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História da Psicopatologia

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Psicopatologia
História da Psicopatologia
1200 – 500 a.C. 
· As primeiras descrições históricas que existem do que chamamos contemporaneamente de psicopatologia são as descrições da loucura nas literaturas míticas da grécia, nos mitos dos deuses egípcios e nas descrições em escrita cuneiforme dos assírios. 
· No entanto o conceito de loucura como nós, sujeitos do início do século XXI o compreendemos definitivamente não é o mesmo utilizado nestas descrições antigas. O que se encontra são desde teorias dos humores (os 4 humores fundamentais, chamados de colérico, melancólico, fleumático e sanguíneo) até as descrições de grandes tragédias que se anunciam aos seres mortais e imortais (como no mito de Édipo no qual o protagonista arranca os próprios olhos quando descobre quem é sua mãe, ou o enamoramento de Narciso com sua própria imagem). 
V a.C.
 Hipócrates: 
· “Com tal discurso eles [...] enganam os homens [...] e a maior parte de seu discurso acaba no divino ou no demoníaco [...] inventam novidades de todo o gênero e insistem em enquadrar variadamente [...], principalmente para esta doença, cada aspecto da afecção, atribuindo a algum deus a responsabilidade (não apenas um deus, mas também outros podem estar envolvidos). (MS, 32) 
· “A alteração do encéfalo ocorre pela ação da fleuma ou da bílis [...] os que enlouquecem pela fleuma são tranquilos [...] enquanto os que enlouquecem pela bílis são gritalhões, perversos e não pacíficos. No caso de terrores e medo [...] é por causa de um deslocamento do cérebro [...] quando se aquece [...] por causa da bílis que se dirige a ele pelas veias sanguíneas” (Hipócrates, MS, XV, 1-4) 
Evolução do conceito de loucura 
· Não só estas histórias e mitos são peças fundamentais de nossa cultura ocidental, como também nos acercam de como foi sendo modificada a compreensão do sofrimento psíquico ao longo da história. 
· Quem estuda a trajetória histórica do conceito de loucura, da antiguidade até o início do século XIX, ou após a instituição da clínica psiquiátrica, já no século dos manicômios, constata facilmente dois fatos. Primeiro, observará que o conceito básico de loucura varia pouco, da antiguidade até o presente: ela é a perda da autonomia psicológica (implicando perda de liberdade e do autogoverno), seja porque a razão se perde ou se perverte, seja porque a força do apetite atropela o controle emocional do comportamento. Segundo, notará que, ao lado dessa permanência da noção fundamental de loucura, o número das espécies ou subespécies atribuídas à loucura varia muito de um período a outro. Principalmente depois do século XVII. (Pessotti, 1991, p. 7). 
Evolução das subdivisões da loucura
Durante mais de vinte séculos, pelo menos desde Hipócrates até o século XVII, a loucura foi dividida em poucos grandes gêneros, basicamente mania e melancolia (raramente subdivididos, em poucas espécies), aos quais se acrescentavam às vezes outros dois, nem sempre aceitos como formas de “loucura” propriamente dita: a frenite (implicando, quase sempre, a febre) e a demência, envolvendo enfraquecimento mental geral e não alguma lesão circunscrita às funções de julgamento ou raciocínio (diferindo drasticamente da classificação contemporânea). Isto talvez se explique pelo reduzido interesse na área, visto que na tradição hipocrática a loucura era vista apenas como mais um sintoma (ao lado de outros como a própria febre e o vômito) de desarranjos na economia humoral. Um sintoma que podia variar segundo o humor afetado mais intensamente e os desbalanços subsequentes. 
Idade Média
A idade média vê o surgimento da concepção demonista da loucura, que se prolonga até o século XVI como tendência principal. É pesadamente fundada pelos textos de Agostinho e de Tomás de Aquino, e inclui princípios metafísicos, idéias mágicas e uma valoração pessimista do homem. Ganha importância fundamental a idéia de vida perfeita, sem pecados, sem aberrações, fiel ao que mandam a Escritura e os escritos dos Santos Padres. 
· Formas aberrantes de conduta, circunscritas ao período medieval, como a insanidade mental são então explicados segundo os conceitos metafísicos apresentados nas leituras religiosas. Destes, o mais importante, sem sombra de dúvida, é o de possessão diabólica. Para esta aula é importante apontar que qualquer classificação de espécies de loucura se reduz, então, a uma lista dos diferentes modos de atuação do demônio sobre o conhecimento e a vida afetiva. 
Renascença
A partir das críticas de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno e Galileu Galilei, o século XVII presenciou o progressivo declínio do modo de pensar aristotélico e das influências hipocráticas. O modelo mecânico newtoniano da física de Newton foi aplicado a uma nova concepção do corpo e um novo saber sobre o homem começou a se constituir. Em meio a um mecanicismo que reunia o céu e a terra em uma só explicação surge René Descartes, ao mesmo tempo revolucionário e herdeiro do pensamento grego e medieval. Descartes se propunha a investigar os domínios da subjetividade. (Garcia-Roza, 1983, p. 10) 
Século XVIII
O estudo do comportamento anormal, atraso mental ou da mentalidade débil começa a aparecer com maior expressão entre médicos no século XVIII (Rotter, 1964, p. 34). Pela primeira vez desde Hipócrates e Galeno se viam a estes fenômenos como doenças e não mais como possessão, bruxaria, demônios ou outras causas místicas. No século XVIII as categorias básicas herdadas do século V a.C., mania e melancolia, dão lugar a numerosos gêneros e espécies numa proliferação de classificações para uso clínico, numa época em que se consolida o domínio hegemônico da medicina no campo da teoria da loucura. 
Século XIX
· O século XIX traz consigo o início das tentativas de classificação e de tratamento. O início das descrições e da etiologia destes transtornos se encontram nos trabalhos de médicos como Jean Charcot, Emil Kraepelin e Ernst Kretschner juntamente com estudiosos como Pierre Janet. O teórico contemporâneo Michel Foucault analisou este momento histórico com minúcia em sua obra “A História da Loucura na Idade Clássica” de 1972, reunindo análises arqueológicas que revolveram acerca do chamado grande internamento e suas consequências, assim como a compreensão de como o manejamento das populações (biopolítica) se tornou essencial nestes séculos e continua agindo hodiernamente. 
· Pinel (1809) é outro teórico de importância deste período. Ao adaptar as categorias de Cullen ou Chiarugi: mania, melancolia e demência. Adicionando o idiotismo. Pinel compreende a doença mental, literalmente como a lesão do intelecto ou da vontade. 
· Kraepelin (1856-1926), frequentemente considerado o pai da moderna medicina mental, ensinava procurar atrás dos sintomas psiquiátricos as entidades mórbidas. Não lhe interessava ouvir o doente. Dizia: “ignorar a língua do enfermo é, em medicina mental, uma excelente condição de observação” (Frayze-Pereira, 1982, p. 17). 
· Outros autores importantes para a constituição do saber psicopatológico deste século são: Esquirol (1816, 1818), Heinroth (1818), Foiville (1829), Fantonetti (1830), Guislain (1833), Johnson (1843), J. Falret (1860), Morel (1860), Skae (1863), Maudsley (1867), Verga (1874), Schule (1878), Kraft-Ebbing (1879), Cotard (1879), Ball (1882), Solfanelli (1883). 
No século XIX se alternam tendências opostas na área de classificação de formas de loucura. Basicamente, dividem-se em duas linhas de pensamento: uma mentalista, para a qual a loucura se deve a processos mentais, com ou sem manifestações orgânicas resultantes; outra, marcada por um organicismo que explica a loucura, ora apegando-se aos dados da anatomia patológica, ora postulando processos orgânicos até metafísicos (Pessotti, 1991, p. 16). Entretanto ambas pressupões uma logicamente uma norma objetiva de saúde que permita avaliar as doenças. No caso da primeira em uma harmonia natural das relações entre funções psíquicas, e no da segunda no bom funcionamento fisiológico do organismo (Frayze-Pereira, 1983, p. 19). Críticas contemporâneas comumenteentendem este momento como essencial para a questão do normal e do patológico surgir no âmbito das ciências humanas.
Século XIX e início do séc. XX
· Com a aparição, ainda no século XIX dos critérios nosológicos de classificação das doenças mentais (exatamente por estas terem passado à condição de doenças) se inicia um movimento de grandes descrições e classificações para as mesmas. Dos quais grandes guias como os atuais DSM-IV e CID-10 são herdeiros. Inicialmente a nosologia se baseava em três critérios: causas clinicamente acertadas (etiologia), efeitos típicos sobre a função orgânica e comportamento do paciente (sintomas) e segundo sua evolução clínica típica (marcha). (Pessotti, 1991, p. 8) 
Em um contraponto quase completo da posição de Kraepelin a Psicanálise desenvolve-se exatamente nisso que era considerado o lixo da medicina, a escuta da palavra do sujeito afetado pelo sofrimento psíquico. No entanto, isto não quer dizer que a psicanálise se afasta completamente das etiologias e nosografias produzidas no fim do século XIX e início do século XX. Pelo contrário, o trabalho de Freud vem exatamente a criar ainda mais delimitação ao que já vinha sendo estudado ao adicionar aquela que foi chamada pelo mesmo autor de terceira ferida narcísica para a humanidade (sendo a primeira o deslocamento da terra do centro do universo por Galileu, a segunda a evolução das espécies por Darwin), a noção do inconsciente. Ou seja, a disjunção do sujeito. 
Início do séc. XX 
· Já no campo das diferenças individuais uma das maiores contribuições inciais veio pela figura de Francis Galton. A partir deste momento o campo da psicopatologia começa a ser também caracterizado pela avaliação e mensuração. Em 1905 com Alfred Binet e Theophile Simon é publicado um teste para a avaliação do desenvolvimento cognitivo de crianças em idade escolar, conhecido atualmente como Stanford-Binet. 
