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O MODERNISMO NO BRASIL 03


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Prof.ª Rosana M. de Barros Disciplina: Língua Portuguesa e 
Literatura/ Português Instrumental 
LITERATURA: O MODERNISMO NO BRASIL 
O Modernismo foi um movimento literário e artístico do início do século XX. Tinha como principal 
objetivo romper com a estética tradicionalista, libertando-se dos paradigmas, formalismos e regras que 
até então imperavam. 
No Brasil, o Modernismo preconizava a independência cultural do país, sendo valorizada a cultura 
cotidiana brasileira, em específico, a linguagem popular. Suas obras modernistas são de suma 
importância e extremamente enriquecedoras da literatura brasileira. 
A Semana de Arte Moderna (1922) é considerada o marco inicial do Modernismo brasileiro. Esse 
grandioso evento ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, com 
participação de artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro e contou com apresentação de conferências, 
leitura de poemas, dança e música. 
A pintora Anita Malfatti e os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del 
Picchia lideraram o movimento que contou com a participação de dezenas de intelectuais e artistas, 
como Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida entre muitos outros. 
Os modernistas ridicularizavam o Parnasianismo, movimento artístico em voga na época que cultivava 
uma poesia formal. Propunham uma renovação radical na linguagem e nos formatos, marcando a 
ruptura definitiva com a arte tradicional. Cansados da mesmice na arte brasileira e empolgados com 
inovações que conheceram em suas viagens à Europa,os artistas romperam as regras preestabelecidas na 
cultura. 
Na Semana de Arte Moderna foram apresentados quadros, obras literárias e recitais inspirados em 
técnicas da vanguarda europeia, como o dadaísmo, o futurismo, o expressionismo e o surrealismo, 
misturados a temas brasileiros. 
Os participantes da Semana de 1922 causaram enorme polêmica na época. Sua influência sobre as 
artes atravessou todo o século XX e pode ser entendida até hoje. 
Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações, caracterizaram o Modernismo no Brasil. 
Primeira fase do Modernismo – 1922 a 1930 
 
O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a segunda 
de 1930 a 1945. a primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento 
renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas. 
Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira 
sobre bases nacionais; promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições 
culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros. 
Portanto, todas elas estão relacionadas com a visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira. 
Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa 
investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de expressão. 
Entre os fatos mais importantes, destacam-se a publicação da revista Klaxon, lançada para dar 
continuidade ao processo de divulgação das ideias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos 
culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta. Esses movimentos 
representavam duas tendências ideológicas distintas, duas formas diferentes de expressar o nacionalismo. 
O movimento Pau-Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão 
crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e contrastes da 
realidade e da cultura brasileiras. 
A Antropofagia, a exemplo dos rituais antropofágicos dos índios brasileiros, nos quais eles devoram seus 
inimigos para lhes extrair força, Oswald propõe a devoração simbólica da cultura do colonizador 
europeu, sem com isso perder nossa identidade cultural. Em oposição a essas tendências, os movimentos 
Verde-Amarelismo e Anta, defendiam um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o 
nazifascismo. 
Também chamada de Fase Heroica, foi a mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais. 
Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, com grande destaque da linguagem 
coloquial e espontânea, com suas gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia e sarcasmo). 
Ocorreu também a negação brusca do passado a nível formal, sendo desvalorizadas as regras de rima e 
métrica da poesia. 
 
Principais autores da primeira fase do Modernismo: 
 Oswald de Andrade; 
 Mário de Andrade; 
 Manuel Bandeira; 
 Alcântara Machado; 
 Menotti del Picchia; 
 Raul Bopp; 
 Ronald de Carvalho; 
 Guilherme de Almeida. 
 
Características 
As principias características da primeira geração modernista são: 
 Nacionalismo crítico e ufanista; 
 Valorização do cotidiano; 
 Resgate das raízes culturais brasileiras; 
 Críticas à realidade brasileira; 
 Renovação da linguagem; 
 Oposição ao parnasianismo e ao academicismo; 
 Experimentações estéticas; 
 Renovações artísticas; 
 Ironia, sarcasmo e irreverência; 
 Caráter anárquico e destruidor; 
 Uso de versos livres e brancos. 
Poesias da Primeira Fase: 
Pronominais 
Dê-me um cigarro 
Diz a gramática 
Do professor e do aluno 
E do mulato sabido 
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro 
(Oswald de Andrade) 
Erro de português 
Quando o português chegou 
Debaixo de uma bruta chuva 
Vestiu o índio 
Que pena! 
Fosse uma manhã de sol 
O índio tinha despido 
O português. 
(Oswald de Andrade) 
 
