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CÂNCER DE PULMAO - TUTORIA

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@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
1 
 
tutoria 
CANCER DE PULMAO
 
Problema 03: Gratidão à Deus! 
Sem ter nem pra quê, passei a noite com febre alta. No amanhecer do dia, fui ao encontro de minha irmã, funcionária de 
um laboratório de análise e relatei o fato. Para nos tranquilizar, colheu material e fez um hemograma. Infecção comprovada, de 
comum acordo, procuramos o infectologista do hospital do SUS onde ela trabalhava. A suspeita: pneumonia. 
Fizemos um raio X de pulmão. Estranho: a imagem mostrou alteração na parte superior, quando deveria ser na base 
em caso de confirmação da pneumonia. Encaminhou para um pneumologista. “É bronca safada. Para lhe tranquilizar, vamos fazer 
uma tomografia”. E os exames se seguiram... ressonância magnética computadorizada, broncofibroscopia com biopsia, 
histopatológico... paralelo à luta burocrática para conseguir as devidas liberações... Enfim, diagnóstico: CA de pulmão! 
Em frações de segundos, a retrospectiva e a certeza absoluta que era resultante de uma vida inteira, eu Sophia hoje com 
63 anos de idade – dos 12 aos 39 anos, dependente da nicotina, consumindo uma média de 40 cigarros/dia. Ah, se pudesse 
voltar no tempo... Mas não podia! Nem podia colocar esse fardo nas costas de meu pai, também fumante e vítima fatal do mesmo 
diagnóstico. Pareceu um atestado de óbito antecipado. Passado o choque, um desejo imenso de viver tomou conta de mim. Fiz um 
acordo com Jesus: no que dependesse de mim, faria toda minha parte para continuar viva; se, porém, fosse chegado a minha hora, 
queria partir em paz e deixar minha família também em paz. 
Depois deste acordo firmado, encontrei o equilíbrio para lutar contra a doença que me abatera. Da oncologista, recebi uma 
notícia animadora: é caso cirúrgico! Assim, perdi apenas a parte superior do pulmão direito sem necessidade de nenhum outro 
tratamento complementar. Retomei a vida com normalidade, alegria e profunda gratidão.
NEOPLASIAS PULMONARES 
 
Em torno de 95% dos tumores primários de pulmão são 
carcinomas; os 5% restantes englobam um grupo 
heterogêneo que inclui carcinoides, neoplasias malignas 
mesenquimais (p. ex., fibrossarcomas, leiomiomas), linfomas 
e algumas poucas lesões benignas. 
BENIGNAS 
 
Tumores benignos de pulmão são neoplasias raras, 
correspondendo a apenas 1% dos tumores pulmonares 
ressecados. 
A classificação dos tumores benignos fica mais didática 
quando é utilizada a origem da célula tumoral. Esta pode 
estar localizada mais comumente no parênquima ou no 
brônquio. 
 
HAMARTOMA 
 É o tumor benigno mais comum. 
 Resulta do crescimento desordenado e anormal de 
um tecido encontrado no parênquima pulmonar. 
 Em corte histológico, são encontradas cartilagem, 
glândulas e gordura. 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
2 
 
 Usualmente, é diagnosticado em um rx ocasional, 
principalmente em homens, dos 30 aos 60 anos, e 
a maioria está localizado na cortical pulmonar. 
 São nódulos únicos, bem definidos, com 1 a 2cm 
de diâmetro, podendo ter calcificações em 50% 
dos casos, melhor evidenciada à tomografia 
computadorizada. 
 A presença de gordura bem delimitada sugere 
benignidade, principalmente se houver 
calcificação. 
 A localização endobrônquica, com sinais de 
obstrução, é extremamente rara. 
 O hamartoma pode crescer até 3,2mm ao ano, o que 
acontece em 50% dos casos. Por esta razão, 
frequentemente um hamartoma é confundido 
com nódulo maligno e é tratado com ressecção. 
Mas, excetuando hamartomas intrabrônquicos, não 
há indicação de ressecar um hamartoma 
intrapulmonar assintomático, a menos que seja 
para excluir malignidade. 
 O tumor benigno mais comum é um discreto 
“hamartoma”, esférico e pequeno (1 a 4 cm), que 
aparece frequentemente como “lesão em moeda” 
em radiografias torácicas. Consiste, principalmente, 
em cartilagem madura misturada com gordura, 
tecido fibroso e vasos sanguíneos, em proporções 
variadas. 
LIPOMA 
 É um tumor de origem na célula adiposa que se 
localiza freqüentemente no interior do brônquio, 
produzindo pneumonias de repetição no mesmo 
lobo. Neste caso, o tumor se origina da gordura 
submucosa, presente entre as cartilagens. 
 Na fibrobroncoscopia, evidencia-se uma 
elevação da mucosa, obstruindo parcial ou 
totalmente a luz brônquica. 
 Por ser extra-mucoso, a ressecção endoscópica fica 
prejudicada. 
 A recomendação é que seja ressecada apenas a 
lesão, com algum tipo de broncoplastia, 
preservando o parênquima pulmonar sempre que 
possível. 
LEIOMIOMA 
 É o tumor de tecidos moles mais comum no 
pulmão. 
 Composto quase que exclusivamente por 
músculo liso. 
 Mulheres entre 30 e 40 anos são os pacientes 
mais comuns (66%). 
 A hipótese de ser o leiomioma metástase de um 
mioma uterino nunca foi cientificamente provada. 
 O mais comum é, sendo o músculo liso encontrado 
em artérias, mucosa brônquica e outros tecidos 
normalmente encontrados no pulmão, que este 
tumor seja originado do próprio tecido intrapulmonar. 
CARCINOMA EPIDERMOIDE 
 
