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MARINGÁ/2017-2020 Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 2 PREFEITO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ Ulisses de Jesus Maia Kotsifas VICE PREFEITO Edson Scabora SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA Marta Regina Kaiser ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SETOR DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA DE MARINGÁ – NUTRICIONISTAS Camila Barbosa Carvalho Érica Letícia Gusmão Antonio Geferson de Almeida Gonçalves Kátia Massumi Takahashi CÂMARA INTERSETORIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE MARINGÁ – CAISAN PLENO SECRETARIAL. Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania – Marta Regina Kaiser (presidente da CAISAN) Secretaria Municipal de Serviços Públicos – Vagner de Oliveira Secretaria Municipal de Gestão – Laércio Fondazzi Secretaria Municipal de Patrimônio, Compras e Logística – Coronel Paulo Sérgio LarsonCarstens Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico – Francisco Favoto Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem Estar Animal – EderleiAlkamim Secretaria Municipal de Educação – Valkíria Trindade de Almeida Santos Gabinete do Vice Prefeito – Edson Scabora Secretaria Municipal de Saúde – Jair Biatto COMITÊ TÉCNICO DA CAISAN Adriana Santana – Gabinete do Vice Prefeito Anne Elise Saara Santos Carvajal – Secretaria Municipal de Educação Douglas Galvão Vilardo – Secretaria Municipal de Gestão Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 3 Elen Milagres Ribeiro – Secretaria Municipal de Saúde Elfrida Guerreiro Pontes Rodrigues – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem Estar Animal Fernanda Grasiele Pereira da Silva – Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania Gleika Maria Macedo Coke - Secretaria Municipal de Serviços Públicos Maristela Ferrari Alcântara – Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania Samireille Silvano Messias – Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico Wellington França dos Santos – Secretaria Municipal de Patrimônio, Compras e Logística CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – COMSEA MARINGÁ Giselle Cristina Neia José Sérgio Righetti Jorge Ogassawara Mariana Petrocelli Anne Elise Carvajal Maurílio Donizete de Jesus Suplente: Edi Carlos de Souza Ednaldo Michellon Janaina Simon José Renato de Souza Zinezi Andréia Soares Zola de Almeida Elfrida Guerreiro Pontes Rodrigues Ana Paula Bocardi Salineiro Fernanda SayuriFugioka Maristela Ferrari Alcântara Kátia M. Takahashi Marcos Nogueira Dirksen Cristiane Renata Silva Raimunda Batista Borges Maria de Fátima Viana Pereira Antônio Carlos Gomes Maristela Galvão Jussara Maria Leite Oliveira Leonardo Cirlene Aparecida DoretoPicolo Franciele Holanda de Moura Regina Célia Olher Rodrigues Marcia Dallassenta Moacir Paulo Morais Celso LuízSchwind Roseli Aparecida dos Santos Severo Nivaldo Agda da Silva João Orsoli Filho ErikaMaeda Uderico Vicente de Moraes Ivone Reis José de Oliveira Alessandra Regina CarnelozziPrati Ana Paula Fanhani Helen Jaqueline Sanches Fábio Branches Xavier Maria Cecília Merege Sônia Regina Versari Renato Aparecido Lima Gislaine Navarete Moreno ElcirCândido Quintino Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 4 COMISSÃO REGIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – CORESAN MARINGÁ José Sérgio Righetti Delma Pereira Fukui Geferson Almeida Gonçalves Kátia Massumi Takahashi Leandro Santarosa Perdigão Bruno SacconiCanaver José Ozinaldo Alves de Sena Neuza Corte Oliveira Gislaine dos Santos Fábio Garcia Furlan Marilze Brandão Assis Gislaine Lara Bussolo Erika Maeda Juliana Carolina Lopes Marcela Cristina de Moura Vianna Ana Carolina Tiene Andrade Gislaine Navarete Moreno Elcir Cândido Quintino Maria do Carmo Couto Costa da Silva Sirlene Ferreira da Silva Milaine de Souza Ribeiro José Willian Galacini Gabriela SartorelliMargonar Maria Lúcia da Silva Marcelo Francisco Braga Edna Aparecida Sarro Siqueira Nacyr Cury Janaína M. Simon José Renato de Souza Zinezi Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 5 LISTA DE SIGLAS CAISAN – Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional CNSAN – Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CONSEA – Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional CORESAN – Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional DHAA – Direito Humano à Alimentação Adequada EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural FBSSAN – Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional IES – Instituição de Ensino Superior IAN – Insegurança Alimentar e Nutricional LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA – Lei Orçamentária Anual LOSAN – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome PAA – Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar PIDESC – Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais PLANSAN – Plano de Segurança Alimentar e Nutricional PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNSAN – Política de Segurança Alimentar e Nutricional PPA – Plano Plurianual SAN – Segurança Alimentar e Nutricional SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SNVS – Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SUAS – Sistema Único de Assistência Social SUS – Sistema Único de Saúde SASC - Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania SEIDE - Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico SEMUSP - Secretaria Municipal de Serviços Públicos SEMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal SEDUC - Secretaria Municipal de Educação SESA - Secretaria Municipal de Saúde SEPAT - Secretaria Municipal de Patrimônio, Compras e Logística SEGE - Secretaria Municipal de Gestão Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 6 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO…….……………..………..…………………..…………..…..………….……..….….08 1.0 INTRODUÇÃO…….………..………………….………..….……………..………….………….……08 2.0 CONTEXTUALIZAÇÃO……………..……………….……….….………………………..……….….09 2.1 MARINGÁ-PR ……..………………………….…………….……………………..……………….….09 2.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E POPULAÇÃO……..……………………..…….…...11 2.1.2 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDHM).….…..….….…….….….…..……..…....12 2.2 DADOS GERAIS..………………….…….….…………………………..……………………...……..13 2.2.1 POPULAÇÃO……………….……………………………………………..…………….……….…..13 2.2.2 EDUCAÇÃO…………..………………..………………………..…………..…..….....….………...15 2.2.3 TRABALHO E RENDIMENTO….…………………….………….…………….………….……….15 2.2.4 ECONOMIA…………………………….………..………….……………..…………….……….….15 2.2.5 SAÚDE…………………………………………….………………….…….……………..…...….....15 2.2.6 TERRITÓRIO E AMBIENTE……………………….……….………………………….………..….15 2.2.7 PRODUÇÃO E DISPONIBILIDADE DE ALIMENTOS…………………………..…………........16 2.2.8 CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL……..….…17 2.2.9 MAPA DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (MAPAINSAN)………………......18 2.2.10 SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISVAN) – SISTEMADE GESTÃO DO BOLSA FAMÍLIA…………………………………………………………......…….………19 2.2.11 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM)………………….……..…....20 2.2.12 POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ALIMENTAÇÃO – PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF)…………………………………………………………………………………….20 2.2.13 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (BPC)……...…20 3.0 HISTÓRICOS DA EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM MARINGÁ................................…………………....………………...............…...21 3.1 ESTRUTURAÇÃO DO SISAN NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ……………………………….….21 4.0 ANÁLISE SITUACIONAL SOBRE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO MUNICÍPIODE MARINGÁ……………………………………………..............………………….…...22 4.1ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS ESEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – SAN...….23 4.1.1 CARTÃO-ALIMENTAÇÃO……………………………………………………………………..…...23 4.1.2 PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS – PAA………………………………………....24 4.1.3 BANCO DE ALIMENTOS…………………………………………………………………………...25 4.1.4 EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL………………………………………………….….26 4.1.5 UNIDADES DA SASC QUE ATENDEM AO PÚBLICO EM VULNERABILIDADE SOCIAL….27 4.1.6RESTAURANTE POPULAR……………….……………..………………………………………...29 Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 7 4.2 SECRETARIA DE SAÚDE…….………………………………..…………………..………………...30 4.2.1 PROGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE FÓRMULAS INFANTIS E DIETASENTERAIS..…….31 4.2.2 SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – SISVAN.……….……………....31 4.2.3 NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA – NASF.…..….……….…….….…..…………....32 4.2.3.1 ORIENTAÇÃO E CONSULTA NUTRICIONAL INDIVIDUAL..……….……………...…….….32 4.2.3.2 ORIENTAÇÃO EM GRUPO……..…..………….……..……………...…..……………..……....32 4.2.3.3 VISITAS DOMICILIARES….………………….…………….…………….……..…….………....32 4.2.3.4 EVENTOS/PROGRAMA MARINGÁ SAUDÁVEL.…………………….………….……...…….32 4.2.3.5 MATRICIAMENTOS..………….….….…..……….………….…………….…..……………..….33 4.2.3.6 PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA……..………………………………….…………………...33 4.3 SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E BEM-ESTARANIMAL.……………….…..33 4.4 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO..…………………..……………..……..……….