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Estudos Literários AVA 2

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UVA 
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LETRAS 
PORTUGUÊS/LITERATURA 
 
 
 
 
ESTUDOS DA TEORIA LITERÁRIA 
 
As múltiplas faces da lírica moderna: a poesia de Carlos Drummond de 
Andrade e seus desdobramentos na modernidade e na contemporaneidade 
 
 
 
 
 
 
WILLIAN SILVA BOY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO GONÇALO 
2021 
O Trabalho consiste na análise do “Poema de sete faces”, de Carlos Drummond de 
Andrade, segue abaixo: 
 
 
Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida. 
 
As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos. 
 
O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada. 
 
O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode. 
 
Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus, 
se sabias que eu era fraco. 
 
Mundo, mundo vasto mundo 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo, mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração. 
 
Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 
 
 
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poema de Sete Faces. In: _____. Publicação original 
em: Alguma poesia, coletânea de 1930). 
Vamos à análise: 
Ao observar o título do poema, podemos interpretar “sete faces” como fases da vida 
do eu-lírico. Mostrando as transformações ao longo da vida. 
 
Vamos para primeira estrofe do poema: 
Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida. 
 
O eu-lírico inicia com o seu nascimento e, logo depois temos um paradoxo sobre um 
anjo torto que vive na sombra, pois anjo não é torto e não tem sombra. Interessante o nome 
Carlos aparece, sendo o mesmo nome do autor do poema. Dando-nos a impressão de que o 
poema fala do autor e da sua vida. E nesta estrofe é o nascimento. 
 
Segunda estrofe do poema: 
As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos. 
 
Há uma personificação das “casas que espiam os homens”, e temos “ que correm atrás 
das mulheres” levando-nos a observar um outro momento na vida do eu-lírico. Os “desejos” 
juvenis, onde as mudanças são perceptíveis. A sociedade espia e observa o comportamento 
sexual que permeia essa estrofe. 
 
Terceira estrofe do poema: 
 
O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada. 
 
“O bonde passa”, ou a vida passa, “cheio de pernas”, ou cheio de gente. De três cores 
são as pernas, como de três etnias é a formação do povo brasileiro (europeu, africano, 
indígena). Na parte final desta estrofe vemos um solitário entre a multidão (“tanta perna”). Há 
uma fragmentação do eu-lírico, o coração pergunta, mas olhos não. 
 
Quarta estrofe do poema: 
 
O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode. 
 
Agora já é um homem, com afeição de adulto e continua solitário. Pouco fala. O eu-
lírico parece negar-se, pois, coloca-se “atrás” do “bigode” e do “óculos”. Vemos uma 
dificuldade de abordar os sentimentos, por isso esconde-se. 
 
Quinta estrofe do poema: 
 
Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus, 
se sabias que eu era fraco. 
 
Inicia com uma citação da Bíblia “ Meu Deus, por que me abandonastes”, chegando ao 
ápice da solidão, pois quando Cristo na cruz disse tal frase, também sentiu-se abandonado. Há 
um reconhecimento da fraqueza quando reclama “se sabias que eu era fraco.” Nesta 
reclamação fica nítido a falta de controle sobre os desejos juvenis expresso na segunda 
estrofe. Deixou-se levar pela vida e jamais controlou-se. 
 
 
 
 
 
 
Sexta estrofe do poema: 
 
Mundo, mundo vasto mundo 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo, mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração. 
 
Nesta estrofe procura a solução para sua vida, tenta na rima. Mas seria apenas uma 
rima, e não uma atitude de fato que faltou desde de sua infância, juventude e fase adulta. 
Mostrou um profundo abismo em seu coração, sendo vasto como o mundo. Parece 
desorientado, sem rumo e sem contentamento. 
 
Sétima estrofe do poema: 
 
Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 
 
Chega ao final do poema, mostra-se embriagado. Sobre influência do conhaque e da 
lua(com suas fases). Mostra como conduziu-se na vida, impulsionado pela bebida alcoólica. 
Passou pela vida, chegando ao com o diabo. Assim como início havia uma anjo torto na 
sombra (um diabo), pois as trevas caracterizam o diabo. Quem o conduziu durante a sua vida, 
então, foi o diabo. Por isso era vazio, pessimista. Termina como começou falando do mal. 
Triste vida (melancolia)!!!! 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poema de Sete Faces. In: _____. Publicação 
original em: Alguma poesia, coletânea de 1930) 
BUARQUE, Chico. Até o fim, 1978. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/chico-
buarque/45110/>. Acesso em: set. 2017. 
FONTELA, Orides. CDA (IMITADO) . In: _____. Teia. São Paulo: Geração Editorial, 
1996. p.29 
PRADO, Adélia. Com licença poética. In: _____. Poesia reunida. São Paulo: Arx, 
2002. p.11. Publicação original em: Bagagem, coletânea de 1976. 
.

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