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MÓDULO D E ESTUDO VESTIBULARES PAULISTAS R LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 5 MATEMÁTICA ................................................................................................................ 121 HISTÓRIA ......................................................................................................................... 180 ATUALIDADES ............................................................................................................... 250 FILOSOFIA E SOCIOLOGIA ........................................................................................... 262 GEOGRAFIA .................................................................................................................... 273 FÍSICA ............................................................................................................................... 318 FÍSICA MODERNA PARA VESTIBULARES ............................................................... 387 QUÍMICA .......................................................................................................................... 408 BIOLOGIA ........................................................................................................................ 487 GABARITOS ..................................................................................................................... 529 Sumário M ód ul o de E st ud o – V es ti bu la re s P au lis ta s file://SRVGRAFS01/SHARE01/_2020/M%C3%93DULOS/M%C3%93DULOS%20FB%20S%C3%83O%20PAULO/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20%C3%9Anico/01-Portugu%C3%AAs-Matem%C3%A1tica/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20PORTUGU%C3%8AS-MATEM%C3%81TICA.doc#_Toc31002467 file://SRVGRAFS01/SHARE01/_2020/M%C3%93DULOS/M%C3%93DULOS%20FB%20S%C3%83O%20PAULO/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20%C3%9Anico/01-Portugu%C3%AAs-Matem%C3%A1tica/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20PORTUGU%C3%8AS-MATEM%C3%81TICA.doc#_Toc31002467 file://SRVGRAFS01/SHARE01/_2020/M%C3%93DULOS/M%C3%93DULOS%20FB%20S%C3%83O%20PAULO/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20%C3%9Anico/01-Portugu%C3%AAs-Matem%C3%A1tica/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20PORTUGU%C3%8AS-MATEM%C3%81TICA.doc#_Toc31002468 file://SRVGRAFS01/SHARE01/_2020/M%C3%93DULOS/M%C3%93DULOS%20FB%20S%C3%83O%20PAULO/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20%C3%9Anico/01-Portugu%C3%AAs-Matem%C3%A1tica/020.504%20-%2014556619%20-%20M%C3%B3dulo%20FB%20S%C3%A3o%20Paulo%202020%20-%20PORTUGU%C3%8AS-MATEM%C3%81TICA.doc#_Toc31002468 MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 5 020.504 - 145566/19 REDAÇÃO 1 PROPOSTA 1 (FUVEST/2019) • Leia os textos para fazer sua redação. O progresso, longe de consistir em mudança, depende da capacidade de retenção. Quando a mudança é absoluta, não permanece coisa alguma a ser melhorada e nenhuma direção é estabelecida para um possível aperfeiçoamento; e quando a experiência não é retida, a infância é perpétua. George Santayana, A vida da razão, 1905. Vol. I. Cap XII. Adaptado. O HISTORIADOR Veio paro ressuscitar o tempo e escalpelar os mortos, as condecorações, as liturgias, as espadas, o espectro das fazendas submergidas, o muro de pedra entre membros da família, o ardido queixume das solteironas, os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadas nem desfeitas. Veio para contar o que não faz jus a ser glorificado e se deposita, grânulo, no poço vazio da memória. É importuno, sabe-se importuno e insiste, rancoroso, fiel. Carlos Drummond de Andrade, A paixão medida, 1981. Flavio Cerqueira, Amnésia, 2015. Essa escultura de um garoto negro foi esculpida no tamanho real de uma criança, com seus cabelos crespos, seu nariz largo, sua boca marcada. A criança segura uma lata por sobre sua cabeça, de onde escorre uma tinta branca sobre seu corpo feito de bronze. Nexo Jornal, 13 jul. 2018. A minha vontade, com a raiva que todos estamos sentindo, é deixar aquela ruína (o Museu Nacional depois do incêndio) como memento mori, como memória dos mortos, das coisas mortas, dos povos mortos, dos arquivos mortos, destruídos nesse incêndio. Eu não construiria nada naquele lugar. E, sobretudo, não tentaria esconder, apagar esse evento, fingindo que nada aconteceu e tentando colocar ali um prédio moderno, um museu digital, um museu da Internet - não duvido nada que surjam com essa ideia. Gostaria que aquilo permanecesse em cinzas, em ruínas, apenas com a fachada de pé, para que todos vissem e se lembrassem. Um memorial. Eduardo Viveiros de Castro, Público.pt, 04/09/2018 Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como ele de fato foi’. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo. Walter Benjamin, Sobre o conceito de história, 1940. Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente? Instruções: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA 2 (FUVEST/2018) • Leia os textos para fazer sua redação. As obras de arte assumem a função da representação da cultura de um povo desde os tempos mais remotos da história das civilizações. É através delas que o ser humano transmite uma ideia ou expressão sensível. Contudo algumas obras de arte fogem do conceito de retratação do belo e da sensível, parecendo terem sido feitas para chocar e causar polêmicas. A principal obra do escultor inglês contemporâneo Marc Quinn é uma réplica de sua cabeça feita com cerca de 4,5 litros de seu próprio sangue – extraído ao longo de cinco meses. Uma peça nova é feita a cada cinco anos, e elas ficam armazenadas em um recipiente de refrigeração especialmente desenvolvido para elas. Disponível em: <http://gente.ig.com.br/cultura>. Adaptado. Graças aos seus três urubus, a obra “Bandeira Branca” é o acontecimento mais movimentado da 29º Bienal [2010]. No dia da abertura, manifestantes de ONGs de proteção aos animais se posicionaram diante da instalação segurando cartazes com dizeres que pediam a libertação das aves. Chegaram a ser confundidos com a própria obra. “Me entristece o fato de que apenas os animais estejam sendo ressaltados. Espalharam informações erradas sobre LÍNGUA PORTUGUESA MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 6 020.504 - 145566/19 como os urubus estão sendo tratados”, lamenta Nuno Ramos. Na obra, os urubus estão cercados por uma rede de proteção e têm como poleiro várias caixas de som que, de tempos em tempos, tocam uma tradicional marchinha de carnaval. As aves tinham a permanência na Bienal autorizada pelo próprio Ibama, que, depois, voltou atrás, alegando que as instalações estavam inapropriadas para a manutenção dos animais. Denúncias e proibições à parte, a obra de Nuno Ramos ganha sentido e fundamentação apenas na presença dos animais. Sem eles, a obra perde seu estatuto artístico e vira mero cenário, já que os animais são seus principais atores. IstoÉ. 08/10/2010. Adaptado. A exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, realizada desde 15 de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada após protestos em redes sociais. A mostra ficaria em cartaz até 8 de outubro,mas o espaço cultural cedeu às pressões de internautas. A seleção contava com 270 obras que trotavam de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas distintas, por vezes abstratas, noutras, mais explícitas. São assinados por 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Ligia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson. Folha de S.Paulo. 10/09/2017. Adaptado. Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações críticas sobre a exposição “Queermuseu – Cartografias da diferença na Arte Brasileira”. Ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição “Queermuseu” desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perdeu seu propósito maior, que é elevar a condição humana. Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo, 10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos. Disponível em: <https://www.facebook.com/SantanderCultural/posts>. Adaptado. A arte é um exercício contínuo de transgressão, principalmente a partir das vanguardas do começo do século XX. Isso dá a ela uma importância social muito grande porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos e para soluções que ainda não tínhamos imaginado para problemas que muitas vezes sequer conhecíamos. A seleção dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do festival [Videobrasil], por exemplo, me fez ver que os artistas estão muito antenados com as diversas crises que estamos vivendo e oferecem uma visão inovadora para o nosso cotidiano e acho que isso é um bom exemplo. Solange Farkas. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br>. Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: Devem existir limites para a arte? Instruções: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA 3 (FUVEST/2017) • Examine o texto* a seguir, para fazer sua redação. Resposta à pergunta: O que é Esclarecimento? Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de servir-se de seu próprio entendimento sem direção alheia. O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando ela não é causada por falta de entendimento mas, sim, por falta de determinação e de coragem para servir-se de seu próprio entendimento sem a tutela de um outro. Sapere aude!** Ousa fazer uso de teu próprio entendimento! Eis o lema do Esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas de que a imensa maioria dos homens, mesmo depois de a natureza já os ter libertado da tutela alheia, permaneça de bom grado a vida inteira na menoridade. É por essas mesmas causas que, com tanta facilidade, outros homens se colocam como seus tutores. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, se tenho um diretor espiritual que assume o lugar de minha consciência, um médico que por mim escolhe minha dieta, então não preciso me esforçar. Não tenho necessidade de pensar, se é suficiente pagar. Outros se encarregarão, em meu lugar, dessas ocupações aborrecidas. A imensa maioria da humanidade considera a passagem para a maioridade, além de difícil, perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram-na sob sua supervisão. Depois de terem, primeiramente, emburrecido seus animais domésticos e impedido cuidadosamente essas dóceis criaturas de darem um passo sequer fora do andador de crianças em que os colocaram, seus tutores mostram-lhes, em seguida, o perigo que é tentarem andar sozinhos. Ora, esse perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam muito bem a andar, finalmente, depois de algumas quedas. Basta uma lição desse tipo para intimidar o indivíduo e deixa-lo temeroso de fazer novas tentativas. Immanuel Kant * Para o excerto aqui apresentado, foram utilizadas as traduções de Floriano de Sousa Fernandes, Luiz Paulo Rouanet e Vinicius de Figueiredo. ** Sapere aude: cit. lat. de Horácio, que significa “Ousa saber”. Estes são os parágrafos iniciais de um célebre texto de Kant, nos quais o pensador define o Esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade, o que este alcançaria ao tornar-se capaz de pensar de modo livre e autônomo, sem a tutela de um outro. Publicado em um periódico, no ano de 1784, o texto dirigia-se aos leitores em geral, não apenas a especialistas. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 7 020.504 - 145566/19 Em perspectiva histórica, o Esclarecimento, também chamado de Iluminismo ou de Ilustração, consiste em um amplo movimento de ideias, de alcance internacional, que, firmando-se a partir do século XVIII, procurou estender o uso da razão, como guia e como crítica, a todos os campos da atividade humana. Passados mais de dois séculos desde o início desse movimento, são muitas as interrogações quanto ao sentido e à atualidade do Esclarecimento. Com base nas ideias presentes no texto de Kant, acima apresentado, e valendo-se tanto de outras informações que você julgue pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: O homem saiu de sua menoridade? Instruções: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA 4 (FUVEST/2016) UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera, fantasia. Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado. A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna capazes de não mais perceber essa realidade como natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela ordem vigente. Paul Ricoeur. Adaptado. A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la. Karl Mannheim. Adaptado. Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que é melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes e perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosas quando se quer realizá-las. André Comte-Sponville. Adaptado. CIDADE PREVISTA (...) Irmãos, cantai essemundo que não verei, mas virá um dia, dentro em mil anos, talvez mais... não tenho pressa. Um mundo enfim ordenado, uma pátria sem fronteiras, sem leis e regulamentos, uma terra sem bandeiras, sem igrejas nem quartéis, sem dor, sem febre, sem ouro, um jeito só de viver, mas nesse jeito a variedade, a multiplicidade toda que há dentro de cada um. Uma cidade sem portas, de casas sem armadilha, um país de riso e glória como nunca houve nenhum. Este país não é meu nem vosso ainda, poetas. Mas ele será um dia o país de todo homem. Carlos Drummond de Andrade A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em particular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moral reconhecida. Frédéric Rouvillois. Adaptado. O conjunto de excertos acima contém um verbete, que traz uma definição de seguido de outros cinco textos que apresentam diferentes reflexões sobre o mesmo assunto. Considerando as ideias neles contidas, além de outras informações que você julgue pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema – As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas? MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 8 020.504 - 145566/19 Instruções: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA 5 (FUVEST/2015) Na verdade, durante a maior parte do século XX, os estádios eram lugares onde os executivos empresariais sentavam se lado a lado com os operários, todo mundo entrava nas mesmas filas para comprar sanduíches e cerveja, e ricos e pobres igualmente se molhavam se chovesse. Nas últimas décadas, contudo, isso está mudando. O advento de camarotes especiais, em geral, acima do campo, separam os abastados e privilegiados das pessoas comuns nas arquibancadas mais embaixo. (...) O desaparecimento do convívio entre classes sociais diferentes, outrora vivenciado nos estádios, representa uma perda não só para os que olham de baixo para cima, mas também para os que olham de cima para baixo. Os estádios são um caso exemplar, mas não único. Algo semelhante vem acontecendo na sociedade americana como um todo, assim como em outros países. Numa época de crescente desigualdade, a “camarotização” de tudo significa que as pessoas abastadas e as de poucos recursos levam vidas cada vez mais separadas. Vivemos, trabalhamos, compramos e nos distraímos em lugares diferentes. Nossos filhos vão a escolas diferentes. Estamos falando de uma espécie de “camarotização” da vida social. Não é bom para a democracia nem sequer é uma maneira satisfatória de levar a vida. Democracia não quer dizer igualdade perfeita, mas de fato exige que os cidadãos compartilhem uma vida comum. O importante é que pessoas de contextos e posições sociais diferentes encontrem-se e convivam na vida cotidiana, pois é assim que aprendemos a negociar e a respeitar as diferenças ao cuidar do bem comum. Michael J. Sandel. Professor da Universidade Harvard. O que o dinheiro não compra. Adaptado. Comentário do Prof. Michael J. Sandel referente à afirmação de que, no Brasil, se teria produzido uma sociedade ainda mais segregada do que a norte- -americana. O maior erro é pensar que serviços públicos são apenas para quem não pode pagar por coisa melhor. Esse é o início da destruição da ideia do bem comum. Parques, praças e transporte público precisam ser tão bons o ponto de que todos queiram usá-los, até os mais ricos. Se a escola pública é boa, quem pode pagar uma particular vai preferir que seu filho fique na público, e assim teremos uma base político para defender a qualidade da escuto pública. Seria uma tragédia se nossos espaços públicos fossem shopping centers, algo que acontece em vários países, não só no Brasil. Nossa identidade ali é de consumidor, não de cidadão. [No Brasil, com o aumento da presença de classes populares em centros de compras, aeroportos, lugares turísticos etc., é crescente a tendência dos mais ricos a segregar-se em espaços exclusivos, que marquem sua distinção e superioridade.] (...) Pode ser que o fenômeno ‘camarotização’, isto é, a separação física entre classes sociais, prospere para muitos outros setores. De repente, os supermercados poderão ter ala VIP, com entrada independente, cuja acessibilidade, tacitamente, seja decidida pelo limite do cartão de crédito. Renato de P. Pereiro. Disponível em: <www.gazetadigital com br>. 