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HPV, exame preventivo, rastreamento e diagnóstico de câncer colo de útero

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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
marc 9 - hpv 
DEFINIÇÃO 
- O HPV (“papilomavírus humano”) é um vírus de DNA de dupla-
hélice simples com um capsídeo proteico, pertencente à família 
Papillomaviridae. O papilomavírus compreende cerca de 300 tipos 
diferentes de vírus e tem preferência pelas células escamosas e 
metaplásicas humanas. Cerca de 30 a 40 deles infectam o trato 
anogenital inferior, principalmente. 
- Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem 
mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar 
o trato genital. Destes, 12 são de alto risco e podem provocar 
câncer (são oncogênicos) e outros podem causar condilomas 
(verrugas) genitais. 
- O HPV pode ser classificado em tipos de baixo e de alto risco de 
desenvolver câncer. Como já dito, existem 12 tipos identificados 
como de alto risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 
58 e 59) que têm probabilidade maior de persistir e estarem 
associados a lesões pré-cancerígenas. 
- Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% 
de todos os carcinomas cervicais, por serem os mais mitogênicos. 
Eles também são responsáveis por até 90% dos casos de câncer de 
ânus, até 60% dos cânceres de vagina e até 50% dos casos de câncer 
vulvar. O tipo 16 é o mais prevalente e o mais frequente entre os 
carcinomas de células escamosas. O tipo 18 é o responsável por 
20% dos tumores e o mais comum entre os adenocarcinomas. 
- Os HPV de tipo 6 e 11, de baixo risco e encontrados na maioria dos 
condilomas genitais e papilomas laríngeos, parecem não oferecer 
nenhum risco de progressão para malignidade. 
- O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais prevalente do 
mundo (estima-se que até 80% das mulheres sexualmente ativas 
terão contato com ele até os 50 anos) e é o fator mais fortemente 
associado ao câncer de colo de útero (sendo associado a 95% 
deles). 
- Os diversos tipos de HPV infectam diferentes partes do corpo 
humano. Os tipos 6 e 11 estão mais relacionados às verrugas 
genitais, com baixo risco de progressão para câncer. Já os tipos 16 
e 18 são os mais associados a lesões anogenitais com 
transformação maligna (70% dos cânceres cervicais são associados 
a esses dois tipos – alto risco), juntamente com os tipos 45, 31, 33, 
52 e 58. 
- Trata-se de um parasita intracelular, capaz de acelerar a 
velocidade das mitoses celulares, o que aumenta a chance de 
desenvolvimento de atipias. 
- A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, 
presumidamente, através de abrasões microscópicas na mucosa ou 
na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de 
preservativos (camisinha), durante a relação sexual com 
penetração, protege parcialmente do contágio pelo HPV, que 
também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, 
região perineal, perianal e bolsa escrotal. 
- A taxa de transmissibilidade depende tanto dos fatores virais 
quanto do hospedeiro, mas de uma forma geral, o risco de 
transmissão é de 65% para as lesões verrucosas e 25% para as 
lesões subclínicas. 
- Porém, a maioria das infecções é transitória. Na maioria das vezes, 
o sistema imune consegue combater de maneira eficiente esta 
infecção alcançando a cura, com eliminação completa do vírus, 
principalmente entre as pessoas mais jovens. 
- O tempo de latência viral e os fatores associados não são 
conhecidos, e o vírus pode permanecer quiescente por muitos anos 
até o desenvolvimento de lesões. Assim, não é possível estabelecer 
o intervalo mínimo entre a infecção e o desenvolvimento de lesões. 
- O tempo médio entre a infecção pelo HPV de alto risco e o 
desenvolvimento do câncer cervical é de aproximadamente 20 
anos, de acordo com o tipo, a carga e a capacidade de persistência 
viral e o estado imunológico do hospedeiro. A infecção por um 
genótipo de HPV não impede a infecção por outros tipos de HPV. 
- No momento em que o vírus HPV infecta a célula ele vai provocar 
um efeito chamado coilocitose. Em algumas mulheres pode 
começar a causar uma displasia em algumas células, quando atingir 
1/3 do epitélio é NIC I, 2/3 NIC II, 3/3 NIC III. Estão restritas ao ao 
epitélio. 
FATORES DE RISCO 
 
- HPV pode acometer pessoas de qualquer idade, mas é mais 
frequente na faixa compreendida entre 20 e 40 anos, período de 
maior atividade sexual. Podemos dizer que a infecção é ENDÊMICA 
entre os indivíduos sexualmente ativos. 
- Início Precoce da Atividade Sexual (Coitarca ou Sexarca Precoce): 
É um importante fator de risco. A coitarca precoce (idade menor 
que 16 anos) deve ser desestimulada nos primeiros dois anos após 
a menarca. 
- Número de Parceiros Sexuais: Este fator é ainda mais importante 
que o anterior. Quanto maior o número de parceiros sexuais, maior 
a chance de um dos parceiros ser portador de um vírus de alto risco 
e, consequentemente, maior a chance de a parceira desenvolver 
uma lesão de alto grau ou mesmo um câncer invasor. Maior chance 
de contato com HPV diferentes. 
- Parceiro Sexual: Há um risco quatro a cinco vezes maior de HPV 
em mulheres que tiveram parceiros com câncer de pênis. Além 
disso, parceiros com início precoce da atividade sexual, com vários 
episódios prévios de DST, com visitas frequentes a profissionais do 
sexo e tabagistas aumentam a chance de a parceira apresentar 
câncer cervical. 
- Deficiências Vitamínicas: No colo do útero, a vitamina A parece 
ser um importante fator na manutenção da integridade do epitélio 
escamoso. A carência desta vitamina está associada ao aumento da 
incidência do HPV, e os níveis séricos de vitaminas A e C tendem a 
ser progressivamente mais baixos à medida que a doença se torna 
mais avançada. 
- Tabagismo: É um importante fator na gênese do câncer de colo. 
Está diretamente relacionado com a carga tabágica (tempo de 
consumo e número de cigarros). O mecanismo de ação está 
relacionado com o efeito carcinogênico direto da nicotina e 
 
