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Vestibulares_paulistas_2020

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MÓDULO D E
ESTUDO
VESTIBULARES 
PAULISTAS 
R 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 5 
MATEMÁTICA ................................................................................................................ 121 
HISTÓRIA ......................................................................................................................... 180 
ATUALIDADES ............................................................................................................... 250 
FILOSOFIA E SOCIOLOGIA ........................................................................................... 262 
GEOGRAFIA .................................................................................................................... 273 
FÍSICA ............................................................................................................................... 318 
FÍSICA MODERNA PARA VESTIBULARES ............................................................... 387 
QUÍMICA .......................................................................................................................... 408 
BIOLOGIA ........................................................................................................................ 487 
GABARITOS ..................................................................................................................... 529 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
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MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 5 020.504 - 145566/19 
 
 
REDAÇÃO 1 
 
PROPOSTA 1 (FUVEST/2019) 
 
• Leia os textos para fazer sua redação. 
 
O progresso, longe de consistir em mudança, depende 
da capacidade de retenção. Quando a mudança é absoluta, 
não permanece coisa alguma a ser melhorada e nenhuma 
direção é estabelecida para um possível aperfeiçoamento; 
e quando a experiência não é retida, a infância é perpétua. 
 
George Santayana, A vida da razão, 1905. Vol. I. Cap XII. Adaptado. 
 
O HISTORIADOR 
 
Veio paro ressuscitar o tempo 
e escalpelar os mortos, 
as condecorações, as liturgias, as espadas, 
o espectro das fazendas submergidas, 
o muro de pedra entre membros da família, 
o ardido queixume das solteironas, 
os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadas 
nem desfeitas. 
Veio para contar 
o que não faz jus a ser glorificado 
e se deposita, grânulo, 
no poço vazio da memória. 
É importuno, 
sabe-se importuno e insiste, 
rancoroso, fiel. 
 
Carlos Drummond de Andrade, A paixão medida, 1981. 
 
 
Flavio Cerqueira, Amnésia, 2015. 
 
Essa escultura de um garoto negro foi esculpida no tamanho 
real de uma criança, com seus cabelos crespos, seu nariz 
largo, sua boca marcada. A criança segura uma lata por 
sobre sua cabeça, de onde escorre uma tinta branca sobre 
seu corpo feito de bronze. 
Nexo Jornal, 13 jul. 2018. 
A minha vontade, com a raiva que todos estamos 
sentindo, é deixar aquela ruína (o Museu Nacional depois do 
incêndio) como memento mori, como memória dos mortos, 
das coisas mortas, dos povos mortos, dos arquivos mortos, 
destruídos nesse incêndio. Eu não construiria nada naquele 
lugar. E, sobretudo, não tentaria esconder, apagar esse 
evento, fingindo que nada aconteceu e tentando colocar ali 
um prédio moderno, um museu digital, um museu da 
Internet - não duvido nada que surjam com essa ideia. 
Gostaria que aquilo permanecesse em cinzas, em ruínas, 
apenas com a fachada de pé, para que todos vissem e se 
lembrassem. Um memorial. 
 
Eduardo Viveiros de Castro, Público.pt, 04/09/2018 
 
Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo 
‘como ele de fato foi’. Significa apropriar-se de uma 
reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um 
perigo. 
Walter Benjamin, Sobre o conceito de história, 1940. 
 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e também 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema: De que maneira o passado contribui 
para a compreensão do presente? 
 
Instruções: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
 
PROPOSTA 2 (FUVEST/2018) 
 
• Leia os textos para fazer sua redação. 
 
As obras de arte assumem a função da representação 
da cultura de um povo desde os tempos mais remotos da 
história das civilizações. É através delas que o ser humano 
transmite uma ideia ou expressão sensível. Contudo algumas 
obras de arte fogem do conceito de retratação do belo e da 
sensível, parecendo terem sido feitas para chocar e causar 
polêmicas. 
A principal obra do escultor inglês contemporâneo 
Marc Quinn é uma réplica de sua cabeça feita com cerca de 
4,5 litros de seu próprio sangue – extraído ao longo de cinco 
meses. Uma peça nova é feita a cada cinco anos, e elas 
ficam armazenadas em um recipiente de refrigeração 
especialmente desenvolvido para elas. 
 
Disponível em: <http://gente.ig.com.br/cultura>. Adaptado. 
 
Graças aos seus três urubus, a obra “Bandeira Branca” 
é o acontecimento mais movimentado da 29º Bienal [2010]. 
No dia da abertura, manifestantes de ONGs de proteção aos 
animais se posicionaram diante da instalação segurando 
cartazes com dizeres que pediam a libertação das aves. 
Chegaram a ser confundidos com a própria obra. 
“Me entristece o fato de que apenas os animais estejam 
sendo ressaltados. Espalharam informações erradas sobre 
LÍNGUA PORTUGUESA 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 6 020.504 - 145566/19 
como os urubus estão sendo tratados”, lamenta Nuno 
Ramos. Na obra, os urubus estão cercados por uma rede de 
proteção e têm como poleiro várias caixas de som que, de 
tempos em tempos, tocam uma tradicional marchinha de 
carnaval. As aves tinham a permanência na Bienal 
autorizada pelo próprio Ibama, que, depois, voltou atrás, 
alegando que as instalações estavam inapropriadas para a 
manutenção dos animais. Denúncias e proibições à parte, a 
obra de Nuno Ramos ganha sentido e fundamentação apenas 
na presença dos animais. Sem eles, a obra perde seu estatuto 
artístico e vira mero cenário, já que os animais são seus 
principais atores. 
 
IstoÉ. 08/10/2010. Adaptado. 
 
A exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença 
na Arte Brasileira”, realizada desde 15 de agosto no 
Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada após 
protestos em redes sociais. A mostra ficaria em cartaz até 8 
de outubro,mas o espaço cultural cedeu às pressões de 
internautas. A seleção contava com 270 obras que trotavam 
de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em 
diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas 
distintas, por vezes abstratas, noutras, mais explícitas. São 
assinados por 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido 
Portinari, Ligia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson. 
 
Folha de S.Paulo. 10/09/2017. Adaptado. 
 
Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações 
críticas sobre a exposição “Queermuseu – Cartografias da 
diferença na Arte Brasileira”. 
Ouvimos as manifestações e entendemos que algumas 
das obras da exposição “Queermuseu” desrespeitavam 
símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a 
nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar 
inclusão e reflexão positiva, perdeu seu propósito maior, que 
é elevar a condição humana. 
Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste 
domingo, 10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos 
comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade 
e outros grandes temas contemporâneos. 
 
Disponível em: <https://www.facebook.com/SantanderCultural/posts>. 
Adaptado. 
 
A arte é um exercício contínuo de transgressão, 
principalmente a partir das vanguardas do começo do século 
XX. Isso dá a ela uma importância social muito grande 
porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos e 
para soluções que ainda não tínhamos imaginado para 
problemas que muitas vezes sequer conhecíamos. A seleção 
dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do festival 
[Videobrasil], por exemplo, me fez ver que os artistas estão 
muito antenados com as diversas crises que estamos vivendo 
e oferecem uma visão inovadora para o nosso cotidiano e 
acho que isso é um bom exemplo. 
 
Solange Farkas. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br>. 
 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
também outras informações que julgar pertinentes, redija 
uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto 
de vista sobre o tema: Devem existir limites para a arte? 
 
Instruções: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
 
PROPOSTA 3 (FUVEST/2017) 
 
• Examine o texto* a seguir, para fazer sua redação. 
 
Resposta à pergunta: O que é Esclarecimento? 
 
Esclarecimento é a saída do homem de sua 
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é 
a incapacidade de servir-se de seu próprio entendimento sem 
direção alheia. O homem é o próprio culpado dessa 
menoridade quando ela não é causada por falta de 
entendimento mas, sim, por falta de determinação e de 
coragem para servir-se de seu próprio entendimento sem a 
tutela de um outro. Sapere aude!** Ousa fazer uso de teu 
próprio entendimento! Eis o lema do Esclarecimento. 
A preguiça e a covardia são as causas de que a imensa 
maioria dos homens, mesmo depois de a natureza já os ter 
libertado da tutela alheia, permaneça de bom grado a vida 
inteira na menoridade. É por essas mesmas causas que, com 
tanta facilidade, outros homens se colocam como seus 
tutores. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz 
as vezes de meu entendimento, se tenho um diretor 
espiritual que assume o lugar de minha consciência, um 
médico que por mim escolhe minha dieta, então não preciso 
me esforçar. Não tenho necessidade de pensar, se é 
suficiente pagar. Outros se encarregarão, em meu lugar, 
dessas ocupações aborrecidas. 
A imensa maioria da humanidade considera a 
passagem para a maioridade, além de difícil, perigosa, 
porque aqueles tutores de bom grado tomaram-na sob sua 
supervisão. Depois de terem, primeiramente, emburrecido 
seus animais domésticos e impedido cuidadosamente essas 
dóceis criaturas de darem um passo sequer fora do andador 
de crianças em que os colocaram, seus tutores mostram-lhes, 
em seguida, o perigo que é tentarem andar sozinhos. 
Ora, esse perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam 
muito bem a andar, finalmente, depois de algumas quedas. 
Basta uma lição desse tipo para intimidar o indivíduo e 
deixa-lo temeroso de fazer novas tentativas. 
Immanuel Kant 
 
* Para o excerto aqui apresentado, foram utilizadas as 
traduções de Floriano de Sousa Fernandes, Luiz Paulo 
Rouanet e Vinicius de Figueiredo. 
** Sapere aude: cit. lat. de Horácio, que significa “Ousa 
saber”. 
 