06/05/2014 [Resumido] e adaptado. Até os anos de 1960, a escola pública que eu conheci, embora existisse em menor número, tinha boa qualidade e em um espaço animado de convívio de classes sociais diferentes. Aprendíamos muito, uns com os outros, sobre nossas diferentes experiências de vida, mas, em geral, nos sentíamos pertencentes a uma só sociedade, a um mesmo país e a uma mesma cultura, que era de todos. Por isso, acreditávamos que teríamos, também, um futuro em comum. Vejo com tristeza que hoje se estabeleceu o contrário: as escolas passaram a segregar os diferentes estratos sociais. Acho que a perda cultural foi imensa e as consequências, para a vida social, desastrosas. Trecho do testemunho de um professor universitário sobre a Escola Fundamental e Média em que estudou. Os três primeiros textos aqui reproduzidos referem-se à “camarotização” da sociedade – nome dado à tendência a manter segregados os diferentes estratos sociais. Em contraponto, encontra-se também reproduzido um testemunho, no qual se recupera a experiência de um período em que, no Brasil, a tendência era outra. Tendo em conta as sugestões desses textos, além de outras informações que julgue relevantes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia. Instruções: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA 6 (UNICAMP/2019 – VESTIBULAR INDÍGENA) Imagine a seguinte situação: um jornal de grande circulação no Estado em que você mora publicou uma matéria com o título Índios estão perdendo suas culturas: eles agora preferem ver televisão, usar celular e navegar na Internet!. Após ler a matéria, você decidiu escrever um texto expressando sua opinião sobre o assunto, para ser publicado nesse mesmo jornal. Escreva, na folha de redação, esse texto. Atenção: assine esse seu texto usando apenas a letra inicial do seu primeiro nome. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARESPAULISTAS 9 020.504 - 145566/19 Leia os trechos a seguir. Eles podem ajudar a dar sustentação à opinião que você vai manifestar no texto. I “Já me perguntaram por que eu estava usando tênis, celular e óculos, já que não eram coisas de índio. A sociedade pouco sabe da história dos povos indígenas, só acredita numa repetição de estereótipos. Mas os índios são pessoas que vivem na contemporaneidade, não são coisa do passado.” Daiara Tukano Adaptado de Diana Ferraz, “Daiara Tukano, militante indígena: Índios não são coisa do passado”, O Globo, 05/01/2018. II “O que gosto menos é que vejam televisão. Não gosto, não faz parte da cultura. A televisão prende os mais jovens em casa, por isso eles deixam de ir na casa de reza, o que quebra a tradição.” Anciã de uma das aldeias do povo Guarani-Mbyá em São Paulo. (Adaptado de Filipa D. Marques, Liliana M. Sousa, Marilia M. Vizzotto e Tania E. Bonfim. A vivência dos mais velhos em uma comunidade indígena Guarani Mbyá. Psicologia & Sociedade, 27(2), p. 421,2015.) III O mergulho de jovens cineastas indígenas na “tecnologia do branco” para documentar suas tradições culturais em vídeos foi uma demanda do cacique Afukaká Kuikuro, que buscava caminhos para preservar os cantos e as danças do seu povo que, para ele, estavam ameaçados. Adaptado de Câmera digital preserva tradição dos índios. G1, 25/07/2007. IV Não existe instrumento de comunicação mais democrático que a Internet. Sem ela, nós jamais conseguiríamos espaço na chamada grande mídia para contar a nossa história, promover intercâmbio cultural, lutar pelos nossos direitos, reivindicar políticas públicas, denunciar violação dos direitos humanos; hoje, basta um clic, e estou passando informações para a Anistia Internacional, a ONU, o Parlamento Europeu e outros organismos que podem nos defender. Yakuy Tupinambá. Renata D. Leite. Patrimônio em rede, memória criativa e performance: um estudo do blog índios Online. Dissertação de Mestrado, UFRJ, 2011, p. 75. Adaptado. V Para viver bem na floresta, a gente ainda não precisa de computador, não. A gente precisa é de outra tecnologia que é mais importante. Talvez no futuro as crianças indígenas vão precisar de computador, eu não sei, mas agora elas precisam é de saber pescar usando todo o conhecimento que o seu povo guardou na tradição. Adaptado de Comissão Pró-índio, Organização dos Professores Indígenas do Acre, Discutindo Problemas, Pensando Soluções. Rio Branco: Acre, 2007, p. 56. PROPOSTA 7 (UNICAMP/2018) Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os textos a seguir e, a partir deles, escreva um texto base para a sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve conter: a) uma explicação sobre o que é pós- -verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram pós-verdade; e c) consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar também informações de outras fontes para compor o seu texto. Texto A Disponível em: <https://horizontesafins.wordpress.com>. Acesso em: 03 set. 2017. Texto B O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (post-truth). A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 10 020.504 - 145566/19 Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump. Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britânica The Economist destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem- sucedida estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou para mudar o voto majoritário. Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade. Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita. Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br>. Acesso em: 1° dez. 2017. PROPOSTA 8 (UNICAMP/2017) Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, você ficou responsável por escrever o texto de apresentação de uma campanha de arrecadação de fundos para a instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da Barca dos Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o histórico e as ações da biblioteca, mostrando a importância das doações para a continuidade do projeto. Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitária do país pelo Ministério da Cultura e da Educação. Graças ao trabalho de voluntários apaixonados por literatura e que a consideram uma arte fundamental para a infância, a instituição vem há quase uma década formando leitores e promovendo a cultura em Florianópolis. Precisa, no entanto, de um impulso material para que continue existindo. Para chegar ao posto de referência no país, a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois meses depois da inauguração, conta com um precioso acervo de 15 mil livros, dois terços dos quais de literatura infantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do ano passado, está com o aluguel atrasado na atual sede, um espaço de 125 m2 no Lagoa late Clube. “Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, subvenção. Além do aluguel, estamos devendo também o salário de três funcionários. A Barca é tocada por voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve a ponto de quase fechar” - lamenta a coordenadora do projeto, Tânia Piacentini. De 2010 até maio do ano passado, um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por mês. Mas a parceria não foi renovada. “Todas as atividades são gratuitas. Apenas para os passeios de barco com contação de histórias, realizados no segundo sábado de cadamês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as crianças. Nosso material, espaço, livros, tudo é renovado graças ao trabalho dos voluntários. Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar.” Acolhimento literário De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram crianças que engatinhavam lerem as primeiras palavras e depois amarem a leitura. Despertaram a paixão pela ficção, contaram histórias, viram mães com bebês de colo pegando no sono nos confortáveis sofás da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de acolhimento literário. Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, Tânia Piacentini começou a dar aulas aos 14 anos. Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na área de educação e literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional do Livro Infantil, que a cada ano premia as melhores publicações para crianças e jovens. Duas décadas depois, com o aumento de livros editados para esse público - quando começou, eram no máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas edições -, passou a convidar pessoas para ajudar a selecioná-los. Daí surgiu um núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da Leitura, ONG que criou e sustenta legalmente a Barca. “Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao público todos os dias é um sonho. Temos que estar disponíveis e manter a qualidade. Mas sem dívidas pessoais e crises financeiras", suspira Tânia. Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 às 20 horas - chegou a ser de terça a domingo, em três turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades semanais, como A Escola Vai à Barca (que recebe alunos de escolas da rede pública e particular), palestras, saraus para adultos, lançamentos de livros, leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceição. O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma carteirinha que permite pegar três obras emprestadas por 15 dias. Mais informações sobre a programação no site da Barca dos Livros. Adaptado de Carol Macário. Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro. Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br>. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 11 020.504 - 145566/19 PROPOSTA 9 (UNICAMP/2016) Você está participando de um curso sobre o livro O sentimento de si: corpo, emoção e consciência, de autoria do neurocientista António Damásio. Uma das avaliações do curso consiste na produção de um texto de divulgação científica a ser publicado em um blog do curso. O objetivo do seu texto será o de divulgar as ideias do autor para um público mais amplo, especialmente para alunos do ensino médio. Você deverá escrever o seu texto sobre o tema da indução das emoções, baseado no excerto abaixo, incluindo: a) uma explicação sobre indutores de emoção com exemplos do próprio texto; b) uma breve narrativa que exemplifique processos de indução de emoções; c) uma finalização baseada no fechamento do texto original. Lembre-se de que o texto de divulgação científica deverá ter um título adequado aos conteúdos tratados. O induzir das emoções As emoções acontecem em dois tipos de circunstâncias. O primeiro tipo de circunstâncias tem lugar quando o organismo processa determinados objetos ou situações através de um dos seus dispositivos sensoriais, por exemplo, quando o organismo avista um rosto ou um local familiar. O segundo tipo de circunstâncias tem lugar quando a mente de um organismo recorda certos objetos e situações e os representa, como imagens, no processo do pensamento, por exemplo, a recordação do rosto de uma amiga ou o fato de esta ter acabado de falecer. Um fato que se torna óbvio ao considerarmos as emoções é que certas espécies de objetos ou acontecimentos tendem a estar mais sistematicamente ligadas a determinado tipo de emoção que a outros. As classes de estímulos que provocam alegria, medo ou tristeza tendem a fazê-lo de forma consistente no mesmo indivíduo e em indivíduos que compartilham os mesmos antecedentes culturais. Apesar de todas as possíveis variações na expressão de uma emoção, e apesar do fato de podermos ter emoções mistas, existe uma correspondência aproximada entre classes de indutores de emoção e o resultante estado emocional. Ao longo da evolução, os organismos adquiriram os meios para responder a determinados estímulos – sobretudo aos que são potencialmente úteis ou perigosos sob o ponto de vista da sobrevivência – através de um conjunto de respostas a que chamamos emoção. Também é importante notar que enquanto o mecanismo biológico das emoções é largamente predeterminado, os indutores de emoção são externos e não fazem parte desse mecanismo. Os estímulos que causam a emoção não se encontram, de modo algum, confinados aos que ajudaram a formar nosso cérebro emocional ao longo da evolução e que podem induzir emoção desde os primeiros dias de vida. À medida que se desenvolvem e interagem, os organismos ganham experiência factual e emocional com diversos objetos e situações do ambiente, tendo assim uma oportunidade de associar muitos objetos e situações que poderiam ter permanecido emocionalmente neutros, com os objetos e as situações que causam emoções naturalmente. A forma de aprendizagem conhecida por condicionamento é uma das maneiras de obter esta associação. Uma casa parecida com a que o leitor viveu uma infância feliz pode fazê-lo sentir-se feliz, embora nada de especialmente bom ainda se tenha passado na casa. Do mesmo modo, o rosto de uma belíssima desconhecida, que se assemelha ao de uma pessoa ligada a um acontecimento terrível, pode causar-lhe desconforto ou irritação. Pode até nunca chegar a perceber por quê. A consequência de concedermos um valor emocional aos objetos que não estavam biologicamente destinados a receber essa carga emocional é tornar infinita a lista de estímulos que, potencialmente, podem induzir emoções. De uma forma ou de outra, a maior parte dos objetos e das situações conduzem a alguma reação emocional, embora uns em maior escala que outros. A reação emocional pode ser fraca ou forte – e, felizmente para nós, é fraca na maior parte das vezes – mas mesmo assim está sempre presente. A emoção e o mecanismo biológico que lhe é subjacente são os companheiros obrigatórios do comportamento, consciente ou não. Um certo grau de emoção acompanha, forçosamente, o pensamento sobre nós mesmos ou sobre o que nos rodeia. Adaptado de António Damásio, O sentimento de si: corpo, emoção e consciência. Lisboa: Círculo de Leitores, 2013, p. 79-81. PROPOSTA 10 (UNICAMP) Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil de sua escola a escrever um texto posicionando-se sobre o desrespeito aos deficientes físicos no âmbito escolar. Leia os textos abaixo e, a partir deles, defenda o seu posicionamento com argumentos que convençam a comunidade escolar. Seu texto deve conter: (a) aspectos sobre a falta de acessibilidade para deficientes na escola, (b) como o preconceito dos alunos prejudica a vida escolar dos deficientes e (c) como essas situações prejudicam o futuro dos cidadãos com deficiência. DIFICULDADES NO DIA A DIA DE UM PORTADOR DE DEFICIÊNCIA Censo demográfico de 2000, aponta que são 24,5 milhões de brasileiros com alguma deficiência. No Brasil, a maior parte das pessoas com deficiência física, auditiva, visual e mental está alijada do mercado de trabalho. Estudos mostram que há aproximadamente seis milhões de pessoas com deficiência em idade economicamente ativa, dos quais um milhão deve estar no mercado de trabalho informal e apenas 158 mil legalmente empregada com garantias trabalhistas e benefícios. A razão de muitas pessoas com deficiência estarem à margem do mercado de trabalho está diretamente ligada às poucas oportunidadesque têm de ingressar em cursos e treinamentos profissionais, o que resulta em baixa qualificação para o exercício do trabalho. O Brasil está muito atrasado em relação ao primeiro mundo no que se refere às políticas de emprego voltadas ao deficiente físico. A avaliação é de Steven Dubner, presidente da Associação Desportiva para Deficientes (ADD). MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 12 020.504 - 145566/19 Para Dubner, ainda há muito a se fazer no Brasil quando o assunto é a contração de deficientes físicos. Pela legislação do Ministério do Trabalho, empresas com mais de mil funcionários são obrigadas a ter pelo menos 5% de deficientes em seu quadro de funcionários. Há, inclusive, multa prevista de R$ 5 mil para cada funcionário deficiente que as companhias deixarem de contratar. Mas, na prática, a lei é pouco aplicada. A culpa, na avaliação do presidente da ADD, não se restringe somente às companhias. “Quando uma empresa decide contratar deficientes físicos, provavelmente não vai conseguir apenas com boa vontade”, diz. Isso porque, segundo estimativas do executivo, menos de 2% dos deficientes físicos no país têm segundo grau completo. Dificuldades como a falta de transporte adaptado nas grandes cidades acabam interferindo na vida escolar do deficiente físico e atrapalham, posteriormente, na hora de conseguir um emprego. Disponível em: <http://www.bonde.com.br>. Acesso em: 8 jan. 2019. Disponível em: <http://comolidarcomalunosespecias.blogspot.com>. Acesso em: 8 jan. 2019. REDAÇÃO 2 PROPOSTA I (Fuvest) Texto I A MÍDIA COMO CORPO DOCENTE – MARIO SERGIO CORTELLA Erotização precoce, consumismo desvairado, competição e não-cooperação, individualismo etc. podem estar sendo “ensinados” sem que os envolvidos na mídia se deem conta disso. As sociedades ocidentais contemporâneas transferiram, pouco a pouco, os cuidados com as crianças das famílias para as escolas. A formação e a informação cognitivas, morais, sexuais, religiosas, cívicas etc. passaram a ser entendidas como uma tarefa essencial do espaço escolar, em substituição a uma convivência familiar cada vez mais restrita em qualidade e quantidade. Por