2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
cotinina no muco cervical e com a redução da resposta imune a 
partir da menor atividade das células natural killer e da redução de 
IgG e IgA. 
- Imunidade: Pacientes HIV positivas, lúpicas, diabéticas, 
transplantadas em uso de corticoterapia ou quimioterapia e/ou 
radioterapia apresentam comprometimento da sua imunidade e 
estão sob maior risco de desenvolver câncer de colo uterino. 
- Baixo Nível Socioeconômico: Todos os fatores de risco são mais 
prevalentes em mulheres de nível socioeconômico mais baixo, o 
que, somado às dificuldades de acesso aos meios de diagnóstico e 
tratamento precoce, confere a esta população uma alta incidência 
da doença. 
- Multiparidade; Desnutrição; Má Higiene Genital; 
- Mulher monogâmica, com ausência de fatores de risco, pode 
ainda estar sob risco para desenvolvimento de câncer de colo, 
devido ao comportamento sexual prévio ou atual do seu parceiro. 
Assim, é importante definir o histórico do parceiro. Ele é 
considerado de alto risco se tem histórico de um grande número de 
parceiras, de início precoce da vida sexual, de visitas frequentes a 
profissionais do sexo e se é tabagista. 
COLO UTERINO 
- O colo uterino tem a forma cilíndrica e apresenta uma parte 
interna, que constitui o chamado canal cervical ou endocérvice, e 
uma parte externa, que mantém contato com a vagina e é 
identificada como ectocérvice. 
- A endocérvice é revestida por uma camada única de células 
cilíndricas/colunares produtoras de muco, chamada de epitélio 
colunar simples. 
- Enquanto a ectocérvice é revestida por um tecido de várias 
camadas de células planas, chamado de epitélio escamoso e 
estratificado. 
- Entre esses dois epitélios, encontra-se a Junção Escamocolunar 
(JEC), que é uma linha que pode estar tanto na ecto como na 
endocérvice. Causada pela metaplasia, a diferenciação de um 
epitélio pro outro. É nesse epitélio que surgem as NICS e os 
canceres de colo de útero.- Nessa situação, o epitélio colunar fica em contato com um 
ambiente vaginal ácido, hostil a essas células. Assim, células 
subcilíndricas bipotenciais, de reserva, se transformam por meio de 
metaplasia em células mais adaptadas (escamosas), dando origem 
a um novo epitélio situado entre os epitélios originais, chamado de 
terceira mucosa ou zona de transformação. 
- Epitélio colunar (cilíndrico) simples: é o epitélio característico da 
região endocervical, constituído por uma única camada de células 
responsáveis pela secreção do muco cervical (epitélio cilíndrico 
simples ou epitélio glandular). 
 
- Epitélio escamoso estratificado não queratinizado: é o epitélio 
característico da região da ectocérvice, formado por várias 
camadas de células, o que confere maior proteção à região. 
- JEC (Junção Escamocolunar): O ponto de encontro destes epitélios 
da endo e da ectocérvice. 
QUADRO CLÍNICO 
- Após a exposição, o vírus coloniza todo o epitélio do trato genital 
inferior. Pode, então, existir uma ampla variação individual de 
manifestações clínicas, que, provavelmente, são reguladas pela 
resposta imunológica local ou sistêmica do hospedeiro, além da 
presença ou ausência de cofatores. 
- Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas e é eliminado 
pelo organismo espontaneamente. O HPV pode ficar no organismo 
durante anos sem a manifestação de sinais e sintomas. Em alguns 
casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar 
sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas 
(não visíveis a olho nu). 
- A infeccão pelo HPV apresenta-se na maioria das vezes de forma 
assintomática, com lesões subclínicas (inaparentes) visíveis apenas 
após aplicação de reagentes, como o ácido acético e a solução de 
Lugol, e por meio de técnicas de magnificação (colposcopia). 
- A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a 
multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o 
aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres 
(sobretudo em adolescentes) tem resolução espontânea, pelo 
próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses. 
- A maioria das infecções é assintomática ou não aparente. Outras 
podem se apresentar sob a forma de lesões exofíticas, os chamados 
condilomas acuminados, verrugas genitais. Podem também 
assumir uma forma subclínica, visível apenas sob técnicas de 
magnificação (lentes – colposcopia) e após aplicação de reagentes, 
como o ácido acético. 
- As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem, 
aproximadamente, entre dois e oito meses, mas pode demorar até 
20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As manifestações 
costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com 
imunidade baixa. 
- A infecção pelo HPV pode ter diferentes evoluções: 
 
3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
 Cura espontânea, com eliminação natural do vírus em cerca de 
18 meses, sem que ocorra nenhuma manifestação clínica; 
 Persistência do vírus no organismo por vários anos, sem causar 
nenhuma manifestação clínica e/ou subclínica. A diminuição 
da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação 
do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de 
lesões clínicas e/ou subclínicas; 
 O vírus pode se multiplicar em um pequeno número de casos 
e, então, provocar o aparecimento de lesões, como os 
condilomas genitais (visíveis a olho nu) ou “lesões 
microscópicas” que só são visíveis através da colposcopia ou, 
ainda, alterações celulares só identificadas na citologia. 
- O quadro da paciente irá depender da sua resposta imunológica e 
do tipo de vírus que ela apresenta. Verrugas pequenas e pouco 
numerosas; verrugas numerosas, grandes e amontoadas, com 
aspecto de couve-flor; lesões pré-malignas e neoplasias invasivas 
são possíveis manifestações da infecção pelo HPV. 
- A infecção pelo HPV, tanto no homem como na mulher, tem sido 
descrita sob três formas de apresentação: latente, subclínica e 
clínica. 
Apresentação latente 
- ocorre quando as pessoas infectadas por HPV não desenvolvem 
qualquer lesão. Essa condição pode permanecer durante toda a 
vida. Apenas algumas pessoas podem, anos mais tarde, vir a 
expressar a doença com condilomas ou alterações celulares do colo 
uterino. Nessa situação, não existe manifestação clínica, citológica 
ou histológica, podendo a infecção ser apenas demonstrada por 
meio de exames de biologia molecular (detecção do DNA viral). 
Infecção latente: nesses casos, as células estão infectadas pelo HPV, 
mas o vírus está latente. O genoma não é integrado ao genoma da 
célula do hospedeiro e não ocorre replicação viral. 
Apresentação subclínica 
- A lesão subclínica ocorre quando as microlesões pelo HPV são 
diagnosticadas por meio de exame de papanicolaou e/ou 
colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia. A lesão 
intraepitelial escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais 
frequência. Os tipos oncogênicos de HPV podem resultar em lesões 
precursoras do carcinoma escamoso da cervice uterina, divididas 
em: (i) lesão intraepitelial escamosa de baixo grau – LSIL (NIC 
I/displasia leve); e (ii) lesão intraepitelial escamosa de alto grau – 
HSIL (NIC II/NIC III, displasia moderada, displasia grave, carcinoma 
in situ). 
- (não visíveis ao olho nu) – podem ser encontradas nos mesmos 
locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As 
lesões subclínicas podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e 
de alto risco para o desenvolvimento de câncer. 
- A maioria das infecções proliferativas e neoplásicas é subclínica, 
sem manifestações e sem verrugas na maior parte dos casos. A 
infecção pode ainda ser transitória ou persistente, com ou sem 
desenvolvimento de neoplasia – displasia, ou câncer. Dos possíveis 
resultados do HPV, o câncer é o menos comum. 
Apresentação clínica (lesão macroscópica) 
- A forma mais comum de apresentação é conhecida como verruga 
genital ou condiloma acuminado. Manifesta-se pela presença de 
lesões exofíticas, com superfície granulosa, únicas ou múltiplas, 
restritas ou disseminadas, da cor da pele, eritematosas ou 
hiperpigmentadas e de tamanho variável. 
- As lesões maiores assemelham-se a “couve-flor” e as menores 
possuem aparência de pápula ou placa, podendo também ter 
aspecto filiforme, sendo em geral resultantes de infecção por tipos 
não oncogênicos. Dependendo do tamanho e localização 
anatômica, podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas. No 
homem, localizam-se na glande, sulco balanoprepucial e região 
perianal. Na mulher, encontram-se na vulva, períneo, região 
perianal, vagina e colo. Menos frequentemente, podem estar 
presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, 
oral e laríngea. 
- As lesões clínicas mais comuns ocorrem nas regiões anogenitais 
como vulva, vagina, ânus e pênis. Porém, esta infecção pode 
aparecer em qualquer parte do nosso corpo, bastando ter o contato 
do vírus com a pele ou mucosa com alguma lesão, ou seja, pele e 
mucosas não íntegras. Manifestações extragenitais mais 
frequentes são observadas na cavidade oral e trato aerodigestivo, 
tanto benigno quanto malignas. 
- Apresentam-se como verrugas na região genital e no ânus 
(denominadas tecnicamente condilomas acuminados e 
popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou 
"cavalo de crista"). Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho 
variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral, são 
assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Essas verrugas, 
normalmente, são causadas por tipos de HPV não cancerígenos. 
- Condiloma acuminado: O condiloma típico é um crescimento 
branco, exofítico ou papilomatoso. Os crescimentos 
papilomatosos, a princípio pequenos, tendem a coalescer e formar 
grandes massas iguais a uma couve-flor que podem se proliferar em 
profusão. O condiloma acuminado pode afetar a vagina, cérvice, 
vulva, orofaringe, períneoe áreas perianais. O condiloma florido, 
papilomatoso, é uma lesão branca saliente com projeções iguais a 
um dedo, muitas vezes contendo capilares. Embora as grandes 
lesões possam ser vistas a olho nu, o colposcópio é necessário para 
identificar as lesões menores. 
 
