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Funções secretoras do trato gastrointestinal

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PEDRO HENRIQUE MARTINS - MED100 FISIOLOGIA – P1 
 
 
 
FUNÇÕES SECRETORAS DO TRATO GASTROINTESTINAL 
CAPÍTULO 64 - GUYTON 
Funções das glândulas secretoras 
→ Secretar enzimas digestivas na maior parte do TGI 
→ Lubrificar e proteger, desde a boca até o ânus, com secreção mucosa 
A maioria das secreções é formada, apenas, em resposta à presença de alimento no trato alimentar, e a 
quantidade secretada, em cada segmento do trato, é, em geral, quase exatamente a quantidade necessária 
para a boa digestão. 
Estimulação 
O contato do alimento com o epitélio estimula a função secretora dos estímulos nervosos entéricos. 
Além disso, a estimulação epitelial também ativa o sistema nervoso entérico da parede do trato intestinal. 
Parassimpática aumenta a secreção no trato digestivo glandular 
Simpática aumenta a secreção de glândulas locais e sobreposta ao estímulo parassimpático, promove 
constrição dos vasos sanguíneos que suprem as glândulas, diminuindo a secreção 
Hormônios aumentam a produção de suco gástrico e pancreático, quando o alimento entra no 
estômago ou no duodeno 
Secreção de Saliva 
São secretadas pelas glândulas parótidas, sublinguais e submandibulares), contendo secreções: 
→ Serosas - contém ptialina que faz digestão de amido 
→ Mucosas - contém mucina que lubrifica e protege as superfícies 
Saliva possui pH entre 6,0 e 7,0, faixa favorável para ação digestiva da ptialina, contendo quantidade 
elevada de íons potássio e bicabornato e baixa quantidade de sódio e cloreto 
Secreção ocorre em 2 estágios. O primeiro envolve os ácinos e o segundo envolve os ductos salivares. 
Ácinos produzem secreção primária contendo ptialina e/ou mucina. A medida que a secreção flui 
pelos ductos, ocorre 2 processos de transporte ativo que modificam a composição iônica. 
A reabsorção de sódio e secreção do potássio fazem com que o cloreto seja reabsorvido 
passivamente. O bicabornato é secretado ativamente ou por meio de troca com os íons cloreto. 
Estímulos gustativos (azedo) e táteis estimulam os núcleos salivatórios, da onde saem os sinais 
parassimpáticos que aumentam a excreção de saliva. O cheiro e ingestão de alimentos que a pessoa gosta 
também aumenta a excreção, porém, devido ao fato de que a área do cérebro que controla o apetite estar 
localizada próxima aos centros parassimpáticos do hipotálamo. 
Os estímulos parassimpáticos que induzem salivação abundante, também dilatam moderadamente os 
vasos sanguíneos - além da própria salivação já dilatar esses vasos - provocando uma maior nutrição das 
glândulas salivares. Esse efeito vasodilatador adicional se dá pelo fato de as glândulas salivares secretarem 
calicreína que cliva uma proteína do sangue para formar bradicinina, potente vasodilatador. 
 
 
PEDRO HENRIQUE MARTINS - MED100 FISIOLOGIA – P1 
 
 
 
