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1 Bruna Lago • CONCEITO Denomina-se parto pré-termo aquele ocorrido antes de 37 semanas de gestação (259 dias), contados a partir do primeiro dia do último período menstrual da mulher (OMS). LEMBRAR: uma gestação normal dura 40 semanas, mas pode variar entre 37 e 42 semanas. Existem subdivisões dessas semanas: ❖ Pré-termo extremo: < 28 semanas ❖ Muito pré-termo: 28 a < 32 ❖ Pré-termo precoce: 32 a < 37 ❖ Pré-termo tardio: 34 a 37 **O RN pré-termo moderado pode ser sub-categorizado em RN pré-termo tardio (34 a 37 semanas completas). Além desse conceito de pré-termo, temos também a associação com o peso da criança ao nascer. O baixo peso ao nascer é definido como menor que 2.500 gramas. Temos essa relação, pois, cerca de 2/3 dos RN de baixo peso são pré-termo. As categorias para baixo peso ao nascimento são: ❖ Baixo peso (< 2.500 g) ❖ Muito baixo peso (< 1.500 g) ❖ Baixo peso extremo (< 1.000 g). Uma nota da SBP em 2019, mostrou que no Brasil, cerca de 12% (entre 10 e 15%) dos 3 milhões de nascidos vivos ocorrem antes da gestação completar 37 semanas. Isso significa que cerca de 360 mil crianças nascem prematuras todo ano, quase mil crianças ao dia, com grande parte potencialmente evitável por ações intersetoriais e da saúde. ➢ Porque a prematuridade é uma condição preocupante? O parto pré-termo é um problema de saúde pública e representa a causa principal de morbidade e de mortalidade neonatal precoce e tardia, em face do risco aumentado de complicações no neurodesenvolvimento, respiratórias e gastrintestinais; e também, condições que surgiriam mais tardiamente, como risco elevado de doença cardiovascular (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial), diabetes melito do tipo 2 e, possivelmente, câncer. Para a mãe, o parto pré-termo aumenta o risco de nova interrupção em gravidez subsequente. A prematuridade é considerada a principal causa de morte em crianças nos primeiros 5 anos de vida no Brasil (RBE, 2017). Comparado ao mundo, o Brasil, ocupa o nono lugar em número absoluto de partos prematuros! (Chawanpaiboon, Lancet 2019) • DETERMINISMO Os componentes uterinos incluem exacerbação da contratilidade uterina, amadurecimento do colo do útero (apagamento e dilatação) e ativação membrana/decidual. O determinismo do parto pré-termo também está relacionado com colonização bacteriana. 2 Bruna Lago • ETIOLOGIA Quanto ao fator desencadeante dos partos prematuros: ❖ ESPONTÂNEO - representa 70-80% dos partos prematuros, sendo que 40-50% destes resultam de trabalho de parto prematuro (TPP) espontâneo (gravidez múltipla) e 20-30%, de ruptura prematura de membranas (RPMO). No entanto, a etiologia geralmente é multifatorial, destacando-se a associação com infecções. *A RPMP é definida como a amniorrexe espontânea ocorrida antes de 37 semanas, precedendo, no mínimo, em 1 h o início das contrações. ❖ IATROGÊNICO – representa 20-30% do total de TPP, originando-se comumente de causa única e bem identificada, com a interrupção da gestação sendo motivada por patologias maternas ou fetais, principalmente distúrbios hipertensivos, hemorragia e sofrimento fetal (CIR). • FATORES DE RISCO O fator de risco mais importante para o pré-termo tardio é a história pregressa de parto pré-termo. Outros fatores são: fatores demográficos (baixo nível socioeconômico e educacional, etnia, idade materna < 18 ou > 35 anos), hábitos de vida (tabagismo, uso de drogas ilícitas, estresse, abuso físico), assistência pré-natal deficiente, baixo peso pré-gravídico e ganho de peso inadequado na gestação. • COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ Os processos patológicos implicados no parto pré-termo incluem infecção intrauterina, isquemia uterina, sobredistensão uterina, reação anormal ao aloenxerto, fenômeno alérgico, distúrbios do colo uterino e doenças endócrinas. ➢ VAGINOSE BACTERIANA: Condição clínica caraterizada por corrimento vaginal de odor fétido, pH vaginal > 4,5 e alteração na flora vaginal normal lactobacilo-dominante para outra com predomínio de Gardnerella