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1 Renan Lopes Fernandes – MED104 SISTEMA DIGESTIVO: GLÂNDULAS SALIVARES No tubo digestivo, existem glândulas extramurais: glândulas salivares maiores associadas a cavidade oral (glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais), o pâncreas, e o fígado com a vesícula biliar. Seus produtos de secreção são lançados no lúmen do trato digestivo através de um sistema de ductos. A saliva produzida pelas glândulas salivares facilita a percepção do sabor dos alimentos, inicia sua digestão e permite sua deglutição. Ademais, protegem o corpo através da secreção dos agentes antibacterianos lisozima e lactoferrina. São divididas em glândulas salivares maiores e menores. GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES Existem 3 pares de glândulas salivares maiores, são elas: glândulas parótidas, sublinguais e submandibulares. Secretam 90% da saliva. Cada glândula possui uma cápsula de tecido conjuntivo que envia septos que subdividem o parênquima glandular em lobos e lóbulos. Os ácinos individualmente também são revestidos por delgados elementos de tecido conjuntivo. Os componentes vasculares e nervosos das glândulas chegam às unidades secretoras através do arcabouço de tecido conjuntivo. Glândulas Salivares Menores: Estão distribuidas ao longo da cavidade oral. A nomenclatura se deve a localização delas. ANATOMIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES As glândulas possuem uma capsula de tecido conjuntivo denso revestindo a glândula, onde tem emissão, prolongamento dessas cáspsulas, formando septos que vão se dividir em lobos e lóbulos. Cada uma das glândulas salivares maiores possui um parênquima formado por porções secretoras e ductos. O conjunto formado pelo ácino, ducto intercalar e ducto intercalado é chamado de salivon. O salivon é a unidade funcional de uma glândula salivar. PORÇÕES SECRETORAS As porções secretoras organizadas em túbulos e ácinos, são constituídas de 3 tipos celulares: Células serosas: células seromucosas, pois secretam proteínas assim como uma quantidade considerável de polissacarídeos. Estas células se assemelham a pirâmides truncadas, possuem núcleos unicos e arredondados, REG, aparelho de Golgi bem desenvolvidos, numerosas mitôcondrias na região basal, e abundantes grânulos de secreção no citoplasma apical ricos em amilase salivar, que é secretada juntamente com calicreína, lactoferrina e lisozima. 2 Renan Lopes Fernandes – MED104 Células mucosas: Núcleos achatados localizados no citoplasma basal, possuem menos mitocôndrias que as células serosas, um REG extenso, e um aparelho de Golgi consideravelmente maior, indicativo de uma parcela maior de carboidratos no seu produto de secreção. Citoplasma pouco corado. Células mioepiteliais (células em cesto): compartilham a lâmina basal das células acinosas. Possuem um corpo celular que contém o núcleo e vários prolongamentos longos que envolvem o ácino secretor e os ductos intercalares. Facilitam a mobilização dos produtos secretores em direçãi ao ductor excretor. DUCTOS Os ductos das glândulas salivares maiores são altamente ramificados. Os menores ramos do sistema de ductos são os ductos interclares, aos quais os ácinos (e túbulos) estão ligados. Formado por células cubóides 9epitélio cúbico simples) e possuem algumas células mioepiteliais. Vários ductos intercalares se unem um com os outros, para formar os ductos estriados (possui esse nome devido as evaginações da base da célula), constituídos por uma única camada de células cúbicas ou cilíndricas baixas (epitélio cilíndrico simples). Possuem mitocondrias alongadas nesssas células e a bomba de sódio adenosina trifosfatase, que bombeia o sódio para o tecido conjuntivo, desta maneira, conservando os íons e reduzindo a tonicidade da saliva. Os ductos estriados unem-se uns aos outros , formando os ductos intralobulares (ducto excretor),formado por epitélio estratificado pavimentoso, de calibre crescente, que são envolvidos por elementos mais abundantes de tecido conjuntivo. Os ductos que saem dos lóbulos formam os ductos interlobulares, que sucessivamente formam os ductos intralobares e interlobares. O ducto terminal (principal) da glândula lança a saliva na cavidade oral. Em vermelho temos ácino seroso , e em amarelo ácino mucoso. 