 
Secreção Gástrica 
Além de células secretoras de muco, a mucosa gástrica possui 2 tipos de glândulas 
Glândulas oxínticas (gástricas) - são formada por células da mucosa do cólon (secretam muco), 
células pepitídicas ou principais (pepsinogênio) e células parietais ou oxínticas (HCl e fator intrínseco) 
Glândulas pilóricas - secretam muco para proteger a mucosa pilórica do HCl e gastrina 
Secreção de HCl - quando estimuladas, as células parietais secretam solução ácida contendo 160 mmol/L de 
HCl. O pH dessa solução é de 0,8 (extremamente ácido). Esse ácido é formado nas projeções em forma de 
vilos, e é, então, conduzido até a extremidade secretora da célula através dos canalículos. A principal força 
motriz para a secreção de HCl é a bomba de hidrogênio-potássio (H+-K+ATPase). 
Uma barreira gástrica de muco alcalino protege as células da mucosa gástrica de serem lesadas pela ação do 
HCl. Uso excessivo de aspirina e álcool danifica essa barreira, lesando a mucosa. 
Acetilcolina (parassimpática) aumenta secreção de muco, HCl e pepsinogênio. Já a gastrina e a histamina 
estimulam a maior secreção de HCl e tem pouco efeito sobre a secreção de muco e pepsinogênio. 
Secreção e ativação do pepsinogênio - quando secretado, não possui nenhuma atividade digestiva. Porém, 
assim que entra em contato com o HCl, o pepsinogênio é clivado para formar pepsina ativa, funcionando em 
pH de 1,8 a 3,5. Conclui-se que o HCl é tão importante quanto a pepsina para a digestão das proteínas. 
Secreção do fator intrínseco – essa substância é essencial para absorção de B12 e é secretada pelas células 
parietais junto com o HCl. Em casos de gastrite crônica, onde ocorre destruição dessas células, o indivíduo 
evolui à acloridria (ausência de secreção de HCl) e anemia perniciosa (hemácias não se maturam sem 
estimulação da B12 na medula óssea). 
Glândulas pilóricas são estruturalmente semelhantes às glândulas oxínticas, porém contém essencialmente 
células mucosas, liberando pouco pepsinogênio, mas bastante muco, que auxilia na lubrificação e proteção 
da parede gástrica. Essas glândulas também liberam o hormônio gastrina que tem papel crucial no controle 
da secreção gástrica. 
Células mucosas superficiais secretam muco que recobre toda a mucosa gástrica. Quando em contato com 
qualquer tipo de alimento ou qualquer irritação na mucosa, há uma maior liberação de muco 
Estimulação da secreção de ácido pelo estômago é controlada por sinais nervosos e endócrinos, além de 
ser controlada por células semelhantes às enterocromafins (células ECL) que secretam histamina 
estimuladas pela gastrina. A histamina por sua vez, estimula a secreção de HCl. 
Estimulação de secreção de ácido pela gastrina – Gastrina começa a ser secretada pelas células G quando 
há presença de carne ou outros alimentos proteicos no estômago. Gastrina por sua vez, atinge as células ECL 
estimulando a secreção de histamina e com isso, ocorre estimulação de HCl 
Regulação da secreção de pepsinogênio ocorre por meio de dois tipos de sinais: estimulação por 
acetilcolina ou pelo ácido no estômago. O ácido causa reflexos nos plexos entéricos, os quais estimulam as 
células peptídicas. Portanto, secreção de pepsinogênio é fortemente influenciada pela quantidade de ácido 
presente no estômago. 
 
 
PEDRO HENRIQUE MARTINS - MED100 FISIOLOGIA – P1 
 
 
 
 
Fases da secreção gástrica - Cefálica, gástrica e intestinal 
Cefálica - ocorre antes do alimento entrar no estômago. Resulta da visão, odor, lembrança ou sabor. 
Quanto maior o apetite, maior a estimulação. Contribui com cerca de 30% da secreção gástrica 
Gástrica - ocorre quando o alimento está no estômago. Ele excita os reflexos longos vasovagais, 
reflexos entéricos locais e mecanismo da gastrina. Contribui com 60% da secreção e é responsável pela 
maior parte da secreção gástrica diária, com cerca de 1,5L. 
Intestinal - presença de alimento na porção superior do intestino, principalmente no duodeno causa 
uma pequena secreção gástrica devido a pouca quantidade de gastrina liberada pela mucosa duodenal. 
 
Secreção Pancreática 
As enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos pancreáticos e grandes volumes de 
bicarbonato de sódio são secretados pelos ductos pequenos e maiores que começam nos ácinos. O produto 
combinado de enzimas e bicarbonato flui pelo ducto pancreático, que drena para o ducto hepático, se 
esvaziando no duodeno pela papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi. 
O suco pancreático é secretado de modo mais abundante, em resposta à presença de quimo nas porções 
superiores do intestino delgado e as características desse suco são determinadas, até certo ponto, pelos tipos 
de alimento no quimo. 
Secreção contém múltiplas enzimas e íons bicarbonato, que contribuem para a neutralização da acidez do 
quimo que passa do estômago para o duodeno 
Enzimas importantes para a digestão de proteínas - tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase. 
Tripsina e quimiotripsina hidrolizam proteínas a peptídeos. Entretanto, a carboxipolipeptidase cliva 
alguns peptídeos e alguns aminoácidos, completando a digestãode proteínas até aminoácidos 
Amilase pancreática é a enzima responsável pela digestão de carboidratos. 
Para a digestão de gorduras, as enzimas são lipase pancreática, colesterol esterase e fosfolipase. 
Enzimas são sempre encontradas nas formas inativas e ativadas após serem secretadas no trato intestinal. 
Tripsinogênio é ativado tanto pela enzima enterocinase que é secretada pela mucosa intestinal quando o 
quimo entra em contato com ela quanto pela própria tripsina já ativada. 
Inibidor de tripsina é secretado pelas mesmas células que secretam enzimas proteolíticas (digerem 
proteínas). Esse inibidor impede a ativação do tripsinogênio e, consequentemente, a digestão do próprio 
pâncreas. Quando esse órgão é lesado gravemente ou quando ocorre bloqueio do ducto, grande quantidade 
de secreção pancreática se acumula. Com isso, o efeito do inibidor é insuficiente, causando a ativação da 
tripsina e outras enzimas, causando pancreatite aguda em poucas horas 
Secreção de bicarbonato e água é feita através dos ductos das células epiteliais e aumenta o pH do quimo 
que chega ao duodeno vindo do estômago 
 
