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FACULDADES INTEGRADAS DE CACOAL – UNESC DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA DAMAS, Cleiton Alex Kester; SILVA, Everthon Andrade Da; SOUZA, Samara Cristina Bosso De; GRIFFO, Ysbakel Machado. ANALISE DE PREVALÊNCIA DOS CANCERES DE PRÓSTATA E MAMA EM CACOAL CACOAL/RO 2021 FACULDADES INTEGRADAS DE CACOAL – UNESC CLEITON ALEX KESTER DAMAS, EVERTHON ANDRADE DA SILVA, SAMARA CRISTINA BOSSO DE SOUZA, YSBAKEL MACHADO GRIFFO . ANALISE DE PREVALÊNCIA DOS CANCERES DE PRÓSTATA E MAMA EM CACOAL Atividade Avaliativa apresentada à disciplina de PI-Estudo Sociodemográfico das enfermidades, do curso de Biomedicina, da Faculdade UNESC, como requisito parcial para obtenção de nota na Avaliação do 1º Bimestre da referida matéria, ministrada pelo Prof. Esp. Lucas Emmanuel da Silva Semeão. CACOAL/RO 2021 Introdução Visto que o câncer é uma das neoplasias de maior impacto no sistema público de saúde, vemos a necessidade de acelerar o entendimento por parte da população a respeito do tema. Tendo em vista a grande diversidade de canceres, buscamos reduzir a base de pesquisa a apenas dois, os canceres de Mama e Próstata, reduzindo também o local de estudo para o município de Cacoal. O presente artigo tem por intenção desmitificar e incentivar a procura pelo diagnóstico precoce, em relação ao câncer de próstata homens tendem a ter preconceito quanto ao exame de toque retal, outros acreditam não haver necessidade pois já realizaram algum outro exame e não encontraram nada, mas para o descontentamento destes o toque retal ainda é o método mais eficiente para diagnóstico do câncer prostático. Quanto ao câncer de mama se encontram entre os motivos para um diagnóstico tardio a precariedade e a demora no resultado de exames que poderiam facilitar o diagnostico prévio da doença, no Brasil a maior parte da população depende da rede pública para ter acesso a um acompanhamento clinico, tal demora dificulta o reconhecimento da doença em sua fase inicial diminuindo as chances de sobrevida. CÂNCER DE MAMA Representando a principal causa de morte por câncer em mulheres brasileiras o câncer de mama, e em nível mundial cede lugar apenas para o câncer de pulmão, representa um grande problema de saúde pública em todo o mundo. Raro antes dos 35 anos, se desenvolve rápido e de forma progressiva com a idade, normalmente é diagnosticado em mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Seus principais sinais e sintomas são nódulo na mama ou axila, dor mamária e alterações da pele que recobrem a mama, como abaulamentos ou retrações com aspecto semelhante à casca de laranja. (SILVA, et al. 2011) A mama é um órgão cuja sua principal função é a amamentação. Porem possui um papel fundamental na feminilidade e sexualidade feminina. O leite proveniente da mama é produzido pelas células que revestem os lóbulos (alvéolos). Arredondadas, tais estruturas desembocam nos ductos mamários e levam o leite até o bico do seio (também chamado de papila mamária). A mama é constituída pelos alvéolos, pelos ductos mamários, que desembocam na papila, e pela gordura de sustentação do parênquima mamário. A pele mais pigmentada que circunda a papila é chamada de aréola. O conjunto de papila (ou mamilo) e aréola é chamado de complexo aréolo-papilar (BUZAID, et al. 2020). Os cânceres de mama provem entre outros fatores de danos a estrutura do DNA, podendo utilizar o estrogênio como fator de crescimento, podendo também derivar de herança genética dos genes pró-cancerosos como BRCA1 e BRCA2, sendo esta uma forma menos comum. Assim sendo o histórico familiar de câncer de ovário ou de mama aumentam as chances do desenvolvimento da doença. (ALKABBAN. et al. 2020). CÂNCER DE PROSTATA A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga, trabalha juntamente com as vesículas seminais na produção do esperma e é exclusiva do sistema reprodutor masculino. Assim como no câncer de mama o histórico familiar tem papel fundamental no diagnóstico precoce de tal neoplasia, em sua maioria o câncer prostático é diagnostico em sua fase avançada, quando se iniciam os sintomas, dentre os sintomas mais comuns do câncer de próstata se encontram, dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência ou mesmo a presença de sangue na urina e/ou sêmen. (TEIXEIRA,2020). O câncer de próstata aumenta sua incidência ao decorrer da idade, o indicado é que homens com idade igual ou superior a 40 anos procurem um urologista para a realização dos exames de diagnóstico. “Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 65000 casos novos de