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Semiaprofundamento - Surgimento da filosofia Pré-Socráticos


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1 
Filosofia 
 
Introdução à Filosofia 
 
Resumo 
 
O que é Filosofia? 
Não há uma resposta fácil para essa pergunta. Passaremos muito tempo juntos tentando responder essa 
questão. Mas, para começar, podemos dizer que, por toda a história, vários pensadores tentaram definir o que 
é Filosofia, alguns refutando outros, alguns logrando mais sucesso que outros. Ao longo dessa história 
também foram levantadas muitas questões diferentes. Perguntas como por que estamos aqui, como tudo ao 
nosso redor foi criado, do que a matéria é feita, como saber se algo ou alguém é bom e de onde vem as 
ideias são alguns exemplos dos temas encarados pela Filosofia, constantemente colocados como problemas 
a serem resolvidos. 
Por essas perguntas, poderíamos dizer então que a Filosofia é uma área do conhecimento dedicada a 
investigar questões fundamentais sobre existência, conhecimento, valores, razão, mente e linguagem. Só 
que, na Filosofia, não importa só o tema, importa como eles são abordados. A abordagem lógica das questões 
filosóficas é essencial para construir um saber propriamente filosófico. E como a logos se tornou importante 
é o que vamos ver a seguir 
 
A passagem do mito ao logos 
A mitologia grega consiste na forma mais antiga de crença do homem ocidental, através da qual os gregos 
buscavam explicar a realidade através de entes sobrenaturais e figuras mitológicas. Nesse sentido, podemos 
dizer que a mitologia surge, na Grécia Antiga, a partir do espanto do ser humano com o mundo, ou seja, a 
partir do estranhamento com tudo aquilo que o rodeava e que, naquele momento, ainda não possuía uma 
explicação racional. A mitologia era narrada em forma de poesia e era cantada nas ruas pelos poetas, dentre 
os quais o mais famoso foi Homero, que teria vivido por volta do século IX A.C. Assim, a mitologia era passada 
de geração para geração através dos poetas, o que garantia a divulgação e manutenção dos valores, hábitos, 
crenças e crenças do povo grego. 
Num dado momento da cultura grega, as explicações mitológicas tornam-se insuficientes e o homem sente 
a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o afligiam. Diversas transformações 
no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do pensamento filosófico, tais como: a 
redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação da lei escrita, a consolidação da democracia, 
entre outras. A partir dessas transformações puderam surgir no século VI A.C os primeiros filósofos, que 
ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores se interessavam em 
descrever a natureza (physis) sem apelar para seres sobrenaturais e para figuras mitológicas. Sua grande 
tarefa era explicar a natureza a partir de elementos naturais. 
A mitologia era tida como uma verdade absoluta, um conhecimento inquestionável no âmbito da cultura grega 
antiga. Já a filosofia, enquanto tentativa de um pensamento mais racional, tem como fundamento o 
questionamento, a interrogação, a dúvida, a suspeita, o que provoca uma ruptura na cultura grega. A 
passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de transformação, em que a 
mitologia deixa de ser entendida como uma verdade absoluta, possibilitando o surgimento de explicações 
mais racionais da realidade e da natureza. 
 
 
 
 
 
2 
Filosofia 
 
Pré-socráticos: Os primeiros filósofos 
Tradicionalmente, o período inaugural da filosofia grega é conhecido por pré-socrático. Iniciando em Tales 
de Mileto em VII a.C. até V a.C. e indo até alguns filósofos denominados pré-socráticos que foram 
contemporâneos de Sócrates. Eles foram classificados como pré-socráticos por manter a tradição de 
investigação da natureza desse período, não aderindo a virada antropológica promovida por Sócrates. 
Como dissemos antes, a filosofia pré-socrática estava voltada à investigação do mundo e de seu 
funcionamento, motivo pelo qual esses pensadores também são denominados filósofos da natureza. Deve-
se a eles a construção de uma cosmologia, uma abordagem racional para os problemas que os cercavam 
relativos ao funcionamento do mundo e, por extensão, do universo. A virada aqui é o reconhecimento da 
insuficiência das explicações vigentes, a cosmogonia, que explica a origem do universo a partir de mitos. 
Deuses e heróis não mais satisfaziam a curiosidade e o fascínio do ser humano por fenômenos naturais e, 
por isso, iniciou-se uma investida racional na percepção do mundo. Essa investida tenta aplicar ordem ao 
caos e propõe um princípio fundamental para tudo que existe, a arché. A arché seria a substância que compõe 
tudo, que deu origem a tudo e que serve de matéria-prima para a existência. 
Dentro da filosofia pré-socrática é possível encontrar pensadores que acreditavam que a arché estava 
relacionada a physis (elementos da natureza) e pensadores que tinham uma ideia mais abstrata de 
substância primordial (como os números). Dentre eles há ainda os que são monistas, pensadores que 
acreditavam que a explicação sobre o fundamento de tudo era originária de um único elemento, e os 
pluralistas, que acreditavam que a origem das coisas era baseada em vários elementos. 
 
