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BASES FARMACOLÓGICAS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NA ESTÉTICA Fármacos e alopecia Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar alopecia androgênica, alopecia areata e eflúvio telógeno. Descrever o mecanismo de ação dos fármacos utilizados para o tra- tamento de alopecia. Identificar os medicamentos que causam alopecia. Introdução Os seres humanos se preocupam muito com a aparência física. Assim, quando algum aspecto físico do indivíduo se contrapõe ao padrão de beleza socialmente estabelecido, principalmente no que se refere aos pelos do corpo e aos cabelos, podem ocorrer mudanças psicossociais e comportamentais no indivíduo, o que pode impactar de forma negativa a sua qualidade de vida. A alopecia é uma dermatose caracterizada pela perda de pelos e/ou cabelos, ocasionando algumas falhas na sua formação. Esses distúrbios capilares são classificados nas categorias alopecia não cicatricial e alopecia cicatricial associada. A consulta ao dermatologista é necessária para uma investigação individual das características e das prováveis causas da alopecia. Embora a alopecia não seja considerada grave, seu manejo clínico é recomendável, uma vez que esse distúrbio pode afetar o estado emocional do paciente. Neste capítulo, você vai aprender sobre os diferentes tipos de alopecia, verificando também quais fármacos são utilizados para o tratamento de cada caso e quais são seus mecanismos de ação. Por fim, você vai compreender quais medicamentos podem desencadear a alopecia. 1 Constituição e ciclo dos pelos/cabelos Os pelos são estruturas constituídas por células queratinizadas produzidas pelo folículo piloso; eles são diferenciados em lanugos, velos e terminais. Os lanugos são pelos extremamente fi nos, que não possuem medula e pigmento; são encontrados em fetos e desaparecem após alguns meses do nascimento ou logo após o parto. Os lanugos são substituídos por velos, os quais não possuem medula e pigmento e são encontrados em adultos. Os terminais correspondem aos pelos mais espessos e pigmentados que estão presentes nos cabelos, na barba, na axila, na região pubiana, nas sobrancelhas e nos cílios. Os pelos são compostos por uma parte livre, chamada haste, e uma parte intradérmica, chamada raiz, conforme Rivitti (2018). O folículo piloso é uma estrutura que produz a fibra pilosa e possui as seguintes partes: infundíbulo, acrotríquio, istmo, ponto de inserção, no músculo ereto, e bulbo (matriz ou raiz do pelo), na base do folículo, onde se introduz a papila. É na região do bulbo que ocorre a maior parte da atividade mitótica e onde se encontram os melanócitos ativos, segundo Rivitti (2018). A Figura 1 apresenta a estrutura do pelo. Figura 1. Estrutura do pelo. Fonte: Rivitti (2018, p. 16). Córtex Medula Papila Bulbo Células germinativas Melanócitos Matriz do pelo Membrana basal hialina Bainha externa da raiz Cutícula Camada de Huxley Camada de Henle Istmo Segmento inferior Bainha interna da raiz Glândula sebácea Infundíbulo Acrotríquio Fármacos e alopecia2 O crescimento capilar é um processo complexo que envolve todo o ciclo capilar (Figura 2). O desenvolvimento e a multiplicação das células responsáveis pela formação dos pelos ocorrem continuamente, alternando de acordo com a fase do pelo. Segundo Sourtor e Hordinsky (2015), o ciclo capilar abrange as seguintes fases: anágena, catágena, telógena e exógena. A fase de crescimento dos cabelos é denominada anágena. Nessa fase, a matriz se mantém em atividade mitótica, e o pelo/cabelo se apresenta na máxima expressão estrutural, tendo uma duração de 2 a 5 anos no couro cabeludo. A fase catágena ocorre com a regressão do folículo a um terço da dimensão anterior. Nessa fase, tem-se a interrupção da melanogênese na matriz, e a proliferação diminui até parar, durando cerca de 3 a 4 semanas. Posteriormente, inicia-se a fase telógena, na qual o folículo piloso apresenta quase a metade do tamanho da fase anágena; a fase telógena dura, em média, 3 meses. Já na fase exógena, há a sinalização para o desprendimento do pelo, e ocorre o desprendimento em si, conforme Rivitti (2018). Em média, 90% do couro cabeludo humano se encontra na fase anágena, 10% na fase telógena e 1% na fase catágena, segundo Sourtor e Hordinsky (2015). Figura 2. Ciclo capilar. Fonte: Rivitti (2018, p. 17). 