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APOSTILA_06

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Economia Monetária
Economia | 147
Objetivos
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• Conhecer as características básicas da moeda e suas 
funções na economia;
• Acompanhar a evolução histórica da moeda e os tipos 
que estão em uso;
• Entender a atuação do Banco Central visando ao 
controle monetário;
• Conhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional;
• Estudar a natureza da taxa Selic e seus impactos na 
economia real.
Economia | 149
1. As Funções da Moeda
Você viu que, no modelo simplificado do fluxo circular da economia, 
há um fluxo real (de bens e serviços e de fatores de produção) caminhando 
num sentido e, em sentido oposto, há o fluxo monetário das moedas que são 
acumuladas por todos os agentes, num ciclo que se repete indefinidamente.
Define-se moeda como o estoque de ativos que pode ser 
prontamente usado nas transações de mercado. Esse estoque de ativos, para 
que exerça o seu papel de moeda, deve possuir algumas características especiais. 
Vamos a elas.
Funções da moeda
Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que, geralmente, é 
aceito para liquidar as transações, isso é, para pagar pelos bens e serviços e 
para quitar obrigações. De acordo com essa definição, qualquer coisa pode ser 
moeda, desde que aceita como forma de pagamento.
Basicamente, a moeda tem três funções:
• Meio de pagamento ou de troca_ Ser meio de troca garante 
que a moeda é o ativo utilizado para compra de todos os bens e 
serviços.
• Unidade de conta ou unidade de referência_ A moeda 
fornece um padrão para expressar o valor monetário de todos 
os bens e serviços.
• Reserva de valor_ A moeda deve possuir a característica de 
transferir o poder aquisitivo presente para o futuro.
150 | Economia
Meio de pagamento33 ou de troca: a moeda é considerada 
o instrumento básico para que se possa operar no mercado, pois atua 
como meio de troca, devendo ser aceita na troca por qualquer produto 
que esteja à venda. Quando você vende seu produto, você recebe moeda 
pelo produto vendido e, por conseguinte, terá moeda para comprar 
aquilo que desejar. Ser meio de troca garante que a moeda é o ativo 
utilizado para a compra de todos os bens e serviços.
Unidade de conta ou unidade de referência: a moeda desempenha 
a função de unidade de conta, também chamada de denominador comum 
de valor, isso é, ela fornece um padrão para que as demais mercadorias 
expressem seus valores e forneçam um referencial para que os valores dos 
demais produtos sejam cotados no mercado, ou para o registro das dívidas, 
que podem até ser diferidas no tempo. Quando as lojas anunciam os preços 
de sua mercadoria, o fazem expressando seus valores em reais.
Reserva de valor: a moeda deve preservar o seu valor ao longo do 
tempo. Deve, também, reservar a característica de transferir o poder aquisitivo 
presente para o futuro. Ou seja, deve-se poder ter a opção de guardar 
determinada quantia em moeda hoje para gastá-la amanhã, na próxima 
semana ou no mês que vem. A moeda não é uma reserva de valor perfeita 
porque, em períodos inflacionários, os preços sobem e o valor real da moeda 
cai. Mesmo assim, as pessoas guardam moeda porque podem trocá-la por 
bens e serviços em algum momento futuro. 
Reserva de valor x Poder de compra
Você sabe qual a diferença?
Imagine uma nota de R$ 100. Ela vale R$ 100 hoje e também 
valerá R$ 100 daqui a um ano, por exemplo. Isso porque a moeda possui a 
função de reserva de valor. Porém, não podemos pensar na função de reserva 
de valor de uma moeda como sendo o poder de compra dessa moeda, que se 
mantém no tempo. São conceitos diferentes.
33 Meio de pagamento: isso será detalhado melhor no item 4 desta unidade, e você 
verá que por trás deste conceito está também presente a questão da liquidez, ou seja, a 
facilidade para ser prontamente convertida e aceita em uma transação comercial.
Economia | 151
Este exemplo vai clarear os dois conceitos:
João possui uma nota de R$ 100. Como o 
preço de um kg de alcatra custa R$ 20, ele pode 
comprar, hoje, (R$ 100/20) => 5kg de alcatra.
Então, o poder desses R$ 100, hoje, é equivalente 
a 5kg de alcatra, mas, João não compra a carne e 
guarda a nota de R$ 100 na gaveta.