Estes são os parágrafos iniciais de um célebre texto de 
Kant, nos quais o pensador define o Esclarecimento como a 
saída do homem de sua menoridade, o que este alcançaria ao 
tornar-se capaz de pensar de modo livre e autônomo, sem a 
tutela de um outro. Publicado em um periódico, no ano de 
1784, o texto dirigia-se aos leitores em geral, não apenas a 
especialistas. 
 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 7 020.504 - 145566/19 
Em perspectiva histórica, o Esclarecimento, também 
chamado de Iluminismo ou de Ilustração, consiste em um 
amplo movimento de ideias, de alcance internacional, que, 
firmando-se a partir do século XVIII, procurou estender o 
uso da razão, como guia e como crítica, a todos os campos 
da atividade humana. 
Passados mais de dois séculos desde o início desse 
movimento, são muitas as interrogações quanto ao sentido e 
à atualidade do Esclarecimento. 
Com base nas ideias presentes no texto de Kant, acima 
apresentado, e valendo-se tanto de outras informações que 
você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria 
observação da realidade, redija uma dissertação em prosa, 
na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: 
O homem saiu de sua menoridade? 
 
Instruções: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
 
PROPOSTA 4 (FUVEST/2016) 
 
UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo 
outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). 
Thomas More deu esse nome a uma espécie de 
romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de 
vida em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, 
teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância 
religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia 
social. Depois disso, esse termo passou a designar não só 
qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior 
(como a República de Platão ou a Cidade do Sol de 
Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou 
religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, 
diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou 
também a ser usado para designar projeto de natureza 
irrealizável, quimera, fantasia. 
 
Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado. 
 
 
A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos 
torna capazes de não mais perceber essa realidade como 
natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante 
ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis. Ela é 
a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se 
encontram recalcadas pela ordem vigente. 
Paul Ricoeur. Adaptado. 
 
A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas 
estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. 
Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo 
imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto 
grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem 
nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. 
O homem iria perder, com o abandono das utopias, a 
vontade de construir a história e, também, a capacidade de 
compreendê-la. 
Karl Mannheim. Adaptado. 
Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que 
é melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes 
e perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; 
perigosas quando se quer realizá-las. 
 
André Comte-Sponville. Adaptado. 
 
CIDADE PREVISTA 
(...) 
 
Irmãos, cantai essemundo 
que não verei, mas virá 
um dia, dentro em mil anos, 
talvez mais... não tenho pressa. 
Um mundo enfim ordenado, 
uma pátria sem fronteiras, 
sem leis e regulamentos, 
uma terra sem bandeiras, 
sem igrejas nem quartéis, 
sem dor, sem febre, sem ouro, 
um jeito só de viver, 
mas nesse jeito a variedade, 
a multiplicidade toda 
que há dentro de cada um. 
Uma cidade sem portas, 
de casas sem armadilha, 
um país de riso e glória 
como nunca houve nenhum. 
Este país não é meu 
nem vosso ainda, poetas. 
Mas ele será um dia 
o país de todo homem. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se 
realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós 
tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que 
é aquela dos grandes textos fundadores, em particular a 
Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias 
é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade 
perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo 
homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se 
traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos 
homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a 
utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do 
acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um 
controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. 
Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se 
necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, 
só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um 
empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o 
acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia 
se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar 
seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela 
violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os 
piores abusos e o esquecimento da moral reconhecida. 
 
Frédéric Rouvillois. Adaptado. 
 
O conjunto de excertos acima contém um verbete, que 
traz uma definição de seguido de outros cinco textos que 
apresentam diferentes reflexões sobre o mesmo assunto. 
Considerando as ideias neles contidas, além de outras 
informações que você julgue pertinentes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de 
vista sobre o tema – As utopias: indispensáveis, inúteis ou 
nocivas? 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 8 020.504 - 145566/19 
Instruções: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
PROPOSTA 5 (FUVEST/2015) 
 
Na verdade, durante a maior parte do século XX, os 
estádios eram lugares onde os executivos empresariais 
sentavam se lado a lado com os operários, todo mundo 
entrava nas mesmas filas para comprar sanduíches e cerveja, 
e ricos e pobres igualmente se molhavam se chovesse. Nas 
últimas décadas, contudo, isso está mudando. O advento de 
camarotes especiais, em geral, acima do campo, separam os 
abastados e privilegiados das pessoas comuns nas 
arquibancadas mais embaixo. (...) O desaparecimento do 
convívio entre classes sociais diferentes, outrora vivenciado 
nos estádios, representa uma perda não só para os que olham 
de baixo para cima, mas também para os que olham de cima 
para baixo. 
Os estádios são um caso exemplar, mas não único. 
Algo semelhante vem acontecendo na sociedade americana 
como um todo, assim como em outros países. Numa época 
de crescente desigualdade, a “camarotização” de tudo 
significa que as pessoas abastadas e as de poucos recursos 
levam vidas cada vez mais separadas. Vivemos, 
trabalhamos, compramos e nos distraímos em lugares 
diferentes. Nossos filhos vão a escolas diferentes. Estamos 
falando de uma espécie de “camarotização” da vida social. 
Não é bom para a democracia nem sequer é uma maneira 
satisfatória de levar a vida. 
Democracia não quer dizer igualdade perfeita, mas de 
fato exige que os cidadãos compartilhem uma vida comum. 
O importante é que pessoas de contextos e posições sociais 
diferentes encontrem-se e convivam na vida cotidiana, pois 
é assim que aprendemos a negociar e a respeitar as 
diferenças ao cuidar do bem comum. 
 
Michael J. Sandel. Professor da Universidade Harvard. 
O que o dinheiro não compra. Adaptado. 
 
Comentário do Prof. Michael J. Sandel referente à 
afirmação de que, no Brasil, se teria produzido uma 
sociedade ainda mais segregada do que a norte- 
-americana. 
 
O maior erro é pensar que serviços públicos são apenas 
para quem não pode pagar por coisa melhor. Esse é o início 
da destruição da ideia do bem comum. Parques, praças e 
transporte público precisam ser tão bons o ponto de que 
todos queiram usá-los, até os mais ricos. Se a escola pública 
é boa, quem pode pagar uma particular vai preferir que seu 
filho fique na público, e assim teremos uma base político 
para defender a qualidade da escuto pública. Seria uma 
tragédia se nossos espaços públicos fossem shopping 
centers, algo que acontece em vários países, não só no 
Brasil. Nossa identidade ali é de consumidor, não de 
cidadão. 
[No Brasil, com o aumento da presença de classes 
populares em centros de compras, aeroportos, lugares 
turísticos etc., é crescente a tendência dos mais ricos a 
segregar-se em espaços exclusivos, que marquem sua 
distinção e superioridade.] (...) Pode ser que o fenômeno 
‘camarotização’, isto é, a separação física entre classes 
sociais, prospere para muitos outros setores. De repente, os 
supermercados poderão ter ala VIP, com entrada 
independente, cuja acessibilidade, tacitamente, seja decidida 
pelo limite do cartão de crédito. 
 
Renato de P. Pereiro. Disponível em: <www.gazetadigital com br>. 
06/05/2014 [Resumido] e adaptado. 
 
Até os anos de 1960, a escola pública que eu conheci, 
embora existisse em menor número, tinha boa qualidade e 
em um espaço animado de convívio de classes sociais 
diferentes. Aprendíamos muito, uns com os outros, sobre 
nossas diferentes experiências de vida, mas, em geral, nos 
sentíamos pertencentes a uma só sociedade, a um mesmo 
país e a uma mesma cultura, que era de todos. Por isso, 
acreditávamos que teríamos, também, um futuro em comum. 
Vejo com tristeza que hoje se estabeleceu o contrário: 
as escolas passaram a segregar os diferentes estratos sociais. 
Acho que a perda cultural foi imensa e as consequências, 
para a vida social, desastrosas. 
 
Trecho do testemunho de um professor universitário 
sobre a Escola Fundamental e Média em que estudou. 
 
