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1 Marcela Oliveira – Medicina 2021 Módulo Inflamação, Febre e Infecção! 1. Caracterizar as ITUs com ênfase na classificação entre alta e baixa, fatores de risco, principais agentes etiológicos, quadro clínico e antibioticoterapia indicada. A infecção do trato urinário é definida quando temos a presença de microrganismos patogênicos detectados na urina, uretra, bexiga, rim ou próstata. As ITU podem ser divididas em duas categorias anatômicas: infecções do trato urinário baixo (cistites, uretrites e prostatites) e infecções do trato urinário alto (pielonefrites e abcessos perinefreticos). A ITU é dita não complicada quando ocorre em paciente com estrutura e função do trato urinário normal e é adquirida na comunidade. Já as ITUs complicadas são aquelas que aumentam os riscos associados à pielonefrite e À sepse, e estão associadas a alguma condição de causa obstrutiva como HPB, litíase, estenose da junção uretro- pélvica, presença de sonda vesical de demora. Além disso, doenças como insuficiência renal crônica, diabetes, transplante renal também são tidas como ITUs complicadas; Considera-se reinfecção quando a recorrência é causada por uma cepa bacteriana diferente daquela que causou a infecção inicial. Dessa forma, ITU recorrente é aquela que ocorre pelo menos 3 vezes ao ano ou quando ocorre 2 episódios nos últimos 6 meses. E recidiva quando se trata da mesma cepa, que teria persistido em um foco no trato urinário. EPIDEMIOLOGIA A infecção do trato urinário é a infecção bacteriana mais comum. Sua maior prevalência está relacionada a crianças de ate 6 anos de idade, principalmente do sexo masculino devido ao maior numero de malformações congênitas. Outra grande prevalência está relacionado com mulheres jovens de vida sexual ativa, quase 50% das mulheres terão pelo menos 1 episodio de ITU ao longo da vida. Esse fato se deve principalmente ao fato das mulheres terem uma uretra mais curta e a sua proximidade com o introito vaginal. A prevalência de ITU também aumenta substancialmente com a idade, tanto em homens (Relacionado com doenças prostáticas, perda de atividade bactericida de suas secreções) quanto mulheres (devido ao esvaziamento incompleto da bexiga). A presença de bacteriuria assintomática é comum em idosos. E ela se caracteriza quando temos a presença da bactéria com ausência de sintomas urinários. PROBLEMA 04 – hospital nunca mais cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 2 Marcela Oliveira – Medicina 2021 A prevalência de bacteriúria no hospital oscila entre 2-3%, o que faz da ITU a causa mais frequente de infecção nosocomial. Portanto, as vias urinarias acabam sendo as principais fontes de bacteremia hospitalar por germes gram-negativos, concorrendo para o aumento dos casos de sepse. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO: 1. ITU BAIXA Vai incluir as infecções de bexiga (cistite), da uretra (uretrite), da próstata (prostatite) e do epidídimo (epididimite), ou seja, todo o trato urinário abaixo dos ureteres. CISTITE: Infecção geralmente superficial na mucosa da bexiga, causada na maior parte das vezes por enterobactérias. Suas principais manifestações são disúria e polaciúria. URETRITE: Infecção da uretra, com frequência causada por germes sexualmente transmissíveis. No homem, o quadro clássico é de corrimento uretral associado ou não à disúria, enquanto na mulher os sintomas são exatamente os mesmos da cistite. PROSTATITE E EPIDIDIMITE: infecção da próstata e do epidídimo. Os agentes infecciosos provêm do refluxo de urina pelos ductos prostáticos e ejaculatórios, respectivamente. Tanto a prostatite aguda quanto a crônica podem apresentar sintomas parecidos com os da cistite. Já a epididimite frequentemente se acompanha de orquite (epididimorquite). 