Mas, qual será o poder de compra desses R$ 100 
daqui a um ano?
Vai depender do preço da alcatra naquela ocasião.
Imagine que, daqui, a um ano, João pega a 
nota de R$ 100 na gaveta e decide gastar todo 
o dinheiro comprando alcatra. Ele te, em mãos, 
uma nota de R$ 100. Graças à função de reserva 
de valor, a nota de R$ vale R$ 100.
Se o preço continuar a R$ 20/kg, o poder de compra 
estará preservado, e João poderá comprar os mesmos 
5 kg de alcatra que deixou de comprar um ano 
antes. Nesse caso, o poder de compra de João não se 
alterará, e a nota continuará valendo R$ 100.
152 | Economia
Se o preço da alcatra diminuir, por exemplo, passando 
para R$ 16/kg, João poderá comprar (R$ 100/16) => 
6,25kg. Nesse caso, o poder de compra de João será 
aumentado, pois com a mesma quantia ele compra 
1,25 kg a mais, mas a nota continua valendo R$ 100.
Se o preço da alcatra tiver aumentado, por exemplo, 
passando para R$ 25/kg, João só poderá comprar 
(R$100/25) => 4 kg de carne. Nesse caso o poder 
de compra de João ficará reduzido, pois, com a 
mesma quantia, ele compra 1 kg a menos, mas a nota 
continuará valendo R$ 100.
Você perceber a diferença?
Reserva de valor
É constante
Poder de compra (em datas diferentes)
Depende do comportamento dos preços34
34 A próxima unidade (Unidade 7) vai tratar exclusivamente das causas e 
efeitos do processo inflacionário.
Economia | 153
Para que a moeda possa desempenhar essas funções 
básicas, ela deve, também, conter algumas características especiais, 
que são as seguintes:
Indestrutibilidade e inalterabilidade: existem técnicas 
modernas para desenho e impressão de papel-moeda, 
ou cunhagem de moedas, que devem garantir à moeda 
maior resistência e vida útil e também proteção contra 
falsificações. No caso do papel-moeda, é sabido que a vida 
útil varia inversamente ao valor de face das cédulas: as 
notas de R$ 2,00 e de R$ 5,00 são as que se deterioram 
mais rapidamente, ao passo que as notas de R$ 100,00 
duram mais porque têm a circulação mais reduzida35.
Divisibilidade: a moeda de um país deve possuir múltiplos 
e submúltiplos, de forma a permitir a realização de todas as 
transações comerciais.
Transferibilidade: a moeda deve circular livremente 
entre os agentes econômicos, facilitando as trocas 
comerciais e financeiras, garantida de que está pelo 
curso legal imposto pelo Estado brasileiro, que 
emite e garante o papel-moeda em circulação. 
Facilidade de manuseio e transporte: o papel-moeda deve 
ser impresso de forma a facilitar o seu manuseio e transporte.
agentes 
econômicos
agentes 
econômicos
35 Curiosidade: como descartar cédulas velhas de dinheiro? No passado, todas as 
cédulas envelhecidas pelo uso eram recolhidas e incineradas nos fornos da Casa 
da Moeda, gerando passivos ambientais. Modernamente, porém, as questões de 
sustentabilidade e proteção ao meio ambiente entraram na pauta econômica, 
e as cédulas passaram a ser descartadas de forma ambientalmente correta. Um 
desses meios se dá pela fabricação de tijolos.
154 | Economia
2. Os Tipos de Moedas
Você já deve ter reparado que usamos dinheiro em papel ou em 
moedas metálicas para uma gama de transações comerciais, normalmente 
as que envolvem pouca quantidade de moeda. Mas também realizamos 
inúmeras transações sem o uso de moeda, como as transferências 
bancárias, os pagamentos de faturas pela internet ou nos caixas 
eletrônicos, as compras no e-commerce etc. 
Vejamos como podemos tipificar as moedas:
Moedas metálicas: emitidas pela Casa da Moeda, por 
autorização do Banco Central, são as moedas de pequeno valor, 
que, geralmente, são utilizadas em pequenas compras e para 
facilitar o troco. Nesse caso, também se enquadram as antigas 
moedas de metais nobres. No Brasil, estão em uso as moedasde 
1, 5, 10, 25 e 50 centavos de real e a de 1 real.