Os três primeiros textos aqui reproduzidos referem-se 
à “camarotização” da sociedade – nome dado à tendência a 
manter segregados os diferentes estratos sociais. 
Em contraponto, encontra-se também reproduzido um 
testemunho, no qual se recupera a experiência de um 
período em que, no Brasil, a tendência era outra. 
Tendo em conta as sugestões desses textos, além de 
outras informações que julgue relevantes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema “Camarotização” da sociedade 
brasileira: a segregação das classes sociais e a 
democracia. 
 
Instruções: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-
padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
 
 
PROPOSTA 6 (UNICAMP/2019 – VESTIBULAR 
INDÍGENA) 
 
Imagine a seguinte situação: um jornal de grande 
circulação no Estado em que você mora publicou uma 
matéria com o título Índios estão perdendo suas culturas: 
eles agora preferem ver televisão, usar celular e navegar 
na Internet!. Após ler a matéria, você decidiu escrever um 
texto expressando sua opinião sobre o assunto, para ser 
publicado nesse mesmo jornal. 
 
Escreva, na folha de redação, esse texto. 
 
Atenção: assine esse seu texto usando apenas a letra inicial 
do seu primeiro nome. 
 
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Leia os trechos a seguir. Eles podem ajudar a dar 
sustentação à opinião que você vai manifestar no texto. 
 
I 
 
“Já me perguntaram por que eu estava usando tênis, 
celular e óculos, já que não eram coisas de índio. 
A sociedade pouco sabe da história dos povos 
indígenas, só acredita numa repetição de estereótipos. 
Mas os índios são pessoas que vivem na 
contemporaneidade, não são coisa do passado.” 
Daiara Tukano 
 
Adaptado de Diana Ferraz, “Daiara Tukano, militante indígena: 
Índios não são coisa do passado”, O Globo, 05/01/2018. 
 
 
II 
 
“O que gosto menos é que vejam televisão. Não 
gosto, não faz parte da cultura. A televisão prende os mais 
jovens em casa, por isso eles deixam de ir na casa de reza, 
o que quebra a tradição.” 
 
Anciã de uma das aldeias do povo Guarani-Mbyá 
em São Paulo. 
 
(Adaptado de Filipa D. Marques, Liliana M. Sousa, Marilia M. 
Vizzotto e Tania E. Bonfim. A vivência dos mais velhos em uma 
comunidade indígena Guarani Mbyá. Psicologia & Sociedade, 27(2), 
p. 421,2015.) 
 
 
III 
 
O mergulho de jovens cineastas indígenas na 
“tecnologia do branco” para documentar suas tradições 
culturais em vídeos foi uma demanda do cacique 
Afukaká Kuikuro, que buscava caminhos para preservar 
os cantos e as danças do seu povo que, para ele, estavam 
ameaçados. 
 
Adaptado de Câmera digital preserva tradição dos índios. G1, 25/07/2007. 
 
 
IV 
 
Não existe instrumento de comunicação mais 
democrático que a Internet. Sem ela, nós jamais 
conseguiríamos espaço na chamada grande mídia para 
contar a nossa história, promover intercâmbio cultural, 
lutar pelos nossos direitos, reivindicar políticas públicas, 
denunciar violação dos direitos humanos; hoje, basta um 
clic, e estou passando informações para a Anistia 
Internacional, a ONU, o Parlamento Europeu e outros 
organismos que podem nos defender. 
Yakuy Tupinambá. 
 
Renata D. Leite. Patrimônio em rede, memória criativa e 
performance: um estudo do blog índios Online. 
Dissertação de Mestrado, UFRJ, 2011, p. 75. Adaptado. 
 
 
 
 
V 
 
Para viver bem na floresta, a gente ainda não 
precisa de computador, não. A gente precisa é de outra 
tecnologia que é mais importante. Talvez no futuro as 
crianças indígenas vão precisar de computador, eu não 
sei, mas agora elas precisam é de saber pescar usando 
todo o conhecimento que o seu povo guardou na tradição. 
 
Adaptado de Comissão Pró-índio, Organização dos Professores 
Indígenas do Acre, Discutindo Problemas, Pensando Soluções. 
Rio Branco: Acre, 2007, p. 56. 
 
 
PROPOSTA 7 (UNICAMP/2018) 
 
Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado 
pelo Grêmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas 
sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os 
textos a seguir e, a partir deles, escreva um texto base para a 
sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu 
texto deve conter: a) uma explicação sobre o que é pós- 
-verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns 
exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais 
e se tornaram pós-verdade; e c) consequências sociais que a 
disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar 
também informações de outras fontes para compor o seu 
texto. 
 
Texto A 
 
 
Disponível em: <https://horizontesafins.wordpress.com>. 
Acesso em: 03 set. 2017. 
 
Texto B 
 
O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a 
Universidade de Oxford 
 
Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do 
departamento de imprensa da Universidade de Oxford 
responsável pela elaboração de dicionários, elege uma 
palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” 
(post-truth). 
A palavra é usada por quem avalia que a verdade está 
perdendo importância no debate político. Por exemplo: 
o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco 
apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do 
que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo 
Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em 
análises sobre dois importantes acontecimentos políticos: a 
eleição de Donald Trump como presidente dos Estados 
Unidos e o referendo que decidiu pela saída da 
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Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. 
Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de 
mentiras, como a de que a permanência na União Europeia 
custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no 
caso do Brexit, ou a de que Barack Obama é fundador do 
Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump. 
Em um artigo publicado em setembro de 2016, a 
influente revista britânica The Economist destaca que 
políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um 
outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia 
tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-
sucedida estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar 
posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente 
infundadas, denunciar essas informações como falsas não 
bastou para mudar o voto majoritário. 
Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de 
boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias 
funciona foram decisivos para que informações falsas 
tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm 
sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade. 
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp 
favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte 
dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais 
os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de 
legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo 
Facebook fazem com que usuários tendam a receber 
informações que corroboram seu ponto de vista, formando 
bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de 
questionamentos à esquerda ou à direita. 
 
Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra 
do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. 
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br>. 
Acesso em: 1° dez. 2017. 
 
PROPOSTA 8 (UNICAMP/2017) 
 
Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, 
você ficou responsável por escrever o texto de apresentação 
de uma campanha de arrecadação de fundos para a 
instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da 
Barca dos Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o 
histórico e as ações da biblioteca, mostrando a importância 
das doações para a continuidade do projeto. 
 
Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de 
apoio financeiro 
 
Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor 
biblioteca comunitária do país pelo Ministério da Cultura e 
da Educação. Graças ao trabalho de voluntários apaixonados 
por literatura e que a consideram uma arte fundamental para 
a infância, a instituição vem há quase uma década formando 
leitores e promovendo a cultura em Florianópolis. Precisa, no 
entanto, de um impulso material para que continue existindo. 
Para chegar ao posto de referência no país, a Barca dos 
Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove 
anos e dois meses depois da inauguração, conta com um 
precioso acervo de 15 mil livros, dois terços dos quais de 
literatura infantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil 
carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do 
ano passado, está com o aluguel atrasado na atual sede, um 
espaço de 125 m2 no Lagoa late Clube. 
“Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, 
subvenção. Além do aluguel, estamos devendo também o 
salário de três funcionários. A Barca é tocada por 
voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve 
a ponto de quase fechar” - lamenta a coordenadora do 
projeto, Tânia Piacentini. 
De 2010 até maio do ano passado, um convênio com a 
Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes 
garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por 
mês. Mas a parceria não foi renovada. “Todas as atividades 
são gratuitas. Apenas para os passeios de barco com 
contação de histórias, realizados no segundo sábado de cadamês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que 
acompanham as crianças. Nosso material, espaço, livros, 
tudo é renovado graças ao trabalho dos voluntários. 
Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar.” 
 
Acolhimento literário 
 
De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram 
crianças que engatinhavam lerem as primeiras palavras e 
depois amarem a leitura. Despertaram a paixão pela ficção, 
contaram histórias, viram mães com bebês de colo pegando 
no sono nos confortáveis sofás da sala de leitura, 
aconchegadas pelo ambiente de acolhimento literário. 
Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, 
Tânia Piacentini começou a dar aulas aos 14 anos. Cursou 
Letras e fez mestrado e doutorado na área de educação e 
literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, 
nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional 
do Livro Infantil, que a cada ano premia as melhores 
publicações para crianças e jovens. 
Duas décadas depois, com o aumento de livros 
editados para esse público - quando começou, eram no 
máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas edições -, 
passou a convidar pessoas para ajudar a selecioná-los. Daí 
surgiu um núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a 
Sociedade Amantes da Leitura, ONG que criou e sustenta 
legalmente a Barca. 
“Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos 
continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao público todos 
os dias é um sonho. Temos que estar disponíveis e manter a 
qualidade. Mas sem dívidas pessoais e crises financeiras", 
suspira Tânia. 
Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 
às 20 horas - chegou a ser de terça a domingo, em três 
turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades 
semanais, como A Escola Vai à Barca (que recebe alunos de 
escolas da rede pública e particular), palestras, saraus para 
adultos, lançamentos de livros, leituras coletivas de livros e 
passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceição. 
O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma 
carteirinha que permite pegar três obras emprestadas por 15 
dias. 
Mais informações sobre a programação no site da 
Barca dos Livros. 
 