· Com os sucessos obtidos pelost testes inicia- se uma grande tendência da psicologia norte- americana na testagem e mensuração psicológica, que se mantêm até os dias atuais. 
Pós-guerra
· O DSM-IV é um sistema diagnóstico e estatístico de classificação dos transtornos mentais, segundo o modelo categorial, destinado à prática clínica e à pesquisa em psiquiatria. No ano de 1952, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) publicou a primeira edição do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais" (DSM-I), e as edições seguintes, publicadas em 1968 (DSM-II), 1980 (DSM-III), 1987 (DSM-III-R) e 1994 (DSM-IV), foram revistas, modificadas e ampliadas. 
Evolução do DSM
· O DSM-III (1980) foi o mais revolucionário de todos e tornou-se um marco na história da psiquiatria moderna. Novas categorias diagnósticas foram descritas, como, por exemplo: a neurose de angústia foi subdividida em transtorno de pânico com e sem agorafobia e transtorno de ansiedade generalizada; a fobia social tornou -se uma entidade nosológica própria; a psicose maníaco-depressiva passou a ser denominada de transtorno do humor bipolar, com ou sem sintomas psicóticos. Muitas palavras passaram a ser evitadas. 
· O termo neurose, por exemplo, deixou de ser usado, para não suscitar questões etiológicas, a palavra histeria desapareceu do texto, pelo mesmo motivo, a expressão doença mental foi substituída por transtorno mental, etc. (Gomes de Matos et al, 2005, p. 313)
· Além disto, uma característica importante do DSM-III foi a hierarquização dos diagnósticos. Um paciente diagnosticado como esquizofrênico, por exemplo, não poderia receber o diagnóstico simultâneo de transtorno de pânico. A esquizofrenia, patologia mais grave, era considerada hierarquicamente superior ao quadro do pânico. Desta forma, era atendida a velha máxima da medicina, que preconiza a identificação de uma única patologia para explicar todos os sintomas que compõem o quadro clínico de um paciente. 
· Entretanto, em 1987, com a publicação do DSM-III-R, esta hierarquia foi abolida, e o manual passou a incentivar a feitura simultânea de dois ou mais diagnósticos num mesmo paciente. Surgiu, assim, o conceito de comorbidade, em psiquiatria, que foi confirmado pelo DSM-IV e amplamente difundido nos anos 90, sendo utilizado regularmente nos dias atuais. (Gomes de Matos et al, 2005, p. 315) 
DSM-IV
· O DSM-IV é, portanto, um manual diagnóstico e estatístico, que foi adotado pela APA e que correlaciona-se com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de um sistema classificatório multiaxial - publicado nos anos 90, que são considerados "a década do cérebro" pela OMS -, organizado de maneira a agrupar 16 classes diagnósticas distintas, que recebem códigos numéricos específicos e se distribuem por cinco grandes eixos, que são os seguintes: 
Eixo I
Eixo I: Descreve os transtornos clínicos propriamente ditos. Por exemplo: transtorno de pânico sem agorafobia (300.01), transtorno depressivo recorrente (296.3), transtorno delirante (297.1), dependência do álcool (303.90), etc.
Eixo II
Eixo II: Descreve o retardo mental. Por exemplo: retardo mental severo (318.1) e transtornos de personalidade, que foram reunidos em três grandes agrupamentos (clusters). No grupo A, estão os indivíduos com traços estranhos ou bizarros - por exemplo, transtorno de personalidade esquizóide (301.20); no grupo B, os indivíduos com traços dramáticos e instáveis - por exemplo, transtorno de personalidade borderline (301.50); e, finalmente, os inseguros e ansiosos no grupo C - por exemplo, transtorno de personalidade dependente (301.6).
Eixo III, IV e V
· Eixo III: Descreve as condições médicas gerais. Por exemplo: otite média recorrente (382.9). 
· Eixo IV: Trata dos problemas psicossociais e ambientais, associados com o transtorno mental em questão. Por exemplo: ameaça de perda de emprego. 
· Eixo V: Constitui-se por uma escala de avaliação global de funcionamento (AGF), que recebe uma numeração. Por exemplo: AGF = 82. 
Características do DSM
· As principais características do DSM-IV são: 1. descrição dos transtornos mentais; 2. definição de diretrizes diagnósticas precisas, através da listagem de sintomas que configuram os respectivos critérios diagnósticos; 3. modelo ateórico, sem qualquer preocupação com a etiologia dos transtornos; 4. descrição das patologias, dos aspectos associados, dos padrões de distribuição familiar, da prevalência na população geral, do seu curso, da evolução, do diagnóstico diferencial e das complicações psicossociais decorrentes; 5. busca de uma linguagem comum, para uma comunicação adequada entre os profissionais da área de saúde mental; 6. incentivo à pesquisa. 
"E o que é um autêntico louco? É um homem que preferiu enlouquecer, no sentido em que socialmente se entende a palavra, a trair uma certa idéia superior de honra humana. Eis porque a sociedade condenou ao estrangulamento em seus manicômios todos aqueles dos quais queria se livrar ou contra os quais queria se defender, pois eles haviam se recusado a acumpliciar-se com ela em certos atos de suprema sujeira. Pois um louco é também um homem a quem a sociedade não quis ouvir e quem quis impedir a expressão de insuportáveis verdades." Antonin Artaud, artista e pensador francês, internado em um hospício entre 1937-1946. 
Introdução à semiologia psiquiátrica
Semiologia médica: estudo dos sintomas e sinais de doenças. Permite identificar alterações físicas e mentais, ordenar os fenômenos observados, formular diagnósticos e empreender terapêuticas.
Semiótica: é a ciência dos signos. Não se restringe à linguagem.
Segundo Saussure (1916/ 1970): Pode-se então, conceber uma ciência que estudo a vida dos signos no seio da vida social; {...} chamá-lo-emos de semiologia (do grego semeion, “signo”). Ela nos ensinará em que consistem os signos, que leis os regem.
3 campos distintos dentro da semiologia:
Semântica: relações entre os signos e os objetos a que tais signos se referem.
Sintaxe: as regras e leis que regem as relações entre os vários signos de um sistema de signos.
Pragmática: relaçõesentre os signos e os usuários.
Signo: elemento nuclear, um sinal sempre provido de significação.
A semiologia psicopatológica trata particularmente dos signos que indicam a existência de sofrimento mental, transtornos e patologia.
Signos em psicopatologia se subdividem em 2 categorias:
Sinais comportamentais: objetivos, verificáveis pela observação direta.
Sintomas: vivências subjetivas relatadas pelo paciente, suas queixas, aquilo que o sujeito experimenta, e de alguma forma, comunica a alguém.
Jakobson separa o signo em significante (o suporte material, o veículo do signo.
Significado: aquilo que é designado e que está ausente, o conteúdo do veículo
Segundo Peirce (1904/1974) existem 3 tipos de signo:
Ícone: evoca imediatamente o significado.
Indicador ou índice: relação entre significante e significado é de contiguidade. Assim a nuvem é um indicador de chuva.
Símbolo: o elemento significante e o objeto ausente são totalmente diferentes.
No sintoma psicopatológico há uma dimensão dupla: são tanto um índice quanto um símbolo.
No momento mesmo em que recebe um nome, o sintoma adquire status de símbolo, de signo linguístico arbitrário, que só pode ser compreendido dentro de um sistema simbólico dado, em um determinado universo cultural.
Semiotécnica: procedimentos específicos de observação e coleta dos sinais e sintomas, assim coo interpretação de tais sintomas.
Nosologia
Etiologia
Nosografia
Psicopatologia trata da natureza essencial da doença mental - suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suasd formas de manifestação.
Segundo Jaspers é uma ciência básica e destacada da psicologia e da psiquiatria.
Nunca se pode reduzir inteiramente o ser humano a conceitos psicopatológicos.
A psicopatologia sempre perde obrigatoriamente aspectos essenciais do homem, principalmente nas dimensões existenciais, estéticas, éticas e metafísicas.
Forma e conteúdo dos sintomas: 
Forma: estrutura básica, relativamente semelhante entre pacientes.
Conteúdo: aquilo que preenche a alteração estrutural.
Conceito de normalidade em psicopatologia.
Normal/Patológico.
Casos extremos mostram facilmente a barreira.
Casos limítrofes demonstram a fragilidade das definições.
Problema para toda a medicina.
Patológico e implicações para diferentes campos
1.Psiquiatria legal ou forense: 
Implicações legais, criminais e éticas, que podem definir o destino social, institucional e legal de um sujeito.
2. Epidemiologia psiquiátrica:
Tanto um problema como um objeto de trabalho e pesquisa.
3. Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria: 
Tema de análises e pesquisa do contexto sociocultural. Fenômenos emergem e recebem este ou aquele significado cultural.
4. Planejamento em saúde mental e políticas de saúde: 
Necessidade de critérios de normalidade para entender a necessidade de implementação de serviços.
5. Orientação e Capacitação profissional:
Definição da capacidade de adequação de um sujeito ao trabalho...
6. Prática clínica:
Na intervenção clínica é necessário determinar se um fenômeno é patológico ou normal.
Critérios de normalidade
1. Normalidade como ausência de doença:
A saúde é o silêncio dos órgãos.
Definição negativa.
2. Normalidade ideal:
Socialmente construída e referendada, arbitrária, utópica.
3.Normalidade estatística:
Normal e frequência. Nem tudo que é mais frequente é mais saudável.
4. Normalidade como bem-estar:
OMS define saúde como o completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença.