3Fármacos e alopecia Alopecia Entre os distúrbios capilares existentes, encontra-se a alopecia, que é defi nida pela perda temporária ou defi nitiva de pelos ou cabelos. Ela pode ser classifi cada em alopecia cicatricial e alopecia não cicatricial, descritas a seguir com base em Gordon e Tosti (2011) e Rivitti (2018). A alopecia cicatricial é caracterizada pela inflamação seguida da destruição do folículo piloso, resultando em uma perda de pelos ou cabelos, de maneira irreversível. A alopecia não cicatricial resulta na perda dos pelos ou cabelos sem atrofia cicatricial, ou seja, sem dano irreparável ao folículo piloso, sendo esse processo reversível. Os principais tipos de alopecia não cicatricial são: alopecia androgenética, alopecia areata e eflúvio telógeno. Alopecia androgenética A alopecia androgenética ou androgênica é a causa mais comum das alopecias, sendo comum em ambos os sexos, nos indivíduos com predisposição genética. Entre os homens com idade acima dos 50 anos, mais de 50% apresentam algum grau de calvície. Já no sexo feminino, o pico de incidência ocorre após os 50 anos, e cerca de 30% dos acometimentos ocorrem por volta dos 70 anos de idade, segundo Mulinari-Brenner, Seidel e Hepp (2011). A perda do cabelo associada à alopecia androgenética consiste em uma desordem no ciclo capilar do folículo piloso, em que ocorre o término prematuro da fase anágena. Esse término se deve à redução dos fatores estimulantes e ao aumento das citocinas, que promovem a apoptose e transformam o folículo terminal em velo (pelo mais curto e fino), levando à diminuição folicular. Esse quadro é geneticamente determinado pela participação de hormônios androgênios, conforme apontam Mulinari-Brenner, Seidel e Hepp (2011). Assim, a alopecia androgenética ocorre quando os androgênios passam a interagir com os folículos pilosos androgênio-sensíveis geneticamente deter- minados e resulta em uma sequência de eventos que culminam na desordem capilar. O grau de alopecia androgenética é determinado pela distribuição dos receptores androgênios nos folículos das diferentes regiões do couro cabeludo, segundo Rivitti (2018). Os androgênios naturais que estão envolvidos nessa Fármacos e alopecia4 doença são a testosterona e a di-hidrotestosterona (DHT). A testosterona é um androgênio circulante com concentrações mais elevadas nos homens, que, quando convertida pela enzima 5-alfa-redutase, gera DHT, um metabólito da testosterona, responsável pela miniaturização dos folículos em desenvolvi- mento. Nas mulheres, a concentração desses androgênios é menor, segundo Rivitti (2018) e Mulinari-Brenner, Seidel e Hepp (2011). No padrão masculino, a alopecia androgenética se inicia com a perda dos calos na linha frontal, com entradas laterais. A progressão pode ser tanto lenta quanto rápida. Quando ocorre na adolescência, essa evolução do quadro é mais rápida, podendo atingir todo o couro cabeludo; já em quem possui entre quatro e cinco décadas de vida, o quadro dificilmente evolui para a alopecia intensa, de acordo com Rivitti (2018). A alopecia androgênica feminina possui as mesmas características his- topatológicas em relação à redução do folículo piloso e à transformação dos fios, que passam a ser mais finos e curtos. No entanto, algumas características se distinguem da alopecia androgenética masculina. No padrão feminino, não foi bem esclarecida