………………....34 4.5 SECRETARIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS…………….…………….………….………………....35 4.6 SECRETARIA DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO………………….…….36 5.0 DIRETRIZES……….………………………………….……..…………………………………….....38 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.…………………………………………..……………………….…….90 REFERÊNCIAS.……………………..…………………..……………….…………………………….....91 Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 8 APRESENTAÇÃO Apresentamos o primeiro Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – PLAMSAN do Município de Maringá para o quadriênio 2017-2020, o qual traz oito diretrizes com base na Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, expressando as ações desenvolvidas no Município de Maringá, com o intuito de melhorar as condições de acesso à alimentação adequada, em consonância com as Políticas Nacional e Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. A elaboração das diretrizes, objetivos e metas do PLAMSAN do Município de Maringá são resultados da análise das ações já realizadas no Município, de indicadores, além dos temas debatidos na I, II e III conferências de Segurança Alimentar e Nutricional realizadas em Maringá e tendo acompanhamento do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. A Segurança alimentar e Nutricional deve ser buscada de forma coletiva e intersetorial, integrando e articulando os esforços entre as diversas áreas de Governo e Sociedade Civil, visando assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada e a Soberania Alimentar. 1.0 INTRODUÇÃO A elaboração do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional é uma responsabilidade dos governos. O seu processo de elaboração deve contar com a participação da sociedade civil e apontar lacunas das ações existentes, servindo como indicador para que mudanças sejam inseridas no planejamento governamental. O Plano de Segurança Alimentar e Nutricional se configura como um instrumento político de fortalecimento da política de SAN nos Estados, Distrito Federal e Municípios. A construção do plano é um processo de ações intersetoriais, mediante a troca de saberes e práticas das diversas Secretarias Municipais envolvidas, que de alguma forma desenvolvem ações de SAN, e que no acompanhamento das ações serão traçadas metas para a execução dos mesmos. O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN é um sistema público que reúne diversos setores de governo em órgãos intersetoriais, como a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN e seus congêneres nas esferas estadual e municipal, bem como instâncias de participação social na forma de Conferências e de Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEAs tendo por escopo a união entre os representantes de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos e do setor privado, especialistas e profissionais de variadas formações, junto com gestores públicos para construírem proposições que objetivam assegurar e proteger o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável a todas as pessoas que vivem no território nacional. O referido programa foi regulamentado por meio da Lei nº 11.346/2006, conhecida como Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 9 Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN. Segundo o protocolo firmado em 1986, na 1ª Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, consolidado em sua segunda edição, em 1994, a segurança alimentar é: “A garantia, a todos, de condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas, com base em práticas alimentares que possibilitem a saudável reprodução do organismo humano, contribuindo, assim, para uma existência digna”. Neste cenário, o novo marco institucional representado pelo SISAN lançou as bases para que o Brasil organizasse, de maneira articulada e coerente, um conjunto de políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional – SAN que pudesse, ao mesmo tempo, enfrentar a fome e a desnutrição, promover a produção diversificada e sustentável de alimentos e o acesso universal a uma alimentação adequada e saudável. Assim, a construção do SISAN vem contribuindo para a concretização de importantes avanços, perceptíveis nos indicadores que comprovam a redução da insegurança alimentar e nutricional, da pobreza e da vulnerabilidade social dos brasileiros. Todavia, a sociedade e o Estado ainda têm diante de si grandes desafios no campo da soberania e da Segurança Alimentar e Nutricional, para os quais o SISAN se apresenta como uma oportunidade e uma importante ferramenta para promover e proteger esse direito vital e basilar de todos os seres humanos. Para alcançar o seu propósito maior, é preciso que o SISAN seja integrado por todos os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios afetos à Segurança Alimentar e Nutricional – SAN e que estimule a integração dos diversos esforços entre governo e sociedade civil, bem como promova o acompanhamento, monitoramento e a avaliação de SAN e da realização progressiva do DHAA no território brasileiro. A Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, intitulada Lei de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN, criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas a garantir a realização do direito de todos ao acesso, regular e permanente, a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. O sistema adota como base, práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural, que sejam ambiental, econômica e socialmente sustentáveis. A publicação do Decreto nº 7.272, em 25 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – PNSAN e estabeleceu os parâmetros para a elaboração do plano nacional de segurança alimentar e nutricional. O primeiro Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Plansan 2012/2015, foi publicado em agosto de 2011. Em 14 de Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 10 dezembro de 2010 a Resolução nº 4 da CAISAN aprovou seu Regimento Interno, e da estruturação de sua Secretaria-Executiva, permitindo assim desencadear o processo de regulamentação da adesão dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ao SISAN. O Sistema, portanto, tem propiciado a formulação e implementação depolíticas públicas, de planos de segurança alimentar e nutricional, estimulando a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como tem promovido o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da segurança alimentar e nutricional no país. Para consolidar o direito humano à alimentação adequada foi incluída a alimentação como direito social no Artº 6 da Constituição Federal, em 2010. 2.0 CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 Maringá-PR Maringá, fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, foi traçada obedecendo a um plano urbanístico previamente estabelecido. Praças, ruas e avenidas foram demarcadas considerando, ao máximo, as características topográficas da área escolhida, revelando preocupação lúcida no que se refere à proteção de áreas verdes e vegetação nativa. Com esta filosofia, caracteristicamente contemporânea, nasceu Maringá, a 10 de maio de 1947, como Distrito de Mandaguari. Em 1951 foi elevada a Município, com os distritos de Iguatemi, Floriano e Ivatuba. Em 1954 foi instalada a Comarca de Maringá. Hoje é a sede de uma grande região que abrange cem municípios. A cidade de Maringá teve seu nome extraído de uma canção muito famosa na época, intitulada Maringá, de autoria do Compositor Joubert de Carvalho, daí advindo o nome da “Cidade Canção”. Entre as datas que marcaram a história de Maringá estão a da instalação da telefonia automática, em 1953 e a da chegada do primeiro trem no ano seguinte. Maringá, terceira cidade do Estado de Paraná, está localizada no Norte do Paraná, é cortada pelo trópico de capricórnio e possui altitude de 554,9 metros. Por estar localizada entre os rios Pirapó e Ivaí, que fazem parte da Bacia Hidrográfica do rio Paraná, Maringá possui um solo de grande fertilidade, denominado Latossolo Roxo Distrófico. O Clima é subtropical com chuvas de verão e inverno seco. Além das características climáticas e de localização, a cidade se favorece também das rodovias BR 376 (Maringá – Curitiba), BR 369 (Maringá – São Paulo), BR 317 (Maringá – Foz do Iguaçu) e BR 323 (Maringá – Guaíra), que possibilitam o deslocamento às cidades da região e a outros Estados. Os transportes aéreos e ferroviários também compõem essa estrutura. Maringá faz parte das cidades turísticas do Brasil, pela beleza natural, com seus bosques centralizados e também pela belíssima Catedral de Nossa Sr ª da Glória, em forma de cone, com 124 metros de altura e suas fontes no mesmo formato. É o décimo monumento mais Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 11 alto do mundo. LOCALIZAÇÃO DE MARINGÁ EM RELAÇÃO AO ESTADO DO PARANÁ E AO BRASIL FONTE:MARINGÁ.COM, online. 2.1.1 Caracterização do território e população Prefeito:ULISSES DE JESUS MAIA KOTSIFAS Ano de instalação: 1951 Mesorregião: Norte Central Paranaense Microrregião: Maringá Faixa do IDHM: Muito Alto (IDHM entre 0,800 e 1) IDHM 2010: 0,808 Área: 489,15 km2 Gentílico: Maringaense População no último censo (2010): 357.077 pessoas População estimada (2017): 406.693 pessoas Densidade demográfica: 733,14 hab/km² Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 12 2.1.2 Índice de desenvolvimento humano (IDHM) ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDHM) DE MARINGÁ-PR FONTE: ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, online. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Maringá foi 0, 808 em 2010, o que situa o município na faixa de Desenvolvimento Humano Muito Alto (IDHM entre 0, 800 e 1). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0, 852 seguida de Renda, com índice de 0,806 e de Educação, com índice de 0,768. EVOLUÇÃO DO IDHM EM MARINGÁ ENTRE OS ANOS 1991, 2000 E 2010 FONTE: ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, online. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 13 2.2 Dados gerais 2.2.1 População Entre 2000 e 2010, a população de Maringá cresceu a uma taxa média anual de 2,15%, enquanto que no Brasil o crescimento foi de 1,17% no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do município passou de 98,38% para 98,20%. Em 2010 viviam, no município 357.077 pessoas. CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO DE MARINGÁ-PR População Número de habitantes População urbana 350.653 População rural 6.424 População branca 252.951 População parda 78.542 População preta 12.127 População amarela 13.066 População indígena 391 População em extrema pobreza Número de habitantes % da população em extrema pobreza em relação à população total do município População rural em extrema pobreza 68 0,0 População urbana em extrema pobreza 1.973 0,6 População total em extrema pobreza 2.041 0,6 FONTE: CENSO DEMOGRÁFICO/IBGE – 2010. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 14 PIRÂMIDES ETÁRIAS DA POPULAÇÃO DE MARINGÁ, DISTRIBUIÇÃO POR SEXO, NOS ANOS DE 1991, 2000 E 2010 RESPECTIVAMENTE. FONTE: ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, online. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 15 2.2.2 Educação Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 7.1 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 4.4. Na comparação com cidades do estado do Paraná, a nota dos alunos dos anos iniciais colocava a cidade na posição 10 de 399. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 142 de 399. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 98.4% em 2010. Isso posicionava o município na posição 140 de 399 dentre as cidades do estado e na posição 1440 de 5570 dentre as cidades do Brasil (IBGE, 2015). 2.2.3 Trabalho e Rendimento Em 2015, o salário médio mensal era de 2.7 salários-mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 49.4%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 18 de 399 e 7 de 399, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 370 de 5570 e 74 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário-mínimo por pessoa, tinha 26.1% da população nessas condições, o que o colocava na posição 377 de 399 dentre as cidades do estado e na posição 5233 de 5570 dentre as cidades do Brasil. 2.2.4 Economia Em 2014 Maringá tinha um PIB per capita de R$ 36336.74. Na comparação com os demais municípios do estado, sua posição era de 43 de 399. Já na comparação com cidades do Brasil todo, sua colocação era de 500 de 5570. Em 2015, tinha 50.4% do seu orçamento proveniente de fontes externas. Em comparação às outras cidades do estado, estava na posição 374 de 399 e, quando comparado a cidades do Brasil todo, ficava em 4944 de 5570. 2.2.5 Saúde A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 9.96 para 1.000 nascidos vivos (IBGE, 2014). As internações devido a diarreias são de 0.2 para cada 1.000 habitantes (IBGE, 2016). Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 228 de 399 e 339 de 399, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 3251 de 5570 e 4284 de 5570, respectivamente. 2.2.6 Território e Ambiente Apresenta 83% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 97.3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 90.6% de domicílios urbanos em vias públicas com Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 16 urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 21 de 399, 88 de 399 e 2 de 399, respectivamente. Já quando comparado a outras cidadesdo Brasil, sua posição é 806 de 5570, 518 de 5570 e 6 de 5570, respectivamente (IBGE, 2010). 2.2.7 Produção e disponibilidade de alimentos PRODUÇÃO AGRÍCOLA – LAVOURA PERMANENTE Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola – 2016 Produtos Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Valor (x 1000) R$ Abacate 2 20 10.000 24,00 Banana 80 1.600 20.000 2.038,00 Café 81 84 1.025 562,00 Coco-da-baía 1 10 10.000 10,00 Figo 1 3 3.000 5,00 Goiaba 1 10 10.000 30,00 Laranja 35 700 20.000 376,00 Limão 6 80 13.333 120,00 Manga 3 15 5.000 23,00 Maracujá 1 12 12.000 24,00 Palmito 3 15 5.000 68,00 Tangerina 1 15 15.000 17,00 Uva 9 144 16.000 461,00 PRODUÇÃO AGRÍCOLA LAVOURA TEMPORÁRIA Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola – 2016 Produtos Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Valor (x 1000) R$ Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 17 Cana-de-açúcar 1.197 85.189 71.169 5.471,00 Ervilha 1 2 2.000 8,00 Mandioca 100 2.000 20.000 844,00 Melão 1 12 12.000 25,00 Milho 20.670 64.077 3.100 37.837,00 Soja 23.300 65.240 2.800 74.211,00 Tomate 6 180 30.000 450,00 Trigo 2.400 5.040 2.100 3.145,00 Uva 9 144 16.000 461,00 2.2.8 Cadastro único para Programas Sociais do Governo Federal O Cadastro Único é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça melhor a realidade socioeconômica dessa população. Nele são registradas informações como: características da residência, identificação de cada pessoa, escolaridade, situação de trabalho e renda, entre outras. É o principal instrumento para a seleção e a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais, sendo utilizado obrigatoriamente para a concessão dos benefícios do Programa Bolsa Família, da Tarifa Social de Energia Elétrica, do Programa Minha Casa Minha Vida, entre outros. Também pode ser utilizado para a seleção de beneficiários de programas ofertados pelos governos estaduais e municipais. Podem se inscrever no Cadastro Único: – Famílias com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa; – Famílias com renda mensal total de até três salários-mínimos; ou – Famílias com renda maior que três salários-mínimos, desde que o cadastramento esteja vinculado à inclusão em programas sociais nas três esferas do governo. No município de Maringá, o total de famílias inscritas no Cadastro Único em agosto de 2017 era de 24.945, o que corresponde a 67.527 pessoas, com renda familiar: – Até R$85,00 por pessoa: 3.682 famílias; – Entre R$85,01 e R$170,00 por pessoa: 2.511 famílias; – Entre R$ 170,01 e meio salário-mínimo por pessoa: 9.040 famílias; – acima De meio salário por pessoa: 9.712 famílias. O quadro abaixo apresenta o número de famílias do Município pertencentes aos Grupos Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 18 Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTEs) inseridas no Cadastro Único em agosto de 2017: NÚMERO DE FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO PERTENCENTES AOS GRUPOS POPULACIONAIS TRADICIONAIS E ESPECÍFICOS (GPTES) INSERIDAS NO CADASTRO ÚNICO Famílias de GPTEs Número de famílias Famílias indígenas 5 Famílias quilombolas 1 Famílias ciganas 14 Famílias pertencentes a comunidades de terreiro 0 Famílias extrativistas 0 Famílias de pescadores artesanais 3 Famílias ribeirinhas 0 Famílias de agricultores familiares 4 Famílias assentadas 1 Famílias beneficiárias do programa nacional de crédito fundiário 0 Famílias acampadas 5 Famílias acampadas atingidas por empreendimentos de infraestrutura 2 Famílias com pessoa presa no sistema carcerário 20 Famílias em situação de rua 227 Famílias de catadores de material reciclável 53 TOTAL 335 DATA DE REFERÊNCIA: AGOSTO DE 2017 FONTE: CADASTRO ÚNICO/MDSA 2.2.9 Mapa de Insegurança Alimentar e Nutricional (Mapa INSAN) O Mapa INSAN é um estudo, elaborado pelo MDSA em 2014, que consiste na realização do mapeamento das famílias incluídas no Cadastro Único nas quais ainda persiste a insegurança alimentar e nutricional, considerando o índice de desnutrição de crianças menores de 5 anos Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 19 acompanhadas pelas condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família (PBF). Para classificação dos municípios foi utilizado o método estatístico denominado “Análise de Cluster ou análise de agrupamentos”, cujo objetivo foi reunir os municípios em grupos, a partir dos índices de déficit de altura para idade e déficit de peso para idade das crianças beneficiárias do PBF menores de 5 anos, onde cada grupo possui um perfil significativamente homogêneo dentro dele e significativamente heterogêneo entre si. Assim, foram classificados como vulneráveis (em três níveis: muito alta, alta e média vulnerabilidade) apenas os municípios com média de déficit de altura para idade igual ou superior à média para o Brasil em 2014, ou seja, 10,1%. Os municípios com média até 13,1% foram classificados como de média vulnerabilidade; os com média de até 20%, como de alta vulnerabilidade; e os com média superior a 32,2%, como de muito alta vulnerabilidade. Os municípios com média abaixo de 10,1% foram excluídos da análise. De acordo com o Mapa INSAN, cujo ano de referência é 2014, o Município de Maringá possui média de déficit de altura para idade das crianças beneficiárias do PBF menores de 5 anos abaixo de 10,1% e, por esse motivo, não entrou na análise de vulnerabilidade. Importante destacar que os cortes para classificação dos níveis de vulnerabilidade para os GPTEs são outros, quais sejam: os municípios com média até 15,7% foram classificados como de média vulnerabilidade; os com média de até 25,6%, como de alta vulnerabilidade; e os com média superior a 48%, como de muito alta vulnerabilidade. Os municípios com média abaixo de 10,1% foram excluídos da análise. Dessa forma, se restringirmos a análise às famílias pertencentes aos GPTEs, o Município possui média de déficit de altura para idade das crianças beneficiárias do PBF menores de 5 anos abaixo de 15,7% e, por esse motivo, não entrou na análise de vulnerabilidade. 