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Elaborado por: Brenda Alves CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ➢ Art. 513 a 538, CPC ➢ O cumprimento de sentença é uma fase do processo. o Ou seja, você entrou com uma ação de cobrança, houve a decisão, transitou em julgado, agora você requer o cumprimento no mesmo processo. ➢ Pode ocorrer de duas formas: o De forma provisória ▪ Quando ainda existe uma apreciação da decisão em grau de recurso, mas que o recurso ainda não foi recebido em duplo efeito, só foi aceito no devolutivo. ▪ Nesse caso, a decisão pode ser executada de forma provisória. Quem executa, executa a conta em risco, pois se reformar a decisão no tribunal, terá que devolver aquilo que recebeu. ▪ Por isso, em alguns casos, o juiz pede uma caução. o De forma definitiva ▪ Quando já transitou em julgado a sentença. ➢ O devedor deverá ser intimado da sentença por: o Diário da justiça na pessoa do seu advogado Art. 513. § 2, CPC. O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; o Carta de aviso ▪ Aqueles que são representados pela Defensoria Pública, são intimados da sentença por carta de aviso. ▪ Ou , houve a sentença e não tinha procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese por edital. Art. 513. § 2, CPC. O devedor será intimado para cumprir a sentença: II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; o Meio eletrônico Elaborado por: Brenda Alves ▪ Se não tiver procurador constituído nos autos, cabe §1 do art. 246 Art. 513. § 2, CPC. O devedor será intimado para cumprir a sentença: III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos o Edital na forma do art 256, em caso de revelia Art. 513. § 2, CPC. O devedor será intimado para cumprir a sentença: IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. Obs.: No caso da intimação por Carta de Aviso e Meio Eletrônico, considera-se efetivada se o demandado tiver mudado de endereço e não comunicar nos autos. § 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. Obs. 2: Se o requerimento para o cumprimento de sentença for após 1 ano da intimação, deverá ser feito pessoal, na pessoa do devedor, em forma de Carta de Aviso. ▪ Se faz mais de um ano do trânsito em julgado, pode requerer ainda a execução? PODE, mas agora necessariamente, o requerimento, a intimação deve ser feito na pessoa do devedor. Pois passou mais de um ano e pode ser que não tenha mais aquele advogado como seu defensor. § 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3º deste artigo. EXECUÇÃO CONTRA O FIADOR ➢ O fiador só é chamado quando esgota todas as possibilidades do devedor. ➢ Só poderá participar da execução, se ele foi parte no processo de conhecimento. Elaborado por: Brenda Alves ➢ Assim, quando for impetrar, por exemplo, uma ação de cobrança, tem que colocar o fiador no polo passivo. Pois se não colocar, não tem como o fiador participar da execução, ele não terá legitimidade para ser executado. § 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA SUJEITA A CONDIÇÃO OU TERMO ➢ Só pode ser efetuado quando demonstrar a existência de uma condição ou do termo. Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. PROTESTO DA DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO ➢ Ou seja, é possível protestar a sentença. ➢ Poderá protestar depois de decorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. ➢ Como protestar a decisão da sentença? o É preciso o exequente apresentar a certidão de inteiro teor da sentença, leva no cartório e faz o protesto daquela sentença. § 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. ➢ Ação rescisória e protesto o O exequente foi no cartório, levou a sentença e protestou. Elaborado por: Brenda Alves o O devedor pode entrar com ação rescisória para rescindir aquela decisão. Ele pode fazer registro que existe tramitando uma ação rescisória questionando aquele título, ao lado do protesto. § 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. ➢ Cancelamento do protesto o O protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. o Exemplo: o devedor informa que já efetuou o pagamento e requer o juiz que seja cancelado o protesto. § 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. NULIDADES DO PROCEDIMENTO ➢ Quando se tratar de nulidades do processo serão arguidas nos próprios autos, dentro do próprio processo. Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. APLICAM-SE TUTELAS PROVISÓRIAS ➢ As regras do cumprimento, provisório ou definitivo e da liquidação aplicam- se a tutela provisória Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória. Elaborado por: Brenda Alves ESPÉCIES DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA ➢ Art. 520 a 522, CPC ➢ Regras gerais da execução definitiva (art. 520) o É um comprimento provisório porque houve recurso, mas não houve efeito suspensivo. o O cumprimento provisório será realizado que o mesmo cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: - Art. 520 I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; ▪ O exequente é o responsável por essa execução, se o processo for revisado, não tem que reclamar a respeito dessa decisão. II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; ▪ Obrigação do exequente reparar os danos decorrente da execução provisória. ▪ Ou seja, se trazer algum prejuízo para o executado,quem responde é o exequente, porque ele executa a execução provisória por conta em risco. III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; ▪ Modificação ou anulação parcial da sentença. IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. ▪ Levantamento de dinheiro ou transferência de posse ou direito de propriedade, o juiz pode determinar que seja feita uma caução idônea (garantia). Elaborado por: Brenda Alves Observações: § 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. ▪ Se na execução provisória houve a transferência de propriedade ou de posse, nesse caso, não restitui ao estado anterior. ▪ Repara-se os danos, mas não restitui ao estado anterior, ➢ Dispensa de caução (art.521) o Poderá ser dispensada a caução, nos casos em que: ▪ I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; ▪ II - o credor demonstrar situação de necessidade; ▪ III – pender o agravo do art. 1.042; ▪ IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Obs.: Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. ▪ Caso a dispensa traga risco de grave dano de difícil ou incerta reparação, o juiz poderá reavaliar a situação. ➢ Procedimento o Petição ao juízo competente Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Elaborado por: Brenda Alves o Documentos processo físico Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. o Impugnação em 15 dias Art. 520,§ 1, CPC.º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 . Art. 525, § 1, CPC. Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. o Multa e honorários no caso de não efetuar o pagamento espontâneo na forma do art. 523, §1 Art. 520, §2, CPC. A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C2%A71 Elaborado por: Brenda Alves Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Art. 523, §1, CPC.º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. o Aplica-se o no que couber as execuções provisórias de obrigações de fazer, não fazer e dar coisa Art. 520,§5, CPC.º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA ➢ Tem 3 possibilidades: o Sentença fixada em quantia certa ▪ Já transitou em julgado o Sentença com valor fixado em liquidação ▪ Embora fosse ilíquida, já passou pela liquidação o Parte incontroversa ▪ Exemplo: Uma pessoa entrou com uma ação de cobrança, cobrando 100 mil reais. Na contestação, o demandado reconheceu que deve 50 mil reais. Na sentença o juiz condenou o pagamento de 90 mil reais. A parte demandada recorre, por entender que só deve 50 mil reais. Esses 50 mil reais, mesmo a sentença estando em grau de recurso, pode ser executado e não será considerado uma execução provisória. ➢ Procedimento o Requerimento para pagar o débito em 15 dias ▪ A parte deverá ser intimada na pessoa do advogado, a regra. Se for representado pela defensoria, é por aviso de recebimento. Ou se não tem procurador habilitado nos autos, pode ser por meio eletrônico. Se for revel, por edital. Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença Elaborado por: Brenda Alves far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. o Requerimento instruído com demonstrativo de debito descriminado e atualizado ▪ No requerimento deverá conter os documentos descrito nos incisos do art. 524, CPC. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. o Quando o valor do demonstrativo exceder o valor da condenação: ▪ Se o juiz entender que o valor da execução é excessivo, a penhora só é feita em cima do valor que o juiz compreende ser o valor devido. § 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada. § 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. ▪ O juiz pode pedir o cálculo do contador para que seja feita aquela analise do valor apresentado. o Multa e honorários de 10%▪ Quando não se cumpre espontaneamente há incidência de 10% de multa e honorário. ▪ Quando decorre o lapso temporal de 15 dias e o devedor não efetua o pagamento de forma espontânea. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319%C2%A71 Elaborado por: Brenda Alves Obs.: Quando se trata de Fazenda Pública não incide a multa, só incide os honorários, porque no caso da Fazenda Pública, existe uma sistemática diferente de cumprimento das obrigações, que é através do sistema de precatórios. Então, se alguém sentenciado agora e efetuar o pagamento, pode está quebrando a ordem de precatórios e pode inclusive responder por ato de improbidade administrativa. Art. 523. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. o Efetuado o pagamento parcial a multa e os honorários incidirão sobre o valor remanescente ▪ Exemplo: durante os 15 dias o valor da obrigação atualizada dava 100 mil e a parte depositou 60 mil. A multa e os honorários vão incidir em cima dos 40 mil e não em sua totalidade. Art. 523. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. o Na ausência de pagamento voluntário será expedido mandado de penhora. ▪ Não houve o pagamento voluntário, o juiz determina a penhora. ▪ Penhora: é o ato que possibilita a invasão dos bens para assegurar o cumprimento das obrigações. Art. 523. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. o Documentos necessários para os cálculos em poder de terceiro ou do executado serão requisitados, sob pena de crime de desobediência. ▪ Se os documentos estiverem com o executado, ele será intimado para juntar os documentos, não fazendo a penalidade será não poder questionar os cálculos que foram apresentados. ▪ Se os documentos tiverem em poder de terceiro, exemplo um contador, e ele se nega a apresentar, nesse caso o caminho é diferente. Se tiver com o terceiro poderá haver a busca e a apreensão, e assim o terceiro como o executado irá responder como crime de desobediência. Art. 524. § 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. Elaborado por: Brenda Alves o Necessidade de dados adicionais do executado, requisição para traze-los no prazo de 30 dias ▪ Prazo de 30 dias para trazer os documentos aos autos Art. 524. § 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. o Não apresentados os dados adicionais, reputam-se corretos os cálculos apresentados pelo exequente Art. 524. § 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. IMPUGNAÇÃO o Art. 525, CPC Tem-se 2 tipos de defesa na execução: - A impugnação é meio de defesa no cumprimento de sentença. - O embargo é o meio de defesa na ação de execução. Impugnação o Transcorrido o prazo de 15 dias para o pagamento espontâneo, não ocorrendo o pagamento, inicia-se 15 dias para que o executado apresente sua impugnação. ▪ O prazo de impugnação corre quando não efetua o pagamento espontâneo Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. Matérias de impugnação: O que se pode alegar na impugnação? - Art. 252, §1 Art. 525. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 Elaborado por: Brenda Alves ▪ Em uma execução que se dá mediante cumprimento, que é uma fase do processo, significa que o processo tem que ser tramitado todo dentro da sua legalidade. ▪ Imagine que ocorreu a revelia da parte, mas a citação foi nula. Nesse caso, poderá alegar que aquela sentença não poderá ser executada porque ela é nula, porque a citação ela é nula, logo vai viciar o título. II - ilegitimidade de parte; ▪ A parte que está sendo executada, não é legitima. ▪ Exemplo: Câmara Municipal não tem personalidade jurídica, tem capacidade processual e tem autonomia administrativa. Mas, se tiver uma ação contra a Câmara, quem vai suportar o pagamento não é a Câmara porque não gera receita, quem vai suportar vai ser o município através do poder executivo. ▪ O processo entra contra a Câmara mas quem deve se responsabilizar é o Município, porque a Câmara não gera receita. No caso, se for entrar com uma ação contra a Câmara, tem que entrar contra a Câmara e chamar o Município para o polo passivo. Não chamando o município, o principal exequente seria ilegítimo, e o caminho seria entrar com uma nova ação e agora incluir o município no polo passivo. III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; ▪ O título é inexequível porque ainda não se venceu, ou seja, para ocorrer a ação é necessário possuir todos os requisitos preenchidos. ▪ Inexigibilidade da obrigação, porque a obrigação pode está prescrita, ou seja, não é mais exigida. IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; ▪ Aparece como matéria de impugnação, mas em qualquer momento da execução poderá se manifestar em 5 dias contra aquela penhora. V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; ▪ O demonstrativo deve ser aplicado tanto em relação a quem executa, como em relação a quem a defende. ▪ Porque? Porque quem executa fazer o demonstrativo de 50mil reais, quem defende terá de apresentar o demonstrativo de cálculo mostrando que na verdade é 30mil reais. VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; ▪ Se alega que o juízo da execução é incompetente. Elaborado por: Brenda Alves ▪ Se não