ADENOCARCINOMA 
 
ADENOCARCINOME IN SITU 
 
CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS 
 
CARCINOMA SARCOMATOIDE 
 
CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS 
 
TUMOR NEUROENDÓCRINO DE GRANDES 
CÉLULAS 
 
ROBBINS CAP. 12 PÁG. 504-510 
CÂNCER DE PULMÃO 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
Mais importante causa de morte em países industrializados 
O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e 
mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele não 
melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto 
em incidência quanto em mortalidade. 
Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de 
pulmão. 
No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 
2015. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou 
uma das principais causas de morte evitáveis. 
 A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 diminuiu 3,8% 
ao ano em homens e, 2,3% ao ano em mulheres, devido à 
redução na prevalência do tabagismo. 
A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer 
de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para 
mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados 
em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa 
de sobrevida de cinco anos é de 56%. 
A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 
milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 
mil em mulheres. 
O pico de incidência ocorre em pessoas entre 50-60 anos 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
3 
 
No momento do diagnóstico, mais de 50% dos pacientes já 
apresentam metástases a distância e cerca de 25% têm 
células tumorais em linfonodos regionais. 
Carcinomas de células escamosas e o de pequenas células 
demonstram maior associação ao tabagismo. 
Adenocarcinomas são o tumor primário mais comum em 
mulheres, em não fumantes e em pessoas abaixo de 45 anos. 
Cerca de 90% das neoplasias de pulmão ocorrem em 
fumantes ativos ou em pacientes que deixaram de fumar 
recentemente. 
ETIOLOGIA E PATOGENIA 
 
Os carcinomas de pulmão relacionados com o tabagismo 
surgem a partir de acúmulos graduais de mutações 
condutoras que resultam em transformação maligna de 
células progenitoras benignas no pulmão em células 
neoplásicas, que possuem as características típicas do 
câncer. 
A sequência de alterações moleculares tende a seguir uma 
sequência caminhando paralelamente à progressão 
histológica em direção ao câncer. Desta forma, a inativação 
pontual dos genes supressores de tumor localizados no 
braço curto do cromossomo 3 (3p) é um evento inicial 
muito comum, ao passo quemutações no gene 
supressor de tumor TP53 e no oncogene KRAS ocorrem 
de forma relativamente tardia. 
Um subgrupo de adenocarcinomas (cerca de 10% em 
brancos e 30% em asiáticos), especialmente os que surgem 
em mulheres não tabagistas, apresenta mutações que 
ativam o receptor do fator de crescimento epidérmico 
(epidermal growth factor receptor – EGFR), que é um 
receptor tirosina cinase que estimula as vias pró-
crescimento envolvendo RAS, PI3K e outras moléculas 
de sinalização. 
As mutações de EGFR e KRAS (em 30% dos 
adenocarcinomas) são mutuamente exclusivas, o que é 
esperado, visto que a KRAS está presente no final da via do 
EGFR. 
Outras mutações que podem ser alvos em potencial foram 
descritas em uma pequena proporção dos adenocarcinomas 
(4%-6%, ao todo), e incluem mutações que ativam outras 
tirosina cinases, como ALK, ROS1, HER2 ou c-MET. Cada 
uma destas cinases é alvo de diferentes medicamentos, o 
que acelerou uma nova era de tratamento “personalizado” do 
câncer de pulmão, onde as características genéticas do tumor 
guiam a terapia. 
Acredita-se que alguns adenocarcinomas pulmonares 
invasivos surgem por meio de uma sequência de hiperplasia 
adenomatosa atípica → adenocarcinoma in situ → 
adenocarcinoma invasivo. 
Postula-se que as BASCs sofrem um evento desencadeador 
(p. ex., uma mutação somática do KRAS) que permite que 
estas células escapem dos mecanismos de pontos de 
verificação, resultando em adenocarcinomas pulmonares. 
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: existe uma 
correlação linear entre a intensidade de exposição à fumaça 
do cigarro e o aparecimento de alterações epiteliais cada vez 
mais graves, que se iniciam com hiperplasias basais 
relativamente inócuas e metaplasia escamosa, progredindo 
para displasia escamosa e carcinoma in situ, até, finalmente, 
chegarem ao câncer invasivo. 
MORFOLOGIA 
 
