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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA/PB CONDOMÍNIO SPARTACUS, regularmente inscrito no CNPJ sob número... , sede na rua Rubi, número 300, bairro.., João Pessoa/PB, CEP..., neste ato representado pelo sindico, NOME.., nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade de nº..., com o CPF nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado à rua .., nº ..., bairro ..., CEP nº...,por meio do seu advogado que esta subscreve, nos termos da procuração em anexa, com endereço profissional situado a ..., para que sejam remetidas as notificações, com base no artigo 77, inciso V, do código de processo civil, vem, perante a Vossa Excelência com fulcro no artigo 815, 816 e 303 do código de processo civil, propor: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM A CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA. Em face de FELIZBERTO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da carteia de identidade nº ..., e no CPF nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na ..., CEP..., conforme os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos: I – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil, vem à parte autora informar que possui interesse na audiência de conciliação ou mediação. II – DOS FATOS O Condomínio Spartacus, aprovou por meio de assembleia geral extraordinária a realização de obras de recuperação e manutenção do edifício, no curso da obra foi constatado o rompimento de tubulação de esgoto (barbará) da coluna do edifício, no apartamento logo abaixo da unidade 501, de propriedade de Felizberto. O condomínio fez inúmeros contatos com Felizberto, seja por meio de notificações ou comunicação pessoal, contudo o condômino insiste em negar acesso ao apartamento, dificultando o trabalho de manutenção; a conduta prejudica os demais moradores e especialmente um idoso, e um deficiente que residem na unidade 401, colocando em risco a saúde e a segurança da coletividade. III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS É notório que a Tutela de Urgência, deverá ser concedia ao autor, pois estão presentes os elementos que comprovam e evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano, assim como retrata a previsão legal do artigo 300 do Código de Processo Civil. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Cabe ressaltar a má-fé na conduta do réu, tendo em vista a insistência do condomínio em notificá-lo através da comunicação pessoal, sendo certo que há risco iminente e objetivo à saúde de dois moradores em situação de vulnerabilidade (idoso e o incapaz). Deve ser enfatizada também a presença de risco á saúde da coletividade, tendo em vista a gravidade da situação que se apresenta e tente a piorar com a recusa do réu em autorizar o condomínio a adentrar em seu apartamento. Ademais, o réu fere diversos aspectos do direito de vizinhança, os quais são de plena ciência tendo em vista a aquisição do apartamento em regime de condomínio, os quais são citados abaixo: Art. 1.335. São direitos do condômino: I - Usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - Usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais com possuidores; III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite. Art. 1.336. São deveres do condômino: I - Contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) II - Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. § 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. § 2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembleia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. Desta forma, percebe-se que cabe a cada condômino dar a mesma destinação que tem a edificação, e neste caso concreto, está se tornando prejudicial o não cumprimento por parte do requerido dado art. 1336, IV, o qual está pondo em risco seus vizinhos, pois poderá acarretar em danos de difícil reparação a edificação. Deste modo, se faz necessário a concessão de forma antecedente da tutela judicial antecipada de urgência, para que se dê, agora de forma impositiva, o estabelecimento da obrigação de fazer para o Sr. Felizberto, ora réu, isto é, para que este permita a efetiva manutenção que o condomínio requer, e com isso sane as agruras que os moradores estão sofrendo. IV- DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer a vossa Excelência: 1. Concessão antecipada da tutela cautelar de urgência, em forma de estabelecimento de obrigação de fazer ao réu, para que este permita que se adentre no seu apartamento a fim de que se realize a premente manutenção e reparos nas colunas de esgoto que o edifício e o imóvel requerem; 2. A designação da audiência prévia de conciliação, nos termos do artigo 319, VII do código de processo civil; 3. A citação do réu para apresentar contestação, no prazo legal, sob pena de reclusão, revelia ou confissão; 4. A condenação do réu ao pagamento de custas processual e honorário advocatício; 5. Que o pedido da presente ação seja julgado procedente V - DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do artigo 396 do NCPC em espécie documental superveniente; testemunhal, pericial e depoimento pessoal das partes. DO VALOR DA CAUSA Dá-se valor a causa de R$ ......... Nestes termos Pede deferimento. JOÃO PESSOA/PB de ... de ... Advogado... OAB Nº...