é o juízo que constituiu o título; se não é o juízo onde estão os bens penhoráveis; ou se não é o juízo do novo domicilio da parte(art.516, p.u) VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. ▪ Quando sair a sentença já havia uma causa que impedia. ▪ Exemplo; a lei que fundamentava aquele direito, já tinha sido declarada inconstitucional. § 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 . § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. Excesso de Execução Art. 525. § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. ▪ Se não fizer isso na defesa, o juiz irá rejeitar a impugnação. ▪ Para mostrar que o valor é excessivo, precisa demonstrar o valor que eu reconheço. Art. 525. § 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. ▪ Se alegar somente o excesso e não trouxer o demonstrativo, o juizrejeita liminarmente a impugnação. ▪ Se além de alegar que é excessivo, e além disso, já cumpriu a obrigação, se não apresentar o demonstrativo, o juiz vai julgar liminarmente que em relação ao demonstrativo ele não pode julgar porque não foi apresentado o demonstrativo, por não ter elementos pra ele apreciar, e que o ele só vai analisar se houve ou não comprovação de pagamento. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art146 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art146 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art148 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art229 Elaborado por: Brenda Alves Obtenção de efeito suspensivo - A impugnação não impede a prática de atos executivos Art. 525. § 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. ▪ Quando se entra com a impugnação, a execução pela lei não é suspensa. Significa que poderia caminhar a execução e a impugnação em paralelo. ▪ Embora na prática fique suspenso, esse parágrafo diz que só poderia ser suspenso quando preencher os requisitos. ▪ Na prática: o juiz quando recebe a impugnação manda intimar a parte para em 15 dias se manifestar, e durante esses 15 dias fica parado o processo e depois quando volta, o juiz vai julgar a impugnação. § 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens § 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. ▪ Prosseguimento da execução mesmo com a concessão do efeito suspensivo. ▪ Ainda que o executado conseguisse o efeito suspensivo, mesmo assim o exequente poderia dar uma contra garantia. ▪ Exemplo: o executado para requerer o efeito suspensivo, um dos requisitos é demonstrar que garantiu o juízo, ou seja, ter um bem penhorado. Então a outra parte poderia pegar um bem também, dar como garantia, e pedir que a execução transcorresse normalmente. Elaborado por: Brenda Alves Nesse caso teria 2 garantias no processo, a penhora que foi dada e a contra garantia. Para que o processo transcorra normalmente mesmo na impugnação. Causas supervenientes a impugnação § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. ▪ Embora a penhora seja uma das matérias de impugnação, poderá ser alegada em qualquer tempo. Inexigibilidade de titulo oriundo de lei inconstitucional § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. ▪ Se o Supremo Tribunal Federal se manifestou, declarou que é incompatível aquela gratificação, nesse caso o título torna-se inexequível. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. ▪ Poderá ser modulado porque aqueles que já receberam a gratificação, o Supremo vai regulamentar a situação. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. ▪ A decisão que diz que o titulo é inexequível por inconstitucionalidade, tem que ser anterior ao transito em julgado da sentença que reconheceu o direito. ▪ O trânsito em julgado da decisão do Supremo tem que ocorrer anterior a decisão exequente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Elaborado por: Brenda Alves § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. ▪ Se o Supremo decidir depois da ação, não significa dizer que aquele direito não possa ser atingido, pode! Só que agora não vai ser pela impugnação. ▪ Se a decisão do Supremo ocorrer após a decisão que reconheceu aquela gratificação, aquela decisão pode ser atacada, não na impugnação, mas na ação rescisória. Obs.: Se a lei que assegura aquela gratificação do servidor for declarada incompatível com a constituição ANTES da decisão do processo de conhecimento, aquele título é inexequível. Se quando a decisão saiu, ainda não existia a decisão do Supremo, não vai poder impugnar, mas pode entrar com uma ação rescisória para desconstituir aquela decisão que reconheceu a gratificação, com fundamento de que o Supremo disse que ela é incompatível com a CF. Ausência de Demonstrativo ou insuficiência o STJ tem o entendimento de que devido ao fato de que o