAC e o método Price. Ter a oportunidade de escolha costuma gerar dúvidas sobre qual desses sistemas é o mais vantajoso. A amortização pelo método SAC resulta em um gasto menor com juros no final do parcelamento, sendo por esse motivo considerada a mais vantajosa no longo prazo. Entretanto, as parcelas iniciais desse tipo de financiamento costumam ser maiores do que as da tabela Price, por isso é preciso ter em conta se o consumidor tem fôlego financeiro para arcar com esse gasto maior nos primeiros meses de pagamentos. Demonstrando os sistemas de amortização de dívidas Para entender melhor como a amortização funciona, confira como seria feito o pagamento de uma mesma dívida sobre os três principais sistemas de amortização utilizados no mercado brasileiro. Lembrando que, para o cálculo, são utilizadas as seguintes fórmulas: Amortização = Parcela – (Valor atual da dívida x taxa de juros) Parcela = (Valor atual da dívida x taxa de juros) + Amortização Vamos ao exemplo: Um banco emprestou R$ 1.000,00 com uma taxa de juros de 5% ao mês. O prazo para o pagamento é de 3 meses, e é possível dividir a dívida em até 3 parcelas mensais. Pela tabela SAC, a amortização é constante e as parcelas decrescentes. Logo, o valor das parcelas seriam: Parcela 1 = R$ 383,33 Parcela 2 = R$ 366,67 Total pago = R$ 1100,00 Parcela 3 = R$ 350,00 Pela Tabela Price, a amortização é crescente e as parcelas são fixas. Logo, o valor das parcelas seriam: Parcela 1 = R$ 367,21 Parcela 2 = R$ 367,21 Total = R$ 1101,63 Parcela 3 = R$ 367,21 Pelo Sistema Americano, a amortização é única ao final do contrato e parcelas são compostas apenas pelos juros. Logo, o valor das parcelas seriam: Parcela 1 = R$ 50,00 Parcela 2 = R$ 50,00 Total pago = R$ 1150,00 Parcela 3 = R$ 1050,00 O que é amortização extraordinária? A amortização extraordinária é quando o devedor pode antecipar algumas parcelas, reduzindo assim o número delas. É muito utilizada, por exemplo, com o FGTS, onde a pessoa pode utilizar esse recurso ou para pagar algumas parcelas ou até mesmo quitar a dívida. No caso da redução das parcelas, o que vai diminuir é o seu valor e não o número. Mas antes de optar por isso, é necessário avaliar os juros mensais e que o uso do dinheiro não irá impactar no orçamento. Agora, se escolher a diminuição do número de parcelas, haverá uma redução dos juros e encargos embutidos. Qual sistema de amortização escolher? Alguns pontos devem ser levados em consideração: •Avaliar o tempo pretendido para o pagamento da dívida •Analisar qual sistema vai impactar menos no orçamento •Verificar as condições financeiras No caso do SAC, é uma melhor alternativa para aqueles que têm a convicção de que terão um aumento de renda ou se têm uma reserva maior de dinheiro. Por outro lado, na tabela Price, por se caracterizar por um valor fixo, é mais aconselhável para aqueles com uma situação financeira mais estável, pois sabem que terão como arcar com o valor das parcelas. Para Saber Mais!!! Amortização contábil No Brasil, o termo amortização também pode se referir a amortização contábil – cujo significado não possui relação direta com a redução de dívidas. A amortização contábil é uma conta financeira redutora, utilizada no balanço patrimonial das empresas para atualizar o valor de determinados ativos. Por isso, não se deve confundir os dois conceitos. A amortização contábil trata da depreciação contábil (redução de valor de bens pelo uso) e da exaustão contábil (redução de valor de bens pela exploração) – e não do pagamento de dívidas. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20