 
Segunda fase do Modernismo – 1930 a 1945 
 
A Segunda Fase do Modernismo é caracterizada pelo predomínio da prosa de ficção. É nesse período 
que os ideais difundidos na fase anterior se espalham e normalizam os esforços de antes para redefinir a 
linguagem artística, que acaba por se unir a um grande interesse pelas temáticas nacionalistas. As 
novas obras dos autores da Primeira Fase acabam amadurecendo e surgem novos grandes poetas, 
como Carlos Drummond de Andrade. 
Esta segunda fase, também chamada de Geração de 30, foi uma fase de Consolidação do Modernismo 
brasileiro. Sendo uma fase mais madura, foi quando o movimento ganhou mais força e se criaram obras 
essenciais da literatura brasileira. 
Na prosa, houve uma grande reflexão e crítica da realidade brasileira, sendo retratados problemas 
sociais das diferentes regiões, com destaque para o regionalismo nordestino. Na poesia, houve um 
questionamento do sentido da existência, com profunda análise dos sentimentos humanos e das angústias 
sociais. 
 
Características 
As principias características da segunda geração modernista são: 
 Influência do realismo e romantismo; 
 Nacionalismo, universalismo e regionalismo; 
 Realidade social, cultural e econômica; 
 Valorização da cultura brasileira; 
 Influência da psicanálise de Freud; 
 Temática cotidiana e linguagem coloquial; 
 Uso de versos livres e brancos. 
 
Principais autores da Segunda Fase: 
 Carlos Drummond de Andrade; 
 Cecília Meireles; 
 Vinicius de Moraes; 
 Jorge Amado; 
 Graciliano Ramos; 
 Érico Veríssimo; 
 Rachel de Queiroz. 
Poesias da Segunda Fase: 
Retrato 
Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro 
nem estes olhos tão vazios, 
nem o lábio amargo. 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração 
que nem se mostra. 
Eu não por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
-Em que espelho ficou perdida a minha face? 
(Cecília Meireles) 
No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
Prosa daSegunda Fase : 
 Vidas Secas, de Graciliano Ramos; 
 Menino de Engenho, de José Lins do Rego; 
 O país do Carnaval, de Jorge Amado; 
 Capitães de Areia, de Jorge Amado; 
 O quinze, de Rachel de Queiroz. 
Terceira fase do Modernismo – 1945 a 1960 
Conhecida também como Geração de 45, a última fase do Modernismo, considerada por muitos como 
já Pós-Modernismo, é caracterizada pela liberdade. Abandonam os diversos ideais defendidos pela 
primeira geração do Modernismo, como a exploração da realidade brasileira e a linguagem popular. 
Na poesia há inclusivamente um retorno à forma, sendo encarada como a arte da palavra. Nesta última 
fase, houve a exploração da psicologia humana, sendo abordados conteúdos inovadores. 
 
Características 
As principais características da terceira geração modernista são: 
 Academicismo; 
 Passadismo e retorno ao passado; 
 Oposição à liberdade formal; 
 Experimentações artísticas (ficção experimental); 
 Realismo fantástico (contos fantásticos); 
 Retorno à forma poética (valorização da métrica e da rima); 
 Influência do Parnasianismo e Simbolismo; 
 Inovações linguísticas e metalinguagem; 
 Regionalismo universal; 
 Temática social e humana; 
 Linguagem mais objetiva. 
Principais autores da Terceira Fase: 
 Guimarães Rosa; 
 Clarice Lispector; 
 Mário Quintana; 
 João Cabral de Melo Neto; 
 Lygia Fagundes Telles; 
 Ariano Suassuna. 
Poesias da Terceira Fase: 
 
Morte e Vida Severina 
[...] 
E se somos Severinos 
iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte severina: 
que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte 
de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença 
é que a morte severina 
ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
[...] 
(João Cabral de Melo Neto) 
Poeminha do Contra 
Todos estes que aí estão 
Atravancando o meu caminho, 
Eles passarão. 
Eu passarinho! 
(Mário Quintana) 
Prosa da Terceira Fase: 
 Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; 
 Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa; 
 A Hora da Estrela, de Clarice Lispector; 
 A cidade sitiada, de Clarice Lispector.

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