2. ITU ALTA É a infecção do parênquima renal, denominada de pielonefrite aguda. PIELONEFRITE AGUDA: Inflamação do parênquima renal causada por agentes infecciosos. É uma forma de nefrite intersticial aguda caracterizada pela invasão tecidual de leucócitos polimorfonucleares, geralmente unilateral. ETIOLOGIA A ITU geralmente é causada por bactérias gram-negativas originarias da flora intestinal, de modo que a E. coli é o principal causador das infecções. Em seguida, os patógenos gram-negativos mais prevalentes são Klebisiella sp e Proteus mirabilis. No entanto, em mulheres com vida sexual ativa as bactérias gram-positivas Sthapylococus saprophyticus é o segundo patógenos causador de ITU. Patógenos menos frequentes também podem estar presentes como a Chamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Neisseria gonorrhoeae e herpes vírus. Os fungos como a Candida spp, são importantes nos pacientes diabéticos e naqueles que estão em uso de antibioticoterapia de amplo espectro. No contexto hospitalar, deve-se atentar para a prevalência maior de Pseudomonas sp., Enterococcus e Staphylococcus aureus. Por fim, certos agentes virais também infectam o trato urinário – como os adenovírus, que causam cistite hemorrágica em crianças e transplantada de medula óssea. Esses patógenos, na maioria das infecções, acessam as estruturas do aparelho urinário ascendendo a partir da uretra chegando até a bexiga e parênquima renal. Além da via ascendente, a via hematogênica, apesar de não ser a principal é responsável por uma parcela destas infecções, sobretudo em pacientes apresentam obstrução ao fluxo urinário. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 3 Marcela Oliveira – Medicina 2021 FATORES DE RISCO 1. GENERO E ATIVIDADE SEXUAL A uretra feminina é mais susceptível a colonização por bacilos gram-negativos devido a sua maior proximidade com o anus e também pelo seu tamanho mais curto permitindo um contato maior com o introito vaginal. A atividade sexual pode introduzir a bactéria na bexiga e é frequentemente relacionada com o inicio dos sintomas de cistite. Em homem, prostatite e obstrução uretral por hipertrofia prostática benigna são fatores que predispõe a bacteriúria. A ocorrência de ITU em homens sempre se relaciona à presença de anormalidades anatomofuncionais (ou seja, é sempre uma ITU complicada)!! 2. GRAVIDEZ Infecções do trato urinário são detectadas em ate 10% das gravidas. As maiorias das infecções são inicialmente assintomáticas. O que predispõe asmulheres gravidas é a modificação da posição da bexiga, o aumento da capacidade vesical devido a redução do tônus vesical e o relaxamento da musculatura lisa da bexiga e do ureter. 3. OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO Qualquer fator que interfira o fluxo urinário, como litíase, tumor, estenose ou HPB pode resultar em estase urinaria levando ao aumento de proliferação bacteriana. 4. BEXIGA NEUROGÊNICA A disfunção neuromotora da bexiga que ocorre em lesões de medula espinhal, diabetes e outras doenças esta frequentemente associadas à presença de ITU. 5. REFLEXO VESICOURETERAL A presença de refluxo de urina da bexiga para o ureter e algumas vezes para a pelve renal pode ocorrer durante episódios de infecção urinaria, principalmente em crianças. Alterações da junção vesicoureteral podem facilitar esse refluxo durante a micção. 6. CATETERIZAÇÃO URINÁRIA A utilização de sondas vesicais de demora predispõe a bacteriúria. Isso porque, algumas bacterias produzem uma matriz de polissacarídeos que as envolve e as protege das defesas do hospedeiro, além de conferir resistência a alguns antibióticos. Dessa forma, é recomendável a troca de cateteres a cada 21 dias. QUADRO CLÍNICO CISTITE AGUDA: A presença de disúria (dor a micção) associada à polaciúria (aumento da frequência urinaria) e em alguns casos dor suprapúbica são os sintomas relacionados à cistite. Em alguns casos podem evoluir com hematúria. Nos homens, os sintomas obstrutivos podem predominar. No cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 