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RESUMO MED PREV VIGILÂNCIA EM SAÚDE No campo da saúde, relacionada aos conceitos de saúde e doença presentes em cada época e lugar, às práticas de atenção aos doentes e aos mecanismos adotados para tentar impedir a disseminação das doenças Experiências históricas decisivas para tal prática atualmente: medicina de estado na Alemanha (estatizada socializada – sec. XVIII); medicina urbana na França (modelo médico e político da quarentena – sec. XVIII); medicina social na Inglaterra (XIX) EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO SÉC XIX – função de observar contatos de pacientes atingidos pelas denominadas “doenças pestilenciais” DÉCADA DE 1950 – acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde na comunidade 1963 – Observação continua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade 1968 – Visão mais abrangente como instrumento de recomendação não só em doenças transmissíveis 1960 E 1970 – campanha de erradicação da varíola contribuiu para disseminação do conceito 1975 – Organização do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica 1976 – Criada a secretaria nacional de vigilância sanitária 1990 – Vigilância ambiental começa a ser discutida A partir de 1990 começou=se a conceber a proposta de ação baseada na “vigilância da saúde” englobando 3 aspectos: 1. Vigilância de efeitos sobre a saúde, como agravos e doenças 2. Vigilância de perigos sobre a saúde, como agentes químicos, físicos e biológicos que possam ocasionar doenças e agravos 3. Vigilância de exposições através do monitoramento da exposição de indivíduos ou grupos populacionais a um agente ambiental ou seus efeitos VIGILÂNCIA EM SAÚDE Rearticulação de saberes e práticas sanitárias apoiada no conceito positivo do processo saúde-enfermidade deslocando o olhar da doença para o modo de vida das pessoas “Proposta de ação” e “área de práticas” caracterizada por: intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção e acompanhamento contínuos; adoção do conceito de risco; articulação entre ações promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação Inter setorial; ação sobre o território; intervenção sob forma de operações Caminho fértil para a consolidação dos princípios do SUS 2003 – Criação da Secretaria de Vigilância e Saúde (SVS) 2018 – Instituição da Política Nacional de Promoção de Saúde (PNVS) Permite a separação da dicotomia entre as práticas coletivas e as práticas individuais VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos Propósito: fornecer embasamento e orientação técnica permanente para os responsáveis pela decisão e execução de ações de controle de doenças e agravos Planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde FUNÇÕES • Coleta de dados • Processamento dos dados coletados • Análise e interpretação dos dados • Recomendação das medidas de controle apropriadas • Promoção das ações de controle indicadas • Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas • Divulgação de informações pertinentes Todos os níveis do sistema de saúde têm atribuições de vigilância epidemiológica Subdivide-se em: 1. Vigilância e controle de doenças transmissíveis 2. Vigilância das doenças (DCNT) e agravos não transmissíveis (acidentes e violências) Sistema de informação de agravo de notificação – SINAN Instrumento de suporte na vigilância de agravos transmissíveis e não transmissíveis desenvolvido a partir da década de 1990 para: Padronizar a coleta e processamento dos dados sobre agravos de notificação compulsória no território nacional Fornecer dados para análise do perfil da morbidade e contribuir para a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal Permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica e a democratização da informação SITUAÇÃO EM SAÚDE Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a análise de situação de saúde é um processo que permite caracterizar, medir e explicar o perfil de saúde-doença de uma população, incluindo danos ou problemas de saúde, bem como os determinantes Vertente da vigilância em saúde que prioriza a análise da saúde de grupos populacionais definidos em função de suas condições de vida Objetiva produzir informação e conhecimento útil para orientar a ação em saúde coletiva desenvolvendo ações de monitoramento contínuo dos principais indicadores de saúde Permite utilização do conhecimento produzido nas atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos, avaliação dos programas implementados, entre outras Instrumento de suporte ao controle social pois amplia o acesso às informações e aos conhecimentos criados por essa prática e informa a comunidade e os profissionais de saúde em todos os níveis Retroalimenta as fontes notificadoras e aprimora as informações em saúde, pois usa de maneira crítica seus dados e dá visibilidade para seus limites e qualidades VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde Ações centradas nos fatores não biológicos do meio ambiente que possam oferecer risco a saúde humana como: água para consumo, ar, solo, desastres naturais... Estão incluídos os procedimentos de vigilância associados a contaminantes ambientais (exposição a agrotóxicos, amianto, mercúrio, benzeno e chumbo) VIGILÂNCIA DA SAÚDE DO TRABALHADOR Visa à promoção da saúde e a redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos Objetivos Caracterização do território, perfil social, econômico... Intervir nos fatores determinantes dos riscos e agravos Avaliar o impacto das medidas adotadas para eliminação, controle e atenuação Utilizar diversos sistemas de informação Atuar na promoção e proteção da saúde dos trabalhadores VIGILÂNCIA SANITÁRIA Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde Abrange o controle de bens de consumo que se relacionam com a saúde (direta ou indiretamente) Se organiza sob a forma do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) Áreas de atuação • Produtos • Serviços de saúde • Meio ambiente • Saúde do trabalhador • Portos, aeroportos e fronteiras A VISA é responsável por promover e proteger a saúde e prevenir a doença por meio de estratégias e ações de educação e fiscalização Educação e orientação - Pedagógico Fiscalização – policia HUMANIZAÇÃO E CUIDADO EM SAÚDE Inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado e ação integral entre pessoas com efeitos e repercussões positivas Podem contribuir para a redução do impacto do adoecimento A humanização é uma aposta ético-estético-política: Ética porque envolve a atitude dos usuários, gestores e profissionaisde saúde Estética porque se refere ao processo de produção de saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas Política porque se associa a organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS Nos anos 90, o