a participação dos hormônios androgênios na perda dos cabelos; por esse motivo, é também chamado de “padrão feminino de perda capilar”. Geralmente, surge entre a 3ªe a 4ª década de vida, ocorrendo no climatério ou na menopausa. Na fase inicial, ocorre queda do cabelo e redução capilar na parte central do couro cabeludo. Nas mulheres, ainda não está bem elucidado como ocorre essa patologia, mas se sabe que ela pode estar associada a anormalidades ovarianas ou suprarrenais, segundo Rivitti (2018). Na Figura 3 estão ilustrados os padrões de alopecia androgênica masculina e feminina. 5Fármacos e alopecia Figura 3. Padrões de alopecia androgênica masculina e feminina: padrões masculinos com base na escala Hamilton-Norwood; b) classificação de Ludwig para alopecia feminina. Fonte: Adaptada de Soutor e Hordinsky (2015). III I III Vértice V VI Homens Mulheres I II Alopecia areata Alopecia areata é uma afecção que acomete 2% da população de ambos os sexos, em que o bulbo do folículo piloso é afetado na fase anágena; no entanto, o folículo piloso não é destruído, mantendo-se com potencial para replicação. As principais características da alopecia areata são placas arredondadas ou ovaladas, únicas ou múltiplas, localizadas ou generalizadas. Essas placas, também chamadas de placas da pelada, são lisas e brilhantes e, geralmente, ocorrem no couro cabeludo e na barba, de acordo com Rivitti (2018) e Soutor e Hordinsky (2015). O sintoma dessa doença se manifesta em qualquer idade, com prevalência maior entre os 15 e os 29 anos. Estima-se que, em média, 60% das pessoas com alopecia areata apresentam os sintomas antes dos 20 anos, como a pri- meira placa de alopecia areata, conforme apontam Rivitti (2018) e Soutor e Hordinsky (2015). A etiologia ainda é desconhecida, mas os possíveis fatores que podem estar associados são fatores genéticos e fatores imunológicos, segundo Rivitti (2018). Fármacos e alopecia6 A alopecia areata é classificada em vários padrões, de acordo com o número de lesões, a área acometida e a topografia das perdas de cabelos ou pelos. A seguir, são apresentadas as formas clássicas e atípicas de alopecia areata, com base em Rivitti (2018). Formas clássicas: ■ alopecia areata em placa única ou unifocal — caracterizada por uma única placa alopécica redonda ou ovalada, lisa, em que a coloração da pele se apresenta normal, com pelos de aparência normal na periferia da placa; ■ alopecia areata em placas múltiplas ou multifocal — ocorrem múlti- plas placas alopécicas típicas, afetando o couro cabeludo ou também outras áreas pilosas; ■ alopecia areata ofiásica — a queda dos fios acomete a linha de im- plantação temporo-occipital, em uma área extensa que atinge as margens inferiores do couro cabeludo; ■ alopecia areata total — ocorre a perda generalizada dos pelos termi- nais ao longo do couro cabeludo e não atinge outras regiões pilosas do corpo; ■ alopecia areata universal — há perda generalizada dos pelos corpó- reos, sendo afetados o couro cabeludo e outras regiões pilosas, como cílios, supercílios, barba, bigode, axilas e áreas genitais. Formas atípicas: ■ alopecia areata tipo sisaifo — a perda de cabelos atinge todo o couro cabeludo, exceto as margens inferiores ao longo da linha de implan- tação temporo-occipital; ■ alopecia areata reticular (Figura 4) — ocorrem múltiplas placas de alopecia intercaladas por pequenas faixas de cabelos preservados; ■ alopecia areata difusa — a queda dos fios ocorre de forma aguda e difusa; pode ser a forma inicial, principalmente em crianças e adolescentes, ou pode surgir a partir de formas em placa. A maioria desses casos evolui para formas mais graves de alopecia areata total ou universal. O tratamento para essa doença geralmente é analisado com base na ex- tensão da área afetada e na duração da alopecia. Geralmente, são prescritas infiltrações intralesionais de