Adaptado de Carol Macário. Barca dos Livros corre o risco de fechar 
por falta de apoio financeiro. 
Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br>. 
 
 
 
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PROPOSTA 9 (UNICAMP/2016) 
 
Você está participando de um curso sobre o livro 
O sentimento de si: corpo, emoção e consciência, de autoria 
do neurocientista António Damásio. Uma das avaliações do 
curso consiste na produção de um texto de divulgação 
científica a ser publicado em um blog do curso. O objetivo 
do seu texto será o de divulgar as ideias do autor para um 
público mais amplo, especialmente para alunos do ensino 
médio. Você deverá escrever o seu texto sobre o tema da 
indução das emoções, baseado no excerto abaixo, 
incluindo: 
a) uma explicação sobre indutores de emoção com 
exemplos do próprio texto; 
b) uma breve narrativa que exemplifique processos de 
indução de emoções; 
c) uma finalização baseada no fechamento do texto 
original. 
 
Lembre-se de que o texto de divulgação científica deverá 
ter um título adequado aos conteúdos tratados. 
 
O induzir das emoções 
 
As emoções acontecem em dois tipos de 
circunstâncias. O primeiro tipo de circunstâncias tem lugar 
quando o organismo processa determinados objetos ou 
situações através de um dos seus dispositivos sensoriais, por 
exemplo, quando o organismo avista um rosto ou um local 
familiar. O segundo tipo de circunstâncias tem lugar quando 
a mente de um organismo recorda certos objetos e situações 
e os representa, como imagens, no processo do pensamento, 
por exemplo, a recordação do rosto de uma amiga ou o fato 
de esta ter acabado de falecer. 
Um fato que se torna óbvio ao considerarmos as 
emoções é que certas espécies de objetos ou acontecimentos 
tendem a estar mais sistematicamente ligadas a determinado 
tipo de emoção que a outros. As classes de estímulos que 
provocam alegria, medo ou tristeza tendem a fazê-lo de 
forma consistente no mesmo indivíduo e em indivíduos que 
compartilham os mesmos antecedentes culturais. Apesar de 
todas as possíveis variações na expressão de uma emoção, e 
apesar do fato de podermos ter emoções mistas, existe uma 
correspondência aproximada entre classes de indutores de 
emoção e o resultante estado emocional. Ao longo da 
evolução, os organismos adquiriram os meios para 
responder a determinados estímulos – sobretudo aos que são 
potencialmente úteis ou perigosos sob o ponto de vista da 
sobrevivência – através de um conjunto de respostas a que 
chamamos emoção. 
Também é importante notar que enquanto o 
mecanismo biológico das emoções é largamente 
predeterminado, os indutores de emoção são externos e não 
fazem parte desse mecanismo. Os estímulos que causam a 
emoção não se encontram, de modo algum, confinados aos 
que ajudaram a formar nosso cérebro emocional ao longo da 
evolução e que podem induzir emoção desde os primeiros 
dias de vida. À medida que se desenvolvem e interagem, os 
organismos ganham experiência factual e emocional com 
diversos objetos e situações do ambiente, tendo assim uma 
oportunidade de associar muitos objetos e situações que 
poderiam ter permanecido emocionalmente neutros, com os 
objetos e as situações que causam emoções naturalmente. 
A forma de aprendizagem conhecida por condicionamento é 
uma das maneiras de obter esta associação. Uma casa 
parecida com a que o leitor viveu uma infância feliz pode 
fazê-lo sentir-se feliz, embora nada de especialmente bom 
ainda se tenha passado na casa. Do mesmo modo, o rosto de 
uma belíssima desconhecida, que se assemelha ao de uma 
pessoa ligada a um acontecimento terrível, pode causar-lhe 
desconforto ou irritação. Pode até nunca chegar a perceber 
por quê. 
A consequência de concedermos um valor emocional 
aos objetos que não estavam biologicamente destinados a 
receber essa carga emocional é tornar infinita a lista de 
estímulos que, potencialmente, podem induzir emoções. 
De uma forma ou de outra, a maior parte dos objetos e das 
situações conduzem a alguma reação emocional, embora uns 
em maior escala que outros. A reação emocional pode ser 
fraca ou forte – e, felizmente para nós, é fraca na maior 
parte das vezes – mas mesmo assim está sempre presente. 
A emoção e o mecanismo biológico que lhe é subjacente são 
os companheiros obrigatórios do comportamento, consciente 
ou não. Um certo grau de emoção acompanha, 
forçosamente, o pensamento sobre nós mesmos ou sobre o 
que nos rodeia. 
 
Adaptado de António Damásio, O sentimento de si: corpo, emoção e 
consciência. Lisboa: Círculo de Leitores, 2013, p. 79-81. 
 
 
PROPOSTA 10 (UNICAMP) 
 
Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo 
Grêmio Estudantil de sua escola a escrever um texto 
posicionando-se sobre o desrespeito aos deficientes físicos 
no âmbito escolar. Leia os textos abaixo e, a partir deles, 
defenda o seu posicionamento com argumentos que 
convençam a comunidade escolar. Seu texto deve conter: 
(a) aspectos sobre a falta de acessibilidade para deficientes 
na escola, (b) como o preconceito dos alunos prejudica a 
vida escolar dos deficientes e (c) como essas situações 
prejudicam o futuro dos cidadãos com deficiência. 
 
 
DIFICULDADES NO DIA A DIA DE UM 
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA 
 
Censo demográfico de 2000, aponta que são 24,5 
milhões de brasileiros com alguma deficiência. No Brasil, a 
maior parte das pessoas com deficiência física, auditiva, 
visual e mental está alijada do mercado de trabalho. Estudos 
mostram que há aproximadamente seis milhões de pessoas 
com deficiência em idade economicamente ativa, dos quais 
um milhão deve estar no mercado de trabalho informal e 
apenas 158 mil legalmente empregada com garantias 
trabalhistas e benefícios. 
A razão de muitas pessoas com deficiência estarem à 
margem do mercado de trabalho está diretamente ligada às 
poucas oportunidadesque têm de ingressar em cursos e 
treinamentos profissionais, o que resulta em baixa 
qualificação para o exercício do trabalho. O Brasil está 
muito atrasado em relação ao primeiro mundo no que se 
refere às políticas de emprego voltadas ao deficiente físico. 
A avaliação é de Steven Dubner, presidente da Associação 
Desportiva para Deficientes (ADD). 
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Para Dubner, ainda há muito a se fazer no Brasil 
quando o assunto é a contração de deficientes físicos. Pela 
legislação do Ministério do Trabalho, empresas com mais de 
mil funcionários são obrigadas a ter pelo menos 5% de 
deficientes em seu quadro de funcionários. Há, inclusive, 
multa prevista de R$ 5 mil para cada funcionário deficiente 
que as companhias deixarem de contratar. Mas, na prática, a 
lei é pouco aplicada. 
A culpa, na avaliação do presidente da ADD, não se 
restringe somente às companhias. “Quando uma empresa 
decide contratar deficientes físicos, provavelmente não vai 
conseguir apenas com boa vontade”, diz. Isso porque, 
segundo estimativas do executivo, menos de 2% dos 
deficientes físicos no país têm segundo grau completo. 
Dificuldades como a falta de transporte adaptado nas 
grandes cidades acabam interferindo na vida escolar do 
deficiente físico e atrapalham, posteriormente, na hora de 
conseguir um emprego. 
 
Disponível em: <http://www.bonde.com.br>. 
Acesso em: 8 jan. 2019. 
 
 
 
Disponível em: <http://comolidarcomalunosespecias.blogspot.com>. 
 Acesso em: 8 jan. 2019. 
 
