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Epidemiologia I P2 Isabelle Padilha P2 - Epidemiologia I Indicadores de Saúde II · Os indicadores de saúde não servem apenas para mensurar a doença e o óbito. · Para que se possa entender como vai o bem-estar da população são necessários Indicadores de Saúde. · Os Indicadores de Saúde são medidas que contém informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões relacionados às condições de vida da população e ao desempenho do sistema de saúde (casos, óbitos, nascidos vivos, etc). · Isto é, informações sobre a saúde da população que possam ser avaliadas sistemaFcamente . · Base matemáFca das medidas uFlizadas na construção de indicadores epidemiológicos · Principais usos: → Descrição das condições de saúde e de vida de uma população → Avaliação de intervenções → InvesFgações epidemiológicas Grupos de indicadores de saúde: · Traduzem diretamente a situação de saúde (ou sua falta) em um grupo populacional; → Ex: mortalidade e morbidade. · Referem as condições ambientais que influenciam a saúde; → Ex: abastecimento de água, cobertura da rede de esgotos, acesso a alimentação saudável ↦ interferem determinantemente a situação de saúde. · Medem os recursos materiais e humanos relacionados às a@vidades de saúde; → Ex: nº de profissionais de saúde, nº de leitos hospitalares em relação à população. → Necessidade de respiradores e leitos de UTI. · Achatamento da curva do coronavírus para dar tempo ao sistema de saúde conseguir absorver a quan<dade de leitos de UTI, respiradores. Determinantes de saúde: Comissão de Determinantes Sociais de Saúde da OMS: · A saúde é um fenômeno social complexo · Dependente da estrutura social e do contexto onde é observada Isabelle Padilha 2 P2 - Epidemiologia I A qualidade dos indicadores de saúde vai depender da: · VALIDADE: capacidade representar sinteFcamente o fenômeno considerado (ex. anemia e medida de Hb < 12,5g/dL; glicemia em jejum >125mg/dL DM). → Indicador válido: ele tem que medir o que se propôs a medir. Ex.: se o indicador é de mortalidade, ele não pode medir morbidade. Se ele é de escolaridade materna tem que medir os anos de estudos da mãe. → Os indicadores podem ser simples ou compostos (medem mais de uma coisa), porém, precisam ter validade. → Ex. Indicador composto: IDH (Índice de Desenv. Humano) - composto de uma série de fatores, como grau de escolaridade, renda. · CONFIABILIDADE: obtenção de resultados semelhantes, quando a mensuração é repeFda. Também denominado reproduFbilidade ou fidedignidade (ex. ECG para infarto agudo do miocárdio). · REPRESENTATIVIDADE: cobertura populacional. · ÉTICA: sigilo. · SIMPLICIDADE; FACILIDADE DE OBTENÇÃO e CUSTO COMPATÍVEL (ex. banco de dados informaFzados). Principais indicadores de saúde: · Morbidade · Mortalidade · Nutricionais (ex. Avaliação dietéFca) · Demográficos (ex. Composição da população em termos de idade e sexo) · Condições socioeconômicas (ex. Taxa de analfabeFsmo) · Saúde ambiental (ex. abastecimento de água e esgoto) · Serviços de saúde (ex. proporção de médicos por habitantes) Indicadores Ambientais: · UFlizados para inferir o estado de saúde da população; relação com doenças de veiculação hídrica e por contaminantes ambientais: → Proporção da população com acesso à rede de abastecimento de água; rede de esgoto; serviços de coleta de resíduos sólidos. → Proporção da população exposta a contaminantes ambientais (ex. mercúrio, chumbo). · Todas esses microrganismos tem sua veiculação facilitada pela água. Regiões com maior concentração populacional e intensificação das a6vidades humanas (pecuária, agricultura, la6cínios e processamento de carnes). · Nesses locais supracitados há muito gasto de água e a qualidade dessa água interfere na saude da população. Isabelle Padilha 3 P2 - Epidemiologia I · Por que estados da região Norte e nordeste têm piores condições de saúde? Falta de luz e água são determinantes de saúde, não é a toa que as pessoas adoecem ou não, tudo depende do ambiente em que ela está. As diferenças de infraestrutura, acesso a bens definem se é um ambiente facilitador de doença ou não. Indicadores de Serviço de Saúde: · Recursos disponíveis: disponibilidade e u@lização. → nº de médicos por 1.000 habitantes → nº de leitos por 1.000 habitantes → nº de unidades de saúde por 10.000 habitantes → % de ocupação de leitos · Serviços de saúde prestados à população → % da população de crianças suscelveis vacinadas (cobertura vacinal) • Ter acesso a vacina é fundamental, mas as pessoas irem se vacinar também é fundamental. Assim, precisa avaliar além da disponibilidade, a uFlização. → nº de consultas de pré-natal por 1.000 mulheres grávidas · Concentração de médicos encontra-se na região Sul e Sudeste. · No Brasil, é bem mal distribuído. Isabelle Padilha 4 P2 - Epidemiologia I · Na imagem acima está faltando o número de crianças na região para saber qual local tem a maior cobertura vacinal. O número absoluto por si só, não diz nada. · Não pode se dizer que a região Centro-Oeste tem a menor cobertura de vacinas, sem saber qual o total de crianças (população de referência), precisa fazer a proporção de cada local. · Se tem uma alta cobertura vacinal, há uma alta proporção de crianças vacinadas entre todas as crianças que deveriam ser vacinadas. Indicadores da tabela: · O 1º é um indicador direto da amamentação: Percentual de crianças menores de 4 meses com aleitamento materno exclusivo. · O 2º é um indicador indireto, pois se há uma alta proporção de internações hospitalares o problema deve estar no aleitamento. · As políFcas públicas são extremamente dependentes dos indicadores de saúde. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Agenda 2030: · ObjeFvos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 2015 · Países signatários → Compromisso de promover a equidade, fazendo o possível para alcançar, em primeiro lugar, países mais vulneráveis. 17 ODS, 169 metas e 230 indicadores · O ODS3 – Saúde e Bem-Estar · Meta 3.2: Ações Impacto esperado Indicadores Cálculo Incen6vo ao aleitamento materno · Redução da desnutrição e das doenças infecciosas · Redução das internações hospitalares no 1o ano de vida · Percentual de crianças menores de 4 meses com aleitamento materno exclusivo. · Percentual de internações hospitalares de crianças menores de 1 ano. · no de crianças menores de 4 meses em aleitamento materno exclusivo ÷ população menor de 4 meses x 100. · no de internações de crianças menores de 1 ano ÷ no de crianças menores de 1 ano x 100. Isabelle Padilha 5 P2 - Epidemiologia I → Acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos, em todos os países, objeFvando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de cinco anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos, até 2030. Outros Obje>vos de Desenvolvimento Sustentável como determinantes da meta 3.2 da Agenda 2030: Isabelle Padilha 6 Meta 3.2ODS1 ODS2 ODS3 ODS4 ODS4 ODS5 ODS6 ODS7 ODS8 ODS10 ODS11 ODS16 ODS17 P2 - Epidemiologia I Distribuição das doenças no tempo e no espaço Perfil Epidemiológico: 1. Quem adoeceu? PESSOA → Ajuda a estabelecer quais são os grupos mais susceplveis, a fim de prevenir e tratar as doenças 2. Onde a doença ocorreu? LUGAR → Compreender fatores de risco relacionado ao ambiente, que pode determinar maior ou menor gravidade da doença; maior ou menor incidência. → Verificar se na região onde está ocorrendo a doença tem saneamento, se está próximo a rios. → Ajuda a formar estalsFcas matemáFcas de regiões de vizinhança mais susceplveis. 3. Quando a doença ocorreu? TEMPO → Conhecer padrões de tendência, caracterísFcas cíclicas, previsão do comportamento da doença. → Entender o agente eFológico, como prevenir e impacto de medidas epidemiológicas implementadas.