Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

O Transtorno Obsessivo Compulsivo trata-se de uma disfunção mental, quando julgamos as manias a um nível grave e incontrolável. Caracterizado pela presença de pensamentos obsessivos que produzem inquietude, medos, preocupações, condutas e compulsões em que o indivíduo apresenta atos mentais repetitivos.

As obsessões são pensamentos perturbadores e irracionais, com impulsos e ideias, ou até mesmo imagens indesejadas, que são geradas insistentemente e repetidamente na mente do sujeito, sem que ela queira. Às vezes as obsessões são intrusivas, não podendo ser rejeitadas e nem evitadas.

A maioria das pessoas que sofre com o Transtorno Obsessivo Compulsivo, reconhece a falta de sentido da conduta, e que se trata de pensamentos surgidos da sua mente e que são irracionais, mas não deixam de sentir medo de que os pensamentos sejam verdadeiros, fazendo com que, ao rejeitar tal obsessão/pensamento gera um mal-estar, consequente da ansiedade, e o único jeito de acabar com essa ansiedade, é por meio de rituais próprios da compulsão, como \u201cbater três vezes na madeira\u201d, fazendo com que produza um alívio passageiro de sua tensão provocada pela ansiedade.

Os episódios de pensamentos obsessivos tendem a se agravar à medida que são realizados os rituais, podendo transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária do sujeito como para a vida da família também. Geralmente as obsessões se desenvolvem nas áreas da limpeza, contagem, checagem, conferência, organização, e os mais comuns são ideias de contaminação, ou seja, o medo de à sujeira ou germes, repulsão pelos dejetos (fezes) ou líquidos corporais (urina, suor, etc.), simetria, medo de ter pensamentos pecaminosos ou ruins, medo de fazer mal a outras pessoas, pensar grande quantidade de tempo em certas imagens, palavras ou números, podendo variar ao longo da evolução da doença.

\u201c Os pensamentos obsessivos estão intimamente relacionados ao medo. O medo é um sentimento natural e saudável, cuja função é nos resguardar de maiores problemas. É bom que tenhamos medo de atravessar a rua com o sinal aberto para os carros, com razões óbvias. É esse medo que nos impede de arriscar nossa vida em um trânsito caótico, repleto de motoristas alucinados. No entanto, ter receio de sair de casa e andar na calçada por causa da remota probabilidade de ser atropelado, no portão do próprio prédio, significa entregar-se a um medo irracional e infundado, que limita nossos movimentos e cerceia nossa liberdade de ação. Nesse caso, o medo deixa de ser útil e passa a ser irreal e nocivo. Não serve mais a função de proteção e ainda nos faz desfavor de entravar nossa vida. A pessoa que tem pensamentos obsessivos sofre desse último tipo de medo. Portanto, não podemos confundir as obsessões com os medos comuns. \u201d (Mentes e manias: TOC: Transtorno obsessivo-compulsivo/ 2017)

Quadro Clínico (Sinais e sintomas):

Por conta da vergonha em realizar os rituais e manias na frente de outras pessoas, com receio de serem ridicularizados, as pessoas tentam esconder as manias, fazendo com que seja difícil identificar o transtorno na pessoa, caso contrário, as pessoas que sofrem com TOC, ao realizar na frente de todos em sua frente, seus rituais e manias, é perceptível os sinais repetitivos como bater na madeira três vezes, fazer o sinal da cruz três vezes, aumento e diminuição do volume da televisão, facilitando o diagnóstico.

Compulsões:

Contagem Compulsiva, limpeza excessiva, ordenação e organização das coisas de uma maneira específica e precisa, verificação repetitiva das coisas, tais como verificar repetidamente para ver se a porta está trancada.

Obsessões:

Medo de contaminação, fazendo com que a pessoa leve as mãos excessivamente; preocupação excessiva com a limpeza; conferência diversas vezes de portas, janelas, gás, ferro ou luzes antes de sair de casa ou dormir; pensamentos intrusos e indesejados, como por exemplo, agressivos em relação aos outros ou a si mesmo; ter coisas simétricas ou em ordem perfeita.

Dependendo do caso, essas compulsões e obsessões podem interferir na vida social do indivíduo. Os sintomas do TOC sofrem alterações no comportamento, fazendo com que ela não consiga evitar os rituais ou compulsões, repetições; no pensamento, como preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio e obsessões e nas emoções da pessoa, como medo, desconforto, aflição, culpa e depressão.

Dados epidemiológicos:

Até pouco tempo, o TOC só era reconhecido em casos de pessoas com quadros graves. Portanto, apenas as pessoas com quadros graves costumavam ser diagnosticadas e tratadas.

No final da década de 1980 uma estimativa de 0,2% da população norte-americana sofria com pensamentos repetitivos e ações realizadas de forma incontrolável.