- Condiloma acuminado, pode ter coloração esbranquiçado e ter 
aparência semelhante a um couve-flor. Além disso, é comum que 
no caso da infecção pelo HPV existam várias verrugas juntas. 
 
 
4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- As lesões intraepiteliais cervicais e o câncer de colo uterino em 
fases iniciais podem ser totalmente assintomáticos ou podem se 
manifestar por corrimento vaginal, dor e perda sanguínea anormal. 
Estas queixas são frequentes na clínica ginecológica. Portanto, não 
há sintomas específicos. 
RASTREAMENTO 
- Sendo a infecção na maioria das vezes assintomática, ainda que 
não haja sinal ou sintoma de doença causada por HPV, existe um 
programa de rastreamento do câncer de colo de útero no Brasil. 
Esse é um dos principais programas de rastreio estabelecidos, com 
sólidas bases e evidências científicas de redução da mortalidade 
por câncer cervical em diversos países. 
- As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio de 
exames laboratoriais (citopatológico, histopatológico e de biologia 
molecular) ou do uso de instrumentos com poder de magnificação 
(lentes de aumento), após a aplicação de reagentes químicos para 
contraste (colposcopia, peniscopia, anuscopia). E para distinguir a 
lesão benigna da maligna são realizadas biópsias e confirmação 
histopatológica 
- De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as estratégias 
para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de 
indivíduos com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento 
(aplicação de um teste ou exame em uma população assintomática, 
aparentemente saudável, com objetivo de identificar lesões 
precursoras ou sugestivas de câncer e encaminhá-las para 
investigação e tratamento). 
- O exame universal de rastreamento do câncer de colo uterino e 
de suas lesões precursoras é o citopatológico do colo uterino, 
também chamado de Papanicolau. É um exame simples, de baixo 
custo, usado no mundo inteiro para o rastreamento do câncer 
cervical. 
Papanicolau 
- Exame preventivo mais comum, detecta as alterações que o HPV 
pode causar nas células e um possível câncer, mas não é capaz de 
diagnosticar a presença do vírus. Recomenda-se que as mulheres 
realizem anualmente a partir dos 25 anos de idade. Com dois 
resultados negativos, a periodicidade do exame passa a ser a cada 
três anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. 
- A coleta é feita por meio do exame especular. A amostra citológica 
consiste na rotação e, 360° da espátula Ayre e/ou do cytobrush. 
 
- No Brasil, o método usado é o convencional, que emprega a 
espátula de Ayre e a escova endocervical ou cito-brush. A 
combinação da espátula e da escova é o método mais eficiente para 
diminuir a porcentagem de falso-negativos. A técnica de coloração 
para citopatologia mais utilizada é a de Papanicolaou. 
 
- Na solicitação do exame, deve constar a idade da paciente, dados 
clínicos e epidemiológicos de importância, data da última 
menstruação, número de gestações, uso de DIU, presença de 
sangramento na pósmenopausa e história de cirurgias 
ginecológicas. 
- Alguns cuidados devem ser tomados para se efetuar uma coleta 
adequada e confiável: Não utilizar duchas vaginais 
aproximadamente 48 horas antes do exame; Abstinência sexual nas 
48 a 72h que precedem a coleta; Não utilizar cremes vaginais nos 
sete dias precedentes ao exame; Não utilizar nenhuma espécie de 
lubrificante no espéculo. 
- A época mais propícia para fazer a coleta é o período 
periovulatório. Não é recomendável a coleta no período menstrual, 
pois o sangue dificulta a leitura da lâmina. 
- Os Manuais do Ministério da Saúde recomendam apenas a coleta 
de amostra da ectocérvice e endocérvice. Segundo estes manuais, 
o material contido no fundo de saco vaginal possui baixa qualidade 
para o diagnóstico oncótico. Convém lembrar que alguns serviços 
ainda realizam a coleta tríplice (fundo de saco vaginal, ectocérvice 
e endocérvice). 
 
- O MS propõe o rastreamento com exame citopatológico de colo 
uterino para mulheres a partir dos 25 anos que tenham iniciado 
atividade sexual. A orientação é realizar um exame aos 25 e o 
próximo com intervalo de 1 ano. Se ambos os exames forem 
adequados para avaliação, representativos de JEC e negativos para 
malignidade, a recomendação é que o exame seja feito a cada 3 
anos até os 64 anos de idade. 
- A justificativa para o intervalo de 3 anos entre os exames é a 
velocidade lenta de progressões das lesões. É pouco provável que 
uma lesão intraepitelial evolua para carcinoma invasor em menos 
de 3 anos. 
- Não é recomendado o rastreamento antes dos 25 anos devido à 
baixa incidência de lesões de alto grau nessa faixa etária e à alta 
taxa de falsos positivos, levando à colposcopias e biópsias 
desnecessárias. 
- A suspensão do rastreamento aos 64 anos poderá ser realizada 
desde que, nos últimos 5 anos a paciente tenha pelo menos 2 
exames negativos para neoplasia. 
 