vaginalis, Prevotella sp. e Atopobium sp. A vaginose bacteriana assintomática (rastreada no pré-natal com 16 semanas) é considerada causa de parto pré-termo, abortamento e infecção materna. ➢ INFECÇÕES NÃO GENITAIS: pielonefrite, pneumonia, apendicite e doença periodontal. ➢ INFECÇÃO INTRAUTERINA: A corioamnionite (inflamação das membranas fetais (âmnio e córion), do líquido amniótico, placenta e/ou decíduas devido a uma infecção bacteriana) é responsável por > 30% de todos os partos pré-termo. A via de infecção mais comum é a ascendente e os microrganismos mais encontrados são Mycoplasma spp. genitais e, particularmente, Ureaplasma urealyticum, mas muitos outros podem ser identificados. Esses microrganismos são tipicamente de baixa virulência, o que explica provavelmente a cronicidade da infecção intrauterina e a ausência frequente de sinais clínicos de infecção no parto pré-termo tardio. 3 Bruna Lago ➢ CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS: A inflamação e seus mediadores, quimiocinas tais como a IL-8, citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-α) e outros [fator ativador de plaquetas (PAF), prostaglandinas] estão implicados no parto pré-termo infeccioso. Por outro lado, a IL-10 tem papel importante na manutenção da gravidez, pois bloqueia a resposta inflamatória. ➢ SOBREDISTENSÃO UTERINA: Ocorre em casos de malformações uterinas, polidrâmnia e gravidez gemelar, sendo dependente da exacerbação da contratilidade uterina, do amadurecimento do colo do útero e da ruptura das membranas. ➢ GRAVIDEZ GEMELAR: O mecanismo do parto pré-termo é a sobredistensão uterina, muito embora o parto pré-termo indicado também seja um fator. Apesar de representar em apenas 2 a 3% das gestações, a gravidez gemelar é responsável por 13 a 20% de todos os partos pré-termo. Aproximadamente 60% dos gêmeos nascem pré-termo e nas gestações múltiplas (3 ou mais), quase todos. ➢ SANGRAMENTO VAGINAL: O sangramento vaginal, especialmente o decorrente da placenta prévia ou do descolamento prematuro da placenta (DPP), está associado a risco muito alto de parto pré- termo. ➢ ISQUEMIA UTEROPLACENTÁRIA: As características mais comuns na placenta de pacientes com parto pré-termo (< 28 semanas), mas sem alterações inflamatórias, são as lesões vasculares que incluem remodelação defeituosa das arteríolas espiraladas, aterose aguda e trombose dessas artérias (vasculopatia decidual), diminuição da quantidade e trombose das arteríolas nas vilosidades coriônicas. Essas alterações vasculares também são típicas da pré-eclâmpsia e do CIR e representam o substrato anatomopatológico das grandes síndromes obstétricas. ➢ DOENÇAS E CIRURGIAS MATERNAS: Doença da tireoide, asma, diabetes melito e hipertensão arterial crônica estão associadas a taxas aumentadas de parto pré-termo, muitos dos quais indicados por razões maternas. Por outro lado, cirurgias maternas abdominais no 2º e no 3º trimestres podem estimular as contrações uterinas, culminando no parto pré-termo. ➢ DOENÇAS CERVICAIS: A insuficiência cervical, causada por cirurgia, trauma ou fraqueza congênita do colo do útero determinante de abortamento tardio, tem sido implicada também como causa de parto pré-termo. A doença cervical pode resultar de alteração congênita (hipoplasia, exposição ao dietilestilbestrol in utero, útero septado), assim como de lesão traumática da estrutura cervical (conização, dilatações cervicais repetidas ou rudes para interrupção da gravidez). ➢ DISTÚRBIOS HORMONAIS: A progesterona é o hormônio central para a manutenção da gravidez. Especificamente, a progesterona promove a quiescência uterina (bloqueio miometrial progesterônico), sub-regula a formação de junções comunicantes, inibe o amadurecimento do colo e diminui a produção de quimiocinas pelas membranas ovulares (corioâmnio),o que é importante para a não ativação membrana/decidual. Acredita-se que a deficiência da fase lútea seja causa de infertilidade e de abortamento habitual. • EXAMES DE AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL Os exames de avaliação da maturidade fetal restringem-se, quase