câncer na próstata no Brasil em 2020, e cerca de 15000 mortes por esta doença” (TOLEDO, 2020). Objetivo geral Analisar a prevalência de pacientes diagnosticados com câncer de próstata e de mama no município de Cacoal no período de 2016 a 2020. Objetivo especifico Analisar a prevalência de pacientes diagnosticados com câncer de próstata e mama no município de Cacoal, constantes na plataforma DATASUS e seguindo as seguintes especificações: Período: 2016 a 2020. Idades: entre 30 e 80 anos Metodologia Procedemos com a análise de informações em bancos de dados públicos, com o pressuposto de maior prevalência dos cânceres de próstata e mama em pacientes diagnosticados no município de Cacoal e devidamente registrados no DATASUS, no período de 2016 a 2020 com idades entre 30 e 80 anos. Resultados preliminares Observamos que existe uma alta prevalência de cânceres de mama e de próstata no município de Cacoal no período estudado. Os dados obtidos durante a pesquisa deixaram claro tal prevalência, gerando alertas para a área de diagnóstico e prevenção de neoplasias no município de Cacoal. Tabela 1 - Casos de câncer por Sexo segundo Diagnóstico Detalhado Diagnóstico Detalhado Masculino Feminino Total Total 272 228 500 C00 - Neoplasia maligna do lábio 1 1 2 C01 - Neoplasia maligna da base da língua 4 1 5 C02 - Neoplasia maligna de outras partes e de partes não especificadas da língua 6 0 6 C04 - Neoplasia maligna do assoalho da boca 1 0 1 C05 - Neoplasia maligna do palato 2 0 2 C06 - Neoplasia maligna de outras partes e de partes não especificadas da boca 2 1 3 C07 - Neoplasia maligna da glândula parótida 3 1 4 C09 - Neoplasia maligna da amígdala 0 1 1 C10 - Neoplasia maligna da orofaringe 5 0 5 C11 - Neoplasia maligna da nasofaringe 1 0 1 C13 - Neoplasia maligna da hipofaringe 3 0 3 C15 - Neoplasia maligna do esôfago 12 0 12 C16 - Neoplasia maligna do estômago 7 1 8 C18 - Neoplasia maligna do cólon 16 14 30 C19 - Neoplasia maligna da junção retos sigmoide 0 1 1 C20 - Neoplasia maligna do reto 14 9 23 C21 - Neoplasia maligna do ânus e do canal anal 0 1 1 C22 - Neoplasia maligna do fígado e das vias biliares intra-hepáticas 1 0 1 C25 - Neoplasia maligna do pâncreas 3 3 6 C31 - Neoplasia maligna dos seios da face 3 0 3 C32 - Neoplasia maligna da laringe 10 0 10 C34 - Neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões 14 13 27 C40 - Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros 1 0 1 C43 - Melanoma maligno da pele 2 3 5 C44 - Outras neoplasias malignas da pele 8 3 11 C48 - Neoplasia maligna dos tecidos moles do retroperitônio e do peritônio 1 0 1 C49 - Neoplasia maligna do tecido conjuntivo e de outros tecidos moles 1 5 6 C50 - Neoplasia maligna da mama 2 107 109 C51 - Neoplasia maligna da vulva 0 3 3 C53 - Neoplasia maligna do colo do útero 0 15 15 C54 - Neoplasia maligna do corpo do útero 0 5 5 C56 - Neoplasia maligna do ovário 0 5 5 C61 - Neoplasia maligna da próstata 99 0 99 C64 - Neoplasia maligna do rim, exceto pelve renal 0 1 1 C67 - Neoplasia maligna da bexiga 6 3 9 C71 - Neoplasia maligna do encéfalo 5 2 7 C72 - Neoplasia maligna da medula espinhal, dos nervos cranianos e de outras partes do sistema nerv 1 2 3 C73 - Neoplasia maligna da glândula tireoide 0 1 1 C74 - Neoplasia malignada glândula suprarrenal [glândula adrenal] 0 1 1 C76 - Neoplasia maligna de outras localizações e de localizações mal definidas 3 0 3 C77 - Neoplasia maligna secundária e não especificada dos gânglios linfáticos 4 1 5 C79 - Neoplasia maligna secundária de outras localizações 17 13 30 C80 - Neoplasia maligna, sem especificação de localização 2 2 4 C81 - Doença de Hodgkin 2 1 3 C82 - Linfoma não-Hodgkin, folicular (nodular) 2 1 3 C83 - Linfoma não-Hodgkin difuso 4 2 6 C84 - Linfomas de células T cutâneas e periféricas 1 0 1 C90 - Mieloma múltiplo e neoplasias malignas de plasmócitos 0 3 3 C91 - Leucemia linfóide 3 2 5 Fonte: DATASUS (2016-2020) Tabela 2 - Casos de câncer de mama por Sexo segundo Faixa etária Faixa etária Masculino Feminino Total Total 2 107 109 25 a 29 anos 0 2 2 30 a 34 anos 0 1 1 35 a 39 anos 0 10 10 40 a 44 anos 0 15 15 45 a 49 anos 0 16 16 50 a 54 anos 1 15 16 55 a 59 anos 0 14 14 60 a 64 anos 0 13 13 65 a 69 anos 1 8 9 70 a 74 anos 0 7 7 75 a 79 anos 0 2 2 80 anos e mais 0 4 4 Fonte: DATASUS (2016-2020) Tabela 3 - Casos de câncer de próstata por Sexo segundo Faixa etária Faixa etária Masculino Total Total 99 99 50 a 54 anos 5 5 55 a 59 anos 8 8 60 a 64 anos 19 19 65 a 69 anos 14 14 70 a 74 anos 20 20 75 a 79 anos 18 18 80 anos e mais 15 15 Fonte: DATASUS (2016-2020) DESENVOLVIMENTO Entre os indivíduos do gênero