Os carcinomas de pulmão iniciam-se como pequenas 
lesões tipicamente firmes e de cor cinza-esbranquiçada. 
Podem surgir como massas intraluminais, que invadem a 
mucosa brônquica, ou formar grandes massas 
avançando em direção ao parênquima pulmonar 
adjacente. 
ADENOCARCINOMAS: 
o Localizados perifericamente (mas também podem 
ocorrer próximos ao hilo), 
o Crescem lentamente (formando massas menores do 
que os outros subtipos), 
o Tendem a metastatizar amplamente, mesmo nos 
estágios iniciais. 
o Variedade de padrão de crescimento: tipos acinar 
(formador de glândulas); papilar; mucinoso 
(frequentemente multifocal e pode se manifestar 
como consolidação semelhante à pneumonia); e 
sólido. 
o A variante sólida geralmente requer a evidenciação 
de mucina intracelular por colorações especiais para 
identificar sua diferenciação adenocarcinomatosa 
FATORES DE RISCO 
 
 Tabagismo (o risco é 60 vezes maior nos fumantes 
inveterados habituais (dois maços por dia durante 20 
anos) do que nos não fumantes.) 
 Por motivos ainda desconhecidos, as mulheres são 
mais suscetíveis aos carcinógenos da fumaça do 
tabaco do que os homens 
 Fumo passivo 
 Fumo de cachimbo e charuto 
 Trabalho em minas de urânio 
 Trabalho com asbesto 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
4 
 
 Inalação de poeiras contendo arsênio, cromo, níquel 
ou cloreto de vinil. 
 Idade avançada: a maior parte dos casos afeta 
pessoas entre 50 e 70 anos. 
 Infecções pulmonares de repetição, 
 DPOC 
 Fatores genéticos 
 História familiar de câncer de pulmão. 
 Irradiação torácica prévia 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja 
avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em 
estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são: 
 Tosse persistente 
 Escarro com sangue (sugere comprometimento de 
via aérea) 
 Dor no peito 
 Rouquidão 
 Piora da falta de ar 
 Perda de peso e de apetite 
 Pneumonia recorrente ou bronquite 
 Sentir-se cansado ou fraco 
 Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e 
aparecem crises em horários incomuns 
 
RASTREAMENTO 
O rastreamento do câncer de pulmão é a realização de 
exames para diagnosticar uma doença em pessoas 
assintomáticas. 
As recomendações para o rastreamento do câncer de pulmão 
são para pessoas com idade entre 55 e 74 anos, com bom 
estado geral de saúde e que também atendam os seguintes 
critérios: 
 Ser fumante ou não ter fumado nos últimos 15 anos. 
 Ter pelo menos histórico de tabagismo de 30 
maços/ano (1 maço por dia por 30 anos). 
 Ter recebido aconselhamento para deixar de fumar 
se for fumante. 
 Ter recebido informações sobre os possíveis 
benefícios e malefícios, bem como suas limitações. 
 Ter um local onde poder fazer o rastreamento e o 
tratamento do câncer de pulmão. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Exames iniciais para investigar uma suspeita de câncer de 
pulmão: RX do tórax e TC 
Fatores que devem sugerir a presença de carcinoma de 
pulmão em pacientes fumantes acima de 45 anos 
incluem: convexidade focal do lobo atelectasiado na região 
hilar (sinal S de Golden), pneumonia lobar associada à 
linfonodomegalia hilar ou mediastinal evidente na radiografia 
de tórax, pneumonia envolvendo somente um lobo ou 
segmento -principalmente se associada à perda de volume o 
u ausência de broncograma aéreo - , e pneumonia recorrente 
no mesmo lobo 
A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita 
para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, 
permitir a biópsia (retirada de pedacinhos do tumor com uma 
agulha para exame). É fundamental obter um diagnóstico de 
certeza pela patologia. 
RESUMO: primeiro pede RX, dependendo do resultado 
pede biópsia transtorácica ou broncoscopia. 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
5 
 
