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º Transtornos Ansiosos Roteiro: 1. Transtorno de ansiedade generaliza (TAG) 2. Síndrome do pânico 3. Agorafobia 4. TOC (não é mais considerado um transtorno ansioso desde a CID -10) 5. Transtorno do estresse pós traumático (TEPT) 6. Transtorno de ansiedade social (TAS) 7. Fobias especificas Conceitos A ansiedade é uma experiência natural da vivencia humana, uma resposta normal e adaptativa que tem qualidades salva-vidas e adverte sobre ameaças. A ansiedade pode ser caracterizada como uma sensação desagradável, uma inquietação interna, uma preocupação exagerada com o futuro, acompanhada de sensações corporais como tontura, secura na boca, sensação de vazio no estômago, aperto no peito, batimentos cardíacos acelerados, suores, calafrios, tremores, formigamentos, cãibras, urgência para urinar e cólicas abdominais. ! Tem relação com a tríade, medo, antecipação e preocupação. Medo x ansiedade: No medo, há a presença de um objeto desencadeante. Neste sentido, o medo é uma reação a um perigo específico, observável. A ansiedade e o medo são sinais de alerta e atuam como advertência de uma ameaça externa ou interna, são sentimentos muito comuns. A ansiedade patológica (transtorno) ocorre quando esta emoção passa a ser disfuncional, ou seja, a trazer prejuízos sociofuncionais e/ou sofrimento importante para o indivíduo. Os transtornos de ansiedade são definidos como um grupo de condições caracterizadas pela ansiedade idiopática, acompanhada de sintomas psicológicos, como alterações de pensamento, e somáticos, que envolvem sudorese, taquicardia, entre outros. Incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. O transtorno de personalidade surge quando a ansiedade começa a paralisar o indivíduo. Alguns personagens que apresentam ansiedade com características de: Antecipação - medo – preocupação ! Cada transtorno de ansiedade é diagnosticado somente quando os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos do uso de uma substância/medicamento ou de outra condição médica ou não são mais bem explicados por outro transtorno mental. Epidemiologia Os transtornos de ansiedade constituem um dos grupos mais comuns de doenças psiquiátricas. O Estudo Americano de Comorbidade (National Comorbidity Study) relatou que 1 em cada 4 pessoas satisfaz o critério diagnóstico de pelo menos um transtorno de ansiedade e que há uma taxa de prevalência em 12 meses de 17,7%. As mulheres (com prevalência durante a vida de 30,5%) têm mais probabilidade de ter um transtorno de ansiedade do que os homens (prevalência durante a vida de 19,2%). Por fim, sua prevalência diminui com o status socioeconômico mais alto. Etiologias A etiologia inclui fatores: genéticos; hormonais (no geral as mulheres tem mais transtornos mentais que os homens); Doenças orgânicas (como hipertireoidismo); Traumas psicológicos e físicos; TCE (traumatismo cranioencefálico); Uso de substancias psicoativas (SPAs); Uso de medicamentos (corticoides, roacutan, etc). Modelo etiológico integrado dos transtornos de ansiedade. Sistema nervoso autônomo A estimulação do sistema nervoso autônomo causa certos sintomas – cardiovasculares (p. ex., taquicardia), musculares (p. ex., cefaleia), gastrintestinais (p. ex., diarreia) e respiratórios (p. ex., taquipneia). Os sistemas nervosos autônomos de alguns pacientes com transtorno de ansiedade, sobretudo aqueles com transtorno de pânico, exibem tônus simpático aumentado, se adaptam lentamente a estímulos repetidos e respondem de maneira excessiva a estímulos moderados. Neurotransmissores Os três principais neurotransmissores associados a ansiedade, são a norepinefrina (NE), a serotonina e o ácido -aminobutírico (GABA). Boa parte da informação das ciências básicas sobre essa condição vem de SAÚDE MENTAL º experimentação com animais envolvendo paradigmas de comportamento e agentes psicoativos. Os medicamentos ansiolíticos (p. ex., benzodiazepínicos) tendem a facilitar a adaptação do animal a situações estressantes, enquanto outros (p. ex., as anfetaminas) perturbam ainda mais suas respostas comportamentais. Fisiopatologia A hipótese mais aceita até hoje é a disfunção/ queda de pelo menos um dos neurotransmissores monoaminégicos (monoaminas) – norepinefrina, dopamina e serotonina. O medicamento vai aumentar a disponibilidade dos neurotransmissores. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) É caracterizado como ansiedade difusa e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias durante um período de pelo menos seis meses. A preocupação é difícil de controlar e está associada com sintomas somáticos, como tensão muscular, irritabilidade, dificuldade para dormir e inquietação. A ansiedade não está relacionada a aspectos de outro transtorno, não é causada por uso de substância ou por uma condição clínica geral e não ocorre apenas durante um transtorno do humor ou psiquiátrico. Ela é difícil de controlar, é subjetivamente perturbadora e traz sofrimento psíquico ao paciente. O transtorno, em geral, começa no fim da adolescência ou início da vida adulta, embora seja comum ver casos em adultos mais velhos. • Prevalência na população geral de 5 a 10% • Proporção de mulheres para homem é de 1:1 COMORBIDADES: É que coexiste com mais frequência com outro transtorno mental, em geral fobia social, fobia específica, transtorno de pânico ou transtorno depressivo. 50 a 90% dos pacientes com transtorno de ansiedade generalizada tenham outro transtorno mental. Até 25% dos pacientes experimentam, por fim, transtorno de pânico. O transtorno de ansiedade generalizada é diferenciado do transtorno de pânico pela ausência de ataques espontâneos. Uma porcentagem adicional alta de pacientes tende a apresentar transtorno depressivo maior. Outros transtornos comuns associados com o de ansiedade generalizada são o distímico e os relacionados a substâncias. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). Critério maior (ansiedade e preocupação excessivas) + 3 sintomas menores por pelo menos 6 meses. Síndrome do pânico Um ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado por sentimentos de desgraça iminente. A ansiedade é caracterizada por períodos distintos de medo intenso que podem variar de vários ataques durante um dia a apenas poucos ataques durante um ano. Os pacientes com o transtorno apresentam-se com uma série de condições comórbidas. Costuma surgir na idade adulta jovem – a idade média de apresentação é em torno dos 25 anos –, mas tanto transtorno de pânico como agorafobia podem se desenvolver em qualquer idade. • A prevalência de transtorno de ao longo da vida pânico está na variação de 1 a 4%, com a prevalência em 6 meses de aproximadamente 0,5 a 1,0%, e de 3 a 5,6% para ataques de pânico. • As mulheres têm três vezes mais probabilidade de serem afetadas do que os homens. • O único fator social identificado como contribuindo para o desenvolvimento desse transtorno é história recente de divórcio ou separação. COMORBIDADES: Dos pacientes com transtorno de pânico, 91% têm pelo menos outro transtorno psiquiátrico. Cerca de um terço das pessoas com transtornosde pânico já tinham transtorno depressivo maior antes de seu início; e em torno de dois terços experimentam transtorno de pânico pela primeira vez durante ou após o início de depressão maior. Outros transtornos também ocorrem comumente em pessoas com transtorno de pânico. Entre aquelas com a condição, 15 a 30% também têm transtorno de ansiedade social ou fobia social, 2 a 20% têm fobia específica, 15 a 30% têm transtorno de ansiedade generalizada, 2 a 10% têm TEPT, e até 30% têm TOC. Outras condições comórbidas comuns são hipocondria ou transtorno de ansiedade relacionado a doenças, transtornos da personalidade e transtornos relacionados a substâncias. Como são as crises (ataques): • Período súbito de intenso medo ou apreensão extrema que pode durar de minutos a horas. • Podem existir um motivo, mas geralmente são espontâneas, sem gatilhos, aleatórias, recorrentes. • Normalmente duram de minutos a poucas horas • Pico da crise em 10 minutos • Não melhora sem medicação e normalmente as crises levam o paciente até a emergência • Ele pode ocorrer também em outros transtornos mentais, particularmente na fobia específica, na fobia social e no TEPT. ! O diagnóstico de transtorno de pânico é estabelecido apenas quando os ataques ocorrem com alguma regularidade e frequência. Entretanto, indivíduos com ataques de pânico inesperados ocasionais podem ser geneticamente semelhantes a pacientes com transtorno de pânico. º QUADRO CLINICO • O paciente experimenta de forma súbita medo, terror e apreensão esmagadores, bem como a sensação de morte iminente. • Vários sintomas associados, principalmente físicos, também são percebidos: dispneia, palpitações, dor ou desconforto torácico, sensações de sufocação ou asfixia, tontura ou instabilidade e sensação de irrealidade (desrealização e/ ou despersonalização), parestesias, ondas de calor ou frio, sudorese, desmaio, tremor e estremecimento, bem como medo de morrer, enlouquecer ou perder o controle de si mesmo. • A maioria das sensações físicas de um ataque de pânico representa a hiperestimulação maciça do sistema nervoso autônomo. • O ataque dura, em média, de 20 a 30 minutos e raramente mais de uma hora. O exame formal do estado mental durante o ataque de pânico pode revelar ruminação, dificuldade de fala (p. ex., gagueira) e comprometimento da memória. • É possível experimentar depressão ou despersonalização durante um ataque. Os sintomas podem desaparecer de forma rápida ou gradual. • O risco de suicídio durante a vida nesse grupo é mais alto do que em pessoas sem transtorno mental. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso. 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico. 7. Náusea ou desconforto abdominal. 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. 9. Calafrios ou ondas de calor. 10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 13. Medo de morrer. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”). 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas). Crises de pânico em um mês + mudanças de comportamento por causa das crises (se torna um comportamento mais esquivo). ! Crise de pânico: é uma crise ansiosa Agorafobia O termo vem da palavra “àgora”: local em que eram realizadas as reuniões dos filósofos. É uma consequência frequente do transtorno de pânico, embora possa ocorrer na ausência de ataques de pânico. As pessoas com agorafobia evitam (ou tentam evitar) situações as quais acham que poderiam desencadear um ataque de pânico (ou sintomas semelhantes a pânico) ou situações das quais pensam que poderia ser difícil escapar se tivessem um ataque de pânico. ! A agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de transtorno de pânico. Se a apresentação de um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser dados. ! Cursa como um quadro mais grave quando o paciente apresenta os dois. Medo acentuado persistente (mais de 6 meses) ou ansiedade. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas) 4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 5. Sair de casa sozinho. Medo da crise e do que pode acontecer com ela, medo da desassistência no momento da crise. • O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência). • As mesmas situações quase sempre provocam medo ou ansiedade. • As situações são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia. • O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. • O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. • O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. º Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é representado por um grupo diverso de sintomas que incluem pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e compulsões. Essas obsessões ou compulsões recorrentes causam sofrimento grave à pessoa. Elas consomem tempo e interferem significativamente em sua rotina normal, em seu funcionamento ocupacional, em atividades sociais ou nos relacionamentos. Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, uma compulsão ou ambos. Obsessão: pensamentos (intrusivos: não queremos mas não saem da cabeça), impulsos ou imagens recorrentes, persistentes e intrusivos. Causam sofrimento para o paciente. Compulsões: está relacionado a atos, são comportamentos repetitivos, que o paciente sente necessidade em fazer para aliviar sua anseidade/ angustia ou em resposta ao seu pensamento obsessivo. • As taxas de TOC são bastante consistentes, com uma prevalência vitalícia na população em geral estimada em 2 a 3%. • Entre adultos, homens e mulheres são igualmente afetados, mas, entre adolescentes, os meninos costumam ser mais afetados do que as garotas. • Prevalência na população em geral é menor que 5%. Existem 3 tipos de transtorno obsessivo: ele pode ser mais obsessivo, mais compulsivo e misto. ! Lembrar que é diferente de Transtorno de personalidade obsessiva, onde o comportamento do indivíduo é egossintônico;ou seja, não lhe causa sofrimento mesmo que possa afetar outras pessoas, já no TOC esse comportamento é egodistônico, causa sofrimento ao individuo por que são características que eles não gostam. Características gerais do TOC: Pensamentos ou atitudes repetitivos, que, caso o paciente não entenda, lhe trazem sofrimento intenso. Podem cursar com crises de angustia intensa, com sudorese, taquicardia, dispneia, etc (a crise pode ser igual a crise dos transtornos ansioso, o que difere são os gatilhos) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Presença de obsessões, compulsões ou ambas: Obsessões são definidas por (1) e (2): 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação. As compulsões são definidas por (1) e (2): 1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) Um distúrbio de ansiedade caracterizado por crises de revivencia do trauma sofrido. Se manifesta em decorrência de o portador ter sofridos experiências de atos violentos ou de situações traumáticas. Nem todo transtorno mental que surge após um trauma é um TEPT (muitas vezes é um transtorno psicogênico). É um transtorno crônico, a pessoa revivencia o episódio do trauma, que pode ser de semanas ou até anos atras, mas o normal é começas logo após. • Mais comum em mulheres • Prevalência de 10% da população geral • 60 a 80% da população