4 Marcela Oliveira – Medicina 2021 exame físico é comum a dor à palpação do hipogastro. URETRITE: o quadro clinico é idêntico ao da cistite aguda, com disúria e polaciúria. Esta é a explicação para os casos de cistite com urinocultura negativa. O que chama atenção nesses casos é uma duração mais longa dos sintomas (>7 dias), que geralmente é mais arrastada (pois a cistite se instala em 24 horas). Devemos investigar a presença de fatores de risco para DST. Nos homens, a uretrite é marcada por disúria e corrimento uretral (ausente nas mulheres); PROSTATITE: na prostatite bacteriana aguda o quadro geralmente é dramático, predominando entre os 20 e 40 anos, caracterizado por febre alta e calafrios associados a sintomas de irritação e obstrução urinaria. Nestes casos, o toque retal deve ser extremamente cuidadoso, pois a massagem prostática pode desencadear bacteremia e sepse grave. A próstata esta aumentada e sensível, além de tensa e quente a palpação. EPIDIDIMITE: A epididimite aguda manifesta-se com dor e edema no epidídimo e testículo. Em alguns casos pode haver a presença de uretrite associada com secreção uretral mucopurulenta. O testículo do lado afetado encontra-se aumentado de tamanho e bastante doloroso. Nestes casos, a dor melhora com a elevação testicular (sinal de Prehn); PIELONEFRITE: a infecção renal aguda é caracterizada pela tríade: febre alta, calafrios e dor lombar. Os pacientes em geral se apresentam toxemicos com queda do estado geral e sintomas inespecíficos, como cefaleia, náuseas, vômitos e diarreia. A dor que resulta da distensão da capsula renal pode irradiar para o abdome e dificultar o diagnostico. A irradiação para a virilha sugere a existência de obstrução ureteral (geralmente nefrolitiase). Complicações como abcessos intraparenquimatosos ou perinefréticos ocorrem menos de 10% dos casos e deve ser suspeitado sempre que a febre persistir após 3 dias de antibiótico. Não se tratando corretamente, a pielonefrite pode evoluir com sepse, principalmente se for uma pielonefrite complicada. Em neonatos e lactentes, os sinais clássicos de ITU não são encontrados. Os sinais mais comuns são déficit de ganho ponderal, irritabilidade, anorexia, vômitos, diarreia, icterícia, convulsão, letargia, variações na temperatura e a eventualmente a urina fica com o odor fétido. Nessa faixa etária a ITU pode ser causa de febre de origem obscura. Em pré-escolares e escolares o quadro se parece mais com a ITU de adulto. Febre, calafrios e dor lombar indicam pielonefrite aguda, enquanto enurese, disúria e polaciúria falam a favor de cistite. DIAGNÓSTICO A avaliação por meio da anamnese e exame físico são fundamentais para o diagnostico. Pacientes que apresentem sinais e sintomas de cistite e que não apresentam nenhum fator de risco para ITU complicada, não necessita de exames complementares. No caso de pacientes masculinos com sintomas de cistite, a urinocultura deve ser obrigatória. A urocultura é o exame que define diagnostico de ITU devendo ser solicitada cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 5 Marcela Oliveira – Medicina 2021 com antibiograma para avaliar o perfil de sensibilidade do patógeno para os agentes bacterianos. A coleta da urocultura pode ser feita através do jato media da urina após higiene intima da região. O resultado é positivo quando se encontra uma contagem > ou = 10^5 unidades formadoras de colônia. O método padrão ouro seria a urocultura do aspirado suprapúbico, considerando diagnostico quando tiver presença de 10^2 UFC/ml. Já os pacientes com suspeita clinica de pielonefrite aguda devem ser SEMPRE solicitado a urocultura. Nestes casos, uma contagem > ou = 10^4 confirma o diagnostico. Além disso, duas amostras de hemocultura são solicitadas. EXAMES INESPECÍFICOS O EAS faz parte do diagnostico, mas não deve ser analisado de maneira isolada, isso porque a piuria (>= 10 piocitos por campo) pode ter