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Clínica de Grandes Animais I Introdução 06.08 Clínica de Equinos 06/08/2018 Doença Semiologia exame diagnóstico Tratamento cirúrgico ou conservativo (sintomas) Clínica. Classe: Mammalia Glândulas mamárias → produzem leite. Pêlo e/ou glândulas sudoríparas Sistema nervoso altamente diferenciado (pensa) Ordem: Artiodáctilo: casco com número par ex: família bovidae Perissodáctilo : casco com número ímpar ex: família equidae Garanhão → Macho reprodutor égua → fêmea reprodutora Jumento/asno → Macho reprodutor Jumenta → Fêmea reprodutora Burro Mula Equinos Asininos Cruzamento entre espécies de equídeos - Muares Diferença nas orelhas Pequenas Grandes médias Diferenças Tem os órgãos reprodutores, mas são estéreis Exame Clínico I Identificação/Anamnese/Histórico II Exame físico III Exames complementares : raio-x, tomografia, hemograma 5 meios semiotécnicos 1- Inspeção 2- Palpação 3- Auscultação 4- Percurssão 5- Olfação Diagnóstico - Não deve ser nem precipitado, nem tardio, e sim, Duvidoso (será que é esse mesmo?) Diagnóstico terapêutico → Tratar com a dúvida, se melhorar, continua com esse tratamento, se não, mudar o tratamento. Definição e terminologia Expor com clareza e exatidão para analisar algo genérico. Ex: Lesão tecidual, organismo está tentando bloquear o agente lesivo e o tecido lesado. Caracterizado por Dor, calor, rubor e tumor. INFLAMAÇÃO Definições Síndrome : Conjunto de sintomas que caracterizam uma doença Claudicação: falta de apoio ou dificuldade em um ou mais membros. Profilaxia : preventivo → evita que a doença se instale → vacina; vermifugação Conduta terapêutica: tratamento da doença; analgesia; antibioticoterapia. Semiologia Geral Sinais / sintoma descrição observação Sinal : Frequência respiratória; temperatura corpórea Sintoma: Taquipnéia Febre O sintoma é a alteração do sinal. Sintomas Local - Prurido na pele Geral - Compromete o organismo como um todo → Sistêmico → Febre → qualquer sistema inflamado pode ocasionar a febre. Principal - Demonstra o sintoma acometido. ex: diarréia - sistema digestório Patognomônico - Se apresentam numa única enfermidade Ex: Cavalo : contração da terceira pálpebra por estímulo → tétano Tosse em pequenos - sistema cardíaco Tosse em grandes - sistema respiratório Exame Físico Direto : observar a olho nu Indireto: utilizar algum instrumento para ajudar no exame. Inspeção Direta : estado geral, pelos, pele, mucosa Indireta: Lupa, lâmpada de Wood (Normalmente para florescer a pele, e alguns fungos ficam fluorescentes) Palpação → Da para sentir o inchaço, temperatura e textura. Direta: Pressão → Tato indireta: Sonda, pinça de casco Consistência: Dura/ firme/ Forte Conteúdo: Pastoso/ Crepitante/ Flutuante Temperatura: Quente/ Frio Osso Musculatura Tecido Adiposo conteúdo firme - dedo fica marcado bexiga d'água crepitação - creck, creck" Quando o testículo é palpado e sente edema → Sinal de Godet. Percussão Direta: com o dedo → Digital Indireta : martelo. sons: claro: acúmulo de ar/líquido Timpânico: gás sob pressão dentro de um órgão cavitário Maciço: Tecido íntegro sem acúmulo de ar Olfação Direta: pouco utilizada Capacidade individual → muda muito na qualidade de quem está examinando Odores: normal, inodoro, fétido, azedo. Exames complementares exames laboratoriais. - hemograma, sorologia, urinálise, cultura e antibiograma. exames de imagem. - Raio-x, ultrassom, endoscopia, tomografia, ressonância magnética. Técnica de colheita : Venopunção com frasco anticoagulante Exame: Hemograma. Auscultação direta: história da medicina → Médicos colocavam o ouvido para escutar algo. Indireta: Estetoscópio e/ou Fonendoscópio sons: cardíaco - sons ou bulhas cardíacas Respiratório - laringo traqueal propagado e murmúrio vesicular Intestinais - borborigma ou descarga cecal Rolamento - Ruminantes Programa Profilático 03.09 Clínica de Equinos Manejo ● Baias amplas e arejadas: tamanho suficiente para o animal girar em torno do próprio eixo (mín = 3x3, máx = 4x4); arejamento por conta da uréia ● Limpeza adequada: cama de maravalha, limpar as fezes 2 vezes ao dia, trocar a cama uma vez por semana e realizar descarte adequado dos dejetos ● Alimentação balanceada: 70% volumoso, 30 a 50% concentrado, água limpa, sal mineral ● Isolamento: animais doentes e recém chegados na propriedade (isolar por 1 semana) ● Controle de ectoparasitas: repelente (berne, miíase, insetos) e remédio carrapatos ● Vacinação: ○ Potros: vacinação com 4,5 meses (imunocompetentes) ○ Principais vacinas: ■ Tétano → causada por Clostridium tetani é de fácil contaminação mas difícil tratamento. Vacina é mais barata que tratamento - anual ■ Encefalomielite → zoonose, pode gerar aborto, difícil tratamento. Obrigatória em eventos equestres - anual ■ Herpesvírus → induz aborto, obrigatória para eventos equestres - semestral ■ Raiva → zoonose, exigida - regiões endêmicas semestral, se não anual ■ Influenza A1 e A2 → causa morbidade, obrigatória em eventos - semestral - Outras vacinas: - Garrotilho → vacina não funciona, não é necessária - Leptospirose → não é comum em equinos, só feita se necessária ● Anticorpos: ○ o potro nasce e precisa mamar o colostro (o quanto antes) para adquirir anticorpos ativos da mãe ○ O colostro só é produzido no primeiro dia, depois é leite ○ Ac ficam circulantes por 45-50 dias ● Vermifugação: ○ anemia, gastroenterite hemorrágica, diarréia, pneumonia verminótica, êmbolo verminótico ○ normal o potro realizar coprofagia (compor microbiota intestinal) ○ Vermes: ■ Nematóide → ■ Cestóide → Nematóide Cestóide Lactonas → a cada 2 meses, contra indicado para jovens, ex.: ivermectina (IV), moxidectina + + - Pirimidina → ex.: praziquantel (Praz) - ++ Protocolo de Vermifugação JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ IV IV IV IV + Praz IV IV * Potro: vermifugação mensal até os 6 meses de vida 1° e 2° mês 3° mês 4°, 5° e 6° mês IV IV + Praz IV Neonatologia de Equinos 24.09 Clínica de Equinos Neonatologia equina: - Características básicas de adaptação: - Reflexo de sucção: imediato - Potros normais: decubito esternal imediato e em pé após 2 horas parâmetros 0 1 2 FC < 60 bpm > 60 bpm FR Baixa e irregular 40 a 60 rpm e regular Tônus muscular Decubito com tônus Posição esternal Estímulo nasal Leve contração facial Tosse ou espirro Aparência das mucosas Rósea clara rosada → 5 características que são avaliadas: FC, FR, tonus muscular, estímulo nasal e aparência das mucosas pontuação: 0-3: risco 4-6: problema instalado 7-10: normal Cuidados com neonatos: - Ingestão do colostro: - Transferência passiva imunoglobulinas nas primeiras 24 horas - Causas de não ingestão: - Rejeição maternal - Dor no úbere - Óbito da mãe - Filhote não fica em estação - Agalaxia - Sem reflexo de sucção - Animal bragnata - Fenda palatina → retirar o colostro da mãe e dar por sonda nasogástrica - O que fazer? - Óbito ou agalaxia → usar banco de colostro. Se não der → transfusão de plasma hiperimune. Susedame → leite e mel Leite de cabra também pode - Cauterização coto