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1 0 Direito do Trabalho NP1-1

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FACULDADE DE ENSINO E CULTURA DO CEARÁ 
DIREITO TUTELAR E COLETIVO DO TRABALHO
Atividade para NP1
 
Alyne Moura Arruda 
Ra: 22010005273 
 Francisco Régis Carvalho 
Ra: 22010005101 
Juviele Sousa Araújo 
Ra: 22010005448 
Lethicya Maria Bezerra Alves Mendes
Ra: 22010006337
Márcio Sampaio Cidrack 
Ra: 01630003799 
Rebecca Tavares Bastos 
Ra: 22010005044 
Tamires Teixeira de Paula 
Ra:22010005072 
Tatiele Santos da Silva 
Ra: 22010005054 
Fortaleza-CE
2020
DIREITO TUTELAR E COLETIVO DO TRABALHO ATIVIDADE - NOTA NP1 – 2020.1 (20.05.2020 – 27.05.2020)
PROFESSOR(A): Andréa Dourado 
01. Determinada Convenção Coletiva de Trabalho trouxe a seguinte cláusula: “DA MENSALIDADE SINDICAL. Todos os empregados da categoria se obrigam a pagar o valor mensal de R$ 50,00, fixado nesta convenção, para ter garantido todos os benefícios oferecidos pelo sindicato da categoria”. 
 A cláusula estabelecida na Convenção Coletiva observa a legislação trabalhista? Explique e fundamente. 
 (Alyne Moura Arruda e Juviele Souza Araújo)
A reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (Lei nº 13.467/2017) trouxe várias mudanças importantes que impactam diretamente na vida do trabalhador. Dentre as mudanças está a ausência de obrigatoriedade do recolhimento da contribuição sindical.
A Contribuição Associativa ou Mensalidade sindical é aquela paga apenas pelos associados, cuja previsão vem estabelecida no estatuto da entidade sindical. Aqui, apenas os filiados ao sindicato é que pagam essa mensalidade sindical para o custeio dos serviços prestados pelo sindicato, como atendimento médico, dentário, dentre outros serviços disponibilizados pela entidade sindical. 
Essa contribuição decorre de previsão contida no estatuto do sindicato, sendo dois os requisitos para o seu pagamento: o empregado ser filiado ao sindicato e o estatuto da entidade sindical prever tal cobrança.
A atual redação do art. 579, da CLT, diz que o desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão. 
Esta contribuição normalmente era feita através do desconto mensal em folha de pagamento, no valor estipulado em convenção coletiva de trabalho. Entretanto, de acordo com o art. 545 da CLT, esta contribuição será feita somente pelos empregados filiados ao sindicato e mediante boleto bancário. Não poderá mais haver desconto em folha de pagamento.
Geralmente é utilizada para manter serviços oferecidos pelos sindicatos, como convênio médico, clubes de férias, cursos de atualização e etc, portanto há a necessidade do pagamento para que possam ter acesso a estes benefícios.
02. Analise as cláusulas de determina convenção coletiva da categoria dos TRABALHADORES EM EMPRESAS DE TRANSPORTES DE MUDANÇAS e, em conformidade com a legislação trabalhista e a jurisprudência, discorra sobre a cláusula, se legal ou ilegal, fundamentando sua resposta em cada item. (Valor: 3,0) 
a) CLÁUSULA NONA – DA PERICULOSIDADE Os empregados que trabalham em veículos de transporte de óleo diesel, óleo industrial, álcool, gasolina e produtos químicos a granel, bem como os demais trabalhadores que lidam diretamente com esses produtos, terão um acréscimo em seus salários correspondentes ao adicional de 20% (vinte por cento) a 40% (quarenta por cento, atendidas as determinações legais. 
(Márcio Sampaio Cidrack e Lethicya Maria Bezerra Alves Mendes)
São consideradas atividades e operações perigosas aquelas exercidas em condições de periculosidade, assegurada, portanto, ao trabalhador a percepção de adicional de 30%, incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. Tecnicamente é uma cláusula ilegal pois está previsto 30%. 
A principio, dispõe o artigo 7º da Constituição Federal, in verbis: 
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.” 
Ainda, dita a Consolidação das Leis do Trabalho, em seu artigo 193, que:
“Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 
§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
§ 2 O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que por ventura lhe seja devido. 
Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas Pelo Ministério do Trabalho. 
Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-á através de perícia a cargo de Médico do trabalho, ou Engenheiro do Trabalho, registrado no Ministério do Trabalho”.
A relação dessas atividades ou operações consta da Portaria MTb nº 3.214/78, Norma Regulamentadora (NR 16).
Vale ressaltar que o adicional de periculosidade corresponderá a 30% do salário do empregado, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 litros para os inflamáveis líquidos e 135 quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.
As quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos não serão consideradas para efeito da NR-16.
Considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC e inferior a 93,3ºC.
Neste caso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) preceitua na Súmula TST 39, que será devido adicional de periculosidade aos empregados que operam bomba de gasolina, e aos que trabalham em postos de revenda de combustível.
b) CLÁUSULA VIGÉSIMA QUINTA – DA CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA Os empregados filiados se obrigam a custear o sistema confederativo, desde que expressa e previamente autorizado por cada associado, no valor de R$ 50,00 anual. 
(Alyne Moura Arruda e Juviele Souza Araújo)
Trata-se de uma cláusula legal. A Contribuição Confederativa, prevista no art. 8º da CF/88, é fixada em assembléia geral da categoria profissional e é devida por todos os sindicalizados. Não sendo o empregado filiado ao sindicato, este terá que manifestar expressamente o seu interesse em contribuir para o custeio do sistema confederativo da representação sindical, conforme entendimento dos tribunais.
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
[...]
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
[...](Art. 8º da Constituição Federal)
Quanto à Contribuição Confederativa, o Tribunal Superior do Trabalho baixou o Precedente Normativo n.º 119, verbis:
Precedente Normativo n.º 119 do TST - CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS - (nova redação dada pela SDC em sessão de 02.06.1998 - homologação Res. 82/1998, DJ 20.08.1998 - "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindicala título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."
O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar diversos processos sobre a Contribuição Confederativa, editou a súmula n.º 666, verbis:
Súmula 666 do STF - A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
 Assim recomenda-se que os empregadores, antes de realizarem tal desconto, obtenham dos seus empregados uma autorização por escrito e/ou a prova da filiação ao sindicato profissional.
c) CLÁUSULA VIGÉSIMA SEXTA – DA MENSALIDADE SINDICAL Os empregados filiados se obrigam a pagar o valor mensal de R$ 50,00, fixado nesta convenção, para ter garantido todos os benefícios oferecidos pelo sindicato da categoria. 
 (Alyne Moura Arruda e Márcio Sampaio Cidrack)
Este item é muito parecido com a primeira questão. Podemos dizer que há uma ausência na obrigatoriedade do recolhimento de contribuição sindical. O que se quer dizer a mensalidade sindical só é paga por afiliados e não pode ser descontada em folha de pagamento.
Geralmente esses benefícios são assistência odontológica, dentre outros. 
A atual redação do art. 579, da CLT, diz que o desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão. 
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
 