 
REDAÇÃO 2 
 
PROPOSTA I (Fuvest) 
Texto I 
A MÍDIA COMO CORPO DOCENTE – 
MARIO SERGIO CORTELLA 
Erotização precoce, consumismo desvairado, competição 
e não-cooperação, individualismo etc. podem estar sendo 
“ensinados” sem que os envolvidos na mídia se deem 
conta disso. 
As sociedades ocidentais contemporâneas transferiram, 
pouco a pouco, os cuidados com as crianças das famílias 
para as escolas. A formação e a informação cognitivas, 
morais, sexuais, religiosas, cívicas etc. passaram a ser 
entendidas como uma tarefa essencial do espaço escolar, 
em substituição a uma convivência familiar cada vez mais 
restrita em qualidade e quantidade. 
Por isso, quando nos aproximamos do início do ano 
letivo, não são só as aulas que estão chegando; na prática, é a 
entrada ou a reentrada das nossas crianças e dos nossos 
adolescentes no território que se supõe seja o mais adequado 
para eles estarem (“em vez de ficarem nas ruas ou 
shoppings”). Há, assim, uma crescente sacralização do espaço 
escolar como um lugar de proteção/formação/salvação e, 
por consequência, uma maior responsabilização dos 
educadores na guarida das gerações vindouras. No entanto 
essa responsabilização beira a culpabilidade, como se a escola 
e os profissionais nela presentes tivessem, isoladamente, 
o exclusivo dever de dar conta de toda a complexidade 
presente na educação da juventude. 
É preciso, porém, observar um fenômeno que explodiu 
nos últimos 20 anos: uma criança dos centros urbanos, 
a partir dos 2 anos de idade, assiste à televisão, em média, 
durante 3 horas diárias, o que resulta em mais de 1.000 
horas como espectadora durante um ano (sem contar as 
outras mídias eletrônicas, como rádio, cinema e computador). 
Ao chegar aos 7 anos, idade escolar obrigatória, ela já 
assistiu a programação televisiva por mais de 5.000 horas. 
Vamos enfatizar: uma criança, no dia em que entrar no 
ensino fundamental, pisará na escola já tendo sido espectadora 
de mais de 5.000 horas de televisão! 
Quando pensamos no campo da formação ética e da 
cidadania, os problemas na educação brasileira não são, 
evidentemente, um ônus a recair prioritariamente sobre o 
corpo docente escolar; há um outro corpo docente 
não-escolar com uma estupenda e eficaz ascendência sobre 
as crianças e os jovens. 
Cinco mil horas! Imagine a responsabilidade daqueles 
e daquelas que produzem as programações e as publicidades! 
Pense no impacto formativo sobre os valores, hábitos, 
normas, regras e saberes que os profissionais dessa área de 
mídia têm sobre os infantes e sobre a chamada primeira 
infância, época na qual uma parte do caráter permanente da 
pessoa se estrutura! 
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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É claro que isso obriga também os que lidam com 
educação escolar a reverem os objetivos e a metodologia de 
trabalho; afinal, crianças pequenas não chegam mais à 
escola sem nenhuma base de conhecimento e informação 
científica e social, dado que têm outras fontes de cultura no 
cotidiano. Entretanto essa constatação não desobriga a mídia 
a pensar e a repensar o seu papel social: valores 
discricionários, erotização precoce, consumismo desvairado, 
competição e não-cooperação, individualismo etc. podem 
estar sendo “ensinados” sem que os envolvidos na mídia se 
deem conta disso. 
Vale, por isso, lembrar o que, em 1980, nos contou 
Adélia Prado em “Cacos para um Vitral” (com seu estilo 
simuladamente ingênuo e deveras percuciente), descrevendo 
uma cena familiar noturna em uma sala em pequenina 
cidade das Minas Gerais, quando fictícios personagens de 
novela borrifavam seus efeitos concretos na vida real: 
“Anselmo Vargas beijava Sônia Margot na novela das sete. 
O menininho de Matilde pediu: Mãe, muda o programa. 
Meu pintinho fica ruim...”. 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ 
fsp/equilibrio/eq2501200122.htm>. Acesso em: 31 jan. 19 
 
Texto II 
 
 
Disponível em: <http://www.universodosleitores.com/ 
2018/10/mafalda-em-10-tirinhas-realistas-e.html>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema: a mídia possui poder de influência na 
sociedade? 
 
INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
PROPOSTA II (Fuvest) 
Texto I 
O CELULAR QUE ESCRAVIZA 
Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e 
podem até causar acidentes de trânsito. 
Quando é a hora de desligar? 
Estamos viciados. Em qualquer lugar, a qualquer 
momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto 
de nossa dependência. Dormimos ao lado dele, acordamos 
com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã 
– e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, 
voltamos correndo. Somos incapazes de ficar mais de um 
minuto sem olhar para ele. É através dele que nos 
conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho. 
Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que 
acontece por meio dele. Os neurocientistas dizem que ele 
nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos 
tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de 
brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os 
celulares que fazem muito mais que falar. Com eles, 
trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos 
em redes sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. 
Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do 
celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. 
Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. 
E – pior de tudo – até mesmo enquanto dirigem. 
“É uma dependência difícil de eliminar”, diz o psiquiatra 
americano David Greenfield, diretor do Centro para Tratamento 
de Vício em Internet e Tecnologia, na cidade de West Hartford. 
“Nosso cérebro se acostuma a receber essas novidades 
constantemente e passa a procurar por elas a todo instante.” 
O pai de todos os vícios, claro, é o Facebook, maior rede 
social do mundo, onde publicamos notícias sobre nós 
mesmos como se alimentássemos um grande jornal coletivo 
sobre a vida cotidiana. Depois dele, novas redes foram 
criadas e apertaram o nó da dependência. Programas de 
troca de fotos como oInstagram conectam milhões de 
pessoas por meio das imagens feitas pelas câmeras cada vez 
mais potentes dos celulares. Os aplicativos de trocas de 
mensagem, como o Whatsapp, promovem bate-papos 
escritos que se assemelham a uma conversa na mesa do bar. 
O final dessa história pode ser dramático. Interagir com o 
aparelho – e com centenas de amigos escondidos sob a tela 
de cristal – tornou-se para alguns uma compulsão tão 
violenta que pode colocar a própria vida em risco. 
Parece exagero? Pense na história da garota americana 
Taylor Sauer, de 18 anos. Em janeiro, Taylor dirigia numa 
rodovia interestadual que liga os Estados de Utah e Idaho 
quando bateu a 130 quilômetros por hora na traseira de um 
caminhão. Taylor trocava mensagens com um amigo sobre 
um time de futebol americano. Uma a cada 90 segundos. 
Seu último post foi: “Não posso discutir isso agora. Dirigir e 
escrever no Facebook não é seguro! Haha”. Se não estivesse 
teclando, provavelmente Taylor teria avistado o veículo à 
frente, que andava a meros 25 quilômetros por hora. O caso 
terrível não é uma aberração estatística. A cada ano, 3 mil 
americanos morrem por causa da distração no celular, 
de acordo com a agência federal National Transportation 
Safety Board. 
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No Brasil, não é diferente – pelo menos é a impressão 
dos profissionais que trabalham na área. “Minha experiência 
sugere que essa é a quarta maior causa de acidentes, só atrás 
do excesso de velocidade, uso de álcool e drogas e cansaço”, 
diz Dirceu Júnior, diretor da Associação Brasileira de 
Medicina de Tráfego. Não custa lembrar que dirigir usando 
celular é passível de multa, segundo o Código de Trânsito 
Brasileiro, de 1997. A gravidade da infração é média: 
R$ 85,13 no bolso e 4 pontos na carteira de habilitação. 
Mas a punição não inibe os dependentes do celular. Mais de 
1.600 pessoas são multadas todo dia por esse motivo só no 
Estado de São Paulo. A cientista política Juliana Ferreira, de 
24 anos, é parte dessa estatística. Ela não resiste ao aparelho 
mesmo quando está na direção. Nunca foi multada, mas já 
bateu o carro. Estava a caminho do trabalho e trocava 
mensagens num engarrafamento. Não percebeu quando o 
carro à frente parou. Bateu. Ninguém saiu ferido, mas ela 
levou um susto enorme e diz que aprendeu a lição. “Hoje, 
só mexo no celular quando o farol está vermelho”, afirma. 
Como assim, só no farol vermelho? Talvez o nome disso 
seja dependência. 
 Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/ 
vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. 
Acesso em: 31 jan. 19. Adaptado. 
 
Texto II 
 
 
 
Disponível em: <http://exerciciosdetexto.blogspot.com/ 
2016/01/7-ano-redes-sociais-e-seus-problemas.html>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema: o celular afasta quem está próximo ou 
aproxima quem está distante? 
 
INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
PROPOSTA III (Fuvest) 
Texto I 
O significado da palavra xenofobia dependerá do 
contexto em que ela estiver sendo usada, pois, por ter um 
significado amplo, pode ser caracterizada como um transtorno 
psiquiátrico ou como uma forma de preconceito e racismo. 
A xenofobia como forma de preconceito se caracteriza pela 
aversão e a discriminação dirigidas a pessoas de outras raças, 
culturas, crenças e grupos. Essa aversão pode desenvolver 
sentimentos de ódio, causando animosidade e preconceito 
com tudo o que ela julga ser diferente. 
Em seu sentido mais restrito, podemos caracterizá-la 
como um medo excessivo e descontrolado diante do 
diferente, do desconhecido. Esse medo pode ter se desenvolvido 
após um período de exposição a alguma situação, objeto ou 
pessoa desconhecida. Ao passar por alguma experiência 
ruim com o desconhecido, a pessoa pode evitar alguma 
situação que julga ser arriscada, o que pode interferir em sua 
rotina, nos relacionamentos e nas atividades sociais, e até 
mesmo desencadear crises de pânico. 
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/ 
doencas/xenofobia.htm>. Acesso em: 31 jan. 19 
Texto II 
OS 3 ATAQUES COMETIDOS CONTRA 
IMIGRANTES VENEZUELANOS EM RORAIMA 
Em dois meses, polícia registrou agressões, expulsões e 
incêndios criminosos contra famílias que buscam 
abrigo no Brasil 
De acordo com os dados oficiais, o Brasil tinha, até o 
fim de 2017, pelo menos 40 mil imigrantes venezuelanos. 
Essa população toda cruzou a fronteira, principalmente pelo 
estado de Roraima, em busca de alimentos, trabalho e até de 
proteção contra perseguições políticas no país vizinho. 
Para cidades relativamente pequenas, como a capital Boa 
Vista, além de Pacaraima e Mucajaí, o fluxo é grande. 
Comparados com a população brasileira como um todo, 
no entanto, é inexpressivo – todos os imigrantes existentes 
no Brasil, somados, não chegam a 1% da população, quando 
a média mundial é de mais de 3%. 
Desde o mês de fevereiro de 2018, Roraima registrou 
pelo menos três ataques claramente dirigidos contra imigrantes 
venezuelanos. 
Além desses ataques, de maior repercussão, 
houve também registro de brigas menores, entre os próprios 
venezuelanos. Esses casos ocorrem sobretudo quando 
imigrantes são colocados em locais precários e insalubres, 
às vezes superlotados. 
O abrigo Tancredo Neves, por exemplo, chegou a ter 
500 imigrantes em Boa Vista. Ali houve discussões e brigas 
sobre questões como o furto de bicicletas, envolvendo às 
vezes apenas venezuelanos, e às vezes venezuelanos e 
brasileiros. 
Os casos mais graves, descritos abaixo, ocorreram num 
intervalo de menos de dois meses. O caso mais recente 
envolve um ataque coletivo contra um abrigo de imigrantes. 
Os outros dois são atribuídos a um imigrante a Guiana, 
Gordon Fowler, que confessou ter lançado bombas 
incendiárias contra dois locais onde venezuelanos viviam 
porque “pegou raiva” deles. 
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/ 
expresso/2018/03/22/Os-3-ataques-cometidos-contra-imigrantes-
venezuelanos-em-Roraima>. Acesso em: 31 jan. 19 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 15 020.504 - 145566/19 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação, em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema: há respeito ao imigrante no Brasil? 
 
INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
PROPOSTA IV (Fuvest) 
Texto I 
A Cultura Brasileira é o resultado da miscigenação de 
diversos grupos étnicos que participaram da formação da 
população brasileira. 
A diversidade cultural predominante no Brasil é 
consequência também da grande extensão territorial e das 
características geradas em cada região do país. 
O indivíduo branco, que participou da formação da 
cultura brasileira, fazia parte de vários grupos que chegaram 
ao país durante a época colonial. 
Além dos portugueses, vieram os espanhóis, de 1580 a 
1640, durante a União Ibérica (período o qual Portugal ficou 
sob o domínio da Espanha). 
Durante a ocupação holandesa no nordeste, de 1630 a 
1654, vieram flamengos ou holandeses, que ficaram no país, 
mesmo depois da retomada da área pelos portugueses. 
Na colônia, aportaram ainda os franceses, ingleses e italianos. 
Entretanto, foi dos portugueses que recebemos a 
herança cultural fundamental, onde a história da imigração 
portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história. 
Foram eles, os colonizadores, os responsáveispela 
formação inicial da população brasileira. Isso decorreu do 
processo de miscigenação com índios e negros africanos, 
de 1500 a 1808. Durante três séculos, os portugueses eram 
os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil. 
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/ 
cultura-brasileira/>. Acesso em: 31 jan. 19 
Texto II 
 
Disponível em: <https://suburbanodigital.blogspot.com.br/ 
2012/12/tirinhas-sobre-globalizacao.html>. Acesso em: 31 jan. 19 
Texto III 
 
 Disponível em: <https://dizfarsa.wordpress.com/ 
2014/11/05/5-de-novembro-dia-nacional-da-cultura-brasileira/>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras 
informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação, 
em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o 
tema: a diversidade cultural brasileira é respeitada? 
INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
PROPOSTA V (Fuvest) 
Texto I 
“Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases. (…) 
Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua 
forma com facilidade. (…) Os fluidos se movem facilmente. 
Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, 
“transbordam”, “vazam”, “inundam” (…) Essas são razões 
para considerar “fluidez” ou “liquidez” como metáforas 
adequadas quando queremos captar a natureza da presente 
fase (…) na história da modernidade. 
Zygmunt Bauman 
O trecho acima faz parte do prefácio de Modernidade 
Líquida, uma das principais obras do polonês Zygmunt 
Bauman (1925-2017), professor emérito das universidades 
de Leeds (Inglaterra) e Varsóvia (Polônia) e um dos mais 
importantes sociólogos da atualidade. Com uma linguagem 
simples e acessível, Bauman lança um olhar crítico para as 
transformações sociais e econômicas trazidas pelo capitalismo 
globalizado. 
Conceito central do pensamento do autor, a 
“modernidade líquida” seria o momento histórico que 
vivemos atualmente, em que as instituições, as ideias e as 
relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de 
maneira muito rápida e imprevisível: 
“Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os 
líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma”. 
Zygmunt Bauman 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
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Para melhor compreender a modernidade líquida, 
é preciso voltar ao período que a antecedeu, chamado por 
Bauman de modernidade sólida, que está associada aos 
conceitos de comunidade e laços de identificação entre as 
pessoas, que trazem a ideia de perenidade e a sensação de 
segurança. Na era sólida, os valores se transformavam em 
ritmo lento e previsível. Assim, tínhamos algumas certezas e 
a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, 
a tecnologia, a economia, por exemplo. 
Alguns acontecimentos da segunda metade do século 
XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento 
de novas tecnologias e a globalização, contribuíram para a 
perda da ideia de controle sobre os processos do mundo, 
trazendo incertezas quanto a nossa capacidade de nos 
adequar aos novos padrões sociais, que se liquefazem e 
mudam constantemente. Nessa passagem do mundo sólido 
ao líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das 
formas sociais: o trabalho, a família, o engajamento político, 
o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade. 
Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o 
medo líquido: temor do desemprego, da violência, 
do terrorismo, de ficar para trás, de não se encaixar nesse 
novo mundo, que muda num ritmo hiperveloz. 
Assim, duas das características da modernidade líquida 
são a substituição da ideia de coletividade e de solidariedade 
pelo individualismo; e a transformação do cidadão em 
consumidor. Nesse contexto, as relações afetivas se dão por 
meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam 
superficiais e pouco seguras (amor líquido). No lugar da 
vida em comunidade e do contato próximo e pessoal 
privilegiam-se as chamadas conexões, relações interpessoais 
que podem ser desfeitas com a mesma facilidade com que 
são estabelecidas, assim como mercadorias que podem ser 
adquiridas e descartadas. Exemplo disso seriam os 
relacionamentos virtuais em redes. 
Disponível em: <http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ 
ESPS/Edicoes/63/artigo211972-1.asp>. Acesso em: 31 jan. 19 
 
Texto II 
 
 
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/75435362488897217/>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
Texto III 
 
Disponível em: <https://portalnamoral.com.br/ 
celular-e-familia/>. Acesso em: 31 jan. 19 
 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação, em prosa, na qual você exponha seu ponto de 
vista sobre o tema: os relacionamentos interpessoais na 
modernidade líquida. 
 
INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não 
ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
PROPOSTA VI (Unicamp) 
 
No contexto contemporâneo, os jovens possuem cada 
vez mais recursos eletrônicos para entretenimento. 
Dessa forma, os jogos eletrônicos têm-se tornado um 
problema e podem gerar várias consequências negativas, 
quando utilizados em exagero. Nesse sentido, elabore uma 
narração, na qual o personagem sofre alguma consequência 
negativa ocasionada pelo uso excessivo de jogos eletrônicos. 
Para isso, tente diversificar os malefícios, não utilizando 
somente aqueles abordados na coletânea; apresente outras 
consequências, como sociais ou psicológicas. 
Texto I 
 