5. Normalidade funcional:
Quando se torna disfuncional, é patológico.
6. Normalidade como processo:
Aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial.
7. Normalidade subjetiva:
Percepção subjetiva do próprio indivíduo.
Falha quando encontram-se estados como o maníaco.
8. Normalidade como liberdade:
Perda da liberdade existencial (henry Ey)
A doença mental é constrangimento do ser, fechamento, fossilização das possibilidades existenciais.
9. Normalidade Operacional:
Assumidamente arbitrária.
DSM IV TR e CID 10.
Define-se a priori o que é patológico e normal.
Cap 4 – Principais escolas de psicopatologia.
Principal característica da psicopatologia é a multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos.
Visão única seria solução simplista e artificial.
Conflito de ideias não é uma debilidade é uma necessidade.
P. Descritiva vs. P. Dinâmica
Descr: forma da alteração, estrutura dos sintomas psíquicos, o que caracteriza a vivência patológica como evento típico.
Dinâmica: conteúdo, movs internos dos afetos, dos desejos, temores, xp particular, não necessariamente classificável.
A boa prática requer a combinação hábil e equilibrada de uma abordagem descritiva, diagnóstica e objetiva e uma abordagem dinâmica, pessoal e subjetiva do doente e sua doença.
P. Médica vs. P. Existencial
Médico-naturalista: noção biológica de mau funcionamento do cérebro.
Existencial: fundamentalmente histórica e humana. Modo particular de existência.
P. Comportamental cognitivista vs. P. Psicanalítica
Comptal-cogn: os sintomas resultam de comportamentos e representações cognitivas disfuncionais, aprendidas e reforçadas pela experiência sociofamiliar.
Psicanálise: sintoma é visto como um compromisso entre o desejo inconsciente, as normas e as permissões culturais e as possibilidades de satisfação do desejo. Ics.
P. Categorial vs. P. Dimensional
Categorial: categorias nítidas e definidas.
Dimensional: espectro (esqz leve)
P. Biológica vs P. Sociocultural
Aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos.
Transt mentais como comportamentos desviantes que surgem a partir de determinados fatores sociculturais.
P. Operacional vs. P. fundamental
Op.: pragmática, para clínica ou pesquisa. Não se questiona a natureza da doença ou do sintoma ou os fudamentos filosóficos ou antropológicos de determinada definição.
Fundamental: pesquisa sobre os fundamentos de cada conceito psicopatológico, pathos.
A entrevista com o paciente: anamnese psicopatológica
O profissional psi deve realizar entrevistas que sejam realmente úteis, pelas informações que fornecem e pelos efeitos terapêuticos que exercem sobre os pacientes.
A habilidade é parte aprendida e parte intuitiva.
A habilidade se mostra pelas perguntas que formula, por aquelas que evita formular, e pela decisão de quando e como falar ou apenas calar.
`Deve ser empática e tecnicamente útil.
Essencial que acolha o pcte em seu sofrimento, escutando suas dificuldades e idiossincrasias.
O prof psi necessita de têmpera e habilidade para estabelecer limites aos pcts invasivos ou agressivos.
Uma entrevista varia muito em função:
1. do paciente: personalidade, estado mental, capacidade cognitiva, etc..
2. Contexto institucional: pronto-socorro, hospital, UBS, clínica.
3. Objetivos da entrevista: diagnóstico, rapport, forense
4. Personalidade do entrevistador.
Atitudes improdutivas e inadequadas. EVITAR.
6. Responder com hostilidade ou agressão.
7. Entrevistas excessivamente prolixas.
8. Fazer muitas anotações durante a entrevista.
9. Falta de tempo (deve ser contornada em ambientes institucionais.
Três regras de ouro da entrevista psiquiátrica.
1. Pctes organizad@s, com inteligência normal: mais aberta, entrevistador fala pouco.
2. Pcts desorganizad@s, com nível intelectual baixo, em estado psicótico ou paranoide: mais estruturada, perguntas mais simples e dirigidas.
3. Pcts tímid@s, ansios@s ou paranóides: fazer primeiro perguntas neutras (nome, onde mora, profissão, estado civil, família) e depois ir para perguntas mais aprofundadas.
Uma atmosfera de empatia e confiança é necessária em praticamente toda entrevista inicial.
A experiência e a atitude d@ profissional, curiosa, atenta, receptiva, é que determinará quão profundo e abrangente será o conhecimento extraído das entrevistas.
A(s) Primeira(s) Entrevista(s)
Se bem conduzido, deve produzir e uma sensação de confiança e de esperança no alívio do sofrimento.
Entrevistas iniciais desencontradas, desastrosas, nos quais o profissional é, involuntariamente ou não, negligente ou hostil com o paciente, geralmente são seguidasde abortamento do tratamento.
Cuidados com a primeira impressão.
A apresentação
O profissional se apresenta, dizendo seu nome, sua profissão e especialidade, se for o caso a razão da entrevista.
Garantir que:
1. a entrevista e o tratamento irão ocorrer com sigilo e discrição. Mas que poderá ser rompido no caso de idéias, planos ou atos seriamente auto ou heterodestrutivos.
2. Ambos devem trabalhar.
O profissional deve colher dados sociodemográficos básicos, como nome, idade, data de nascimento, naturalidade e procedência, estado civil, comq uem reside, profissão, atividade profissional, religião, etc...
Definir a queixa básica, e preferencialmente muito mais ouvir do que falar.
Embora de escuta, não significa se colocar em uma posição totalmente passiva.
Investigar e ter certeza do que o paciente está dizendo.
Cuidar com manobras e mecanismos defensivos como risos, silêncios, perguntas inadequadas, comentários circunstanciais sobre o profissional.
Evitar falar de si.
Nos primeiros encontros o entrevistador deve evitar pausas e silêncios prolongados.
Como lidar com o silêncio do paciente?
1. o entrevistador pode fazer perguntas e colocações breves.
2. Evitar perguntas muito direcionadas, fechadas, que podem ser respondidas com sim ou não categóricos. Perguntas muito longas e complexas, que podem ser mal compreendidas.
3. Clichês da clínica: como foi isso, explique melhor, fale mais sobre isso, etc...
4.O entrevistador deve buscar em cada pcte a melhor maneira de intervir.
A fala livre pode ser catártica em um primeiro momento.
A tentativa d@ profissional é de preencher as lacunas da história d@ pcte.
Duração e número de entrevistas não são fixos.
Transferência: sentimentos cujas origens são basicamente inconscientes para @ pcte.
Contratrasferência: sentimentos d@ terapeuta cujas origens são inconscientes, em relação @ pcte.
Entrevista inicial: 
Anamnese
Dados sociodemográficos, queixa ou problema principal, história desta queixa, antecedentes mórbidos, somáticos e psíquicos pessoais, incluindo hábitos e uso de substâncias químicas, antecedentes mórbidos familiares, história de vida d@ pcte, etapas do desenvolvimento somático, neurológico, psicológico e psicossocial e finalmente, a avaliação das interações familiares e sociais d@ pcte.
2. Exame psíquico: estado mental atual
3. Exame físico geral e neurológico.
4. Exames complementares: testes de personalidade e cognição.
5. Exames complementares: laboratoriais, neuroimagem, neurofisiológicos.
Informação dada por informante.
Veracidade dos dados obtidos: simulação e dissimulação.
Perspectiva tranversal e longitudinal
Relato de caso por escrito.
Consciência, Atenção e Orientação
· Alterações da consciência; 
· Alterações da consciência do eu; 
· Alterações da atenção; 
· Alterações da orientação; 
· Alterações nas vivências de tempo e de espaço.
Consciência 
· O termo origina-se de da junção de dois termos latinos 
Cum (com) Scio (conhecer) 
· 3 acepções diferentes 
 - Definição neuropsicológica – estado de estar desperto, acordado, vigil, lúcido. 
- Definição psicológica – dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. 
 - Definição ético-filosófica – capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades, os direitos e deveres concernentes a essa ética. É o atributo do homem desenvolvido e responsável, engajadona dinâmica social de determinada cultura. 
· Definicao neuropsicologica – estado vigil 
· Definicao psicologica – soma total das experiencias conscientes 
· Ético filosófica - capacidade de tomar ciencia de deveres eticos e suas responsabilidades 
· Especialmente importante atividade do lobo parietal direito, apreensao da realidade. 
Sono
· Sono normal – REM e não-REM 
· Nao rem- diominuicaoatividade sistema nervoso autonomo simpatico e aumento relativo do tonus parassimpatico 
· REM – sonhos e ativacao do córtex 
Campo da consciência
· A consciência é a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada. 
· Estar consciente é estar lúcido, com o sensório claro. 
· É avaliada pelas funções da atenção e orientação. 
· A consciência demarca um campo, no qual se pode delimitar um foco, ou parte central mais iluminada da consciência e 
· uma margem (franja ou umbral) que seria a periferia menos iluminada, mas nebulosa da consciência. 
· Segundo a psicopatologia clássica, é na margem da cs que surgem os chamados automatismos mentais e os estados ditos subliminares. 
Anormalidades da consciência pode ser dividida em: Estreitamento 
· Consiste na redução quantitativa e qualitativa da cs; há um conteúdo menor e uma seleção sistemática dos temas. Ocorre em manifestações histéricas e em estados crepusculares epiléticos. 
 - Redução da amplitude do campo fenomênico da consciência. 
 - A pessoa não se dá conta de que está fazendo uma observação. 
· Obnubilação – grau leve a moderado; lentidão da compreensão e dificuldade de concentração 
Sopor – marcante turvação, desperta com estimulo enérgico doloroso, evidentemente sonolento 
Coma – não é possível qualquer atividade consciente; movimentos oculares errantes, com desvios lentos e aleatórios, anormalidade dos reflexos oculocefalicos (olho de boneca), ausência de reflexo de acomodação. 