→ Entender o agente eFológico: ex.. a leptospirose é mais comum em épocas chuvosas. · O perfil epidemiológico de quem, quando e onde adoece é muito importante para a tomada de decisões, sobretudo, de PolíFcas Públicas. · QUEM ADOECEU? → Analisa a distribuição da doença segundo sexo, idade, ocupação, hábitos alimentares, culturais... → Ex.: sarampo mais comum na infância ↦ ajuda a saber em qual idade atuar. · ONDE A DOENÇA OCORREU? → Analisa a ocorrência de algum padrão espacial da doença. → Ex.: diarréia infecciosa mais comum em áreas sem saneamento! · QUANDO A DOENÇA OCORREU? → Analisa a ocorrência de algum padrão temporal da doença. → Ex.: dengue mais comum no verão! Variáveis das doenças relacionadas à PESSOA: · Os eventos relacionados à saúde não se distribuem ao acaso entre as pessoas · Grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, outros que morrem mais por determinada doença. · Aspectos biológicos, socioculturais/ econômicos, ambientais (indivíduo, comunidade ou entorno). · Exemplo: Sexo e Idade → mulheres internam mais que os homens e o risco de morrer entre os homens é maior do que entre mulheres; → nascem mais homens; → perfil de mortalidade diferente segundo sexo; → acidente à veiculo motor -homens 15 a 24 anos; Isabelle Padilha 7 P2 - Epidemiologia I → prevalência de baixo peso ao nascer maior em faixas etárias extremas entre filhos de mãe com baixa escolaridade. · Capítulo XX da CID 10 sobre causas externas: → Acidentes de transporte terrestre; → Quedas; → Demais acidentes; → Agressões e intervenções legais (homicídios) → Lesões autoprovocadas intencionalmente (suicídios) → Eventos de internação intedeterminada → Causas externas · Um estudo sobre as hospitalizações por causas externas verificou que é mais comum em homens, na faixa etária de 20 a 39 anos e ais comum na raça branca. · A região mais aFngida com causas externas é o Sudeste. · Óbito segundo a CID (Classificação Internacional de Doenças), por sexo, em SC ↦ Foi feito outro estudo sobre as causas de mortes segundo o sexo e verificou que: → Nos homens há mais óbitos por causas externas (acidentes, homicídios, quedas) de mortalidade e morbiddade. → Nas mulheres é por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas. Mortalidade infan@l no Brasil, por regiões: → Indivíduos que residem na região Norte e Nordeste apresentam uma maior mortalidade infanFl. → Já, o Sul possui uma TMI bem inferior às demais regiões. · Religião: → IdenFfica grupos na população com diferentes perfis de morbimortalidade → Exemplos: • AbsFnência de fumo entre os mórmons = menor • Frequência de CA de pulmão em Utah-EUA; • Circuncisão em judeus = judias com maior frequência de um Fpo raro de câncer no colo do útero e judeus com menor frequência de câncer de próstata. · Caso COVID-19 (2020): → Dados de Wuhan podem ser automaFcamente generalizados para outras partes do mundo? → pesquisadores de insFtuições chinesas buscaram juntar os pontos do início, percurso e desfecho da doença nessas pessoas; → informações de prontuários, exames e dados demográficos e construíram modelos matemáFcos para idenFficar os fatores de risco que levaram à morte. Isabelle Padilha 8 P2 - Epidemiologia I · Fatores de risco vistos na China (e que se replicou nos outros países): → Idade avançada: • Pacientes que morreram: média 69 anos, Pacientes que sobreviveram: média 52 anos; → Comorbidades: • 191 pacientes analisados: 48% Fnha doenças crônicas (sobretudo, hipertensão 30% e diabetes 19%); → Complicações mais comuns: • Sepse (100% dos pacientes mortos e 42% dos sobreviventes) e insuficiência respiratória (98% versus 36%). ; → Intensidade dos sintomas: • Dois terços dos pacientes com manifestações graves ou muito graves. · As informações acima são importante para os outros países avaliarem medidas de prevenção e do que esperar. · Contribui para a definição de prioridades das ações de saúde, permi@ndo uma racionalização de recursos. · BRASIL: Ações de saúde pública tendo como base as informações das variáveis relacionadas às pessoas: → Isolamento social → Antecipação das vacinas da gripe para os idosos (a fim de reduzir as comorbidades e facilitar o diagnósFco) → Produção de respiradores Distribuição das doenças no ESPAÇO: · Percepção de que determinadas doenças ocorriam preferencialmente neste ou naquele lugar. · Importância consiste na determinação de condições e fatores de risco relacionados ao ambiente. · Análise espacial dados: visualização de mapas temáFcos até análise exploratória por ferramentas geoestalsFcas e modelagem matemáFca. · Permite associações de vizinhança definidas em função da distância entre regiões ou entre áreas de fronteira. · Desde Hipócrates, quase 500 a.C., já sabia-se que as doenças estão relacionadas ao espaço. · Hipócrates (480 a.C.): primeiros registros sobre a relação entre a doença e o ambiente onde ela ocorre → No seu livro “Ares, águas e lugares”, enfaFzou a importância do modo de vida dos indivíduos e analisou a influência dos ventos, água, solo e localização das cidades em relação ao sol, na ocorrência da doença . · Mapeamento: → Associação espacial entre mortes por cólera e suprimento de água, mesmo sem conhecer seu agente eFológico → Concentração de casos em áreas próximas a bomba d’água Broad Street · Médico sanitarista - Samuel Pessoa, Brasil (1898 - 1976): Escola de estudos em geografia médica no Brasil (medicina tropical), estudou doenças ocorridas mais comumente nos trópicos e transmiFdas através de vetores como esquistossomose, doença de Chagas, filariose, malária, entre outras. · Obs.: O combate não precisa estar relacionado ao medicamento, pode ser terminar com o vetor, proteção com telas (dengue). Isabelle Padilha 9 P2 - Epidemiologia I · AIDS em SC: Começou mais no litoral, sobretudo Itajai, por ser uma região de Porto. Espaço - An@gamente: · An@gamente as doenças se difundiam por migração, sobretudo, ao trabalho. → Ex.1: Linfoma de Burki�-neoplasma endêmico em terras baixas (abaixo de 164 m, alta pluviosidade e altas temperaturas) - Nova Guiné (Burki�, 1962); → Ex.2: Bócio endêmico -doença da Freóide devido a escassez de iodo -falta de iodo no solo (alimentos e água); → Ex.3: Psicose maníaco-depressiva é menos freqüente em áreas cujo solo é rico em sais de líFo (Dawsonetal, 1970). Tanto que o líFo é uFlizado no tratamento dessas doenças. · Conceito de ambiente mais relacionado ao aspecto geojsico: → Rios: caramujos, esquistossomose! → Criadouros: doenças transmiFdas por mosquito! → Chuvas: favorecem leptospirose! → Poluição: doenças respiratórias! → Área rural: acidentes animais peçonhentos! → Casas de taipa: barbeiro, Doença de Chagas! · Milton Santos (1926-2001): organização social do espaço e ocorrência de doenças! Isabelle Padilha 10 P2 - Epidemiologia I → Para o autor, o espaço é a resultante da relação entre a materialidade das coisas e a vida que as animam e transformam, sendo a necessidade da economia o fator que determina sua reorganização. · Organização social do espaço em função da economia: → “ Comprova-se então, que é anFgo o conhecimento referente à influência dos fatores sociais sobre a saúde dos grupos humanos. Contudo, muitos estudiosos fazem estudos epidemiológicos meramente descriFvos, nos quais só enfaFzam as análises dos vetores das enfermidades e suas consequências do organismo humano. Faz-se aqui uma defesa pela análise críFca relacionada ao tema da saúde, que se preocupe em analisar as patologias como um todo, pois a@ngindo as populações humanas, tais doenças são intrinscicamente dotadas de um caráter social” (Lucas Guedes Vilas Boas) · A economia e a polícia interfere na saúde, e vice versa. · No caso da COVID-19: é importante o país ter uma boa relação com os lugares que fornecem suprimentos e equipamentos. · Carátersocial da doença ↦ quais as políFcas públicas que não existem e favorecem a disseminação das doenças. Espaço - Atualidade: · A economia influencia o espaço e a ocorrência de doenças. → Ex.: 1º caso de COVID-19 no Brasil foi um indivíduo que viajou a Itália a trabalho. · Necessidade de rever o conceito de espaço enquanto categoria de análise, na perspecFva de melhor compreender o processo saúde-doença na coleFvidade · Conceito de ambiente influenciado por outras variáveis, para além do geojsico: → Hoje: globalização com rapidez de deslocamento: • Viagens: família, trabalho, turismo • Outros → AnFgamente: migração Espaço - An@gamente migrações: · Ex. Barker (1976): colonização de novas áreas em Altamira - Pará para construção da rodovia Transamazônica → A população imigrante apresentou um padrão de doença (maior gravidade) diferente da população autóctone “Síndrome Hemorrágica de Altamira”; → População imigrante era mais susceplvel. Na imagem: síndrome hemorrágica. · Ex. Barreto (1962) - imigrantes nordesFnos na Amazônia atraídos pela construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré na “era da borracha” -Excesso de óbitos por malária. Rodovia da Morte → Por conta dessa Síndrome, a rodovia Transamazônica ficou conhecida como rodovia da morte. Distribuição das doenças no TEMPO: · Compreensão, busca eFológica, prevenção de doenças e avaliação do impacto de intervenções em saúde. · Reconhecer padrões e tendências para a ocorrência de doenças ao longo do tempo. Isabelle Padilha 11 P2 - Epidemiologia I · Determinar os limites para as variações periódicas de um evento. · Compreensão das variações esperadas e não esperadas para a ocorrência de uma dada doença · Uma série temporal é um conjunto de observações ordenadas no tempo, no qual o desenho de estudo tem como unidade de análise uma fração do tempo (hora, dia, semana, mês, ano etc). · Obje@vos das séries temporais: descrição do comportamento, predição e controle. · Componentes: tendência; ciclos; sazonalidade componente aleatório (irregularidades). · Conglomerado Temporal de Casos: → Um grupo de casos para o qual se suspeita de um fator causal comum, que ocorre dentro de limites de intervalos de tempo, significaFvos, iguais, medidos a parFr do evento que supostamente foi a sua origem. → Ex.: Leptospirose, que é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira. · Segundo Medronho, Werneck e Perez (2009), são