suspensões de corticosteroides de alta potên- cia (triancinolona, dipropionato de betametasona, clobetasol, halcinonida e fluocinolona). Os corticosteroides tópicos podem também ser prescritos em 7Fármacos e alopecia associação ao tratamento com minoxidil tópico (soluções a 5%), duas vezes ao dia. A infiltração intralesional de suspensões de corticosteroides é consi- derada o tratamento mais efetivo da alopecia areata, segundo Rivitti (2018). Abordaremos os fármacos mais adiante. Figura 4. Alopecia areata reticular: placas de alopecia areata separadas por faixas de cabelos não acometidos. Fonte: Rivitti (2018, p. 443). Fármacos e alopecia8 Na prática Veja, em realidade aumentada, como funciona o ciclo piloso na alopecia.. 1. Acesse a página https://bit.ly/2YQoFLK e baixe o aplicativo Sagah Bases farmacológicas e interações medicamentosas na es- tética. Se preferir, use o QR code ao lado para baixar o aplicativo. 2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a seguir: Eflúvio telógeno O efl úvio telógeno é conhecido como uma queda excessiva do cabelo, causada pela conversão prematura de pelos em fase de crescimento (anágena) para pelos em fase de repouso (telógena), de acordo com Rivitti (2018). Pode se apresentar de forma aguda ou crônica. A forma aguda tem uma duração de 2 a 6 meses, tendo uma recuperação completa sem intervenção. Já a forma crônica pode durar de meses a anos e geralmente ocorre em mulheres com idades entre 30 e 60 anos, segundo Mulinari-Brenner e Bergfeld (2012). O eflúvio telógeno é subdividido em cinco tipos, de acordo com os meca- nismos fisiopatológicos responsáveis por desregular o ciclo capilar, conforme descrito a seguir, com base em Rivitti (2018). 9Fármacos e alopecia 1. Liberação anágena imediata — o folículo da fase anágena avança prematuramente para a fase telógena, devido a fatores como estresse psicológico, ocorrendo de 2 a 3 meses após o incidente de estresse. 2. Liberação anágena retardada — ocorre o prolongamento da fase aná- gena e a alteração no ciclo capilar; com isso, ocorre a queda de fios telógenos. Um exemplo clássico é a queda de cabelos pós-parto, devido a influências estrogênicas. 3. Síndrome do anágeno curto — ocorre o encurtamento da fase aná- gena, gerando um aumento da fase telógena e, consequentemente, o aumento na queda e o encurtamento dos fios. É o que ocorre na alopecia androgênica. 4. Liberação telógena imediata — ocorre o encurtamento da fase telógena; com isso, folículos entram na fase anágena de forma prematura. Esse tipo de evento ocorre na fase inicial do tratamento com minoxidil. 5. Liberação telógena retardada — ocorre um aumento na duração da fase telógena e um atraso na transição para a fase anágena, gerando queda dos fios. A alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda do cabelo. A Sociedade Brasileira de Dermatologia explica, no link a seguir, um pouco sobre os sintomas, o tratamento e a prevenção dessa patologia. https://qrgo.page.link/Xg81w 2 A ação dos fármacos Atualmente, existem dois medicamentos que se destacam na efi cácia do tra- tamento para alopecia não cicatricial e por serem amplamente prescritos: a fi nasterida via oral de 1 mg e o minoxidil via tópica 5%. Esses tratamentos são realizados de forma prolongada, segundo Mulinari-Brenner, Seidel e Hepp (2011). Fármacos e alopecia10 Finasterida A fi nasterida foi aprovada pela Food and Drug Administration e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária na dosagem de 1 mg para o tratamento de alopecia. Trata-se de um dos fármacos mais prescritos para tratar alopecia androgenética masculina. Esse medicamento é contraindicado para mulheres, bem como mulheres grávidas ou com intenção de engravidar, pois esse princípio ativo inibe a conversão da testosterona em DHT, podendo causar anormalidades na genitália externa em fetos do sexo masculino. É