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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 99ª VARA DO TRABALHO DE RECIFE - PE
PROCESSO N° 98.765096.2021
Floricultura Flores Belas Ltda, já devidamente qualificada nos autos da presente Reclamatória Trabalhista que lhe move Estela, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, através de seu advogado que esta subscreve, apresentar Contestação Trabalhista, com fundamento no Artigo 847 da CLT, c/c Artigo 5, LV, da CF/88, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
I – PREJUDICIAL DE MÉRITO - DA PRESCRIÇÃO
Em face da prescrição trabalhista prevista no Artigo 7, XXIX da CF/88 c/c Artigo 11 da CLT e súmula 308, I do TST, a reclamada suscita a prescrição de todas as verbas devidas há mais de 05 (cinco) anos, contados da data do ajuizamento da ação, ocorrida no dia 27/02/2021.
II – DOS FATOS
A autora, Estela, ingressou com uma reclamação trabalhista contra seu antigo empregador, Floricultura Flores Belas Ltda, requerendo os seguintes itens:
- O pagamento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manipulava;
- O pagamento de horas extras com adição de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo;
- O pagamento da multa do Art. 477, § 8º, da CLT, porque o valor das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal.
- Afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal.
II – DA DEFESA DE MÉRITO
1 – DO ADICIONAL DE PENOSIDADE
Entende-se por adicional de penosidade aquele pago ao trabalhador a título de indenização, devido à realização de uma atividade penosa que causa pena, trabalho árduo, que embora não cause efetivo dano à saúde do trabalhador, possa tornar sua atividade profissional mais sofrida.
A sua previsão legal encontra-se na Constituição Federal de 1988, no Artigo 7°, inciso XIII, in verbis: 
“ Art. 7 -São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”
Todavia, o dito auxílio penosidade não foi ainda regulamentado por lei, o que impede, na prática, a exigência do mesmo, uma vez que não existe a previsão legal do que constitui uma atividade penosa. 
Portanto, em obediência ao princípio da legalidade, reconhecido como fundamento basilar do Estado democrático de direito, consubstanciado no Artigo 5, inciso II da Constituição Federal, não se pode requerer o pagamento de um benefício que ainda não foi previsto em nenhuma lei.
2 – DAS HORAS EXTRAS
A reclamante solicita também o pagamento de horas extras, alegando que sua jornada de trabalho excedia o limite de trabalho normal.
Ocorre que sua jornada de trabalho, conforme alegado na petição inicial, era de segunda a sexta feira, de 10:00 hs as 20:00 hs, com intervalo de 02 horas para refeição, perfazendo um total de 08 hs de trabalho diários, e aos sábados de 16:00 hs as 20:00 hs, somando-se mais 04 horas de trabalho, totalizando 44 horas de trabalho semanais.
Entretanto, conforme estabelece a CF/88, Artigo 7, XXIII, a duração da jornada de trabalho deve ser de 44 horas semanais, e de 8 hs diárias, sendo facultada a compensação de horários mediante acordo. Conforme a CLT, Artigos 58, a duração normal do horário de trabalho será de 08 horas diárias, e Artigo 59, § 2°, o excesso de horas em um dia pode ser compensado em outro, desde que não seja ultrapassado o limite máximo de 10 hs diárias, de forma que o total de 44 horas semanais possa ser alcançado distribuindo-se entre os dias da semana .
Dessa forma, o horário da reclamante está de acordo com o exigido pela CLT, pois a mesma trabalhava 44 horas semanais, divididos em 08 hs diárias, de segunda a sexta feira, e 4 horas aos sábados, não fazendo jus, portanto, as pagamento de horas extras, nem tendo reflexo dessas sobre as demais verbas trabalhistas.
 
3 – Da multa do Art. 477, § 8º, da CLT
A reclamante requereu também o pagamento da multa do Artigo 477, § 8° da CLT, 	alegando que o pagamento de suas verbas rescisórias só foi efetuado 20 dias após a comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada. 
Entretanto, o citado texto legal também estabelece uma exceção a regra, quando diz: “salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora”. 
Ocorre que no caso em análise a responsável pela mora no pagamento foi a própria reclamante, pois a mesma se recusou a receber o aviso prévio de demissão, tendo uma reação violenta com a atitude do empregador, com gritos e xingamentos. Sua reação foi tão desproporcional e agressiva, que foi necessário até mesmo a intervenção da segurança terceirizada, para que a mesma fosse retirada da empresa. 
Até mesmo depois de ser retirada da empresa sua atitude violenta continuou, pois ela ainda quebrou um vidro do prédio da reclamada, sendo necessária a sua substituição a um custo de R$ 300,00, conforme comprovado por Nota Fiscal apresentada pela mesma.
Portanto, Excelência, não assiste a reclamante o direito ao pagamento da multa do Artigo 477, § 8° da CLT, uma vez que a reclamada não deu causa a mora no pagamento das verbas rescisórias.
4 – DO DESCONTO EM FOLHA PARA PAGAMENTO DO PLANO DE SAUDE.
A reclamante contestou ainda o desconto em folha para o pagamento de plano de saúde, alegando que foi obrigada a assinar a autorização para esse desconto no ato de sua admissão.
Todavia, a reclamada apresentou os contracheques e documentos assinados pela autora, autorizando o desconto para pagamento do plano de saúde. 
Sobre o assunto o Tribunal Superior do Trabalho já estabeleceu sua jurisprudência:
“Súmula 342 do TST - Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico”
Como a requerente não dispõe de nenhuma prova para confirmar sua alegação de que foi coagida a assinar autorização para desconto do plano de saúde, além do que a mesma fez uso do referido plano de saúde, não merece prosperar a sua reclamação sobre tal desconto
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto,  requer a Vossa Excelência que seja julgada totalmente improcedente a presente demanda, condenando a reclamante ao pagamento das custas processuais e o pagamento de honorários sucumbenciais em razão da improcedência dos pedidos, e também ao ressarcimento a reclamada do valor de R$ 300,oo relativo ao vidro quebrado pela reclamante, conforme demonstrado por Nota Fiscal e declaração da empresa de segurança terceirizada.
Por fim requer-se a produção de todas os meios de provas admitidos em direito, em especial o depoimento pessoal do reclamante e oitiva de testemunhas, 
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, estado, data e ano.
ADVOGADO
OAB Nº XXX

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