2.2.10 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) – Sistema de Gestão do Bolsa Família A vigilância nutricional é realizada com o emprego do método antropométrico, aplicável em todas as fases dos ciclos de vida, baseada na mensuração de: 1) variações físicas e; 2) composição corporal global, permitindo a classificação de indivíduos e grupos segundo seu estado nutricional. De tal forma, diagnósticos individuais podem ser agregados permitindo diagnósticos de coletivos e o perfil nutricional de grupos populacionais. Os dois principais objetivos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) são: Monitorar a situação nutricional de grupos populacionais (por ciclos de vida) de acordo com características definidas (como raça/cor, escolaridade, público beneficiário do Programa Bolsa Família). Subsidiar ações para a promoção da saúde e alimentação saudável, prevenção e controle de agravos nutricionais. No Brasil a média de déficit de altura para idade e de peso para idade em menores de cinco anos é de 6,7% e 1,8%, respectivamente, segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 20 Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006). A seguir são apresentados os dados das crianças menores de 5 anos beneficiárias do Programa Bolsa Família acompanhadas nas condicionalidades de saúde pelo SISVAN no município de Maringá: CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ACOMPANHADAS NAS CONDICIONALIDADES DE SAÚDE PELO SISVAN NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ Indicador % Déficit de altura para idade em crianças menores de 5 anos 5,71 Déficit de pesopara idade em crianças menores de 5 anos 1,86 Crianças menores de 5 anos com sobrepeso 8,35 Crianças menores de 5 anos com obesidade 4,10 Data de referência: 2015 fonte: SISVAN/MS 2.2.11 Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) O SIM foi criado pelo DATASUS para a captação de dados sobre mortalidade, de forma regular e abrangente, para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base nessas informações é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das ações e programas na área. Em 2014 Maringá teve 49 óbitos de crianças menores de um ano de idade, relevante indicador para a Segurança Alimentar e Nutricional: 2.2.12 Políticas de promoção do acesso universal à alimentação – Programa Bolsa Família (PBF) O Bolsa Família é um programa que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Todos os meses as famílias atendidas pelo Programa recebem um benefício em dinheiro, que é transferido diretamente pelo governo federal. Podem fazer parte do Programa: – Todas as famílias com renda de até R$ 85 mensais por pessoa; – Famílias com renda média entre R$ 85,01 e R$ 170 mensais por pessoa, desde que tenham em sua composição, crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos. Em setembro de 2017, o total de famílias beneficiárias do PBF no Município de MARINGÁ era de 4.539, o que corresponde a um valor total repassado no mês de R$ 716.746,00. 2.2.13 Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 21 O BPC é um benefício individual, não vitalício e intransferível. Instituído pela Constituição Federal de 1988, o benefício garante a transferência de 1 (um) salário-mínimo à pessoa idosa, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência de qualquer idade, que comprovem não possuir meios de se sustentar ou de ser sustentado pela família. Para ter direito ao benefício, o solicitante precisa comprovar que a renda mensal por pessoa da família é inferior a ¼ (um quarto) do salário-mínimo. TABELA COM O NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DO BPC NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ Beneficiários do BPC no Município de Maringá Indicador Dados Idosos beneficiários do BPC 3.583 Pessoas com deficiência beneficiários do BPC 2.290 Data de referência: agosto de 2017 Fonte: Matriz de informações sociais /MDSA 3.0 HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM MARINGÁ O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) é um sistema público legalmente instituído pela Lei Federal nº 11.346/2006, conhecida como Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN. Permite formular, articular e implementar, de maneira intersetorial e com a participação da sociedade civil organizada, políticas, planos, programas e ações de segurança alimentar e nutricional em âmbitos nacional, estadual e municipal, com vistas a assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Também pode monitorar e avaliar as mudanças que ocorreram na área de alimentação e nutrição e verificar o impacto dos programas e ações de segurança alimentar e nutricional sobre a população a qual se destinavam a política. Compõe-se basicamente de 4 elementos: Conferências de Segurança Alimentar e Nutricional (nacional, estadual e municipal); Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA (nacional, estadual e municipal); Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN (âmbito nacional) e Câmaras Intersetoriais de Segurança Alimentar e Nutricional (nos estados e municípios) e representantes da sociedade civil, como Órgãos e entidades de Segurança Alimentar e Nutricional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de Instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 22 3.1 Estruturação do SISAN no município de Maringá O Decreto nº 7.272/2010 institui que poderão aderir ao SISAN os municípios que preencherem os seguintes requisitos: (i) instituir um Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional composto por 2/3 de representantes da sociedade civil e 1/3 de representantes governamentais; (ii) instituir uma Câmara ou instância governamental de gestão intersetorial de segurança alimentar e nutricional; e (iii) estabelecer compromisso, no ato da adesão de SISAN, de elaborar um plano municipal de segurança alimentar e nutricional, tendo como prazo e período de 1 ano após o referido ato. Segundo dados coletados no Mapeamento deSegurança Alimentar e Nutricional (Mapa SAN), o Município de Maringá apresenta a seguinte estruturação do SISAN: – As ações de segurança alimentar e nutricional são coordenadas pela Secretaria de Assistência Social. – Possui Lei municipal de SAN (ou Lei Orgânica de SAN/LOSAN). – Possui Câmara Interstorial/Intersecretarial de SAN (Caisan Municipal). – Possui Conselho Municipal de SAN (COMSEA). – Está em elaboração o Plano Municipal de SAN (PLAMSAN). Em Maringá, a Lei nº 8.806/2010 criou o Sistema Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – COMSEA. A adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN deu-se em junho de 2016, quando o setor de SAN da SASC criou a CAISAN e, comprometeu-se com a construção do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. Já foram realizadas três conferências de segurança alimentar e nutricional em Maringá, nos anos e com os temas abaixo relacionados: I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE MARINGÁ-PR – 2011 Tema: “Alimentação Adequada e saudável: direito de todos”. II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE MARINGÁ- PR – 2014 Tema: “Construindo uma Política Pública de Segurança Alimentar e Nutricional”. III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE MARINGÁ- PR – 2015 Tema: “Ampliar e fortalecer os compromissos políticos para a promoção da soberania alimentar, garantindo a todas e todos o direito humano à alimentação adequada e saudável, assegurando a participação social e a gestão intersetorial no Sistema, na Política e no Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.” Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 23 Maringá possui também uma Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional CORESAN – MARINGÁ, que é um órgão colegiado vinculado ao CONSEA-PR, no âmbito das diversas regiões do estado, objetivando a busca da descentralização de suas ações, o princípio da participação social e atuando de forma a concretizar as deliberações do CONSEA-PR, visando assegurar a política de SAN na sua região. Esta comissão é composta por 15 membros, respeitando a proporcionalidade de 1/3 do poder público e 2/3 da sociedade civil. 4.0 ANÁLISE SITUACIONAL SOBRE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO MUNICÍPIO DE MARINGÁ: A Política de SAN no município de Maringá é articulada pelo Setor de Segurança Alimentar e Nutricional, lotado na Secretaria de Assistência Social. Dois nutricionistas do Setor atuam fazendo parte do comitê técnico da CAISAN, do CONSEA de Maringá e da CORESAN. São desenvolvidas ações no setor considerando as diretrizes do decreto 7.272/2010, como; Educação Alimentar e Nutricional, Restaurante Popular, Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, Unidades socioassistenciais atendidas pela SASC que oferecem refeições à população atendida, entre outros. Considerando a intersetorialidade da Segurança Alimentar e Nutricional é inevitável a participação de secretarias distintas para a fiel execução do programa. Assim, passamos a destacar a participação de cada secretaria e os seus respectivos programas. 