artigo 524 determina que o requerimento de cumprimento de sentença deve atender os requisitos, entre eles, está justamente o Demonstrativo. o Então, se em uma execução no cumprimento de sentença ou no processo de execução, não traz um demonstrativo do débito, o STJ compreende que nesse caso é possível impugnar a ausência de demonstrativo por não atender o que determina o art. 524. o Esse entendimento do STJ era na vigência do antigo CPC, no entanto, não muda, porque a redação é praticamente o mesmo, só muda os dispositivos. O entendimento permanece o mesmo. o Se não existir o demonstrativo ou o demonstrativo for insuficiente caberá a impugnação da execução, no caso de cumprimento de sentença. o Se só informar o valor, e não souber a sua origem, há um grande risco de ter o cumprimento de sentença impugnado. Elaborado por: Brenda Alves Outras observações: Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECEA EXIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS ➢ Art. 528 a 533, CPC ➢ Ação de alimentos e execução de alimentos o Quando se fala em execução de alimentos está incluso o cumprimento de sentença de alimentos e da execução de alimentos de títulos extrajudiciais. ➢ Na ação de alimentos tem 2 decisões que são passíveis de serem executadas: (requerer o cumprimento de prestação de alimentos) o Decisão interlocutória que fixa os alimentos provisórios ▪ Exigível de imediato o Sentença que fixa os alimentos definitivos ➢ Para chegar no cumprimento de sentença de execução é preciso passar por a ação de alimentos. ➢ Outra forma de executar alimentos sem passar por uma ação de alimentos, é só se você porventura fazer um acordo de alimentos perante a Defensoria Pública ou MP, ou as partes assistidas por seus advogados e firmaram um acordo extrajudicial. ➢ Sem ter fixado os alimentos não tem como requerer a chamada execução de alimentos. Elaborado por: Brenda Alves Espécie dos alimentos ➢ Decorrentes do parentesco ➢ Decorrentes de ação indenizatória por ato ilícito ➢ DECORRENTES DO PARENTESCO Intimação pessoal para pagar, provar que fez ou justificar impossibilidade no prazo de 3 dias Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. ▪ Intima o executado de forma pessoal. Tem 3 caminhos: ▪ Pagar o débito ▪ Provar que já pagou ▪ Justificar a impossibilidade de efetuar § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 . ▪ Protesto por determinação do Juiz, caso o executado não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, § 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. ▪ A justificativa precisa ser comprovada e aceita pelo juiz. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. ▪ Decreto da prisão civil de 1 a 3 meses § 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. ▪ Prisão cumprida em regime fechado, separado dos presos comuns. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art517 Elaborado por: Brenda Alves § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. ▪ A prisão não exime do cumprimento da obrigação § 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. ▪ O pagamento suspende ordem de prisão § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. ▪ O débito que autoriza a prisão até 3 meses anteriores ao ajuizamento § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. ▪ Pode optar pelo procedimento padrão de cumprimento de sentença. (arts. 523 a 527) § 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. Desconto em folha Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. § 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art516 Elaborado por: Brenda Alves parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831 e seguintes . ▪ Não cumprida a obrigação, penhora os bens. Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. § 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados. § 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. ▪ Ciência ao MP para apurar a conduta do crime de abandono material. ▪ Crime de abandono material: quando não se custeia a subsistência da pessoa que você tem a obrigação legal. Exemplo: um pai que não custeia a subsistência do filho. ➢ DECORRENTES DE AÇÃO INDENIZATÓRIA POR ATO ILÍCITO Pensão por ato ilícito Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. ▪ Resulta de reparação de danos ▪ Não cabe prisão em decorrência do inadimplemento de alimentos ▪ Deve constituir um capital que perfaça todo o valor do período da pensão a ser paga ▪ É possível ser efetuado o pagamento de uma vez. § 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art831 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art831 Elaborado por: Brenda Alves financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. ▪ Substituição de capital por inclusão em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica § 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. § 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o descontoem folha ou cancelar as garantias prestadas. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA ➢ Art. 534 e 535, CPC ➢ Não se penhora bens públicos, não se bloqueia valores, ressalvados algumas exceções. Procedimento ➢ Quando o polo ocupado pela Fazenda Pública for ativo (autor), os processos de execução serão regulados pela Lei n. 6.830 de 1980 (Lei de Execuções Fiscais). Noutro giro, se a Fazenda Pública estiver no polo passivo (ré), processar-se-á a marcha processual a partir do artigo 535 da Lei n. 13.105 de 2015 no que se refere ao cumprimento de sentença que reconheça a obrigação de pagar quantia certa. ➢ Bem, acaso a Fazenda seja ré na mencionada ação, existem alguns requisitos a serem observados quanto ao cumprimento de sentença, algumas formalidades relativas à pretensão as quais estão elencadas no artigo 534 da Lei Processual, a saber: Elaborado por: Brenda Alves Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: ▪ Apresentação de demonstrativo discriminado e atualizado, contendo: I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. § 1º Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 113 . ▪ Se houver pluralidades de exequentes, cada um deles deverá apresentar o próprio demonstrativo e um ponto digno de nota se refere ao fato de que a multa de 10% aplicável em caso de inadimplência da Fazenda Pública não será aplicada. § 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. ▪ Não se aplica a multa, mas se aplica os honorários de cumprimento de sentença. ▪ A Fazenda Pública não pode pagar de forma voluntária e espontânea a multa, precisa verificar a ordem de seus credores. ➢ As intimações endereçadas à Fazenda serão realizadas na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico (intimação pessoal) com prazo de 30 dias para impugnar a execução (prazo de 30 dias ao invés de 15 dias). Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art113%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art113%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C2%A71 Elaborado por: Brenda Alves ➢ A Fazenda Pública também poderá impugnar a execução e, para tanto, poderá arguir algumas matérias de defesa elencadas no artigo 535 I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; ▪ Nesse caso, a Fazenda deverá indicar o valor que entende correto, sob pena de a arguição não ser conhecida. V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. ▪ As causas modificativas ou extintivas da obrigação, citadas no inciso anterior devem ser supervenientes (posteriores) ao trânsito em julgado da sentença. Obs.: Observe, que as defesas são, basicamente, as mesmas alegáveis nas obrigações relativas à quantia certa previstas no artigo 525 do Novo Código de Processo Civil de 2015. Contudo, no caso da Fazenda Pública não há de se falar em penhora (prevista no inciso IV do artigo 525 da Lei de Ritos). § 1º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148 . ▪ Alegação de impedimento ou suspeição § 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. ➢ Feitas as impugnações, essas podem ser rejeitadas e, com efeito, a Fazenda Pública, ora devedora, será obrigada a pagar a quantia devida. No entanto, lembro a você que o pagamento será feito em precatórios (regulados pelo artigo 100 da Constituição Federal) ou Requisições de Pequeno Valor (RPV), http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art146 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art146 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art148 Elaborado por: Brenda Alves as quais são definidas pela quantia e ente Político devedor (60 salários mínimos para União; 40 salários mínimos para os Estados e Distrito Federal e 30 salários mínimos para os Municípios, sendo que para os dois últimos essas quantias vigem enquanto não houver lei específica para tratar o tema). ➢ A CF autorizou os dois últimos editarem uma nova lei para diminuir aquele valor, adequando a realidade financeira de cada um. ➢ A EC 62, o valor da obrigação de pequeno valor não pode ser inferior ao maior beneficio da previdência social (hoje, 6 mil e alguma coisa) ➢ Então, não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições, o § 3º cita o “caminho” a ser seguido para o adimplemento da obrigação. o Existe 2 caminhos para o cumprimento de sentença ▪ A obrigação que será cumprida através de precatório ▪ A obrigação que será cumprida através de requisitório de pequeno valor, que é como se fosse um mini precatório § 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal ; ▪ Expedição de precatório pelo