USO EXAGERADO DE JOGOS ELETRÔNICOS 
ADOECE CRIANÇAS E PREOCUPA PAIS 
 
Doenças como tendinite e hérnia de disco, que geralmente 
acometem os adultos, estão atingindo cada vez mais as 
crianças. De acordo com especialistas, o uso exagerado de 
jogos eletrônicos, seja em videogames ou computadores, 
é a principal causa para o aparecimento de sintomas como 
dores nas costas ou na cabeça. 
Aos 10 anos, Victor acabou parando em uma clínica 
de fisioterapia por causa de uma hérnia de disco. “Eu senti 
o pescoço doendo muito, minha coluna também”, descreve 
o garoto. 
A hérnia de disco é o nome dado para a lesão que 
acontece entre os discos que formam a coluna vertebral. 
Ocorre com as pessoas que não têm uma postura correta no 
dia-a-dia, forçando as placas. 
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“A coluna cervical tem uma curva importante. 
Quando você coloca a cabeça muito para baixo e fica muito 
tempo em um movimento repetitivo e tensional você 
empurra os discos que estão nas costas e isso com o tempo 
vai deslocando e com certeza a inversão dessa curva faz 
com que você fique em uma situação de risco. Às vezes uma 
batida que você faz com seu corpo, aquela posição que o 
jogo do videogame provocou, pode fazer o deslocamento. 
Às vezes um espirro ou uma virada brusca, ou no balanço do 
carro, algo que não aconteceria em uma coluna que está com 
sua curva normal. Na verdade, a grande causa é o tempo 
excessivo em uma postura inadequada, forçando a estrutura 
da coluna”, explica Socorro Almeida, fisioterapeuta. 
Para corrigir o problema, tratamento com RPG, 
uma técnica de reeducação postural. Victor se submete a 
duas seções por semana. 
“Consequentemente quando esse ser estiver adulto ele 
já vai estar com uma série de problemas, como desvios na 
postura da coluna, como fraqueza nas articulações, então vai 
ser com certeza não só uma criança que apresenta um 
adoecimento, mas um jovem e um adulto improdutivo”, 
pontua a fisioterapeuta. 
Além do RPG, o pilates é mais uma forma de 
tratamento para as dores de coluna. Apenas em uma clínica 
de Salvador, que costumava receber adultos e idosos, 
o número de crianças aumentou emmais de 100%. 
“Eu ficava quatro horas em frente ao videogame. 
Um dia no final de semana eu fiquei sete horas seguidas. 
Eu ficava com dor de cabeça, meio tonto e enjoado”, 
revela Marcelo, de 9 anos. 
Só a mãe de Marcelo sabe da luta que era tirar o filho 
da frente do computador. “Principalmente final de semana, 
quando os primos dele vão para nossa casa e se deixar, 
bobear, eles ficam horas e horas”, desabafa Marle Costa, 
mãe de Marcelo. Agora, Marcelo divide o tempo da escola e 
das brincadeiras com as sessões de pilates. 
“A questão do uso do computador e do videogame não é 
só a questão postural, mas também o movimento repetitivo 
dos dedos, do punho na posição errada, então a movimentação 
repetitiva é que vai provocar o adoecimento nos tendões e vai 
ocorrer realmente um processo inflamatório. Eu já atendi, 
acompanhei pacientes com quatro anos de idade apresentando 
lesões por esforço repetitivo”, alerta a fisioterapeuta. 
Disponível em: <http://g1.globo.com/ 
bahia/noticia/2011/09/uso-exagerado-de-jogos-eletronicos-
adoece-criancas-e-preocupa-pais.html>. Acesso em: 31 jan. 19 
Texto II 
 
Disponível em: <https://gallobr.wordpress.com/tag/video-game/>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
PROPOSTA VII (Unicamp/2019) 
Você é um(a) estudante do Ensino Médio na rede 
pública estadual e soube de um acontecimento revoltante na 
sua escola: sua professora de Filosofia recebeu ofensas e 
ameaças anônimas por suposta tentativa de doutrinação 
política, ao ter iniciado o curso sobre as origens da Cidadania 
e dos Direitos Humanos modernos com o texto a seguir: 
Texto I 
TEÓCRITO E O PENSAMENTO 
A ninguém, nem aos deuses nem aos demônios, nem 
às tiranias da terra nem às tiranias do céu, foi dado o poder 
de impedir aos homens o exercício daquele que é o primeiro 
e o maior de seus atributos: o exercício do pensamento. 
Podem amarrar as mãos de um homem, impedindo-lhe o 
gesto. Podem atar-lhe os pés, impedindo-lhe o andar. Podem 
vazar-lhe os olhos, impedindo a vista. Podem cortar-lhe a 
língua, impedindo a fala. O direito de pensar, o poder de 
pensar, porém, estão acima de todas as violências e de todas 
as repressões, que nada podem contra seu exercício. (...) 
Parece claro que não há abuso mais abominável que o de 
tentar impor limitações ao pensamento de qualquer pessoa. 
Pretender suprimir o pensamento de quem quer que 
seja é o maior dos crimes. Pois não é apenas um crime 
contra uma pessoa, mas contra a própria espécie humana, 
uma vez que o pensamento é o atributo que distingue o ser 
humano dos demais seres criados sobre a face da terra. (...) 
Na vida na cidade, se um homem neutraliza dentro de 
si o direito de pensar, a cidade pode ser tomada e dominada 
pela ferocidade de um tirano, cujo despotismo levará o povo 
à morte pela fome, pela crueldade ou por outras formas de 
injustiça e prepotência. E se não o povo todo, pelo menos 
uma parte do povo, certamente, será arrastada à opressão, 
à tortura, ao cárcere ou a qualquer outra forma de perdição. 
Os tiranos não gostam que as pessoas pensem. 
Teócrito de Corinto, filósofo grego, século II d.C. 
 
A direção da escola ainda não se manifestou 
publicamente sobre o episódio. Indignado(a) com a tentativa 
de censura que a professora sofreu por propor aos alunos 
reflexões fundamentais à formação cidadã, você decidiu 
escrever o texto de um abaixo-assinado encaminhado à 
direção da escola, em nome dos estudantes, no qual deve: 
a) reivindicar que a escola se posicione publicamente em 
defesa da professora; b) reivindicar a manutenção de aulas 
de Filosofia que tematizem os Direitos Humanos; 
e c) justificar suas reivindicações. Para tanto, você deve levar 
em conta tanto o texto acima quanto os excertos abaixo. 
 
A instrução será orientada no sentido do pleno 
desenvolvimento da personalidade humana e do 
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas 
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a 
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações 
e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das 
Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
Artigo XXVI, item 2, 1948. 
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Texto II 
 
 
Alexandre Beck. Disponível em: <pa.unicamp.br/ 
direitos-humanos-armandinho-na-upa>. Acessado em: 24 nov. 2018. 
 
No que toca aos direitos humanos, a filósofa Hannah 
Arendt identificou na ruptura trazida pela experiência 
totalitária do nazismo e do stalinismo a inauguração do tudo é 
possível, que levou pessoas a serem tratadas como supérfluas e 
descartáveis. Tal fato contrariou os valores consagrados da 
Justiça e do Direito, voltados a evitar a punição desproporcional 
e a distribuição não equitativa de bens e situações. Arendt 
propõe assegurar um mundo comum, marcado pela pluralidade 
e pela diversidade, o qual, através do exercício da liberdade, 
impediria o ressurgimento de um novo estado totalitário de 
natureza. No mundo contemporâneo, continuam a persistir 
situações sociais, políticas e econômicas que, mesmo depois 
do término dos regimes totalitários, contribuem para tornar os 
homens supérfluos e sem lugar num mundo comum, como a 
ubiquidade da pobreza e da miséria, a ameaça do holocausto 
nuclear, a irrupção da violência, os surtos terroristas, a limpeza 
étnica, os fundamentalismos excludentes e intolerantes. 
Adaptado de Celso Lafer, A reconstrução dos direitos humanos: 
a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, v. 11, nº 30, 
São Paulo, p. 55-65, maio/ago. 1997. 
 
O bicho está pegando na educação. Fico pensando em 
que mundo vivem os que acham que as escolas brasileiras 
sofrem de “contaminação político-ideológica” comandada por 
“um exército organizado de militantes travestidos de 
professores”. É uma baita contradição para quem diz defender 
a “pluralidade”, e é o caminho oposto dos países de alto 
desempenho em educação: Estados Unidos (em que alguns 
Estados oferecem educação sexual desde o século XIX), 
Nova Zelândia, Suécia, Finlândia e França. No Brasil, querem 
interditar o debate. Mesma coisa com os estudos indígenas e 
africanos, classificados aqui como porta de entrada para 
favorecer “movimentos sociais”. Já na Noruega, o currículo é 
generoso com o povo sami, habitantes originais do norte da 
Escandinávia. “Doutrinação”, por lá, chama-se respeito à 
diversidade e às raízes da história do país. Para piorar, 
o principal evangelista dessa “Bíblia do Mal” seria Paulo Freire. 
Justo ele, pacifista convicto e obcecado pela ideia de 
que as pessoas deveriam pensar livremente. Presos na 
cortina de fumaça da suposta doutrinação, empobrecemos 
um pouco mais o debate sobre educação. 
Adaptado de Blog do Sakamoto. 
Disponível em: <https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br>. 
Acessado em: 05 jul. 2018. 
PROPOSTA VIII (Unicamp/2019) 
 
 Sua professora de Geografia abriu um fórum no 
ambiente virtual da disciplina para discutir o tópico “IDH e 
crescimento do PIB como indicadores de desenvolvimento” 
e propôs as seguintes questões: a) Observe a classificação 
do Brasil nos rankings apresentados nos gráficos 1 e 2; b) 
Interprete os textos 3, 4 e 5; e c) Indique se haveria 
diferenças no desenvolvimento social do Brasil caso o país 
optasse por uma política econômica que tenha como 
consequência uma melhor classificação no ranking do IDH 
ou no ranking do crescimento do PIB. 
Publique uma postagem nesse fórum, na qual, a partir 
da leitura dos textos indicados abaixo, você deve: 
a) apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse 
os aspectos qualidade de vida e igualdade no 
desenvolvimento social; b) apresentar as consequências de 
priorizar o consumo para o desenvolvimento social; 
e c) argumentar em favor do seu ponto de vista. 
 