umbilical - Iodo a 3%, spray repelente e cicatrizante - Demora de 7 a 10 dias para o cordão cair - Defecar mecônio: - Normalmente ocorre logo após nascimento - As primeiras mamadas do colostro têm função laxativa - No máximo 1 a 2 horas após nascimento - Casos de não defecação - Disquezia - Animal fazforça e não sai - Cauda em bandeira - Contrações abdominais * Nesses casos deve-se lubrificar ampola retal com lubrificantes ou óleo - Particularidades do exame físico: - Parâmetros vitais diferentes dos adultos - Alteram rapidamente quadro clínico - Depende da faixa etária Neonatos com 1 mês de vida: - FC: 60 a 80 bpm - FR: 30 a 60 rpm - T°: 38,5 a 39,5 * Valores diferentes, pois os neonatos possuem metabolismo mais rápido que dos adultos Principais afecções sistêmicas: - Septicemia: - Maioria das mortes em neonatos - Pode ter uma infecção local que desenvolve uma septicemia ou contrário - Pode ter uma infecção in útero → inoculação oral, animal já nasce septicêmico ou por uma placentite - Cordão umbilical → principal porta de entrada para microrganismos - Sintomas: apatia, letargia, decúbito, hiporexia, febre, desidratação, taquicardia, taquipneia, alterações pulmonares e diarréia - Sintoma patognomônico: olhar amarelado (por conta de pús = hipópio e pode haver sangue = hefema) e dificuldade de enxergar - Queixa principal: apatia, queda na ingestão de leite, prematuridade *A gestação de menos de 10 meses é inviável no caso dos equinos, pois o neonato ainda não têm o surfactante - Diagnóstico: - Hemograma → leucocitose, proteína total e fibrinogênio )> 500mg/dl hiperfibrinogenemia), hipoglicemia. - Tratamento: sintomático: - Antibioticoterapia específico → ceftiofur (5-10 mg/kg, IM, SID) - Fluidoterapia - Alimentação parenteral - Plasma hiperimune → para aumentar o sistema imune - Equilíbrio térmico → febre: antitérmico, hipotermia: aquecer - Pneumonia por rhodococcus equi: Causa mais comum infecção pulmonar em potros - Ocorre nas primeiras semanas de vida - Queixa principal: potro com ronqueira, tosse, apatia e febre - Sintomas: apatia, hiporexia, febre, não há secreção nasal, tosse improdutiva, dispnéia, secreções na traqueia. A tendência é que os sinais comecem do lado direito e depois se tornam bilaterais - Diagnóstico: - Reflexo de tosse positivo - Presença estertoração sibilante - Hemograma → leucocitose e hiperfibrinogenemia - Imagem → raio-x é o ideal porém para grandes animais é um pouco inviável. Ultrassom também pode ser usado - Tratamento: - Antibióticos lipossolúveis por período prolongado 2 a 3 meses - Rifampicina e eritromicina → podem ser dados juntos VO, TID - Rifampicina e azitromicina → devem ser dados separadamente e com intervalo de 1h entre 1 e outro. VO, TID. Devem ser dado por 5 dias seguidos e depois ir alternando, pois a azitromicina faz depósito e se usada todos os dias por muito tempo pode causar o que chamamos de hipertermia maligna → o animal não consegue fazer controle térmico e caso fique no Sol entrará em hipertermia - AINE (cetoprofeno IM,IV, SID) - Tratamento suporte → fluidoterapia, antitérmico - Prevenção → plasma hiperimune em regiões endêmicas, melhores condições sanitárias, vacinar a égua no fim da gestação → pouco eficaz - diarréia: - Muito comum e muitas vezes autolimitante - Ex autolimitante: diarréia do cio do potro, chamada assim pois o potro apresenta diarréia quando a égua volta a ciclar, n 7°/ 10° dia de vida. Não tem nada a ver com o cio da mãe em si e sim por conta do organismo da microbiota → deve durar de 2 a 3 dias. - Pode ser causada por endoparasitas, bactérias, vírus. - Sintomas: diarréia fétida ou não, fezes de cores alteradas e muito líquidas, glúteos sem pêlo e avermelhados, apatia, alterações de temperatura, desidratação, taquicardia, taquipneia - Diagnóstico: ○ Hemograma (acompanhamento)* ○ Coprocultura* ○ Coproparasitológico* *Estes exames somente serão pedidos caso a diarréia não melhore com o tratamento ○ Antibiograma (se quiser saber qual tipo de bactéria) - Tratamento: ○ Fluidoterapia ○ Manutenção da ingestão de leite ○ Antibioticoterapia deve ser evitada a não ser que seja confirmada uma infecção bacteriana ○ Protetores de mucosa e agentes adsorventes como carvão ativado, caulim, pectina ○ Probiótico - Síndrome de asfixia neonatal: - Animal nasce e não se adapta ao meio externo por conta de partos distócicos e demorados, com aspiração de líquidos placentários, anormalidades placentárias e aspiração de mecônio - SNC → é acometido podendo ter hemorragia, edema e até necrose tecidual - Queixa principal: animal apático, sem reflexos - Sintomas: depende do grau das lesões nervosas, apatia, decúbito, perda da relação com a mãe, sem reflexos normais, hipotonia, dispnéia, rigidez espática dos membros, tremores, perturbações nervosas e até convulsões. - Diagnóstico → observando o potro - Tratamento: - Fluidoterapia - Manutenção de temperatura - Anti-inflamatório: dimetilsufóxido sempre diluído - Cuidados intensivos → oxigenoterapia e o que mais o animal necessitar para estabilização - Prognóstico reservado Sistema Cárdio-circulatório 15.10 Clínica de Equinos Sistema Circulatório ● Doenças cardiovasculares são raras (animal atleta, bomba de altíssima eficiência) ● Reserva cardíaca diferenciada ● Difícil a observação de sintomas, principalmente em repouso. Disfunções no coração só podem ser vistas quando o animal está em exercício (alto bpm) → esteiras * FC (normal) parado = 40 bpm; FC (normal) exercício = 280 bpm (esforço máximo) → humanos chegam no máximo à 160 bpm * rede linfática → drenagem de líquido intersticial * as disfunções são secundárias normalmente (não são no coração) * tosse → para equinos, representa doenças de sistema respiratório Doenças secundárias são mais frequentes: ● Doenças vasculares generalizadas: ○ Edema por confinamento ○ Púrpura hemorrágica ○ Babesiose equina ● Doenças vasculares localizadas: ○ Tromboflebite (iatrogênica) Exame Clínico: ● Anamnese/ histórico: ○ Queixa principal → queda de rendimento (cansaço), fadiga ○ Manejo; instalações ○ Contato com carrapatos; ectoparasitas → vetor da Babesiose (anemia) ○ Alimentação → baixa proteína na dieta pode causar anemia e edema por conta da baixa PO ○ Vermifugação; vacinação → anemia (vermes hematófagos) ○ Doenças prévias ○ Tratamentos prévios ○ Sangramento (sangra e para) ou hemorragia (sangramento que não cessa) ● Exame Físico: ○ Inspeção: ■ Mucosas → cianose, alto TPC, hipocorada, etc ■ Possíveis aumentos de volume (edema) → suspeitar de disfunção do SC se mais de um membro estiver inchado (godet +); todo edema é um inchaço, mas nem todo inchaço é um edema = o que diferencia é a palpação ○ Palpação (pulsos- boleto e depressão na mandíbula, edemas); Auscultação (FC- PAM 3,4,5 e T 3); Percurssão; Olfação. Auscultação: ● Exames Complementares: ○ Hemograma + proteínas totais ○ Eletrocardiograma → não se usa muito, apenas em anestesia geral ○ Ecocardiograma → importante nas doenças cardíacas ● Pulmonar, aórtica e mitral (PAM) → são auscultadas do lado esquerdo no 3°, 4° e 5° EIC ● Tricúspide → é auscultada do lado direito no 3° EIC Doenças Vasculares Generalizadas: ● Edema por confinamento: ○ Causado por confinamento por longos períodos → a rede linfática não possui musculatura, portanto ela depende da contração da musculatura esquelética para sua perfusão (se o animal não anda, a linfa se acumula) ○ Sintomas: ■ inchaço distal dos membros (normalmente posteriores) → godet + ■ edema frio ■ sem dor (inicialmente) ■ melhora após o trabalho (diagnóstico diferencial) ○ Mais comum em cavalos atletas, pois a irrigação sanguínea para os músculos é maior do que o normal (alto potencial vascular e alta perda de líquido para o interstício) ○ Tratamento: ■ exercícios ■ ducha fria (massagem) ■ pomadas frias (mentol, cânfora, DMSO) ■ alteração no manejo ■ ligas de descanso (prevenção) ● Púrpura Hemorrágica/ Vasculite: ○ Inflamação generalizada dos vasos (comum em equinos) ○ Sempre é secundária → casos que o animal tem alguma doença infecciosa e o organismo cria complexos de antígeno, anticorpo e complemento (Ag + Ac + C), que acabam agredindo o epitélio de todos os vasos causando uma inflamação. Ex.: garrotilho (Streptococus equi)○ Sintomas: ■ lesões hemorrágicas de pele e mucosa (sufusão hemorrágica gengival ou ocular) → muito característico ■ edema quente ■ dor ■ febre ■ taquicardia, taquipnea ■ apatia ■ hiporexia ○ Tratamento (difícil): ■ antibiótico (bactéria) → detectar doença prévia ■ corticóide (imunodepressor) ■ suporte ■ alto índice de morte ● Babesiose equina (principal hemoparasitas dos equinos) → piroplasmose: ○ Agente etiológico → protozoários: Babesia cabali e Theileria equi (hemoparasitas) ○ Vetores → carrapatos: Boophilus microplus (transmite a B. cabali), Anocentor nitens. Amblyomma cajennense (transmite a Theileria) ○ Doença endêmica em várias regiões do país ○ Atinge 90% dos equinos no mundo ○ Os equinos podem ser portantes assintomáticos ○ Afecção oportunista → quando o animal entra em estresse a doença se manifesta (imunodepressão) ○ Febre → infecção = contínua; babesia = intermitente ○ Icterícia → ruptura das hemácias que perdem hemoglobina e que é transformada em bilirrubina (deixando amarelo), às vezes apresenta peteqiuas ○ Histórico: ■ contato com carrapatos (?) ■ perda de rendimento ■ falta de apetite e inchaço de membros ○ Exames complementares: ■ hemograma (anemia) ■ esfregaço sanguíneo→ pesquisa de hematozoário ■ provas sorológicas (fixação de complemento ou cELISA) → mede anticorpos cruz de malta Theileria ○ Tratamento (baseado nos sintomas): ■ Dipropionato de Imidocarb: ● 4,0 mg/kg → 10 ml = administrar 5 ml e depois de uma hora mais 5 ml durante 3 dias (IM) ● posologia depende do tipo de babesia ou do grau de parasitismo ● cuidado com efeitos colinérgicos (sialorréia, cólicas espasmódicas) ■ Buscopan para dores abdominais ■ Butilbrometo de Escopolamina (0,3 mg/kg) ■ Suporte → hidratação, “protetores hepáticos” ● Tromboflebite (não cai na prova): ○ É uma inflamação das veias de origem iatrogênica → cateterismo ou venopunção repetida, fármacos (fenilbutazona) ○ Histórico: ■ aplicação de medicamentos repetidas vezes (utilização de catéter é uma medida preventiva) ○ Sintomas: ■ Pode causar um edema de cabeça (tromboflebite na jugular- pior tipo) = asfixia ■ Dor local ■ evidenciamento de veia ■ edema local Semiologia e Introdução ao Sistema Respiratório 29.10 Clínica de Equinos Revisão anatômica ● Vias aéreas anteriores (superiores) ○ Narinas ○ Fossas nasais ○ Septo nasal ○ Conchas nasais (coanas) ○ Seios paranasais ○ Nasofaringe ○ Laringe ○ Bolsas guturais * Seios nasais → deixam a cabeça mais leve; 6 pares (equinos e ruminantes), 2 importantes para sinusites Fisiologia ● Hematose: ○ oxigenação sanguínea ○ eliminação de gás carbônico ● Equilíbrio ácido básico ● Termorregulação ● Olfação ● Inspiração: ○ processo ativo e mais rápido ● Expiração: ○ processo passivo e mais lento (mantém uma relação 1:1 ou 1:2) ● Defesas do SR: ○ depende do tamanho das partículas ○ filtragem nas cavidades nasais ○ tosse ou espirro ○ movimento mucociliar ○ macrófagos alveolares ○ Secreção de imunoglobulinas → IgA (trato anterior), IgG (pulmões) * Espécies com traquéia muito longa (pescoço longo- equinos, girafa): na troca gasosa possuem um último processo = o animal faz força para expirar (ativo) que expulsa o que sobrou do ar da última inspiração na traquéia * Sistema tegumentar, respiratório e digestório: precisam de mais defesa, pois entram em contato com o meio externo * Tosse: apresentada quando o animal já possui alguma alteração * Queixa principal: tosse, cansaço, secreção Anamnese e Histórico ● Queixa principal (tosse, cansaço fácil, secreção) ● Ambiente que o animal é manejado (arejamento, higiene, material de cama…) ● Vacinações ● Alimentação: ○ Volumoso: ■ Capim ■ Feno (ruim) → fungos, armazenamento precário, pó ○ Concentrado: ■ Farelado (ruim) → é o mais barato, fácil desomogeneização, adentra vias aéreas ■ Peletizado (melhor) ■ Extrusado ● Transporte recente? ● Problema individual ou coletivo? ● Tempo de evolução Exame Físico ● Geral: ○ Mucosas ○ Hidratação → turgor da pele, TPC ○ FC ○ FR ○ T° C ● Específico: ○ Inspeção (secreção) → FR em repouso e em exercício, tipo de secreção (uni ou bilateral,aquosa, mucosa, serosa, purulenta, sanguinolenta) ○ Palpação → linfonodos submandibulares, reflexo da tosse (se tossir = alteração) ○ Auscultação (deve-se ampliar os sons respiratórios aumentando a FR) → laringotraqueal propagado, murmúrio vesicular ○ Percussão ○ Olfação * Auscultação: ○ Variações dos ruídos respiratórios: ■ Aumento (respiração ruidosa) ■ Diminuição (áreas de silêncio) ■ Crepitação grossa ● aumento de líquidos nos brônquios ■ Crepitação fina ● edema, pneumonia ■ Sibilo ● obstrução (DPOC) ● acúmulo de secreção espessa ● Exames Complementares: ○ Hemograma ○ Endoscopia ○ RX (limitações técnicas) ○ US ○ Lavado (aspirado) traqueal e lavado (aspirado) broncoalveolar ○ Toracocentese (exame e tratamento Doenças do Sistema Respiratório 05.11 Clínica de Equinos Sinusite ● Acúmulo de exsudato nas cavidades sinusais, secundário a afecções virais, fúngicas, bacterianas ou problemas dentários ● Normalmente acomete os seios: ○ Maxilares → processos dentários ○ Frontais → processos infecciosos, secundário, feridas abertas ● Processos crônicos = tratamento cirúrgico ● Sinusite causada por problemas dentários: ○ alterações em 4° pré-molar, 1° e 2° molar podem causar problemas nasais ● Sintomas: ○ perda de rendimento ○ descarga nasal unilateral, crônica que pode aumentar com o exercício, odor fétido ○ febre (?) ○ hiporexia ○ alteração do contorno facial ○ som maciço na percussão dos seios acometidos ○ dor ao abaixar a cabeça ● Exames complementares: ○ RX e endoscopia ● Tratamento: ○ Antibioticoterapia sistêmica ■ Sulfa + Trimetoprim (20-30 mg/kg, oral, BID) ○ Anti-inflamatórios não esteroidais ■ Cetoprofeno (2,2 mg/kg, SID, IM/IV) ○ Lavagens locais (via sonda ou endoscópio) ○ Casos graves → tratamento cirúrgico ● Artigo Neimar: existem seis pares de seios que se comunicam com a cavidade