submetida a traumas (cada 10 pessoas que sofrem traumas, 6 a 8 desenvolvem TEPT QUADRO CLÍNICO • Revivência do trauma; • Sonhos vividos; • Desconforto em situações/locais parecidos; • Comportamento evitativo; • Incapacidade de lembrar alguns aspectos importantes do trauma (na psicanálise o trauma surge a partir do momento que tem um fator extressante e a pessoa não reage – congela- quando isso acontece a pessoa não consegue colocar para fora as angústias, medo, nervosismo, (recalcar) então um tempo depois isso tende a sair, e é quando a pessoa começa a ter as crises); • Irritabilidade, hipervigilância, resposta exagerada ao susto. • Angustia; Choro fácil; Taquicardia; Taquipneia/ dispneia; Sudorese; Medo intenso CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas. 3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental. 4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). • Tem que ter revivência/ rememoração/ pesadelos e comportamento evitativo. • O quadro surge até 6 meses após o trauma (ou até 6 meses do início do trauma, se for longo, crônico – º exemplo: assédio persistente no trabalho, criança abusada pelo pai) Transtorno de Ansiedade Social (TAS) Antes referido como fobia social envolve o medo de situações sociais, incluindo aquelas que envolvem escrutínio ou contato com estranhos. O termo ansiedade social reflete a diferenciação entre transtorno de ansiedade social e fobia específica, que é o medo intenso e persistente de um objeto ou uma situação. As pessoas com transtorno de ansiedade social temem se embaraçar em situações sociais (i.e., reuniões sociais, apresentações orais, encontro com pessoas novas). Elas podem ter medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer ou falar na frente dos outros, ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de “embaraçar-se”. Em ambos os casos, o medo no transtorno de ansiedade social é do embaraço que pode ocorrer na situação, não da situação em si. • Prevalência igual entre homens e mulheres • Prevalência ao longo da vida variando de 3 a 13%. • Tem início na infância e adolescência Devido a alguns sintomas ansiosos. Quem tem o TAS evita o contato porque isso gera um desconforto, medo, etc. COMORBIDADES: As pessoas com transtorno de ansiedade social podem ter história de outros transtornos de ansiedade, transtornos do humor, transtornos relacionados a substâncias e bulimia nervosa. QUADRO CLÍNICO • Angustia • Choro fácil • Taquicardia • Taquipneia/dispneia • Sudorese • Medo intenso • Sintomas gastrointestinais (diarreia) – o paciente sabe que vai ter contato com o gatilho. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS • Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas, medo da avaliação negativa. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). • O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). • As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. • As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. • O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo Medo acentuado e persistete (6 meses ou mais) em situações sociais. Fobias específicas Um medo excessivo de objeto, circunstância ou situação específicos. A fobia específica é um medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação. O diagnóstico de fobia específica requer o desenvolvimento de ansiedade intensa, mesmo a ponto de pânico, quando da exposição ao objeto temido. Pessoas com essa fobia podem antecipar lesões, tal como serem mordidas por um cão, ou podem ficar em pânico ante o pensamento de perder o controle; por exemplo, se têm medo de andar de elevador, também podem se preocupar com a possibilidade de desmaiar após a porta se fechar. • A prevalência ao longo da vida de fobia específica é de cerca de 10%. • É o transtorno mais comum entre as mulheres e o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas dos transtornos relacionados a substâncias • A idade de pico para o início das fobias do tipo ambiente natural e do tipo sangue-injeção- ferimentos é dos 5 aos 9 anos, ainda que possa ocorrer mais tarde. • A idade de pico para o início das fobias do tipo situacional (exceto para medo de altura) é mais alta, em torno dos 20 anos. Temas psicodinâmicos nas fobias ! O que diferencia do medo intenso é que a pessoa com fobia específica não consegue aguentar, ela entra em crise quando tem contato com o gatilho. QUADRO CLINICO • Medo exacerbado de animais, objetos ou situações claras(saber qual é o medo); • A exposição ao “gatilho” traz crise de ansiedade º • O estímulo é evitado pelo pacientee (ou tolerado com pavor) • O principal achado no exame do estado mental é a presença de um medo irracional e egodistônico de uma situação, uma atividade ou um objeto específicos; os pacientes são capazes de descrever como evitam o contato com a fobia. • Com frequência, é encontrada depressão no exame do estado mental, a qual pode estar presente em até um terço de todos os casos TIPOS Exemplos de fobias Fobias específicas incluem vários transtornos (claustrofobia, cinofobia, hidrofobia, xenofobia, agorafobia etc). • Animais; (p. ex., aranhas, insetos, cães). • Ambiente natural; (p. ex., alturas, tempestades, água). • Sangue e ferimento; s (p. ex., agulhas, procedimentos médicos invasivos). • Situações; (p. ex., aviões, elevadores, locais fechados). • Outros; (p. ex., situações que podem levar a asfixia ou vômitos; em crianças, p. ex., sons altos ou personagens vestidos com trajes de fantasia). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS • Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue). • O objeto ou situação fóbica provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade, é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. • O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação, é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses, causa sofrimento ou prejuízo Medo exacerbado + sofrimento intenso em contato com gatilho + evitação + pelo menos 6 meses. ! Tratamento: terapia de exposição Tratamento Mudança do Estilo de Vida (MEV); psicoterapia; psicofármacos e psicoeducação. Tratamento farmacológico ANTIDEPRESSIVOS • Resolvem a disfunção de neurotransmissores a longo prazo, inibem sua recaptação, fazem com que ele fique mas tempo na fenda sináptica, estimule mais receptores e faz com que o neurotransmissor “trabalhe mais”. Não causam dependência. • Inibidores seletivos de recaptação de serotonina: sertralina, escitalopram, fluoxetina (são os mais utilizados) • Duais: inibidores não seletivos de recaptação de serotonina, eles inibem a recaptação de 5ht e NA; duloxetina, venlafaxina, desvenlafaxina • Tricíclicos: estimulam os 3 neurotransmissores mas possuem muitos efeitos colaterais, amitriptilina, nortriptilina, clomipramina. • Outros: mirtazapina, bupropiona ANSIOLÍTICOS: são sintomáticos (usados para aliviar os sintomas). Benzodiazepínicos: moduladores alostéricos, (receita azul; causam dependência); • Atuam como ansiolíticos, anticonvulsivantes, hipnóticos, amnésicos, relaxantes musculares; • Clonazepam, diazepam: meia vida longa; • Alprazolam, bromazepam: meia vida intermediária; • Lorazepam, midazolam: meia vida curta/ultrac. TABELA DE EQUIVALÊNCIA DO BZD EFEITOS COLATERAIS DOS BENZODIAZEPÍNICOS (com anos de uso) Dependência; Tolerância; Aceleram processos demenciais; Risco de uso abusivo; Depressão respiratória (em altas doses, ou associados ao álcool); Alterações psicomotoras/risco de queda e acidentes; Disfunção cognitiva; Abstinência (tremor, irritabilidade, náuseas, cefaleia etc). ! No toc pode ser necessário usar um antipsicótico junto com um antidepressivo (ISRS) para tratar o esquizotoque, ou um toque que não tem uma boa resposta a um antidepressivo. • Tópicos: haldol, trifluopezarida e tirozida • Atípicos: olanzapina, risperidona, aripiprazol Classificação na COD 10 CID 10 - F40 - Transtornos fóbico-ansiosos CID 10 - F40.0 - Agorafobia CID 10 - F40.1 - Fobias sociais CID 10 - F40.2 - Fobias específicas (isoladas) CID 10 - F40.8 - Outros transtornos fóbico-ansiosos CID 10 – F40.9 - Transtorno fóbico-ansioso não especificado CID 10 - F42 - Transtornos Obsessivo-Compulsivo CID 10 - F43 - Relação ao Estresse Grave º Da dor ao suicídio Segue uma sequência que se inicia com o sofrimento, depois vem o pensamento de morte eu pode evoluir para a ideação suicida, para o planejamento suicida, até chegar a uma tentativa de suicídio. Suicídio ativo (quando algo é feito diretamente com a intenção de se matar – ex: quando eu sei que está vindo um carro e atravesso a rua) x Suicídio passivo (intencional – a pessoa assume um comportamento de risco - ex: quando eu sei que está vindo um carro e atravesso sem olhar) É interessante rastrear fatores de proteção: conjugue, espiritualidade, filhos, alguém de confiança. Curiosidades • Despersonalização é a pessoa não se reconhecer; desrealização é a sensação de que o ambiente/pessoas ao seu redor está estranho. • Egossintônico: não traz sofrimento pra pessoa. Egodistônico: são as características que o individuo não gosta • Mecanismo álcool/convulsões: Durante o consumo crônico do álcool, há aumento da transmissão GABAérgica e diminuição da atividade glutamatérgica com up regulation dos receptores NMDA. No período de abstinência, a diminuição do tônus GABAérgico e o aumento do tônus glutamatérgico por hiperestimulação de NMDA seriam os principais responsáveis pelo surgimento das CAbs (crises por abstinência do álcool) • Transtorno psicogênico: todo estresse que surge logo após um evento bem claro (morte de alguém próximo, divorcio, falência, etc)