isso, quando nos aproximamos do início do ano letivo, não são só as aulas que estão chegando; na prática, é a entrada ou a reentrada das nossas crianças e dos nossos adolescentes no território que se supõe seja o mais adequado para eles estarem (“em vez de ficarem nas ruas ou shoppings”). Há, assim, uma crescente sacralização do espaço escolar como um lugar de proteção/formação/salvação e, por consequência, uma maior responsabilização dos educadores na guarida das gerações vindouras. No entanto essa responsabilização beira a culpabilidade, como se a escola e os profissionais nela presentes tivessem, isoladamente, o exclusivo dever de dar conta de toda a complexidade presente na educação da juventude. É preciso, porém, observar um fenômeno que explodiu nos últimos 20 anos: uma criança dos centros urbanos, a partir dos 2 anos de idade, assiste à televisão, em média, durante 3 horas diárias, o que resulta em mais de 1.000 horas como espectadora durante um ano (sem contar as outras mídias eletrônicas, como rádio, cinema e computador). Ao chegar aos 7 anos, idade escolar obrigatória, ela já assistiu a programação televisiva por mais de 5.000 horas. Vamos enfatizar: uma criança, no dia em que entrar no ensino fundamental, pisará na escola já tendo sido espectadora de mais de 5.000 horas de televisão! Quando pensamos no campo da formação ética e da cidadania, os problemas na educação brasileira não são, evidentemente, um ônus a recair prioritariamente sobre o corpo docente escolar; há um outro corpo docente não-escolar com uma estupenda e eficaz ascendência sobre as crianças e os jovens. Cinco mil horas! Imagine a responsabilidade daqueles e daquelas que produzem as programações e as publicidades! Pense no impacto formativo sobre os valores, hábitos, normas, regras e saberes que os profissionais dessa área de mídia têm sobre os infantes e sobre a chamada primeira infância, época na qual uma parte do caráter permanente da pessoa se estrutura! Anotações MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 13 020.504 - 145566/19 É claro que isso obriga também os que lidam com educação escolar a reverem os objetivos e a metodologia de trabalho; afinal, crianças pequenas não chegam mais à escola sem nenhuma base de conhecimento e informação científica e social, dado que têm outras fontes de cultura no cotidiano. Entretanto essa constatação não desobriga a mídia a pensar e a repensar o seu papel social: valores discricionários, erotização precoce, consumismo desvairado, competição e não-cooperação, individualismo etc. podem estar sendo “ensinados” sem que os envolvidos na mídia se deem conta disso. Vale, por isso, lembrar o que, em 1980, nos contou Adélia Prado em “Cacos para um Vitral” (com seu estilo simuladamente ingênuo e deveras percuciente), descrevendo uma cena familiar noturna em uma sala em pequenina cidade das Minas Gerais, quando fictícios personagens de novela borrifavam seus efeitos concretos na vida real: “Anselmo Vargas beijava Sônia Margot na novela das sete. O menininho de Matilde pediu: Mãe, muda o programa. Meu pintinho fica ruim...”. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ fsp/equilibrio/eq2501200122.htm>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II Disponível em: <http://www.universodosleitores.com/ 2018/10/mafalda-em-10-tirinhas-realistas-e.html>. Acesso em: 31 jan. 19 Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: a mídia possui poder de influência na sociedade? INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA II (Fuvest) Texto I O CELULAR QUE ESCRAVIZA Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e podem até causar acidentes de trânsito. Quando é a hora de desligar? Estamos viciados. Em qualquer lugar, a qualquer momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência. Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo. Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele. É através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho. Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele. Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares que fazem muito mais que falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos em redes sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo enquanto dirigem. “É uma dependência difícil de eliminar”, diz o psiquiatra americano David Greenfield, diretor do Centro para Tratamento de Vício em Internet e Tecnologia, na cidade de West Hartford. “Nosso cérebro se acostuma a receber essas novidades constantemente e passa a procurar por elas a todo instante.” O pai de todos os vícios, claro, é o Facebook, maior rede social do mundo, onde publicamos notícias sobre nós mesmos como se alimentássemos um grande jornal coletivo sobre a vida cotidiana. Depois dele, novas redes foram criadas e apertaram o nó da dependência. Programas de troca de fotos como oInstagram conectam milhões de pessoas por meio das imagens feitas pelas câmeras cada vez mais potentes dos celulares. Os aplicativos de trocas de mensagem, como o Whatsapp, promovem bate-papos escritos que se assemelham a uma conversa na mesa do bar. O final dessa história pode ser dramático. Interagir com o aparelho – e com centenas de amigos escondidos sob a tela de cristal – tornou-se para alguns uma compulsão tão violenta que pode colocar a própria vida em risco. Parece exagero? Pense na história da garota americana Taylor Sauer, de 18 anos. Em janeiro, Taylor dirigia numa rodovia interestadual que liga os Estados de Utah e Idaho quando bateu a 130 quilômetros por hora na traseira de um caminhão. Taylor trocava mensagens com um amigo sobre um time de futebol americano. Uma a cada 90 segundos. Seu último post foi: “Não posso discutir isso agora. Dirigir e escrever no Facebook não é seguro! Haha”. Se não estivesse teclando, provavelmente Taylor teria avistado o veículo à frente, que andava a meros 25 quilômetros por hora. O caso terrível não é uma aberração estatística. A cada ano, 3 mil americanos morrem por causa da distração no celular, de acordo com a agência federal National Transportation Safety Board. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 14 020.504 - 145566/19 No Brasil, não é diferente – pelo menos é a impressão dos profissionais que trabalham na área. “Minha experiência sugere que essa é a quarta maior causa de acidentes, só atrás do excesso de velocidade, uso de álcool e drogas e cansaço”, diz Dirceu Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego. Não custa lembrar que dirigir usando celular é passível de multa, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, de 1997. A gravidade da infração é média: R$ 85,13 no bolso e 4 pontos na carteira de habilitação. Mas a punição não inibe os dependentes do celular. Mais de 1.600 pessoas são multadas todo dia por esse motivo só no Estado de São Paulo. A cientista política Juliana Ferreira, de 24 anos, é parte dessa estatística. Ela não resiste ao aparelho mesmo quando está na direção. Nunca foi multada, mas já bateu o carro. Estava a caminho do trabalho e trocava mensagens num engarrafamento. Não percebeu quando o carro à frente parou. Bateu. Ninguém saiu ferido, mas ela levou um susto enorme e diz que aprendeu a lição. “Hoje, só mexo no celular quando o farol está vermelho”, afirma. Como assim, só no farol vermelho? Talvez o nome disso seja dependência. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/ vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html>. Acesso em: 31 jan. 19. Adaptado. Texto II Disponível em: <http://exerciciosdetexto.blogspot.com/ 2016/01/7-ano-redes-sociais-e-seus-problemas.html>. Acesso em: 31 jan. 19 Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: o celular afasta quem está próximo ou aproxima quem está distante? INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA III (Fuvest) Texto I O significado da palavra xenofobia dependerá do contexto em que ela estiver sendo usada, pois, por ter um significado amplo, pode ser caracterizada como um transtorno psiquiátrico ou como uma forma de preconceito e racismo. A xenofobia como forma de preconceito se caracteriza pela aversão e a discriminação dirigidas a pessoas de outras raças, culturas, crenças e grupos. Essa aversão pode desenvolver sentimentos de ódio, causando animosidade e preconceito com tudo o que ela julga ser diferente. Em seu sentido mais restrito, podemos caracterizá-la como um medo excessivo e descontrolado diante do diferente, do desconhecido. Esse medo pode ter se desenvolvido após um período de exposição a alguma situação, objeto ou pessoa desconhecida. Ao passar por alguma experiência ruim com o desconhecido, a pessoa pode evitar alguma situação que julga ser arriscada, o que pode interferir em sua rotina, nos relacionamentos e nas atividades sociais, e até mesmo desencadear crises de pânico. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/ doencas/xenofobia.htm>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II OS 3 ATAQUES COMETIDOS CONTRA IMIGRANTES VENEZUELANOS EM RORAIMA Em dois meses, polícia registrou agressões, expulsões e incêndios criminosos contra famílias que buscam abrigo no Brasil De acordo com os dados oficiais, o Brasil tinha, até o fim de 2017, pelo menos 40 mil imigrantes venezuelanos. Essa população toda cruzou a fronteira, principalmente pelo estado de Roraima, em busca de alimentos, trabalho e até de proteção contra perseguições políticas no país vizinho. Para cidades relativamente pequenas, como a capital Boa Vista, além de Pacaraima e Mucajaí, o fluxo é grande. Comparados com a população brasileira como um todo, no entanto, é inexpressivo – todos os imigrantes existentes no Brasil, somados, não chegam a 1% da população, quando a média mundial é de mais de 3%. Desde o mês de fevereiro de 2018, Roraima registrou pelo menos três ataques claramente dirigidos contra imigrantes venezuelanos. Além desses ataques, de maior repercussão, houve também registro de brigas menores, entre os próprios venezuelanos. Esses casos ocorrem sobretudo quando imigrantes são colocados em locais precários e insalubres, às vezes superlotados. O abrigo Tancredo Neves, por exemplo, chegou a ter 500 imigrantes em Boa Vista. Ali houve discussões e brigas sobre questões como o furto de bicicletas, envolvendo às vezes apenas venezuelanos, e às vezes venezuelanos e brasileiros. Os casos mais graves, descritos abaixo, ocorreram num intervalo de menos de dois meses. O caso mais recente envolve um ataque coletivo contra um abrigo de imigrantes. Os outros dois são atribuídos a um imigrante a Guiana, Gordon Fowler, que confessou ter lançado bombas incendiárias contra dois locais onde venezuelanos viviam porque “pegou raiva” deles. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/ expresso/2018/03/22/Os-3-ataques-cometidos-contra-imigrantes- venezuelanos-em-Roraima>. Acesso em: 31 jan. 19 MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 15 020.504 - 145566/19 Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação, em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: há respeito ao imigrante no Brasil? INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA IV (Fuvest) Texto I A Cultura Brasileira é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos que participaram da formação da população brasileira. A diversidade cultural predominante no Brasil é consequência também da grande extensão territorial e das características geradas em cada região do país. O indivíduo branco, que participou da formação da cultura brasileira, fazia parte de vários grupos que chegaram ao país durante a época colonial. Além dos portugueses, vieram os espanhóis, de 1580 a 1640, durante a União Ibérica (período o qual Portugal ficou sob o domínio da Espanha). Durante a ocupação holandesa no nordeste, de 1630 a 1654, vieram flamengos ou holandeses, que ficaram no país, mesmo depois da retomada da área pelos portugueses. Na colônia, aportaram ainda os franceses, ingleses e italianos. Entretanto, foi dos portugueses que recebemos a herança cultural fundamental, onde a história da imigração portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história. Foram eles, os colonizadores, os responsáveispela formação inicial da população brasileira. Isso decorreu do processo de miscigenação com índios e negros africanos, de 1500 a 1808. Durante três séculos, os portugueses eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/ cultura-brasileira/>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II Disponível em: <https://suburbanodigital.blogspot.com.br/ 2012/12/tirinhas-sobre-globalizacao.html>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto III Disponível em: <https://dizfarsa.wordpress.com/ 2014/11/05/5-de-novembro-dia-nacional-da-cultura-brasileira/>. Acesso em: 31 jan. 19 Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação, em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: a diversidade cultural brasileira é respeitada? INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA V (Fuvest) Texto I “Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases. (…) Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com facilidade. (…) Os fluidos se movem facilmente. Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbordam”, “vazam”, “inundam” (…) Essas são razões para considerar “fluidez” ou “liquidez” como metáforas adequadas quando queremos captar a natureza da presente fase (…) na história da modernidade. Zygmunt Bauman O trecho acima faz parte do prefácio de Modernidade Líquida, uma das principais obras do polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), professor emérito das universidades de Leeds (Inglaterra) e Varsóvia (Polônia) e um dos mais importantes sociólogos da atualidade. Com uma linguagem simples e acessível, Bauman lança um olhar crítico para as transformações sociais e econômicas trazidas pelo capitalismo globalizado. Conceito central do pensamento do autor, a “modernidade líquida” seria o momento histórico que vivemos atualmente, em que as instituições, as ideias e as relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de maneira muito rápida e imprevisível: “Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma”. Zygmunt Bauman MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 16 020.504 - 145566/19 Para melhor compreender a modernidade líquida, é preciso voltar ao período que a antecedeu, chamado por Bauman de modernidade sólida, que está associada aos conceitos de comunidade e laços de identificação entre as pessoas, que trazem a ideia de perenidade e a sensação de segurança. Na era sólida, os valores se transformavam em ritmo lento e previsível. Assim, tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, a tecnologia, a economia, por exemplo. Alguns acontecimentos da segunda metade do século XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização, contribuíram para a perda da ideia de controle sobre os processos do mundo, trazendo incertezas quanto a nossa capacidade de nos adequar aos novos padrões sociais, que se liquefazem e mudam constantemente. Nessa passagem do mundo sólido ao líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das formas sociais: o trabalho, a família, o engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade. Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido: temor do desemprego, da violência, do terrorismo, de ficar para trás, de não se encaixar nesse novo mundo, que muda num ritmo hiperveloz. Assim, duas das características da modernidade líquida são a substituição da ideia de coletividade e de solidariedade pelo individualismo; e a transformação do cidadão em consumidor. Nesse contexto, as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras (amor líquido). No lugar da vida em comunidade e do contato próximo e pessoal privilegiam-se as chamadas conexões, relações interpessoais que podem ser desfeitas com a mesma facilidade com que são estabelecidas, assim como mercadorias que podem ser adquiridas e descartadas. Exemplo disso seriam os relacionamentos virtuais em redes. Disponível em: <http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ ESPS/Edicoes/63/artigo211972-1.asp>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/75435362488897217/>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto III Disponível em: <https://portalnamoral.com.br/ celular-e-familia/>. Acesso em: 31 jan. 19 Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação, em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: os relacionamentos interpessoais na modernidade líquida. INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. PROPOSTA VI (Unicamp) No contexto contemporâneo, os jovens possuem cada vez mais recursos eletrônicos para entretenimento. Dessa forma, os jogos eletrônicos têm-se tornado um problema e podem gerar várias consequências negativas, quando utilizados em exagero. Nesse sentido, elabore uma narração, na qual o personagem sofre alguma consequência negativa ocasionada pelo uso excessivo de jogos eletrônicos. Para isso, tente diversificar os malefícios, não utilizando somente aqueles abordados na coletânea; apresente outras consequências, como sociais ou psicológicas. Texto I USO EXAGERADO DE JOGOS ELETRÔNICOS ADOECE CRIANÇAS E PREOCUPA PAIS Doenças como tendinite e hérnia de disco, que geralmente acometem os adultos, estão atingindo cada vez mais as crianças. De acordo com especialistas, o uso exagerado de jogos eletrônicos, seja em videogames ou computadores, é a principal causa para o aparecimento de sintomas como dores nas costas ou na cabeça. Aos 10 anos, Victor acabou parando em uma clínica de fisioterapia por causa de uma hérnia de disco. “Eu senti o pescoço doendo muito, minha coluna também”, descreve o garoto. A hérnia de disco é o nome dado para a lesão que acontece entre os discos que formam a coluna vertebral. Ocorre com as pessoas que não têm uma postura correta no dia-a-dia, forçando as placas. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 17 020.504 - 145566/19 “A coluna cervical tem uma curva importante. Quando você coloca a cabeça muito para baixo e fica muito tempo em um movimento repetitivo e tensional você empurra os discos que estão nas costas e isso com o tempo vai deslocando e com certeza a inversão dessa curva faz com que você fique em uma situação de risco. Às vezes uma batida que você faz com seu corpo, aquela posição que o jogo do videogame provocou, pode fazer o deslocamento. Às vezes um espirro ou uma virada brusca, ou no balanço do carro, algo que não aconteceria em uma coluna que está com sua curva normal. Na verdade, a grande causa é o tempo excessivo em uma postura inadequada, forçando a estrutura da coluna”, explica Socorro Almeida, fisioterapeuta. Para corrigir o problema, tratamento com RPG, uma técnica de reeducação postural. Victor se submete a duas seções por semana. “Consequentemente quando esse ser estiver adulto ele já vai estar com uma série de problemas, como desvios na postura da coluna, como fraqueza nas articulações, então vai ser com certeza não só uma criança que apresenta um adoecimento, mas um jovem e um adulto improdutivo”, pontua a fisioterapeuta. Além do RPG, o pilates é mais uma forma de tratamento para as dores de coluna. Apenas em uma clínica de Salvador, que costumava receber adultos e idosos, o número de crianças aumentou emmais de 100%. “Eu ficava quatro horas em frente ao videogame. Um dia no final de semana eu fiquei sete horas seguidas. Eu ficava com dor de cabeça, meio tonto e enjoado”, revela Marcelo, de 9 anos. Só a mãe de Marcelo sabe da luta que era tirar o filho da frente do computador. “Principalmente final de semana, quando os primos dele vão para nossa casa e se deixar, bobear, eles ficam horas e horas”, desabafa Marle Costa, mãe de Marcelo. Agora, Marcelo divide o tempo da escola e das brincadeiras com as sessões de pilates. “A questão do uso do computador e do videogame não é só a questão postural, mas também o movimento repetitivo dos dedos, do punho na posição errada, então a movimentação repetitiva é que vai provocar o adoecimento nos tendões e vai ocorrer realmente um processo inflamatório. Eu já atendi, acompanhei pacientes com quatro anos de idade apresentando lesões por esforço repetitivo”, alerta a fisioterapeuta. Disponível em: <http://g1.globo.com/ bahia/noticia/2011/09/uso-exagerado-de-jogos-eletronicos- adoece-criancas-e-preocupa-pais.html>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II Disponível em: <https://gallobr.wordpress.com/tag/video-game/>. Acesso em: 31 jan. 19 PROPOSTA VII (Unicamp/2019) Você é um(a) estudante do Ensino Médio na rede pública estadual e soube de um acontecimento revoltante na sua escola: sua professora de Filosofia recebeu ofensas e ameaças anônimas por suposta tentativa de doutrinação política, ao ter iniciado o curso sobre as origens da Cidadania e dos Direitos Humanos modernos com o texto a seguir: Texto I TEÓCRITO E O PENSAMENTO A ninguém, nem aos deuses nem aos demônios, nem às tiranias da terra nem às tiranias do céu, foi dado o poder de impedir aos homens o exercício daquele que é o primeiro e o maior de seus atributos: o exercício do pensamento. Podem amarrar as mãos de um homem, impedindo-lhe o gesto. Podem atar-lhe os pés, impedindo-lhe o andar. Podem vazar-lhe os olhos, impedindo a vista. Podem cortar-lhe a língua, impedindo a fala. O direito de pensar, o poder de pensar, porém, estão acima de todas as violências e de todas as repressões, que nada podem contra seu exercício. (...) Parece claro que não há abuso mais abominável que o de tentar impor limitações ao pensamento de qualquer pessoa. Pretender suprimir o pensamento de quem quer que seja é o maior dos crimes. Pois não é apenas um crime contra uma pessoa, mas contra a própria espécie humana, uma vez que o pensamento é o atributo que distingue o ser humano dos demais seres criados sobre a face da terra. (...) Na vida na cidade, se um homem neutraliza dentro de si o direito de pensar, a cidade pode ser tomada e dominada pela ferocidade de um tirano, cujo despotismo levará o povo à morte pela fome, pela crueldade ou por outras formas de injustiça e prepotência. E se não o povo todo, pelo menos uma parte do povo, certamente, será arrastada à opressão, à tortura, ao cárcere ou a qualquer outra forma de perdição. Os tiranos não gostam que as pessoas pensem. Teócrito de Corinto, filósofo grego, século II d.C. A direção da escola ainda não se manifestou publicamente sobre o episódio. Indignado(a) com a tentativa de censura que a professora sofreu por propor aos alunos reflexões fundamentais à formação cidadã, você decidiu escrever o texto de um abaixo-assinado encaminhado à direção da escola, em nome dos estudantes, no qual deve: a) reivindicar que a escola se posicione publicamente em defesa da professora; b) reivindicar a manutenção de aulas de Filosofia que tematizem os Direitos Humanos; e c) justificar suas reivindicações. Para tanto, você deve levar em conta tanto o texto acima quanto os excertos abaixo. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo XXVI, item 2, 1948. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 18 020.504 - 145566/19 Texto II Alexandre Beck. Disponível em: <pa.unicamp.br/ direitos-humanos-armandinho-na-upa>. Acessado em: 24 nov. 2018. No que toca aos direitos humanos, a filósofa Hannah Arendt identificou na ruptura trazida pela experiência totalitária do nazismo e do stalinismo a inauguração do tudo é possível, que levou pessoas a serem tratadas como supérfluas e descartáveis. Tal fato contrariou os valores consagrados da Justiça e do Direito, voltados a evitar a punição desproporcional e a distribuição não equitativa de bens e situações. Arendt propõe assegurar um mundo comum, marcado pela pluralidade e pela diversidade, o qual, através do exercício da liberdade, impediria o ressurgimento de um novo estado totalitário de natureza. No mundo contemporâneo, continuam a persistir situações sociais, políticas e econômicas que, mesmo depois do término dos regimes totalitários, contribuem para tornar os homens supérfluos e sem lugar num mundo comum, como a ubiquidade da pobreza e da miséria, a ameaça do holocausto nuclear, a irrupção da violência, os surtos terroristas, a limpeza étnica, os fundamentalismos excludentes e intolerantes. Adaptado de Celso Lafer, A reconstrução dos direitos humanos: a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, v. 11, nº 30, São Paulo, p. 55-65, maio/ago. 1997. O bicho está pegando na educação. Fico pensando em que mundo vivem os que acham que as escolas brasileiras sofrem de “contaminação político-ideológica” comandada por “um exército organizado de militantes travestidos de professores”. É uma baita contradição para quem diz defender a “pluralidade”, e é o caminho oposto dos países de alto desempenho em educação: Estados Unidos (em que alguns Estados oferecem educação sexual desde o século XIX), Nova Zelândia, Suécia, Finlândia e França. No Brasil, querem interditar o debate. Mesma coisa com os estudos indígenas e africanos, classificados aqui como porta de entrada para favorecer “movimentos sociais”. Já na Noruega, o currículo é generoso com o povo sami, habitantes originais do norte da Escandinávia. “Doutrinação”, por lá, chama-se respeito à diversidade e às raízes da história do país. Para piorar, o principal evangelista dessa “Bíblia do Mal” seria Paulo Freire. Justo ele, pacifista convicto e obcecado pela ideia de que as pessoas deveriam pensar livremente. Presos na cortina de fumaça da suposta doutrinação, empobrecemos um pouco mais o debate sobre educação. Adaptado de Blog do Sakamoto. Disponível em: <https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br>. Acessado em: 05 jul. 2018. PROPOSTA VIII (Unicamp/2019) Sua professora de Geografia abriu um fórum no ambiente virtual da disciplina para discutir o tópico “IDH e crescimento do PIB como indicadores de desenvolvimento” e propôs as seguintes questões: a) Observe a classificação do Brasil nos rankings apresentados nos gráficos 1 e 2; b) Interprete os textos 3, 4 e 5; e c) Indique se haveria diferenças no desenvolvimento social do Brasil caso o país optasse por uma política econômica que tenha como consequência uma melhor classificação no ranking do IDH ou no ranking do crescimento do PIB. Publique uma postagem nesse fórum, na qual, a partir da leitura dos textos indicados abaixo, você deve: a) apontar em qual ranking o Brasil subiria se privilegiasse os aspectos qualidade de vida e igualdade no desenvolvimento social; b) apresentar as consequências de priorizar o consumo para o desenvolvimento social; e c) argumentar em favor do seu ponto de vista. Texto I Dados disponíveis em: <https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-fica-em-ultimo-em- ranking-de-crescimento-com-47-paises,70002481872>. Acessado em: 28 jun. 2018.PIB significa Produto Interno Bruto, medida que representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um determinado período. Texto II Fonte: PNUD, ed. 14 de setembro de 2018. Human Development Indices and indicators – 2018 Statistical Update. Acessado em: 28 jun. 2018. IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, medida concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população. MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 19 020.504 - 145566/19 Um breve conjunto de informações para nos fazer repensar as relações de consumo: • A indústria da moda é a segunda maior consumidora de água no mundo. Só perde para a do petróleo. • Estima-se que 17% a 20% da poluição da água industrial vem de tingimento e tratamento têxtil. • Cerca de 15% a 20% de tecido é desperdiçado a cada peça cortada. E tecido não é reciclável. • Estima-se que 10% das emissões de gases de efeito estufa provêm da indústria da moda. • As fábricas de moda consomem mais de 130 milhões de toneladas de carvão/ano para gerar energia. • Para suprir a demanda do consumo, quase toda matéria- prima utilizada na moda resulta em problema: do algodão, cheio de pesticidas, ao poliéster, oriundo da exploração do petróleo. • Operários da indústria têxtil em países como China, Índia e Bangladesh trabalham mais de 12 horas por dia e ganham menos do que 100 dólares por mês. • Cerca de 80% da mão de obra deste mercado são mulheres. E menos de 2% ganham o suficiente para viver em condições dignas. Para ganhar mais, elas chegam a trabalhar mais de 75 horas por semana. E tem quem ache que o consumismo é um problema individual que só diz respeito à própria conta bancária… Adaptado de Nina Guimarães, O consumismo destrói o meio ambiente e incentiva o trabalho escravo. Metrópoles, 19 abr. 2017. As principais redes de varejo de moda do país associadas à ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) já notam a melhora no ânimo dos consumidores. “O cenário é mais favorável, a partir do momento em que há maior disponibilidade de crédito; a inflação está abaixo do esperado, com aumento no poder de compra; e há uma leve redução do desemprego. Esses fatores somados ajudam a elevar a intenção de compra”, aponta Lima, diretor executivo da ABVTEX. A FGV estima que, em 2018, o PIB cresça 2,5%. Esse crescimento deve permanecer liderado pelo consumo. Adaptado de Em 2018, crescimento permanecerá liderado pelo consumo, diz FGV. Disponível em: <http://www.abvtex.org.br/>. Acessado em: 04 maio 2018. Pelo 12º ano consecutivo, só deu ela: a Noruega foi novamente eleita pela ONU como o melhor país do mundo para se viver. Segundo Jens Wandel, diretor do departamento administrativo do Programa de Desenvolvimento da ONU, o sucesso do país consiste em combinar o crescimento de renda com um elevado nível de igualdade. “Ao longo do tempo, a Noruega conseguiu aumentar sua renda e, ao mesmo tempo, garantir que os rendimentos sejam distribuídos de modo uniforme”. Adaptado de Índice de Desenvolvimento Humano: o que faz da Noruega o melhor lugar para se viver? Huffpost Brasil, 17 dez. 2015. PROPOSTA XI (Unicamp) Diante de um quadro de polarização de opiniões, a sociedade parece ter perdido a ideologia de respeitar as opiniões contrárias. Exemplos dessa situação são os muitos discursos de ódio propagados pelas redes sociais, discriminando e menosprezando ideologias minoritárias. Nesse sentido, elabore um artigo de opinião, para ser publicado em um jornal de veiculação nacional, sobre a necessidade de respeitar as opiniões contrárias. Texto I Disponível em: <https://kdfrases.com/frase/118573>. Acesso em: 31 jan. 19 Texto II Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/560698222339555061/>. Acesso em: 31 jan. 19 PROPOSTA X (Unicamp) Seguindo o raciocínio do personagem Armandinho, na tirinha apresentada anteriormente, elabore uma narração, escrita em primeira pessoa, em que o narrador personagem passou por uma situação na qual não teve sua opinião respeitada. Narre como ocorreu esse fato e como o personagem conseguiu superar esse episódio. Texto I Disponível em: <https://brainly.com.br/tarefa/16558347>. Acesso em: 31 jan. 19 MÓDULO DE ESTUDO – VESTIBULARES PAULISTAS 20 020.504 - 145566/19 REDAÇÃO 3 • Proposta I (Fuvest) Texto I A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai passar a considerar o vício em jogos de videogame um distúrbio. Na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID), a organização vai incluir a condição de “distúrbio de games”. De acordo com o documento, o problema consiste em um comportamento persistente de vício que leva a pessoa “a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida”. Segundo a OMS, uma pessoa precisa ser observada por 12 meses antes de ser diagnosticada com vício em games. Os sintomas do problema incluem o paciente não ter controle da frequência, intensidade e duração em que joga videogame; priorizar os games a outras atividades do dia a dia e continuar ou até mesmo aumentar a frequência em que joga videogame, mesmo após o hábito já ter causado consequências negativas em sua vida. A décima versão do CID foi publicada em 1992, mas uma nova versão sairá agora em 2018. Nesse meio tempo, alguns países já haviam identificado a condição de vício em games como um problema importante. No Reino Unido, por exemplo, já existem clínicas para cuidar do problema. Outros países, como a Coreia do Sul, resolveram adotar medidas mais severas. Por lá, o governo criou uma lei para proibir pessoas menores de 18 anos de jogarem games entre meia-noite e seis da manhã. Já no Japão, os jogadores recebem uma advertência caso passem mais do que uma certa quantidade de horas jogando por mês. Na China, a gigante Tencent, dona de jogos mobile como Clash Royale e controladora da Riot Games, responsável por League of Legends, estabelece um limite diário de horas em que uma criança pode jogar. Disponível em: <https://istoe.com.br>. Acesso em: 14 mar. 2019. Texto II Disponível em: <http://www.vermelho.org.br>. Acesso em: 14 mar. 2019. Considerando as ideias apresentadas nos textos e outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: Os videogames são benéficos ou maléficos à juventude? INSTRUÇÕES: – A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. – Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. – Dê um título a sua redação. • Proposta II (Fuvest) Texto I COMO PEDIR UMA PIZZA EM 2020 — Telefonista: Pizza Hot, boa noite! — Cliente: Boa noite! Quero encomendar pizzas... — Telefonista: Pode me dar o seu NIDN? — Cliente: Sim, o meu número de identificação nacional é 6102-1993-8456-54632107. — Telefonista: Obrigada, Sr. Lacerda. Seu endereço é Avenida Paes de Barros, 1988 ap. 52 B, e o número de seu telefone é 5494-2366, certo? O telefone do seu escritório da Lincoln Seguros é o 5745-2302 e o seu celular é 9266-2566. — Cliente: Como você conseguiu essas informações todas? — Telefonista: Nós estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central. — Cliente: Ah, sim, é verdade! Eu queria encomendar duas pizzas, uma de quatro queijos e outra de calabresa... — Telefonista: Talvez não seja uma boa ideia... — Cliente: O quê? — Telefonista: Consta na sua ficha médica que o Senhor sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe categoricamente escolhas perigosas para a sua saúde. — Cliente: É, você tem razão! O que você sugere? — Telefonista: Por que o Senhor não experimenta a nossa pizza Superlight, com tofu e rabanetes?