5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- Se a paciente interrompeu o rastreamento, este deve ser 
reiniciado. Ela deve ser submetida a duas coletas com intervalo de 
um ano. Se os exames forem satisfatórios e negativos para 
malignidade, pode-se indicar coleta a cada 3 anos novamente. 
- Mulheres que não iniciaram a vida sexual aos 25 anos não tem 
indicação de rastreamento. Mas, se houve algum tipo de 
penetração vaginal em qualquer momento, o rastreamento é 
necessário. Este rastreamento também não é feito em mulheres 
submetidas à histerectomia total por patologias benignas. 
- Não há contraindicação para coleta em pacientes gestantes. 
- Mulheres imunossuprimidas devem ser submetidas à coleta logo 
após início da atividade sexual. Recomenda-se nessas pacientes, 
coleta a cada 6 meses por 1 ano, se todos os exames forem normais, 
podem ser feitos com intervalos anuais. 
- Quando o exame é satisfatório para avaliação, deve-se prestar 
atenção especial se hoyve representatividade das células 
metaplásicas da JEC. Além delas, podem estar representadas as 
células escamosas e glandulares. 
- Se a coleta evidenciar ausência de malignidade, deverão ser 
repetidas com intervalo de 1 ano e após 2 exames normais anuais, 
o intervalo passará a ser de 3 anos. 
Colposcopia 
- Feito com um aparelho chamado colposcópio, que aumenta a 
visão do médico de 10 a 40 vezes, o exame permite a identificação 
de lesões na vulva, na vagina e no colo do útero. A colposcopia é 
indicada nos casos de resultados anormais do exame de 
Papanicolau para saber a localização precisa das lesões precursoras 
do câncer de colo do útero. 
- Deve-se inserir o espéculo vaginal e aplicar solução de ácido 
acético no colo uterino. Este tem a propriedade de coagular as 
proteínas do citoplasma das células neoplásicas, gerando imagens 
características. Os achados anormais são: 
 Epitélio acetobranco 
 
 Pontilhado 
 Mosaico 
 Leucoplasia 
 Vasos atípicos 
- A colposcopia deve ser finalizada pela prova ou teste de Schiller. 
Consiste na aplicação de lugol no colo uterino, que é uma solução 
à base de iodo que cora de marrom-escuro as células que contêm 
glicogênio (epitélio ectocervical). 
- Quando todo o epitélio escamoso tem-se um teste de iodo 
positivo e Schiller negativo. Quando alguma área deste epitélio não 
cora, o teste de iodo é negativo e o de Schiller positivo, sendo 
necessário investigar essas áreas, visto que as neoplasias e os 
efeitos citopáticos do HPV diminuem a quantidade de glicogênio 
intracelular, por isso a solução de iodo não cora. 
 
A – iodo parcialmente positivo. Metaplasia ou lesão de baixo grau. 
B – iodo negativo. Lesãode alto grau. 
 
- Por meio da colposcopia, não podemos determinar com exatidão 
ograu da lesão, somente supor sua existência e determinar a 
biópsia para exploração mais detalhada. 
- Após a identificação das regiões com suspeita de doença, remove-
se um fragmento de tecido (biópsia) para confirmação diagnóstica 
- O diagnóstico definitivo é histológico, feito pela biópsia. 
 
CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO 
- As NICS são displasias epiteliais, portanto a lesão está restrita ao 
epitélio, não há invasão da lâmina basal, dessa forma, não há a 
possibilidade de metástase. 
 
NIC I 
 - Caracteriza-se pela substituição de menos de 1 terço da espessura 
do epitélio por células imaturas e atípicas. As alterações mais 
comuns na citologia são: 
 Grau leve de discariose 
 Presença de células superficias com núcleos atípicos 
acompanhadas de coilocitose. – Lesão sugestiva de 
infecção pelo HPV 
 Quando coradas pela técnica de papanicolaou, essas 
lesões apresentam células escamosas de núcleos 
grandes, hipercromasia e/ou halo citoplasmático de 
reforço. 
 Displasia leve (lesão intraepitelial de baixo grau) – 
Camada profunda do epitélio (basal). 
NIC II 
- Caracteriza-se por alterações celulares que ocupam até 2 terços 
da espessura do epitélio escamoso. As alterações mais comuns são: 
 
6 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
 Diferenciação celular incompleta nas camadas 
superiores. 
 Células intermediárias encontradas na camada superficial 
com núcleos atípicos. 
 Displasia moderadas – camada intermediária. 
NIC III 
- O distúrbio de maturação é mais extenso e caracterizado pela 
substituição total ou de pelo menos mais de 2 terços da espessura 
epitelial por células escamosas do tipo basal ou parabasal, com as 
seguintes alterações: 
 Alta relação núcleo-citoplasma. 
 Hipercromasia 
 Mitoses atípicas 
 Contornos celulares atípicos 
 Displasia grave na camada superficial. 
- O diagnóstico das NICS baseia-se no tripé composto por 
colpocitologia (papanicolaou), colposcopia e biópsia. 
 