4.1Assistência Social – SUAS e Segurança Alimentar e Nutricional – SAN AAssistência Social é a política pública de direção universal e direito dos cidadãos, assegurados a todos os brasileiros, de acordo com suas necessidades e independentemente de sua renda. O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) tem duas dimensões: o direito de estar livre da fome e o direito à alimentação adequada. A realização destas duas dimensões é de crucial importância para a garantia dos demais direitos humanos. É uma referência local para a gestão do SISAN e das ações de SAN relacionadas a identificação de grupos vulneráveis e acesso aos alimentos e promoção da alimentação saudável, garantia do acesso universal e equânime à alimentação adequada e saudável para a população em vulnerabilidade e risco social, bem como garantia do atendimento dos equipamentos socioassistenciais por programas e ações de segurança alimentar e nutricional, em especial os relacionados ao consumo alimentar, por isso a relevância de SAN estar vinculada na estrutura organizacional da SASC. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 24 4.1.1 Cartão-Alimentação: São disponibilizados por meio dos CRAS – Centro de Referência de Assistência Social em um total dez unidades, distribuídos por regiões da cidade, em consonância com a resolução nº 19/2016 do COMAS – Conselho Municipal de Assistência Social. Atualmente são repassados mensalmente 1.000 unidades de cartões no valor de R$ 70,00 aos usuários da Política de Assistência Social, que são inclusos no Programa de Atenção Integral a Família – PAIF um serviço em que as famílias em situação de vulnerabilidade social, recebem oferta de ações socioassistenciais de prestação continuada, com objetivo de prevenir o rompimento de vínculos familiares e comunitários. O acompanhamento, atendimentos, e encaminhamentos aos usuários que se fizerem necessários durante esse processo são registrados em prontuários, relatórios, requisições de entregas e demaisinstrumentais da política de Assistência Social. Com relação aos dados do Cadastro Único, as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza constituem público prioritário para acesso a programas, projetos e benefícios da Política de Assistência Social. Esses cadastros também são realizados e atualizados nas Unidades de CRAS do Município. O artigo 18, do Decreto Federal nº 8794/2016, disciplina às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza: Art. 18. O programa Bolsa Família atenderá às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, caracterizadas pela renda familiar mensal per capita de até R$ 170,00 (cento e setenta reais) e de R$ 85,00 (oitenta e cinco reais), respectivamente. No município de Maringá, as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza totalizam respectivamente 5.942 e 3.372 famílias, distribuídas nos territórios conforme quadro abaixo: FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA E EXTREMA POBREZA DISTRIBUÍDAS NOS TERRITÓRIOS DE MARINGÁ Territórios Famílias em situação de pobreza Famílias em situação de extrema pobreza Alvorada 928 541 Branca Vieira 454 215 Iguatemi 234 140 Itaipu 401 243 Mandacaru 669 390 Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 25 Morangueira 615 321 Ney Braga 828 513 Requião 531 275 Santa Clara 347 193 Santa Felicidade 935 541 TOTAL 5942 3372 Estão inseridos no Programa Bolsa Família 52,57% das famílias em situação de pobreza e 50,36% das famílias em situação de extrema pobreza. Já os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada correspondem 3,7% e 1,9% respectivamente. 4.1.2 Programa de Aquisição de Alimentos – PAA O programa de Aquisição de Alimentos faz parte do Fome Zero, compondo o eixo do fortalecimento da agricultura familiar, que objetiva o desenvolvimento de ações específicas na agricultura familiar, tais como a promoção da geração de renda no campo e do aumento da produção de alimentos para o consumo. Durante a Conferência Municipal o referido tema foi exaustivamente discutido, como estratégia para o fortalecimento da Agricultura Familiar e sua importante contribuição para a segurança alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade. O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA propicia a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e sua pronta disponibilização para doação a entidades da rede de promoção e proteção social, assumindo importante papel na promoção da segurança alimentar do público atendido por estas atendidas. Permite também o enriquecimento do cardápio das entidades socioassistenciais, com a disponibilização de diversos tipos de produtos. No Município de Maringá o PAA está em fase de organização com a Secretaria de Abastecimento do Estado do Paraná – SEAB e espera-se que para o ano de 2018 possa ser iniciado um novo projeto. 4.1.3 Banco de Alimentos: São estruturas físicas que ofertam serviço de captação e/ou recepção e distribuição gratuita de gêneros alimentícios oriundos de doações dos setores privados e ou públicos e que são direcionados a instituições ou equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional dos mais diversos setores (entidades, hospitais, unidades prisionais, entre outros). Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 26 Em Maringá, o Banco de Alimentos é uma iniciativa de abastecimento e segurança alimentar do Estado do Paraná e funciona através da coleta dos produtos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais na Unidade do CEASA/PR. Tem por objetivo garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias as populações em situação de insegurança alimentar e nutricional através de ações que evitem o desperdício dos produtos perecíveis da CEASA de Maringá. A estrutura atual é composta de um estagiário de nutrição, contratado pelo CEASA, que acompanha a distribuição para as instituições cadastradas, ao passo que os voluntários destas instituições é quem fazem a seleção dos produtos doados. Para dinamizar o referido programa, se faz necessário maximizar a capacidade de aproveitamento e melhorar a estrutura do local para abastecimento, controle de estoques específicos e processamento, visando a redução de perdas e desperdícios de alimentos. A referida constatação está sendo planejada e organizada pelo Comitê Técnico da CAISAN através de várias discussões com os responsáveis do equipamento e aguardando proposta do Departamento Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional para viabilizar parcerias com o município por meio de Cooperação Técnica. Metas Curto prazo Estabelecer rotina de recolhimento de doações nos boxes; Estruturar docas de expedição das mercadorias que são retiradas pelas entidades para facilitar o controle do manejo do material; Disponibilizar 2 servidores para a pesagem e recepção de doações e pesagem das cargas distribuídas; Médio prazo Levantar demandas sobre o local; Ampliar a oferta de alimentos por meio do trabalho com os doadores – Conscientização; Ampliar o número de população atendida visando a segurança alimentar e nutricional com a ampliação dos cadastros das associações, entidades e organizações; Implantar cursos de culinária gratuitos para as famílias em situação de vulnerabilidade e instituições organizadas que praticam segurança alimentar e nutricional (disponibilizar a nutricionista do setor de SAN da SASC); Disponibilizar um funcionário operacional para administrar a cozinha; Processar os produtos para o total aproveitamento das doações. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 27 4.1.4 Educação Alimentar e Nutricional: A educação alimentar e nutricional – EAN no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da Garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um campo deconhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. Nesse sentido, a equipe técnica poderá abordar esta temática nas atividades realizadas com as famílias. As estratégias de EAN contribuem para que pessoas, famílias e comunidades se tornem agentes ativos de sua saúde e de transformação do território onde vivem e trabalham. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) reconhece a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como uma das ações que compõe a diretriz de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS). A implantação dessa diretriz da PNAN se fundamenta nas dimensões de incentivo, apoio, proteção e promoção da saúde e deve combinar diversas iniciativas como materiais impressos e palestras ou cursos de formação. Tendo por pressupostos os direitos à saúde e a alimentação adequada e saudável, o guia alimentar para a população brasileira é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores. Tem por objetivos contribuir para a realização de práticas alimentares adequadas e saudáveis no âmbito individual e coletivo; ampliar a autonomia das pessoas, famílias e comunidades, facilitando o acesso a conhecimentos sobre alimentação e nutrição e possibilitando que reflitam de forma crítica sobre hábitos e práticas não promotoras de saúde, aos quais muitas vezes estão submetidos. Os nutricionistas do setor de SAN da SASC têm realizado aulas práticas na cozinha experimental Laura Rebouças para servidoras operacionais das unidades da SASC, proporcionando a melhoria da qualidade dos serviços de alimentação prestados a partir da diversificação e melhoria da qualidade das preparações produzidas. Junto aos grupos de convivência e usuários dos CRAS têm sido realizadas oficinas/palestras com temas que abordam nutrição e alimentação saudável. 