presidente do Tribunal competente ▪ O precatório, grande maioria das obrigações. ▪ Os precatórios serão expedidos por intermédio do Presidente do Tribunal e não pelo Juiz da execução, observado o disposto na Constituição como ordem cronológica e trânsito em julgado. ▪ Como ocorre: o juiz da comarca envia para o presidente do tribunal um requisitório de precatório, o presidente expede e manda para que o prefeito inclua no orçamento aquele precatório. ▪ Se forem enviados até o dia 1 de julho de 2021, serão incluídos no orçamento de 2021. Se chegarem no dia 2 de julho de 2021, serão incluídos no orçamento de 2022. II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. (Vide ADI 5534) ▪ Cumprimento por obrigação de pequeno valor (OPV), juiz da causa prazo de 2 meses http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4989940 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4989940 Elaborado por: Brenda Alves ▪ Além disso, o pagamento da obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses a contar da entrega da requisição, mediante depósitona agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. ▪ Como ocorre: Não vai para o tribunal, o juiz manda o cartório expedir o requisitório e manda para o ente público efetuar o pagamento em 2 meses, extingue a obrigação. ▪ Se não efetuar em 2 meses, será bloqueado o valor na conta do ente público. § 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. Sentença pautada em Lei declarada inconstitucional § 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. ▪ O caso supra, traz a hipótese de inexigibilidade da obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo ou fundado em interpretação de lei ou ato normativo pela Corte Suprema como incompatível com a Carta Fundante em sede de controle de constitucionalidade concentrado e difuso, consoante o § 5º do Código. § 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. ▪ Ademais, o § 6º consigna que a decisão da Egrégia Corte pode ser modulada a fim de manter a segurança jurídica dos jurisdicionados § 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda. § 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm Elaborado por: Brenda Alves ▪ Essa decisão deverá ser proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda, a qual, se ocorrer após, será atacada por meio de ação rescisória, cujo lapso temporal será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, consoante os §§ 7º e 8º do artigo 535 ▪ Se a declaração ocorrer antes do trânsito tem julgado, o título é inexequível; se ocorreu depois do trânsito em julgado, está com uma ação rescisória para rescindir aquela decisão e tornar o título inexequível. Regime dos precatórios ➢ Art. 100, CF ➢ É a forma de cumprimento da obrigação em face a Fazenda Pública, uma vez que não é possível penhorar bens. ➢ Expedido pelo Presidente do Tribunal, que apreciou ou que seria competente para apreciar o recurso Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. ▪ Ordem cronológica ▪ Ou seja, prioridade em alimentos. ▪ Quem tem mais de 60 anos ou portador de doença grave ou com deficiência. ▪ Exemplo: um servidor com salário atrasado tem prioridade em relação a uma empresa que vendeu ao município ou estado e não recebeu. § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. ▪ Precatório de natureza alimentícia tem prioridade ▪ Exemplos: salários atrasados, férias, 13 salário, gratificação não paga. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença Elaborado por: Brenda Alves grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. ▪ Débitos de natureza alimentícia de titulares com 60 anos ou doenças graves e com deficiência ▪ Não significa que vão receber o precatório no valor total. Essa prioridade vai dar o direito de receber 3x ao equivalente as obrigações de pequeno valor. ▪ O restante seria na ordem normal de precatório. A preferencia é só em relação ao triplo. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (conhecido como INSS) ▪ Dispensa de precatório até a publicação de lei própria ▪ Obrigações de pequeno valor as obrigações que forem abaixo de: ▪ Municípios – 30 salários ▪ Estados – 40 salários ▪ União – 60 salários (não pode diminuir) § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. ▪ Expedição pelo presidente do tribunal que foi ou seria competente para apreciar o recurso de requisição até 1ºde julho para pagamento no ano subsequente. § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de Elaborado por: Brenda Alves precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. ▪ Preterição de pagamento – ocasiona o sequestro(bloqueio) de valores da Fazenda Pública ou no fura-fila ▪ Autoriza a justiça sequestrar valores nas contas públicas: Quando o RPV