- A citologia oncótica realizada pela coloração de Papanicolaou não 
é um diagnóstico definitivo, mas uma triagem para, se necessário, 
posterior confirmação com análise anatomopatológica realizada 
em material de biópsia coletado na colposcopia. 
- Pela classificação de Bethesda, as NICS são divididas em baixo e 
alto grau: 
Lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau 
- NIC I. Engloba características citológicas de infecção por HIV e NIC 
1, mas com risco de o laudo histológico vir como NIC 2 ou 3 de 15% 
a 30%. 
- Mulheres com diagnóstico citopatológico de LSIL devem repetir o 
exame citopatológico em seis meses na unidade de atenção 
primária. Processos infecciosos ou atrofia genital identificados 
devem ser tratados antes da nova coleta. 
- Se a citologia de repetição for negativa em dois exames 
consecutivos, a paciente deve retornar à rotina de rastreamento 
citológico trienal na unidade de atenção primária. Se uma das 
citologias subsequentes no período de um ano for positiva, 
encaminhar à unidade de referência para colposcopia. À 
colposcopia, se presentes achados anormais no colo do útero, 
deve-se realizar a biópsia. Presente NIC II/III ou câncer deve-se 
seguir conduta específica. Caso presente NIC I, a paciente deverá 
ser mantida em seguimento citológico. 
Lesões intraepiteliais escamosas de alto grau 
- NICS II e III. Devem ser imediatamente investigados com mais 
cautela. Essa classificação engloba características histológicas de 
NIC 2 e 3 e traz elevado risco de resultado de laudo histopatológico 
de NIC 2 ou 3 (mais de 70%) ou de câncer invasivo (1 a 2%). 
- Mulheres que apresentarem laudo citopatológico de HSIL deverão 
ser encaminhadas à unidade de referência para realização de 
colposcopia. A repetição da citologia é inaceitável como conduta 
inicial. Se for confirmado a alteração, realizar a biópsia e mandar 
para a patologia. Se confirmando, conização. 
- O diagnóstico definitivo de NICS baseia-se na histologia, ou seja, 
requer biópsia. 
- Recomenda-se que o exame papanicolaou seja laudado de acordo 
com a classificação do achado: Lesão intraepitelial de baixo ou alto 
grau. Os resultados de NIC I, II e III devem ser determinados apenas 
na histologia. 
- Os outros achados anormais destes exames consistem nas células 
escamosas e glandulares atípicas. As células escamosas atípicas de 
significado indeterminado são divididas em duas categorias: 
ASC-US 
- Atipias em células escamosas de significado indeterminado, 
possivelmente não neoplásicas. Muito improvável que a paciente 
tenha alguma neoplasia. 
- Atipias em células escamosas de origem indeterminada (não sabe 
em qual camada). Nem todos que tem ascus irão ter câncer, mas é 
onde ele se inicia. Tem que ser investigada, trata a inflamação e se 
repete o exame. Trata-se da anormalidade citológica mais comum, 
representadas pela sigla ASC-US. Indica presença de células 
sugestivas, mas que não preenchem critério para LSIL. Sua 
investigação não deve ser agressiva, visto que a maioria irá regredir 
e um percentual baixo precede um diagnóstico histológico de NIC 2 
ou 3. 
- A conduta preconizada pelo MS perante um resultado de ASC-US 
na citopatologia é a repetição da mesma em 6 meses. A segunda 
coleta deve ser precedida pelo tratamento de eventuais infecções 
genitais ou estrogenização das mulheres pós-menopausa. 
- Se a paciente tiver entre 25 e 30 anos o risco de lesão neoplásica 
será tão baixo que o MS recomenda sua repetição somente após 1 
ano. 
- Se a nova coleta revelar ASC-US ou lesão mais grave, a paciente 
deverá ser encaminhada para colposcopia, já se for normal, a 
paciente deverá repeti-lo em 6 meses ou 1 ano, se for normal, 
rastreamento habitual a cada 3 anos. 
- Diante de colposcopia normal, mantém-se o rastreamento 
semestral até 2 resultados normais. No caso de colposcopia 
alterada, segue-se a realização de biópsia e a conduta conforme seu 
resultado. 
ASC-H 
- Atipias em células escamosas de significado indeterminado, em 
que não se pode afastar lesão de alto grau. 
- São células atípicas em que não se pode excluir lesão intraepitelial 
de alto grau (HSIL). Nesse caso, encontram-se LIE-AG em 25% dos 
casos. É uma porcentagem superior à da ASC-US, portanto 
indicando uma investigação mais atenta com colposcopia. 
 
7 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- No caso de diagnóstico citopatológico de ASC-H, é mandatória a 
colposcopia com biópsia imediatamente. Diante da colposcopia 
alterada a biópsia deverá ser realizada. 
AGUS/GCA 
- Presença de células glandulares atípicas. Essa categoria implica 
alto risco de neoplasia. Há também maior risco de neoplasia de 
endométrio ou de outras partes do sistema reprodutor. A 
investigação deve ser sempre mais agressiva após esse laudo. 
- Alta chance de adenocarcinoma. 
- Pacientes com diagnóstico citológico de AGC devem ser 
encaminhadas para colposcopia. À colposcopia, deve ser realizada 
nova coleta de material para citologia com especial atenção para o 
canal cervical. Coleta endocervical. 
- Concomitantemente, é recomendável a avaliação endometrial 
com ultrassonografia em pacientes acima de 35 anos e, caso 
anormal, estudo anatomopatológico do endométrio. Abaixo dessa 
idade, a investigação endometrial deverá ser realizada se presente 
sangramento uterino anormal ou se a citologia sugerir origem 
endometrial. A investigação da cavidade endometrial será 
prioritária em relação à investigação da ectocérvice e do canal 
endocervical sempre que mencionada a possível origem 
endometrial dessas células atípicas. 
- Durante a colposcopia, se encontradas alterações, quaisquer que 
sejam, deve ser realizada a biópsia. Caso o exame histopatológico 
do material desta biópsia seja compatível com adenocarcinoma in 
situ/invasor, seguir recomendações específicas. 
 
- A investigação diagnósticada infecção latente pelo HPV, que 
ocorre na ausência de manifestações clínicas ou subclínicas, só 
pode atualmente ser realizada por meio de exames de biologia 
molecular, que mostram a presença do DNA do vírus. Entretanto, 
não é indicado procurar diagnosticar a presença do HPV, mas sim 
suas manifestações. 
- O diagnóstico dos condilomas anogenitais pode ser realizado em 
mulheres e homens por meio do exame clínico. Em caso de suspeita 
de malignidade, a confirmação histopatológica se impõe. As lesões 
subclínicas são, em geral, surpreendidas em colpocitologia de 
rotina. Uma vez identificadas, na dependência do tipo de lesão, 
está indicado o acompanhamento citológico ou a realização de 
colposcopia com biópsia da área alterada. 
- A infecção, assintomática na maioria das vezes, acaba sendo 
diagnosticada apenas pelos métodos de rastreio e exames de 
rotina. No entanto, o aparecimento de lesões clínicas como 
verrugas deve dar início a uma investigação diagnóstica. 
- Embora haja métodos citológicos, colposcópicos e histológicos de 
diagnóstico, eles não são suficientemente sensíveis. O diagnóstico 
confirmatório só ocorre por meio da detecção do DNA do HPV, 
sendo a captura híbrida o exame mais utilizado para tal. Este 
exame, no entanto, distingue apenas entre lesões de alto e baixo 
risco, não identificando o tipo exato de vírus. Para este fim, usa-se 
como método a reação em cadeia da polimerase (PCR). 
- No entanto, se existem lesões clínicas verrucosas, neoplasia de 
colo uterino de alto grau ou câncer invasivo por citologia ou 
histologia, presume-se que seja por HPV e a confirmação não é 
necessária. 
- Lesões clínicas – podem ser diagnosticadas por meio do exame 
clínico urológico (pênis), ginecológico (vulva/vagina/colo uterino), 
anal (ânus e região perianal) e dermatológico (pele). 
- Lesões subclínicas – podem ser diagnosticadas por exames 
laboratoriais, como o exame preventivo Papanicolau 
(citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por 
meio de biopsias e histopatologia, a fim de distinguir as lesões 
benignas das malignas. 
- A adequabilidade da amostra é definida como satisfatória ou 
insatisfatória. Amostras inadequadas devem ser repetidas e podem 
ocorrer por baixo número de células ou leitura prejudicada por 
sangue, piócitos, artefatos, contaminantes externos ou 
sobreposição celular intensa. 
- Além da adequabilidade da amostra, deve-se apresentar quais os 
tipos de células foram encontradas na amostra: células escamosas, 
células glandulares ou células metaplásicas. 
- A presença de células metaplásicas ou endocervicais, 
representativas da junção escamocelular (JEC) indicam maior 
qualidade da coleta, por conter elementos da região onde 
neoplasias e lesões precursoras geralmente aparecem. 
- Devemos lembrar que o laudo citológico do sistema de Bethesda 
serve para RASTREAMENTO, não para firmar diagnóstico, o qual 
deve ser alcançado por meio da colposcopia com análise 
histológica. 
- O exame citológico é interpretado como negativo para lesão 
intraepitelial ou malignidade, ou positivo para uma ou mais 
anormalidades de células epiteliais. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Condiloma Plano 
 
- O condiloma plano corresponde a lesões grandes, elevadas e 
cinzentas nas regiões de dobras, e que surgem como consequência 
da infecção pela bactéria Treponema pallidum, que é responsável 
pela sífilis, uma infecção sexualmente transmissível. 
 
