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Arcenio Artur Munguambe - Direito Administrativo

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Arcenio Artur Munguambe 
 
 
Departamento de Ciências de Educação 
 
 
Curso de Licenciatura em Ensino de Administração Pública 
 
Direito Administrativo. 
 
 
 
Tema: O impacto do funcionamento e organização da Administração Pública 
Moçambicana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Xai-Xai, Abril de 2021 
 
 
 
Índice 
1. Introdução ........................................................................................................................ 1 
1.1. Contextualização .......................................................................................................... 1 
1.2. Objectivos .................................................................................................................... 1 
1.2.1. Geral ..................................................................................................................... 1 
1.2.2. Específicos ............................................................................................................ 1 
1.3. Metodologia ................................................................................................................. 2 
1.3.1. Tipo De Pesquisa .................................................................................................. 2 
2. Quadro Teórico ................................................................................................................ 3 
2.1. Administração Publica ..................................................................................................... 3 
2.1.1. Estado e administração pública ............................................................................ 4 
3. Desenvolvimento ............................................................................................................. 9 
3.1. Funcionamento e organização da Administração Publica no Moçambique. ............... 9 
4. Conclusões ..................................................................................................................... 12 
5. Referencias Bibliográficas ............................................................................................. 13 
 
 
 
 
 
1 
 
1. Introdução 
 O presente trabalho tem como propósito apresentar o impacto do funcionamento da 
Administração Publica em Moçambique através da analise do funcionamento e organização 
Administração Publica no país . 
1.1. Contextualização 
Nos dias actuais, com o aumento da complexidade, mudanças e incertezas políticas e 
econômicas, além de um aumento da globalização e crescimento da escassez de recursos 
em gerais fica evidente a necessidade de os Estados melhorar a sua Administração Publica. 
A Administração passou a ser uma das áreas mais importantes da humanidade. Verifique 
que todos os problemas poderiam ser muito bem resolvidos se tivessem uma gestão 
responsável e de excelência. A tarefa básica da administração é, de maneira eficiente e 
eficaz, fazer as coisas por meio das pessoas. Sendo que esta, vem sendo considerada a 
principal chave para a solução dos mais graves problemas que, atualmente, afligem o mundo 
moderno. Isso acontece pelo simples fato de não ser suficiente um avanço tecnológico e o 
desenvolvimento do conhecimento humano, se a qualidade da administração sobre os 
grupos organizacionais não permitir um investimento efetivo nos recursos humanos e 
materiais. 
Pelo que o estudo deste tema se veste de grande importância, na medida em que, uma boa 
aplicação da Administração Publica em Moçambique poderá melhorar as situação 
socioeconómica do país através do aumento da produção (crescimento económico) e criação 
de serviços públicos mais próximos a população (desenvolvimento económico). 
 
1.2. Objectivos 
1.2.1. Geral 
 Analisar o impacto do funcionamento da Administração Publica em Moçambique 
1.2.2. Específicos 
 Identificar os modelos de administração publica existentes; 
 Descrever a forma como a administração publica esta organizada no país; 
 