contraindicado também para crianças, segundo Laignier et al. (2017). A finasterida aumenta o crescimento capilar no couro cabeludo e pre- vine a queda adicional em homens. É considerada um inibidor específico da 5α-redutase tipo II, responsável por metabolizar a testosterona em DHT, reduzindo os níveis de DHT no organismo e, consequentemente,diminuindo a queda do cabelo, conforme Rivitti (2018), o Laboratório Libbs Farmacêutica (FINALOP, 2018) e Laignier et al. (2017). Os comprimidos revestidos na dose de 1 mg são indicados para o tratamento de alopecia, administrados uma vez ao dia, sendo necessário o uso por três meses ou mais, para evidenciar o efeito do crescimento ou da prevenção da perda de cabelo. É indicado o uso contínuo desse medicamento para se obter máximo benefício, segundo Rivitti (2018), o Laboratório Libbs Farmacêutica (FINALOP, 2018) e Laignier et al. (2017). A finasterida tem uma biodisponibilidade de aproximadamente 80%; a concentração plasmática máxima é alcançada em aproximadamente duas horas após a ingestão, e a absorção completa ocorre após seis a oito horas da administração. Sua ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 93%. Após a administração de múltiplas doses, ocorre pequeno acúmulo de finasterida no plasma, segundo o Laboratório Libbs Farmacêutica (FINALOP, 2018). A finasterida é metabolizada principalmente pela enzima citocromo P450, e seus metabólitos apresentam baixa atividade. Após a administração oral de finasterida, sua excreção ocorre majoritariamente nas fezes, e 39% da dose é excretada na urina, na forma de metabólitos. A depuração plasmática é de aproximadamente 165 mL/min. A taxa de eliminação da finasterida reduz com o aumento da idade, sendo a meia-vida de 5 a 6 horas em homens de 18 a 60 anos e de oito horas naqueles com mais de 70 anos, conforme aponta o Laboratório Libbs Farmacêutica (FINALOP, 2018). Embora o tratamento com finasterida seja eficiente para o tratamento da alopecia, seus efeitos colaterais, considerados raros, podem desencadear diminuição da libido e disfunção 11Fármacos e alopecia erétil, motivo este que leva alguns homens a não utilizarem essa terapia me- dicamentosa, segundo o Laboratório Libbs Farmacêutica (FINALOP, 2018). Minoxidil O minoxidil promove a vasodilatação e prolonga a fase anágena do pelo/ cabelo; no entanto, seu mecanismo de ação ainda não foi totalmente elucidado. Durante o início do tratamento, pode ocorrer a queda capilar, mas isso se estabiliza após algumas semanas de uso, iniciando-se, assim, o crescimento capilar, de acordo com o Aché Laboratório Farmacêuticos (PANT, 2017) e Katzung e Trevor (2017). O tratamento deve ser de, no mínimo, dois meses de aplicação diária de minoxidil tópico, duas vezes ao dia, para que se evidencie o crescimento capilar esperado. Esse período pode se estender para alguns homens, cujo tratamento necessitará de, ao menos, quatro meses para a obtenção de resultados. Se a aplicação de minoxidil for suspensa, o nascimento de cabelos novos será inter- rompido, e, em um período de três a quatro meses, pode-se voltar ao aspecto da alopecia anterior ao início do tratamento, conforme o Aché Laboratório Farmacêuticos (PANT, 2017). A absorção do minoxidil solução capilar 5% é considerada baixa, de apro- ximadamente 1,7% (entre 0,3% e 4,5%) a partir do couro cabeludo intacto normal, sendo essa absorção aumentada caso aumente a quantidade do fármaco aplicado ou a frequência da aplicação. Segundo o Aché Laboratório Farma- cêuticos (PANT, 2017), os três fatores mais importantes que determinam o aumento da absorção do minoxidil tópico são: aumento da magnitude da dose aplicada; aumento da frequência de administração; e diminuição do estrato córneo (barreira protetora). Os níveis séricos de minoxidil e seus efeitos sistêmicos, a partir da aplicação tópica, são determinados pela taxa de absorção do