masculino, existe uma enorme dificuldade em aceitar suas vulnerabilidades, fator este relacionado a representação sociocultural. Em tempos mais recentes, a atenção à saúde desta população começa a ocupar um lugar de destaque na agenda sanitária. O cuidado relaciona-se as altas e maiores taxas de mortalidade (entre os homens) masculina em todas as faixas etárias, com aspectos específicos na morbimortalidade. Porém, o que pode parecer uma simples iniciativa para a maioria das mulheres, para as cadeirantes pode se tornar uma verdadeira via crucis. Isto porque os aparelhos de mamografia existentes hoje impõem sérias dificuldades àquelas que possuem certos tipos de deficiências físicas. Às vezes nem é por falta de equipamento, muitos estão quebrados. Mas também faltam técnicos e médicos para fazer o exame. O Brasil perde feio na prevenção de doenças como o câncer de mama. A mamografia, que é capaz de diagnosticar a doença logo no início, é um exame de difícil acesso na rede pública. E às vezes nem é por falta de equipamento, muitos estão quebrados. E o problema não é só mamógrafo quebrado. Em alguns hospitais, tem o aparelho, mas faltam técnicos e médicos para o exame. Mamografia. Era para ser um direito, mas é pura frustração. Sobre o conhecimento da mamografia como exame usado na detecção precoce do câncer de mama, 55% das mulheres responderam que conheciam. A grande maioria (77,6%) costumava fazer esse exame, e 22,4% nunca o fizeram. Os motivos mais apontados para se submeter à mamografia foram: preocupação com a saúde (53,8%) e recomendação médica (38,5%). Os motivos para não fazer o exame foram: não ter recomendação médica (50%), nunca terá a doença (23,0%), não teve sintomas (19,2%) e medo (7,7%). Este estudo mostrou que o assunto "câncer de mama" é bem conhecido pelas mulheres, porém a mamografia ainda precisa ser esclarecida quanto aos seus objetivos e recomendações. A importância do registro de dados Uma política pública para enfrentamento dos problemas de saúde necessita de uma base de informações confiável, que sustente e direcione a tomada de decisão. Informações precisas e constantemente atualizadas são o ponto de partida para a identificação dos determinantes do processo saúde-doença, das desigualdades em saúde e do impacto de ações e programas para reduzir a carga de doença na população. É nesse sentido que atua a Área de Vigilância em Saúde Pública, acompanhando sistematicamente os eventos adversos à saúde na comunidade, com o propósito de implementar e aprimorar medidas de controle. A vigilância do câncer é realizada por meio da implantação, acompanhamento e aprimoramento dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBPs) e dos Registros Hospitalares de Câncer (RHCs). Os registros possibilitam conhecer os novos casos e realizar estimativas de incidência do câncer, dados fundamentais para o planejamento das ações locais de controle do câncer de acordo com cada região. No Brasil, existem hoje mais de 20 localidades que possuem RCBPs e coletam dados de uma população específica (com diagnóstico de câncer) em uma área geográfica delimitada. Os RHCs são implantados nos hospitais e funcionam como centros de coleta, processamento, análise e divulgação de informações sobre a doença, de forma padronizada, sistemática e contínua REFERÊNCIAS SILVA, Pamella Araújo da. Et al. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Rev. bras. Enferm. vol.64 no.6 Brasília nov. /Dez. 2011 Http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672011000600005&lng=en&nrm=iso BUZAID, Antonio Carlos. et al. Vencer o câncer de mama. 2ª edição. São Paulo: Dendrix, 2020. ALKABBAN, F. M. et al. Breast Cancer. 2020 Nov 10.Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 jan. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29493913/ VIEIRA, Sabas Carlos. Câncer de mama. Consenso da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Piauí - 2017 / Sabas Carlos Vieira. – Teresina: EDUFPI, 2017 TEIXEIRA, Sandra. Novembro Azul. No mês de conscientização sobre a saúde do homem, seja herói da sua saúde. Rede Bibliosus ministério da saúde novembro de 2020, http://bibliosus.saude.gov.br/index.php/artigos/14-noticias/258-novembro-azul-no-mes-de-conscientizacao-sobre-a-saude-do-homem-seja-heroi-da-sua-saude TOLEDO, Luís Gustavo Morato de. Câncer de Próstata. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Novembro de 2020. https://fcmsantacasasp.edu.br/artigo-cancer-de-prostata/ INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer. Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: Inca, 2011. abc_do_cancer.pdf (saude.gov.br)