2 
 
 Descrever a forma como os órgãos administrativos funcionam no exercício das suas 
actividades. 
1.3. Metodologia 
1.3.1. Tipo De Pesquisa 
Para a realização da pesquisa recorreu-se a pesquisa qualitativa, sendo que segundo 
Richardson (1999), denomina-se por pesquisa qualitativa aos estudos que podem descrever 
a complexidade de determinado problema, analisar a interacção de certas variáveis, 
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. Por meio desta 
foi encontrada a solução para o problema. 
Em relação aos aspectos metodológicos desta pesquisa, acerca da tipologia quanto aos 
objectivos, esta pode ser classificada como descritiva. Referida modalidade visa, segundo 
Gil (2006), descrever características de determinada população ou fenómeno ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis. 
Técnicas De Recolha De Dados 
A escolha do instrumento ou das técnicas de recolha de dados é crucial para o êxito da 
pesquisa. Para a colecta dos dados basear-nos-emos a pesquisa bibliográfica; a pesquisa 
documental. 
Para Gil (2006), a pesquisa bibliográfica é efectuada a partir do material já elaborado 
(constituído principalmente por livros e artigos científicos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2. Quadro Teórico 
2.1. Administração Publica 
Antes de falarmos da administração publica iremos trazer o conceito de Estado. 
O Estado emergiu, historicamente, em virtude da natureza social do homem e da 
necessidade de um mecanismo, consensual, para garantir a satisfação das necessidades 
colectivas, assim como parra regular a interação entre os indivíduos no contexto social. 
Nesta ordem de ideias, o Estado é uma unidade politica responsável ou encarregue de 
organizar as relações sociais (Poulanzas, 2000). Trata-se, neste caso, de uma instancia social 
que possui um potencial transformador em relação à sociedade, uma vez que ao articular as 
necessidades dos diferentes actores sociais, ele cria um efeito multiplicador ao longo do 
processo de interação (Teixeira e Santana, 1994). 
Segundo Bobbio (1995), o conceito de Estado não ë universal, dai a existência de diferentes 
acepções. Todavia, serve para referir-se a uma forma de ordenamento politico surgida na 
Europa a partir do seculo XIII, ate fins do seculo XVIII ou inícios do seculo XIX, tendo em 
conta pressupostos e motivos específicos inerente aos processos da historia europeia. 
Posteriormente, se estendeu libertando-se das suas condições originais e concretas de seu 
nascimento, passando a fazer parte de todo o mundo civilizado. 
No sentido mais geral, o termo Estado designa o conjunto de cidadoes que vivem 
politicamente organizados. Todavia, não pode ser confundido com pessoas que exercem o 
poder politico durante algum tempo e nem com próprio governo. De forma especifica, serve 
para fazer referencia às instituições governamentais que tendem a ser duradouras, embora 
se note mudanças na sua disposição institucional (Rego e Peixoto, 1998). 
Em diferentes concepções teóricas, o Estado é encarado como uma instituição que pode ser 
definida a partir da sua dimensão sociológica, politica ou jurídica. A maior parte dos 
conceitos apresentados baseiam-se nas condições necessárias que compõem sua noção, 
designadamente a população, território e poder politico. Neste sentido, o Estado surge como 
um termo usado para definir o conjunto de instituições dotadas com mecanismo de 
articulação entre a população e o poder politico, dentro d uma superfície territorial 
previamente delimitada (Azambuja, 1989). 
 
4 
 
No entanto, Weber (2004), adverte que, do ponto de vista sociológico, não se pode definir 
o Estado em função dos fins, mas pelo uso da coação física. De forma semelhante aos 
agrupamentos políticos que historicamente o procedem, o Estado consiste em uma relação 
de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legitima. 
Este autor considera o Estado como a instituição social responsávelpelo monopólio desse 
tipo de violência, baseada no uso da forca impregnada no aparato politico-administrativo. 
2.1.1. Estado e administração pública 
As relações entre o Estado e a administração pública estão cada vez mais revigoradas, por 
meio da intrínseca complementaridade entre seus órgãos, o que contribui para intensificar 
a confusão entre os dois aparatos 
Em meados de 1950 Simon (1947), conceitua a administração publica como sendo as 
actividades dos ramos executivos dos governos e suas organizações. Oliveira (1975), define 
administração publica segundo seus sentidos subjectivo, objecto e formal. Sob o aspecto 
subjectivo, a administração publica é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas; sob o aspecto 
objectivo, compreende as actividades do Estado destinadas à satisfação concreta e imediata 
dos interesses públicos; e sob o aspecto formal, é a manifestação do poder publico 
decomposta em actos jurídico-administrativos dotados da propriedade da auto-
executoriedade, ainda que de caracter provisório. 
No entanto, a partir dos anos 1970, a concepção de que a politica está impregnada à 
administração publica é consolidada. E no sentido mais amplo, conforme Amato (1971), a 
administração publica significa politica, sistema politico, sistema de governo. Ou seja, é o 
conjunto de manifestação de conduta humana que determina a distribuição e o exercício da 
autoridade publica, bem como no tratamento dos interesses públicos. 
Ainda na ótica de Amato (1971), administração publica é a gestão dos bens e interesses 
qualificados da comunidade, nos âmbitos estatal ou municipal, segundo os preceitos do 
direito e da moral, visando ao bem comum. Em primeira analise, a gestão teria as mesmas 
características da administração, porem validas para um período de tempo determinado 
(Santos, 2014) 
Mayden (2019) apresenta dois os sentidos em que se utilizam na linguagem corrente a 
expressão Administração Pública: (1) orgânico; (2) material ou funcional. 
 