Principais pré-socráticos 
Mileto 
A Grécia Antiga nunca foi um Estado unificado, tal qual conhecemos na modernidade. Em vez disso, havia um 
conjunto de cidades-estados (pólis) independentes que formavam grupos de aliados e rivais. Dentre essas 
cidades estava Mileto, origem de Tales, Anaximandro e Anaxímenes. 
Os três eram monistas, ou seja, acreditavam que a arché era composta por apenas um elemento. Tales 
atribuiu a origem de tudo à água dada suas observações da necessidade do elemento para a geração e 
manutenção da vida. Anaximandro, seu discípulo, não concordava com seu mestre. Para ele não seria possível 
observar o elemento primordial. Ele era infinito e indeterminado. Por isso, recebeu o nome de apeíron 
(indeterminado em grego), um elemento que é não só a origem, mas o fim de tudo. Já Anaxímenes, discípulo 
de Anaximandro, atribuía ao ar o caráter de arché, apesar de concordar com seu mestre de que a origem de 
tudo era indeterminada. Assim, esse pensador diferenciou a origem e a matéria-prima, porque não admitia 
que o que existe e é perceptível sensorialmente seja comporto pelo indeterminado. 
 
Samos 
Tendo contribuído para a história da filosofia com pelo menos um grande nome, Samos é uma cidade próxima 
a Éfeso e Mileto. De lá conhecemos Pitágoras, com uma proposta bastante distinta para a definição da arché. 
Para ele todas as coisas são números. Estudando a harmonia dos acordes musicais, Pitágoras percebeu que 
havia uma proporção aritmética nessa relação. A partir daí, tentou encontrar na natureza relações parecidas. 
Profundo conhecedor de astronomia, percebeu a ordem matemática no movimento dos astros. A realidade 
então passou a ser percebida pela estrutura numérica. Os corpos são compostos por pontos e a quantidade 
de pontos de um corpo define suas propriedades. Essa proposta é mais formal, define uma ordem e medida 
para a existência sensível. 
 
 
 
 
 
3 
Filosofia 
 
Éfeso 
Também na Jônia, Éfeso é a cidade de um filósofo de grande prestígio. Heráclito também percebeu na 
natureza grande dinamismo, assim como os pensadores de Mileto, e que há constante transformação. Seu 
diferencial foi assumir como objeto de investigação a mudança e não aquilo que permanece. Concluiu que 
tudo flui, tudo muda. Nada permanece em si. 
O ser agora é o vir a ser, o devir, uma constante mudança. Para ele, é o conflito entre bem e mal, frio e quente, 
seco e úmido que produz a eterna mudança, base do pensamento heraclitiano. Por isso, o fogo aqui recebe o 
estatuto de arché: em constante movimento, acendendo e apagando, consumindo e transformando. 
 
Eleia 
Na escola eleática o que despertou a atenção dos pensadores foi a grande divergência de opiniões entre os 
filósofos anteriores.Por que a diferença entre as linhas de pensamento mobilistas? Parmênides conclui que 
os sentidos, na verdade, são enganosos e, por isso, não deveriam receber tanta atenção. Buscar a essência 
do mundo naquilo que não é essencial parecia um contrassenso para o pensador, que buscou resolver a 
contradição de procurar a permanência naquilo que não permanece. Parmênides privilegiou a razão, 
ignorando a mudança que percebia pelos sentidos. Afirmou que o ser é, ou seja, não pode deixar de ser ou 
existir numa não permanência, o contrário do ser. Aquilo que constitui o ser deve ser concebido como uma 
substância permanente e imutável. Para Parmênides, o ser é a arché. Temos então uma afirmação de cunho 
ontológico, a própria existência compõe a arché. O que é, é permanente. O que não é, não é permanente. A 
mudança agora é nada, o não ser, não existe. 
 