quadro os principais @pos de evolução temporal de uma doença: → Tendência secular ou histórica; → Variações cíclicas não sazonais; → Variações sazonais; → Variações irregulares. · Tendência secular ou histórica: Refere-se à análise das mudanças na frequência de uma doença (incidência, mortalidade, etc.) por um longo período de tempo, em geral, décadas. · O Brasil é referência mundial na prevenção (campanhas) e tratamento da AIDS (pelo SUS). · A parFr de 1999: há o fornecimento de medicamentos do tratamento da AIDS de forma gratuita e campanhas de conscienFzação. Isabelle Padilha 12 P2 - Epidemiologia I · Variações cíclicas não sazonais: Determinadas pelas flutuações na incidência de uma doença ocorridas em um período maior que um ano. → Ex.: doenças virais, nas quais existe um pico de incidência – ocasionado pelo elevado número de susceplveis e um posterior declínio (poucos susceplveis). → Outra forma de suscep@bilidade é provocada pela não cobertura vacinal. Onde não ocorre um pico de incidência, mas indivíduos começam a aparecer em pessoas não vacinadas. • Ex.: sarampo, com variações cíclicas de 3 anos no Brasil – fato diretamente influenciado pelo aumento de susceplveis (nascimento de crianças)! • Caso COVID-19: A suscep@bilidade é devido a mutação do vírus, como esse vírus é uma nova mutação toda população é susceppvel. Logo a a evolução temporal é muito rápida,pois ninguém tem imunidade contra o vírus. o A imunização virá ou pela vacina, ou por ter Fdo contado. Devido a essa suscepFbilidade (ninguém tem imunidade contra esse vírus) a evolução temporal do coronavrírus foi tão rápida. • Evolução temporal do COVID-19 na China: IdenFficada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, China:01/12/19 mas reportada em 31/121 • Evolução temporal do COVID-19 no mundo: - 11/03/20: OMS declarou o surto, - Até 21/03/20: pelo menos 282.395 casos em 180 países: - China: mais de 81 000 casos - Itália: mais de 47 000 casos - Espanha: mais de 25 000 casos - Alemanha: mais de 20 000 casos... - Brasil: 25 de fevereiro, homem que viajou à Itália a trabalho · Variações Sazonais: É a variação da incidência de uma doença que ocorre em sintonia com as estações do ano. As doenças infecciosas estão muito associadas a este @po de variação. Exemplos: gripe, dengue, malária. → No entanto, algumas doenças crônicas também sofrem influências sazonais, como é o caso da asma e da doença pulmonar obstruFva crônica. → Exemplos de SAZONALIDADE: • Ex. Mortalidade por d.cardiovasculares e d. respiratórias: aumenta-inverno e diminui -verão • Ex. Picadas de cobra e escorpião - maior incidência nos períodos chuvosos • Ex. Diarréias infecciosas infanFs guardam estreita relação com a eFologia e a forma predominante de transmissão: protozoários e bactérias -transmissão fecal-oral (diarréia de verão); Outras variações temporais: · CICLICIDADE: Picos na freqüência de uma doença ocorridos em um período maior que um ano ex. sarampo - ciclos bienais (antes das campanhas de vacinação): acúmulo de susceplveis · IRREGULARIDADES: alterações aleatórias ou inesperadas da frequência da doença, que não são explicadas pelos demais componentes da série histórica! ENDEMIA, EPIDEMIA, PANDEMIA Isabelle Padilha 13 P2 - Epidemiologia I Endemias: · Diferentemente do conceito de epidemia, o termo endemia refere-se à: “presença constante de uma doença dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por um período de tempo ilimitado” · Esse fenômeno acontece quando há uma constante renovação de susceplveis na comunidade e exposições múlFplas e repeFdas destes a um determinado agente. Como exemplo, podemos citar a endemia da malária na Região Norte do Brasil Epidemias: · Dizem respeito às variações não esperadas para a ocorrência de uma doença, que pode ser verificada através de técnicas estalsFcas que levam em consideração a distribuição normal ou já conhecida da doença no tempo (baseada em dados históricos). · Epidemia pode ser definida como sendo “a ocorrência, numa comunidade ou região, de casos da mesma doença, em números que ultrapassam niFdamente a incidência normalmente esperada” · Não representa necessariamente a ocorrência de um grande número de casos da doença, mas sim um claro excesso de casos quando comparada à freqüência esperada Num determinado espaço geográfico e período de tempo! · Doenças erradicadas ou inexistentes → o coeficiente de incidência que fixa o limiar epidêmico é igual a zero. Nesta situação apenas um caso poderá ser considerado uma ocorrência epidêmica! → Nas doenças erradicas o índice máximo esperado é zero, então quando há um caso já considera-se epidemia. Quanto à abrangência geográfica: · Surto epidêmico - restrito no tempo e espaço – Ex.: infecção alimentar em uma creche devido a contaminação da caixa d’água! · Epidemia – Ex.: dengue no município do Rio de Janeiro em 2001/2002! · Pandemia - aFnge dimensões conFnentais – Ex.: cólera, AIDS! Quanto à velocidade das EPIDEMIAS: · Epidemia explosiva (maciça): fase inicial com rápida progressão , pico de incidência em curto período de tempo, declinado logo a seguir; comunidade altamente suscelvel. Isabelle Padilha 14 P2 - Epidemiologia I → Ex.: intoxicação alimentar! Ex. 2: COVID-19! · Epidemia lenta: fase inicial com velocidade bem mais lenta, agentes com baixa resistência ao meio exterior, populações altamente resistentes ou imunes. → Ex.: AIDS!→ Obs.: água e sabão também é uma forma de matar o vírus da AIDS. Quanto ao mecanismo de transmissão: · Epidemia progressiva ou propagada: transmissão pessoa-pessoa ou por vetores → Ex.: meningite meningocóccica, AIDS e sarampo (em indígenas pode ser maciça)! · Epidemia por fonte comum: inexistência de mecanismo de transmissão hospedeiro- hospedeiro; veículo comum → Ex.: infecção alimentar! → Ex.: transmissão de cólera descrita por John Snow (por usar uma bica d’água em comum) Avaliação do Impacto: · Análise das mudanças na freqüência (incidência, mortalidade, etc.) de uma doença por um longo período de tempo, geralmente, décadas. · Ex: Interferência na tendência da incidência de infecção hospitalar, causadas respecFvamente por treinamento de pessoal da saúde (fator de proteção) e uma greve de médicos (como fator de risco)! · Introdução da combinação de pelo menos três drogas anF-retrovirais no tratamento da AIDS (1995) -tendência passou de ascendente para descendente (Piccio�o, 1998). Média: é a incidência · Média: somatório de todos os valores / número de observações Ex: 5 (primeiro dia), 5 (segundo dia), 10 (terceiro dia), 10 (quarto dia) média= (5+5+10+10) / 4 = 30/4 = 7,5 (no quarto dia da doença) 5 no caso do COVID-19 porque, sem restrições, uma pessoa infectada transmite a doença para 5 pessoas. Desvio Padrão: · Desvio padrão: raiz quadrada da variância · Variância: somatório do quadrado da diferença entre cada observação e a média dividido pelo número de observações - 1 (5-7,5)2 + (5-7,5) 2 + (10-7,5) 2 + (10-7,5) 2 / 4-1 = 8,3 Isabelle Padilha 15 P2 - Epidemiologia I raiz quadrada 8,3 = 2,9 Caso COVID-10 no Brasil: CURVA DA DOENÇA: · A parFr dessa curva (à esquerda) que se faz a curva tão noFciada do coronavírus. · A par@r do momento que tem a confirmação de 1 caso da doença na comunidade é feito um cálculo somatório, cumula@vo, dos casos da doença (A MÉDIA). · A curva da COVID é exponencial, uma vez que - sem medidas de isolamento - 1 pessoa contaminada transmite para mais 5 pessoas. · Quando grande parte da população já Fver sido contaminada, a curva começa a decair. · Na variação de 1 desvio padrão, 68, 26% dos casos estão incluídos. · A curva da imagem abaixo é feita a parFr de cálculos estalsFcos com dados de outros países e do nosso país a parFr da noFficação de 100 casos. · A parFr de 100 casos pode-se fazer uma esFmaFva de crescimento. · Tem uma demora maior para aFngir o platô, podendo prever um atendimento gradual dos indivíduos ao sistema de saúde. · Sem as medidas de isolamento, seria um crescimento exponencial. · Assim, as medidas de quarentena foram tomadas como forma de garanFr que o sistema de saúde tenha estrutura para o atendimento. Interpretações a par@r do gráfico de COVID-19: · A doença inicia com poucos novos casos seguido de crescimento muito elevado. · Crescimento exponencial entre 20 (China) a 46 dias (USA). → Então, o controle deve ser feito o quanto antes possível, pois com 20 dias já estará em crescimento exponencial. · Controle da fase inicial: reduz impacto nos sistemas saúde. · BRASIL: Interpretações úteis para planejamento Saúde Pública, a parFr do gráfico: → A parFr das análises de quem, ONDE e quando adoece. → Necessidade de fazer o maior número de testes possíveis Importância de encontrar barreira para controle do vírus → Importância de encontrar barreira para controle do vírus. Isabelle Padilha 16 P2 - Epidemiologia I → Ganhar tempo para equipar sistema de saúde! Isabelle Padilha 17 P2 - Epidemiologia I Vigilância Epidemiológica Conceitos: → Funções de análise temporal e espacial da ocorrência de doenças na população e a identificação de situações atípicas, tais como epidemias e clustering de doenças. → Clustering ! Monitoramento contínuo das informações da saúde → Organização de informações de determinadas variáveis heterogêneas, classificando grupos de indivíduos de acordo com características relativamente homogêneas! → Vigilância epidemiológica: Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. → Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos Funções da Vigilância Epidemiológica: → Coleta e processamento de dados → Análise e interpretação dos dados apresentados → Divulgação das informações → Análise dos resultados obtidos → Recomendações e promoção das medidas de controle indicadas. Monitoramento de dados: → Investigação epidemiológica: quem adoece, onde adoece e quando adoece. → O Brasil possui hoje no SUS sistemas de registros, uma rede de banco de dados na qual as informações de interesse de saúde pública começam no nível local, ou seja, de UBS (atenção primária a saúde). Além de informações coletadas em igrejas, cartórios e escolas. 