nasal nos equinos (conchais dorsais, médios e ventrais; maxilares; frontais e esfenopalatinos), mas a maioria das afecções clinicamente importantes envolve os seios maxilares e frontais. A sinusite primária reflete acúmulo de exsudato dentro das cavidades sinusais e é uma sequela das infecções bacterianas, virais ou fúngicas do trato respiratório superior. Já a sinusite secundária do seio maxilar geralmente está associada a distúrbios nos dentes. Histórico – descarga nasal (mucopurulenta) unilateral, crônica e que pode aumentar durante o esforço físico. Sinais clínicas – corrimento nasal, dispnéia, odor fétido na expiração, além de sinais sistêmicos como: hiporexia, febre, perda de peso, distorção do contorno facial (raro). Deve-se inspecionar a cavidade oral para detecção de possíveis alterações dentárias, além da percussão dos seios que pode revelar macicez sonora. Como auxílio diagnóstico pode-se requerer um exame endoscópico e radiológico. Tratamento – antibioticoterapia sistêmica pode ser ineficiente para tratamento desta afecção, mas em casos moderados pode ser utilizada (ex.: Penicilina). O tratamento local pode incluir lavagens repetidas (2 u 3 vezes ao dia) através de uma sonda, utilizando-se solução fisiológico aquecida acrescida de soluções anti-sépticas (PVP-iodo) e antibióticos, basicamente para remoção mecânica de debris e material purulento. Em casos graves de sinusite de seio maxilar com envolvimento dentário é necessário o encaminhamento cirúrgico para realização de uma trepanação do seio maxilar e possível remoção dentária. Garrotilho (Adenite Equina) ● Afecção comum em animais jovens até cerca de 3 ou 4 anos de idade ● Acontece endemicamente ● Causada pelo Streptococcus equi - bactéria gram +, não habita o SR normalmente ● Contaminação por contato: secreção muco-purulentas (oral ou respiratória); fômites contaminados ● Sintomas: ○ depressão ○ descarga nasal mucosa ou muco-purulenta ○ febre ○ tosse e dificuldade de deglutição ○ linfoadenopatia dos linfonodos submandibulares ou retrofaringeos(firmes e doloridos) ○ pode haver ruptura dos linfonodos (abscedação) ● Tratamento: ○ Antibioticoterapia ■ Penicilina (20.000 a 40.000 UI/kg, BID, IM) ○ Anti-inflamatórios não esteroidais ○ Febre → antipiréticos ■ Dipirona (22 mg/kg, IV/IM) ○ Se houver abscedação dos linfonodos ■ curativos locais ● Artigo Neimar: afecção respiratória causada pelo Streptococus equi (bactéria Gram +) que ocorre basicamente em animais até cerca de 4 ou 5 anos de idade, aparecendo freqüentemente como uma doença endêmica, de alta morbidade e baixa mortalidade. Normalmente o agente é inalado ou ingerido em secreções muco-purulentas de animais doentes, podendo incubar-se por até uma semana. Histórico – acometimento de um grande número de animais jovens do plantel que apresentam depressão, inapetência, descarga nasal e muitas vezes inchaço da região submandibular, que pode ser a primeira citação dos proprietários. Sinais clínicas – além de depressão, descarga nasal mucosa ou muco-purulenta pode-se observar febre (> 39,5ºC), inchaço dos linfonodos submaxilares ou retrofaríngeos (linfoadenopatia), os quais à palpação podem estar doloridos e firmes inicialmente. Com a evolução da doença é comum os linfonodos inchados se tornarem flutuantes antes de se romperem e liberarem secreção purulenta. Reflexo da tosse pode estar presente e às vezes disfagia pelo inchaço da região faringeana. O diagnóstico é baseado na sintomatologia clínica típica e na cultura das secreções drenadas dos linfonodos, mas que muitas vezes não é realizada. Tratamento – baseia-se na aplicação de antibióticos e antiinflamatórios, além do isolamento dos animais doentes. É fundamental a utilização de Penicilina na dose correta (Penicilina G procaína = 20 a 40.000 UI/Kg, IM, BID), durante 5 a 7 dias. Quando existe a abscedação de linfonodos realizar curativos locais. Caso febre esteja presente pode-se utilizar Dipirona na dose de 22 mg/kg a cada 12 horas, no máximo. Gripe Equina ● Muitos e diferentes vírus: ○ Vírus da Influenza equina ■ mais comum em animais adultos jovens (3-4 anos) ○ Herpes vírus tipos I e IV (rinopaneumonite) ■ mais comum em potros de até 1 ano de idade → normalmente associado a casos de abortamento na propriedade ● Causam: ○ Rinites, traqueítes, faringites ● Sintomas: variáveis ○ Perda de rendimento ○ Apatia ○ Febre ○ Corrimento nasal mucoso ○ Tosse seca e profunda ○ Epífora (lacrimejamento) e conjuntivite ○ Mialgias ● Tratamento: sintomático ○ inibir estresse ○ manter hidratação e estado nutricional ○ repouso ○ AINES ■ Fenilbutazona (4,4 mg/kg, BID, oral - 5 dias) ○ Antipiréticos ■ Dipirona (22 mk/kg, IV ou IM na febre) ● Prevenção → vacinação ○ Programa para animais atletas ou alojados em vilas hípicas: 6 em 6 meses ● Artigo Neimar: muitos e diferentes agentes virais foram isolados do trato respiratório superior tanto de cavalos sadios como doentes, mas pouco se sabe sobre o real valor destes agentes causando as rinites, faringites e traqueítes. Portanto os vírus conhecidamente patogênicos para as vias aéreas superiores incluem os vírus da influenza eqüina (Aequi 1 e Aequi 2), o herpes vírus tipos 1 e 4. A influenza equina acomete mais comumente equinos de 2 a 3 anos de idade, sendo o período de incubação de 1 a 3 dias e a contaminação por contato direto, aerosol e fômites. Já o herpes vírus pode apresentar-se sob duas formas, sendo o tipo 1 também relacionado a afecções como abortamento, mieloencefalite e morte neonatal; mas relacionado à enfermidades respiratórias estão os dois tipos, acometendo preferencialmente potros e animais até 1 ano de idade que se contaminam da mesma forma que na influenza eqüina. Histórico – Inapetência, depressão, além de tosse são os sinais mais comumente relatados. Em animais atletas pode haver o relato de queda de rendimento, assim como planteis de criação pode-se ter o histórico de abortamento. Sinais clínicas – os sinais clínicos podem ser variados sempre na dependência do agente causador da afecção assim como da resistência do paciente. Normalmente encontra-se animais apáticos, febris, apresentando corrimento nasal, tosse profunda e seca (reflexo da tosse positivo) em consequência à faringite e/ou laringite. Em alguns casos pode-se encontrar epífora e até ceratoconjuntivite. Tratamento – as terapias são sempre sintomáticas assegurando-se que o animal mantenha o grau de hidratação adequado e inibindo fatores de estresse, portanto repouso é sempre indicado. Pode ser indicado a aplicação de agentes antiinflamatórios para alívio de processos álgicos (mialgias) e febre e inflamatórios das vias aéreas anteriores. Prevenção – Imunoprofilaxia vacinal, que tem sido indicada a cada 6 meses no mínimo para ter boa eficácia no controle da incidência de novos casos. Obstrução Crônica das Vias Aéreas (ORVA/ RAO) ● Acomete animais adultos → mais que 8 anos ● Em regime de confinamento ● Afecção com caráter genético hereditário ● Resultado de bronquites ou bronquiolites alérgicas ● Hipersensibilidade (?) a poeira, fungos (Aspergillus fumigatus), fenos, palha de cama, etc. ● Causa obstrução das vias aéreas (brônquios) por contração da musculatura lisa e acúmulo de secreções ● Não têm cura, uma vez acometido, sempre irá apresentar a doença ● Sintomas: ○ dispneia com esforço respiratório ○ reflexo da tosse muito positivo ○ tosse associada ao exercício e alimentação ○ intolerância ao exercício ○ auscultação pulmonar (forçada) - presença de sibilos ● Exames complementares: ○ endoscopia → exsudato abundante na traqueia ○ colheita de material → reação inflamatória ● Tratamento: ○ alterações/ adeuqação do manejo ○ reduzia a poeira → limpeza, melhorar feno e ração ○ broncodilatadores ■ Clembuterol (0,8 µg/kg, oral, BID) ○ corticóides nas crises ■ Prednisolona (2 mg/kg, SID) ○ Inalação ■ solução fisiológica, acetilcisteína ● Artigo Neimar: esta é uma afecção característica de animais velhos (acima de 8 anos), principalmente mantidos em baias, como resultado de bronquites ou bronquiolites alérgicas. Existe muita polêmica em relação à causa desta doença pulmonar, sendo muito considerado como uma reação de hipersensibilidade a poeira ou fungos comumente encontrados no feno ou palha utilizada para as camas. É praticamente inexistente o aparecimento desta afecção em animais mantidos no pasto. Existem fatores predisponentes como infecções virais, infecções por vermes pulmonares e fatores genéticos. A afecção se caracteriza por períodos de obstrução da vias aéreas (principalmente dos brônquios) por contração do músculo liso e acúmulo de secreção mucosa, fragmentos celulares e exsudato. A inalação do alérgeno pode induzir uma imunorreação do tipo I ou do tipo III. Histórico – tosse crônica principalmente nos períodos matutinos e noturnos, intolerância ao exercício e apatia. Sinais clínicas – aumento do esforço respiratório, dispnéia e tosse principalmente associada ao exercício e alimentação. O exame clínico revela expiração bifásica e em casos graves linha de esforço respiratório. Na auscultação torácica pode-se notar estertoração sibilante principalmente ao esforço respiratório. Ao exame endoscópico pode-se evidenciar presença de secreção mucupurulenta excessiva no interior da traquéia, assim como na colheita de material broncoaoveolar comprova-se reação inflamatória asséptica. Tratamento – a base do tratamento deve incluir alterações de manejo para remoção das aparentes causas, isto é, deixar o animal solto o maior tempo possível. Redução dos agentes irritantes como poeira, molhar o feno quando do fornecimento, etc. Broncodilatadores como o Clembuterol (0,8 g/kg, VO, BID) são bastante efetivos, assim como a utilização de corticóides pode ser necessária nas crises respiratórias (ex.: prednisolona = 2 mg/kg, SID, na primeira semana; 1 mg/kg mais uma semana e manutenção com 0,5mg/kg em dias alternadas) Mormo ● Afecção: ○ Causada pela bactéria: Burkholdelia mallei ○ Acomete solípedes: equinos (são os mais sensíveis), asininos e muares(+ resistentes, portam e não apresentas) ○ Zoonose ○ Conhecida há séculos e dita extinta no Brasil em 1968 ○ Queda da prevalência com motorização das trações rurais ○ Novos surtos no nordeste em 1999 (AL e PE) ○ Novos surtos no sudeste em 2006 e 2013 ● Epidemiologia: ○ Transmissão por contato direto de secreções nasais ou de feridas ○ Ingestão de águas ou alimentos contaminados ○ Alguns animais contaminados não apresentam sintomas (inaparentes) ○ Forma aguda = asininos e muares/ Forma crônica = equinos ○ Desenvolve nódulos (podem ulcerar) no trato respiratório ou na pele ● Sintomas: ○ tosse ○ dispneia ○ corrimento nasal mucopurulento ○ úlceras nas mucosas ○ emagrecimento progressivo ○ febre ○ apatia ○ anorexia ○ Formas: ■ Nasal → febre, tosse, úlceras nas narinas e membros ■ Pulmonar → pneumonia com abcessos, além de úlceras na pele ■ Cutânea → nódulos e úlceras nos membros com secreção purulenta, adenopatia periférica ● Diagnóstico: ○ cultura bacteriana ○ inoculação em camundongos ○ prova de maleína → inoculação intradermopalpebral ○ sorologia (teste de ELISA) Pneumonia Bacteriana (artigo Neimar) É a afecção mais comum que afeta as vias aéreas inferiores no cavalo adulto, mesmo sendo de baixa frequência. Muitas bactérias podem causar afecções nos pulmões dos equinos, sendo as Gram + mais importantes: Streptococcus zooepidemicus, Staphylococcus aureus entre outros; já os microorganismos Gram - mais isolados são: Escherichia coli, Pasteurella, Klebsiella e Bordetella. A pneumonia bacteriana em cavalos adultos normalmente acompanha infecções virais ou outros fatores de estresse (esforço físico, transporte, superlotação, má nutrição, etc.). Histórico – exposição a situações estressantes ou aglomeração de animais e muitas vezes histórico de doenças respiratórias virais. Sinais clínicas – febre intermitente, taquipnéia ou desconforto respiratório, corrimento nasal, tosse e inapetência, além de intolerância ao exercício e perda de peso. O diagnóstico baseia-se na história e sintomas clínicos. A auscultação pulmonar pode revelar a presença de ruídos ásperos, chiados e crepitações (estertores); pode-se ainda auscultar líquido na traquéia. O reflexo da tosse frequentemente é positivo. Como métodos auxiliares ao diagnóstico definitivo pode-se realizar o lavado traqueal ou o lavado broncoalveolar (análise citológica e bacteriológica), além de hemograma onde observa-se leucocitose e hiperfibrinogenemia (>500 mg/dl). Tratamento – a base da terapia deve ser o ataque ao agente causador, portanto antibioticoterapia específica deve ser instalada na dose e posologia corretas; na ausência de confirmação do microorganismo causador antibiótico de largo espectro deve ser utilizado (ex.: Gentamicina = 6,6 mg/kg, IV, SID; Ceftiofur = 4,4 mg/kg, IV ou IM, TID; Sulfadiazina + Trimetoprim = 15-25mg/kg, VO, BID; Penicilina, etc.); caso haja suspeita da presença de agentes anaeróbicos (descarga nasal de odor fétido) deve-se utilizar o metronidazol = 15-25 mg/kg, oral, QID. Outras terapias incluem broncodilatadores, mucolíticos, antiinflamatórios não esteroidais, além do tratamento de suporte com base na fluidoterapia. Repouso deve ser requerido somado a diminuição das condições de estresse e isolamento. Semiologia do Sistema Tegumentar 26.11 Clínica de Equinos Pele ● Maior órgão do corpo animal ● Principal barreira com o meio ambiente: ○ protege contra MO ○ protege de traumas e injúrias ○ protege contra desidratação ● Órgão muito exposto → portanto sujeito a muitas e diferentes agressões ● Funções: ○ proteção ○ caracterização fenotípica (manchas permanentes) ○ identificação (os animais são identificados pelas manchas e marcações) ○ produção de anexos ○ termorregulação ○ secreção ○ produção de vitaminas (D) ○ sistema sensorial ● Estrutura: ○ Epiderme → descamação, pelos quebradiços ■ múltiplas camadas celulares ○ Derme → alopecia/ sangramento ■ diferentes grupos celulares + fibras colágenas + mucopolissacarídeos ○ Hipoderme → hemorragia ■ camada delgada (subcutâneo) ● Anexos cutâneos: ○ glândulas → sebáceas, sudoríparas (+ importantes) ○ unhas → casco ○ pelos → proteção, fímbrias (pelos sensoriais) ○ chifre → definitivo (osso) com queratinização ○ corno (cervos, alces…) → temporário, sem estrutura óssea, é formado por pelos modificados (troca todo ano) Identificação ● Espécie ● Raça → pele clara ● Idade → jovens/idosos (imunidade baixa) ● Sexo → predisposição (ex.: lúpus eritematoso = fêmeas) ● Utilidade → relacionar (parasitismo, clima, exposição...) ● Coloração → PELE, não do pelo ● Procedência → região * Sistema que mais gera problemas nos diagnósticos: indução via proprietário, sintomas confusos, alterações frequêntes Anamnese ● Queixa principal → alopecia, prurido, perda de cauda ● Antecedentes ● Início do quadro ● Evolução → tempo ● Tratamentos prévios → não pode haver qualquer tratamento prévio 24h antes da coleta de amostras e ID, atrapalha o diagnóstico ● Manejo ○ Instalações ○ Alimentar ○ Contactantes Exame Físico ● Inspeção ○ Distribuição ○ Morfologia ○ Configuração → circular (característico de fungos), irregular → cuidado para não confundir ○ Topografia ■ Proeminente (verruga) → biópsia de fragmento transitório ■ Profunda (trauma ou neoplásica) → biópsia de fragmento transitório ■ Plana (apenas alopecia) → raspado profundo (até sangrar) de borda ○ Profundidade ● Palpação (sempre com luva) ○ sensibilidade ○ volume ○ espessura ○ elasticidade ○ temperatura ○ consistência ○ umidade Exame Complementar ● Raspado de pele ○ Exame direto e citológico ● Citologia aspirativa ● Biópsia ○ histológico Técnica Exame Raspado Citologia, cultura/antibiograma, examinação direta (microscópio) Aspiração por leque Citologia Aspirativa Biópsia Histopatológico Afecções do Sistema Tegumentar 03.12 Faltei Clínica de Equinos ● Problemas de pele na clínica de equinos são bastante frequente e de difícil diagnóstico preciso, os animais podem demonstrar históricos e sintomas muito semelhantes para diferentes afecções. Por isso uma boa execução da anamnese, exame físico e exame complementar é imprescindível. ● Principais tipos de afecções dermatológicas: ○ Problemas granulomatosos ■ Tecido de Granulação Exuberante ■ Habronemose ■ Sarcóide ○ Problemas nodulares ■ Melanomas ■ Dermatite ou hipersensibilidade por picada de inseto ou carrapato ■ Papilomatose ○ Problemas pruriginosos e alopécicos ■ Dermatite ou hipersensibilidade por picada de inseto ou carrapato ○ Problemas não pruriginosos e alopécicos ■ Dermatofilose, ■ Dermatofitose Introdução ● Histórico: ○ Cicatrização excessiva de feridas (reação de preenchimento exacerbada) ○ Ferida prévia → normalmente profunda ● Sinais Clínicos: ○ Volume exacerbado ○ Sem irritação local ○ Ausência de prurido e dor ○ Exuberância do tecido de granulação → não cicatrização ○ Coloração rósea (não cicatrização) e de sangramento fácil ○ Locais → abaixo de tarso e carpo, onde não há musculatura e, portanto não ocorre a aproximação dos bordos, fazendo com que o epitélio não consiga fechar a ferida ● Tratamento: ○ Diminuição dos tecidos granulomatosos ○ Adequada epitelização ○ Cauterização química (formol) ou cirúrgica (cauterizar imediatamente → cuidado com hemorragia) ○ Pomada a base de corticóides (para inibir o preenchimento quando a ferida não for tão grave Tecido de Granulação Exuberante ● Artigo Neimar: mais comumente encontrado nos membros, principalmente nas regiões distais, devido a pouca mobilidade da pele e alta mobilidade da região resultando em contração limitada da ferida, portanto favorecendo a inibição de uma importante fase da cicatrização que é a contração da ferida. ● História – ferida prévia, normalmente profunda, ou seja, atingindo tecidos subcutâneos, além de volume exacerbado da ferida, vulgarmente denominada de carne esponjosa. ● Sinais clínicos – não existe irritação local, ausência de prurido e dor, a exuberância do tecido de granulação é muito evidente denotandocicatrização inadequada. Este tecido de granulação aparenta coloração rósea e sangra facilmente quando manipulado. ● Exames complementares – pode ser requerida uma biópsia para realização de diagnóstico diferencial com outras enfermidades como: neoplasia, habronemose cutânea, etc. Neste exame uma das características mais peculiares é a grande presença de fibroblastos e vasos neoformados. ● Tratamento – o objetivo de qualquer tratamento é a diminuição dos tecidos granulomatosos a um nível abaixo da pele, a fim de permitir adequada epitelização (última fase da cicatrização). Promover a diminuição deste tecido exuberante é o objetivo do tratamento. Esta redução pode ser realizada através de cauterização química ou cirúrgica, além da retirada cirúrgica. Não existe inervação neste tecido, portanto o único cuidado a ser tomado é quanto à hemorragia que pode ser dramática. Quimicamente pode-se utilizar substâncias causticas como Formol, Licor de Villate® (sulfato de cobre e sulfato de zindo) ou mesmo pomadas ou cremes que contenham corticóides em sua formulação. Habronemose (ferida de verão) ● Nematóides: Habronema muscae e H. microstoma ou H. megastoma ● Adultos: parasitas gástricos → eliminados nas fezes ● Larvas infectantes são depositadas pelo hospedeiro intermediário (moscas) nas feridas ou pele intacta ● Parasitismo aberrante → causam hipersensibilidade à presença das larvas ● Pode ser causada por erro de vermifugação ● Histórico: ○ Ferida que não cicatriza, exuberante e se desenvolve no verão ● Sinais Clínicos: ○ Comum nos membros, ventre, canto do olho, prepúcio, processo uretral ou ferida prévia ○ Ulceração, exsudação, prurido e inflamação ● Exames complementares: ○ Biópsia → exame de eleição. Encontra-se tecido de granulação + infiltrado eosinofílico intenso (presença de formas larvais) ● Tratamento: ○ Redução das lesões granulomatosas ○ Excisão cirúrgica (se necessário) ○ Cáusticos químicos ○ Pomadas associadas (manipulação) ○ Corticoterapia → prednisolona 1 mg/Kg/dia durante 7 a 10 dias ○ Essencial o controle de parasitas intestinais → ivermectina 0,2 mg/kg oral a cada 10 a 14 dias (3-5 aplicações) ○ Controle de moscas no ambiente ● Artigo Neimar: causada por algumas espécies de nematóides, particularmente o Habronema muscae e Habronema majus ou Draschia megatoma, quando suas formas larvais infectantes são depositadas pelo hospedeiro intermediário (espécies de Mosca e Stomoxys) nas feridas, podendo também penetrar na pele intacta. Supõe-se que exista uma reação de hipersensibilidade à presença das larvas mortas. Trata-se de uma doença sazonal (aumento do número de moscas na primavera e verão), sendo a ocorrência esporádica, sem preferência por idade, sexo ou raça. ● História – ferida que não cicatriza, exuberante e que se desenvolve no verão, mas facilmente confundível com tecido de granulação exuberante. ● Sinais clínicos – as lesões são comumente observadas nos membros, ventre, canto do olho, prepúcio, processo uretral ou no local de uma ferida prévia (locais parasitados por moscas, vetor de transmissão). Pode-se observar pápulas ou nódulos na formação exuberante, também sendo comum ulceração, exsudação e prurido, mas assemelham-se ao