3 Renan Lopes Fernandes – MED104 PROPRIEDADES INDIVIDUAIS DAS GLÂNDULAS SALIVARES 1. GLÂNDULA PARÓTIDA A glândula parótida é a maior glândula salivar, encontra-se abaixo e à frente das orelhas, mas produz apenas 30% da saliva. Apesar de se dizer que esta glândula produz uma secreção puramente serosa, o seu produto de secreção tem um componente mucoso. A saliva produzida por esta glândula possui altos níveis de enzimas amilase salivar (ptialina),responsável pela digestão do amido e de IgA secretora, que inativa antígenos localizados na cavidade oral. A cápsula de tecido conjuntivo da parótida é bem desenvolvida e forma numeroros septos, que subdividem a glândula em lobos e lóbulos. Presença de células adiposos entremeados com os áscinos serosos. 2. GLÂNDULA SUBLINGUAL A glândula sublingual é a menor das três glandulas salivares maiores, encontra-se na parte infeiror da língua, tem formato de uma amêndoa, e produz cerca de 5% do total da saliva. È constituída por unidades secretoras mucosas tubulares, podendo possuir em suas extremidades um pequeno grupo de células serosas, formando as chamadas semiluas serosas. As células serosas tem demonstrado secretar losozima. A glândula sublingual têm demonstrado produzir uma saliva mista, porém predominantemente mucosa. A glândula sublingual, possui uma cápsula de tecido conjuntivo pouco desnvolvida e seu sistema de ductos não forma um ducto terminal. Em vez disso, muitos ductos se abrem no assoalho da boca e para dentro do ducto da glândula submandibular. 3. GLÂNDULA SUBMANDIBULAR A glândula submandibular, localiza-se na parte interna da mandíbula, produz aproximandamente 60% da produção total de saliva. Cerca de 90% dos ácinos produzem saliva serosa, enquanto o restante dos ácinos produz saliva mucosa. Os ductos estriados da glândula submandibular são mais longos que os das glândulas parótida e sublingual. A cápsula de tecido conjuntivo dessa glândula é extensa e forma septos abundantes, que subdividem a glândula em lobos e lóbulos. Presença de tecido adiposo infiltrado entre as glândulas na meia-idade. 4 Renan Lopes Fernandes – MED104 GLÂNDULAS SALIVARES MENORES Não são encapsuladas, não formam lobos e lóbulos, e produzem apenas 10% do total de secreção salivar. Estarão dispersas por toda a cavidade oral e o nome vai se referir a localização da glãndula. Gls. Salivares labiais; Gls. Salivares palatinas; Gls. Salivares bucais; Gls. Salivares linguais; SALIVA Funções: Umedificar e lubrificar a mucosa e os alimentos; Digestão de carboidratos – amilase; Antibacteriana – IgA, lisozima Manter o pH da cavidade oral; Proteção dos dentes – película protetora As glãndulas produzem uma secreção primária isotônica, e nos ductos acontecem uma modificação, troca de íons formando uma secreção hipotônica que será liberada na cavidade oral. CASOS CLÍNICOS: 1. TUMORES NAS GLÂNDULA SALIVARES Acometem mais as glandulas salivares maiores; 80% são benignos; Maioria na glândula parótida; Adenoma pleomórficco – Tecido epitelial contendo células ductais e mioepiteliais intercaladas com áreas semelhantes à substância fundamental dos tecidos conjuntivos; Tumefação indolor da glândula acometida, dormência ou fraqueza do músculo inervado; Remoção cirúrgica do tumor; na parótida, parotidectomia total – disfunção do nervo facial. A glândula parótida (e ocasionalmente outras glândulas maiores) também é afetada por infecções virais, causando