1) Identificação da anomalia 2) Investigação epidemiológica 3) Coleta de dados 4) Registro de dados 5) Análise e interpretação Trabalho de campo: 1) Estabelecer ou confirmas diagnósticos 2) Identificar a fonte de infecção e o modo de transmissão 3) Identificar os grupos expostos ao maior risco e buscar casos secundários 4) Esclarecer as circunstâncias que propiciam a ocorrência e investigar fatores de risco 5) Determinar as principais características epidemiológicas do evento. Isabelle Padilha 18 P2 - Epidemiologia I Banco de dados: → CIEVS: Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde 1) Ministério da saúde 2) Secretaria de vigilância em saúde Principais Sistemas em Saúde: Condições de interesse: → AIDS e hepatites virais → Tuberculose → Doenças e Agravos não transmissíveis. Ex.: asma, diabetes. → Programa estadual de imunização → São doenças que quanto antes identificadas, tratadas ou prevenidas diminui o mal prognóstico e reduz os custos para o sistema de saúde. → Permite uma gestão pró-ativa: impedir que a doença ocorra ou cause muitos danos. → HIPERDIA: programa do SUS que atende hipertensos e diabéticos. Um dos maiores programas de sáude, devido sua prevalência na população. Ao identificar e tratar essas comorbidades diminui os possíveis custos futuros do SUS. Dados epidemiológicos: → Acidentes de transporte → Diabetes Mellitus → Doenças do Aparelho Circulatório → Doenças Respiratórias → Hepatites virais → Neoplasias malignas A vigilância no contexto das ações de saúde pública: Isabelle Padilha 19 P2 - Epidemiologia I Histórico: Tempo de Maomé: → As pessoas eram aconselhadas a NÃO se locomover para aonde havia epidemias. → Já aquelas pessoas que lá estavam NÃO deveriam sair. → Portanto, nessa época as pessoas eram analisadas de forma COLETIVA. SÉCULO XVIII iniciou a POLÍTICA MÉDICA: → Vigilância de pessoas através de medidas de isolamento ou de quarentena aplicadas INDIVIDUALMENTE e NÃO de forma coletiva. → Começou a se pensar a isolar do coleAvo um indivíduo afetado, para evitar a transmissão da sua doença para outras pessoas. → Ex.: navio que chega com pessoa que tinham peste ou cólera, as pessoas ficavam 40 dias em isolamento e só depois podiam desembarcar. SÉCULO XIX iniciou o CONTROLE DE PESTES: → Houve o surgimento da Comunicable Diseases Center nos EUA ! realizou o controle da malária nas regiões de guerra, já que essa doença se disseminou bastante nesse período → Notificaçõesde doenças. 1965 – KAREL RASKA: → Foi a primeira pessoa a cunhar a vigilância como epidemiológica ! cria esse termo “vigilância epidemiológica" ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE: → Houve a criação da unidade de vigilância epidemiológica na Divisão de Doenças Transmissíveis. SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: → Começou a serem feitas várias campanhas de erradicação, como para a malária e para a varíola. → A vigilância epidemiológica institui medidas urgentes para bloquear a transmissão de doenças. Principalmente com campanhas de vacinação. → Foram medidas eficientes, pois muitas dessas doenças foram erradicadas. → Além disso, elas foram importantes para evitar que muitas populações fossem erradicadas completamente, como ocorreu com os Maias. DÉCADE DE 60: → A vigilância epidemiológica se consolidou internacionalmente e no Brasil. → Com a experiência da Campanha de Erradicação da Varíola, a vigilância epidemiológica foi ampliada para outras doenças evitáveis por imunização. Isabelle Padilha 20 P2 - Epidemiologia I → Busca ativa casos de varíola ! detecção precoce de surtos ! bloqueio imediato da transmissão. 1975: → Na 5ª conferência Nacional de Saúde, foi instituído o SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. → Ainda não havia o SUS. → Lei número 8.080, 19 de setembro de 1990: Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigilância Sanitária: → Vigilância Sanitária: Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir os riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes: o Do MEIO AMBIENTE o Da PRODUÇÃO e CIRCULAÇÃO DE BENS o Da PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INTERESSE DA SAÚDE. → Exemplo: consumo de carne, para ter a venda de carne no mercado há uma cadeia de criação de gados, abatedouros, corte, armazenamento em frigoríficos, embalagem da carne. Todas essas etapas envolvem problemas sanitários desde o meio ambiente (onde o gado será criado), vacinação do gado. → Objetivo da Vigilância Sanitária: promover, proteger e garantir o acesso à saúde do consumidor, do trabalhador e da população. → Abrange a Vigilância Sanitárua: o Controle dos bens de consumo: direta ou indiretamente se relacionam com a saúde. Devem ser compreendidas todas as etapas e processos: da produção ao consumo. o Controle da prestação de serviços: direta ou indiretamente também se relacionam com a saúde. o Por exemplo: avalia as condições do HEMOSC. Vigilância Sanitária: → Objetivo: finalidade de recomendar e adotar medidas de promoção da saúde ambiental, prevenção e controle dos fatores de riscos relacionados às doenças e outros agravos à saúde. → Exemplos: o Água para consumo humano (ex: bomba de água em Londres, onde John Snow conseguiu mapear a fonte da cólera) o Ar o Solo o Contaminantes ambientais e substâncias químicas o Desastres naturais o Acidentes com produtos perigosos o Fatores físicos o Ambiente de trabalho Isabelle Padilha 21 P2 - Epidemiologia I Vigilância Epidemiológica: → Informação para ação. Obter INFORMAÇÃO PARA ter AÇÃO. → Objetivos: o Caracterizar o estado de saúde das populações o Definir prioridades: isso ocorre pois ela não consegue agir contra todos os fatores de risco em todos os lugares, principalmente no Brasil, que é um país muito extenso. o Avaliar programas o Estimular a pesquisa Funções da Vigilância Epidemiológica: → Coleta de dados: o “A obtenção dos dados é primordial para o cumprimento dos objetivos da vigilância epidemiológica.” Por isso o governo investe tanto nos programas de coletas de dados. o Processamento dos dados coletados o Análise e interpretação dos dados processados. → Recomendação das medidas de controle apropriadas: o Promoções das ações de controle indicadas o Avaliação da eficácia e da efeAvidade das medidas adotadas. → Divulgação de informações perMnentes. → É UM CICLO. → A vigilância epidemiológica foi imprescindível para a ERRADICAÇÃO de várias doenças, como a poliomielite. Tipos de Dados: Demográficos: → Número de habitantes e a sua distribuição segundo vários aspectos, como sexo, idade, comorbidades etc. → Calcular taxas e coeficientes para comparar entre as populações. → Censo demográfico: é feito pelo IBGE e é feito a cada 10 anos. → Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC): → Expectativa de Vida → Taxa de fecundidade → Podemos utilizar esses dados para calcular a taxa de mortalidade infantil, por exemplo. → Obs.: Os bancos de dados podem ser consultados a nível municipal e nacional. Isabelle Padilha 22 P2 - Epidemiologia I Morbidade: para quantificar o número de DOENTES. → Dados sobre as doenças já conhecidas, de agravos inusitados ou emergentes. → Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN): apesar do nome conter só agravo, este sistema também trata das DOENÇAS. → Dados relacionados ao SUS → Objetivo: o Propor uma metodologia para estimação da cobertura das informações de nascidos vivos por município brasileiro → Conclusão: o Mostrou-se que a cobertura das informações de nascidos vivos é adequada para grande parte dos municípios brasileiros, embora níveis inferiores a 60% ainda sejam encontrados em municípios localizados nas áreas mais pobres do país. → Sistema de informações de Saúde do SUS (DATASUS) → Sistema de informada hospitalar (SIH-SUS) → Sistema de informação ambulatorial (SIA-SUS): inicialmente foi criado com objetivo apenas estatístico. Posteriormente adquiriu funções muito