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Resumo Marxismo e Família- Notas para uma discussão

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NETTO, José Paulo. Marxismo e Família- Notas para uma discussão. In:_. AZEVEDO, Maria Amélia. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. (Org.). Infância e Violência Doméstica: fronteiras do conhecimento. São Paulo: Cortez. 2009.
	O autor, inicialmente, alerta sobre o texto ser apenas notas para uma discussão, a qual ele não é especialista, assim ele dará apenas uma contribuição a partir da teoria social marxiana. 
	José Paulo Netto divide seu texto em três pontos: Teoria marxiana e tematização de família; A tradição marxista e a família; Problemas elementares e dinamização pelo confronto.
	Em seu primeiro tópico, Netto distingue teoria marxiana e marxismo. A obra de Marx (teoria marxiana) constitui a tradição conhecida como marxismo, essa distinção é importante principalmente pela implicação de um projeto teórico marxiano, que esta inacabado e é inacabável, porque Marx não terminou seu projeto de pesquisa, assim como seria necessário que a história acabasse para que a discussão acabasse. 
	Netto afirma que a teoria de Marx é abrangente e macroscópicas, e apesar de Marx não ter estudado de forma focal a família, é possível encontrar um repertório sobre o estudo histórico-sistemático da família, e estão divididos em três eixos nucleares: “relação entre individuo e gênero humano”; “relação entre divisão social do trabalho e formas de propriedade”; “relação entre formas de socialização elementares e tipos determinados de organização de controle e poder”. 
	Marx contribui em dois níveis particulares para a investigação da instituição família, do ponto de vista teórico-metodológico e do ponto de vista histórico-sistemático. Assim, ainda que haja uma inexistência do debate de Marx, suas idéias não torna impossível a abordagem pela teoria social crítica.
	Em segundo tópico “A tradição marxista e a família”, Netto aponta que a discussão sobre família dentro da tradição marxista revela dois lados: “de um lado, uma significativa massa crítica sobre a instituição, mas, de outro, a insuficiência deste acervo para dar conta da família na ordem burguesa” (p.92).
	A compreensão sobre família dentro desta perspectiva depende “da análise de terminações teóricas stricto sensu, quer de injunções políticas” (p.93). Assim, a análise considera tanto a força teórico-cultural como também os processos sócio-políticos, dentro disso, cabe levantar duas análises importantes sobre o tema, segundo Netto:
· Análise sob a ótica do marxismo institucional, aquele que foi levantado pelo stalinismo na antiga União Soviética.
· Análise sob à ótica do marxismo ocidental, onde a família foi mais debatida, mostrando tanto seus dilemas teóricos e políticos. Além disso, há outras vertentes dentro do marxismo ocidental, como Sartre e Laing.
	No seu terceiro e último tópico “Problemas elementares e dinamização pelo confronto”, Netto aponta as mudanças que ocorrem a partir dos anos de 1960 no interior da tradição marxista. 
	Há uma crise do marxismo-leninismo, por isso há um resgate da fonte marxiana, trazendo a tona seus principais eixos de debate como a alienação, o humanismo, e a liberdade, e também esta vertente se vê obrigada a se relacionar com outras correntes teóricas. Dois problemas são elementares e não estão resolvidos dentro desta recuperação: “Compreensão da dinâmica atual da ordem burguesa; Elaboração de uma crítica marxista ao desenvolvimento dos processos de ruptura com a ordem burguesa” (p.97). 
	Esse resgate da tradição marxista, rompe com o economicismo, e tem contribuído para elucidar os debates sobre a família, dois deles merecem destaque, Baran e Sweezy (1970) e Mandel (1970). Além disso, como resultado do rompimento em 1960, surge vertentes como a Nova Esquerda, polarização do movimento feminista, e o radicalismo em defesa dos direitos civis nos Estados Unidos, Itália, França e Inglaterra. 
	Apesar deste recuperação, Netto afirma que “nenhuma das correntes que se inscrevem no campo da tradição marxista articulou uma abordagem da instituição família apta para apreender a sua particularidade e a sua dinâmica interna na rede macroscópica das relações sociais.” (p.100). Assim, é necessário atingir este objetivo.

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