4.1.5 Unidades da SASC que atendem ao público em vulnerabilidade Social A Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Município de Maringá têm hoje 30 unidades socioassistenciais que atendem ao público em vulnerabilidade social. Sendo três as modalidades de atendimento: Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 28 Proteção Social Básica Envolve ações de caráter preventivo com o objetivo de prevenir situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza (por falta ou insuficiência de renda, dificuldade de acesso aos serviços públicos, e outros) e vínculos familiares e sociais fragilizados. É composta por 10 Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, 3 centros de convivência e 1 escola profissionalizante. CRAS REQUIÃO, MARINGÁ-PR Proteção Social Especial de Média Complexidade A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. A violação de direitos independe da condição socioeconômica. Trabalha conjuntamente com o sistema de garantia de direito exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo. A Proteção Social Especial de Media Complexidade contempla ações destinadas a situações onde os direitos do indivíduo e da família já foram violados, mas ainda há vínculo familiar e comunitário. É composta por 2 Centros de Referência Especializados da Assistência Social – CREAS, 1 Centro de Referência Socioeducativo, 1 Centro dia do Idoso e 1 Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 29 CENTRO DIA DO IDOSO, MARINGÁ-PR Proteção Social Especial de Alta Complexidade – Acolhimento Institucional Acolhimento em diferentes tipos de equipamentos, destinado a famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. A organização do serviço deverá garantir privacidade, o respeito aos costumes, às tradições e à diversidade. Os equipamentos de acolhimento institucionais da rede municipal são: Abrigo Municipal para Crianças, Abrigo Municipal para Adolescentes, Abrigo Municipal Portal da Inclusão (adultos do sexo masculino a partir de 18 anos), Casa Lar Benedito Franchini (idosos a partir de 60 anos) e Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. CASA LAR DO IDOSO BENEDITO FRANCHINI, MARINGÁ-PR Todas as unidades citadas acima possuem cozinha e oferecem o serviço de alimentação ao público atendido. As unidades que fazem acolhimento institucional ofertam 6 refeições Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 30 diariamente. O Setor de Segurança Alimentar e Nutricional do Município conta com 4 nutricionistas que realizam atividades de orientação e acompanhamento de todas estas unidades no intuito de garantir refeições equilibradas nutricionalmente, com bom nível de sanidade e adequadas as características do público atendido. 4.1.6 Restaurante Popular: O Restaurante Popular de Maringá é fruto de uma parceria entre o Governo Federal, através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Município de Maringá e a empresa Ozzi Tecnologia em Alimentos LTDA, empresa responsável pelo gerenciamento do Restaurante. É um espaço de convivência, estímulo a práticas de vida saudável e educação alimentar. Além das refeições servidas, devem ser realizados cursos, oficinas e palestras para o público participante e para a comunidade sobre alimentação saudável, higiene, armazenamento, conservação e aproveitamento integral dos alimentos. O serviço de almoço é ofertado aos usuários de segunda a sexta-feira, das 11:00 horas às 14:00 horas. As refeições são preparadas no local e são compostas por arroz, feijão, guarnição, carne e sobremesa. A capacidade de atendimento do restaurante é de até 1000 refeições/dia. O serviço tem acompanhamento permanente de Nutricionista da empresa contratada e é supervisionado por uma nutricionista do setor de segurança alimentar e nutricional da SASC. Quando ocorrem sobras de alimentos, estes são distribuídos para entidades da rede Socioassistencial sob a responsabilidade, orientação e acompanhamento da SASC. RESTAURANTE POPULAR DE MARINGÁ-PR Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 31 4.2 Secretaria de Saúde Nas últimas décadas o Brasil passou por diversas mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais que evidenciaram transformações no modo de vida da população. A ampliação de políticas sociais na área de saúde, educação, trabalho e emprego e assistência social contribuiu para a redução das desigualdades sociais e permitiu que o País crescesse de forma inclusiva. Também se observou rápida transição demográfica, epidemiológica e nutricional, apresentando como consequência maior expectativa de vida e redução do número de filhos por mulher, além de mudanças importantes no padrão de saúde e consumo alimentar da população brasileira. As principais mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legumes e verduras) e preparações culináriasa base desses alimentos por produtos industrializados prontos para consumo. Essas transformações, observadas com grande intensidade no Brasil, determinam, entre outras consequências, o desequilíbrio na oferta de nutrientes e a ingestão excessiva de calorias. As principais doenças que atualmente acometem os brasileiros deixaram de ser agudas e passaram a ser crônicas. Apesar da intensa redução da desnutrição em crianças, as deficiências de micronutrientes e a desnutrição crônica ainda são prevalentes em grupos vulneráveis da população, como em indígenas, quilombolas e crianças e mulheres que vivem em áreas vulneráveis. Simultaneamente, o Brasil vem enfrentando aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias, e as doenças crônicas são a principal causa de morte entre adultos. O excesso de peso acomete um em cada dois adultos e uma em cada três crianças brasileiras. Para o enfrentamento desse cenário, é emergente a necessidade da ampliação de ações intersetoriais que repercutam positivamente sobre os diversos determinantes da saúde e nutrição. Nesse contexto, a área de saúde tem importante papel na promoção da alimentação adequada e saudável, compromisso expresso na Política Nacional de Alimentação e Nutrição e na Política Nacional de Promoção da Saúde. A promoção da alimentação adequada e saudável no Sistema Único de Saúde (SUS) fundamenta-se nas dimensões de incentivo, apoio e proteção da saúde e combina iniciativas focadas em políticas públicas saudáveis, na criação de ambientes saudáveis, no desenvolvimento de habilidades pessoais e na reorientação dos serviços de saúde na perspectiva da promoção da saúde (BRASIL, 2014). Em Maringá são realizadas diversas ações em Segurança Alimentar e Nutricional, através Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 32 das Unidades Básicas de Saúde, Programa Saúde da Família (PSF) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). 4.2.1 Programa de Dispensação de Fórmulas Infantis e Dietas Enterais: É oferecido a pacientes com patologias específicas, sendo o protocolo atual para pacientes oncológicos. Para isso é realizado relatório nutricional através de visita domiciliar de profissional nutricionista e relatório social, realizado pela assistente social de referência. Esses pacientes são orientados quanto ao uso da alimentação enteral, incluindo diluição, valores calóricos, administração da dieta e higienização de sonda. Fórmulas infantis são oferecidas a crianças com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) e patologias neuromotoras que impossibilitam a alimentação via oral. Para ser incluso no protocolo as crianças são atendidas por gastro pediatra, que realiza a indicação e acompanhamento das fórmulas, até o momento de melhora dos sintomas ou fim da idade alvo. 4.2.2 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN: Trata-se de um sistema informatizado, incluindo a avaliação antropométrica (medição de peso e estatura) e do consumo alimentar. A partir da inserção destas informações individuais é possível gerar relatórios consolidados que permitirão interpretar a situação alimentar e nutricional da coletividade. Precisa ser lançado individualmente, o que leva muito tempo e dificulta a adesão dos profissionais. O Município também conta com um Sistema Gestor Municipal, um sistema que abrange todos os usuários que possuam cartão SUS, sendo nele adicionadas todas as informações dos atendimentos realizados em UBS's e CAPS. Através do sistema, podem ser gerados relatórios quanto a dados objetivos, como peso, estatura, exames bioquímicos, doenças, entre outros. 