varias causas que não somente a infecção urinaria. O teste de nitrito é um dado importante, pois somente os gram-negativos entéricos possuem a enzima nitrito-redutase que transforma o nitrato urinário em nitrito. A hematúria microscópica ou macroscópica pode ser observada em casos de ITU, especialmente cistite. Caso ela persista após a resolução do quadro agudo, devemos pensar em nefrolitiase, câncer, glomerulonefrite. BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA Em pacientes assintomáticos, principalmente gestantes, diabéticos e idosos a definição de bacteriúria significativa depende da contagem bacteriana. Quanto aos exames de imagem, os mesmos devem ser solicitados em caso de ausência de melhora da febre após 72h, ITU recorrente ou quando se suspeita de complicações, como por exemplo, os abscessos. Pode ser solicitada ultrassonografia que permite visualização de cálculos, cistos e abscessos. Ou tomografia que, apesar de ser menos solicitada também auxilia na melhor visualização destes processos patológicos. TRATAMENTO MULHER NÃO GESTANTE O antibiótico oral deve ser prontamente iniciado para o alivio rápido dos sintomas. Não há necessidade de urocultura nem antes nem depois do tratamento. Os antibióticos de escolha no caso das ITU tem a capacidade de se hiperconcentrar na urina, sendo um fenômeno importante para sua eficácia. O atb de escolha é uma fluroquinolona, como a Norfloxacina (400mg 12/12h durante 3 dias). Outra opção aceita é Amoxicilina (250mg cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 6 Marcela Oliveira – Medicina 2021 12/12h) e cefalosporinas de 1ª geração (ceftriaxone 500mg 6/6h ou cefadroxil 500mg 12/12h) por 5 dias. Se não houver melhora sintomática com o antibiótico prescrito esta indicada uma urocultura com antibiograma. Caso seja um microrganismo resistente, deve-se ajustar o antibiótico. E caso o microrganismo for sensível, deve-se repetir o tratamento prolongando por mais 7 dias. MULHER GESTANTE OU RISCO DE PIELONEFRITE A cistite na gestante ou em outras situações no qual temos um risco aumentado para pielonefrite, como pacientes com diabetes, litíase, insuficiência renal, obstrução a conduta é sempre solicitar uma urocultura com antibiograma e gram de urina. A antibioticoterapia pode ser prescrita logo na primeira consulta, enquanto se aguarda o resultado dos exames. Depois que o gram ficar pronto, pode-se ajustar o medicamento. A duração do tratamento deve ser de 7 dias. A escolha do antibiótico altera-se apenas na gestante, uma vez que as fluoroquinolonas são contraindicadas. Nestes casos, preferem- se os betalactâmicos (amoxicilina, cefalosporinas de 1ª geração) ou nitrofurantoína. Apenas na gestante esta indicada urocultura de controle após 2-4 semanas do térmico do tratamento e se negativa, devemos repeti-la mensamente ate o parto. NO HOMEM A cistite no homem deve ser diferenciada de uma uretrite, principalmente pela presença de corrimento ureteral sugestivo de uretrite por N.gonorrheae, o que indica tratamento com Ceftriaxone (250mg, IM, dose única). Quando inespecífica podemos usar Doxiciclina por 10 dias. No entanto, se os sintomas forem sugestivos de cistite, devemos solicitar uma urocultura com antibiograma e gram de urina. O tratamento é guiado pelo gram de urina (gram-positivos: amoxicilina, gram-negativo: norfloxacina) durante 7 dias. PIELONEFRITE O esquema inicial deve ser empírico enquanto aguarda o resultado da urocultura e gram de urina. A duração recomendada do tratamento é de 14 dias. Os critérios que indicam internação do paciente são: hipotensão arterial, vômitos intensos e febre com tremores. Portanto, o tratamento deve ser iniciado com uma fluoroquinolona sempre que: não pudermos contar com o gram; o gram. não revela bactérias ou evidenciam-se bastonetes gram negativos. Aqueles que iniciaram quadros graves devem receber terapia venosa com ampicilina associada a fluoroquinolona (ofloxacina 400 mg IV 12/12h, pefloxacina 400 mg IV 12/12h ou ciprofloxacina 200 mg IV 12/12h). O mesmo esquema deve ser cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 7 Marcela Oliveira – Medicina 2021 indicado na pielonefrite do idoso, devido à maior prevalência da infecção enterocócica! A gestante deve ser tratada com uma cefalosporina de 3a geração (ceftriaxone, cefotaxima, caftizoxima). A urocultura de controle após 2-4 semanas do termino da terapia é mandatória, 2. Diferenciar sepse de choque séptico. A sepse é uma disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada do organismo a uma infecção. Portanto, toda vez que nosso corpo é invadido por um microrganismo, e nosso sistema imune gera uma resposta exacerbada que acaba sendo mais danosa do que a própria infecção, vamos estar diante de um quadro de Sepse. Já choque séptico é caracterizado como uma anormalidade circulatória e celular (metabólica) secundária à sepse e requer a presença de hipotensão com necessidade de vasopressores para manter a pressão artéria média > ou = 65mmHg associada a lactato >2mmol/L após adequada ressuscitação volêmica. SEPSIS-3: COMO AVALIAR UMA SEPSE? Em 2016 foi lançado o 3º consenso internacional, o Sepsis-3, que atualizou a forma como avaliamos os quadros de sepse. As principais mudanças foram a retirada dos critérios de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica e também a extinção do termo “Sepse grave”. No entanto, é importante saber que a SRIS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) é uma condição em que o corpo apresenta uma reação inflamatória exacerbada, associada a um processo infeccioso, identificada quando o paciente apresenta 2 ou mais dos seguintes critérios: Dessa forma, o conceito de sepse atualmente é definido como uma infecção suspeitada ou diagnosticada que se associa com disfunção orgânica ameaçadora à vida. A partir disso, para avaliar se um paciente está ou não em Sepse, surgiu o SOFA, que é um critério que define se há disfunção orgânica a partir de uma serie de dados de cada um dos sistemas. Para cada sistema avaliado pelo SOFA, o paciente recebe uma pontuação que varia entre 0 e 4, de modo que no final ele pode ficar com um escore de 0 a 24 pontos. Definimos disfunção quando o paciente tiver um aumento de 2 pontos no SOFA. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 8 Marcela Oliveira – Medicina 2021 Como o SOFA acaba sendo uma escala complexa e não muito pratica, visto que necessitamos de resultado de alguns exames, criou-se uma versão simplificada que é o: qSOFA (quickSOFA) que tem apenas 3 critérios: O qSOFA se baseia em critérios clínicos para identificar a probabilidade de um paciente com infecção (ou suspeita) ter um prognóstico ruim. Mas é importante dizer que ele não define diagnostico, mas sim uma triagem. Portanto, admitimos que um escore > ou = 2 é um indicativo de disfunção e por isso o SOFA deve ser aplicado. 3. Diferenciar sepse primária de sepse secundária. As infecções sanguíneas são classificadas em primárias e secundárias, baseada na ausência ou presença de foco de infecção conhecido fora do sistema vascular. INFECÇÕES PRIMÁRIAS DACORRENTE SANGUÍNEA Um terço de todas as bacteriemias intra- hospitalares são decorrentes da administração de soluções parenterais. Essas bacteriemias são resultantes da contaminação de soluções ou das próteses de acesso venoso. Os cateteres venosos centrais (CVC) podem contaminar-se pela invasão direta de microrganismos, existentes na pele e no local de penetração do cateter, via hematogênica a partir de bacteriemias oriundas de infecções à distância e pela contaminação através de manipulações inadequadas da solução a ser infundida e de suas conexões. As principais complicações relacionadas ao acesso vascular são: celulite periorificial, celulite peribolsa do cateter implantável, infecção do túneo subcutâneo, infecção do segmento intravascular, tromboflebite