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(TEA) É um transtorno relacionado ao desenvolvimento neurológico e caracterizado pelos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, que compreendem dificuldade em se comunicar, dificuldade de interação social e por interesses ou movimentos repetidos realizados pela pessoa. Déficits de comunicação social e interação social A rotina desse paciente não se altera, é prevalente. Estudos acreditam que a intervenção precoce no autismo atua na plasticidade neuronal e cerebral, onde o cérebro tem máxima capacidade de aprender até os 2 anos de idade diminuindo o prognóstico ruim. Crianças que precisariam de auxilio para executar atividades básicas com intervenção semanal de multiprofissionais como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapia ocupacional, podem passar a ter intervenções frequente realizada pelos pais da criança e em casa levando a elas um prognóstico bom. Aumento do diagnóstico do autismo: Aumento da consciência dessas pessoas Expansão dos critérios de diagnóstico Melhores ferramentas para diagnóstico Aprimoramento das informações (ex: artigos) Lei Romeu Mion incluiria no senso demográfico de 2020 a pesquisa de quantos autistas tem no Brasil, para estimar a quantidade. Fator Causal Principal é o fator genético 2% fatores ambientais intrautrinos como: mães usuárias de medicação que provocam alteração genética, drogas, álcool. Fatores causais durante a vida da criança ( é antigo e falso ) Vacina contra sarampo Alimentação da mãe Comportamento dos pais ( Teoria da mãe geladeira ) Agrotóxicos inalados (verduras e frutos) Terapêuta ocupacional, fisioterapeutas neurologista, fonoaudiólogos, pediatras. 80% genético herdado 18 % genético mutação Mães que fossem ‘’mais frias’’, que trabalhassem fora ou que não dessem tanta atenção para a criança, levaria o filho a ter comportamento autista. Essa teoria é falsa!!! CID e DSM = Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais São 2 manuais para critérios de diagnósticos e estatísticas de pacientes com autismo. Pode ser considerado austimo leve, moderado e severo e é importante saber disso, pois existem critérios de diagnósticos que alteram completamente o plano de tratamento no consultório, para saber lidar melhor com o comportamento da criança ou do adulto. Características clínicas: Déficits persistente na comunicação social e interação social. Incapacidade ou dificuldade de iniciar interação com outros Crianças e adultos que não tomam iniciativa, não tem contato visual, nem tem necessidade de interagir. Capacidade de compartilhar emoções, interesses ou afeto Crianças ou bebês que não sentem a necessidade de colo ou aconchego. ( o que é normal ) São meio ‘frios’ em relação a isso Engajar conversas Tem uma alteração genética nos genes responsáveis pela fala, então são crianças que tem muita dificuldade de iniciar uma conversa. Comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual Não é um diálogo completo, são ditas palavras soltas e muito mínimo o contato visual dessas pessoas. Déficits na linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso de gestos São pessoas que tem certa dificuldade de entender ironias e são meio robóticas, meio rígidas, não tem o hábito de falar gesticulando os braços ou balançar a cabeça. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos Como a dificuldade social é muito grande, são pessoas muito individualizadas e não tem o hábito de socializar. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades Movimentos motores, uso de objetos ou falas estereotipadas ou repetitivos A esteriotipia são ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala e costumam acontecer em situações que o autista se sente bombardeado por estímulos, e as ações repetitivas ajudam a pessoa a se reorganizar internamente e processar tudo o que está sentindo. STIM são movimentos que esses pacientes fazem para autorregulação. Nós, pessoas normorreactivas, temos a necessidade também de autorregulação em casos de ansiedade e temos como exemplo: estralar os dedos, balanças as pernas e braços, comer doces. Só que isso é controlado e pode ser parado e não interfere no ambiente. Insistência nas mesmas coisas, adesão flexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamentos verbal ou não verbal Esse paciente tem uma maneira diferenciada de visualizar os objetos que uma criança normorreativa não pensaria, por exemplo: colocar posição de objeto por cores ou ao contrário de sua função original. Interesses fixos e altamente restritivos anormais em intensidade de foco Esses pacientes tem certo apego por pequenas causas, por exemplo: forte apego ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos. Hiperreatividade ou Hiporreatividade a estímulos sensoriais do ambiente Esses pacientes tem uma síndrome de alteração sensorial, tendo muita dificuldade com o toque, ambiente, alterações climáticas e ambientais. Tendo como indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento. Transtorno do processamento sensorial: é uma alteração isolada, porém está muito presente em pacientes autistas. Uma sensação considerada normal e tolerável para uma pessoa neurotípica ( nós ) pode ser considerada um estimulo aversivo para um autista, podendo gerar angustia e sofrimentos incapacitantes. Por exemplo: as pessoas que tem uma hipersensibilidade tem a necessidade de ficar no escuro ou luminosidade diminuída, diferente das pessoas que tem hiposensibilidade elas gostam do escuro e buscam ambientes assim. Alteração no Sistema Oral Paciente Hipersensível ( evitam sensações) Evitam certas texturas de comidas Dificuldade para experimentar novas comida Dificuldade para usar canudo, o ato de chupar Ânsia de vomito, frequentemente, baba e engasga. Problemas com a mastigação/deglutição, evitando comidas moles. No consultório: é difícil por um sugador nesse paciente, o refletor incomoda, barulho dos motores incomodam. Paciente Hiposensível (buscam sensações) Tem preferência por certas comidas e texturas Preferência por comidas quentes e picantes para gerar maior sensação na boca Mordem frequentemente Roem a unha Colocam objetos na boca Mordem a mobília, lápis e brinquedos. No consultório: A vibração do motor de alta rotação acalma esses pacientes. Tratamento Multiprofissional no Autismo Evidência científica mais nova como: Ensaio clínico duplo cego (grupo de pessoas, na qual alguns fazem intervenção e outros não). Revisão sistemática (conjunto de vários artigos e estudos que são juntas para obter a evidência científica) Meta análise, o suprassumo dos artigos. Eles trazem para ajudar com o tratamento nessas crianças como Medicamentos Aripiprazol que é um estabilizador de humor, que melhora no comportamento do autista. Risperidona é um anticonvulsivante, já que no autismo vem muito associado a convulsões. Suplementos melatonina, que é um hormônio do sono e esse medicamento vai fazer com que esses pacientes durmam melhor. Já que o paciente autista sofre muito com o distúrbio do sono. Terapia ABA que é realizada por terapeutas ocupacionais ou terapeutas formados em ABA, trabalhando principalmente com a recompensano autista, trazendo uma forma de cooperação do paciente. Terapia comportamental com integração sensorial ( TCC ) para adolescentes autistas que tem indícios de depressão, suicídio e essa terapia com psicólogos no consultório traz bastante efeito. Esses profissionais tentam trazer o contato para essas pessoas desde pequena, com a troca de ambiente, troca de textura de roupa, essa integração sensorial vai facilitar a melhora do comportamento desses pacientes, melhorando a qualidade de vida. Odontologia e Autismo Perfil bucal desses pacientes: Alto índices de lesões de cárie Alterações periodontais Biofilme dental e lingual Lesões por auto mutilação Traumatismos dentários pela auto mutilação e pelo alto índice de convulsões Bruxismo Maloclusões Higiene oral insatisfatória A falta de controle do biofilme dental e as doenças periodontais associada às lesões de cárie são consideradas os principais problemas de saúde bucal nesses indivíduos, pois eles têm hipersensibilidade oral, porque é muito difícil escovar os dente de uma pessoa com autismo Esses pacientes têm dieta pastosa e líquida, dieta rica em carboidratos e açúcares, uso prolongado de chupetas, mamadeiras e outro bicos artificiais. Logo eles apresentam um alto índice de cárie e doença periodontal maior que pacientes normais, hiperplasia gengival, dieta pastosa e rica em doces, traumatismos dentais comportamento destrutivo em 4 a 5% dos indivíduos com autismo (dentes fraturados). Hiperplasia Periodontal X Convulsões Essa alteração é muito comum por causa dos anticonvulsivantes e a falta de higiene Onde não tem dente, não tem hiperplasia gengival. Também conhecida como hiperplasia gengival ou medicamentosa (Como na Síndrome de West) Pode prejudicar a erupção de dentes, mastigação e conduzir infecção sobreposta. Tratamento Odontológico Anamnese, deve ser avaliado: Alterações neurológicas, avaliando o QI já que apresentam deficiência cognitiva. Associação com convulsão e o TOC Alterações psiquiátricas- TDAH (transtorno de déficit de atenção) Depressão Distúrbios de ansiedade Distúrbios sensoriais Depois da anamnese, teremos dois caminhos de tratamento (Independente do tipo de tratamento, ele deve ser curto, organizado e programado, tem que ser geralmente no mesmo horário, turno, dentista, para não bagunçar a mente do paciente autista e deixá-lo irritado, nervoso, ansioso). O atendimento deve ser curto, organizado, dentro da rotina, no mesmo horário o mesmo dentista. Caso tenha alguma alteração, desorganiza mentalmente e psicologicamente o paciente e pode levar a uma alteração comportamental. Avaliar qual conduta de tratamento tomar: Básica: o O controle de voz deve ter uma imposição no consultório, definir quem manda naquele ambiente, às vezes falar com leveza, mas saber a hora de impor também. o A comunicação não verbal, mostrando para o paciente algumas formas de confiança no dentista. Por exemplo, fazer um “espelho” no paciente em que ele senta no chão e não quer sair, então o dentista vai lá e senta junto dele para que ele fique confortável, mostre que ele pode confiar no profissional. o Distrações principalmente em cirurgias, quando precisar anestesiar, brincar, falar, ligar música. o Recompensas (Terapia ABA) correlacionar a recompensa com o comportamento do paciente. Avançada: São técnicas que podemos unir com as técnicas básicas, mas que demanda um pouco mais de intensidade ou ser especialista. o Estabilização protetiva e contenção podendo ser com lençóis, estabilizadores ( prancha, faixas ) e com o auxilio dos pais também. o Dispositivos e acessórios para abertura bucal com dedal em PVC, abridores de boca de madeira ou borracha, abridor metálico molt, abridor whitehead, blocos de mordida em borracha colocados entre arcadas. o Sedação leve e moderada onde teremos anticonvulsivantes, óxido nitroso, os famosos Benzodiazepínicos: alprazolam, bromazepam, clonazepam, lorazepam, midazolam ( início de ação entre 30 a 45min, é o mais utilizado na odontologia, suas vias de apresentação são comprimido, solução e ampola) facilitando o atendimento e colaboração do paciente. o Anestesia geral é realizada se caso essas técnicas falharem, vamos para última opção que é a anestesia geral, ela ajuda muito para os CD que falham em tentar atender os TEA no consultório, mesmo com as técnicas de contenção não derem certo, peso corporal grande, e caso tenha que fazer procedimentos longos, é um forte candidato para essa anestesia. Considerações finais As técnicas de tratamento odontológico existem para facilitar o atendimento a esses pacientes, entretanto, cabe salientar que o uso de qualquer técnica, deve perceber o paciente como um todo, um ser em que interage com aspectos físicos, emocionais, psicológicos, sociais e cognitivos, ou seja, a anamnese.