caxumba. PÂNCREAS O pâncreas, situado na parede posteriordo corpo, sob o peritônio, tem quatro regiões: o processo uncinado, a cabeça, o corpo e a cauda. Sua delicada cápsula de tecido conjuntivo forma septos, que subdividem a glândula em lóbulos. O pâncreas produz secreções exócrinas e endócrinas: Secreções exócrinas: presença de glândulas acinosas compostas, ácinos e sistema de dutos, enzimas digestivas e bicarbonato. Vai para o duodeno. Secreções endócrinas: presença de ilhotas de Langerhans dispersas entre os ácinos secretores, responsáveis pela produção de hormônios e sua distribuição, como insulina e glucagon. Vai para os vasos sanguíneos. 5 Renan Lopes Fernandes – MED104 1. PÂNCREAS EXÓCRINO O pâncreas exócrino é uma glândula acinosa completa, que roduz um fluido rico em bicabornato, contento proenzimas digestivas. Cerca de 40 a 50 células formam um ácino seroso arredondado ou oval, cujo lúmen é ocupado por 3 ou 4 células centroacinosas, que representam o início do sistema de ductos do pâncreas. Cada célula acinosa tem o formato de uma pirâmide truncada, com sua base apoiada sob uma lâmina basal, separando as células acinosas do compartimento de tecido conjuntivo. O núcleo fica na regiãõ basal do citoplasma. O citoplasma apical da célula, voltado para o lúmen do ácino, é preenchido por glânulos de secreção (Grânulos de zimogênio) contendo proenzimas, cujo número diminui após uma refeição. As membranas plasmáticas de superfície basal das células acinosas têm receptores para o hormônio colecistoquinina e para o neurotransmissor acetilcolina, liberado por fibras nervosas pós-ganglionares. Possui dois hormônios atuantes: secretina e colecistoquinina. Secretina: atua no ducto intercalar. Produz e secreta bicabornato, e altera o pH para diminuir a acidez do muco que irá para o duodeno. Colecistocinina: atua nas células acinosas. Produz e libera enzimas. O sistema de ductos do pâncreas inicia-se no centro de cada ácino, com o surgimento de ductos intercalares, cujas porções iniciais são constituídas de células centroacinosas claras e cuboides baixas. As células centroacinosas e os ductos intercalares possuem receptores na sua membrana plasmática basal para o hormônio secretina e acetilcolina. Os ductos intercalares se unem para formar os ductos intralobulares maiores, os quais convergem para formarem os ductos interlobulares. Esses ductos são envolvidos por uma quantidade considerável de tecido conjuntivo, e liberam seu conteúdo no ducto pancreático principal, que se une ao ducto biliar comum antes de se abrir no duodeno na papila de Vater. 6 Renan Lopes Fernandes – MED104 O pâncreas exócrino vai ser responsável pela secreção do suco pancreático; ou seja vai ser responsável pelo processo de digestão. Caso eu tenha alguma disfunção dos ácinos que constituem essa porção endócrina vou ter uma alteração do processo digestivo. Enzimas Pancreáticas; Endopeptidases proteolíticas e as exopeptidases proteolíticas; Enzimas amiolíticas; Lipases; Enzimas nucleolíticas As enzimas são produzidas de forma inativa, proenzimas, pois assim elas não degradam o tecido pancreático, e são ativadas quando liberadas na porção descendente do duodeno para começar a digestão. Pelos ácinos temos a secreção de alguns íons, a porção ductal secreção de alguns componentes do suco pancreático, para a formação final do suco pancreático. A CCK vai atuar nas células acinosas, enquanto a secretina atua nos ductos, levando a secreção de alguns componentes para a formação do suco pancreático. 