5 
 
A Administração Pública, em sentido orgânico, é constituída pelo conjunto de órgãos, 
serviços e agentes do Estado e demais entidades públicas que asseguram, em nome da 
colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades colectivas de 
segurança, cultura e bem-estar. 
A administração pública, em sentido material ou funcional, pode ser definida como a 
actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral da 
comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de 
segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e 
utilizando as formas mais convenientes. 
Modelos de Administração Publica 
O que tem sido denominado de administração pública sofreu, ao longo da evolução das 
organizações sociais, profundas e importantes mudanças no que concerne ao modelo que 
estabelece as diretrizes do seu funcionamento. Caiden (1991), revela que existe uma relação 
intrínseca entre os momentos político paradigmáticos e os modelos de gestão pública. Neste 
sentido, as reformas, operadas no seio do aparato estatal, pressupõem a reestruturação 
administrativa com base num determinado paradigma estatal, visto que a administração 
pública é responsável pelo funcionamento das instituições do Estado na sua globalidade. 
Assim, em estreita ligação com a modernização das instituições estatais, a administração do 
Estado evoluiu baseando-se em três modelos: administração pública patrimonial, 
burocrática e gerencial. Todavia, durante o processo de sucessão destes modelos, nenhum 
deles foi inteiramente abandonado. Aliás, mesmo com a emergência da administração 
burocrática, no início do século XX, algumas práticas patrimonialistas mantiveram-se. A 
partir da segunda metade do século XX, emerge a concepção gerencial da administração 
pública, mas certos aspectos peculiares à administração do tipo patrimonialista e muitos 
referentes ao modelo burocrático prevalecem. 
Modelo Patrimonial 
Durante o período pré-capitalista, surgiu o primeiro estágio da administração pública, 
baseado na concepção patrimonial de sociedade. O predomínio de relações de caráter feudal 
conduziu à instauração de um quadro administrativo, por meio do qual o senhor feudal 
exercia o poder patriarcal, de forma absoluta e arbitrária. 
 
6 
 
O modelo patrimonial é mais freqüente em sistemas de dominação tradicional, onde a 
autoridade senhorial, constituída por via da tradição, é legitimada e amparada por um 
aparato administrativo formado com base em critérios pessoais que são, freqüentemente, 
dúbios. No âmbito da dominação tradicional, o patrimonialismo e o feudalismo são 
mantidos por meio de normas provenientes da tradição e da crença na estabilidade de seus 
princípios. Entretanto, no que tange à concentração do poder discricionário, o 
patrimonialismo supera o feudalismo. 
Nas sociedades onde vigoravam estas formas de ordenamento social, 
 os bens e serviços eram tratados como se fossem propriedade pessoal do rei; 
 atitudes que hoje são inseridas no âmbito da corrupção e no nepotismo eram 
considerados procedimentos normais e aceitos pela comunidade; 
 o quadro administrativo era composto por aliados e indivíduos protegidos pelo rei e sua 
família; 
 as pessoas que habitavam sob as terras do senhor feudal deviam uma lealdade pessoal e 
obediência a toda estrutura familiar criada pelo monarca. 
 
Para Bresser-Pereira (2003), uma administração pública patrimonialista aproxima-se aos 
Estados totalitários3 pois, trata-se de uma forma de administração que não apresenta uma 
clara separação entre o patrimônio do ditador e o do povo. Devido a essa carência de 
clarificação da linha divisória entre o bem público e a propriedade privada do governante, 
há uma tendência para a prática de desmandos. O soberano estipula as regras da 
administração pública de acordo com a própria vontade, ignorando o bem estar da 
sociedade, deixando o Estado propenso ao clientelismo e ao nepotismo. Neste sentido, o 
patrimonialismo se confunde com a privatização do setor público e, não se preocupa com a 
eficiência organizacional para consecução de bens e serviços públicos. 
Ainda de acordo com o mesmo autor, o modelo patrimonial tem como características 
predominantes as seguintes: 
a) falta de distinção entre bens públicos e privados; 
b) fragilidade das instituições públicas; 
c) baseia-se em relações de lealdade pessoal; 
 