4.2.3 Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF: O Núcleo de Apoio à Saúde – NASF conta com nove equipes, sendo duas financiadas pelo Município e sete pelo Governo Federal. Compõe o NASF profissionais de educação física, nutricionistas, assistentes sociais, farmacêuticos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Os mesmos têm como função dar apoio às equipes do PSF e também às UBSs, atuando na promoção da saúde e prevenção de doenças diretamente com a comunidade em creches, escolas, Academias da Terceira Idade, centros esportivos, unidades básicas e locais ou eventos de concentração pública. Atualmente, Maringá possui 10 nutricionistas no NASF, que possuem como atribuições Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 33 atendimentos nutricionais tanto individuais como em grupo, visitas domiciliares, palestras e dinâmicas. 4.2.3.1 Orientação e consulta nutricional individual: São realizadas consultas individuais para patologias específicas, crianças, adolescentes e idosos com dificuldade de compreensão. Além disso, através dos matriciamentos, outros profissionais da saúde também realizam orientações em suas consultas, como médicos, enfermeiros e demais profissionais do NASF. 4.2.3.2 Orientação em grupo: Atualmente são realizados grupos de reeducação alimentar, voltado para pessoas com excesso de peso e patologias associadas, além do atendimento a grupos já existentes na unidade, como hiperdia, alongamento, puericultura, gestantes, saúde mental, entre outros. 4.2.3.3 Visitas domiciliares: São realizadas para pacientes acamados/domiciliados, a fim de adequação de alimentação e acompanhamento da alimentação, sendo realizada a antropometria e orientações pertinentes à patologia existente. Caso necessário, o paciente é colocado no protocolo para pedido de dieta enteral. 4.2.3.4 Eventos/Programa Maringá Saudável: Constitui ações de mobilização social que ocorrem durante o ano de acordo com o calendário de saúde, onde são realizadas orientações, antropometria e dinâmicas à população em geral. Os eventos são realizados tanto nas Unidades Básicas de Saúde como em locais públicos, como a vila olímpica, centros esportivos, praças, entre outros. Além disso, conforme demanda da área de abrangência das UBSs, também são realizadas ações em empresas, escolas municipais e estaduais, universidades e outras secretarias. 4.2.3.5 Matriciamentos: São capacitações realizadas com profissionais da saúde, abordando diversos temas relacionados à alimentação, como intolerâncias, obesidade, guias alimentares, antropometria, cirurgia bariátrica, ou temas que surjam devido a demandas específicas da população atendida. 4.2.3.6 Programa Saúde na Escola: É uma estratégia de integração da saúde e educação para o desenvolvimento da cidadania Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 34 e da qualificação das políticas públicas brasileiras. Ocorre após a inclusão e cadastro das escolas no programa, sendo que os temas abordam todas as áreas de conhecimento, como cultura de paz, alimentação e atividade física, sexualidade, saúde ambiental, prevenção de doenças (dengue, gripe A), entre outros. Atualmente são realizadas ações pontuais, realizadas em escolas municipais e centros municipais de educação infantil (CMEIS), como antropometria, palestras, teatros, gincanas e dinâmicas, conforme a faixa etária do público-alvo e contato com as escolas. 4.3 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-estar Animal De acordo com a Lei nº 11.346/2006 – Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN – a segurança alimentar e nutricional não abrange somente nosso direito a uma alimentação de qualidade, mas também nosso dever de garantir que as outras gerações tenham acesso a esse mesmo direito. Mas, para que haja segurança alimentar e nutricional, é necessário, primeiramente, que haja a produção de alimentos, pois existe uma relação indissociável entre essa produção e a disponibilidade de recursos ambientais. Em outras palavras, o homem depende dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelo meio ambiente para sobreviver. Exemplos de serviços ambientais oferecidos pelo meio ambiente e que são essenciaispara a produção de alimentos são: a produção de oxigênio, a disponibilidade de recursos hídricos (ciclo hidrológico, manutenção da temperatura do planeta), a zoo polinização (vertebrados - aves, morcegos, pequenos mamíferos e répteis); invertebrados (vários tipos de abelhas, moscas, mariposas, borboletas, besouros, entre outros); solos férteis para o cultivo; purificação do ar pelas plantas entre outros. Entretanto, esses recursos naturais estão sendo intensamente exauridos pela ação do homem, o que vem resultando em sérios problemas ambientais, como: Perda de áreas cultivadas por degradação dos solos (uso de agrotóxicos, monoculturas, desertificação); perda da biodiversidade (redução e extinção de agentes polinizadores, redução e perda da variabilidade genética de plantas cultiváveis); contaminação dos recursos hídricos (metais pesados, despejo irregular de efluentes industriais e domésticos); mudança climática – crise hídrica, estiagem, desestabilização das estações do ano, aquecimento global; poluição do ar, queimadas, desmatamento de florestas, queima de combustíveis fosseis, fumaças de indústrias etc. O documento, “Segurança Alimentar para um planeta sob pressão” - Transição para a sustentabilidade: desafios interligados e soluções” produzido pela comunidade científica e apresentado à Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), estabelece orientações gerais para ajudar os responsáveis pelas políticas públicas e decisões a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 35 trabalharem de ações integradas no que tange às questões de segurança alimentar e o meio ambiente. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal tem como responsabilidade e missão o desenvolvimento e a execução de ações que garantam a proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos ambientais. Assim, defendendo os diversos direitos fundamentais à vida, inclusive a segurança alimentar e nutricional – direito primordial indispensável à vida. 4.4 Secretaria de Educação: A Secretaria Municipal de Educação, atualmente atende 13.279 alunos nos Centros Municipais de Educação infantil – CMEIS e 24.190 alunos nas Escolas Municipais (Ensino Fundamental), totalizando 37.469 alunos da Rede Municipal. Diariamente são servidas 4 refeições (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar) aos alunos que estudam em período integral e 2 refeições aos alunos que estudam meio período. São servidas aproximadamente 47.000 refeições/dia nos CMEIS e 33.000 refeições/dia nas Escolas, totalizando 80.000 refeições/dia. Os cardápios são elaborados pelas nutricionistas da Secretaria de Educação, seguindo as recomendações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. São utilizados alimentos saudáveis, como cereais integrais, variedade de frutas, verduras e legumes e fontes proteicas diversas (carne bovina, peixe, frango e ovo). Os cardápios são elaborados de acordo com a faixa etária dos alunos. Os que possuem restrições alimentares, tais como intolerância à lactose, doença celíaca, alergia à proteína do leite de vaca, alergia à soja e diabetes recebem os alimentos conforme sua necessidade específica. Por exemplo, são enviados a estes alunos: leite sem lactose, bebida de soja, macarrão de arroz, biscoito sem lactose, biscoito sem glúten, entre outros. As nutricionistas realizam capacitações com as merendeiras, esclarecendo sobre boas práticas de manipulação de alimentos, a fim de minimizar o risco de contaminação, seja no momento do recebimento, do preparo ou do porcionamento dos mesmos. As merendeiras também recebem orientações sobre restrições alimentares, a fim de atenderem adequadamente aos alunos com necessidades específicas. Também é certo que outras servidoras, como diretoras, orientadoras e cuidadoras infantis recebem treinamento sobre alimentação. Os alimentos não perecíveis são entregues no Almoxarifado Central e, posteriormente, são encaminhados às unidades escolares, sendo entregues mensalmente. Por outro lado, os alimentos perecíveis (carnes, hortifrutigranjeiros, panificados, bebida láctea) são entregues diretamente nos CMEIS e Escolas e as entregas são realizadas semanalmente. Os itens oriundos da Agricultura Familiar - PNAE são entregues no Almoxarifado Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 36 Central, onde ocorre a verificação da quantidade e qualidade dos alimentos. São recebidos, em média, 12 toneladas de alimentos por semana, que são distribuídos às unidades escolares no mesmo dia do recebimento. No ano em exercício, até o presente momento, foram entregues 296.409 kg de alimentos provenientes da Agricultura Familiar, que está prevista em legislação do FNDE e é importante para o fortalecimento dos agricultores locais. Atualmente, os veículos utilizados para distribuição dos alimentos da Agricultura Familiar não são refrigerados. Porém, a Secretaria de Educação está adquirindo cinco veículos com este equipamento para garantir que os produtos cheguem nas unidades escolares com a mesma qualidade do ato da entrega. 