2. PÂNCREAS ENDÓCRINO O pâncreas endócrino é constituído de ilhotas de Langerhans, um conglomerado esférico, ricamente vascularizado, dispostas entre os ácinos serosos. As ilhotas de Langerhans (glânula cordonal) estão em maior quantidade na cauda do pâncreas. Cada ilhota é cercada por fibras reticulares, que também penetram na ilhota envolvendo a rede de capilares que a permeia. Cinco tipos celulares constituem o parênquima de cada ilhota de Langershans: células beta, células alfa, células delta, células PP (células produtoras do polipeptideo pancreático) e células G (produtoras de gastrina).Células beta produzem insulina, enquanto as células alfa produzem glucagon 7 Renan Lopes Fernandes – MED104 INSULINA X GLUCAGON PRODUÇÃO DE INSULINA E DOENÇA DE ALZHEIMER FÍGADO O fígado é a maior glândula do corpo. Ele está localizado no quadrante superior da cavidade abdominal, logo abauxio do diafragma. É subdividido em 4 lobos:direito, esquerdo, quadrado e caudado. É uma glândula mista, uma vez que possui funções endócrinas e exócrinas. A mesma célula pode ser responsável pela formação das duas funções, ou seja os hepatócitos é responsável pela formação da bile, a secreção exócrina do fígado e pela formação de seus numerosos produtos endócrinos. Os hepatócitos convertem substâncias nocivas em materiais não-tóxicos que são secretados na bile. As funções do fígado são: 1- Processamento e armazenamento de nutrientes absorvidos no trato digestório; 2- Posição no sistema circulatório é ideal para captar, transformar e acumular metabolitos e para a neutralização e eliminação das substâncias tóxicas. 8 Renan Lopes Fernandes – MED104 ESTRUTURA HEPÁTICA GERAL E SUPRIMENTO VASCULAR Com exceção da área nua, o fígado é recoberto pelo peritônio (serosa),que forma um epitélio simples pavimentoso, por sobre a cápsula de tecido conjuntivo denso modelado (cápsula de Glisson), que é fracamente presa ao longo de toda a circunferência do fígado, exceto na porta do fígado (porta hepatis, em verde), onde ela penetra no fígado formando um conduto para os vasos sanguíneos e para os ductos biliares. A maior parte do fígado é constituída de células parenquimatosas uniformes, os hepatócitos, que convertem o material nutritivo que chega em produtos de armazenamento como o glicogênio.Eles tem função exócrina (produção da bile) e endócrina (metabolismo de proteínas, lipídios, e carboidratos). A superfície superior do fígado é convexa, enquanto sua região inferior possui uma endentação semelhante a um hilo, a porta do fígado. O fígado possui um duplo suprimento sanguíneo, recebendo sangue oxigenado da artéria hepática esquerda e artéria hepática direita (25%), e sangue rico em nutrientes (todos os nutrientes são transportados pela veia porta para o fígado, exceto os quílomicrons e lípidios, o sangue rico em ferro do baço vai para o fígado atraves dessa veia para processamento) através da veia porta (funcional) (75%). Os dois vasos entram no fígado pela porta do fígado. O sangue sai do fígado pela região posterior do órgão através das veias hepáticas, que lançam seu conteúdo na veia cava inferior. A bile também sai do fígado através dos ductos hepáticos direito e esquerdo para ser lançada na vesícula biliar, passando pela porta do fígado. O fígado recebe material do baço, do pãncreas, e de todas as partes do intestino através da veia mesentércia superior. FUNÇÃO ENDÓCRINA - Fator de crescimento semelhante à insulina ou IGF (Insulin-like growth factor) - Eritropoetina (EPO) - Albumina - Angiotensinógeno - Fatores de coagulação - Proteínas carreadoras de ferro - Proteínas do sistema complemento - Proteínas que participam do transporte plasmático de colesterol e de triglicerídios. FUNÇÃO EXÓCRINA: - Bile 9 Renan Lopes Fernandes – MED104 SISTEMA VENOSO PORTAL VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR E ESPLÊNICA, que se juntam e formam a: VEIA PORTA HEPÁTICA, penetra no fígado e começa a se ramificar, formando: VÊNULAS PORTAIS INTERLOBULARES(passa entre os lóbulos) E DISTRIBUIDORAS (distribui o material para o parênquima mesmo). Essas vênulas vão se ramificando e ficando mais finas: CAPILARES SINUSOIDES, entram no meio das células, eles tem as paredes