· Delirium – perda leve a moderada do nível de consciência – dificuldade de compreensão, perplexidade, ansiedade, lentificacão psicomotora. 
· Estado onirico – parecido com sonho muito vivido, marcado por agressividade do sonho. Comum em psicoses toxicas e síndrome de abstinência, quadros febris toxico-infecciosos. 
Síndrome do cativeiro (locked in) – lesão na ponte, restam apenas movs oculares verticais.
Alterações Qualitativas da Consciência
Estados crepusculares – estreitamento transitório do campo da consciência, afunilamento, conservação da atividade psicomotora global mais ou menos coordenada, duração variável e permite atos automáticos.
· Dissociação – fragmentação ou divisão do campo da cs, ocorrendo perda da unidade psíquica comum. 
· Transe – assemelha-se a sonho acordado, atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensa parcial de movs voluntários. 
· Hipnótico – cs reduzida e estreitada, atenção concentrada e sugestionável.
Anormalidades da consciência pode ser dividida em: Entorpecimento 
· Ou Embotamento: Caracterizado pela diminuição ou perda da lucidez e da vigília. 
- Os estímulos externos só são apreendidos com esforço da atenção, a qual dificilmente se forma e se mantém. 
 - O coma é o estado de maior gravidade e ocorre em traumas cranianos, encefalopatias, febres etc.
 - Não ocorrem sintomas produtivos acessórios. (Alucinações, delírios etc). 
Anormalidades da consciência pode ser dividida em: Obnubilação 
· Ou Turvação: Além do rebaixamento do nível de cs que ocorre no entorpecimento, há a presença de um conteúdo anormal. 
 - Ocorre nos quadros de delirium. 
Observação: Delirium= alteração da memória momentânea, se você sabe a causa passa o efeito. Ex: está intoxicado, faz coisas loucas, passou a intoxicação, volta ao estado normal. 
Delírio = julgamento errado, é doença e é permanente, patológico. 
- Acompanha-se de distúrbios sensoperceptivos e do pensamento, nas suas diferentes modalidades. 
 - Alguns casos de intoxicação por drogas alucinógenas (LSD, mescalina, haxixe), de exaltação do humor e de esquizofrenia relacionam-se com sensação de maior clareza da cs. Há um aumento da capacidade de sentir o ambiente e a si próprio. O indivíduo torna-se mais vivo, mais alerta. 
 - Comprometimento do juízo de realidade e presença de sintomas produtivos acessórios (alucinações, delírios etc). 
Consciência do EU noite 
· Refere-se à cs do eu corporal e psíquico. 
· É a sensação subjetiva de convicção da existência pessoal, da diferenciação e limites entre o sujeito e o mundo, e inclui a sensação de autonomia. 
· Alguns distúrbios na esfera do pensamento também podem ser descritos pelas alterações da cs do eu, como o bloqueio do pensamento, a publicação do pensamento e a leiturado pensamento. 
· Nos distúrbios da atividade do eu, o pc sente que não é o agente ativo de seus atos. A experiência transcorre como um acontecer automático. Há ausência da sensação normal do pp corpo. 
· Nos distúrbios da unidade do eu, o pc tem noção de ser um e outro ou vários outros simultaneamente. Não devemos confundir com a experiência de personalidades múltiplas, na qual as mesmas ocorrem alternadamente. 
Consciência do EU
· Nos distúrbios da identidade do eu, o pc não se reconhece como si próprio. O pc pode se reconhecer como outro ou apenas estranhar o seu próprio eu (despersonalização). 
· Nos distúrbios da relação eu-mundo desaparecem os limites entre o interno e o externo. Há rompimento da dualidade do eu e o não-eu. São exemplos: a publicação, o roubo do pensamento e a sensação de estranheza ao mundo (desrealização). 
Alterações da consciência do eu 
1) Despersonalização – o sujeito perde a noção da realidade. Caracteriza-se por um inconcebível e inexplicável sentimento de estranheza. O paciente é como um expectador da própria vida psíquica, estado de apatia. 
2) Desrealização – vivência de que o próprio ambiente é irreal, estranho ou de que alguma forma está mudado. Pode fazer parte do humor delirante. 
3) Disfunção do pensamento – o paciente sente que seus pensamentos não são exclusivamente seus e sim partilhados com outras pessoas. 
 4) Inserção do pensamento – os pensamentos para o paciente são introduzidos na sua mente a partir do meio exterior. Pode influenciar ou dirigir o comportamento do paciente. 
5) Roubo do pensamento – seus pensamento estão sendo retirados de sua mente. 
6) Sonorização do pensamento – os próprios pensamentos como sendo audíveis e, portanto, possíveis de serem ouvidos por outras pessoas. 
7) Sensação de influência sobre o corpo, o comportamento etc – sente que seus pensamentos são impostos ou controlados por forças externas, e também tem a vivência que outros aspectos de seu ser estão sendo dirigidos ou influenciados a partir do meio externo.
Atenção
· É a capacidade de se concentrar em determinado objeto ou situação. Direção da Consciência. 
· Sistema Reticular ativador ascendente – ativo nas áreas corticais e pré-frontais. 
· Porção anterior do Giro do Cíngulo – imptt para o controle da atenção. 
· Pode ser passiva ou espontânea (vigilância) ou ativa e determinada pela vontade ou afeto (tenacidade). 
· A vigilância é determinada pelas mudanças e oscilações do exterior e depende da intensidade do estímulo, das variações e repetições, e do nível de cs do indivíduo. 
· Há hipervigilância em casos de exaltação do afeto, com concomitante hipotenacidade. A atenção espontânea torna-se extremamente excitável e inconstante. 
· Em casos de depressão pode ocorrer hipertenacidade em temas depressivos e hipovigilância em outros temas. 
· Tomando-se em consideração a natureza da atenção, podemos discernir dois tipos básicos de atenção: 
· Atenção voluntária, que exprime a concentração ativa e intencional da cs sobre um objeto, e 
· Atenção espontânea, que é a aquele tipo de atenção suscitado pelo interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto. 
Alterações da Atenção
· Hipoprosexia – alteração mais comum e menos específica da atenção, é a diminuição global da atenção. Perda da capacidade de concentração. Há dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas como o pensar, o raciocinar, a integração de informações etc. 
 - Enfraquecimento da atenção, evolui para a aprosexia, é constante nos casos demenciais e deficitários. 
· Aprosexia – total abolição da capacidade de atenção, por mais forte e variados que sejam os estímulos que se utilizem. 
 (a= negação prosex= atenção ia= estado) 
 - Ausência de atenção tanto voluntária quanto involuntária 
· Observação: Vamos diferenciar demência de deficiência. 
Demências – lesão no intelecto por acidente 
(demente é o pobre que já foi rico) Exemplo: a pessoa nasce normal e sofre um acidente e fica demente. Ocorreu uma lesão no seu intelecto. Exemplo claro é a doença de Alzheimer. 
Deficiências – No sentido intelectual, é aquele que em consequência de problemas no parto teve a capacidade intelectual limitada. Quando há lesão no cérebro, há deficiência. (deficiente é o pobre que já nasceu pobre) É o sujeito que nasceu, cresceu e morrerá doente. Exemplo claro: a síndrome de Down, não tem percepção de responsabilidade. 
Alteração da Atenção
· Hiperprosexia- é um estado de atenção exacerbada, no qual há uma tendência incoercível a obstinar-se, a se manter indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente infatigabilidade. 
-É o domínio espontâneo e exagerado da atenção. Característica é o exagero. A maioria substitui o período de “normalidade”, os demais pensam que a pessoa está normal, mas naquele momento a pessoa pode estar depressiva. 
A distração é um sinal, não de déficit propriamente, mas de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais. 
· A Distraibilidade é, ao contrário da distração, um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para se fixar ou manter em qualquer coisa que implique esforço produtivo. 
 - É voltar sua atenção para outra coisa, não é normal, mas é comum. Não há ausência de atenção, a atenção é deslocada para outra coisa. 
 - Em outras palavras, é o enfrequecimento acentuado da atenção voluntária e, consequentemente, predomínio da atenção involuntária. 
Orientação
· Requer atividades mentais como as tendências instintivas, a percepção, a memória, a atenção e a inteligência. Tudo que impede a apreensão de dados objetivos e sua incorporação à experiência é causa de desorientação. 
· É a capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente é um elemento básico da atividade mental. 
· A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência.
· O espaço e o tempo estão sempre presentes na atividade psíquica lúcida. 
· A desorientação alopsíquica é relativa ao espaço e ao tempo. Diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao tempo (orientação temporal) e quanto ao espaço (orientação espacial). 
· A desorientação cronopsíquica é apenas relativa ao tempo. É o desconhecimento da data (dia, mês e ano) em pacientes cuja situação exterior lhes permite informar os dados do calendário. Ocorre quando há déficit no interesse pela realidade, na memória, na atenção, na capacidade intelectual ou alteração de cs. Apenas nos casos mais graves surge desorientação autopsíquica. 
· A desorientação relativa ao próprio eu é a desorientação autopsíquica. Revela se o paciente sabe quem é, como se chama, que idade tem, qual sua nacionalidade, profissão, estado civil etc. O paciente não se situa no que diz respeito a própria identidade e suas relações com o grupo. 
· Orientação espacial – o déficit de orientação topográfica e geográfica. O paciente não se situa quanto ao local em que se encontra. 
· Orientação temporal - depende de uma adequada percepção da passagem do tempo, do registro e discriminação dos intervalos temporais, assim como da capacidade de apreender o tempo passado e “antever”o tempo futuro. O paciente não se situa quanto ao momento, a época em que vive. 