tecido de granulação exuberante. ● Exames complementares – o exame de eleição é a biópsia, podendo ser relatado raramente a presença de formas larvais do parasita, assim como infiltrado eosinofílico intenso, que traz a diferença para uma granulação simples após uma ferida. ● Tratamento – baseia-se na redução das lesões, diminuição do processo inflamatório e evitar as reinfestações. Como se trata também de uma lesão de tecido de granulação exuberante pode ser requerida a excisão cirúrgica ou cauterização química. A utilização de cáusticos químicos na lesão pode ser benéfico, assim como a infiltração intralesional de triancinolona, mas corticoterapia oral pode ser utilizada para redução da massa (ex: prednisolona = 1mg/kg/dia durante 7 a 10 dias). É essencial o controle dos parasitas intestinais nos animais e no ambiente, realizando-se vermifugação dos animais com ivermectina (0,2mg/kg – pasta oral), neste caso a cada 10 a 14 dias, além do controle de moscas no ambiente. Sarcóide ● Tumor benigno mais comum que afeta a pele dos equinos ● Lesões aparecem espontaneamente (+ comum) ou após ferida prévia ● Classificado em: simples ou múltiplos ● Caráter recidivante ● Qualquer sexo ou idade → mais comum abaixo dos 4 anos ● Preferência → membros, orelhas e cabeça ● Histórico: ○ Feridas prévias, lesão granulomatosa progressiva, recidiva após o tratamento ● Sinais Clínicos e Diagnóstico: ○ Aspecto variado: plano, verrucoso, fibroblástico ou misto ○ Palpação → consistência firme ○ Não há prurido ● Exames complementares: ○ Biópsia → hiperplasia epidérmica; proliferação fibroblástica da derme (diferenças com verrugas) ● Tratamento: ○ Excisão cirúrgica → deve ser feita com grande margem, pois pode ocorrer recidiva ○ Criocirurgia → necrose do tecido e fechamento da ferida ○ Imunoterapia → infiltração com BCG, intralesional ou ao redor da lesão (vacina contra tuberculose - faz os macrófagos migrarem para o local da lesão, o que é benéfico) ● Artigo Neimar: é o tumor mais comum que afeta a pele dos cavalos, não sendo maligno e tendo supostamente etiologia viral. São lesões que podem aparecer espontaneamente ou após uma ferida prévia, sendo simples ou múltiplos. O mais importante e preocupante do tratamento é o seu caráter recidivante intenso desta lesão. Pode ocorrer em qualquer sexo ou raça, mas é mais comum em animais com menos de quatro anos de idade, tendo preferência em se localizar nas regiões de membros, orelhas e cabeça. ● História – lesão granulomatosa progressiva e história de recidiva após tratamento. ● Sinais clínicos – lesões granulosas de aspecto variado, existindo quatro apresentações básicas: plano, verrucoso, fibroblástico e misto, dependendo de sua aparência ou apresentação. ● Exames complementares – biópsia deve ser requerida para confirmação de proliferação fibroblástica da derme (o que difere das verrugas) e hiperplasia epidérmica. ● Tratamento – a excisão cirúrgica pode ser a primeira escolha, mas a recidiva dos quadros pode não incentivar esta forma de tratamento. Nas lesões de grande dimensão a criocirurgia pode ser eletiva. A imunoterapia através da infiltração com o BCG (bacilo CalmetteGuérin) intralesional ou em volta da lesão pode trazer bons resultados inclusive regressão das formações Problemas Nodulares ● Dermatite por picada de insetos e carrapatos: ○ Culicoides (mosquito pólvora) ○ Tabanos (mosca do cavalo) ○ Stomoxys calcitrans (mosca de estábulo) ○ Vespas e abelhas ○ Amblyomma cajennense e Anocenter nitens ○ Membros, tórax e baixo ventre ○ Distribuição mundial e esporádica ○ Não descrita em animais com menos de 1 ano de idade ○ Existem evidências de predisposição hereditária ○ Histórico: ■ Épocas quentes do ano, irritação do animal → prurido, recorrente ○ Sinais Clínicos: ■ Presença de grandes quantidades de pápulas em todo o corpo (nódulo mole - edema) ■ Ação mecânica do agente ■ Hipersensibilidade tipo 1 ou 4 ■ Agudo → aspecto nodular ■ Crônico → alopécico e pruriginoso ○ Tratamento: ■ Reação corporal severa → corticóides (dexametasona 0,05 a 0,1 mg/kg) ■ Manejo para controle de insetos ■ Baias teladas e repelentes ■ Inseticidas no ambiente ■ Banho carrapaticida/ controle de carrapatos ● Artigo Neimar: um grande número de insetos pode causar reações cutâneas nos equinos, principalmente alguns mosquitos e espécies de Culicoides (mosquitopólvora), Tabanus (mosca do cavalo), Stomoxys calcitrans (mosca do estábulo), Haematobia irritans (mosca do chifre), assim como vespas e abelhas, ou mesmo carrapatos como o Amblyomma cajanense ou o Anocenter nitens. A picada destes insetos pode causar doença de diferentes maneiras, primariamente pela lesão direta à picada, e em segundo lugar, alguns insetos maiores podem causar a formação de erupções enódulos doloridos ou pruriginosos, além de serem vetores da contaminação secundária por bactérias, fungos e outros parasitas da pele. A maioria destes insetos parasita regiões como membros, tórax e baixo ventre, que são regiões onde o cavalo tem dificuldade de espanta-los quando sobre o corpo (cabeça e cauda não alcançam). ● História – pápulas em várias partes do corpo; principalmente nas épocas quentes do ano. Alteração comportamental do cavalo – mostrando irritação pela dor ou coceira das picadas e consequente reação alérgica. ● Sinais clínicos – presença de pequenas pápulas em várias regiões do corpo e em grande número. ● Tratamento – nos casos de reação corpórea severa indica-se a administração de corticoides, como por exemplo, uma única aplicação de Dexametasona na dose de 0,05 a 0,1mg/kg. Mas sem dúvida o manejo para controle dos insetos é o mais importante incluindo desde isolamento do animal em baias fechadas e teladas, utilização de repelentes como a Citronela ou Canela, assim como a utilização de venenos ou armadilhas para moscas. ● Melanomas: ○ Este é uma neoplasia mais característica de animais tordilhos (mas outras pelagens também podem apresentar esta neoplasia), provenientes dos melanócitos ou melanoblastos. São tumores característicos de animais velhos, podendo ser encontrados em qualquer região do corpo, mas principalmente na região do períneo e cola da cauda. Podem ocorrer de forma solitária ou múltipla, apresentando-se sempre de forma nodular e firme. Nos casos crônicos podem ulcerar formando feridas que secretam líquido de coloração negra. Normalmente nos equinos tem características de benignidade, portanto também pode ser denominado de Melanocitoma. ○ Histórico – animais tordilhos, com mais de 10 anos e de raças como o Árabe, Lusitano e Percheron onde são mais frequentemente observados. Portanto pode haver um envolvimento genético hereditário. ○ Sinais clínicos – normalmente as lesões são bem características, sendo pequenas firmes e nodulares. Para confirmação diagnóstico pode ser realizada biópsia, mas normalmente os sinais clínicos são evidentes. ○ Tratamento – não há necessidade de tratamento a não ser que haja alteração nas funções, como por exemplo, dificuldade de defecação por bloqueio mecânico do ânus, mesmo porque a maioria dos