fármaco através da pele. A maior parte do minoxidil absorvido sistematicamente é eliminada em quatro dias, após interrupção da administração do produto, e seus metabólitos são eliminados principalmente pela urina, segundo o Aché Laboratório Farma- cêuticos (PANT, 2017). O minoxidil não previne a queda de cabelo decorrente do uso de alguns medicamentos prescritos ou não, de problemas nutricionais graves (baixa concentração sérica de ferro e alta concentração de vitamina A), de hipoti- Fármacos e alopecia12 reoidismo, de quimioterapia ou de doenças que causam cicatrizes no couro cabeludo. Pode reverter o processo de queda de cabelos em portadores de alopecia androgênica, quando aplicado de maneira adequada localmente, conforme aponta o Aché Laboratório Farmacêuticos (PANT, 2017). A etiologia da alopecia areata ainda é desconhecida, mas provavelmente é multifatorial, com evidências autoimunes e genéticas. Acesse o link a seguir e leia sobre os tipos de alopecia areata, o diagnóstico e o tratamento. https://qrgo.page.link/8pUw8 3 Medicamentos que causam alopecia O câncer é considerado um problema de saúde pública e, atualmente, é a segunda causa de morte em regiões mais desenvolvidas. A evolução nas pes- quisas e nos estudos voltados para o câncer possibilitou uma grande variedade de tratamentos para essa doença, entre eles a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, os quais serão escolhidos de acordo com as características do paciente, o tipo, o local e o quadro evolutivo do tumor, conforme apontam Reis e Gradim (2018). Os medicamentos antineoplásicos, que compõem a quimioterapia, são defi- nidos como substâncias que inibem ou impedem a proliferação de neoplasias. Em muitos casos, esses tratamentos são exitosos; no entanto, algumas vezes, são associados a efeitos colaterais no organismo, afetando, em alguns casos, o equilíbrio emocional e a vida social. A maioria dessas reações é reversível com a redução das doses. Uma das reações que frequentemente afetam os pacientes é a alopecia (induzida pelos medicamentos), causando o eflúvio anágeno e o eflúvio telógeno, segundo Sanches Junior et al. (2010). O eflúvio anágeno é a perda capilar brusca, ocorrendo de uma a duas semanas após o início da quimioterapia, levando ao afinamento e à queda dos cabelos. Já no eflúvio telógeno, os pelos migram de forma prematura para a fase de repouso, promovendo a queda dos cabelos. Conforme mencionado anteriormente, o minoxidil tópico não apresenta efetividade na alopecia in- 13Fármacos e alopecia duzida por quimioterápicos, porém, pode diminuir a duração da alopecia, de acordo com Sanches Junior et al. (2010). No Quadro 1 a seguir são apresentados os fármacos quimioterápicos que causam as alopecias total e parcial. Fonte: Adaptado de Sanches Junior et al. (2010). Forma de alopecia Agente Alopecia completa Ciclofosfamida (altas doses) Doxorrubicina Docetaxel Dactinomicina Irinotecano Topotecano Bleomicina Paclitaxel Alopecia incompleta Etoposídeo Ifosfamida Mitomicina C Fluorouracil Melphalan Mitoxantrona Gencitabina Metotrexate Alcaloides da vinca Quadro 1. Agentes quimioterápicos isolados que causam alopecia Katzung e Trevor (2017) apontam alguns exemplos de antineoplásicos que podem ocasionar alopecia: vimblastina, indicada para o tratamento de linfomas Hodgkin e não Hodgkin e câncer de mama e de células germinativas; paclitaxel, que é indicado para câncer de ovário, de mama avançado, de cabeça e pescoço; e doxorrubicina, indicada para câncer de mama, de endométrio, de bexiga, de testículo e de ovário. No Quadro 2 são apresentados outros medicamentos antineoplásicos que podem desencadear alopecia, com seus respectivos mecanismos de ação, sua aplicação clínica e sua toxicidade. Fármacos e alopecia14 Fá rm ac o M ec an is m o d e aç ão A p lic aç õ es c lín ic as To xi ci d ad e ag u d a To xi ci d ad e ta rd ia