· Um fator que pode resultar em alteração na orientação temporal é a sensação de experiência do tempo vivido. 
· Um paciente com depressão tem a sensação de que o tempo evolui muito lentamente, e outro com mania pode ter a sensação de aceleração do tempo. 
· A dupla orientação é a experiência do paciente em vivenciar simultaneamente dois mundos, o real e o psicótico. Nestes casos apesar da vivência psicótica, consegue agir, até certo ponto, dentro da realidade. Por exemplo: o paciente se diz um príncipe, mas vai às consultas médicas. 
· Alguns distúrbios em outras funções psíquicas podem resultar em desorientação, principalmente tempo-espacial, sem que isto resulte em comprometimentodo nível de cs. 
· Por exemplo: a desorientação delirante, a desorientação amnéstica, a desorientação apática e a desorientação oligofrênica. 
· Transtornos da orientação são muito frequentes em paciente com lesões cerebrais. 
· A desorientação temporoespacial ocorre de modo geral em quadros psicorgânicos com lesões corticais difusas e amplas, como na doença de Alzheimer, no delirium, em lesões cerebrais bilaterais, em lesões do sistema límbico e em patologias que afetam o tronco cerebral e o sistema reticular ativador ascendente (comprometendo o nível de cs) 
Alteração da Orientação
· Importante lembrar que, geralmente, a desorientação ocorre primeiramente quanto ao tempo, e só após o agravamento do transtorno é que o indivíduo desorienta-se quanto ao espaço e quanto a si mesmo. 
· Desorientação por redução do nível de cs, também denominada desorientação torporosa ou confusa – o indivíduo está desorientado por turvação da cs. Essa turvação produz uma alteração da atenção, da concentração e da capacidade de integração dos estímulos ambientais, impedindo que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa. 
· Desorientação por déficit de memória de fixação ou desorientação amnéstica – o indivíduo não consegue fixar em sua memória as informações ambientais básicas. 
 - Não consegue ficar as informações, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado temporo-espacialmente. 
- Não pode fixar e/ou evocar. Causada por alteração básica da memória. 
· A desorientação demencial é muito próxima ã amnéstica – ocorre apenas por perda da memória de fixação, mas por déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções cognitivas. 
 - Ocorre nos diversos quadros demenciais. 
· Desoriantação por apatia e/ou desinteresse profundos, ou desorientação apática ou abúlica – o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição. 
 - Falta de interesse, inibição afetiva ou da carência de energia psíquica. Desorientação do movimento, tira o gosto de fazer as coisas. 
 - Não investe sua energia no mundo, por falta de motivação e interesse, via de regra é um indivíduo gravemente deprimido, não se atém aos estímulos ambientes e, portanto, torna-se desorientado. 
· Desorientação delirante – ocorre em indivíduos que estão imersos num profundo estado delirante, vivenciando idéiais delirantes muito intensas, pelas quais crêem com convicção plena que estão “habitando” o lugar de seus delírios. 
 - Nesses casos é comum a chamada dupla orientação, na qual a orientação falsa, delirante, coexiste com a orientação correta. Exemplo: o paciente afirma que está no inferno, cercado por demônios, mas pode também reconhecer que está numa enfermaria do hospital 
· Desorientação oligofrênica – ocorre em indivíduos com graves déficits intelectuais, por incapacidade ou dificuldade em compreender o ambiente e de reconhecer e interpretar as normas sociais (horários, calendários etc) que padronizam a orientação do indivíduo no mundo. 
· Desorientação histérica – ocorre em quadros histéricos graves, geralmente acompanhada de alterações da identidade pessoal (fenômeno da possessão histérica ou desdobramento da personalidade), bem como por alterações da cs secundária à dissociação histérica (estado crepuscular histérico, estado oniróide etc). 
· Desorientação por desagregação – ocorre em pacientes psicóticos, geralmente esquizofrênicos em estado crônico e avançado da doença, quando esse indivíduo, por uma desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o que impede de se orientar adequadamente no ambiente e quanto a si mesmo. 
· Desorientação quanto à sua própria idade – definida como uma discrepância de 5 anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente, relata, tem sido descrita em alguns pacientes esquizofrênicos crônicos, parecendo ser um bom indicativo clínico de déficit cognitivo na esquizofrenia. 
As vivências de tempo e de espaço 
· Constituem dimensões fundamentais de todas as experiências humanas. 
· O ser, de modo geral, só é possível nas dimensões reais e objetivas do espaço e do tempo. 
· Portanto, o tempo e o espaço são, ao mesmo tempo, condicionantes fundamentais do universo e estruturantes básicos da experiência humana. 
· É inquestionável que a vida psíquica, além de ocorrer e se configurar no tempo, tem ela mesma um aspecto especificamente temporal e por isso é legítima a distinção do tempo em: 
 - Tempo subjetivo (interior, pessoal); 
 - Tempo objetivo (exterior, cronológico, mensurável) 
Alterações da vivência do tempo 
· De modo geral, a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos, e rápida e acelerada nos estados maníacos. 
· Ilusão sobre a duração do tempo: é a deformação acentuada da percepção da duração temporal. Ocorre sobretudo nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes (cocaína, anfetamina etc), nas fases agudas e iniciais das psicoses e em situações emocionais especiais e intensas. Ocorre também quando se recebem, por exemplo, abundantes informações novas. 
· Atomização do tempo: vivemos no tempo presente, em um “agora” que se vincula intimamente aos acontecimentos passados e às possibilidades do porvir. A alteração ou falta dessa experiência subjetiva “natural” de fluir temporal, decorrente da perda ou enfraquecimento de ambas as margens do tempo (passado e futuro), produz uma redução quase puntiforme ou atomizante do tempo, fazendo-o parecer uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si. 
 - O indivíduo não consegue se inserir naturalmente na continuidade do devir, adere a momentos quase descontínuos. (fuga de idéias ou distraibilidade intensa) 
· Inibição da sensação de fluir do tempo (inibição do devir subjetivo): corresponde a falta da sensação do “avançar subjetivo” do tempo, no qual o sujeito perde o sincronismo entre o passar do tempo objetivo, cronológico, e o fluir de seu tempo interno. 
- Certos pacientes depressivos expressam a sua vivência do tempo dizendo que o tempo “encolheu”, que “não passa”, deixou de fluir, ou que está passando muito mais devagar que o normal. 
- Alguns pacientes esquizofrênicos experimentam uma certa forma de passividade em relação ao fluir do tempo; sentem que a sua percepção do tempo é controlada por uma instância exterior do seu Eu. 
 - Pacientes muito ansiosos descrevem uma “pressão” do tempo, como se o tempo que dispõe fosse sempre insuficiente. Ex: Sinto que nunca vou dar conta de fazer o que devo fazer em determinado período de tempo”. 
- Pacientes obsessivos-compulsivos graves experimentam ocasionalmente uma lentificação enorme de todas as atividades, principalmente quando devem completar alguma tarefa.
Alterações da vivência do espaço
· No estado de êxtase há uma perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo. 
 - Neste caso (que pode também ser classificado como transtorno da cs do eu) o sujeito sente-se como que fundido ao mundo exterior. 
· A vivência de espaço no indivíduo em estado maníaco é a de um espaço extremamente dilatado e amplo, que invade o espaço das outras pessoas. Ele desconhece as fronteiras espaciais e vive como se todo o espaço externo fosse seu. 
· Nos quadros depressivos o espaço externo pode ser vivenciado como muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros. 
· O indivíduo com quadro paranóide vivencia o seu espaço interno como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis do mundo. Fonte de mil perigos e ameaças. 
· No caso do indivíduo com agorafobia, o espaço externo é percebido como sufocante, pesado, perigoso e potencialmente aniquilador.
Atenção e Sensopercepção 
A ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES 
Direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. 
Tipos: 
atenção voluntária, concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto. 
atenção espontânea, suscitada pelo interesse
ANOMALIDADESDA ATENÇÃO 
Hipoprosexia: diminuição global da atenção (a mais comum), com perda básica da capacidade de concentração e fadigabilidade aumentada, dificultando a percepção, concentração, o pensar, o raciocinar, etc. 
Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção, por mais fortes e variadas que sejam os estímulos ambientais que se utilizem; 
Hiperprossexia: atenção exagerada, tendência a se manter indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente infatigabilidade; 
Distração: superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais; 
Distrabilidade: estado patológico, dificuldade ou incapacidade para se fixar ou manter a atenção em qualquer coisa que implique esforço produtivo, a atenção é facilmente desviada para outro objeto. 
Direção: 
atenção externa, projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o mundo exterior, utilizando-se sempre dos órgãos do sentido 
atenção interna, voltada para os processos mentais do indivíduo, é uma atenção mais reflexiva, introspectiva e meditativa. 
Amplitude: 
Atenção focal: mantém-se concentrada em um determinado campo restrito da consciência; 
 Atenção dispersa: não se concentra sobre um campo determinado, espalha-se por um campo menos delimitado; 
 Atenção seletiva: capacidade de seleção de estímulos e objetos específicos, com estabelecimento de prioridade diante de um conjunto amplo de estímulos ambientais; 
Atenção flutuante: conceito desenvolvido por Freud, estado artificial da atenção. “Modo como o analista deve escutar o analisando: não deve privilegiar a priori qualquer elemento do discurso dele, o que implica em deixar funcionar o mais livremente possível a sua própria atividade inconsciente e suspender as motivações que dirigem habitualmente a atenção”.
A ORIENTAÇÃO
A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência. 