descontínuas, as células que compõem o endotélio tem fenestras, que facilita a troca de material que esta dentro do vaso sanguíneo com o parênquima do órgão. Esses capilares vão se convergir de novo e formar: VEIA CENTROLOBULAR, que está no meio dos glóbulos hepáticos e vai se juntando com outras veias centrolobulares, formando a: VEIA SUBLOBULAR GRANDES VEIAS HEPÁTICAS, que vai desembocar na: VEIA CAVA INFERIOR SUPRIMENTO ARTERIAL HEPÁTICO Artéria hepática sai da aorta, penetra no fígado e se ramifica em arteríolas interlobulares, capilares sinusoides. O processo continua da mesma forma do sistema venoso portal. Assim, nos capilares sinusoides há a mistura de sangue arterial rico em O2, e sangue venoso com material para o fígado processar. LÓBULOS HEPÁTICOS Lóbulo hepático no formato hexagonal. As estruturas do lóbulo são organizadas devido as estruturas de irrigação do lóbulo hepático. Tecido conjuntivo escasso por conta das células parenquimatosas uniformes (hepatócitos). Em cada vértice ou eixo longitudinal dos lóbulos temos uma tríade formada por: ramo do ducto biliar, ramo da veia porta hepática e ramo da artéria hepática. HEPATÓCITOS Os hepatócitos são células poligonais, que estão bem próximas umas as outras formando placas anastomosadas, com uma a duas células de espessura. Essas células exibem variações em suas propriedades estruturais, histoquímicas e bioquímicas, dependendo de sua localização nos lóbulos hepáticos. Os hepatócitos são células poliédricas cujas superfícies estão em contato com a parede doos capilares sinusoides podendo emitir microvilosidades (espaço perissinusoidal de Disse) DOMÍNIO DA MEMBRANA PLASMÁTICA DOS HEPATÓCITOS Os hepatócitos não somente entra em contato com outros hepatócitos, mas também faz limite com um espaço de Disse. As membranas plasmáticas são consideradas como tendo dois domínios: 10 Renan Lopes Fernandes – MED104 1- Domínios laterais: responsáveis pela formação dos canalículos biliares, canais que conduzem a bile por entre os hepatócitos para a periferia do lóbulo hepático clássico. Microvilos curtos e abaulados se projetam dos hepatócitos para dentro dos canalículos biliares, aumentando as áreas de superfície através das quais a bile será secretada. As membranas plasmáticas que formam as paredes dos canalículos biliares mostram altos níveis de atividade de Na+, k+- ATPase e de da enzima adenilatociclase. 2- Domínios sinusoidais: formam microvilos que se projetam para o espaço peissinusoidal de Disse, facilita a troca de material entre o hepatócito e o plasma no espaço perissinusoidal Células com abundância de: - Mitocôndrias; - Lisossomos e Proxissomos; - Reservas de glicogênio; - Retículos endoplasmáticos liso e rugoso; - Reserva de Vitamina A Os hepatócitos são células grandes e ricas em organelas que produzem a bile primária, que é modificada pelas células do revestimento epitleial dos ductos biliares e da vesícula biliar e se torna a bile. A maioria dos hepatócitos possuem apenas um núcleo, e o restante possui dois núcleos. Sintetizam as proteínas para seu próprio uso. Os hepatócitos possuem quantidades variáveis de inclusões sob a forma de gotículas lipídicas (VLDL) e glicogênio. HISTOFISIOLOGIA DA SECREÇÃO A bile, um fluido produzido no fígado, é constituída de água, sais biliares, fosfolipídios, colesterol, pigmentos biliares e IgA. Os sais biliares constituem quase a metade dos componentes da bile. A maioria dos sais biliares é absorvida a partir do lúmen do intestino delgado, entra no fígado através da veia porta, é endocitada pelos hepatócitos e transportada para os canalículos biliares para, subsequentemente,s er lançada novamente no duodeno (recirculação êntero- hepática dos sais biliares). Sais biliares remanescentes são novamente produzidos no REL dos hepatócitos para a conjugação do ácido cólico, um produto do metabolismo do colesterol, com a taurina (ácidos taurocólicos) ou com a glicina (ácidos glicocólicos). 