importantes dentro da vigilância epidemiológica o Ex.: Internações hospitalares segundo o município por DIP (CID-10) o Ex.: Avaliar as informações obtidas no SINASC (sistema de informações sobre os nascidos vivos). Há carência de informações principalmente no Norte e Nordeste onde as crianças nascidas são pouco registradas. Mortalidade: para quantificar o número de ÓBITOS. → Declaração de óbitos → Sistema de Informação de Mortalidade (SIM): → Distribuição de óbitos segundo a faixa etária (pode ser feita através do Indicador de Nelson Moraes) e de condições de saúde. → Avaliar a Letalidade nos fornece informações sobre a agilidade de assistência médica em efetuar o diagnóstico e instituir o tratamento. o Exemplo: letalidade da meningite meningocócica; letalidade do COVID-19. o O número de casos suspeitos de hantavirose tem aumentado em cada ano no estado, sem refletir no aumento do número de casos confirmados, porém com aumento na letalidade. → Obs.: Informações de cartórios informam sim sobre a mortalidade. → A capacidade de diagnóstico interfere na relação do número de casos suspeitos e confirmados. → Existe situações de duplicação de notificação, devido a vigilância epidemiológica participava. → A vigilância prefere ter casos duplicados do que não ter a notificação. Outras fontes de dados: → Busca ativa de dados (prontuários hospitalares/ambulatoriais; comunidade) Isabelle Padilha 23 P2 - Epidemiologia I → Área de situação de risco (ex. órgãos governamentais de controle de tráfego) → Laboratórios, farmácias e indústria de medicamentos (ex.HEMOSC) → Imprensa e a comunidade (aliadas) Aplicações da Vigilância Sanitária: → Vigilância epidemiológica utiliza os conceitos da epidemiologia descritiva. → Estimar a magnitude dos problemas de saúde e a mortalidade decorrentes de agravos à saúde, o Verifica se os casos de AIDS em um país estão aumentando ao longo do tempo, por exemplo. → Descrever a história natural de uma doença, → Auxiliar o planejamento em saúde de uma determinada comunidade. → Gerar hipóteses acerca da ocorrência de doenças. Exemplo: surto de sarampo no norte do país ! foi observado pela vigilância epidemiológica que a sua causa era a transmissão do vírus pelos venezuelanos que estavam entrando no país. → Avaliar as medidas de controle. Exemplo: fechar a fronteirado país para evitar a entrada de doenças. → Monitorar as alterações do perfil dos agentes infecciosos: por meio do diagrama de controle. OBS: ela que realiza a confecção dos diagramas de controle. → Detectar epidemias e novos problemas de saúde, → Monitorar alterações do perfil de agentes infecciosos, → Identificar mudanças dos fatores determinantes de doenças, → Caracterizar a distribuição geográfica e temporal das doenças, o Exemplo de um diagrama de controle. o Verifica-se que a doença meningocócica saiu do canal endêmico no período observado, se tornando uma epidemia. o Lembrar que se calcula o nível endêmico, que seria a média dos casos naquele mês observado. o Posteriormente o limite máximo superior é calculado 1,96 x a média. o Vigilância epidemiológica cria GRÁFICOS sobre uma determinada doença. o Demonstrou que a partir de 1992, após a realização das campanhas de vacinação em massa, houve uma diminuição significativa no número de óbitos por sarampo no Brasil. o Nesse caso, a campanha de vacinação foi EFETIVA. Efetividade é quando se avalia as condições/ resultados o Demonstrou que a partir de 1989, por meio da vacinação, o número de casos e de óbitos por poliomielite diminuiu consideravelmente. o Se hoje for registrado 1 caso no Brasil de poliomielite, é considerado uma EPIDEMIA, pois ultrapassará o limite superior máximo. Isabelle Padilha 24 P2 - Epidemiologia I → Exemplos o Detectar epidemias e novos problemas de saúde o Monitorar alterações de perfil de agentes infecciosos o Identificar mudanças dos fatores determinantes de doenças o Avaliar as medidas de controle o Todas as pessoas que consumiram caldo de cana tiveram que fazer os teste mesmo sendo assintomáticas. → 04/03/2005: Caso suspeito - notificação imediata por aparecimento dos sintomas em comum, → 11/03/2005: Interdição - não é necessário aguardar a confirmação do caso suspeito → 19/03/2005: Caso confirmado - exame laboratorial por parasitológico, Elisa e Imunofluorescência Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica: → NÍVEL NACIONAL: o Ministério da saúde o Conselho NACIONAL de saúde → NÍVEL ESTADUAL: o Secretaria ESTADUAL de saúde ! Local da vigilância epidemiológica em Santa Catarina. o Conselho ESTADUAL de saúde → NÍVEL MUNICIPAL: o Secretária MUNICIPAL de saúde o Conselho MUNICIPAL de saúde → NÍVEL LOCAL: o Centros e postos de saúde (UBS) o Hospitais o Igrejas o Escolas Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsória: → É uma lista de doenças que devem ser notificadas imediatamente quando são diagnosticadas pelos médicos. → Importante: o médico DEVE saber quais as doenças tem notificação compulsória na cidade onde trabalha. → Botulismo → Carbúnculo ou “antraz” → Cólera Isabelle Padilha 25 P2 - Epidemiologia I → Coqueluche → Dengue → Difteria → Doença de Chagas (casos agudos) → Doença meningocócica e outras meningites (inclusive por Haemophilus influenzae) → Esquistossomose (em área NÃO endêmica) → Febre amarela → Febre do Nilo → Febre Maculosa → Febre Tifóide → Hanseníase → Hantaviroses → Hepatites virais → Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical → Leishmaniose Tegumentar Americana → Leishmaniose Visceral → Leptospirose → Malária → Peste → Poliomielite → Paralisia flácida aguda → Raiva humana → Rubéola → Síndrome da rubéola congênita → Sarampo → Sífilis congênita → Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) → Síndrome Respiratória Aguda Grave → Tétano → Tularemia: doença febril causada por Francisella tularensis; pode ser semelhante à febre tifoide. Afeta principalmente coelhos. → Tuberculose → Varíola CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE AGRAVOS SUJEITOS A NOTIFICAÇÃO: → Vulnerabilidade → Potencial de disseminação Isabelle Padilha 26 P2 - Epidemiologia I → Transcedência → Vulnerabilidade → Compromissos internacionais → Regulamento sanitário internacional → Epidemias, surtos e agravos inusitados Magnitude: → Doenças com elevada frequência → Doenças que afetam grandes contingentes populacionais → Doenças que se traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos potenciais de vida perdidos. Potencial de Disseminação: → É medido pela transmissibilidade da doença. → Doenças que possam provocar epidemias (Ex: COVID-19)! lembrar que NÃO são apenas as doenças infectocontagiosas que podem causar epidemias. Exemplo: obesidade. Transcendência: → É definido por um conjunto de características apresentadas por doenças e agravos de acordo com a sua apresentação clínica e epidemiológica, sendo as mais importantes: → SEVERIDADE: é medida por taxas de letalidade, hospitalizações e sequelas. Isso mostra, que os agravos também são levados em consideração. → RELEVÂNCIA SOCIAL: significa o VALOR que a sociedade imputa à ocorrência do evento, em termos de estigmatização dos doentes, medo, indignação, quando incide em determinadas classes sociais. Isto é, valor que a sociedade coloca naquela doença que afeta um indivíduo e que é responsável pela ocorrência de pânico, ansiedade, etc → RELEVÂNCIA ECONÔMICA: é a capacidade potencial de afetar o desenvolvimento, o que as caracteriza como mediante as restrições comerciais, perdas de vidas, absenteísmo ao trabalho (pessoas que faltam constantemente ao trabalho), custo de diagnostico e tratamento. Dessa forma, há menor produção no país em questão. → Impacto que uma doença pode ter em uma epidemiologia. → Tem a correlação entre os sinais e sintomas clínicos da doença com os seus dados epidemiológicos. Vulnerabilidade: → Existência ou AUSÊNCIA de instrumentos de prevenção e controle da doença possibilitando intervenções efetivas. Ex: ausência de leitos em UTI e respiradores para a COVID-19. Compromissos Internacionais: → São firmados pelo governo brasileiro no âmbito de organismos internacionais, como a OPAS/OMS que visam empreender esforços conjuntos para o alcance de metas continentais ou até mundiais de controle, eliminação ou erradicação de algumas doenças. Isabelle Padilha 27 P2 - Epidemiologia I → A OMS recebe fundos dos países para desempenhar sua ação. O Brasil está em atraso com seus pagamentos para a OMS. Os Estados Unidos cancelaram o pagamento dos fundos da OMS. Regulamento Sanitário Internacional: → As doenças que estão definidas como de notificação compulsória internacional são incluídas obrigatoriamente nas listas nacionais de todos os países membros da OPAS/OMS. OBS: Brasil faz parte da OPAS/OMS. → Atualmente apenas 3 doenças são inclusas nessa condição de notificação compulsória internacional: o PESTE NEGRA, CÓLERA E FEBRE AMARELA. → Lembrar sempre de higiene e de sanitarismo básico. → EPIDEMIAS, SURTOS E AGRAVOS INUSITADOS: qualquer doença sob