8 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- são lesões associadas com a sífilis secundária e que correspondem 
a lesões grandes e acinzentadas que podem aparecer não só na 
região genital e anal, mas também em regiões de dobras. 
- O condiloma plano é um sinal indicativo da sífilis secundária, em 
que a bactéria, depois de um período de inatividade, volta a estar 
ativa e leva ao aparecimento de sintomas mais generalizados. 
- No caso do condiloma plano, as lesões são grandes, elevadas e 
cinzentas e aparecem não só na região genital, mas também nas 
dobras do corpo. Além disso, quando o condiloma plano está 
presente na região anal, é possível também que existam sinais de 
irritação e inflamação no local. 
- No caso do condiloma plano, também conhecido como condiloma 
lata, o tratamento é feito com antibióticos para eliminar a bactéria 
responsável pela sífilis e que leva ao surgimento deste tipo de 
lesões na pele. 
- Quando o tratamento não é feito, o condiloma pode desaparecer, 
mas irá reaparecer novamente e pode até aumentar de tamanho e 
ser acompanhado de sintomas mais graves, como perda de apetite, 
anemia ou sintomas neurológicos, que caracterizam a sífilis 
terciária, que é a forma mais avançada da doença. 
Molusco Contagioso 
- É causado por um poxvírus. Há quatro tipos de vírus, sendo que o 
tipo 1 é responsável por 98% dos casos, o tipo 2 por 2% e o 3 e 4 
são extremamente raros. O vírus cresce no citoplasma, formando 
os corpos de Henderson-Patterson, o que acaba deslocando as 
organelas da célula. É circundado por capa de colágeno e lipídios 
que se moldam numa estrutura em forma de saco dentro do 
queratinócito. Quando há o rompimento, o vírus é espalhado. 
- Incubação: Três semanas a três meses. 
- A lesão clínica caracteriza-se por pápulas na pele, rosadas ou 
brancas com depressão central ou umbilicadas, medindo de 1 a 10 
mm. Podem ser únicas ou múltiplas (geralmente menos que 30), 
são autoinoculáveis e geralmente assintomáticas, mas podem 
apresentar eczema ou prurido ao redor da lesão. 
- Em adultos, as vesículas são mais frequentemente encontradas na 
região genital, devido à natureza sexual da transmissão. Em 
crianças, a infecção também é frequente, inclusive mais frequente 
do que em adultos, e transmitida por contato íntimo; embora 
nesses casos a localização extragenital seja mais comum. 
- Diagnóstico Clínico, pela aparência característica das lesões. A 
biópsia, apesar de confirmar o diagnóstico, é dispensável na grande 
maioria dos casos. 
- A cura em geral é espontânea, embora possa persistir por 
períodos que vão de seis meses a cinco anos. Em pacientes 
imunodeprimidos, as lesões podem se manter indefinidamente. 
Podemos optar pelo tratamento clínico ou cirúrgico. Se o número 
de lesões for pequeno, é indicada a curetagem com aplicação de 
tintura de iodo. Se houver muitas lesões que tornem a curetagem 
inviável, pode ser usada a podofilina 20% duas vezes por semana 
até a cura, ácido tricloroacético 10-30%, além de nitrato de prata a 
40% e o hidróxido de potássio, que também apresentam boa 
resposta. Outra opção é a crioterapia ou a eletrocirurgia. 
 
Cistos epidérmicos e sebáceos 
Epidérmicos 
 
- Anteriormente chamados de cistos de queratina, estes cistos são 
de origem epidérmica. Eles são revestidos com epitélio escamoso e 
preenchidos com material oleoso e células epiteliais descamadas. - 
- Os cistos de inclusão epidérmicos podem resultar da sutura de 
fragmentos cutâneos durante o fechamento da mucosa e pele 
vulvares após o trauma ou a episiotomia. Todavia, a maioria dos 
cistos epidérmicos surge a partir da oclusão dos ductos pilos-
sebáceos. Estes cistos são geralmente pequenos, solitários e 
assintomáticos, mas raramente se tornam irritados ou infectados. 
Sebáceos 
- Os cistos sebáceos se desenvolvem quando os ductos das 
glândulas sebáceas ficam ocluídos e o material sebáceo se acumula. 
Estes cistos são frequentemente múltiplos e quase sempre 
envolvem os grandes lábios. Embora geralmente assintomáticos, os 
cistos agudamente infectados podem requerer incisão e drenagem. 
Ceratose seborreica 
 
- Ocasionalmente observam-se manifestações vulvares de ceratose 
seborreica em pacientes com lesões concomitantes em pescoço, 
face ou tronco. As lesões típicas são lesões bem circunscritas, 
ligeiramente elevadas, com superfície áspera e gordurosa. O 
potencial maligno dessas lesões de crescimento lento é mínimo e, 
portanto, a excisãodeve ser sugerida apenas em caso de 
desconforto. 
TRATAMENTO 
- Quanto ao tratamento do HPV, é importante salientar que o 
objetivo principal do tratamento não é a erradicação do vírus, pois 
ainda não temos medicamentos ou métodos capazes de alcançar 
este objetivo, mas sim de destruição da lesão que está causando. 
Na verdade, quem elimina o vírus é o sistema imunológico da 
paciente. 
 