11 Renan Lopes Fernandes – MED104 Contato entre 2 hepatócitos forma os canalículos biliares por onde a bile vai ser escoada (1º porção do sistema de ductos). Os canalículos vão se juntando e forma os dúctulos biliares (Canais de Hering), que s ejuntam e formam os ductos biliares, e por fim o ducto hepático. A bile fui progressivamente em direção contrária que o sangue flui (da periferia para a veia centrolobular) dentro do lóbulo, ou seja do centro do lóbulo para sua periferia. OUTROS TIPOS CELULARES: CÉLULAS DE KUPFFER: Corresponde a mais ou menos 15% do total de células do fígado. São células imunes residentes no fígado, células da imunidade inata, são macrófagos (células que fagocitam impurezas, microorganismos) residentes e estão associados às células de revestimento endotelial dos sinusóides, dentro do lúmen dos capilares. Os fagossomas dessas células contêm material particulado e restos celulares endocitados, especialmente de hemácias senescentes que foram destruídas por essas células. CÉLULAS PERISINUSOIDAIS (CÉLULAS DE ITO): Estão em volta dos sinusóides, entre eles e o espaço de Disse, e secretam matriz extracelular. Diferenciam-se em outros tipos celulares, o que auxilia no processo de regeneração do fígado. Posuem: - Com grandes inclusões lipídicas rica em vitamina A; - Armazenamento e liberação de retinoides; - Síntese e secreção de proteínas de MEC proteoglicanos; - Produção de fatores de cresciemnto; - Produção de citocinas; - Fatores vasorreguladores. PIT CELLS: São células linfoides de resposta imunológica. São “natural killers”, tendo a função de defender e proteger os hepatócitos e, consequentemente, o fígado. 12 Renan Lopes Fernandes – MED104 Na imagem podemos observar os lóbulos, com uma veia centroglobular (em amarelo) e nos vértices encontramos a tríade (um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática e um ramo de um ducto biliar). O sangue tanto da artéria quanto da veia flui das extremidades para o centro através dos capilares sinusoides e enquanto a bile é produzida por esses hepatócitos e escoada para o centro. Na imagem da esquerda, podemos observar a veia centrolobular, e temos os capilares desembocando nessas veias, e todos os cordões de hepatócitos. Na imagem da direita temos o vértice desse hepatócito. Um ramo da veia porta, lembrando que a veia tem a parede mais frouxe, sem músculo. Um ramo do ducto biliar, preenchido por um epit´leio cilincrico simples. Um ramo da artéria hepática cheia de hemácias. 3 CONCEITOS DE LÓBULOS HEPÁTICOS Existem 3 conceitos básicos para lóbulos hepáticos: Lóbulo hepático clássico: Nesse conceito o sangue flui da pariferia para o centro do lóbulo, em direção a veia centrolobular. A bile, produzida pelos hepatócitos, entra nos pequenos espaços intracelulares, os canalículos biliares, localizados entre os hepatócitos, e flui para a periferia do lóbulo, em direção aos ductos interlobulares dos espaços porta. Lóbulo portal: Região triangular, cujo centro é o espaço porta e a periferia é limitada pelas linhas retas imaginárias que unem as três veias centrolobulares, que formam os três ápices do triângulo. 13 Renan Lopes Fernandes – MED104 Ácino hepático: baseado no fluxo sanguíneo da arteríola distribuidora e, consequentemente, sobre a ordem na qual os hepatócitos degeneram após agressões tóxicas ou hipóxicas. Este lóbulo ovóide, ou com forma de diamante é conhecido como ácino hepático (acino de Rappaport).Ele é visualizado como tendo 3 regiões concêntricas mal definidas de parênquima hepático circundando uma artéria distribuidora em posição centrolobular. A região mais oxigenada é a região próxima à artéria hepática. A região menos oxigenada é a região próxima à veia centrolobular. O ácino hepático é a distribuição do sangue arterial, aquele