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INTRODUÇÃO • Micose sistêmica mais prevalente na América Latina. • 80% ocorrência no Brasil. • Sinonímias: Blastomicose Sul-americana ou doença de Lutz-Splendorealmeida. • Doença descrita em 1908 por Adolpho Lutz • A.E. caracterizado por Alfonso Splendore em 1912 e Floriano Paulo de Almeida em 1930. • Clima temperado e quente (úmido) → o fungo tem uma tendência a se proliferar em locais onde tem condições clímáticas adequadas ETIOLOGIA • 2 espécies: ► Paracoccidoides brasiliensis (P. brasiliensis) e ► Paracoccidioides lutzii (P. lutzii). • P. brasiliensis: 5 espécies filogenéticas (S1a, S1b, PS2, PS3 e PS4). • Brasil: *S1a / *S1b / PS2 → S1a e S1b são as mais prevalentes no brasil Nas mãos hábeis de patologistas experientes, facilmente serão identificados as células em mickey-mouse ou em roda de leme TRANSMISSÃO Principalmente profissões em contato com a terra! Lembrando que a transmissão, na imensa maioria das pessoas, quando vão para os alvéolos pulmonares, ocorre uma resposta th1 suficiente, a resposta celular é eficaz e você consegue destrui-los sem progredir com a doença. Agora se por imunossupressão, ou por uma resposta th1 mais lentificada, a doença se desenvolve. • Natureza: estrutura filamentosa: propágulos infectantes (conídeos). • Infecção → doença pode ficar latente por meses a anos até começar a desenvolver • Reservatório: tatu-galinha (P. brasiliensis) → lmebrando que os reservatórios animais não desenvolvem a doença do paracoco na maioria das vezes, ficando apenas infectados de forma latente Forma micelial ou sapofrítica → é inadala → cai nos alvéolos pulmonares → fica na forma leveduriforme (que é a forma que causa a doença no organismo) Imagem demonstrando que a infecção vai de acordo com a resposta imunológica do organismo e da quantidade do inóculo fúngico, podendo ou não desenvolver a doença. Isso ocorre na maioria das vezes indiferente da faixa etária. Lembrando que o paracoco ocorre mais em homens e em idades mais avançadas. Mostra também a questão dos animais, que ficam infectados porém sem desenvolver a doença. EPIDEMIOLOGIA • Associação: tabagismo e etilismo → percebemos que não tem questão de deficiência imunológica (lógico que em imunodeprimidos a doença será mais grave) • Média de idade: 30 – 50 anos (10% até 20 anos – formas juvenis) • 10-15 homens para 1 mulher. • Sem relação com doenças imunossupressoras. • Incidência: 1-3 casos/100mil habitantes ano. • Brasil (80%): São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Rondônia. • Brasil: 3181 óbitos (1980 – 1995). • 8ª causa mortalidade por doença infecciosa crônica. • 13.683 casos de internação por micoses sistêmicas (1998 – 2006) = 49% paracoco. IMUNOPATOGÊNESE • Resposta Th 1 eficiente – controle da doença. Aqueles pacientes com resposta predominante de th2 → tendem a desenvolver a doença. Os mediadores inflamatórios (TNF, IL1, IL6, IL12...) → vão gerar uma resposta inflamatória sistêmica, podendo gerar a febre, leucocitose, leucopenia, déficit de proteínas crônico, perda de albumina e proteínas de forma discreta, caquexia e perda de peso (pois dão doenças arrastadas, aumento das proteínas de fase aguda (PCR, VHS, procalcitonina); Também ocorre morte e diminuição da apoptose, essa destruição tardia das células favorece a infecção!; CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS CLÍNICAS E AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE O pulmão é o principal orgão acometido na forma crônica da doença. Quadro que tenta mostrar os principais orgãos comprometidos. Disparadamente (65%) está o pulmão (na maioria das vezes, em quadros arrastados de pneumopatia, podemos fazer diagnóstico diferencial de paracoco); Outro orgão importantemente acometido: mucosa! Não é incomum fazer biópsia de lesão de mucosa e vir paracoco Linfonodos: as vezes paciente chega com linfonodos infartados, pode haver fistulização, endurecimento, etc. Laringe também é outro local onde o paracoco costuma invadir. CLASSIFICAÇÃO • I) Infecção paracoccidioidica (IDM + ao antígeno específico / fungos latentes em necropsia) → tem infecção mas não tem doença • II) Paracoccidioidomicose (doença) ► A) Forma aguda/subaguda (juvenil) → tende a ser mais grave ▪ Moderada ▪ Grave ► B) Forma crônica (do adulto) → acometem quase que exclusivamente os pulmãos, é a doença arrastada, podendo gerar sequelas como principalmente, a fibrose pulmonar ▪ Leve ▪ Moderada ▪ Grave ► C) Forma mista = A + B • II) Forma residual ou sequelas FORMA AGUDA/SUBAGUDA (JUVENIL) • 5 – 25% dos casos • Pode ser muito aguda (poucas semanas) ou formas subagudas, que são em média 8 semanas, não chegando a ser crônica • Predomina em crianças, adolescentes e adultos jovens. • Evolução rápida = disseminação múltiplos órgãos. Sistema reticuloendotelial (fígado/gânglios/baço). • Clínica: ► Febre ► Emagrecimento ► ↓ peso (4 – 8 semanas). ► Linfoadenopatia local ou generalizada ► Hepatoesplenomegalia ► alterações digestivas e osteoarticulares ► lesões cutâneas ou