Orientação Autopsíquica (subjetiva): o indivíduo com relação a si mesmo. Ex: como se chama, que idade tem, qual sua nacionalidade, profissão, etc. 
Orientação Alopsíquica (lugar): o sujeito em relação ao mundo, tempo e espaço (quem são os outros, onde está, em qual mês, etc); 
Orientação Temporal (tempo): indica o momento cronológico, a hora do dia, se é manhã, tarde ou noite, o dia da semana, mês ou ano e a estação do ano. Na nossa evolução psicológica, é adquirida mais tardiamente. 
Orientação Espacial (espaço): localização do sujeito, onde ele se encontra, em qual instituição está, o andar do prédio, a cidade, estado e o país onde se encontra. Também se refere à distância que o mesmo percorreu, por exemplo, do hospital até a sua residência, em quilômetros e horas de viagem. 
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO 
Desorientação por redução do Nível de Consciência ou desorientação torposa ou confusa: Forma mais comum, decorrente de uma turvação da consciência, também produz alteração da atenção, da concentração e da capacidade de integração dos estímulos ambientais, impedindo a apreensão clara e precisa da realidade. 
Desorientação por Déficit de Memória de fixação ou Desorientação Amnéstica: É quando o indivíduo não consegue fixar em sua memória as informações ambientais básicas, perdendo a noção do fluir do tempo, passando a ficar desorientado temporo-espacialmente. 
Desorientação por Apatia ou Apática e/ou Desinteresse Profundo ou Abulia: desorientação decorrente de marcante alteração de humor. Por falta de motivação e interesse, não investe mais sua energia no mundo e não se atém mais aos estímulos ambientais, tornando-se desorientado; 
Desorientação Delirante: quando há imersão em um profundo estado delirante com vivência de ideias delirantes muito intensas, nas quais creem com convicção. Por exemplo, o paciente pode afirmar que está no inferno ou em outro planeta; 
Desorientação Oligofrênica: Ocorre em indivíduos com graves déficits intelectuais, por incapacidade ou dificuldade em compreender o ambiente.
A VIVÊNCIA DO TEMPO E DO ESPAÇO E SUAS ALTERAÇÕES 
O ser só é possível nas dimensões reais e objetivas do tempo e do espaço, fazendo dos mesmos, condicionantes fundamentais do universo e estruturantes básicos da experiência partilhada humana. 
Esse espaço e tempo se produzem fora do homem e tem uma realidade objetiva e plena independentes do ser humano. 
Na vida psíquica, o tempo se distingue em: tempo subjetivo (interior, pessoal) e tempo objetivo (exterior, cronológico e mensurável). 
ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO TEMPO
Em geral, a passagem do tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos, e rápida e acelerada nos estados maníacos. O ritmo psíquico também é oposto, na mania há um Taquipsiquismo (aceleração de todas as funções psíquicas) e Bradipsiquismo na depressão (lentificação das atividades mentais). 
Ilusão sobre a duração do tempo: o tempo pode parecer transcorrer de modo extremamente veloz ou lenta - alucinógenos e psicoestimulantes, nas fases agudas e iniciais da psicose ou em situações emocionais
Atomização do tempo: o tempo parece uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si, há descontinuidade do fluir do tempo (quebra da relação passado- futuro, fazendo o indivíduo se fixar somente no presente corrente; Inibição da Sensação do Fluir do Tempo: falta de sensação do avançar do tempo subjetivo, perda do sincronismo com a impressão de que o tempo não passa. Essa anomalia se dá geralmente nos casos depressivos graves. 
ANOMALIDADES DA VIVÊNCIA DO ESPAÇO
Estado de Êxtase: perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo; o sujeito se sente fundido ao mundo exterior. 
No estado maníaco o espaço é percebido como extremamente dilatado e amplo, onde o mesmo desconhece as fronteiras espaciais e vive como se todo espaço externo fosse seu; 
No quadro depressivo, o espaço externo é vivenciado como muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros; 
No quadro paranóide, percepção de ameaça ao espaço interno; 
Na agorafobia, o espaço externo é tido como sufocante, pesado, perigoso e potencialmente aniquilador. 
A SENSOPERCEPÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
Todas as informações do ambiente, necessárias à sobrevivência do indivíduo, chegam até o organismo por meio das sensações. Defini-se sensação como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados de fora para dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. 
Já por percepção entende-se a tomada de consciência de um estímulo sensorial. Só que a maioria dos psicopatólogos preferem não separar a sensação da percepção, denominando o fenômeno simplesmente de sensopercepção.
Delimitação dos Conceitos de Imagem e de Representação 
O elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real, ou simplesmente uma imagem. 
A imagem se caracteriza pelas seguintes qualidades: 
 Nitidez – a imagem deve ser nítida e com contornos precisos; 
Corporeidade – a imagem deve ser viva, corpórea, ter luz, brilho e cores vivas; 
 Estabilidade – deve ser estável, não podendo mudar de um momento para o outro; 
 Extrojeção – a imagem que vem do espaço externo também é percebida nesse mesmo espaço externo; 
 Ininfluenciabilidade voluntária – o indivíduo não consegue alterar voluntariamente essa imagem percebida; 
 Completitude – a imagem tem um desenho completo e determinado, com todos os detalhes reais diante do observador.
IMAGEM versus REPRESENTAÇÃO 
Ao contrário da imagem perceptiva real, a representação é uma revivência de uma imagem sensorial, sem que esse objeto esteja presente. É a re-apresentação de uma imagem na consciência, sem a presença do objeto estimulante real, e a representação se caracteriza por: 
· Pouca nitidez (com os contornos esfumados); 
· Pouca corporeidade (não tem a “vida” de uma imagem real); 
· Instabilidade (aparece e desaparece facilmente); 
· Introjeção (é percebida somente no espaço interno); 
· Incompletitude (apresenta-se a nós geralmente incompleta e apenas com alguns detalhes).IMAGINAÇÃO
É uma atividade psíquica geralmente voluntária que pode ser uma lembrança de imagens percebidas no passado ou criação de novas imagens e ocorre, via de regra, na ausência de estímulos sensoriais; 
FANTASIA OU FANTASMA É um produto minimamente organizado da imaginação, e pode ser consciente ou inconsciente e se origina de desejo, temores e conflitos, sendo muito freqüente em crianças e muitas vezes dominante em personalidades neuróticas ou histéricas e fonte de inspiração para muitas pessoas como artistas, inventores e poetas, que dependem da sua capacidade de produzir e desenvolver quadros, peças e livros, da elaboração das suas fantasias. 
Alterações Quantitativas da Sensopercepção
Hiperestesia: é onde as percepções estão anormalmente aumentadas, no qual os sons são ouvidos de forma muito amplificado, as cores tornam-se mais vivas e intensas e ocorre nas intoxicações por alucinógenos, em algumas formas de epilepsia, enxaqueca, esquizofrenia e em alguns quadros maníacos; 
Hipoestesia: é o inverso da hiperestesia, onde as percepções estão anormalmente diminuídas. É observada em alguns pacientes depressivos, no qual o mundo é percebido como mais escuro, sem brilho, os alimentos não têm mais sabor e os odores perdem a sua intensidade. 
Compreendem as ilusões, as alucinações, a alucinose e a pseudoalucinação. 
Ilusão: é a percepção deformada de um objeto real e presente. As ilusões mais comuns são as visuais, onde o paciente, em geral, vê pessoas, monstros e animais a partir de estímulos visuais como móveis, roupas ou objetos pendurados na parede. 
Outro tipo de ilusão muito freqüente, principalmente em esquizofrênicos, é a ilusão auditiva, na qual a partir de estímulos sonoros inespecíficos, o paciente ouve o seu nome, palavras significativas e principalmente chamamentos depreciativos; 
Alucinações: é a vivência de percepção de um objeto, sem que o mesmo esteja presente, ou seja, é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real. 
Tipos de Alucinações: 
Alucinações Auditivas: é o tipo de alucinação mais freqüente, principalmente em esquizofrênicos, denominada também de audioverbal, na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo (som) externo real. Geralmente essas vozes são perseguidoras, xingativas e de conteúdo depreciativo. Em alguns casos, as vozes ordenam que o paciente mate ou se suicide (vozes de comando), ou comentam as suas atividades corriqueiras (vozes que comentam a ação). 
Pode ocorrer também, muito próximo das alucinações auditivas, o fenômeno denominada sonorização do pensamento, eco do pensamento e a publicação do pensamento. 
A sonorização do pensamento é muito próxima ao eco do pensamento e pode ser de duas maneiras: 
A sonorização do próprio pensamento, onde o paciente ouve o próprio pensamento no mesmo momento em que o pensa; 
A sonorização do pensamento como vivência alucinatório-delirante, que são pensamentos no qual o paciente ouviu, ou seja, depois de pensados, ele tem a nítida sensação de que os mesmos foram introduzidos em sua cabeça por uma outra pessoa, mas que não é real, e agora são ouvidos por ele; 
No eco do pensamento, o paciente ouve o seu pensamento pouco depois de tê-lo pensado; 
Na publicação do pensamento, o indivíduo tem a nítida sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa no mesmo momento em que ele está pensando. 
Alucinações Musicais: é uma alucinação relativamente rara, curiosa e intrigante, pois é descrita como a audição de tons musicais e melodias sem o correspondente estímulo interno. 
Alucinações Visuais: são visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais reais. Podem ser simples, onde o paciente vê cores, bolas, pontos brilhantes, denominados de FOTOPSIAS, ou complexas onde o indivíduo vê figuras, imagens de pessoas (vivas ou mortas), demônios, santos, etc. Podem ser cenas completas ( como um paciente que vê seu quarto pegando fogo), chamadas de ALUCINAÇÕES CENOGRÁFICAS, ou podem ser a ALUCINAÇÃO LILIPUTIANA, onde o indivíduo vê inúmeros personagens diminuídos e minúsculos entre os objetos e pessoas reais de sua casa. 