Carcinoma apical (tumor de Pancoast) representa cerca de 
5% dos casos. Também chamado de tumor do sulco superior, 
que é um sulco criado pela passagem da artéria subclávia até 
a pleura dos ápices dos lobos superiores. Geralmente 5 mm 
com o ápice contralateral; convexidade inferior do 
espessamento pleural; ou quando observa-se aumento do 
espessamento pleural apical nas radiografias de seguimento. 
Destruição da costela ou da vértebra adjacente pode ser 
identificada na radiografia em aproxima 
 
ESTADIAMENTO 
 
O estadiamento reflete a ressecabilidade, ou seja, a 
possibilidade de remover cirurgicamente toda a neoplasia. 
O estadiamento é feito por meio de vários exames, como 
biópsia pulmonar guiada por tomografia, biópsia por 
broncoscopia, tomografia de tórax, ressonância nuclear, PET-
CT, cintilografia óssea, mediastinoscopia, ecobroncoscopia, 
entre outros. 
Há estadiamento anatômico e fisiológico para avaliar fatores 
mais apurados do paciente 
O estadiamento final é clínico. 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
6 
 
 
 
 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
7 
 
TRATAMENTO 
 
O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de 
um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião 
torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista 
intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, 
nutricionista e assistente social. 
Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário 
fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir 
se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos 
em outros órgãos. 
PACIENTES COM DOENÇA LOCALIZADA, e, 
particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) 
no mediastino(região entre os dois pulmões), o tratamento é 
cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia. 
PACIENTES COM DOENÇA LOCALIZADA NO PULMÃO E 
NOS LINFONODOS, o tratamento é feito com radioterapia e 
quimioterapia ao mesmo tempo. 
PACIENTES QUE APRESENTAM METÁSTASES A 
DISTÂNCIA, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos 
selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo. 
 
MODALIDADES DE TRATAMENTO 
CIRURGIA 
A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor 
com uma margem de segurança, além da remoção dos 
linfonodos próximos ao pulmão e localizados no 
mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar 
melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% 
dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na 
grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível 
na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença 
(estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do 
paciente. 
Segmentectomia e ressecção em cunha: quando se retira 
somente o segmento ou parte do segmento que envolve o 
tumor, reservada para pacientes com tumores pequenos e 
que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade 
ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas. 
Lobectomia: cirurgia de escolha para o tratamento do câncer 
de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de 
segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado 
por remover toda a doença de forma anatômica. 
Pneumectomia: retirada de um pulmão inteiro (suas 
indicações são limitadas e restritas). Procedimento com 
morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes. 
 
QUIMIOTERAPIA 
Visa destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o 
crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. 
Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo 
tolerada por todos os pacientes. 
 
RADIOTERAPIA 
Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode 
ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode 
ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite 
e esofagite). 
 
TERAPIA-ALVO 
Frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha 
determinadas características moleculares (genéticas). Essas 
medicações têm sido reservadas para o tratamento de 
doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento 
para selecionar o grupo de pacientes que melhor se 
beneficiará deste tratamento. 
 
MECANISMOS PSICOEMOCIONAIS 
 
O câncer desencadeia reações devastadoras tanto no âmbito 
orgânico como no emocional, provocando sentimentos, 
desequilíbrios e conflitos internos, além de causar um 
sofrimento tão intenso capaz de resultar em desorganização 
psíquica, consequências estas que, de acordo com vão 
depender da localização, do estágio da doença e do 
tratamento. 
Após o choque inicial do diagnóstico, os pacientes costumam 
apresentar respostas emocionais como ansiedade, raiva e 
depressão. 
Desencadeia uma série de sentimentos como impotência, 
desesperança, temor e apreensão, levando o diagnóstico a 
ser, frequentemente, acompanhado de depressão, 
consequência ocorrida pelo fato do paciente não conseguir 
aceitar sua doença 
O diagnóstico de câncer é vivido como um momento de 
angústia e ansiedade, pelo motivo da doença ser rotulada 
como dolorosa e mortal, consequentemente, desencadeando 
preocupações em relação à morte. 
Pacientes encontram estratégias para o enfrentamento do 
diagnóstico através da espiritualidade. O bem estar 
espiritual é um fator de proteção contra o desespero da morte. 
Os pacientes entrevistados criam meios para enfrentar o 
medo, como forma de amenizar o sofrimento e lidar com a 
situação. 
As distorções cognitivas normalmente podem se apresentar, 
numa mesma situação, concomitantemente, de diversas 
maneiras: 
@medsurtoo Nivya Moraes P4/UC10 UNIT – AL 
 