4.5 Secretaria de Serviços Públicos: A secretaria de serviços públicos é responsável, atualmente, pelo setor de hortas comunitárias do Município e realiza desde a instalação, manutenção até o abastecimento de insumos para a continuidade do projeto. A formatação atual do projeto divide-se em 37 unidades, onde critérios de escolha, desde o local de instalação até a composição de famílias, deve ser a vulnerabilidade, promovendo além do fornecimento de alimentos e consequentemente uma alimentação com melhores condições nutricionais, renda financeira extra e inclusão social de famílias vulneráveis. PROGRAMA DE HORTAS COMUNITÁRIAS EM MARINGÁ-PR Cada horta é constituída por 1 presidente, 1 vice-presidente, 1 secretário e 1 tesoureiro e Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 37 cada família participante tem direito a divisão de no máximo 2 canteiros, cabendo aos mesmos a responsabilidade do plantio e zelo. Desta forma, o planejamento futuro para o projeto visa, além da ampliação de unidades a superação dos desafios atuais do setor, melhorar a infraestrutura logística de abastecimento e manutenção, a necessidade da intersetorialidade entre SASC, Secretaria de Saúde e SEMA quanto a abertura de novas instalações. O serviço de coleta seletiva já é prestado no município através da Secretaria de Serviços Públicos, que vem reestruturando toda a infraestrutura logística e mão de obra visando aumentar tanto o volume, quanto a conscientização da população na separação e disponibilização dos materiais recicláveis. Atualmente o setor contabiliza uma média de 350 ton/mês deste segmento o que confere contribuição ao meio ambiente e geração de renda a famílias de cooperados filiados as cooperativas de materiais recicláveis do município. O futuro do serviço relaciona-se diretamente com a vulnerabilidade social, a insegurança alimentar e aos grupos de catadores de materiais recicláveis do município, sendo necessário constante monitoramento intersetorial para que ocorra de maneira satisfatória em todas as esferas envolvidas. 4.6 Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico: Principal responsável pela comida que chega à mesa dos brasileiros, a agricultura familiar responde hoje por mais de 70% dos alimentos consumidos no País. Dados da Embrapa, de 2014, mostram que o setor engloba 4,3 milhões de unidades produtivas (84% do total) e emprega 14 milhões de pessoas, o que representa cerca de 74% do total das propriedades distribuídas em 80.250.453 hectares (ha). A produção que resulta da agricultura familiar se destina basicamente para as populações urbanas locais, o que é essencial para a segurança alimentar e nutricional. A capacidade dos agricultores familiaresde reconfigurar seus sistemas produtivos e de estabelecer objetivos adaptados aos mais diferentes ambientes socioeconômicos é realçada por sua marcante participação na produção agropecuária nacional. Ainda que marginalizados do acesso à terra (os estabelecimentos rurais de tipo familiar perfazem um total de 4.139.369 – 85,5% do total de estabelecimentos rurais – e ocupam, segundo dados do Censo Agropecuário de 1995-96, 353,6 milhões de hectares, ou seja, tão-somente 30,5% da área total) e ao crédito agrícola (absorvem apenas 25,3% do financiamento total destinado à agricultura), os agricultores familiares dão uma contrapartida à relativamente muito superior, produção nacional, pois são responsáveis por 37,9% do valor bruto da produção agrícola brasileira. Na região Sul, onde, pelo seu processo histórico de formação e desenvolvimento, a agricultura familiar se insere num ambiente socioeconômico mais favorável, os agricultores Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 38 familiares respondem por 90,5% dos estabelecimentos da região, ocupam 43,8% da área e produzem 57% do valor bruto da produção (GUANZIROLI et al., 2001). A Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico – SEIDE vem articulando atividades junto ao produtor rural com o objetivo de ajudar num entrave da produção e comercialização de seus produtos. Uma das dificuldades do produtor rural para garantir o retorno do trabalho no campo é conseguir o escoamento da produção num preço justo e com retorno garantido. Os programas governamentais como Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e Programa de Aquisição de Alimentos – PAA vem garantindo o desenvolvimento rural na região de Maringá. No ano de 2016, o PNAE contou com o fornecimento de alimentos de associações e cooperativas de Maringá e região (Associação de Pequenos Produtores, COPERERVAS e COMAFRUT) com aproximadamente 350 produtores inscritos. O PAA teve a participação de 96 agricultores inscritos, mas apenas 45 entregaram os alimentos da proposta. Infelizmente a adesão pelos agricultores familiares ao programa ainda é baixa, por conta do menor preço praticado levando aos agricultores desistir da entrega durante o ano. A Gerência de Agricultura, vinculada a SEIDE, tem atuado na sensibilização do agricultor para o aumento dos produtores aos programas, assim como a fidelização da entrega durante o ano, trazendo o agricultor familiar como ator principal na composição da segurança alimentar e nutricional. Outra atividade é a assistência técnica às Hortas comunitárias de Maringá. Atualmente o município conta com 37 hortas comunitárias situadas em regiões de vulnerabilidade socioeconômica. A assistência técnica tem como objetivo produção de hortaliças no sistema agroecológico, o aumento da qualidade e da variedade nutricional dos alimentosos e uma fonte alternativa de renda com o excedente produzido. A Gerência de Feiras Livres vinculada a SEIDE atende 47 feiras, sendo 33 livres, 7 de hortifrúti, 3 de produtor e 2 de produtos orgânicos, acomodando 300 feirantes, os quais, na sua maioria, são de Maringá e região. Já as feiras realizadas, exclusivamente por produtores rurais, são de responsabilidade da EMATER. Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 39 FEIRAS DE PRODUTORES EM MARINGÁ-PR 5.0 DIRETRIZES O Decreto nº 7.272/2010, que regulamentou a Política de Segurança Alimentar e Nutricional – PNSAN estabeleceu as diretrizes que foram usadas como base para a orientação da elaboração deste Plano, bem como as propostas da III Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Maringá. Foram estabelecidas as seguintes diretrizes: Diretriz 1: Promoção do acesso Universal à alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional; Diretriz 2:Promoção do abastecimento e estruturação de sistemas descentralizado e sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos, inclusive os de base agroecológica; Diretriz 3: Instituição de processos permanentes de educação alimentar e nutricional, pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada; Diretriz 4: Promoção, e coordenação das ações de segurança alimentar e nutricional, voltadas para os povos indígenas; Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional 40 Diretriz 5: Fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis de atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e nutricional; Diretriz 6: Promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantidade suficiente, com prioridade para: as famílias em situação de insegurança hídrica, para a produção de alimentos da agricultura familiar, para a pesca e a agricultura; Diretriz 7: Apoio a iniciativas de promoção da soberania alimentar, segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada em âmbito internacional (não se aplica); Diretriz 8: Monitoramento da realização do direito humano a alimentação adequada. Estas diretrizes estão devidamente detalhadas no quadro abaixo, constando o programa/projeto, a situação atual, situação desejável, estratégias e ações, órgão responsável, articulação intersetorial, e informação orçamentária. No decorrer do acompanhamento do Plano pelo Comitê da CAISAN, estabelecer-se-á metas para o cumprimento dos programas/projetos pela secretaria correspondente. 41 DIRETRIZ 1 – PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL, COM PRIORIDADE PARA AS FAMÍLIAS E PESSOAS EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Programa/Projeto /Ação Situação atual Situação Desejável Estratégias e Ações Órgão Responsável Articulação intersetorial Informação Orçamentária PNAE Em Maringá 37 mil alunos da Rede Municipal recebem alimentação escolar. Diariamente são servidas 4 refeições/ aluno de período integral (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar) e 2 refeições/ aluno de meio período, totalizando 80 mil refeições/dia. Os cardápios são elaborados por nutricionistas, de acordo com as – Realizar análises laboratoriais de alimentos oferecidos na alimentação escolar. – Ampliar o trabalho de Educação Alimentar e Nutricional. – Ampliar a avaliação nutricional dos escolares. – Realizar a separação do lixo orgânico do lixo – Proceder a contratação de laboratório que realiza análises de alimentos. – Contratar mais nutricionistas para Gerência de Alimentação Escolar – Capacitar as servidoras que atuam nas cozinhas e lactários para realizarem a separação do lixo. – SEDUC SEDUC SEGE SEFAZ SEMUSP SEMA SAUDE 09.020.12.306.0016.60 31.339039 09.030.12.306.0017.60 34.339039 09.030.12.306.0017.60 34.319011 09.030.12.306.0017.60 34.319013 42 recomendações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Os alunos que possuem restrições alimentares recebem os alimentos conforme sua necessidade. Todo o processo de aquisição, recebimento, armazenamento e distribuição dos alimentos é planejado, executado e acompanhado pelas nutricionistas da SEDUC. reciclável nas cozinhas e lactários, bem como efetivar a coleta seletiva nas unidades escolares. – Implantar hortas escolares. Programa Das 5492 famílias em Atender 100% das – Busca Ativa pelos SASC SAÚDE – Orçamento PBF 43 Bolsa Família situação de pobreza, estãoincluídas no Programa Bolsa Família 50,57%. Das 3372 Famílias em situação de extrema pobreza, 50,36% estão incluídas