Abdera 
A cidade de Abdera é origem de Demócrito, talvez o filósofo com a proposta mais interessante para a arché. 
A resposta concebida por ele, que era contemporâneo de Sócrates, foi, na verdade um trabalho em conjunto 
com seu mestre, Leucipo. Sua proposta ficou conhecida como atomismo, já que propunha que a arché é o 
átomo. 
Demócrito concordava com a noção de permanência, mas não aceitava o “não ser” como uma ilusão. O 
movimento, por exemplo, era uma prova da existência de um não ser. Muito próxima da concepção físico-
química e moderna da realidade, Demócrito afirma que tudo é composto por partículas minúsculas invisíveis 
e indivisíveis. Essa composição atendia as características de existência de Parmênides. Para ele os átomos 
eram eternos, imutáveis e plenos. 
Apesar disso, Demócrito expande a realidade afirmando que sua composição também inclui o vazio. Esse 
vazio é o que torna possível o movimento do ser. Sem espaço vazio, nada poderia se mover. O vazio em si 
não poderia compor a arché, pois era um não ser, restando para a existência ser composta pelos átomos. 
A dinâmica de movimento entre os átomos gerava os diversos corpos com os quais podemos interagir. Os 
átomos se movimentavam e se chocavam ao acaso, formando aglomerações e repulsões. Importante então 
perceber a relevância que Demócrito dá ao acaso, à uma não ordenação racional do universo. 
 
 
 
 
 
4 
Filosofia 
 
Exercícios 
 
1. Sobre o pensamento mítico 
Para nós, os mitos primitivos não passam de histórias fantasiosas que são contadas ao lado das 
histórias da Branca de Neve ou da Bela Adormecida. O mito, porém, não é isso. Quando vira uma história, 
uma lenda, ele perde a sua força de mito. 
ARANHA, Maria Lúcia; MARTINS, Maria Helena. Temas de filosofia. 1992. p. 62. Adaptado. 
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que: 
a) O mito nasce da razão, com a força de dominar o mundo para a garantia da segurança do humano. 
b) O mito está desligado do desejo, ausentes do querer que as coisas ocorram de uma determinada 
forma. 
c) O mito tem como característica singular o crivo da racionalidade, ou seja, a sua aceitação tem de 
atender ao questionamento e à certeza. 
d) A força do mito está atrelada às histórias fantasiosas cuja função principal é explicar a realidade 
nas suas narrativas. 
e) O pensamento mítico encontrou, na cultura grega, a forma privilegiada de se organizar e de se 
estruturar. 
 
2. “O primeiro filósofo de que temos notícias é Tales, da colônia grega de Mileto, na Ásia Menor. Tales foi 
um homem que viajou muito. Entre outras coisas, dizem que, certa vez, no Egito, ele calculou a altura 
de uma pirâmide medindo a sombra da mesma no exato momento em que sua própria sombra tinha a 
mesma medida de sua altura. Dizem ainda que, em 585 a.C., ele previu um eclipse solar.” 
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995). 
Aos primeiros filósofos que se debruçaram sobre os problemas do cosmo, podemos chamá-los, além 
de pré-socráticos, de 
a) naturalistas ou fisicistas. 
b) existencialistas. 
c) empiristas. 
d) espiritualistas. 
 
3. “Existe uma só sabedoria: reconhecer a inteligência que governa todas as coisas por meio de todas as 
coisas.” 
Heráclito, Diels-Kranz, Frag. 41. 
“Por isso é necessário seguir o que é igual para todos, ou seja, o que é comum. De fato, o que é igual 
para todos coincide com o que é comum. Mas ainda que o logos seja igual para todos, a maior parte 
dos homens vive como se possuísse dele um conhecimento próprio.” 
Heráclito, Diels-Kranz, Frag. 2. 
Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a filosofia heraclitiana, responda: 
a) O que é o logos ao qual o filósofo se refere? 
b) Explicite a relação existente entre o logos e a inteligência, tal como encontrados nos fragmentos 
supracitados. 
 