7 
 
d) dominação tradicional; 
e) as regras da administração são estipuladas de acordo com a vontade do soberano; 
f) permite praticas como corrupção, clientelismo e nepotismo; 
g) o serviço público emprega e favorece os aliados do chefe; 
h) predisposição subjectiva e difusa de lealdade e obediência ao senhor burocrático. 
Modelo Burocrático 
O surgimento da burocracia moderna, no seculo XIX, está ligado, também, à necessidade 
que o poder estatal teve de se afirmar, em oposição a poderes feudais ou regionais. Neste 
contexto, processou-se a substituição das formas patrimoniais de administrar o Estado, por 
meio de uma reorganização do Estado sob prespectiva burocrática. 
Segundo Pereira (1999), foi em decorrência do crescimento das instituições publicas e das 
organizações privadas, que atingiu dimensões gigantescas, que a burocracia se tornou uma 
presença dominante nas cidades modernas. Passam a ser destacados os aspectos regulativos 
institucionais que definem as bases do comportamento considerado socialmente adequado, 
regulado por meio de processos formais. 
o modelo burocrático tem como características predominantes as seguintes: 
 hierarquia funcional – exercício de um cargo ou função explicitamente definida; 
 rotina inflexível; 
 morosidade no desempenho do serviço administrativo; 
 baixo desempenho devido a inflexibilidade e lentidão; 
 prioriza a hierarquia, a especialização, a obediência a regras e procedimentos, a 
formalização, aimpessoalidade, neutralidade e competência técnica; 
 separação entre o publico e o privado 
 administração preocupada em cumprir em cumprir com regras e regulamentos 
concebidos para a maquina administrativa; 
 hierarquia rígida, autoritarismo; dominação racional-legal; 
 excesso de formalidade; regras rígidas; 
 padronização e alta divisão do trabalho; 
 especialização e meritocracia. 
 
 
8 
 
 
Modelo gerencial 
Hood (1994) caracteriza o gerencialismo como sendo uma forma de gestão profissional 
referindo-se à profissionalização da gestão, que consiste na fragmentação das grandes 
unidades administrativas, tem particularmente de optar pela incorporação de estilos de 
gestão de caracter empresarial e a tendência em procurar maior eficácia e eficiência. 
O modelo gerencial tem como características predominantes as seguintes: 
 Menor preocupação com os processos administrativos; as ações da instituições publicas 
são voltadas aos cidadãos; 
 Orientacao da ação doestado para o cidadão-usuário ou cidadão-cliente; 
 Aplicação de procedimentos do sector privado nas instituições publicas; 
 Terciarização das actividades auxiliares ou apoio, que passam a ser licitadas 
competitivamente no mercado; 
 Tendência à maior transparência, flexibilidade, qualidade dos serviços, eficácia e 
eficiência; 
 Enfase no controlo dos resultados através de contratos de gestão; 
 Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, organizada em carreiras 
de estado, e valorização do seu trabalho técnico e politico de participar juntamente com 
os políticos e a sociedade da formulação e gestão das politicas publicas; 
 Adoção cumulativa, para controlar as unidades descentralizadas, dos mecanismos de 
controle social direto, do controlo de gestão em que os indicadores de desempenho 
sejam claramente definidos e os resultados medidos, da formação de quase-mercados 
em que ocorre a competição administrativa 
 Separação entre as secretarias formuladoras de politicas públicas de caracter 
centralizado e as unidades descentralizadas, executoras dessas mesmas politicas; 
 Distinção de dois tipos de unidades descentralizadas: as agencias executivas, que 
realizam actividades exclusivas do estado, por definição monopolista, e os serviços 
sociais e científicos de caracter competitivo, em que o poder do estado não está 
envolvido. 
 