03. Cabe às entidades sindicais a defesa dos interesses individuais e coletivos da categoria representada. Decorre dessa prerrogativa constitucional o livre exercício da negociação coletiva. Nas relações coletivas de trabalho, materializadas por normas coletivas, o interesse é eminentemente coletivo. Analise a situação hipotética abaixo acerca do assunto e responda os itens a seguir. 
O sindicato dos trabalhadores das concessionárias de carro de Fortaleza firmou certa norma coletiva com as concessionárias BM Ltda e Rodas Automotivas Ltda, com o intuito de negociar a possibilidade de trabalho aos feriados com folga compensatória, bem como a concessão de cestas básicas aos trabalhadores. (Valor: 2,0) 
(Francisco Régis Carvalho e Lethicya Maria Bezerra Alves Mendes)
· Indique a espécie de norma coletiva que foi firmada entre o sindicato dos trabalhadores e as duas concessionárias de carro. Explique e fundamente.
Acordo coletivo, pois houve um acordo firmado entre sindicato e empresas, dispositivo assegurado pela Constituição Federal. (art. 7º, XXVI, CF).
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
Atualmente, diante da flexibilização do direito do trabalho, a negociação coletiva tem o papel primordial e fundamental na remodelagem do direito do trabalho, fixando novos meios e termos às normas trabalhistas um papel mais que definido.
· Quem será beneficiado com as cláusulas estabelecidas na respectiva norma coletiva? Explique e fundamente
Não será aplicada a toda uma categoria, mas sim as empresas estipuladas ou seja a seus trabalhadores como fica muito evidente no (art. 611, § 1º da CLT).
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
04. As convenções e os acordos coletivos decorrentes das negociações coletivas exigem como condição para sua entrada em vigor a homologação no Ministério do Trabalho e entram em vigor 60 dias após a data de homologação. Aponte o(s) erro(s). Explique e fundamente. (Valor: 1,0) 
(Tatiele Santos da Silva e Tamires Teixeira de Paula)
A questão acima se encontra errada nos seguintes aspectos:
As convenções e acordos coletivos decorrentes das negociações não exigem a homologação no Ministério do Trabalho. Pelo fato de que o Ministério do Trabalho não homologa, mas sim funciona apenas para fins de registro e arquivamento. Conforme aduz o artigo 614, da CLT, que diz:
"Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho (...)".
Portanto, os sindicatos ou as empresas tem o prazo de 8 (oito) dias da assinatura para mandarem a norma coletiva ao Ministério do Trabalho para fins de conhecimento, registro e arquivamento. É certo que, o Ministério do Trabalho não tem legitimidade para analisar o conteúdo da norma ou emitir juízo de valor sobre o conteúdo da norma coletiva, tratando-se no caso de ato administrativo vinculado, meramente formal. 
Por outro lado, a questão fala que a entrada em vigor é de 60 (sessenta) dias, e está errado, pois a entrada em vigor da norma coletiva é de 3 (três) dias após a data da entrega de uma via no Ministério do Trabalho. De acordo com o art. 614, §1º da CLT:
§ 1º. As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Isso significa que só pode ser exigido o cumprimento da norma coletiva passado 3 (três) dias do pedido de registro.
Por fim, depois que a norma coletiva for arquivada, o sindicato terá que dar publicidade as empresas, que se dará com a divulgação da norma coletiva aos interessados, pela fixação, no prazo de 5 (cinco) dias, com cópias autênticas das convenções e dos acordos coletivos. Estabelecido no art. 614, §2º da CLT:
§ 2º. Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos estabelecimentos das emprêsas compreendidas no seu campo de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
05. Em certa reclamação trabalhista, o autor, um ex-empregado, questionou o desconto mensal, a título de contribuição social, previsto na convenção coletiva de sua categoria, que vigorou no ano de 2019 e que foi juntada com a petição inicial, mesmo sem ser filiado do sindicato. O reclamante manifestou seu entendimento de que essa cláusula normativa é abusiva e ilegal, devendo ser anulada e, consequentemente, devolvido o valor que lhe foi descontado. Ele requereu, no rol de pedidos, a nulidade da cláusula em comento e a devolução da subtração efetivada sob a rubrica “contribuição social”. Diante da situação retratada e dos ditames da CLT, responda aos itens a seguir. (Valor: 2,0) 
 