 
PEDRO HENRIQUE MARTINS - MED100 FISIOLOGIA – P1 
 
 
 
 
Estímulos que causam secreção pancreática 
→ Acetilcolina (sistema nervoso parassimpático) 
→ Colecistocinina secretada pela mucosa duodenal e jejunal quando o alimento entra no intestino 
→ Secretina também secretada pela mucosa duodenal e jejunal quando o alimento muito ácido entra no 
intestino delgado 
▪ Se os 3 ocorrem de maneira conjunta, a quantidade de secreção será bem maior do que se 
ocorresse em cada um separadamente 
Fases da secreção pancreática - Cefálica, gástrica e intestinal 
Cefálica - os mesmos sinais da fase cefálica estomacal liberam acetilcolina no pâncreas. 20% 
Gástrica - estimulação nervosa da secreção enzimática prossegue. 5% a 10% do total 
Intestinal - secreção pancreática abundante em resposta a secretina após o quimo entrar no intestino 
Durante a cefálica e a gástrica, pouca quantidade de secreção chega ao duodeno porque somente uma 
pequena quantidade de água e eletrólitos é secretada junto com as enzimas. 
Secretina estimula secreção abundante de bicarbonato, que neutraliza o quimo gástrico ácido e deixam o pH 
do pâncreas de alcalino para neutro, permitindo a ação de enzimas digestivas pancreáticas. 
Presença de protease e peptonas (produtos da digestão de proteínas) e ácidos graxos de cadeia longa no 
quimo que vem do estômago estimula a liberação de CCK pela mucosa do duodeno e do jejuno. Esse 
hormônio provoca secreção de mais enzimas digestivas pancreáticas, respondendo de 70% a 80% da 
secreção total após as refeições. 
 
Secreções do Intestino Delgado 
Muco – a secreção de um muco alcalino pelas Glândulas de Brunner se dá por estímulos táteis ou irritativos 
na mucosa duodenal, por estimulação vagal que causa maior secreção desse muco ao mesmo tempo que 
aumenta a secreção gástrica e por hormônios, especialmente a secretina. A quantidade de bicarbonato 
presente nesse muco, somado com o bicarbonato da secreção pancreática e da bile hepática, neutralizam o 
HCl que entra no duodeno. Essas glândulas são inibidas por estimulação simpática, sendo esse o principal 
motivo para úlceras pépticas em pessoas tensas. 
Suco digestivo – na superfície do intestino existem depressões chamadas de Criptas de Lieberkünh que 
ficam entre as vilosidades intestinais. Superfície das criptas e das vilosidades possuem epitélio formado por 
células caliciformes que secretam muco, o qual lubrifica e protege a superfície intestinal e enterócitos que, 
nas criptas, secretam água e eletrólitos e nas vilosidades, absorvem água, eletrólitos e produtos finais da 
digestão. As secreções intestinais são formadas pelos enterócitos e possuem pH ligeiramente neutro. 
As secreções do intestino delgado não possuem enzimas, diferente dos enterócitos da mucos, que possuem 
enzimas que digerem substâncias específicas enquanto são absorvidas do lúmen intestinal 
Ciclo de vida de uma célula epitelial intestinal é de 5 dias. O rápido crescimento dessas células permite 
reparações na mucosa 
PEDRO HENRIQUE MARTINS - MED100 FISIOLOGIA – P1 
 
 
 
Os mais importantes processos de regulação da secreção no intestino delgado são reflexos nervosos 
entéricos locais, em especial reflexos desencadeados por estímulos táteis ou irritantes do quimo sobre a 
mucosa. 
 
Secreção de muco pelo Intestino Grosso 
A mucosa, como do intestino delgado, possui inúmeras Criptas de Lieberkünh, mas não possui vilos. As 
células epiteliais secretam apenas muco que contém quantidade moderada de bicarbonato. 
A secreção de muco é regulada por estimulação tátil direta e por reflexos nervosos locais, ou pela inervação 
parassimpática, associado ao aumento da motilidade peristáltica do cólon 
O muco protege a parede contra escoriações, contra bactérias presente nas fezes, proporciona meio adesivo 
para as fezes e com seu pH alcalino, constitui uma barreira para impedir danos na parede intestinal pelos 
ácidos formados no material fecal. 
Quando a mucosa do cólon fica irritativa, além do muco, há uma grande secreção de água e eletrólitos pela 
mucosa, diluindo os fatores irritantes e causando movimento rápido das fezes para o ânus. O resultado é 
diarreia com grande perda de água e eletrólitos, além dos fatores irritativos, ocasionando uma rápida 
recuperação da doença.

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