9 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- É notório que a simples presença do vírus, sem ocasionar 
nenhuma lesão, não necessita de tratamento, além do que, boa 
parte das lesões, principalmente condilomas pequenos e lesões de 
baixo grau, tem grande potencial de regressão espontânea. 
- No entanto, deve-se pensar em tratamento do HPV por vários 
motivos: 
(a) Erradicar condilomas acuminados por questões estéticas, para 
evitar infecções secundárias e para prevenção de possível 
malignidade, pois, apesar de os condilomas viróticos estarem 
associados principalmente a vírus de baixo risco (HPV 6 e 11), em 
5% dos casos podemos encontrar também vírus de alto risco; 
(b) Prevenir a evolução para malignidade, pois as lesões cervicais 
intraepiteliais de alto grau e as lesões vulvares de alto grau podem 
progredir para um carcinoma invasor; 
(c) Prevenção da transmissão vertical, principalmente em 
condilomatose durante a gravidez, que aumenta significativamente 
a possibilidade de transmissão durante a passagem do canal de 
parto e pode ocasionar a papilomatose juvenil recorrente. 
(d) Prevenção da transmissão horizontal, pois a infecção pelo HPV 
é uma DST e a destruição das lesões clínicas e subclínicas diminui a 
possibilidade de transmissão a outros contatos. 
- Como em toda infecção, estão indicadas medidas gerais como 
higiene, recomendação do uso de preservativo nas relações 
sexuais, encaminhamento do parceiro para investigação e 
orientação e tratamento das infecções secundárias. 
- Os tipos de tratamento são químicos, cirúrgicos e estimuladores 
da imunidade. 
- Podem ser domiciliares (autoaplicados: imiquimode, 
podofilotoxina) ou ambulatoriais (aplicados no serviço de saúde: 
ácido tricloroacético – ATA, podofilina, eletrocauterização, exérese 
cirúrgica e crioterapia), conforme indicação profissional para cada 
caso. 
- Podofilina e imiquimode não devem ser usadas na gestação. 
- O tratamento das verrugas anogenitais não elimina o vírus e, por 
isso, as lesões podem reaparecer. As pessoas infectadas e suas 
parcerias devem retornar ao serviço, caso se identifiquem novas 
lesõe 
VERRUGAS 
O tratamento das verrugas é feito com métodos destrutivos ou 
ablativos: 
- Pode ser destruído por cauterização com eletrocautério, laser, 
substâncias químicas (podofilina ou ácido tricloroacético), 
imunomoduladores ou ressecção cirúrgica. A escolha vai depender 
do número, gravidade e tamanho das lesões, disponibilidade de 
recursos, eficácia e efeitos adversos, estado imunológico da 
paciente, capacidade técnica do médico e aceitação pela paciente. 
- Nas lesões extensas de vulva, a fulguração com eletrocautério ou 
destruição com laser deve ser preferida. Nas mais localizadas pode-
se usar o TCA (Ácido Tricloroacético) nas concentrações de 30, 50 
ou 90%, dependendo da localização e do volume da lesão. Algumas 
lesões muito volumosas necessitam de ressecção cirúrgica. 
- O ácido tricloroacético (ATA) a 80% a 90% em solução alcoólica 
pode ser aplicado em pouca quantidade apenas nas verrugas, 
deixando secar. Feito isso, a lesão se tornará branca e irá de 
desprender da pele ao longo dos dias. Pode ser repetido 
semanalmente, se houver necessidade. No entanto, deve-se tomar 
alguns cuidados: só pode ser aplicado em gestantes caso as lesões 
não sejam muito extensas. Se a lesão for extensa, deve-se associar 
à exérese cirúrgica. 
- O ATA é um análogo do ácido acético que age “queimando” as 
verrugas e sua aplicação pode ser dolorosa. Substância cáustica que 
atua localmente, ocasionando desnaturação proteica tanto em 
tecidos sadios quanto nos infectados pelo HPV. Não é absorvido e 
não apresenta efeitos sistêmicos, mas leva à ulceração local. Pode 
ser usado com segurança em gestantes; 
- Preparado de podofilina: é uma resina extraída de plantas 
associada a duas substâncias sabidamente carcinogênicas 
(quercetin e quenferol), que interfere na mitose celular e causa 
danos na microcirculação com lesão endotelial, que resultam em 
necrose celular. Seu uso foi abandonado nos últimos anos em razão 
da baixa eficácia e dos vários efeitos adversos (hepatotoxicidade, 
neurotoxicidade, supressão da medula óssea e teratogenicidade). 
A podofilina não deve ser usada durante a gravidez, pois é 
neurotóxica para o feto; 
- A podofilotoxina em creme a 0,15% é aplicada nas lesões durante 
cerca de 3 dias, geralmente 2 vezes ao dia. Pode-se repetir com um 
intervalo mínimo de 4 dias, por no máximo 4 vezes. Está 
contraindicado em gestantes e crianças. Trata-se de um antiviral 
que desestabiliza os microtúbulos por se ligar à tubulina e impedir 
a divisão celular. Seus derivados podem ainda ligar-se à 
topoisomerase-2, dificultando a replicação celular. 
- A podofilina 10% a 25% em solução alcoólica ou tintura de 
Benjoim é aplicada em cada verruga, deixando-se secar. Repete-se 
semanalmente caso haja necessidade e também é contraindicada 
em gestantes e crianças. Esse medicamento de uso tópico tem ação 
citotóxica e também age no ciclo celular viral. Seu uso pode 
acarretar irritação local e efeitos sistêmicos só ocorrem em 
aplicações excessivas – náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, 
íleo paralítico, leucopenia transitória, dentre outros. 
- Imiquimod: substância química cuja ação ainda não é bem 
esclarecida, mas tem o poder de induzir a produção endógena de 
interferon alfa e outras citocinas como o fator de necrose tumoral 
alfa e a interleucina 6. Apresenta, então, uma atividade antiviral e 
antitumoral. Entretanto, sua taxa de sucesso não é tão alta, gira em 
torno de 55% de resolução dos condilomas, com baixa recidiva. 
- Há ainda a eletrocauterização, eletrocoagulação ou 
eletrofulguração. É um procedimento cirúrgico destrutivo em que 
se usa um equipamento chamado eletrocautério, carbonizando a 
lesão por eletricidade e energia térmica ou ainda por coagulação 
sanguínea da região. A criocauterização ou criocoagulação é útil se 
há poucas lesões e elas são muito queratinizadas. Esse 
procedimento já utiliza o frio. A exérese cirúrgica, por sua vez, é 
mais benéfica quando há muitas lesões ou a área acometida é 
demasiadamente grande. 
- Eletrocauterização: utiliza um eletrocautério para remover lesões 
isoladas, principalmente vulvares. Não deve ser realizado em lesões 
vaginais, cervicais e anais, devido ao risco de estenose. Os 
principais efeitos colaterais incluem dor, sangramento, ulceração e 
cicatrizes deformantes; 
- Crioterapia: promove a destruição térmica por meio de 
equipamentos específicos resfriados com nitrogênio líquido ou CO2 
 