a) Apresente quais seriam os argumentos para justificar a nulidade da referida cláusula. Fundamente. 
(Rebecca Tavares Bastos e Juviele Sousa Araújo).
Com a atuação redação do art. 579 da CLT, houve a mudança quanto à NÃO obrigatoriedade do desconto da contribuição sindical, e acordo com o a contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos empregados, deixa assim de ser obrigatório o desconto de 1 dia do salário no mês de março de cada ano.
A contribuição sindical será exigida mediante autorização prévia, voluntária, individual e expressa (por escrito) pelo empregado. Por tanto, não será admitida autorização tácita ou determinação do sindicato por meio de convenção exigindo que o empregado faça requerimento se opondo ao desconto, ou seja, o sindicatonão tem autoridade para determinar, mas sim o empregado que voluntariamente e POR ESCRITO, autorizara o desconto. 
No caso exposto não houve autorizou expressão, assim deverá ser feita a devolução de tais valores.
b) Se a ação em questão fosse proposta exclusivamente contra a empresa, que tese processual você, contratado(a) pela empresa, deveria apresentar? Justifique e fundamente. 
(Rebecca Tavares Bastos)
A tese processual adequada, será a alegação fundada no art. 611-A § 5 da CLT, aduzindo a ilegitimidade passiva pois, compete a empresa unicamente fazer o recolhimento e repassar para o sindicato. Assim, faz-se obrigatória a participação do sindicato, como litisconsortes necessário.

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