Texto I 
 
Dados disponíveis em: 
<https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-fica-em-ultimo-em-
ranking-de-crescimento-com-47-paises,70002481872>. 
Acessado em: 28 jun. 2018.PIB significa Produto Interno Bruto, medida que representa 
a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços 
finais produzidos numa determinada região, durante um 
determinado período. 
 
Texto II 
 
Fonte: PNUD, ed. 14 de setembro de 2018. Human Development 
Indices and indicators – 2018 Statistical Update. 
Acessado em: 28 jun. 2018. 
 
IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, medida 
concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para 
avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico 
de uma população. 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 19 020.504 - 145566/19 
Um breve conjunto de informações para nos fazer 
repensar as relações de consumo: 
• A indústria da moda é a segunda maior consumidora de 
água no mundo. Só perde para a do petróleo. 
• Estima-se que 17% a 20% da poluição da água 
industrial vem de tingimento e tratamento têxtil. 
• Cerca de 15% a 20% de tecido é desperdiçado a cada 
peça cortada. E tecido não é reciclável. 
• Estima-se que 10% das emissões de gases de efeito 
estufa provêm da indústria da moda. 
• As fábricas de moda consomem mais de 130 milhões de 
toneladas de carvão/ano para gerar energia. 
• Para suprir a demanda do consumo, quase toda matéria-
prima utilizada na moda resulta em problema: do 
algodão, cheio de pesticidas, ao poliéster, oriundo da 
exploração do petróleo. 
• Operários da indústria têxtil em países como China, 
Índia e Bangladesh trabalham mais de 12 horas por dia 
e ganham menos do que 100 dólares por mês. 
• Cerca de 80% da mão de obra deste mercado são 
mulheres. E menos de 2% ganham o suficiente para 
viver em condições dignas. Para ganhar mais, 
elas chegam a trabalhar mais de 75 horas por semana. 
E tem quem ache que o consumismo é um problema 
individual que só diz respeito à própria conta bancária… 
Adaptado de Nina Guimarães, O consumismo destrói o meio 
ambiente e incentiva o trabalho escravo. Metrópoles, 19 abr. 2017. 
 
As principais redes de varejo de moda do país 
associadas à ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo 
Têxtil) já notam a melhora no ânimo dos consumidores. 
“O cenário é mais favorável, a partir do momento em que há 
maior disponibilidade de crédito; a inflação está abaixo do 
esperado, com aumento no poder de compra; e há uma leve 
redução do desemprego. 
Esses fatores somados ajudam a elevar a intenção de 
compra”, aponta Lima, diretor executivo da ABVTEX. 
A FGV estima que, em 2018, o PIB cresça 2,5%. 
Esse crescimento deve permanecer liderado pelo consumo. 
Adaptado de Em 2018, crescimento permanecerá liderado pelo 
consumo, diz FGV. Disponível em: <http://www.abvtex.org.br/>. 
Acessado em: 04 maio 2018. 
 
Pelo 12º ano consecutivo, só deu ela: a Noruega foi 
novamente eleita pela ONU como o melhor país do mundo 
para se viver. Segundo Jens Wandel, diretor do departamento 
administrativo do Programa de Desenvolvimento da ONU, 
o sucesso do país consiste em combinar o crescimento de 
renda com um elevado nível de igualdade. “Ao longo do 
tempo, a Noruega conseguiu aumentar sua renda e, 
ao mesmo tempo, garantir que os rendimentos sejam 
distribuídos de modo uniforme”. 
Adaptado de Índice de Desenvolvimento Humano: o que faz da 
Noruega o melhor lugar para se viver? Huffpost Brasil, 17 dez. 2015. 
PROPOSTA XI (Unicamp) 
 
Diante de um quadro de polarização de opiniões, 
a sociedade parece ter perdido a ideologia de respeitar as 
opiniões contrárias. Exemplos dessa situação são os muitos 
discursos de ódio propagados pelas redes sociais, 
discriminando e menosprezando ideologias minoritárias. 
Nesse sentido, elabore um artigo de opinião, para ser 
publicado em um jornal de veiculação nacional, sobre a 
necessidade de respeitar as opiniões contrárias. 
 
Texto I 
 
 
Disponível em: <https://kdfrases.com/frase/118573>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
 
Texto II 
 
 
Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/560698222339555061/>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
 
PROPOSTA X (Unicamp) 
 
Seguindo o raciocínio do personagem Armandinho, 
na tirinha apresentada anteriormente, elabore uma narração, 
escrita em primeira pessoa, em que o narrador personagem 
passou por uma situação na qual não teve sua opinião 
respeitada. Narre como ocorreu esse fato e como o 
personagem conseguiu superar esse episódio. 
 
Texto I 
 
 
Disponível em: <https://brainly.com.br/tarefa/16558347>. 
Acesso em: 31 jan. 19 
MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 
 
 20 020.504 - 145566/19 
REDAÇÃO 3 
 
• Proposta I (Fuvest) 
 
 Texto I 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai 
passar a considerar o vício em jogos de videogame um 
distúrbio. Na 11ª Classificação Internacional de 
Doenças (CID), a organização vai incluir a condição de 
“distúrbio de games”. De acordo com o documento, o 
problema consiste em um comportamento persistente de 
vício que leva a pessoa “a preferir os jogos a qualquer 
outro interesse na vida”. 
Segundo a OMS, uma pessoa precisa ser 
observada por 12 meses antes de ser diagnosticada com 
vício em games. Os sintomas do problema incluem o 
paciente não ter controle da frequência, intensidade e 
duração em que joga videogame; priorizar os games a 
outras atividades do dia a dia e continuar ou até mesmo 
aumentar a frequência em que joga videogame, mesmo 
após o hábito já ter causado consequências negativas 
em sua vida. 
A décima versão do CID foi publicada em 1992, 
mas uma nova versão sairá agora em 2018. Nesse meio 
tempo, alguns países já haviam identificado a condição 
de vício em games como um problema importante. No 
Reino Unido, por exemplo, já existem clínicas para 
cuidar do problema. 
Outros países, como a Coreia do Sul, resolveram 
adotar medidas mais severas. Por lá, o governo criou 
uma lei para proibir pessoas menores de 18 anos de 
jogarem games entre meia-noite e seis da manhã. Já no 
Japão, os jogadores recebem uma advertência caso 
passem mais do que uma certa quantidade de horas 
jogando por mês. 
Na China, a gigante Tencent, dona de jogos mobile 
como Clash Royale e controladora da Riot Games, 
responsável por League of Legends, estabelece um limite 
diário de horas em que uma criança pode jogar. 
 
Disponível em: <https://istoe.com.br>. 
Acesso em: 14 mar. 2019. 
 
 Texto II 
 
 
 
Disponível em: <http://www.vermelho.org.br>. 
Acesso em: 14 mar. 2019. 
Considerando as ideias apresentadas nos textos e 
outras informações que julgar pertinentes, redija uma 
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto 
de vista sobre o tema: Os videogames são benéficos ou 
maléficos à juventude? 
 
 INSTRUÇÕES: 
– A dissertação deve ser redigida de acordo com a 
norma-padrão da língua portuguesa. 
– Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e 
não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de 
redação. 
– Dê um título a sua redação. 
 
• Proposta II (Fuvest) 
 
 Texto I 
 
COMO PEDIR UMA PIZZA EM 2020 
 
— Telefonista: Pizza Hot, boa noite! 
— Cliente: Boa noite! Quero encomendar 
pizzas... 
— Telefonista: Pode me dar o seu NIDN? 
— Cliente: Sim, o meu número de identificação 
nacional é 6102-1993-8456-54632107. 
— Telefonista: Obrigada, Sr. Lacerda. Seu 
endereço é Avenida Paes de Barros, 1988 ap. 52 B, e o 
número de seu telefone é 5494-2366, certo? O telefone 
do seu escritório da Lincoln Seguros é o 5745-2302 e o 
seu celular é 9266-2566. 
— Cliente: Como você conseguiu essas 
informações todas? 
— Telefonista: Nós estamos ligados em rede ao 
Grande Sistema Central. 
— Cliente: Ah, sim, é verdade! Eu queria 
encomendar duas pizzas, uma de quatro queijos e outra 
de calabresa... 
— Telefonista: Talvez não seja uma boa ideia... 
— Cliente: O quê? 
— Telefonista: Consta na sua ficha médica que o 
Senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol 
muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe 
categoricamente escolhas perigosas para a sua saúde. 
— Cliente: É, você tem razão! O que você 
sugere? 
— Telefonista: Por que o Senhor não experimenta 
a nossa pizza Superlight, com tofu e rabanetes?

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