que vem do ramo da artéria para nutrir os hepatócitos. Dois vértices provavelmente eles nutrem dois hepatócitos próximos. É dividido em três zonas. São regiões concêntricas mal definidas de parênquima hepático circundando uma artéria distribuidora em posição centrolobular. Zona 1: é a mais rica em oxigênio. Próxima à artéria hepática e ao redor do espaço porta. Zona 2: é a zona intermediária e, consequentemente, sua oxigenação é igualmente intermediária. Zona 3: é a camada mais externa e mais pobre em oxigênio. Estende-se até a veia centrolobular VESÍCULA BILIAR A bile é um pequeno órgão com formato de pêra, localizado na região inferior do fígado. Armazena e concentra a bile, e a libera no duodeno. A maior parte do órgão forma o corpo, e a abertura, que é contínua com o ducto cístico, é denominada colo. O colo tem uma evaginação conhecida como bolsa de Hartmann (infundíbulo da vesícula biliar), uma região onde os cálculos biliares frequentemente se alojam. A parede da vesícula biliar é constituída de 4 camadas: A mucosa se constitui de epitélio cilíndrico simples, com células Claras e células em escova. Quando vazia, a vesícula apresenta-se altamente pregueada, com cristas altas e paralelas; à medida que se enche com a bile, o número de pregas diminui e a mucosa torna-se lisa. Há troca da parede com a bile. A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo frouxo, altamente vascularizado e rico em fibras elásticas e colágenas, e possui glândulas que secretam uma substancia mucosa na parte do colo da vesícula biliar. Tem uma camada muscular (não é a camada muscular da mucosa), que é constituída de musculo liso, com fibras de orientação obliqua e longitudinal. A adventícia é aderida à cápsula de Glisson do fígado, mas pode ser separada facilmente. A superfície não aderida está revestida pelo peritônio, que forma a serosa lisa com um epitélio pavimentoso simples. 14 Renan Lopes Fernandes – MED104 Quando chega material no duodeno rico em ácidos graxos providos da dieta, as células enteroendócrinas da parede da cripta, secreta a colecistoquinina, promovendo a contração do músculo da vesícula, liberando a bile la no duodeno. BILE: É formada pelos hepatócitos e secretada pelo polo biliar dessas células. Esse polo tem junção entre um hepatócito e outro, com um revestimento de epitélio pavimento simples chamado de canalículo biliar que se juntam, tornando-se cada vez maiores e formam Canal de Hering. Esse canal é um período de transição entre canalículo biliar (pavimentoso simples) e ducto biliar (cúbico simples). Quando chega ao espaço porta, só tem epitélio cúbico simples. A bile é constituída de água, sais biliares, fosfolipídios, colesterol, pigmentos biliares e IgA. Temos o epitélio clunar simples, com uma lâmina prórpia de tecido conjuntivo formando as vilosidades, principalmente nas vesículas vazias. Camada de múusculo liso e o tecido conjuntivo denso próprio da vesícula. O outro tecido conjuntivo é de outro órgão. As células epiteliais emitem microvilosidades. CASOS CLÍNICOS: ICTERÍCIA A bilirrubina (BND bilirrubina não conjugada, ela é hidrofóbica, não é hidrosolúvel não consegue eliminar na urina)é formada quando a hemoglobina (a parte dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio) é decomposta como parte do processo normal de reciclagem de glóbulos vermelhos velhos ou danificados. A bilirrubina é transportada pela corrente sanguínea até o fígado, onde se liga à bile (o suco digestivo produzido pelo fígado). A bilirrubina é, em seguida, transportada pelos canais biliares até o trato digestivo, de modo que ela possa ser eliminada do corpo. A maior parte da bilirrubina é eliminada nas fezes, mas uma pequena parte é eliminada na urina. Se a bilirrubina não puder passar pelo fígado e canais biliares suficientemente rápido, ela se acumula no sangue e é depositada na