séptica, sepse e infecções metastáticas (pneumonia, endoftalmite e endocardite). De um modo geral, a sepse primária relacionada ao cateter caracteriza-se por uma febre contínua, entre 38,5 e 39oC, calafrios, distúrbios de consciência, oligúria, diminuição da perfusão periférica, leucocitose com acentuado desvio à esquerda, intolerância à glicose, acidose cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 9 Marcela Oliveira – Medicina 2021 metabólica compensada e elevação insidiosa da uréia e da creatinina plasmática, sem outro foco de infecção evidente. Esses sinais podem desaparecer em vinte e quatro (24) a quarenta e oito (48) horas, após a remoção do cateter. INFECÇÕES SECUNDÁRIAS DE CORRENTE SANGUÍNEA Definidas como a ocorrência de hemocultura positiva ou sinais clínicos de sepse, na presença de sinais de infecção em sítio primário definido. Deverá ser notificado o foco primário, por exemplo, pneumonia, infecção do trato urinário ou sítio cirúrgico. O principal foco nas infecções secundárias é o pulmão, respondendo por 50% de todos os casos. 4. Entender a fisiopatologia da sepse, suas manifestações clínicas e o protocolo de tratamento (Sepse 3). FISIOPATOLOGIA Toda vez que um micro-organismo invade nosso corpo, ele vai ser exposto aos mecanismos imunológicos inatos e adquirido, que tem o objetivo de proteger o individuo. No entanto, no caso da sepse, a resposta imunológica se da de forma exacerbada e isso traz prejuízos. O que acontece é que o paciente adquire uma infecção, seja ela do trato respiratório, urinário ou digestivo e a partir dai inicia uma produção exacerbados de mediadores pró- inflamatórios. Dentre esse, os mais expressivos são as citocinas TNF-alfa e IL-1 e IL-6. Além disso, temos produção de prostaciclinas, tromboxanos, leucotrienos, oxido nítrico e fator de ativação plaquetária. As citocinas pró-inflamatórias que atuavam apenas localmente promovendo vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular passa a se tornar uma resposta sistêmica. Isso porque, todas essas substancias em grande quantidade acaba caindo na circulação sanguínea e se disseminando por todo o corpo. Ou seja, esses fenômenos de ativação vascular e leucocitária passam a ser observados em órgãos e tecidos a distancia. Em outras palavras a sepse consiste em um processo infeccioso que, mesmo que localizado, provoca uma reação inflamatória generalizada. E é justamente esse processo de inflamação generalizada que acaba levando a disfunção de vários órgãos, através da morte celular. Essa disfunção orgânica que acompanha a sepse começa pelo mau funcionamento das células individuais, em nível molecular. E Os mecanismos que explicariam isso seria uma Hipóxia celular, devido a diminuição do aporte de O2 aos tecidos, secundaria as alterações circulatórias generalizadas. Também decorre de um efeito citopático direto das citocinas pró-inflamatórias ou dos antígenos invasores. E por fim, um aumento da taxa de apoptose. MECANISMOS GERADORES DA DISFUNÇÃO ORGÂNICA Os principais mecanismos geradores da disfunção orgânica são a redução da oferta tecidual de oxigênio e a lesão celular. A redução da oferta tecidual de oxigênio é derivada das alterações da circulação sistêmica, regional e da microcirculação, incluindo a trombose, derivada das alterações do sistema de coagulação. A lesão celular pode ser decorrente da redução de oferta de oxigênio ou também pela disfunção mitocondrial e apoptose. 1. ALTERAÇÕES CIRCULATORIAS cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 10 Marcela Oliveira – Medicina 2021 O comprometimento do sistema circulatório manifesta-se com hipotensão devido a vasodilatação difusa associada a hipovolemia decorrente do extravasamento capilar. A hipotensão também pode ser devida a redistribuição do liquido intravascular, em consequência do aumento da permeabilidade endotelial e da redução do tônus vascular arterial. A microcirculação também vai estar comprometida, pois a sepse leva ao descontrole da auto-regulação e a presença de estase e microtrombos, com diminuição do numero de capilares funcionais, causando uma incapacidade de extrair oxigênio ao máximo. 