exclusivamente, à investigação da maturidade pulmonar. A administração universal de corticoide por 48 h entre a 24 a e a 34 a semana da gestação tornou obsoletos os exames de maturidade pulmonar fetal. ➢ TESTE DE CLEMENTS E DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO LECITINA/ESFINGOMIELINA: Ambos os testes têm por finalidade avaliar a concentração de lecitina existente no LA, fosfolipídio de atividade surfactante (reduzem a tensão superficial). A relação L/E positiva é ≥ 2,0 (maturidade pulmonar). O teste de Clements baseia-se na propriedade da lecitina, quando misturada ao etanol, de produzir borbulhas estáveis após agitação. 4 Bruna Lago ➢ DETERMINAÇÃO DO FOSFATIDILGLICEROL: O fosfatidilglicerol (FG) é importante potencializador da ação surfactante da lecitina e, quando ausente, pode contribuir para o desenvolvimento da SAR, mesmo estando a relação L/E madura. Os fosfolípides sintetizados pelos pneumócitos entram na composição do surfactante pulmonar. A deficiência ou ausência do surfactante causa a Doença da Membrana Hialina. Dosagens realizadas no líquido amniótico predizem a maturação pulmonar fetal. • PROGNÓSTICO A sobrevida dos RN pré-termo, que nascem após 32 semanas de gravidez, é similar à de RN a termo. Todavia, esses prematuros também não estejam isentos de complicações. A maioria dos problemas graves está associada àqueles que nascem antes de 32 semanas (1 a 2% do total de partos), principalmente àqueles nascidos antes de 28 semanas (0,4% do total de partos) – muito pré-termo e pré-termo extremo. O atendimento moderno perinatal (corticoide, surfactante, centros terciários) foi importante para melhorar o prognóstico do prematuro. Todavia, o prognóstico permanece desalentador para aqueles pré-viáveis nascidos entre 22 e 25 semanas. ➢ PRÉ-TERMO PRÉ-VIÁVEL: A taxa de sobrevida é de 1, 11, 26 e 44%, respectivamente, para os RN de 22, 23, 24 e 25 semanas. No levantamento de 30 meses e de 6 anos foram expressivas as incapacidades mental, motora, sensorial (auditiva, visual) e cognitiva. ➢ PRÉ-TERMO TARDIO E A TERMO PRECOCE: A despeito de documentada a maturidade pulmonar, quando comparados àqueles nascidos com 39 semanas ou mais, os pré-termo tardio e a termo precoce apresentam morbidade neonatal mais elevada. Por isso, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG, 2011) recomenda: a gestação não deve ser eletivamente interrompida antes de 39 semanas. Em relação aos RN pré-termo tardios, sua morbidade está elevada quando comparada aos RN a termo, por sua imaturidade fisiológica e resposta compensatória limitada ao ambiente extrauterino, vale dizer, hipotermia, dificuldades alimentar e respiratória, apneia, hiperbilirrubinemia. Além da morbidade aumentada, também há elevação da mortalidade e das sequelas tardias. • PREDIÇÃO O grande fator de risco para o parto pré-termo é a história pregressa de parto pré-termo. Assim, após um parto pré-termo, o risco de repeti-lo chega a 20%; após dois partos pré-termos anteriores, o risco passa para 35 a 40%. Existem três grandes marcadores de parto pré-termo: vaginose bacteriana, ultrassonografia do colo e fibronectina fetal. Esses marcadores estão indicados quando a grávida relata história pregressa de parto pré-termo. ➢ VAGINOSE BACTERIANA: É rastreada pelo método de Gram na gestação de 16 semanas; tem por objetivo diagnosticar a vaginose bacteriana assintomática. 5 Bruna Lago ➢ ULTRASSONOGRAFIA (US) DO COLO DO ÚTERO: À medida que o parto se aproxima, o colo encurta- se, amolece, centraliza e dilata-se. A US transvaginal é um marcador muito útil de parto pré-termo em duas circunstâncias: gestantes assintomáticas e sintomáticas com ameaça de parto pré-termo; em gestantes assintomáticas, o comprimento do colo < 20 mm entre a 20 a e a 24 a semana define risco aumentado para parto pré-termo. ➢ FIBRONECTINA FETAL: O mais importante marcador bioquímico de parto pré-termo é a fibronectina fetal – glicoproteína existente na secreção cervicovaginal, marcadora de disrupção coriodecidual. Tipicamente, a fibronectina fetal não existe na secreção vaginal da 