Bl eo m ic in a Li ga çã o de ra di ca is li vr es d e ox ig ên io ao D N A , c au sa nd o ru pt ur as d e fit as s im pl es e d up la s de D N A Li nf om a de H od gk in e n ão H od gk in , câ nc er d e cé lu la s ge rm in at iv as , câ nc er d e ca b eç a e p es co ço Re aç õe s al ér gi ca s, fe br e, h ip ot en sã o To xi ci da de cut ân ea , fib ro se p ul m on ar , m uc os ite , a lo p ec ia D au no rr ub ic in a Li ga çã o de ra di ca is li vr es d e ox ig ên io ao D N A , c au sa nd o ru pt ur as d e fit as si m pl es e d up la s do D N A ; i ni b e a to p oi so m er as e II; in te rc al a- se n o D N A Le uc em ia m ie lo id e ag ud a (L M A ) e le uc em ia li nf oc íti ca a gu da (L LA ) N áu se as e v ôm ito s, fe br e, u rin a ve rm el ha (s em he m at úr ia ) C ar di ot ox ic id ad e, al op ec ia , m ie lo ss up re ss ão D oc et ax el In ib e a m ito se C ân ce r d e m am a, c ar ci no m a pu lm on ar d e cé lu la s nã o p eq ue na s (C PC N P) , c ân ce r d e pr ós ta ta , c ân ce r gá st ric o, c ân ce r d e ca b eç a e p es co ço , câ nc er d e ov ár io , c ân ce r d e b ex ig a H ip er se ns ib ili da de N eu ro to xi ci da de , re te nç ão d e líq ui do , m ie lo ss up re ss ão co m n eu tr op en ia D ox or ru bi ci na Li ga çã o de ra di ca is li vr es d e ox ig ên io ao D N A , c au sa nd o ru pt ur as d e fit as si m pl es e d up la s do D N A ; i ni b e a to p oi so m er as e II; in te rc al a- se n o D N A C ân ce r d e m am a, li nf om a de H od gk in e nã o H od gk in , s ar co m a de te ci do s m ol es , c ân ce r o va ria no , C PC N P e ca rc in om a de p ul m ão d e cé lu la s p eq ue na s (C PC P) , c ân ce r d e tir eo id e, tu m or d e W ilm s, ne ur ob la st om a N áu se as , u rin a ve rm el ha (s em he m at úr ia ) C ar di ot ox ic id ad e, al op ec ia , m ie lo ss up re ss ão , es to m at ite Et op os íd eo In ib e a to p oi so m er as e II CP CN P e CP CP , l in fo m a nã o H od gk in , c ân ce r g ás tr ic o N áu se as , v ôm ito s, hi p ot en sã o A lo p ec ia , m ie ls os su pr es sã o Q u ad ro 2 . M ed ic am en to s an tin eo pl ás ic os q ue p od em d es en ca de ar a lo p ec ia (C on tin ua ) 15Fármacos e alopecia Fo nt e: A da pt ad o de K at zu ng e T re vo r ( 20 17 ). Fá rm ac o M ec an is m o d e aç ão A p lic aç õ es c lín ic as To xi ci d ad e ag u d a To xi ci d ad e ta rd ia Id ar ru bi ci na Li ga çã o de ra di ca is li vr es d e ox ig ên io ao D N A , c au sa nd o ru pt ur as d e fit as si m pl es e d up la s do D N A ; i ni b e a to p oi so m er as e II; in te rc al a- se n o D N A LM A , L LA , l eu ce m ia m ie lo id e cr ôn ic a em c ris e bl ás tic a N áu se as e v ôm ito s M ie lo ss up re ss ão , m uc os ite , ca rd io to xi ci da de Iri no te ca no In ib e a to p oi so m er as e I C ân ce r c ol or re ta l, câ nc er ga st re so fá gi co , C PC N P e CP CP D ia rr ei a, n áu se as e vô m ito s D ia rr ei a, m ie lo ss up re ss ão , ná us ea s e vô m ito s M ito m ic in a A tu a co m o fá rm ac o al qu ila nt e e fo rm a lig aç õe s cr uz ad as c om o D N A ; f or m aç ão d e ra di ca is li vr es d e ox ig ên io , q ue tê m c om o al vo o D N A C ân ce r d e b ex ig a su p er fic ia l, câ nc er gá st ric o, c ân ce r d e m am a, C PC N P, câ nc er d e ca b eç a e p es co ço (e m as so ci aç ão c om ra di ot er ap ia ) N áu se as e v ôm ito s M ie lo ss up re ss ão , m uc os ite , a no re xi a e fa di ga , s ín dr om e he m ol íti co -u rê m ic a Pa cl ita xe l In ib e a m ito se C ân ce r d e m am a, C PC N P e CP CP , c ân ce r d e ov ár io , c ân ce r ga st re so fá gi co , c ân ce r d e pr ós ta ta , c ân ce r d e b ex ig a, câ nc er d e ca b eç a e p es co ço N áu se as , v ôm ito s, hi p ot en sã o, ar rit m ia s, hi p er se ns ib ili da de M ie lo ss up re ss ão , ne ur op at ia s en so ria l p er ifé ric a To p ot ec an a In ib e a to