Papel-moeda: também emitido pela Casa da Moeda, por 
autorização do Banco Central, são as cédulas a maior parte 
do dinheiro em poder do público. É a moeda fiduciária. Ela 
não tem valor intrínseco, ou seja, não é como um bem ou 
uma mercadoria que possuem valor próprio. Entretanto, tem 
seu valor determinado por lei, é um certificado de posse da 
quantia que representa.
Moeda escritural ou bancária: é a soma dos depósitos à vista 
e dos depósitos em conta-corrente nos bancos comerciais. 
São movimentadas por cheques ou ordens de pagamento. É 
chamada de escritural porque diz respeito aos lançamentos a 
débito e a crédito, realizados nas contas-correntes dos bancos.
3. A Oferta Monetária e os Meios de 
Pagamento
Você demanda moeda quando vai comprar ou quando vai 
vender um bem ou um serviço. Se há a demanda de oferta, há que se 
Economia | 155
ter, também, alguém que oferte moeda para os agentes econômicos. Se 
há um mercado monetário, onde há alguém que oferte moeda de um 
lado e alguém que demande moeda do outro, é natural que pensemos 
num mecanismo que leve esse mercado a um equilíbrio entre a oferta 
e demanda por moeda, que assume, assim, a característica de um bem 
comercializável como outro qualquer.
O Banco Central do Brasil e o Conselho 
Monetário Nacional
Chamados
Autoridade monetária
Única emissora da moeda nacional Real
Principal responsabilidade
Zelar pela quantidade de moeda nacional
Zelar pela liquidez desta moeda
Zelar pelo equilíbrio monetário
O Banco Central é o órgão que controla a oferta monetária 
no país e os assuntos a ela relacionados.
São funções do Banco Central:
• Controlar a oferta de moeda (possui o monopólio de emissão);
• Zelar pelo valor da moeda nacional frente ao mercado 
interno e externo;
156 | Economia
• Regularizar e fiscalizar o sistema financeiro e os agentes que 
nele atuam.
Você sabia que a quantidade de moeda disponível é 
chamada de oferta monetária?
A oferta de moeda é a quantidade de moeda que atende as 
necessidades da sociedade. É o governo quem controla a oferta de 
moeda através de restrições legais que lhe dão o monopólio sobre a 
emissão de moeda. 
A oferta de moeda é um instrumento de política econômica.
Os membros do Banco Central, que são nomeados pelo 
Presidente da República, decidem sobre a oferta de moeda. O 
principal meio de controle da oferta monetária pelo Banco Central 
se dá pelas operações de mercado aberto. 
Para aumentar a quantidade de dinheiro na economia, o 
Banco Central compra títulos do governo que estão nas mãos do 
público. Para reduzir a quantidade de moeda na economia, o Banco 
Central vende títulos públicos.
Para melhor compreensão desse processo, queremos 
apresentar a você os conceitos de meios de pagamentos, de criação 
ou destruição de moeda.
Meios de pagamento
Os meios de pagamento (são quatro, chamados de M1, M2, M3 e 
M4) são representados pelo volume de moeda em circulação na economia, 
ou seja, pelo total de moeda disponível no setor privado não bancário, que 
pode ser utilizada imediatamente pelo público para as transações.
Em outras palavras, o Banco Central chama de M1 aos 
meios de pagamento restritos, constituídos pela moeda que tem 
Economia | 157
liquidez total36 e que não gera rendimento por si só: estamos nos 
referindo ao montante de moeda em poder da coletividade (o 
dinheiro “vivo” que você tem aí no seu bolso ou na sua carteira), 
somados aos valores que a coletividade tem depositado em conta-
corrente nos bancos. São, também, conhecidos como PMPP 
(Papel-Moeda em Poder do Público) + DV (Depósito à Vista).
Existem mais três níveis de Meios de Pagamento, 
chamados de Meios de Pagamento Ampliados. Vamos a eles37:
M2: é composto pela soma do M1 (restrito) com os 
depósitos de poupança, mais os depósitos especiais 
remunerados + títulos emitidos por instituições 
depositárias.
M3: é composto pela soma de M2 com cotas 
de fundos de renda fixa, mais operações 
compromissadas registradas no Selic – Serviço de 
Liquidação e Custódia, do Banco Central.