Alucinações Táteis: o paciente sente espetadas, choques, insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. Em alguns esquizofrênicos, as alucinações táteis podem ser sentidas nos genitais, que sentem cutucadas e penetrações nos mesmos. 
Alucinações Olfativas e Gustativas: assim como as alucinações musicais são relativamente raras, onde o indivíduo sente o cheiro ou gosto de determinadas coisas sem qualquer estímulo olfativo ou gustativo presente. 
No caso das alucinações olfativas, o paciente sente o cheiro de coisas podres, cadáver e fezes. Já nas gustativas, sente-se na boca o sabor de ácido, sangue, urina, etc., onde essas duas alucinações muitas vezes ocorrem em conjunto. 
Alucinações Cenestésicas ou Cinestésicas: 
 Cenestésicas – são sensações alucinatórias em várias partes do corpo como sentir que o cérebro está encolhendo, o fígado se despedaçando ou a percepção de alguma víbora no abdômen; 
 Cinestésicas – são sensações alteradas dos movimentos do corpo, como sentir o corpo afundando, os braços se elevando e as pernas encolhendo. 
Alucinações Funcionais: 
São desencadeadas por estímulos sensoriais “reais”, só que é distinta da ilusão, pois enquanto que a ilusão é a deformação de uma percepção de um objeto real e presente, a alucinação funcional é uma alucinação (ausência do objeto), desencadeada por estímulo real. Para entender melhor esse tipo de alucinação, imagine um indivíduo que quando abre um chuveiro ou uma torneira, começa a ouvir vozes e gritos. Percebe-se que essa alucinação foi desencadeada por um estímulo real (a água do chuveiro), mas que não explica a audição de vozes e gritos. 
Abaixo se seguem alguns tipos de alucinações funcionais: 
Alucinações Combinadas (ou Sinestesias) – ocorrem várias alucinações ao mesmo tempo. Ex: o paciente vê uma pessoa que fala com ele, o toca, etc. 
Alucinações Extracampinas – é quando o paciente uma imagem nas suas costas ou através de uma parede; 
Alucinação Autoscópica – é uma alucinação visual associada a componentes táteis e cenestésicos, onde o indivíduo se vê fora do seu próprio corpo; 
Alucinações Hipnagógicas e Hipnopômpicas – são alucinações auditivas, visuais ou táteis relacionadas à transição sono/vigília. 
Hipnagógicas: fase em que o indivíduo está adormecendo; 
Hipnopômpicas: fase em que o indivíduo está despertando. 
Alucinose: a alucinose é um fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como estranha a sua pessoa e ocorre com um nível de consciência preservada e apesar do indivíduo ter alucinações, percebe consciente que aquilo é um fenômeno estranho, patológico e não tem nada a ver com a sua pessoa. 
A alucinose é um fenômeno periférico ao eu, enquanto a alucinação é um fenômeno central ao eu. 
Afetividade e suas alterações 
Vida afetiva: colorido, brilho ou calor da vivência humana. 
Mira y Lopez (1964) define como “a fronteira entre a percepção e a afeição, entre a sensaçao e o sentimento, entre o saber e o sentir é a mesma fronteira entre o eu e o não-eu.” 
5 tipos básicos de vivências afetivas: 
Humor ou estado de ânimo 
Emoções 
Sentimentos 
Afetos 
Paixões 
1. Humor ou estado de ânimo: definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal. 
Em boa parte do tempo o humor é vivido corporalmente e se relaciona consideravelmente às condições vegertativas do organismo. 
2. Emoções: podem ser definidoas como reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. 
Revelam sempre a unidade psicossomática básica do ser humano. 
3. Sentimentos: são estados e configurações afetivas estáveis, em relação às emoções, sao mais atenuados em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Mais mental do que somático. 
4. Afetos: qualidade e tônus emocional que acompanham uma idéia ou representação mental. Idéias que tem acoplada um colorido afetivo.
5. Paixões: estado afetivo extremamente intenso, quedomina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigndo a atenção e interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo outros interesses. 
Emoção versus razão: típica dicotomia ocidental. 
Concebe a vida afetiva como geralmente inferior à razão. 
Catatimia: a importante influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, sentimentos e paixões exercem sobre as demais funções psíquicas.
Reação afetiva: a vida sempre acontece em um contexto de relações eu mundo, e a afetividade se caracteriza pela reatividade ao que acontece. 
Alguns tipos de reação afetiva: 
Sintonização afetiva: capacidade de o indivíduo ser influenciado afetivamente por estímulos externos. 
Irradiação afetiva: capacidade de o indivíduo de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo. 
Rigidez afetiva: o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade tanto de sintonização quanto de irradiação.
Alterações patológicas da afetividade 
Distimia: designa a alteração básica de humor, tanto no sentido da inibição quanto da exaltação. 
Ideação suicida: relacionada com o humor depressivo, pensamentos recorrentes de morte, tentativas de suicídio, planejamento de suicídio. SEMPRE DEVE SER INVESTIGADA CUIDADOSAMENTE EM PACIENTES COM HUMOR TRISTE. 
Disforia: uma distimia que acompanha uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. 
Euforia: humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. 
Elação: alegria patológica e expansão do eu, sensação subjetiva de grandeza e de poder. 
Puerilidade: humor caracterizado por ser infantil e simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais, vida afetiva superficial, ausente de afetos profundos, consistentes e duradouros. 
Moria: é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, boba , que ocorre principalmente em pacientes com lesões extensas dos lobos frontais, deficiência ou demência. 
Estado de êxtase: experiência de beatitude, de dissolução do eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo. 
Irritabilidade patológica: hiperreatividade desagradável, hostil, e eventualmente, agressiva a estímulos do meio exterior. 
Ansiedade, Angústia e Medo 
Ansiedade: estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietãção interna desagradável, inclui somático e fisiológico. 
Angústia: sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, de sufocamento. Conotação mais corporal e relacionada ao passado. 
Medo: objeto mais preciso, medo de algo. 
Alterações das emoções e dos sentimentos 
1. Apatia: diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. O paciente se queixa de não sentir a expressão normal de suas emoçoes. 
2. Hipomodulação do afeto: incapacidade de modular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na relação com o mundo.
3. Inadequação do afeto ou paratimia: reação incongruente a situações existenciais, contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva. 
4. Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: perda progressiva e patológica das vivências afetivas. Dificuldade de viver alternâncias nos afetos.
5. Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. 
6. Sentimento de falta de sentimento: incapacidade para serntir emoções, geralmente vivenciada como torturante ou negativa pelo sujeito. 
Anedonia: incapacidade total ou parcial de obter ou sentir prazer com determinadas atividades e expriências da vida. 
Labilidade afetiva e incontinência afetiva: ocorrem mudanças súbitas e imotivadas do humor, sentimentos ou emoções. 
Ambivalência afetiva: Bleuler, sentimentos opostos em relação à um mesmo objeto, simultaneamente. 
Neotimia: experiências afetivas completamente novas, em geral se apresentam apenas em pacientes em estados psicóticos. 
Medo: progressiva insegurança e angústia, sensaçao de impotência e invalidez crescentes, impressão iminente que acontecerá algo que queríamos evitar e que progressivamente nos consideramos menos capazes de fazer. 
Fobias: medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes. 
Pânico: é uma reação de medo intenso, de pavor, relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. 
Pensamento e suas alterações 
Conceitos: não tem elemento de sensorialidade, elemento puramente cognitivo. Exprimem-se apenas os caracteres mais gerias dos objetos e fenômenos.
Nos conceitos, temos dois passos para sua formação: 
Eliminaçãodos caracteres de sensorialidade: quando conceitualizo cadeira como tendo quatro pés, um assento e um encosto estou suprimindo a sensação. 
Generalização : síntese por abstração e genralização, de um número considerável de fenômenos singulares. 
Juízos: estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos. 
Raciocínio: relaciona os juízos. Faz ligação entre conceitos, sequência de juízos, encadeamento de conhecimentos, derivando sempre uns dos outros. 
Processo de Pensar 
Curso do pensamento: como o pens flui. 
Forma do pensamento: sua estrutura básica, sua arquitetura, preenchida pelos conteúdos do sujeito. 
Conteúdo do pensamento: temas predominantes, o assunto em si. 
Alterações dos elementos constitutivos do pensamento
Alterações dos conceitos: 
Desintegração dos conceitos: os conceitos sofrem um processo de perda de seu significado original. Ex: ateu significa “a teu comando”. Característica da esquizofrenia e síndromes demenciais. 
Condensação de conceitos: dois ou mais conceitos fundidos. Neologismos, coisas que só o paciente entende. 
Alteração dos Juízos 
Juízo deficiente ou prejudicado: deficiência intelectual, pela poobreza cognitiva do indivíduo, conceitos inconsistentes e o raciocínio pobre e defeituoso. 
Juízo de realidade ou Delírio: tratado posteriormente. 
Alterações do Raciocínio ou do Estilo de pensar
O pensamento normal é regido pela lógica forma, orientando segundo a realidade e os princípios de racionalidade da cultura onde o sujeito se localiza. 
Os princípios do pensamento lógico-formal, segundo a lógica aristotélica, são: 
Princípio da identidade: se A é A; e B é B; logo, A não pode ser B. Se as condições forem mantidas, as mesmas causas devem produzir os mesmos eefitos. 
Princípio da causalidade: se A é causa de B, então B não pode ser ao mesmo tempo causa de A. 