2. ALTERAÇÕES DO SISTEMA DE COAGULAÇÃO Diante da homeostase inflamatória alterada durante a sepse e a interação entre inflamação e coagulação, ocorrem alterações no sistema de coagulação com predomínio de funções pró-coagulante. Essa tendência de pró-coagulação pode gerar trombose na microcirculação, hipoperfusao e consequentemente disfunção orgânica. 3. LESAO CELULAR A lesão celular generalizada pode ocorrer quando a resposta imune se torna generalizada e atua como uma das causas para geração de disfunção orgânica. Os mecanismos propostos para explicar a lesão celular incluem a isquemia tecidual secundária ao desbalanço entre oferta e consumo de oxigênio nos tecidos, derivada das alterações hemodinâmicas sistêmicas e da microcirculação. Entretanto, outros mecanismos parecem estar envolvidos como lesão citopática (lesão celular direta por mediadores pró- inflamatórios e/ou outros produtos de inflamação) e aumento de apoptose (morte celular programada), além de necrose e autofagia. Vários sistemas são acometidos, mas os mais afetados são o Cardiovascular e o Respiratório. 1. SISTEMA RESPIRATORIO O pulmão é um dos órgãos mais acometidos durante um quadro de sepse e isso se deve ao fato de a reação inflamatória nos capilares alveolares levar a uma lesão endotelial e consequente acumulo de liquido nos espaços alveolares, o que gera edema e atrapalha o processo de trocas gasosas. 2. SISTEMA CARDIOVASCULAR Com a inflamação generalizada, o paciente também acaba tendo uma importante vasodilatação periférica. Dessa forma, na fase quente da doença, o coração tenta compensar o quadro aumentado de debito cardíaco, mas na maioria das vezes isso não é suficiente. Com toda essa sobrecarga, a doença evolui para a fase fria, no qual o corpo não consegue mais manter o debito cardíaco aumentado e nem uma saturaçãoperiférica adequada. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 11 Marcela Oliveira – Medicina 2021 ABORDAGEM DIAGNÓSTICA De maneira pratica, a apresentação de sepse se da de forma bastante inespecífica e os sintomas identificados costumam estar muito mais relacionados ao processo infeccioso em curso. Dessa forma, os pacientes costumam se apresentam com taquicardia, taquipneia, alterações de temperatura e evoluir com sinais de choque e disfunção orgânica. Podemos notar que os principais sintomas que a gente identifica num paciente com sepse são aqueles mesmos que compõem o critério para definir SRIS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica). Portanto, diante de um paciente que esteja com alguma infecção vamos pesquisar se há >2 critérios de SIRS ou se há disfunção orgânica. Se tiver, devemos começar a investigar SEPSE. ABORDAGEM TERAPÊUTICA Uma vez levantado a suspeita de sepse, a gente deve manejar o paciente o mais cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 12 Marcela Oliveira – Medicina 2021 rápido possível e isso envolve, monitorizá-lo e garantir acesso vascular, colhendo os exames necessários para definir o SOFA: gasometria arterial, plaquetograma, hemograma, bilirrubina, coagulograma, creatina. Além disso, é importante investigar o foco infeccioso e por isso deve ser solicitado 2 hemoculturas de sítios diferentes. Esses exames precisam ser feitos antes do inicio da terapia medicamentosa. Com base nisso, foi instituído o Pacote de 1 hora, que consiste na conduta que deve ser tomada diante de um paciente com sepse na 1ª hora desde a triagem. Esse pacote consiste em: 1. Medir o lactato; O lactato é um marcador de hipoperfusao tecidual e por isso é utilizado como um marcador de prognóstico. O objetivo é que o lactato fique < 2mmol/L ou uma queda de 20% em 2-6h. 2. Colher culturas; 3. Administrar