M4: constitui a chamada poupança financeira e 
compreende a soma de M3 com os títulos públicos 
de alta liquidez.
36 Liquidez da moeda é a capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente 
disponível e aceito para transações. O dinheiro que você tem no bolso, por 
exemplo, pode ser imediatamente utilizado por você. Mas um imóvel não tem 
liquidez imediata, pois, normalmente, você vai levar semanas, ou até meses, para 
comprar ou vender um imóvel.
37 Composição dos meios de pagamento: nos livros de economia podem surgir 
discrepâncias na descrição dos componentes de cada meio de pagamento. A que 
aparece neste texto foi obtida em consulta ao site do Banco Central do Brasil 
<www.bcb.gov.br>. Acessado em 15/01/2014 às 09h30min.
158 | Economia
Criação ou destruição de moeda
Deve-se entender a criação ou destruição de moeda como o 
mesmo que a criação ou destruição de meios de pagamento de liquidez 
imediata (M1), constituído por todos os ativos de liquidez imediata, 
possuídos pelo setor não bancário da economia, logo, a criação ou 
destruição de moeda envolve uma transação entre o setor bancário e o 
setor não bancário da economia.
Ocorrerá criação de moeda quando acontecer uma troca 
entre um ativo não monetário (de liquidez não imediata) do setor não 
bancário por um ativo monetário do setor bancário. Ocorrerá destruição 
de moeda se a troca for entre um ativo monetário do setor não bancário 
por um ativo não monetário do setor bancário. 
Você vai entender melhor sobre criação ou destruição de 
moeda através destes três exemplos:
a) Indiferença:
Imagine que você vá a um banco comercial e efetua 
um depósito à vista em moeda corrente ou cheque: 
neste caso, não há criação nem destruição de moeda, 
pois o depósito à vista (DV) que você está fazendo será 
compensado pelo decréscimo no papel-moeda em poder 
do público (PMPP). Como os meios de pagamento M1 
equivalem à soma de PMPP + DV, então, quando se faz 
um depósito à vista não há nem criação nem destruição 
de moeda. Apenas se transfere de PP (em poder do 
público) para DV (depósito à vista). Também quando 
se faz um saque por meio de cheque, cartão ou meio 
eletrônico não se cria nem se destrói moeda. Apenas se 
transfere de DV para PP.
b) Criação de moeda: 
Diz-se que há “criação de moeda” quando se aumenta 
a oferta de moeda disponível na sociedade, ou seja, 
quando se aumenta o M1.
Economia | 159
• Exportadores trocam dólares por reais: os exportadores 
recebem dólares como pagamento pelas suas vendas ao 
exterior. Porém, como seus compromissos no Brasil 
devem ser pagos em reais, eles vão ao Banco Central e 
vendem dólares, recebendo reais como pagamento => 
aumenta o M1.
• Empréstimos dos bancos comerciais ao setor privado: os 
bancos tiram dinheiro de suas reservas e emprestam ao 
público => aumenta o M1.
• Desconto de duplicata: troca de um haver não monetário 
por moeda => aumenta o M1.
c) Destruição de moeda: 
Inversamente ao que ocorre com a criação de moeda, 
dizemos que há “destruição de moeda” quando se 
diminui a oferta de moeda na sociedade, ou seja, quando 
se diminui o M1.
• Importadores trocam dólares por reais: os importadores 
precisam de dólares para pagar compras realizadas no 
exterior. Eles vão ao Banco Central e compram dólares, 
entregando reais como pagamento => diminui o M1.
• Resgate de um empréstimo bancário: o tomador do 
empréstimo vai ao banco e quita a dívida, entregando 
reais ao banco => diminui o M1.
• Depósito em caderneta de poupança: o dinheiro estava 
como PMPP ou como DV, e o montante é transferido para a 
poupança, o que o BC considera como M2 => reduz o M1. 
4. O Sistema Financeiro Nacional
Um dos requisitos para se avaliar o grau de 
desenvolvimento e competitividade de um país é o tamanho e 
a diversificação de seu sistema financeiro. Você deve concordar 
que um sistema maduro, forte, bem diversificado ebem regulado 
é condição necessária para atrair poupança interna e externa e 
movimentar o lado monetário da economia.