Mas foi percebido que é possível encontrar sintomas desconfortáveis desde quadros leves, passando pela moderada, até a mais grave, tornando o Transtorno Obsessivo Compulsivo bastante comum atualmente, acometendo aproximadamente 2,5% das pessoas ao longo da vida, ou ao redor de 1% em determinado momento.

Seu início em geral é na adolescência mas, não raro, na infância. Os sintomas podem ser de intensidade leve, mas não raro são muito graves e até incapacitantes. O TOC tende a ser crônico, com os sintomas crescendo ou diminuindo de intensidade ao longo do tempo. Se não tratado pode acompanhar o indivíduo ao longo de toda a sua vida, pois raramente melhora espontaneamente. Apesar dos avanços no tratamento do TOC, cerca de 40% a 60% dos pacientes mantêm sintomas residuais prejudiciais após um curso de tratamento inicial de primeira linha.

Principais tratamentos:

Portanto, o primeiro passo para que haja um tratamento eficaz é, quando identificamos os sintomas, pois a maioria das pessoas que sofre com o Transtorno Obsessivo Compulsivo, reconhece que se trata de pensamentos surgidos da sua mente, então fica mais fácil ir em busca de ajuda, no qual o tratamento mais eficaz para o TOC, é através da psicoterapia de orientação cognitivo-comportamental (TCC), terapia de neuroestimulação e o uso de medicamentos antidepressivos, em doses bem mais elevadas que as utilizadas no tratamento da depressão.

Pois, o tratamento de primeira linha inclui inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e terapia cognitivo-comportamental de exposição e prevenção de rituais.

Caso os pacientes mantenham sintomas residuais prejudiciais após o curso inicial de primeira linha, é necessário focar em estratégias de potencialização, trocas de medicamentos, combinações e abordagens de neuroestimulação.

Psicoterapia: Uma psicoterapia focada em cognitivo comportamental (TCC), considerada como primeira linha para o tratamento do TOC, tanto individual quanto em grupo, com objetivo de exposição e prevenção de rituais que podem ser utilizados isoladamente ou em combinações, onde há combinações de técnicas de reestruturação cognitiva e comportamentais de exposição e prevenção de resposta, podendo também ser utilizadas separadamente.

Neuroestimulação: Através de estratégias de neuroestimulação que podem ser empregadas em caso de refratariedade às estratégias de farmacoterapia combinada com a psicoterapia, que incluem uma estimulação cerebral, estimulação magnética transcraniana, neurocirurgia e eletroconvulsoterapia.

Terapia Farmacológica: Indicada em casos de obsessões, convicções quase delirantes associadas quando o paciente não consegue resistir aos rituais/manias, quando tem baixa motivação, adesão, resposta a terapia.

A psicoterapia costuma levar em média de 12 a 24 semanas de tratamento, não havendo respostas satisfatórias é recomendado o uso de medicamentos e psicoterapia em até 8 a 12 semanas. É necessário reavaliar o caso e trocar a medicação para outro inibidor seletivo da recaptação da serotonina, otimizando a dose.

Caso Clínico:

Maria, 20 anos, procura atendimento, relatando que os sintomas começaram aos poucos, cerca de um ano atrás, e que, desde o início da pandemia, suas obsessões agravaram, pois sempre quando vai sair de casa tem de conferir se todas as luzes estão apagadas, se o fogão está desligado, se as janelas estão fechadas e as portas trancadas, mesmo sabendo que tudo está organizado, pois tem o pensamento de que, se não conferir, poderá acontecer algo de muito ruim, como a casa pegar fogo ou ser invadida, mesmo nunca ter tido vivenciado algo desse tipo.

Outro relato, é de que, antes de dormir, a mesma confere se as portas estão trancadas, começa a contar os carros em sua garagem em ordem crescente para decrescente e, vise-versa e fica ligando e desligando as tomadas, para que possa ter uma boa noite de sono.

Maria apresenta um grau leve de TOC, às vezes ela consegue enfrentar tais obsessões, por meio de enganar sua mente, deixando-a tal obsessão para depois, Maria também consegue esquecer das obsessões, em meio as pessoas, quando está se divertindo e conversando, fazendo com que não atrapalhe em sua vida social. O problema é quando Maria fica mais sozinha, ou em casa com a família, quando está concentrada em seus pensamentos, permitindo a entrada das obsessões.

Curiosidades sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC: A psicoterapia costuma ser a mais comum em casos quando há predomínio de compulsões ou esquiva, já o transtorno obsessivo compulsivo comórbido, relacionado com a bipolaridade, gestação, intolerância ou recusa, é indicado ao tratamento farmacológico.

Psicopatologia / Psicologia / TOC

Bárbara Nunes

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

IPA

Psicopatologia

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