Lei da parte e do todo: Se A é parte de B, então B não pode ser parte de A. Se o Brasil é parte da América do Sul a Am do Sul não pode ser uma parte do Brasil.
Tipos básicos de pensamento científico 
Indutivo: observação de fatos elementares, experimentação, comparação entre fenômenos, para chegar a conclusões e concepções mais gerais, hipóteses explicativas e classificações mais amplas. 
Dedutivo: parte de esquemas, axiomas, definições e teoremas já bem arquitetados, para, por meio de demonstrações lógicas, deduzir a sua verdade. 
A intuição: entendida como apreensão da realidade de forma direta e imediata. 
Tipos alterados de pensamento 
O tipo e estilo de pensamento comum, do indivíduo não acometido por doença mental, é apenas precariamente lógico. 
Pensamento mágico: fere frontalmente os princípios da lógica formal e os imperativos da reliadade: 
Lei da contiguidade: magia de contágio, coisas que estiveram em contato se mantém unidas. Ex: objeto de um sujeito utilizado como representante do próprio sujeito. 
Lei da similaridade: magia imitativa, um objeto representa o sujeito por ter sua forma, ex: boneco de vodu. 
O pensamento mágico pressupõe que uma relação puramente subjetiva produza associações obetivas. 
Comum em crianças, personalidades “imaturas” como esquizotípica, histriônica, borderline e narcísica. Obsessivos-compulsivos tb apresentam. 
Pensamento derreísta: o pensamento obedece lógica e realidade apenas naquilo que interesse ao desejo do indivíduo, distorcendo a realidade para queela se adapte aos seus anseios. Identificação errônea dos próprios desejos com a realidade. Wishful thinking. 
Pensamento concreto ou concretismo: não ocorre distinção entre uma dimensão abstrata e simbólica e uma dimensão concreta e imediata dos fatos. Perda das metáforas, sujeito aderido ao sensorial, sem capacidade de ler entrelinhas. 
Pensamento inibido: inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e número de conceitos, juízos e representações que são utilizados no processo de pensar. 
Pensamento vago: impreciso, ambíguo, obscuro, falta de clareza e precisão do raciocínio. 
Pensamento prolixo: o paciente não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema que está tratando, a não ser após muito tempo e esforço. 
Tangencialidade: responde a perguntas de forma oblíqua e irrelevante. 
Circunstancialidade: digressão, roda em volta do tema, sem entrar nas questões essenciais ou decisivas. Eventualmente chega ao seu objetivo, diferente da tangencialidade. 
Presente em T de Personalidade (associado a epilepsia, deficientes mentais limítrofes, início da esquizofrenia e neuróticos graves como obsessivo-compulsivo). 
Pensamento deficitário: apresenta uma estrutura pobre e rudimentar, em geral o paciente é mais literal do que abstrato. Pode fazer memorização de determinados materiais ou temas de maneira extensa e numerosa, porém mecânica e rígida (idiot- savant). 
Pensamento demencial: pensamento pobre, porém empobrecimento desigual, ao contrário do que ocorre no pens. Deficitário, que é mais homogêneo. Em geral imperfeito, irregular, sem unidade ou congruência. No começo a pessoa pode dissimular fingindo atos falhos. 
Pensamento confusional: junto com turvação da consciência apresenta pens incoerente, tortuoso que impede que o indivíduo aprenda de forma clara e precisa estímulos ambientais, ficando impedido de processar seu raciocínio adequadamente. 
Pensamento desagregado: forma típica de pensamento radicalmente incoerente, no qual os conceitos e juízos não se articulam minimamente de forma lógica, a linguagem se apresenta como “salada de palavras”. Ocorre nas formas graves e avançadas da esquizofrenia.
Pensamento obsessivo: predominam idéias ou representações que apesar de terem conteúdo absurdo ou repulsivo para o sujeito, impõem-se à consciência de modo persistente e incontrolável. 
Alterações do processo de pensar 
Curso do Pensamento: 
Principais são aceleração, lentificação, bloqueio e o roubo do pensamento. 
Aceleração: pens muito rápido, idéias se sucedem rapidamente. Mania, esquizofrenia, ansiedade intensa, psicoses tóxicas (anfetaminas e cocaína), e depressão ansiosa. 
Lentificação: pens lento e dificultoso.. Latência entre perguntas e respostas. Depressões graves, rebaixamento do nível de cs, intoxicaçoes por sedativos, quadros psicorgânicos.
Bloqueio ou interceptação: brusca e repentinamente interrompe o pens sem motivo aparente, quase exclusiva da esquizofrenia. 
Roubo do pensamento: nítida sensação de que o pensamento foi roubado por algo ou alguém. Típica da Esquizofrenia. 
Forma do Pensamento
Fuga de idéias: secundária a uma aceleraçao do pensamento, perturbam-se as associações lógicas entre idéias. Deixa de seguir a lógica, pensamentos se produzem por assonância (amor, flor, cor / cidade, idade, realidade...). Característica da mania. 
Dissociação do pensamento: passam progressivamente a não seguir uma sequência lógica, com o agravamento o paciente se torna incoerente e incompreensível. 
Afrouxamento das associações: associacoes mais livres, não tão bem articuladas, se apresenta nas fases iniciais da esquizofrenia e em TP esquizotípica.
Descarrilhamento do pens: pens se extravia do curso normal, vários desvios. Observado na esquizofrenia, e eventualmente, em manias. 
Desagregação do pens: profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda de coerência. Formas avançadas de esquizofrenia e quadros demenciais. 
De modo geral: 1. afrouxamento; 2. descarrilhamento; 3. desagregação. 
Conteúdo do pensamento 
Principais por amostragem clínica: 
1. perseguição. 
2. depreciativos. 
3. religiosos. 
4. sexuais. 
5. poder, riqueza ou grandeza. 
6. ruína ou culpa. 
7. hipocondríacos.
Juízo de realidade e suas alterações. O delírio. 
O juízo é uma atividade humana por excelência. 
As alterações de juízo são alterações de pensamento. 
Distinção entre erro nao determinado por processo mórbido e as diversas formas de juízos falsos determinados por transtorno mental, a principal sendo o delírio. 
Erro simples vs. delírio 
1. coisas parecidas por iguais ou idênticas. 
2. atribuir coincidências ocasionais a força de relações consistentes de causa e efeito. 
3. aceitar impressões dos sentidos como verdades indiscutíveis. 
Erros são compreensíveis em virtude de ignorância, fanatismo religioso ou político, enquanto o delírio é caracteristicamente incompreensível.
Preconceito: juízo a priori, sem reflexão, baseado em premissas falsas: 
Racismo, sexismo, etnocentrismo, classismo, preconceito religioso. 
Crenças culturais e superstições 
Compartilhada ou não compartilhada pelo grupo socio-cultural. 
Idéias prevalentes: 
Idéias que tem importância afetiva e adquirem predominância na vida afetiva sobre os demais pensamentos. 
Não sao obsessivos por serem egossintônicos. 
Idéias errôneas por superestimação afetiva. 
Alterações patológicas do juízo.
O Delírio: 
Jaspers: delírios são juízos patologicamente falseados. 
O delírio tem origem na doença mental. 
Características: 
1. convicção extraordinária , certeza subjetiva praticamente absoluta. 
2. impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva. Irremovível pela lógica ou empirismo. 
3. O seu conteúdo é impossível. Aspecto mais frágil, pois pode vir a ácontecer. Mesmo assim ainda é patológico pela forma como se erige como sintoma. 
É uma produção associal, a convicção de um só homem. 
1. Delírios simples: um só conteúdo, tema único. 
2. delírios complexos: vários temas ao mesmo tempo. 
3. delírio não-sistematizados: variam de momento para momento. Em geral se apresentam em sjs com baixo nível intelectual, deficientes mentais ou quadros demenciais. 
4. delírios sistematizados: são delírios bem organizados, com histórias ricas e consistentes, que mantêm ao longo do tempo os seus conteúdos e detalhes. Mais comuns em pacientes intelectualmente mais desenvolvidos e nos chamados transtornos delirantes (antiga paranóia). 
Surgimento e evolução do delírio: estados pré-delirantes. 
Delírios surgem , via de regra, após um período pré-delirante, denominado humor delirante (jaspers) ou trema (konrad). 
Caracterizado por aflição e ansiedade intensas, sente como se algo terrível fosse acontecer, mas não sabe exatamente o que. Perplexidade, sensação de fim do mundo, estranheza radical. Pode durar horas ou dias. 
Após a revelação do delírio o pcte muitas vezes se acalma. 
Delírios agudos: surgem de forma rápida e podem desaparecer em pouco tempo. Associados a transt de consciência, psicoses tóxicas ou infecciosas. 
Delírios crônicos tendem a ser persistentes e contínuos, de longa duração, pouco modificáveis ao longo do tempo. 
Mecanismos constitutivos do delírio. 
Entendido muitas vezes como o lidar com a desorganização que o transtorno de fundo produz. 
Delírio interpretativo: distorção radical na interpretação de fatos e vivências. 
Delírio intuitivo: intui o delírio repentinamente. 
Delírio imaginativo: imagina determinado episódio ou acontecimento, e a partir disto, pela interpretação constrói seu delírio.
Delírio Catatímico: o indivíduo passa a viver em um mundo fortemente marcado pelo estadio afetivo prevalente no delírio. 
Delírio mnêmico: o delírio é construído por meio de recondações e elementos da memória (verdadeiros ou falsos). Ex: afirma que foi criado por milionários. 
Delírio Onírico: delírio associado a quadros de turvação de consciência, ricos em vivências oníricas com alucinações cênicas, ansiedade intensa e certa confusão de pensamento. 
Delírio alucinatório: construído a partir de vivências alucinatórias ou pseudo-alucinatórias

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