160 | Economia
O sistema financeiro pressupõe a existência de agentes 
superavitários (poupadores) e de agentes deficitários (investidores). Os 
poupadores aplicam suas economias em ativos financeiros, sujeitando-
se ao risco, e esperam obter alguma rentabilidade, alguma remuneração 
por isso. Do outro lado da mesa estão os investidores, os empresários 
ou os empreendedores que possuem um fator de produção muito 
importante: a capacidade empresarial. Eles têm a disposição para 
empreender, mas necessitam de financiamento para suportar os seus 
projetos. O sistema financeiro de um país é como um elo que une as 
duas pontas do mercado: os agentes superavitários depositam recursos 
no sistema, e os agentes deficitários retiram esses recursos.
O sistema financeiro nacional tem três entidades reguladoras e 
normativas, a saber:
CMN
BCB
CVM
Conselho Monetário Nacional: é o órgão 
máximo do sistema financeiro e o formulador 
da política de moeda e de crédito, visando ao 
progresso econômico e social do país;
Banco Central do Brasil: regula, 
fiscaliza e controla a atuação dos agentes 
financeiros;
Comissão de Valores Mobiliários: 
órgão fiscalizador da Bolsa de 
Valores e das operações de compra 
e venda de ações ali realizadas.
Vamos, aqui, abrir um parêntesis para destacar o papel 
relevante do Banco Central dentro do sistema financeiro nacional.
O Banco Central do Brasil é o órgão de execução das políticas 
traçadas pelo Conselho Monetário Nacional. 
Cabe ao Banco Central do Brasil:
• A emissão de papel-moeda e moeda metálica;
Economia | 161
• A execução dos serviços do meio circulante; 
• Os recebimentos e os recolhimentos compulsórios e os 
depósitos voluntários das instituições financeiras; 
• As operações de redesconto e empréstimos a 
instituições financeiras e bancárias; 
• Exercer o controle do crédito;
• Efetuar o controle dos capitais estrangeiros; 
• Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda 
estrangeira;
• Ser depositário das receitas tributárias federais;
• Exercer a fiscalização das instituições financeiras e 
aplicar as penalidades previstas; 
• Conceder autorização para o funcionamento das 
instituições financeiras. 
Por essas responsabilidades, você conseguiu perceber o 
quanto o BCB é importante?
Devido a essas atribuições o Banco Central é considerado:
• O “banco dos bancos”, pelo fato de receber depósitos 
compulsórios e voluntários das instituições financeiras 
e lhes fornecer empréstimos38;
• O “banco emissor de papel-moeda”, pelo fato de deter o 
monopólio de emissão de papel-moeda e moeda metálica;
• O “banqueiro do governo”, por financiar o Tesouro 
Nacional mediante a colocação de títulos públicos e ser 
seu depositário de recursos.
38 Por esta característica, o Banco Central também é chamado de “emprestador 
de última instância”, porque tem a capacidade de emprestar a quem atua no 
mercado, justamente emprestando dinheiro.
162 | Economia
 
O sistema financeiro nacional é formado por instituições 
públicas e privadas, que atuam no mercado por meio de diversos 
instrumentos financeiros, seja na captação de recursos, na 
distribuição, seja na transferência de valores. As operações podem 
ser agrupadas em cinco grandes mercados:
Mercado 
de Capitais
(Mercado de 
Valores 
Mobiliários)
Mercado 
Monetário
Mercado 
de Crédito
Mercado 
de Seguros, 
Capitalização e 
Previdência
Mercado 
Cambial
1. Mercado Monetário: neste mercado são realizadas 
as operações de curtíssimo prazo (fundos de curto 
prazo, open market, hot money, CDI – Certificados de 
Depósito Bancário etc) para suprir as necessidades de 
caixa dos agentes econômicos, incluindo as instituições 
financeiras.
2. Mercado de Crédito: neste mercado são atendidas as 
necessidade de recursos de curto, médio e longo prazos, 
principalmente para oferta de crédito para aquisição de bens 
de consumo duráveis ou capital de giro para as empresas.
Economia | 163
3. Mercado de Capitais (Mercado de Valores 
Mobiliários): atende as necessidades de recursos a 
médio e longo prazos, com vistas a investimentos 
de capital. Aqui são negociados títulos como os 
commercial papers, debêntures, ações etc.