 
9 
 
3. Desenvolvimento 
3.1. Funcionamento e organização da Administração Publica no Moçambique. 
Para compreendermos a forma como o estado se organiza e age nos nossos dias, em 
Moçambique, é necessário realizarmos um percurso histórico, que possa trazer as 
evidências dos vários modelos adoptados e as influências que as mesmas exercem no 
quotidiano da actividade pública moçambicana. Neste quadro, importa sublinhar a 
inevitável coabitação (muitas vezes nada pacífica), entre as diversas formas endógenas de 
organização e de exercício do poder e o chamado estado moderno. 
o estado moderno começa historicamente em Moçambique (e similarmente em Angola, 
tendo em conta a colonização comum) por ser o estado colonial, que haveria de se tornar 
efectivo como resultado das decisões tomadas pela Conferência de Berlim. Este estado 
centra a sua atenção particularmente nos sectores e nas actividades contributivas para a 
"economia moderna" virada para os “interesses externos” consentâneos com a 
especificidade do estado colonial. 
Este estado tinha como objectivos essenciais estender para todos os níveis da sociedade o 
estado moderno (pela sua eficácia, modernidade e abrangência) que pudesse responder às 
necessidades da população e também aos legítimos interesses - criados pela saga da 
independência nacional, mormente nos domínios da saúde e da educação que se tornavam 
os mais prementes. 
Como se pode depreender a forma de organização do estado – pese embora os esforços 
realizados, permanece nesta fase fundamentalmente a mesma, centralizado, burocrático, 
com influências manifestas do patrimonialismo e mais importante ainda, inadequado, 
porque fundado sob os alicerces anteriores, completamente diferentes dos preconizados. 
O que se pode concluir, é que o estado moderno, tanto no período pós independência, como 
actualmente constitui o instrumento existente para a realização das políticas de 
desenvolvimento e dos objectivos económicos e sociais. Na fase actual o estado em 
Moçambique, confronta-se por um lado, em desenvolver e consolidar o estado moderno, 
mas por outro lado associar as formas endógenas de organização, para construir um estado 
mais enraizado nos interesses da cidadania. 
 
 
10 
 
O surgimento da designada Nova Gestão Pública (NGP) refletiu análises teóricas e 
empíricas importantes na literatura da administração pública e influenciou intensamente as 
profundas reformas administrativas realizadas nas duas últimas décadas do século XX. O 
despontar dessas reflexões, como explicita Hood (1994), pode ser entendido como resultado 
das dificuldades enfrentadas pelo modelo de administração pública progressiva, cuja ênfase 
se centrava na aplicação de controles processuais e regras burocráticas que norteavam o 
funcionamento do setor público. A administração pública progressiva se mostou ineficaz 
para lidar com os desafios dessa época, relacionados com a expansão do setor público e do 
crescimento da taxa de despesas públicas, bem como com a dificuldade para controlar uma 
administração que se tornara mais dispendiosa e ineficiente. 
O NGP modifica a ênfase da administração pública tradicional movendo o Estado para 
novos padrões de gestão pública, que, segundo Thoonen (2010), estão orientados para: a 
redução de custos e maximização da eficiência da administração pública; redução das 
hierarquias; o downsizing visando à flexibilidade organizacional e a descentralização com 
ações como o abandono dos processos de padronização caraterísticos da administração 
pública weberiana; o controle pelos resultados e elevação do desempenho; e a orientação 
para a qualidade dos serviços prestados ao cidadão. 
No início da década de 1990 a revisão da Constituição da República de Moçambique (CRM) 
em 1990 e a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992 impulsionaram a realização 
de profundas mudanças no Estado e no modelo de administração pública ora vigente. A 
revisão e aprovação da nova constituição liberal centrou os seus esforços, principalmente, 
na implantação da democracia política e do multipartidarismo (Abrahamsson e Nilsson, 
1995) e nas ideias de criação de um Estado unitário gradualmente descentralizado norteado 
pela separação tripartida e interdependência de poderes, o Executivo, o Legislativo e o 
Judiciário. 
Nesses termos, a reforma parcial da Constituição em 1996 permitiu a materialização dessas 
ideias, pois introduziu um novo título (Título IV) sobre a institucionalização do Poder Local 
que possibilitou a criação das Autarquias Locais em Moçambique do tipo municípios e 
povoações como organismos providos de autonomia administrativa, financeira e 
patrimonial, inaugurando, dessa forma, uma nova configuração da administração do Estado 
e das suas instituições e serviços. 
 