antibioticoterapia; A antibioticoterapia deve ser instituída de imediato (antes da primeira hora após o atendimento ao paciente e após a coleta de hemocultura). A escolha da medicação vai variar de acordo com o foco suspeito de infecção. A escolha inicial deve incluir uma cobertura de amplo espectro. Depois do resultado do antibiograma deve ser feito a correção do antibiótico. Na escolha da terapia de amplo espectro, deve-se considerar os seguintes critérios: o foco primário da infecção, o potencial patógeno associado, a suscetibilidade dos patógenos conforme o local de aquisição da infecção (hospital ou comunidade), infecções prévias e uso recente de antimicrobianos. 4. Administrar cristaloides 30ml/kg; Início de infusão de 30 mL/kg na primeira hora após o início da hipotensão ou do momento de coleta do lactato, para pacientes com lactato acima de duas vezes o valor de referência Pacientes com hipovolemia culmina numa baixa perfusão tecidual e hipotensão. 5. Vasopressores para PAM >65mmHg; Deve iniciar o vasopressor para manter a PAM acima de 65mmHg. A droga de escolha é a noradrenalina. Normalmente, apossa administração de cristaloide já vamos ter uma melhora da hipotensão. 5. Descrever as indicações/critérios para internação em UTI. O objetivo da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é prover suporte médico e tecnológico de modo temporário, para pacientes graves ou potencialmente graves. Nem todo paciente grave ou potencialmente grave deve ir à UTI, e sim apenas os que apresentam possibilidade de reversibilidade clínica. Ainda, essa admissão deve ter a concordância do paciente, ou de um familiar responsável, na impossibilidade cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 13 Marcela Oliveira – Medicina 2021 do mesmo. CRITÉRIOS DE ADMISSÃO Importante mencionar que idade ou pontuação elevada no cálculo de escore de gravidade, isoladamente, não são fatores para contraindicar a admissão em UTI. Levar em consideração sempre o diagnóstico do paciente, idade, gravidade da doença, comorbidades, reserva fisiológica, prognóstico, disponibilidade de tratamento adequado, resposta às medidas empregadas até o momento, parada cardiorrespiratória recente, diretivas antecipadas e a vontade do próprio paciente. Prioridade 1: Criticamente doentes, instáveis, necessitando de monitorização e tratamento intensivos que não podem ser oferecidos fora da UTI. Entre os suportes necessários estão incluídos o ventilatório, hemodinâmico (uso de drogas vasoativas) etc. Pacientes em Prioridade 1 geralmente não possuem limites a terapêutica a ser recebida. Exemplos: politraumatizados, insuficiência respiratória aguda, choque hemodinâmico. Prioridade 2: Estes pacientes requerem monitorização intensiva e podem potencialmente demandar intervenção imediata. Geralmente não há limitação terapêutica estipulada para estes pacientes. Exemplos: pacientes com doenças crônicas agudizadas. Prioridade 3: Estes pacientes instáveis são doentes críticos, porém a probabilidade de recuperação é reduzida devido à doença de base ou gravidade da doença atual. Eles podem se beneficiar da terapia intensiva para aliviar o quadro agudo, mas pode haver algum grau de limitação de esforços. Exemplos: choque séptico em paciente com neoplasia maligna metastática. Prioridade 4: São pacientes que geralmente não têm indicação de admissão em UTI. Os casos devem ser analisados individualmente e em algumas situações pode ocorrer a internação. Eles podem ser classificados em duas categorias: Pouco ou nenhum benefício em receber cuidados intensivos devido à baixa complexidade de sua condição (estão muito bem para beneficiar de cuidados intensivos). Exemplos: cirurgia vascular periférica, cetoacidose diabética estável. Pacientes em condições terminais e irreversíveis em morte iminente (muito graves para se beneficiar da UTI). Exemplos: estado vegetativo persistente, diretivas antecipadas.