4. Mercado Cambial: atende as necessidades de compra 
e venda de moeda estrangeira, e as operações são 
realizadas pelos bancos e casas de câmbio autorizadas 
pelo Banco Central.
5. Mercado de Seguros, Capitalização e Previdência: 
atende as necessidades de formação de poupanças para 
fins específicos, como riscos, capitalização e obtenção 
de complementação de aposentadorias. 
Para atender a esses cinco mercados e sob a tutela das três 
entidades reguladoras e normativas, o sistema financeiro nacional 
é dividido em dois subsistemas39: o subsistema de intermediação 
financeira, também chamado de subsistema operacional, e o 
subsistema normativo.
No subsistema de intermediação financeira (ou operacional) 
estão a instituições financeiras bancárias e não bancárias, como o 
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), as instituições 
auxiliares e as instituições não financeiras. Essas instituições atuam na 
intermediação financeira, e a função delas é operacionalizar a transferência 
de recursos entre fornecedores de fundos (poupadores) e os tomadores 
de recursos (investidores). Contempla, ainda, o Sistema Financeiro da 
Habitação (SFH); as Caixas Econômicas (a Federal e as estaduais); os 
bancos de desenvolvimento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES); e os bancos de investimentos. 
39 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: o detalhamento de toda a 
estrutura do sistema extrapola os objetivos de nosso curso, mas são informações 
detalhadas que estão no site do Banco Central <www.bcb.gov.br>. 
164 | Economia
No subsistema normativo estão os três órgãos máximos 
do sistema, em termos de regulação, fiscalização e controle, que 
são o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central 
(BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além 
desses, ainda podemos contar com o Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP), composto pela Superintendência de Seguros 
Privados (Susep) e Brasil Resseguros (IRB); e o Conselho de Gestão 
Previdenciária Complementar (CGPC), formado pela Secretaria de 
Previdência Complementar.
5. A Taxa Selic
Você sabe que no Brasil a chamada taxa básica de juros é a Selic.
Mas, o que é mesmo a taxa Selic?
A taxa Selic é a taxa de financiamento no mercado 
interbancário para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro 
em títulos públicos federais; títulos esses que são listados e negociados 
no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou Selic. Em outras 
palavras, esta taxa é usada para operações de curtíssimo prazo entre os 
bancos, que, quando querem tomar recursos emprestados de outros 
bancos por um dia, oferecem títulos públicos como lastro, visando 
reduzir o risco e, consequentemente, a remuneração da transação.
Assim, como o risco final da transação acaba sendo 
efetivamente o do governo, pois seus títulos servem de lastro para a 
operação e o prazo é o mais curto possível, ou de apenas um dia, esta 
taxa acaba servindo de referência para todas as demais taxas de juros 
da economia. Ela não é fixa e varia praticamente todos os dias, mas 
dentro de um intervalo muito pequeno, já que, na grande maioria das 
vezes, ela tende a se aproximar da meta da Selic, que é determinada, 
mensalmente, pelo Copom, por ser também o principal mecanismo de 
controle da inflação.
Em junho de 1996, foi instituído o Comitê de Política 
Economia | 165
Monetária – Copom, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da 
política monetária e definir a taxa de juros básica da economia, a taxa 
Selic. O Copom reúne-se a cada 45 dias para fixar a taxa de juros Selic 
e indicar a sua tendência, e o faz depois de uma análise completa do 
cenário econômicointerno e também da economia mundial.
Você deve estar se perguntando:
• Por que o Copom aumenta a taxa Selic? 
• Por que diminui? 
• Quais os efeitos do aumento ou da diminuição da taxa Selic 
para a sociedade? 
Vamos ajudá-lo com algumas informações, avaliando as 
consequências de um aumento ou de uma redução na taxa de 
juros Selic.
O Copom reduz a taxa Selic: imagine que essa foi a 
decisão do Copom em sua última reunião. Os membros do comitê 
podem ter tomado essa decisão porque a inflação está sob controle, 
o que permite aumentar a atividade econômica do país. 
Mas, como isso funciona?
I. Quando o Copom reduz a taxa Selic, ele está sinalizando que 
vai pagar juros mais baixos para os títulos federais. 