11 
 
Sobre os pressupostos da descentralização importa destacar que foram construídos sob a 
suposição de que formas descentralizadas de prestação de serviços públicos seriam mais 
eficientes e que, assim, elevariam os níveis reais de bem-estar da população. Portanto, 
reformas administrativas nesta direção seriam desejáveis, dado que viabilizariam a 
concretização de ideais progressistas, tais como equidade, justiça social, redução do 
clientelismo e aumento do controle social sobre o Estado e sua burocracia. 
Enfim, com a aprovação da Lei no 2/1997, de 18 de fevereiro, sobre o enquadramento 
jurídico para a criação das autarquias locais, passou-se a falar de descentralização enquanto 
processo político e administrativo para a democratização do poder, através da ampliaçãodos níveis de participação cidadã e da multiplicação de estruturas de poder, com vistas à 
melhoria da eficiência da gestão pública. Mas, também, como estratégia de capacitação dos 
grupos sociais para decidirem sobre problemas de interesse local, seja estruturando formas 
institucionais capazes de expressar a vontade coletiva nas instâncias de tomada de decisão 
- através dos conselhos consultivos locais -, seja como forma de exercer funções de 
fiscalização e controle sobre a gestão dos serviços públicos. Sendo que os órgãos executivos 
de governação descentralizada na província são: o Governador de província e o conselho 
executivo provincial (artigo 32 da lei no 4/2019 de 31 de Maio) 
A Lei no 8/2003, de 19 de maio, possibilitou a atribuição de competências exclusivas para 
os órgãos locais, eliminando de certa forma os problemas da dupla subordinação). Este 
último aspecto transformou uma vez mais a tradicional função pública de extrema 
dependência hierárquica e falta de autonomia das unidades administrativas locais, para uma 
gestão pública coordenada e interdependente 
A implementação, do Decreto no 5/2006, de 12 de abril, sobre a desconcentração de 
competências para o governador provincial e administrador distrital promoveu novas 
práticas de contratação para os quadros de pessoal em nível local concretizando, assim, a 
ideia da profissionalização dentro de um sistema de carreiras que obedece a tabelas salariais 
e a esquemas de promoção próprios. Por sua vez, a implementação do Estatuto Geral dos 
Funcionários e Agentes do Estado (Egfae) em 2009 pela Lei no 14/2009, de 17 de março, 
permitiu proceder a uma gestão de recursos humanos a partir de mecanismos modernos e 
de técnicas de avaliação de desempenho. 
 
 
12 
 
4. Conclusões 
A evolução histórica da administração pública mostra que ela é exercida com base em três 
modelos: o modelo Patrimonialista, neste modelo, os governantes consideram o Estado seu 
patrimônio, dispondo dos bens públicos como sendo de sua propriedade. O aparelho do 
Estado funciona como uma extensão do poder do soberano; o modelo Burocrático surge 
Com o objetivo de proteger a coisa pública, idealizado pelo sociólogo alemão Max Weber; 
o modelo Gerencial surge com o objetivo de corrigir as disfunções da burocracia. Possui 
um posicionamento que privilegia a inovação, contrariando a Administração Burocrática, 
com mecanismos de gestão que valorizam o cidadão, objetivando oferecer serviços de 
qualidade. 
Em Moçambique a administração pública esta descentralizada, embora, os efeitos da 
descentralização não sejam visíveis na sua plenitude. Sendo que os Governadores 
provinciais e o conselho executivo provincial são o exemplo da descentralização na 
administração publica no país. 
Podemos então dizer, em jeito de conclusão, que o contexto da administração pública 
moçambicana actual, sofre de várias influências, nomeadamente: O patrimonialismo (hoje 
revelado através de formas neo – patrimonialistas, explícitas ou subjectivas) e que resulta 
por um lado, da discricionariedade organizativa do estado colonial, e por outro da sociedade 
tradicional (com características patriarcais e paternalistas); A “sociedade carismática” (na 
qual predominam as características personalísticas e místicas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
5. Referencias Bibliográficas 
1) Azumbuja, D. (19889). Teoria geral do Estado. (26ª Edição). Rio de Janeiro: Globo 
2) Bobbio, N. (1995). Estado governo sociedade: para uma teoria geral da politica. 
Editora paz e terra 
3) Gil, A. C. (2006). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (5ª Edição). São Paulo: Atlas. 
4) Hood, (1994). Christopher. Explaining economic policy reversals. Buckingham: 
Open University Press. 
5) Mayden, Assunção. J L. (2019). Direito Administrativo [Manual]. Instituto Superior de 
Ciências e Educação a Distância (ISCED). Beira. 
6) Olveira, Fernando Andrade. (1975). Conceituação do Direito Administrativo. Rio de 
Janeiro: Revista de Direito Administrativo. 
7) Poulanzas, N. (2000). O Estado, o poder, o socialismo. Rio de Janeiro: Graal. 
8) Santos, Clezio. (2014). Introdução à gestão publica. São Paulo Saraiva. 
9) Teixeira, H. J e Santana, S. (1994). Remodelando a gestão publica. São Paulo: E-
Blucher.

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