24 a semana até o termo; todavia, 3 a 4% das mulheres com fibronectina positiva (≥ 50 ng/mℓ) no rastreamento de 24 a 26 semanas apresentam risco elevado de parto pré-termo. • AMEAÇA DE PARTO PRÉ-TERMO Esse quadro clínico engloba o que se rotulam casos sintomáticos e se caracteriza por contrações uterinas rítmicas e dolorosas com frequência de 1 a 2/10 min, persistindo no mínimo por 1 h, estando a paciente em repouso. Vale destacar que cerca de 60% dessas gestantes sintomáticas caracterizam apenas o quadro de ameaça de parto pré-termo, pois o parto ocorre no termo. A US transvaginal é muito útil nesses casos: um estudo mostrou que quando a paciente apresentava o colo < 15 mm, o parto ocorreu em 1 semana. O colo > 25 mm assegura parto a termo e aquelas com valores entre 15 e 25 mm merecem vigilância atenta pela ultrassonografia seriada. • EXAME FÍSICO 1. Avaliar atividade uterina através da palpação abdominal e não através de tocografia (freqüência, intensidade e duração das contrações). 2. Ausculta de batimentos cardio-fetais com estetoscópio de Pinard, Sonar, etc. 3. Se houver história de eliminação de líquido pela vagina, avaliar a possibilidade de ruptura de membranas através de exame especular. A inspeção visual pode ser utilizada para avaliar o colo. 4. Realizar exame digital cervical se não houver ruptura de membranas ou suspeita de placenta prévia (A placenta prévia é quando a placenta está presa (implantada) sobre a abertura do colo do útero, na parte inferior do útero, em vez de na parte superior). 5. Se houver sangramento vaginal avaliar possibilidade de placenta prévia e/ou descolamento de placenta. • EXAME LABORATORIAL 1. Hemograma com leucograma. 2. Urinálise, gram de gota de urina e urocultura. 3. Pesquisa para estreptococo do grupo B se não tiver sido realizada antes e houver disponibilidade local. 4. Ultra-sonografia. • PREVENÇÃO E TRATAMENTO ➢ PROGESTERONA A progesterona é um hormônio que diminui as contrações uterinas e tem um importante papel na manutenção da gravidez. Por isso, o seu uso é sugerido para a prevenção do parto prematuro. Com administração de progesterona por via vaginal ou oral. 6 Bruna Lago ➢ TOCOLÍTICOS Medicamentos que suprimem as contrações uterinas. O uso de tocolítico visa prolongar a gestação por 48 h enquanto se aguardam os efeitos benéficos do corticoide e se espera a transferência da paciente para um centro de atendimento terciário. ❖ A nifedipina (bloqueador dos canais de cálcio) é o fármaco de primeira escolha para inibir o parto pré-termo, por apresentar as seguintes vantagens: via oral de administração, poucos efeitos colaterais e eficácia em reduzir as complicações neonatais. Dose de ataque: 1. 10 mg VO a cada 20 minutos até quatro doses OU 2. 30 mg VO em dose única, e se necessário 20 mg após 90-120 minutos se a atividade uterina persistir. Se após a 2ª dose mantiver atividade uterina, considerar falha terapêutica e utilizar outro agente. Dose de manutenção: 20 mg VO a cada 4 a 8 horas por no máximo 72 horas ❖ Dos beta-miméticos, o salbutamol é o mais empregado no Brasil. (São substancias que relaxam a musculatura lisa, reduzindo assim a contratilidade uterina). Dose inicial: 10 mcg/min (60 ml/hr em bomba de infusão ou 20 gotas/min) Aumentar 10 mcg/min de 20 em 20 minutos até inibição das contrações ou efeitos colaterais maternos indesejáveis (pulso > 120 bpm, dor torácica, hipotensão, etc.) Manter por 60 minutos Diminuir 10 mcg/min de 30em 30 minutos até menor dosagem efetiva para inibição das contrações. Manter por 12 horas ❖ A indometacina (AINE)também pode ser utilizada, mas antes de 32 semanas e, no máximo, por 48 h. Dose de ataque: 50 mg VO (ou 100 mg/via retal) Dose de manutenção: 25 mg/VO (1 compr.) cada 4 a 6 horas por no máximo 48-72 horas OU 100 mg/via retal a cada 24 horas (no máximo duas doses) ➢ CORTICOIDES A administração de corticoides para amadurecimento pulmonar fetal se constitui na principal estratégia para a redução da morbidade e mortalidade perinatal associadas à prematuridade. Os efeitos atingem seu benefício máximo se o parto ocorrer entre 24 horas e 7 dias após a última dose do medicamento. Os corticoides devem ser utilizados em todas as pacientes em trabalho de parto prematuro entre 24 e 34 semanas. Pacientes com ruptura prematura de membranas pré-termo devem utilizar a corticoterapia entre 24 e 34 semanas se não houver sinais de corioamnionite. 