II. Ocorre que os bancos comerciais são compradores de 
altíssimos volumes de títulos do governo. Mas, se esses títulos 
vão render menos, os bancos podem ter mais interesse em 
emprestar esse dinheiro à sociedade, e faz isso reduzindo as taxas 
de financiamento. Logo, ocorre uma expansão do crédito. 
III. Com taxas mais baratas para os empréstimos, há dinheiro 
farto e barato no mercado, e os consumidores e demais agentes 
deficitários aproveitam para se endividar e adquirir os bens de 
que necessitam. Logo, há um aumento na demanda por bens e 
serviços na sociedade. 
166 | Economia
IV. Para atender o aumento da demanda, as empresas 
contratam mais pessoas e mais fatores de produção, 
realizando maiores investimentos. Assim, dizemos que 
a economia está “aquecida”, pois tudo começou com a 
redução da taxa básica de juros, que é uma medida de 
política monetária expansionista.
Vejamos, agora, como se dá o processo inverso: elevação 
da taxa Selic – Contração da economia.
Suponha que, agora, o Copom tenha aumentado a taxa 
Selic: imagine que essa foi a decisão do Copom em sua última 
reunião. Os membros do comitê podem ter tomado essa decisão 
porque a inflação está muito elevada, e surge a necessidade de 
diminuir a atividade econômica.
Mas, como isso funciona?
I. Quando o Copom aumenta a taxa Selic, ele está 
sinalizando que vai pagar juros mais elevados para os 
títulos federais. 
II. Como os bancos comerciais são compradores de 
altíssimos volumes de títulos do governo, e esses 
títulos vão render mais, os bancos podem ter interesse 
em direcionar mais recursos para a compra de títulos, 
em vez de emprestar esse dinheiro à sociedade. Como 
os bancos terão menos dinheiro para empréstimos 
ao mercado, o custo do dinheiro sobe, e os bancos 
aumentam as taxas de financiamento para a sociedade. 
Logo, ocorre uma contração do crédito. 
III. Com taxas mais elevadas para os empréstimos, 
não há mais dinheiro farto e barato no mercado. 
Pelo contrário, o dinheiro fica escasso e caro. Os 
consumidores e demais agentes deficitários reduzem a 
demanda por crédito e também a compra dos bens de 
que necessitam. Logo, há uma redução na demanda por 
bens e serviços na sociedade.
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Para se ajustar à redução da demanda, as empresas 
demitem trabalhadores, reduzem a aquisição de fatores de 
produção e realizam menos investimentos. Assim, dizemos que 
a economia está contraída e, em casos extremos, pode até estar 
em recessão, pois tudo começou com o aumento da taxa básica de 
juros, que é uma medida de política monetária contracionista.
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Síntese
Nesta unidade, você estudou a economia monetária e viu 
que a moeda tem três funções básicas (meio de pagamento ou de 
troca; unidade de conta ou de referência; e reserva de valor), e 
identificou a diferença conceitual entre reserva de valor e poder de 
compra. Também viu que:
• Há tipos de moedas diferentes, e é o Banco Central o 
responsável pelo controle da oferta de moeda, além de 
regularizar e fiscalizar o sistema financeiro e os agentes 
que nele atuam;
• Há um meio de pagamento de liquidez imediata (M1) 
formado pelo PMPP + DV e mais três outros meios de 
pagamento ampliados, que compõem a base monetária 
do país, e todos são controlados pelo Banco Central. 
No mercado monetário é possível criar ou destruir moeda;
• Há dois subsetores (normativo e operacional) que 
compõem o sistema financeiro nacional, que é regulado, 
fiscalizado e controlado pelo CMN, pelo BC e pela CVM;
• Através da taxa básica de juros (Selic) o Copom aplica política 
monetária contracionista (elevando a taxa Selic) ou aplica 
política monetária expansionista (reduzindo a taxa Selic).
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Referências Bibliográficas
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Tradução da 5ª 
Edição norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS. Marco A. S. de (org.) 
Manual de Economia. Equipe de professores da USP. 5ª Edição. São 
Paulo: Saraiva, 2004.
GARCIA, Manuel E.; VASCONCELLOS, Marco A. S. de. 
Fundamentos de Economia. 3ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2008.
NOGAMI, Otto; PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de 
Economia. 5ª Edição. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª Edição. São 
Paulo: Atlas, 2010.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de. Economia: micro e macro. 4ª 
Edição. São Paulo: Atlas, 2009.

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