pele. O resultado é a icterícia. Quando temos condições patológicas, não vamos ter a conversão dessa bilirrubina em tempo suficiente. Lesão de hepatócito, quem tem cirrose por exemplo, não consegue metabolizar bilirrubina não conjugada adequadamente. Abuso de drogas danificam demais o fígado. Hepatite também faz isso. Além da pele amarelada, teremos as fezes sem cor também chamadas de fezes com acolia fecal. A colúria deixando a urina mais escura. Quando acontece uma hemólise maçiça, o fígado não consegue transformar tudo. 15 Renan Lopes Fernandes – MED104 ESQUISTOSSOMOSE A esquistossomose é transmitida por meio da liberação dos ovos dos parasitas nas fezes produzidas pelo ser humano infectado. Assim que as fezes entram em contato com a água, os ovos se abrem e liberam as larvas, que então tentam achar algum caramujo para se abrigar. Caso não encontrem, elas morrem por não conseguirem sobreviver sozinhas. Se as larvas liberadas encontrarem o hospedeiro intermediário (caramujo), um novo ciclo irá se iniciar, ou seja, liberam novas larvas na água até que infectem o hospedeiro definitivo por meio da penetração pela pele ou mucosas, cai na corrente sanguínea e circula pelo pulmão até chegar ao fígado e intestino, onde há o amadurecimento da sua forma adulta. Fases crônicas: A intestinal, com possíveis episódios de diarreia, presença de muco, sangue, dor abdominal e até momentos alternados de diarreia e constipação; a hepatointestinal, quando há também o aumento do volume do fígado; e a hepatoesplênica, forma mais grave da doença em que são acometidos esse órgão e o baço, com a dilatação do abdome e extravasamento de líquido nesse local, motivo pelo qual ela é chamada de barriga d’água. Quando o parasita acomete o fígado, causa danos em uma região perto dos vasos hepáticos. Ela fica fibrosada, endurecida, o que vai alterar a pressão dos vasos portais e alterar todo o sistema de vasos do sistema digestivo. Pode levar a varizes de esôfago, que é o grande risco, já que elas podem sangrar. Aí a pessoa pode morrer pelo sangramento ou a quantidade de sangue para o fígado diminui e tem uma lesão importante do órgão, podendo levar à falência hepática Granuloma: envolvido por diversas células imune para conter o organismo invasor, que no caso é um ovo. DOENÇA HEPÁTICA Células que acumula muita gordura podem entrar em apoptose. Acúmulo entre os lóbulos de fibras, que conhecemos como fibrose, e vai progredindo. 16 Renan Lopes Fernandes – MED104 HISTOFISIOLOGIA HEPÁTICA E FARMACOLOGIA Tudo que vem do intestino passa pelo fígado. Quando administro uma droga em um paciente, um comprimido, você já considera que as substâncias digeridas do comprimido vão para o fígado primeiro. A Biodisponibilidade de uma droga, o quanto já vai estar na corrente sanguínea, a indústria farmacêutica já considera a perda pelo metabolismo do fígado, feito através dos citocromos P, enzimas do hepatócito que convertem drogas, toxinas – medicamentos de uso oral. Tem como administrar drogas que são indutoras hepáticas, indutoras de citocromo, que fazem que essa conversão seja mais rápida. Além disso, muitos fármacos são comercializados por via oral na forma pró- fármaco já contando com o metabolismo no fígado, ou seja quando a droga chegar no fígado, ela vai ser quebrada, convertida por um citocromo e a parte ativa do medicamento vai ser liberada. Isso vai ser chamado de metabolismo de primeira passagem. O álcool é metabolizado majoritariamente no fígado, que converte o álcool em acetaldeído e a outraparte se difunde como álcool. O acetaldeído é tóxico e vais ser liberado no corpo e promover a ressaca. Esse processo é feito por um grupo de citocromos que as etnias asiáticas, carregam mutações nessa enzima fazendo com que essa conversão seja muito rápida. Com isso, os asiáticos não sentem o prazer do álccol, e sim os sintomas de ressaca.