mucosas. • Alterações pulmonares (raras). • Eosinofilia periférica (30 – 50%). Observe que só com a clínica é díficil realizar o diangóstico, precisando muitas vezes do auxílio de exames laboratoriais Presença de linfonodos supraclaviculares; presença de linfonodos fistulizados, presença de hepatoesplenomegalia, linfonodos infartados enormes → tendem a ser uma doença mais grave Linfonodos infartados, endurecidos → pode fazer diangóstico diferencial com tuberculose, hanseníase, etc. FORMA CRÔNICA (ADULTO) • Maioria dos casos (74 – 96%). • Adultos 30 – 60 anos • Razão masculinidade 22:1. • Sintomatologia lenta (˃ 4 – 6 meses até > 1 ano). • Alterações pulmonares (90%) • Locais: Pulmões, mucosa das vias aerodigestivas superiores e pele → o paciente com paracoco ou tem lesão pulmonar ou tem lesão de pele e mucosas! • FORMAS LEVES: perda ponderal abaixo de 5%, comprometimento de 1 único órgão sem disfunção. • FORMAS GRAVES: ≥ 3 dos critérios: ► perda ponderal > 10% ► extenso comprometimento pulmonar ► outros órgão: SNC, adrenal, ossos ► linfoadenopatia generalizada ► elevados títulos de anticorpos → ficar atento a quadros de insuficiência adrenal Lesão vegetante, pode achar que é caner entre várias outras coisas, basicamente o diagnóstico será pelo histopatológico Imagem em asa de borboleta (que é exatamente a imagem A), isso dificilmente vai ser visto na prática clínica, são formas clássicas porém não é patognomônico (podendo fazer diagnóstico diferencial direto com tuberculose) Na tomografia podemos ter cavitações, assim como ta tuberculose. Na imagem E é um paracoco cerebral, podendo fazer diagnóstico diferencial com um abcesso, criptococose, neurotoxoplasmose, etc. FORMA RESIDUAL (SEQUELAS) • Cicatrizes pós tratamento. • Incidências: pulmões, pele, laringe, traqueia, glândulas adrenais, mucosa das vias aerodigestivas superiores, sistema nervoso central e sistema linfático. C = Paciente pode fazer estenose de laringe pós tratamento, necessitando de traqueostomia! D= fibrose pulmonar. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIAGNÓSTICO INESPECÍFICO Na verdade aqui solicitamos tudo quanto é coisa para tentar diferenciar doenças infecciosas kk • Hemograma completo e VHS. • Bioquímica hepática (alanina aminotransferase, fosfatase alcalina). • Proteínas totais e frações → tentar ver se tem inversão de albumina/globulina para fazer diagnóstico diferencial • Avaliação da função renal e metabólica (creatinina sérica) e eletrólitos (sódio – Na e potássio – K). • Raio X do tórax (póstero-anterior e perfil). • USG / TC / RNM. DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO Basicamente é a biópsia, sorologia é de pouco valor • PADRÃO OURO: identificação de elementos fúngicossugestivos de Paracoccidioides spp em exame a fresco de escarro ou outro espécime clínico (raspado de lesão, aspirado de linfonodos) e/ou fragmento de biópsia de órgãos supostamente acometidos. Imagem em “Mickey Mouse” ou “roda de leme”. • SOROLOGIAS (pouco validado): *imunodifusão dupla (IDD), contraimunoeletroforese (CIE), ensaio imunoenzimático (ELISA) e imunoblot (IB) / S: 80 – 95% e E: 85 – 100% / Cura sorológica: negativação ou título ≤ 1:2. • PCR??. COINFECÇÃO TB / PCM • 2 – 20% dos casos. Muitas vezes o que vai direnciar ou é a prova terapêutica ou a biópsia. Perceba que na tuberculose tem muita febre e no paracoco são mais espassadas. O escarro é uma secreção mais seca enquanto na tuberculose não. As proteínas: normalmente estão normais e o VHS é disparadamente mais elevado na tuberculose do que no paracoco; os demais achados são bem sutis → TUBERCULOSE INFLAMA MAIS, GERA MAIS FEBRE, GERA CONSUMO MAIS GRAVE NO ORGANISMO. TRATAMENTO • FORMAS LEVES E MODERADAS: Itraconazol ou sulfametoxazol/trimetoprim. • FORMAS GRAVES: anfotericina B e sulfametoxazol/trimetoprim EV. ► Reservamos a anfotericina para formas graves: lesões de orgão alvo, formas juvenis, deteriorização clínica, etc → trato um tempo (cerca de 4 semanas) com a anfotericina lipossomal e depois faço a transição para o itraconazol ou bactrim (mas usamos muito mais o itraconazol, pois tem menos efeito colateral) ► O fungo do paracoco responde bem ao bactrim, o problema é o tempo do tratamento • Corticoides: lesões inflamatórias??? → ainda não se sabe se o uso de corticoides ajuda na forma grave Medicamento Dose Duração Itraconazol 200 mg/dia ** Crianlas com < 30 kg e > 5 anos: 5-10 mg/kg/dia; ajustar a dose sem abrir a cápsula 9-18 meses Cotrimoxazol Trimetroprim, 160 mg + sulfametoxazol, 800 mg (VO 8/8h ou 12/12 h) 18-24 meses*** Anfotericina B Desoxicolato, 0,5 a 0,7 mg/kg/dia Formulações lipídicas: 3- 5 mg/kg/dia 2-4 semanas **** (até melhora) *Sempre procuro tratar com o tempo máximo de medicação, ou seja: 18 meses! Pois essas micoses são muito manhosas para o tratamento, só retiro antes por motivos como a intolerância a medicação O paracoco é muito mais arrastado e normalmente o paciente nao tem aquela febre vespertina. Em questão radiológica é dificil diferenciar uma da outra, não tem nada patognomônico,