direito à privacidade, confidencialidade da informação, consentimento em face de procedimentos médios e atendimento respeitoso ganham força reivindicatória orientando propostas, programas e políticas de saúde Nos anos 2000, a 11° conferência nacional de saúde tratou a questão da humanização Entre 1999 e 2002, o Ministério da Saúde propôs ações e programas voltados para o campo da “humanização”, como: • Carta ao usuário • Programa nacional de avaliação dos serviços hospitalares (PNASH) • Programa de modernização gerencial dos grandes estabelecimentos de saúde • Programa de humanização no pré-natal e nascimento • Norma de atenção humanizada de recém-nascido de baixo peso – método canguru • Programa centros colaboradores para a qualidade e assistência hospitalar • Programa de acreditação hospitalar Em 2003, a PNH – Política Nacional de Humanização do SUS (Humaniza SUS) foi criada pelo Ministério da Saúde, atuando de forma transversal às demais políticas de saúde, a fim de impactá-las e interferir na qualificação da atenção e gestão do SUS Se pauta em três princípios 1. Transversalidade 2. Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde 3. Autonomia e protagonismo dos sujeitos É por meio de responsabilidade compartilhada, vínculos solidários e participação coletiva dos processos de gestão e produção de saúde que a política do HumanizaSUS é baseada ACOLHIMENTO Reconhecer o outro e o que ele traz como legitima e singular necessidade de saúde Sustenta relação entre equipes/serviços e usuários/populações Construído de forma coletiva e com objetivo de estabelecer relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio afetiva Ultrapassa limites dos estabelecimentos Como fazer? Com escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores ao usuário, garantindo o acesso destes a tecnologias adequadas e ampliando a efetividade das práticas em saúde Assegura que todos sejam atendidos com prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO Expressa a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão – lugar de análise dos contextos, política em geral, saúde em particular, formação e pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo Como fazer? Opção do gestor se colocar em perspectiva junto à equipe de trabalho, horizontalização Ao incluir a equipe, o gesto amplia sua capacidade de análise e soluções mais assertivas Organização e experimentação de espaços coletivos e colegiados – colocar as diferenças em contato de modo a produzir movimentos de desestabilização que favoreçam mudanças nas práticas de gestão e de atenção PNH destaca 2 grupos: aqueles que dizem respeito à organização de um espaço coletivo de gestão que permita o acordo entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores; e aqueles que se refere aos mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde AMBIÊNCIA Processo de construção de espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e considerem todas as dimensões humanas implicadas no processo de ocupação dos espaços para que estes sejam de fato produtores de saúde e lugares de encontro entre as pessoas Como fazer? Discussão compartilhada dos processos de trabalho, projetos arquitetônicos cogeridos, reformas e uso dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores CLINICA AMPLIADA E COMPARTILHADA Profissional pode realizar atividades e ações que não pertencem somente à sua especialidade, mas sim diz respeito às suas atribuições como profissional da saúde Olhar sobre usuário / situação de saúde não se resume apenas ao olhar de um especialista, mas sim de toda a equipe, para além do olhar biomédico Desviar de uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença Enfrentar a fragmentação do conhecimento e das ações de saúde Como fazer? Recursos que enriqueçam o diagnostico além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clinicas e suas questões sociais; dialogo com escuta qualificada de modo a possibilitar decisões compartilhadas e comprometidas com a autonomia do usuário VALORIZAÇÃO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR Aprimorar a capacidade de compreender e analisar o trabalho de forma a fazer circular a palavra, criando espaços para debates coletivos, buscando novos modos de fazer e se relacionar no trabalho Compreender as situações nas quais os sujeitos trabalhadores afirmam a sua capacidade de criação e de avaliação das regras de funcionamento coletivo instituídas nas organizações de saúde Como fazer? Processo continuo de construção e desconstrução de saberes, valores, concepções, de avaliar quais formas de funcionamento coletivo estão produzindo adoecimento e aquelas que promovem a saúde A diretriz da cogestão favorece diretamente essa diretriz DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS Serviços de saúde devem incentivar o conhecimento dos direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado Como fazer? Mecanismos que façam a informação chegar ao usuário, assim como, a implementação das ouvidorias e outros meios de escuta do usuário que façam suas questões chegarem aos gestores e sejam defendidas conforme seus direitos Carta dos direitos do usuário SUS MÉTODOS E DISPOSITIVOS DA PNH Caminha no sentido da inclusão, nos processos de produção de saúde, dos diferentes agentes implicados nestes processos MÉTODO DE TRÍPLICE INCLUSÃO Inclusão dos diferentes sujeitos no sentido da produção de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade (rodas) Dos analisadores sociais; fenômenos que desestabilizam os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencializando os processos de mudança (analise coletiva dos conflitos) Do coletivo como movimento social organizado ou experiência singular sensível dos trabalhadores de saúde quando em trabalho grupal (fomento das redes) Efeitos esperados 1. Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso 2. Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco 3. Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vinculo 4. Garantia dos direitos dos usuários 5. Valorização do trabalho na saúde 6. Gestão participativa nos serviços Dispositivos desenvolvidos • Acolhimento com classificação de risco • Equipes de referência e apoio matricial • PTS e P de saúde coletiva • Projetos cogeridos de ambiência • Colegiado gestor; contrato de gestão • Escuta qualificada • Visita aberta e direito à acompanhante • PFST e CAP • Programas de qualidade de vida e saúde para os trabalhadores • GTH / CTH • Projeto memória do SUS REDE HUMANIZASUS Rodas de conversa Incentivo às redes e movimentos sociais Gestão de conflitos das ferramentas experimentadas no SUS Inclusão dos trabalhadores na gestão Inclusão dos usuários e seus familiares nos processos de cuidado Local de colaboração, que incentiva o conhecimento e dialogo