10 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
, eliminando as verrugas por citólise térmica. É útil quando há 
poucas lesões ou em lesões muito queratinizadas. Pode ser 
necessária a realização de mais de uma sessão terapêutica, 
respeitando um intervalo de uma a duas semanas entre as sessões. 
Raramente necessita anestesia. Os principais efeitos colaterais 
incluem dor, eritema e bolhas no local da aplicação; 
- Exérese cirúrgica: principal método quando é desejável exame 
histopatológico do espécime. Os condilomas podem ser retirados 
por meio de incisão tangencial com tesoura delicada, bisturi ou 
cureta. Esse método traz maiores benefícios aos pacientes que 
tenham grande número de lesões ou extensa área acometida ou, 
ainda, em casos resistentes a outras formas de tratamento. Dor 
local, sangramento e cicatrização deformante são os principais 
efeitos colaterais desse procedimento; 
LESÕES CERVICAIS 
- O manejo irá dependerdo achado citológico. 
- Lesões de alto grau são tratadas por meio de métodos excisionais 
(NICS2 e 3), pois sabe-se que caso não tratadas, apresentarão risco 
de evoluir para câncer invasor em algum momento durante a vida 
da mulher. 
- Quanto às lesões de baixo grau (NIC1), as evidências sugerem que 
regressões espontâneas devem ocorrer. O tratamento conservador 
exige adesão do paciente e disponibilidade de acompanhamento 
com papanicolaou e colposcópico. Se após dois anos de 
acompanhamento não houver regressão também são indicados os 
métodos excisionais. Assim como, em pacientes imunossuprimidas. 
- O método excisional tradicional é a conização, trata-se da retirada 
de um cone do colo uterino com bisturi. 
- Outra opção é a cirurgia de alta frequência (CAF), que consiste no 
procedimento de conização com o uso de uma alça de 
eletrocautério. A CAF é mais simples, de menor morbidade e não 
exige realização em centro cirúrgico. Porém, sua desvantagem é 
que o cautério pode carbonizar as margens da peça, podendo 
impedir que o patologista informe se as margens cirúrgicas estão 
livres ou comprometidas. 
 
- Mesmo em pacientes com prole constituída, a histerectomia não 
estará indicada como tratamento inicial das lesões de alto grau. 
- Quando há diagnóstico de células escamosas atípicas de 
significado indeterminado do tipo ACS-US, repete-se a citologia em 
12 meses se a paciente tiver entre 25 e 29 anos, e em 6 meses se 
tiver mais de 30 anos. 
- Se for do tipo ACS-H – em que não se pode afastar lesão de alto 
grau – encaminha-se a paciente para a colposcopia. 
- Pacientes com resultado AGC – anormalidade de células 
glandulares – devem ser encaminhadas diretamente para a 
colposcopia. 
- Quando temos uma lesão intraepitelial cervical de baixo grau 
(LSIL), pacientes com idade igual ou superior a 6 meses devem 
repetir a citologia em 6 meses. 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
- A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, 
presumidamente por meio de abrasões microscópicas na mucosa 
ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de 
preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração 
protege parcialmente do contágio pelo HPV. 
- Duas vacinas contra o HPV estão disponíveis: uma vacina bivalente 
contra o HPV de alto risco dos tipos 16 e 18 e uma vacina 
quadrivalente contra os tipos 6, 11, 16 e 18. A administração é 
recomendada antes do início da vida sexual. As duas vacinas 
pretendem proteger contra o câncer cervical e a neoplasia intra-
epitelial cervical (NIC) de alto grau causada pelo HPV 16 e pelo HPV 
18. Apenas a vacina quadrivalente é projetada para prevenir o 
condiloma acuminado e a NIC de baixo grau causada pelo HPV 6 e 
HPV 11. 
- A via de administração de ambas as vacinas é intramuscular (0,5 
ml). 
- A vacina quadrivalente contra o vírus HPV foi incluída no 
Calendário Nacional de Vacinação pelo Ministério da Saúde (MS) 
em 2016. A partir de 2017, foi disponibilizada para meninas de 9 a 
14 anos. De forma análoga, nesse mesmo ano, ela também foi 
introduzida de forma escalonada para os meninos entre 11 a 14 
anos. 
- O MS passou a recomendar apenas duas doses da vacina 
(esquema 0 e 6 meses), pois estudos mostraram que a produção de 
anticorpos com duas doses nesta idade assemelha-se à produção 
de anticorpos após três doses em idade maior. 
 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO 
- O câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma 
ameaça à vida das mulheres. É caracterizado pelo crescimento 
anormal de células do colo do útero, que é a parte inferior do útero 
que fica em contato com a vagina. 
- Quando uma mulher se contagia com certos tipos de HPV, se as 
defesas imunológicas do seu corpo não são capazes de eliminar a 
infecção, pode ocorrer o desenvolvimento de células anormais no 
revestimento do colo do útero. Se não forem descobertas e 
tratadas a tempo, as células anormais podem evoluir de um pré-
câncer para um câncer. O processo geralmente leva vários anos e 
pode apresentar sintomas como sangramento vaginal, corrimento 
e dor. 
- O tipo histológico mais comum do câncer de colo do útero é o 
carcinoma de células escamosas, representando cerca de 85 a 90% 
 
11 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
dos casos, seguido pelo tipo adenocarcinoma. O principal fator de 
risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau 
(lesões precursoras do câncer de colo do útero) e do câncer de colo 
do útero é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). 
- Infecções persistentes por HPV podem levar a transformações 
intraepiteliais progressivas, que podem evoluir para lesões 
intraepiteliais precursoras do câncer de colo do útero, as quais, se 
não diagnosticadas e tratadas oportunamente, evoluem para o 
câncer de colo do útero. 
- Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos 
pela IARC (International Agency for Research on Cancer). Desses, os 
mais comuns são o HPV 16 e o HPV 18. 
- Contudo, a infecção pelo HPV, por si só, não representa uma causa 
suficiente para o surgimento dessa neoplasia, sendo necessária a 
persistência da infecção. A associação com outros fatores de risco, 
como o tabagismo e a imunossupressão (pelo vírus da 
imunodeficiência humana – HIV ou outras causas), influencia no 
surgimento desse câncer. 
- Há cofatores que aumentam o potencial de desenvolvimento do 
câncer genital em mulheres infectadas pelo papilomavírus: número 
elevado de gestações, uso de contraceptivos orais, tabagismo, 
infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas 
(como herpes e clamídia). 
- A progressão tumoral a partir da infecção de células normais por 
HPV parece estar condicionada a fatores relacionados ao vírus (tipo 
do vírus) e fatores relacionados ao hospedeiro (imunossupressão, 
uso de contraceptivos orais, multiparidade, tabagismo) 
- O câncer de colo do útero caracteriza-se pela replicação 
desordenada do epitélio de revestimento do órgão, 
comprometendo o tecido subjacente (estroma). Pode invadir 
estruturas e órgãos contíguos ou à distância. 
- A hemorragia vaginal é o sintoma mais comum em pacientes com 
câncer cervical. A perda sanguínea normalmente não se associa ao 
período menstrual e ocorre muitas vezes durante ou após o coito 
(sinusiorragia). Na pós-menopausa, comumente surge como 
sangramento uterino anormal. Queixas de corrimento vaginal 
fétido e dor pélvica, geralmente encontradas em estágios mais 
avançados do câncer de colo uterino, resultam de processos 
inflamatórios, associados ou não à infecção secundária do tumor.

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