tratamentos é ineficaz. Atualmente preconiza-se a utilização de cimetidina, na dose de 2,5mg/kg, TID por três meses, mas alguns autores relatam que após cessado o tratamento pode existir uma piora do quadro, portanto deve ser administrado por toda a vida do animal. ● Papilomatose (verrugas): ○ doença provavelmente causada por um DNA vírus (papovavírus), sendo comum em animais jovens com menos de três anos de idade, não havendo predileção para sexo ou raça. A transmissão pode ser por contato direto, sendo comum encontrarmos lesões múltiplas no focinho, genitália e membros. ○ História – animais jovens e com pequenas formações verrugosas nos focinhos, membros ou outra região acometida. ○ Sinais clínicos – na inspeção pode-se notar formações bastante características, sendo comumente múltiplas. ○ Exames complementares – pode-se utilizar a biópsia observando proliferação epitelial sem proliferação do tecido conjuntivo, o que diferencia esta afecção do sarcóide. ○ Tratamento – talvez a melhor maneira de tratar seja não fazer nada, já que estas lesões são sempre auto-limitantes; mas há quem prefira fazer remoção cirúrgica dos nódulos maiores, cauterização química ou ainda utilizar as auto-vacinas ou mesmo a auto-hemoterapia. A cauterização química com soluções fortes de Iodo (20 ou 50%) ou ainda Formol 40% pode ser eficaz no controle destas lesões, mas cuidado no local de aplicação para não induzir uma irritação periférica ou de outras estruturas corpóreas. ● DermatofiLose: ○ Afecção mais comum de pele nos equinos, principalmente os que vivem soltos ○ Causada por uma bactéria Gram + → Dermatophilus congulensis → Dermatophilus congunsis (microbiota = latente na pele até condições de proliferação) ○ Desenvolve-se com umidade crônica (exposição constante à chuvas) e ferimentos prévios ○ Imunidade baixa ○ Histórico: ■ Exposição constante à chuvas, lesões crostosas ○ Sintomas: ■ Emaranhado de pelos com pele (pincel), crostas úmidas, região do dorso e garupa ○ Exames Complementares: ■ Raspado de pele → coloração de Gram ○ Tratamento: ■ Higienização da pele e retirada das crostas ■ Banhos anti-sépticos (peróxido de benzolla) ■ Manejo (diminuir umidade da pele) ■ Casos graves → antibióticoterapia (penincilina IM, 5 a 7 dias) Afecções Não Pruriginosas e Alopécicas ● Artigo Neimar: esta é uma das afecções mais comuns de pele dos animais criados a pasto (soltos), independente da idade, sexo ou raça. Esta enfermidade cutânea bacteriana (Gram. +) dos equinos é causada pelo actinomiceto – Dermatophilus congolensis. Não se tem certeza do habitat natural desta bactéria, suspeitando-se que fique numa forma latente na pele de animais portadores até que encontrem condições ideais para proliferação. O desenvolvimento das lesões depende da umidade crônica e de ferimentos na pele. ● História – exposição às chuvas constantes, lesões crostosas de pele, acometendo apenas animais de pasto ou estabulados, mas que são banhados frequentemente. ● Sinais clínicos – a sintomatologia pode aparecer rapidamente, tendo origem folicular, manifestada por um emaranhado de pêlos crostosos e úmidos que lembram pequenos pincéis, principalmente na região do dorso e garupa, que podem ser facilmente arrancados. Sob os pêlos soltos encontramos a pele úmida, amarelada e exsudativa. Não há prurido e o diagnóstico se faz pelo histórico e aparência clínica (lesão em forma de pincel). ● Exames complementares – pode-se realizar raspado de pele e crostas para exame citológico através da coloração de Gram., encontrando-se frequentemente sinais da presença bacteriana pelo achado de cocos ou filamentos bacterianos. ● Tratamento – higienização da pele através da remoção cuidadosa das crostas e banhos com xampus ajudam no tratamento. A utilização de preparados antissépticos como peróxido de benzoíla ou clorexidina, diariamente, até que as lesões desapareçam é eficaz. Em casos mais graves com lesões extensas pode-se prescrever antibioticoterapia com Penicilina (20.000 a 40.000UI/kg, IM, BID) por 5 a 7 dias. Em animais que demonstrem grave dermatite, febre, letargia, hiporexia (comumente observada em animais jovens) a alteração de manejo, como protegê-los em baia fechada, pode auxiliar no tratamento. ● DermatofiTose: ○ Afecção contagiosa mais comum na pele dos equinos ○ Causada por um fungo → Microsporum equinum, M. gyseum e Trichophyton equinum, T. menragrophytes ○ Contaminação por contato direto ou fômites contaminados (sela, escova, capa) ○ Animais mal nutridos, superpopulação, imunodeprimidos ○ Histórico: ■ Animais jovens ou idosos ■ Queda de pelos ○ Sintomas: ■ Alopecia classicamente circular ■ Engrossamento da pele ■ Pápulas ○ Exames complementares: ■ Raspado de pele → exame direto ou cultura fúngica ○ Tratamento: ■ Terapias tópicas ■ Manejo de utensílios ■ Shampoos anti-sépticos ■ Soluções à base de iodo ● Artigo Neimar: esta é a enfermidade cutânea contagiosa mais comum dos equinos, causada por duas espécies fúngicas principalmente: Microsporum (M. gypseum e M. canis) e Trichophyton (T. equinum e T. Mentagrophytes). Esta afecção tende a ser autolimitante, mas pode acometer seriamente os equinos causando grande morbidade, além de ter importância zoonótica (humanos se contaminam). A dermatofilose é transmitida diretamente através do contato com animais infectados ou ainda por contato indireto através de fômites contaminados (ex. escovas, mantas, material de arreio, etc.). Problemas como má nutrição, superpopulação de animais, idade (jovens e idosos) e situações estressantes podem ser predisponentes à infecção. O período de incubação pode ser de várias semanas, sendo que os esporospodem permanecer na pele incapazes de causar a doença, até que tenham as condições adequadas. ● História – queda do pêlo caracteristicamente de forma circular. ● Sinais clínicos – inicialmente nota-se pápulas com perda dos pêlos com sensibilidade ao toque, mas com o avançar da doença nota-se a presença de crostas (epiderme aumenta o movimento das células para remoção mecânica dos fungos). Como existe um comprometimento da haste, estes se quebram facilmente ou caem – demonstrando alopecia, classicamente circular. ● Exames complementares – para demonstração e identificação do microorganismo opta-se pelo raspado de pele, preferencialmente dos bordos das lesões. Pode-se realizar o exame direto, além da cultura para fungos, que no caso dos equinos deve ser utilizado em meios específicos para crescimento dos fungos que os parasitam. ● Tratamento – mesmo sendo uma afecção auto-limitante, muitas vezes, podemos auxiliar o tempo de cicatrização das lesões com simples terapia tópica, além de ser importante o tratamento pela alta infectividade da doença. O manejo dos materiais utilizados pelos animais doentes é importante ao controle da doença no plantel. Xampus anti-sépticos como peróxido de benzoíla ou clorexidina, assim como soluções a base de iodo (Iodine®, Povidine®, Biocid®) podem ser utilizados diariamente na forma de solução ou em banhos.
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