p oi so m er as e I CP CN P, câ nc er d e ov ár io N áu se as e v ôm ito s M ie lo ss up re ss ão Q u ad ro 2 . M ed ic am en to s an tin eo pl ás ic os q ue p od em d es en ca de ar a lo p ec ia (C on tin ua çã o) Fármacos e alopecia16 Conforme abordado anteriormente, além dos antineoplásicos, os hor- mônios esteroides masculinos podem provocar a alopecia. Esses compostos orgânicos são sintetizados pelo organismo, sendo produzidos pelas glândulas suprarrenais e glândulas sexuais. Conforme abordado, o hormônio testoste- rona é o principal responsável pela alopecia, pois é por meio dele que ocorre a formação do DHT e, com isso, a atrofia dos folículos, acelerando a queda, segundo Pereira e Miguel (2017). As mulheres possuem quantidades menores de testosterona, se comparadas aos homens. Em mulheres portadoras da síndrome do ovário policístico, como ocorre um aumento de testosterona, também pode ocorrer a queda de cabelo, segundo Mulinari-Brenner, Seidel e Hepp (2011). Além de ser um estrogênio endógeno, existe a apresentação sintética da testosterona, muito utilizada na terapia de reposição hormonal e, atualmente, no meio desportivo, a fim de melhorar o desempenho dos atletas. No entanto, além de todas as alterações fisiológicas, a apresentação sintética da testosterona pode ocasionar a alope- cia, pelo mesmo motivo da testosterona produzida endogenamente, segundo Cunha et al. (2004). Os esteroides ditos anabólicos são compostos derivados da testosterona; em sua síntese, são realizadas modificações na molécula de testosterona, para alterar suas propriedades e sua ação no organismo. Alguns exemplos de fármacos que representam esses esteroides sintéticos e que causam alopecia como efeito colateral são descritos a seguir. Estanozolol — é um esteroide anabolizante sintético, derivado da testosterona. Em sua forma farmacêutica injetável, é indicado para o tratamento de angioderma hereditário, asma, anemia e anorexia. Esse esteroide sintético de efeito androgênico apresenta poucos efeitos colaterais, segundo Valdares (2007). Oximetolona — é apresentado na forma farmacêutica oral, sendo in- dicado para o tratamento de anemias causadas pela deficiência de eritrócito. É um anabolizante potente, que proporciona um ganho de massa muscular rápido; é hepatotóxico e pode ocasionar ginecomastia, acne, hipertensão e alopecia, segundo Valdares (2007). Decanoato de nandrolona — é apresentado na forma farmacêutica injetável. Ele é indicado como coadjuvante em terapias específicas e pertence ao grupo de medicamentos conhecidos como esteroides ana- bólicos. Auxilia na reconstrução de tecidos que se tornaram fracos por causa de uma doença crônica ou danos graves, sendo também utilizado 17Fármacos e alopecia por atletas, com o intuito de aumentar a massa muscular e melhorar o desempenho, segundo Ribeiro et al. (2014). O uso de anabolizantes esteroides ultrapassou a barreira do doping em ati- vidades esportivas; atualmente, vêm sendo cada vez mais utilizados por jovens praticantes de atividade física em academias. Nesses casos, os anabolizantes são utilizados unicamente para obter um desenvolvimento rápido do corpo, devido ao crescimento dos músculos e ao ganho de massa muscular induzidos pelos esteroides, segundo Cunha et al. (2004). Muitos desses indivíduos não dão importância para as possíveis complicações que esses fármacos podem causar, que vão muito além da alopecia, como aumento de colesterol, alterações no fígado, problemasde infertilidade e alterações psíquicas. CUNHA, T. S. et al. Esteróides anabólicos androgênicos e sua relação com a prática desportiva. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 40, n. 2, p. 165-179, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v40n2/05.pdf. Acesso em: 19 dez. 2019. FINALOP: finasterida. Comprimidos revestidos. 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