estas formas devem ser noAficadas aos níveis hierárquicos superiores, pelo meio mais rápido de comunicação disponível. Definição de caso para Vigilância Epidemiológica: Caso Suspeito: → Deve incluir os sinais e sintomas clínicos sugestivos da doença em questão, de tal forma a abranger a maioria dos casos, mas não deve ser excessivamente amplo a ponto de incluir muitos casos de outras doenças. → É recomendável não considerar como caso suspeito pessoas que possuem sintomas muito inespecíficos, pois isso ampliaria muito o número de casos, dificultando a análise pela vigilância epidemiológica. Notificação de Caso Suspeito: → IMEDIATA: notificar em menos de 24 horas. Exemplos de doenças de notificação imediata: o Sarampo o Meningite o Difteria o COVID-19 → MEDIATA: notificar por semana. o AIDS o Tuberculose o Hepatites virais Notificação Negativa: → É obrigatória também. → Informar que não tem ninguém com uma determinada doença. Isto é, que não existem casos daquela doença. o Objetivo: alimentar o sistema para verificar se ele está funcionandode maneira correta. Além disso, é utilizada para realizar gráficos de controle. o Serve tanto para doenças de notificação imediata quanto de notificação semanal. Isabelle Padilha 28 P2 - Epidemiologia I o É aquele em que a pessoa possui a presença da causa necessária para o desenvolvimento da doença. Exemplo: presença de anticorpos contra a presença do agente etiológico no corpo. Se eles estiverem presentes é porque existe a presença do antígeno no corpo da pessoa também. →A confirmação do caso pode ser feita por meio de: o Critérios CLÍNICOS: exemplo dos espasmos de tétano. o Critérios LABORATORIAIS: exemplo ! presença da bactéria Salmonella typhi no organismo (agente causadora da febre Afoide). o Critérios EPIDEMIOLÓGICOS: exemplo ! câncer de exposição à radiação. → Esses critérios dependem das características epidemiológicas da doença. Por exemplo: para se confirmar casos autóctones e cólera em uma região sem transmissão é necessário confirmação laboratorial. → Obs.: só se pode confirmar um caso a partir dos critérios estabelecidos acima. Antes disso, ele é apenas um caso suspeito. → CASO PRIMÁRIO: corresponde ao primeiro caso em toda a região considerada, a parar do qual outros indivíduos susceptíveis se infectaram. → CASO SECUNDÁRIO: são aqueles indivíduos que, após o contato com o caso primário, se infectam e/ou adoecem dentro de um intervalo de tempo compatível com o período de incubação da doença. → CASO ÍNDICE: primeiro caso diagnosticado que chega ao conhecimento das autoridades de saúde, que pode não ser o caso primário. Isto é, a pessoa foi noAficada pelo médico antes do desenvolvimento do caso primário. Isabelle Padilha 29 P2 - Epidemiologia I Isabelle Padilha 30 P2 - Epidemiologia I Isabelle Padilha 31 P2 - Epidemiologia I Epidemiologia das principais doenças transmissíveis DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS: Vigilância-resposta: Mensagens-chave da aula: → Novas doenças transmissíveis estão surgindo, enquanto outras reaparecendo (mudanças sociais/ ambientais); → Carga de doenças transmissíveis: ameaça conlnua para a saúde pública em todos os países; → Métodos epidemiológicos permitem a vigilância, prevenção e controle de surtos de doenças transmissíveis; → O Regulamento Sanitário Internacional tem por objeFvo facilitar o controle de novas epidemias. Definição de Doença Transmissível: → Uma doença transmissível (ou infecciosa) é aquela causada pela transmissão de um agente patogênico específico para um hospedeiro suscelvel. Agentes infecciosos podem ser transmiFdos para humanos: o Diretamente, de outros humanos ou animais infectados, ou o Indiretamente, através de vetores, parlculas aéreas ou outros veículos. Transmissível X Contagiosa: → A doença transmissível precisa de um vetor (insetos, roedores...) ou veículos (roupas, talheres, água, leite, alimentos, sangue); → A doença contagiosa pode ser transmiFdas pelo toque, contato direto entre os seres humanos, sem a necessidade de um vetor ou veículo interveniente. → Malária: transmissível mas não contagiosa; → Sarampo e sífilis: transmissível e contagiosa Doença sem infecção: → Staphylococcus aureus é uma bactéria que pode infectar diretamente os seres humanos, mas a intoxicação estafilocóccica é causada pela ingestão de alimentos contaminados com uma toxina que a bactéria produz. Papel da epidemiologia: → Se desenvolveu a parFr do estudo dos surtos de doenças transmissíveis → Descrição das circunstâncias associadas ao aparecimento de epidemias; → Aumentado da capacidade de controlar a dispersão das mesmas: vigilância, prevenção, quarentena e tratamento. Carga da Doença: → O indicador uFlizado no estudo da carga de doença é o DALY, as informações de mortalidade são insuficientes para dar um panorama da qualidade de vida; → DALY procura combinar dois indicadores: mortalidade e morbidade; o medir simultaneamente tanto o efeito da mortalidade quanto da morbidade; o problemas de saúde que afetam a qualidade de vida dos indivíduos. Isabelle Padilha 32 P2 - Epidemiologia I EPIDEMIAS E ENDEMIAS: → nº casos necessários para definir: varia de acordo com o agente, o tamanho, Fpo e susceFbilidade da população exposta e momento e local; → A dinâmica da epidemia depende: caracterísFcas do agente, modo de transmissão e susceFbilidade dos hospedeiros; → Um pequeno número de bactérias, vírus e parasitas causa a maioria das epidemias - VACINAS??? → Epidemia por fonte comum: susceppveis são expostos simultaneamente, rápido aumento no número de casos! o cólera; o controle efeFvo: remoção do acesso à fonte; o mesmo desconhecendo o agente (John Snow) o Obs.: não é o caso do COVID-19. Isabelle Padilha 33 Epidemiologia Básica 2a edição. Bonita R, Beaglehole R. Kjellström T. Fonte: InternetEpidemiologia Básica 2a edição. Bonita R, Beaglehole R. Kjellström T. Fonte: Internet DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Epidemias e endemias DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Epidemias e endemias Epidemia por fonte comum: susceptíveis são expostos simultaneamente, rápido aumento no número de casos! cólera, COVID-19; controle efetivo: remoção do acesso à fonte, mesmo desconhecendo o agente (John Snow)! P2 - Epidemiologia I Imunidade: → Imunidade adquirida ou vacinas: com um indivíduo imune, mas ainda assim quatro ficaram protegidos, apesar de três serem suscelveis! Grande aumento do nº de casos em dias: • COVID-19: Sem as medidas de isolamento 1 pessoa infectada transmite para 5 pessoas. Por outro lado, com as medidas de isolamento 1 pessoa transmite para 2,4 pessoas. Grande aumento do nº de casos em décadas: • Incidência AIDS, Brasil e SC, 1984-2004 → Epidemia por propagação (contágio): doença é transmiFda de uma pessoa para outra= incremento no de casos é lento! o SARA (síndrome da angus@a respiratória aguda) em 2003 se espalhou por 26 países e os principais afetados foram os profissionais da saúde. Nº de casos de acordo com o AGENTE ETIOLÓGICO: → Hepa@te A: sexual, alimentos (oral-fecal), condições de saneamento → Hepa@te B: relações sexuais desprotegidas, uso drogas injetáveis, procedimentos sem esterilização de equipamentos → Hepa@te C: uso comparFlhado de materiais injetáveis em procedimentos invasivos, como acupuntura, hemodiálise, manicures, etc. Isabelle Padilha 34 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Imunidade Imunidade adquirida ou vacinas: com um indivíduo imune, mas ainda assim quatro ficaram protegidos, apesar de três serem suscetíveis! Círculos pretos: infectados Círculo cinza: imune Círculso brancos: protegidos Epidemiologia Básica 2a edição. Bonita R, Beaglehole R. Kjellström T. Fonte: Internet 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 19 84 19 85 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 ta xa p or 1 00 00 0 BR TOT SC TOT P2 - Epidemiologia I Epidemias e endemias: → Endemias: uma área geográfica apresenta um padrão de ocorrência relaFvamente estável → mudanças nas condições do hospedeiro, do agente ou do ambiente: doença endêmica pode tornar uma epidemia! → Ex.: Na Europa, durante a Primeira Guerra Mundial ocorreu retrocesso no controle da varíola (como mostra a imagem abaixo) Nº de casos de acordo com o CLIMA: → Malária e dengue: mosquito é vetor, áreas endêmicas limitadas por condições climáFcas! → Regiões muito frias ou secas: mosquito não consegue sobreviver ou reproduzir! → Mudanças nas estações do ano ou climáFcas globais podem tornar doenças endêmicas: EMERGENTES! Infecções emergentes ou reemergentes: → Final século XX: emergiram ou reemergiram mais de 30% doenças transmissíveis até então desconhecidas → Maior impacto: HIV/AIDS → Febres virais hemorrágicas: Ebola, Crimeia-Congo, febre amarela, febre do Nilo e dengue → Outras incluem: poliomielite, a SARA e a influenza A e agora COVID-19. Doenças transmissíveis com potencial endêmico: → A Rede Mundial de Alertae Resposta a Surtos Epidêmicos → Colaboração entre insFtuições/países (no@ficar a OMS) → Regulamento sanitário internacional, coordenado internacionalmente pela OMS e, no Brasil, desde 2005, ANVISA: os países que pertencem a OMS tem a responsabilidade de noFficar algumas doenças, a fim de prevenir a contaminação em outros países. o Combate a dispersão internacional de surtos; Isabelle Padilha 35 Na Europa: durante a Primeira Guerra Mundial ocorreu retrocesso no controle da varíola ! DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS P2 - Epidemiologia I o Assegura assistência técnica apropriada regiões afetadas; o Contribui para a preparação da resposta às epidemias. → Mudanças no hospedeiro, agente ou condições ambientais são geralmente consideradas como responsáveis por epidemias. → Essas mudanças no agente ocorrem e os hospedeiros podem ser susceppveis a esses agentes, devido a isso ocorre uma grande epidemia a cada 100 anos. o Exemplos: di�eria, sífilis e gonorreia no leste europeu nos anos 1990! o Exemplos: COVID-19 atualmente o Em 2020, faz 100 anos da gripe espanhola (muito disseminada na 1 GM) CADEIA DE INFECÇÃO: Agente EFológico: → Patogenicidade do agente: é a capacidade de produzir uma doença (doentes/expostas); → Virulência: uma medida de gravidade da doença (vírus atenuado= vacina); → Dose infec@va: quan@dade requerida para causar infecção em um indivíduo suscepvel; o A quanto desse agente preciso estar exposta para um indivíduo suscelvel desenvolver essa doença. Ex.: quanto de vírus tem que ter na super�cie para eu ter uma contaminação cutânea, ou quanto tem que ter num copo d’água para uma transmissão oral. → Reservatório do agente: e seu habitat natural (humanos, animais e fontes ambientais); → Fonte de infecção: pessoa ou objeto de onde o hospedeiro adquire a doença. → Processo de transmissão: Forma de difusão do agente infeccioso para o ambiente ou para outra pessoa (imagem abaixo, representa os processos de transmissão direta e indireta) Hospedeiro: → Pessoa ou animal que proporciona um local adequado para que um agente infeccioso cresça; → Ponto de entrada varia: inclui pele, mucosa, e tratos respiratório e gastrointesFnal; → Grau de resistência do hospedeiro determinante o desfecho. Isabelle Padilha 36 Cadeia de Infecção DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS agente infeccioso processo de transmissão hospedeiro ambiente entendimentomedidas em saúde epidemiologia epidemiologiaepidemiologia epidemiologia P2 - Epidemiologia I Imunização do hospedeiro (vacinas): → Agente infeccioso vivo modificado (como no sarampo) ↦ vírus atenuado (vivos, mas sem condições de interagir com nossas células e infectá-las). → Suspensão de organismos mortos (como na coqueluche) ↦ tem apenas o epitopo do vírus, o qual também não consegue interagir com nossas células. → Toxina ina@vada (como no tétano) ↦ não tem o microorganismo, apenas a toxina. → Polissacarídeo bacteriano (Streptococos pneumoniae) ↦ não tem o vírus como um todo, apenas o epítodo, que já é o necessário para iniciar uma resposta imunológica. Ambiente: → Condições sanitárias: temperatura, poluição do ar, saneamento básico e qualidade água! → Fatores socioeconômicos: densidade populacional, aglomeração e pobreza. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: Inves@gação e controle de epidemias ↦ Papel da Vigilância Epidemiológica nesse contexto: → invesFgação preliminar → idenFficação e noFficação dos casos → coleta e análise dos dados → manejo e controle → divulgação resultados e acompanhamento Obs.: → A maioria das doenças de no@ficação compulsória tem vacina. E essa forma de no@ficação serve para haver um monitoramento da eficácia das campanhas de vacinação. Obje@vos da Vigilância Epidemiológica: → Sistemas de alerta precoce para uma resposta imediata a doenças transmissíveis → Respostas planejadas aos casos de doenças crônicas → SISTEMAS DE NOTIFICAÇÃO → IdenFficar casos isolados ou agrupados, → Avaliar impacto para a saúde pública, → Medir fatores de risco para a doença, → Medir efeFvidade de medidas em saúde, → Planejar e fornecer atenção aos doentes. Isabelle Padilha 37 P2 - Epidemiologia I Ao es@mar a magnitude de uma epidemia: → Aumentar o compromeFmento das pessoas; → Mobilizar as comunidades; e → Defender a necessidade de maiores recursos. Principais conquistas do SUS: → De 1980 a 2016: Redução (quase total) da taxa de incidência de coqueluche, di�eria, poliomeite, sarampo e tétano neonatal. Muitas das reduções drásFcas foram pela implantação de vacinas oferecidas pelo SUS. → Porém, ainda há problemas com doenças novas e reemergentes. → Forte declínio: Doenças infecciosas e parasitárias preveníveis por vacinação o diarréias, a doença de Chagas, a esquistossomose, a raiva humana, as hepaFtes A e B, a filariose linfáFca, e a oncocercose; o poliomielite, sarampo, rubéola, o vacinas tríplice bacteriana e tetravalente: di�eria, tétano, coqueluche e infecções pelo H. influenzae Fpo B; o a parFr 2011: aumento na incidência de coqueluche; o no Brasil (implantado programa especifico no SUS); o Pneumonias e influenza o Doenças diarréicas o HepaFte A : baixa endemicidade (39,5% de portadores) o Esquistossomose o Doença de Chagas o Raiva Humana o Filariose linfáFca o Oncocercose → Persistem como problema: apesar de presentarem tendência de estabilidade de morbimortalidade e carga de doença reduzida o Hanseníase o Tubercuolse o Tracoma o Malária o Doença meningocócica o Geohelminlases e protozooses intesFnais o CisFcercose o Toxoplasmose Isabelle Padilha 38 P2 - Epidemiologia I o Febre Ffoide o Sífilis e Sífilis congênita o Outras doenças sexualmente transmissíveis o Peste o Varicela o Micoses sistêmicas CONCLUSÃO SOBRE AS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS: → importante impacto sobre o perfil de morbimortalidade por doenças transmissíveis, → especialmente após implantação do SUS, → preocupação com doenças emergentes e reemergentes: necessitam conhecimento cienlfico, → extraordinário declínio da morbidade por doenças imunonopreveníveis e as DT, → também contribuíram programas sociais e econômicos à população mais carente! Consolidando ↦ Mensagens-chave da aula: → Novas doenças transmissíveis estão surgindo, enquanto outras reaparecendo (mudanças sociais/ ambientais); → Carga de doenças transmissíveis: ameaça conlnua para a saúde pública em todos os países; → Métodos epidemiológicos permitem a vigilância, prevenção e controle de surtos de doenças transmissíveis; → O Regulamento Sanitário Internacional tem por objeFvo facilitar o controle de novas epidemias. Isabelle Padilha 39 P2 - Epidemiologia I Doenças Não Transmissíveis: Epidemiologia dos principais agravos crônicos DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: → Tendências recentes nas taxas de mortalidade → Enquanto as doenças trasmissíveis declinaram nos úl@mos anos, as doenças crônicas estão em ascensão. O mundo está passando por uma transição demográfica no que se refere as doenças. → Condições crônicas e infecciosas reduziram mortalidade total ao longo do úlFmo século. Exemplo: no Brasil respondiam por 45% de todas as mortes em 1930, mas somente 5% em 2003. → Em contraste, a proporção atribuída para as doenças cardiovasculares aumentou de 12% em 1930 para 31% em 2003. → As doenças crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares, tem potencial preven@vo. A maior parte das doenças tem fatores de risco MODIFICÁVEIS. Tabagismo, álcool, dieta não saudável e sedentarismo são os principais fatores modificáveis! Bases da Prevenção: → As doenças crônicas são as principais causas de morte em quase todos os países, → Isto representa 61% de todos os óbitos ocorridos no mundo, e 48% da carga global de doença, → Aproximadamente 20% dos óbitos por doenças crônicas não transmissíveis ocorrem em países de renda alta, enquanto 80% ocorrem nos países de renda média e baixa, onde vivea grande maioria da população mundial; → Acidentes respondem por quase 10% de todos os óbitos; → Problemas de saúde mental são os principais contribuintes para a carga de doença, → Deficit visual e cegueira, surdez parcial ou total, doença oral decorrente de distúrbios genéFcos: importante carga, → Projeções indicam que nos próximos 10 anos os óbitos devido às DCNT aumentarão em 17%, → De 64 milhões de pessoas que morreriam em 2015, 41 milhões seria em decorrência de DCNT. → Estresse: favorece muito distúrbios mentais. → O potencial prevenFvo das doenças deve ser avaliado, para evitar a instalação da doença. Por que podemos prevenir? Porque a maior parte das causas são conhecidas, os fatores de risco são iguais, pequeno n ú m e r o d e f a t o r e s d e r i s c o modificáveis (ex: estresse, consumo excessivo de açúcar, sal, colesterol) explica a maior parte dos casos de doenças, e as intervenções estão disponíveis e são amplamente aplicáveis. Isabelle Padilha 40 P2 - Epidemiologia I → Variações geográficas na ocorrência de doenças: o aumento do tabagismo na França ocorreu algumas décadas após o aumento no Reino Unido: → Reino Unido: na década de 1950 a taxa de mortalidade por câncer de pulmão relacionado ao tabagismo era maior nos homens, a diminuição dessa taxa se deu por medidas de prevenção primária e primordial (ex: taxar o produto com maior imposto). → França: o hábito de fumar se iniciou mais tarde, então a mortalidade por câncer de pulmão surge depois. → Essa mudança nas taxas de mortalidade se deu devido a ações de PREVENÇÃO PRIMORDIAL. Eles aumentaram o valor do produto, colocaram mais taxas e impostos. Conforme o preço aumenta, diminui-se o consumo. O que prevenir? → Envolvimento de diferentes profissionais na saúde pública: enfermeiras da saúde pública, médicos comunitários, psicólogos, economistas, fisioterapeutas, sanitaristas, peritos em poluição ambiental e saúde ocupacional. → No brasil, há campanhas anFtabagismo e os CAPS para problemas com álcool. NÍVEIS DE PREVENÇÃO: → Prevenção primordial: inibir o acesso, por exemplo, ao aumentar o valor de um produto ↦ atua nos determinantes mais distais da doença (socioeconômico e ambiental). Estabelecer condições para que a pessoa nem comece a fumar. → Prevenção primária: atua em fatores causais específicos, reduzindo a incidência de doenças. Isabelle Padilha 41 P2 - Epidemiologia I → Prevenção secundária: atua quando a doença já está instalada, mas em um estado precoce. → Prevenção terciária: doença instalada há tempos. Intervenção no tratamento e reabilitação. → A prevenção PRIMORDIAL é a MAIS EFETIVA. Quanto antes age melhor. → A prevenção primária, secundária e terciária aumentam o nível de complexidade. Mas reduzem eficácia a medida que a doença já se estabeleceu. Estratégias: → Quando antes atuarmos na prevenção melhor e também depende da estratégia aplicada, de que maneira se faz essa prevenção. Estratégia que envolva toda a população ou individual, cada uma tem sua vantagem e desvantagem. → Usar uma estratégia populacional para aFngir um grupo em que só 10% tenha a doença é uma estratégia muito radical e tem um pouco bene�cio em nível individual. Ex.: cartaz, outdoor: aFnge a população como um todo, mas é capaz do indivíduo que especificamente tenha a doença, não seja aFngido. → Estratégia individual é voltada para o indivíduo de alto risco, mas tem como desvantagem: efeito limitado e temporário. Sobretudo, para as doenças crônicas as pessoas não conseguem manter uma mudança de comportamento por muito tempo. Isabelle Padilha 42 Epidemiologia Básica 2a edição. Bonita R, Beaglehole R. Kjellström T. Fonte: Internet P2 - Epidemiologia I Prevenção Primordial: → Prevenção primordial ao tabagismo: taxações e aumento de impostos sobre esse produto → Prevenção primária DCV: redução níveis de colesterol. o A maioria das mortes atribuídas à doença coronariana ocorre entre aqueles com nível médio de colesterol, onde se encontra a maioria da população. o Prevenção primária depende de mudanças que levem à redução do risco médio na população, portanto, deslocando a distribuição para um nível mais baixo. o Como a maior parte da população está concentrada no colesterol de nível médio, o foco das ações preven@vas deve ser passar a população do colesterol médio para o baixo, não do alto para o médio. o Pois como a maior parte populacional tem colesterol médio, há mais morte desse grupo (pelo maior número de pessoas) Prevenção Secundária e Terciária: a doença já está instalada. Prevenção Secundária: → Prevenção secundária: exemplo é a prevenção ao câncer de colo de útero! → Mais ú@l nas doenças que tem um grande tempo entre o diagnós@co e o início do tratamento, para dar tempo de intervir nessa doença. → ObjeFvo de reduzir as consequências mais graves da doença através do diagnósFco precoce e do tratamento! o Reduzir o tempo da doença e sua gravidade. → Pode ser aplicada somente a doenças cuja história natural inclua um período inicial, em que possa ser facilmente idenFficada e tratada ! → Requisitos: (1) método de detecção seguro e acurado, preferivelmente estágio pré-clínico; (2) existência de um método efe@vo de intervenção! Prevenção Terciária: → Prevenção terciária: obje@vo principal Reinserção social! → Reabilitação de pacientes com poliomielite, acidente vascular cerebral, acidentados, com cegueira...! → Grande melhora no bem-estar individual e na renda familiar (população jovem principalmente)! → Importância do sistema de previdência social! → Estudos epidemiológicos: idenFficar situação econômica das pessoas doentes! Isabelle Padilha 43 P2 - Epidemiologia I Epidemiologia dos principais agravos de causas externas à saúde PRINCIPAIS AGRAVOS DE CAUSAS EXTERNAS À SAÚDE: → Obs.: inclui, por exemplo, ferimentos por arma de fogo tanto de forma intencional, quanto não intencional. Essas agressões externa estão muito relacionadas ao gênero, bem mais comum em homens. As várias transições: uma questão mundial → Epidemiológica: Mortalidade por DNT supera DT o Dupla carga de doenças o Agenda não concluída → Nutricional: Mudanças na alimentação e redução da aFvidade fisica → Demográfica: Envelhecimento populacional acelerado o No Brasil, segundo o Ins@tuto Brasileiro de Geografia e Estaps@ca (IBGE), a expecta@va de vida ao nascer, em 2019, é de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens. → Globalização: Difusão rápida de hábitos e padrões de comportamento (Por exemplo, uma maior uso de tela (como computadores, celulares, televisão) está relacionado a um maior índice de obesidade, Isabelle Padilha 44 P2 - Epidemiologia I → Com o passar do tempo a EFETIVIDADE das medidas preven@vas de causas externas DIMINUEM. Ex.: Lei Seca ou radares no começo, quando implantados, @nha bem mais adesão e efe@vidade. Cenário da vigilância e ações de prevenção de DANT no país: → Heterogeneidade no reconhecimento da magnitude e importância do problema e da capacidade de resposta do setor saúde → CompeFção de prioridades (dupla carga de doenças) → Necessidade de sistemaFzação e insFtucionalização de uma políFca de vigilância, prevenção e controle → Experiências relevantes e exitosas ainda pontuais e pouco difundidas Isabelle Padilha 45 P2 - Epidemiologia I Evolução da Mortalidade por Violência no Brasil e Regiões: → Em 2004, um total de 127.470 óbitos por causas externas foram noFficados pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) → Deste total, 107.032 (84%) mortes ocorreram entre a população masculina e 20.368 (16%) entre as mulheres. → A mortalidade por acidentes de transporte terrestre configura-se como a segunda causa de morte no conjunto das causas externas, representado 28% deste total, atrás somente das agressões. → Entre 1991 e 2000, o número total de mortes por acidentes de trânsito no país passou de 28.364 para29.421 o que representou um aumento de 3,7%, bem inferior ao populacional no país, que foi de 17,8% no mesmo período. → Pode-se observar que durante o período de 1992 a 1997, os valores apresentaram um aumento crescente. Porém, a parFr de 1998, coincidentemente com a promulgação da nova Lei de Transito, até o ano 2000, os valores absolutos decresceram. → Vale destacar o caso da região Sudeste que em 1991 registrou 13.803 mortes por acidentes de trânsito, aFngindo um valor máximo em 1996 (17.349 óbitos) e passando em 2000 a um total de 11.884, com um diminuição relaFva no período 1991 a 2000 de 13,9%. → A parFr de 2001 observa-se uma reversão da tendência de queda da mortalidade por acidentes de transporte terrestre. → A mortalidade voltou a subir. → Parece que o impacto do código de trânsito está passando. → Foram 33.437 óbitos por acidente de transporte em 2003 e 35.460 em 2004. → A arma de fogo é a principal causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos. → Mata mais que qualquer doença. → Por outro lado, em 2004 foi observada uma queda na mortalidade por arma de fogo, pela primeira vez desde 1990. → Esta queda se confirmou no primeiro semestre de 2005. → Ocorreu variação negaFva do óbito por arma de fogo em 18 estados em 2004. Principais causas externas no Brasil: → Homicídio (violência com arma de fogo), acidente de trânsito e, em terceiro lugar, quedas. Tanto para homens, quando para mulheres. Pontos Importantes: → Acidentes e violências: causas externas de morbidade e mortalidade cap. XX CID-10. → Acidentes: quedas, envenenamento, afogamento, queimaduras e acidente de trânsito. → Violências (intencionais): agressão (mulheres e crianças), homicídio, violência sexual (principalmente nas mulheres), negligência, (principalmente em crianças), psicológica. o Envenenamento intencional é incluído em suicídio. → SÃP PASSÍVEIS DE PREVENÇÃO → Custos perpassam as perdas humanas, sequelas permanentes, sofrimento paras as ví@mas e os familiares. Perpassam os custos financeiros. → Custos para saúde: previdenciárias, absenteísmo no trabalho ↦ importância enquanto problema de saúde pública. → Brasil: 3ª. causa de morte entre crianças de zero a 9 anos, 1ª. entre adultos jovens (10 a 49 anos) e 3ª. entre a população acima de 50 anos. Isabelle Padilha 46