não é pago em 2 meses; quando existe a preterição da ordem cronológica. ▪ Exemplo; um estado tem para o ano de 2021 tem um precatório na ordem, o primeiro 100 mil, o segundo 50 mil, o terceiro de 30 mil. Ele não pode pagar o terceiro em primeiro momento, se ele fizer isso, o primeiro e o segundo poderá pedir que o juiz determine o bloqueio do valor equivalente dos seus precatórios, trazendo um problema administrativo provocado pelo próprio gestor. § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. § 9º No momento da expedição dos precatórios, independentementede regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. ▪ Possibilidade de compensação de crédito ▪ Quando for emitir um precatório, basta que o ente publico informe que tenha algum valor a ser compensado, que o juiz já faz o recorte daquele valor e manda para o tribunal. ▪ Só é possível a compensação naqueles casos que houver a inscrição na divida ativa. (alteração) § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. Elaborado por: Brenda Alves § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º ▪ O §2 e 3 trata da preferência de alimentos ▪ Compra e venda de precatório ▪ Pode vender o precatório a terceiros, mas não se aplica a eles a preferência que você tinha. ▪ O terceiro perde a qualificação de alimentos (exemplo) e vai para uma nova ordem cronológica. § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor. § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período Elaborado por: Brenda Alves compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação constitucional; II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. Outras observações: Obs.: Inadimplemento intencional para justificar a intervenção, não podendo ser declarada intervenção quando o fundamento for insuficiência sem fundos. - A ausência do cumprimento do precatório leva a decretação da intervenção do Estado do município, porque não está cumprindo as determinações judiciais. Nesse caso, essa intervenção só vai acontecer se foi intencional, ou seja, que se tinha valores e que não cumpriu com o pagamento porque não quis. Elaborado por: Brenda Alves Obs. 2: Não pagamento dos tributos quando o precatório não é pago no exercício financeiro determinado. - Exemplo: Se o precatório era pra ser pago até o dia 31 de dezembro de 2020, se fosse pago em março de 2021, não poderá mais descontar o imposto de renda retido na fonte. Se caso desconte, o credor poderá entrar com ação ressarcitória, uma vez que não cabe essa retenção, por força do §2 do art. 78 da ADCT. Obs. 3: Papel do Presidente do Tribunal no precatório. A decisão de mandar expedir o precatório e encaixar na ordem cronológica, essa decisão é judicial? Existe recurso para essa decisão? - STF entende que o papel do presidente ao emitir o precatório, é um papel administrativo, e não um ato judicial, não sendo capaz de ter um recurso para aquele ato. No entanto, quando não se tem recurso para determinado ato que seja praticado por alguma entidade judicial, mas pode trazer afronta ao direito liquido e certo daquela pessoa, é possível entrar com mandado de segurança. Nesse caso especifico, é de compreensão da doutrina que se porventura o presidente ao emitir o precatório, ele desobedeceu a ordem cronológica dos precatórios, nesse caso o prejudicado pode ingressar com uma ação de mandado de segurança como substituta de recurso para proteger o direito liquido e certo. Obs. 4: Emenda Constitucional 62 - Nova forma de pagamento de precatório - Essa EC criou um Regime Especial de cumprimento de precatórios (art. 97 da ADCT) o Consiste que o ente publico com exceção da união, ele poderia, se tivesse precatórios atrasados na época que foi editado a EC 62, poderia aderir ao regime especial, que iria assegurar ao ente publico que está com os precatórios atrasados um prazo de até 15 anos para efetuar o pagamento daqueles débitos, iria pagar através de: ele faria um decreto aderindo ao regime, encaminharia para o TJ e o TJ abriria uma conta e todo mês o município ou estado ao invés de pagar os precatórios atrasados, iriadepositar todo mês naquela conta o equivalente a 2,5% da receita corrente liquida do ente público, e o próprio TJ iria administrando aquele valor de acordo com a disponibilidade. Elaborado por: Brenda Alves - Essa medida foi decretada a inconstitucionalidade. - Também criou a possibilidade de haver leilão, acordo direto entre a Fazenda Pública e o credor o Onde a Fazenda pública pudesse oferecer um valor referente ao precatório para pagar antes da ordem. - Também houve a declaração de inconstitucionalidade desse dispositivo. - STF disse que poderia haver esse leilão entre os credores, desde que a diminuição dos valores não excedesse a 40%.