8 
 
 CATASTROFIZAÇÃO (pensar sempre que o pior 
vai acontecer), 
 ABSTRAÇÃO SELETIVA (focar a atenção em um 
aspecto negativo da situação), 
 ADVINHAÇÃO (antecipar problemas, ter 
expectativas negativas em relação a fatos, que 
talvez nem venham a existir), 
 PERSONALIZAÇÃO (assumir a culpa por 
acontecimentos negativos), 
 entre outras. 
Os pensamentos que, às vezes, vêm distorcidos ou não, 
ocorrem em três níveis: 
 Pensamento automático: mais comuns em um 
paciente diagnosticado com uma doença crônica 
podem ser divididos em três eixos: (1) sofrimento 
físico: Eu serei capaz de suportar este sofrimento? 
(2) qualidade de vida: eu serei capaz de comer o que 
eu gosto novamente? Como isto afetará a minha 
vida sexual? E (3) mortalidade: eu vou morrer? 
 Crenças intermediárias ou subjacente 
 Crença central, que dá origem a crença 
intermediária, desencadeadora de pensamentos 
automáticos, quando o indivíduo se coloca diante de 
algumas situações 
RAZÕES PARA UTILIZAR A TERAPIA COGNITIVA 
COMPORTAMENTAL COM PACIENTES CRÔNICOS: 
 Facilitar a aderência ao tratamento; 
 Oferecer suporte emocional frente ao diagnostico, 
 Prevenir comportamentos de risco a saúde 
CUIDADOS PALIATIVOS: 
Os objetivos são: 
 Promover alívio da dor e de outros sintomas que 
causam sofrimento, buscando a melhora da 
qualidade de vida do paciente, o que pode 
influenciar positivamente o curso da doença. 
 Integrar os aspectos físico, psicológico e espiritual 
no cuidado ao paciente, por meio de equipes 
interdisciplinares, com profissionais preparados 
para esse tipo de abordagem. 
 Promover os cuidados e as investigações 
necessárias para melhorar a compreensão e o 
manejo das complicações clínicas que causam 
sofrimento ao paciente, evitando procedimentos 
invasivos que não levem à melhoria da qualidade de 
vida. 
 Oferecer suporte para auxiliar os pacientes a terem 
uma sobrevida o mais útil possível, de preferência 
usufruindo do ambiente familiar. 
 Oferecer suporte para a família no período da 
doença e depois do óbito, em seu próprio processo 
de luto. 
 Respeitar a morte como um processo natural do 
ciclo da vida, não buscando a sua antecipação ou o 
seu adiamento. Por recomendação da OMS, todos 
os pacientes portadores de doenças graves, 
progressivas e incuráveis devem receber cuidados 
paliativos desde o diagnóstico da doença. 
Atualmente, existem critérios estabelecidos de 
recomendação para cuidados paliativos: no 
momento do diagnóstico; quando a doença é 
detectada em estágio em que a possibilidade de 
cura é questionável; ou quando já se esgotaram 
todas as possibilidades de tratamento curativo ou de 
manutenção da vida e a doença progride. 
O cuidado paliativo não se baseia em protocolos, mas em 
princípios: 
 Não se fala mais em terminalidade, mas em doença 
que ameaça a vida. 
 Indica-se o cuidado desde o diagnóstico, 
expandindo-se o campo de atuação. 
 Não se fala em impossibilidade de cura, mas na 
possibilidade, ou não, de tratamento modificador da 
doença, afastando dessa forma a ideia de “não ter 
mais nada a fazer”. 
 Pela primeira vez, uma abordagem inclui 
espiritualidade entre as dimensões do ser humano. 
 A família é lembrada, portanto, assistida, também 
após a morte do paciente, no período do luto 
 
Fontes: 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao 
Patologia básica – Robbins 
https://www.sbct.org.br/wp-
content/uploads/data/2015/04/tumores_benignos_pulmao.pdf 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3398/neoplasias_pul
monares.htm 
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico-precoce-do-cancer-de-
pulmao/10179/197/ 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao
https://www.sbct.org.br/wp-content/uploads/data/2015/04/tumores_benignos_pulmao.pdf
https://www.sbct.org.br/wp-content/uploads/data/2015/04/tumores_benignos_pulmao.pdf
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3398/neoplasias_pulmonares.htm
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3398/neoplasias_pulmonares.htm

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