 
 
 
 
 
5 
Filosofia 
 
4. “Os antigos, ou melhor, os antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus 
descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ... 
Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros 
seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se 
acreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração 
divina ...” 
(Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13). 
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o 
que for correto. 
(01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e 
as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma 
narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um 
passado imemorial. 
 
(02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; 
as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: 
Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela 
intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos. 
 
(04) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as 
coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não 
se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender 
racionalmente o cosmo. 
 
(08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se 
das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas 
alterações. 
 
(16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” realizado 
por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado 
mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais. 
Soma: ( ) 
 
5. “Vou explicar-me, e não será argumento sem valor, a saber: que nenhuma coisa é una em si mesma e 
que não há o que possas denominar com acerto ou dizer como é constituída. Se a qualificares como 
grande, ela parecerá também pequena; se pesada, leve, e assim em tudo o mais, de forma que nada é 
uno, ou algo determinado ou como quer que seja. Da translação das coisas, do movimento e da mistura 
de umas com as outras é que se forma tudo o que dizemos existir, sem usarmos a expressão correta, 
pois em rigor nada é ou existe, tudo devém. Sobre isso, com exceção de Parmênides, todos os sábios 
(…) estão de acordo: Protágoras, Heráclito e Empédocles (…)”. 
Platão. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001, p. 50. 
Tendo em vista o trecho de Platão citado acima, explique, a partir da distinção entre o uno de 
Parmênides e o devir de Heráclito, por que no mobilismo nada é e por que para Parmênides apenas o 
Ser é. 
 
 
 
 
6 
Filosofia 
 
Gabarito 
 
1. E 
O pensamento mítico na cultura grega teve grande importância, pois foi pormeio dele que o homem 
grego explicou e compreendeu o mundo antes que se desenvolvessem os processos racionais para isso, 
que só foi possível com o advento da filosofia. Com o desenvolvimento racional-científico, o mito passou 
a ser visto de forma pejorativa, negando-se sua capacidade de meio possível para o conhecimento. 
Portanto, a alternativa correta é a E. 
 
2. A 
Os filósofos pré-socráticos também são chamados de naturalistas ou fisicistas pois seu principal 
objetivo era encontrar arché, o princípio fundador da natureza (“physis” em grego) 
 
3. 
a) O logos, no pensamento de Heráclito, é o princípio, ou seja, é o mundo como devir eterno, é a guerra 
entre os contrários que possuem em si mesmos a existência própria e do oposto, é a unidade da 
multiplicidade na qual “tudo é um”, é o fogo, é o conhecimento verdadeiro. O logos é a exposição de 
um único mundo comum a todos. 
 
b) O logos possui no seu sentido comum um caráter contingente, quer dizer, qualquer homem é capaz 
de construir uma narrativa, um discurso sobre o mundo. E Heráclito diz que o mais o corriqueiro é 
exatamente a construção arbitrária e parcial disto que antes de tudo deveria ser comum. Ele, então, 
alerta sobre a necessidade de que o logos não seja exposto sem que antes haja o reconhecimento da 
inteligência que torna isto aparentemente diverso em algo unido sob um único governo, a saber, o 
logos 
 
4. 01 + 02 + 04 + 16 
A única assertiva equivocada é aquela que minimiza o papel dos gregos no surgimento do pensamento 
crítico racional. Com efeito, por mais que tenham sido devedores de outras civilizações, os gregos não 
foram meros receptores, mas desenvolveram sim, a partir do que receberam de outros povos, 
abordagens verdadeiramente originais, em especial a própria filosofia. 
 
5. O mobilismo de Heráclito é baseado na ideia de o mundo como um eterno devir e no equilíbrio de 
contrários. Nesse sentido, o mundo é visto como estando em constante mudança entre aquilo que é e o 
seu contrário, ou seja, aquilo que não é. Em contraposição, Parmênides considera que o ser é uno, 
imutável e eterno. Isso porque se o ser fosse algo diferente daquilo que é, ele seria um não ser. Esse “não 
ser” é impossível na acepção de Parmênides, dado que o ser será sempre uno.

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