1. Betametasona 12 mg IM de 24 em 24 h ou de 12 em 12 h (dose acelerada) X 2 doses OU 2. Dexametasona 6 mg IM de 12 em 12 h X 4 doses ➢ ANTIBIÓTICO Fazer profilaxia para a sepse neonatal pelo estreptococo do grupo B (GBS) em todas as pacientes com risco iminente de parto prematuro com cultura positiva ou cultura não realizada para GBS. Pacientes com cultura negativa para GBS não necessitam profilaxia em nenhuma situação. 7 Bruna Lago Não usar antibióticos profiláticos em mulheres em trabalho de parto prematuro com membranas íntegras, exceto para profilaxia da sepse neonatal por GBS. Esquema: o Penicilina G 5 milhões UI IV seguida por 2.5 milhões UI IV de 4 em 4 h ou ampicilina 2,0 g IV seguida por 1,0 g IV de 4 em 4 h. Se a paciente for alérgica à penicilina usar Clindamicina 900 mg IV de 8 em 8 h. A eficácia é maior quando o intervalo entre a última dose e o parto for > 4 horas, mas a profilaxia deve ser realizada ainda que se vislumbre um intervalo menor que 4 horas até o parto. o Dar preferência para a penicilina. ➢ CERCLAGEM Originalmente proposta para uso em pacientes com abortamento habitual de 2 o trimestre, a circlagem tem sido recomendada também para aquelas com história pregressa de parto pré-termo. Chama-se cerclagem, consiste em “costurar” o colo do útero da gestante e é responsável por impedir o nascimento de enorme número de crianças prematuras. Ela deve ser realizada até 14 semanas de gravidez, principalmente em mulheres portadoras de insuficiência istmo-cervical (colo curto) e gestações gemelares. ➢ SULFATO DE MAGNÉSIO O sulfato de magnésio (Mag) utilizado para a neuroproteção fetal está indicado na gestação entre 23 e 31 +6 semanas quando o parto é iminente ou a gravidez deve ser interrompida nas 24 h seguintes. No parto pré-termo com indicação clínica, o Mag deve ser iniciado 4 h antes da interrupção. • OUTRAS RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS Cuidados gerais: 1. Dieta regular 2. Dados vitais a cada 4 h 3. Contagem de movimentos fetais duas vezes ao dia (após o almoço e jantar). 4. Cardiotocografia basal duas vezes por semana. 5. Comunicar se temperatura axilar ≥ 37,8o C, contrações uterinas, diminuição de movimentos fetais, dor torácica, pulso materno >100, leucócitos >15.000, BCF > 160. Avaliação diária: 1. Contrações uterinas 8 Bruna Lago 2. Diminuição dos movimentos fetais (< 6 movimentos em um período de 1 hora) 3. Febre 4. Taquicardia materna ou fetal 5. Dor uterina 6. Avaliar resultados de exames solicitados Referências https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Nota_Tecnica_2019_Prematuridade.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/215335/4407336/Protocolo+Prematuridade.pdf/c17c2f08-ee68-4855-aadc- 1aa41b4adcf0 https://www.saude.sc.gov.br/index.php/informacoes-gerais-documentos/redes-de-atencao-a-saude-2/rede-aten-a- saude-materna-e-infantil-rede-cegonha/acervo-e-e-books/7624-hsf-trabalho-de-parto-prematuro/file Rezende obstetrícia fundamental/Carlos Antonio Barbosa Montenegro; Jorge de Rezende Filho. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Nota_Tecnica_2019_Prematuridade.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/215335/4407336/Protocolo+Prematuridade.pdf/c17c2f08-ee68-4855-aadc-1aa41b4adcf0 http://www2.ebserh.gov.br/documents/215335/4407336/Protocolo+Prematuridade.pdf/c17c2f08-ee68-4855-aadc-1aa41b4adcf0 https://www.saude.sc.gov.br/index.php/informacoes-gerais-documentos/redes-de-atencao-a-saude-2/rede-aten-a-saude-materna-e-infantil-rede-cegonha/acervo-e-e-books/7624-hsf-trabalho-de-parto-prematuro/file https://www.saude.sc.gov.br/index.php/informacoes-gerais-documentos/redes-de-atencao-a-saude-2/rede-aten-a-saude-materna-e-infantil-rede-cegonha/acervo-e-e-books/7624-hsf-trabalho-de-parto-prematuro/file